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DESEMPENHO ANIMAL CRUZAMENTOS

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DESEMPENHO ANIMAL 
Adaptabilidade 
Efeito genético aditivo 
Meio 
Heterose 
Principal fator do desempenho 
Capacidade de produção animal em 
determinado meio 
Influenciada por fatores genéticos 
Falta de adaptabilidade 
Acarreta queda dos níveis reprodutivos 
Recomendação 
Aquisição de reprodutores que foram criados 
próximos à propriedade 
Conhecer a adaptabilidade da raça para o local 
em que será introduzida 
Carga genética do animal em relação ao 
desempenho 
É melhorado por: seleção e cruzamento 
Depende da adaptabilidade e do meio 
Touro: 50% da carga genética 
- priorizar compra de bom reprodutor
- fêmeas geralmente são de descarte
Melhoramento via touro: 70% 
- cruza com várias vacas → gera mais
descendentes e melhores 
Efeito aditivo em genes 
Aberdeen Angus 
- ganho médio diário: 0,8 kg/dia
Charolês 
- ganho médio diário: 1,2 kg/dia
Valor genético esperado do filho deste 
cruzamento: 1 kg/dia 
1,2 + 0,8 = 2 𝑀é𝑑𝑖𝑎: 
2
2
= 1 
Manejo 
Aguadas 
Pastagens 
Mineralização 
Controle de endo/ectoparasitas 
Clima 
Higiene, profilaxia 
“Vigor híbrido” 
Aumento do valor fenotípico 
Observado nos descendentes advindos do 
cruzamento de raças sem parentesco (com 
divergências genéticas) 
Causa: heterozigose (combinação de genes) 
- maior combinação de genes → maior
heterozigose 
Homozigose: suprime expressão de 
determinadas características 
- cruzamentos entre mesma raça
Exemplo: 
𝑀𝑀 (𝑡𝑜𝑢𝑟𝑜)𝑥 𝑚𝑚 (𝑣𝑎𝑐𝑎) = 𝑀𝑚 
→ 100% heterozigose
𝑀𝑀 𝑥 𝑀𝑀 = 𝑀𝑀 
→ 100% homozigose
Para haver heterose, deve haver 
heterozigose 
- nem sempre heterozigose causa
heterose, devido à dominância genética 
Heterose nula 
Há heterozigose, mas não há dominância 
m(f) Mm M 
| | | 
0,8 kg 1 kg (f1) 1,2kg 
EGA 
h = 0 
Heterose nula = efeito genético aditivo (EGA) 
- união de características do pai e da mãe
→ nenhum domina
Touro 0,8 kg 
Vaca: 1,2 kg 
Média: 1 kg 
Heterose positiva 
m(f) Mm M 
| | | 
0,8 kg 1,1 kg (f1) 1,2kg 
h = + 
Macho: 0,8 kg 
Fêmea: 1,2 kg 
Média: 1,1 kg 
- houve aumento de 10% devido à distância
genética
Heterose negativa 
m(f) Mm M 
| | | 
0,8 kg 1,1 kg (f1) 1,2kg 
h = - 
Macho: 0,8 kg 
Fêmea: 1,2 kg 
Média (filhote): 0,9 kg 
- houve queda de 10% devido à proximidade
genética
Heterose = heterozigose + dominância 
genética 
MM x mm = Mm 
Se M dominante → heterose positiva 
Se m dominante → heterose negativa 
Sem dominância → heterose nula 
Exemplo de uso: 
Charolês (touro) x Nelore (novilha) 
- para peso ao nascer menor, busco
heterose negativa 
Tipos de dominância 
Dominância parcial – 1,1 kg 
Dominância total – 1,2 kg 
Superdominância – 1,5 kg 
Epistasia – 1 kg (apenas EGA) 
- comum quando cruzam-se raças não puras
Heterose positiva 
Desejada em: 
• GMD – ganho diário médio
• Fertilidade
• Peso ao desmame
• Rendimento de carcaça
Heterose negativa 
Desejada em: 
• Peso ao nascer
• Conversão alimentar (menos alimento)
• Intervalo entre partos
