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TRABALHO PRATICA PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO DO PARÁ.
Processo Nº: _____
ASTOLFO, já qualificado nos autos em epigrafe, por meio de seu advogado que esta lhe subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Com fulcro nos artigos 396 e 396 – A do CPP, pelas razoes de fato e direito a seguir apontadas.
			 
1. DOS FATOS
	Astolfo, de 23 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas pena prevista no art. 163, parágrafo único, III, do Código Penal, por crime praticado contra o patrimônio do estado. 
	Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída a Astolfo foi narrada nos seguintes termos:
 “Astolfo, junto com alguns amigos teria causado danos ao patrimônio do Estado”. 
2. DA PRELIMINAR 
a- Falta de Justa Causa
 Nosso ordenamento jurídico, em homenagem aos princípios da dignidade humana e da valorização da cidadania, não permite alegação vaga, com base em fatos fictícios, irreais, genéricos e sem um mínimo de prova que a sustente. O que ver-se e que o Ministério público apresentou denúncia baseada em fatos indefinidos do tipo “eles fizeram”, “eles agiram dolosamente contra o bem público” limitando-se a afirmar que o acusado era reincidente, é por conseguinte seria um individuo perigoso, o que comprovaria ser ele o autor do dano.
 Frente o exposto a denúncia deve ser rejeitada, vez que, a peça delatória não se encontra assente com as regras estampadas no art. 41 do Código de Processo Penal, incorrendo em hipótese de rejeição liminar, exatamente como disposto no art. 395 do CPP, especialmente incisos I e III do retro citado dispositivo legal.
 Aduz o art. 41 do Código de Processo Penal: “A denúncia ou a queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime, e quando necessário, o rol das testemunhas.” (grifei)
 Por conseguinte, o art. 395 do mesmo códex assim preceitua: “ A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I – for manifestamente inepta; II – (...) omissis; III – faltar justa causa para o exercício da ação penal.”
 Assim sendo, resta demonstrada a ausência de justa causa, para a persecução penal pela suposta pratica do delito de crime praticado contra o patrimônio do estado, previsto no art. 163, parágrafo único, III, do Código Penal.
3. DO DIREITO
Conforme narrado na casuística fática, não se infere com devida certeza ter sido o acusado o causador do dano, atribuído ao mesmo por mera presunção de conduta criminosa, embasando-se o ministério Público no fato de o acusado se reincidente, o que se enquadra na teoria do direito penal do inimigo.
“Firmar a tipicidade do comportamento atribuído ao recorrente pelo fato de já ter sido condenado pela prática de roubo é descair para esse campo interdito de incriminação de conduta que, podendo até aparecer desviada, não importa lesão nem perigo a bens jurídicos alheios. Equivaleria a punir o recorrente pelo seu (aparente) “modo de ser” – puni-lo pelo que (aparentemente) “é” e, não pelo que “fez” -, já que nenhum perigo ou lesão causou a bem jurídico de quem quer que seja.
A condenação anterior não tem repercussão alguma no juízo de adequação típica que ora se formula. Poderia ter relevância, acaso caracterizadas a tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade da conduta, em momento posterior, o da dosimetria da pena (circunstância judicial, agravante ou causa de aumento da pena), como, aliás, o foi (cf. sentença condenatória, fls. 106). O direito penal de autor não encontra guarida em nenhum sistema penal fincado no Estado de Direito, comprometido, que é, com a dignidade da pessoa humana e com a garantia de seus direitos fundamentais, e, sobretudo, em nosso ordenamento, onde a presunção vigente é, ao reverso do que se propugna com a referência a tal condenação, a de inocência.”
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 81.057-8 SÃO PAULO RELATORA ORIGINÁRIA: MIN. ELLEN GRACIE RELATOR PARA O ACÓRDÃO: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
 Neste sentido alinham-se Américo Bedê Júnior e Gustavo Senna (Princípios do Processo Penal: Entre o garantismo e a efetividade da sanção), Aury Lopes Filho (Direito Processual Penal e sua Conformidade Constitucional), Fernando da Costa Tourinho Filho (Processo Penal), Paulo Rangel (Direito Processual Penal) e Vicente Greco Filho (Manual de Processo Penal).
 Assim, diante do princípio constitucional da presunção de inocência – art. 5º, inc. LVII da Constituição Federal cabe ao Estado acusador apresentar prova cabal a sustentar sua denúncia, impondo-se ao magistrado fazer valer brocado outro, a saber: allegare sine probare et non allegare paria sunt – alegar e não provar é o mesmo que não alegar.
 A certeza do direito penal mínimo no sentido de que nenhum inocente seja punido é garantida pelo princípio humanístico e constitucional in dubio pro reo.
 Portanto, frente aos fatos hora relatados, onde não se e possível comprovar a autoria do fato delitivo, o acusado deve também ter sua tese de defesa acolhida por Vossa Excelência devendo ser absolvido sumariamente, como medida de inteira justiça.
4. DO PEDIDO
	Diante do exposto, requer a absolvição sumária do acusado conforme os artigos 41 e 395, III do Código de Processo Penal, e no art. 5º LVII da CFRB/88 e se não acolhido o pedido de absolvição sumaria que seja acolhida e intimadas o rol de testemunhas ao final arroladas.
		
Termos em que,
Pede deferimento.
LOCAL 
28/09/2022 
ADVOGADO
OAB
TESTEMUNHAS
1) LUIZ, qualificação completa
2) Cleyton, qualificação completa

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