• Dias para atingir puberdade (precocidade)
Heterose aparece mais em características de 
baixa herdabilidade (como a reprodução) 
Características que 
acompanham a heterose 
• Maior viabilidade
- baixa herdabilidade
- nascer e sobreviver
• Maior taxa de crescimento
- média herdabilidade
- GMD
• Maior fertilidade
- baixa herdabilidade
• Maior produtividade
- alta herdabilidade
• Maior valor adaptativo
Bovino europeu x bovino zebuíno 
Grande distância entre raças, menor grau 
sanguíneo 
- menor grau sanguíneo, maior heterose
(↓/↑) 
Fórmula 
ℎ = (
𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 − 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜𝑠
) 𝑥 100 
*definidos: Charolês x Charolês
*cruzados: Nelore x Charolês
Heterozigose 100% → heterose máxima 
Heterozigose 50% → 50% da máxima 
Exemplo: 
Heterose entre Zebu x Europeu → 3x maior 
que Europeu x Europeu 
Individual 
Em função do indivíduo (filho) 
Materna 
Heterose do indivíduo em função da mãe 
- deve ser cruzada
Paterna 
Heterose do indivíduo em função do pai 
É melhor que o pai seja puro e a mãe 
cruzada, senão há epistasia 
Exemplo: 
Cruzamento 
Angus x Brahman = ½ Angus + ½ Brahman 
 (pai) (mãe) (filho) 
Heterozigose Heterose 
100% Máxima individual *1 
0 materna *2 
0 paterna 
*1 100% de combinação de genes
*2 são pais puros
Cruzamento 
Brahma x ½ Angus + ½ Brahman = ¾ 
Brahman + ¼ Angus 
Heterozigose Heterose 
50% 50% da máxima individual 
100% Máxima materna 
0 paterna 
Objetivos 
Acelerar melhoramento genético a partir de genes 
Combinar características de importância econômica de diferentes raças 
- efeito de complementariedade
Aproveitar heterose 
Características/deveres 
Manter heterozigose a mais alta possível 
Ser simples 
Produzir fêmeas de reposição (nos casos de cruzamentos terminais) 
“Cruzamento rotativo alternado de touro de duas raças” 
Primeiro passo: acasalar a fêmea com a raça já existente na propriedade 
Segundo passo: acasalar a fêmea com touro da raça em menor proporção 
- com grau de parentesco distante
Importante identificar animais (com brincos) para descobrir grau de sangue nas fêmeas
Inseminação artificial: ótima escolha, caso possível 
Em pequenas propriedades: uso de raças sintéticas (Braford, Brangus etc.) 
Principal problema 
Má distribuição das duas raças na progênie (descendentes) 
- 67% e 33%
Cruzamentos 
Entendendo a matemática: 
G1 – Cada pai dá ½ de carga genética para o filho. Por isso 
1
2
 C 
1
2
 N. 
A HM é 0 pois a mãe é pura. A HI é 100 pois houve 100% de combinação genética na filha. 
G2 – Ao cruzar N com 
1
2
 C 
1
2
 N, novamente cada pai dará metade da carga ao filho. 
N → ½ N 
½ C → ½ (÷ 2) C → ¼ C 
½ N → ½ (÷ 2) N → ¼ N 
Agora, separam-se as raças e se soma: ½ N + ¼ N + ¼ C 
2+1
4
𝑁 + 
1
4
𝐶 =
3
4
𝑁 +
1
4 
𝐶 
G3 – A raça do touro é sempre alternada. Agora é C puro. 
C → ½ C 
3
4
N → ¾ (÷ 2) N → 
3
8
 N 
1
4
C → ¼ (÷ 2) C → 
1
8
 C 
Agora, separam-se as raças e se soma: 1/8 C +½ C + 3/8 N 
1 + 4
8
 𝐶 + 
3
8
 𝑁 = 
5
8
 𝐶 + 
3
8
 𝑁 
E assim por diante. Lembrar que cada pai sempre dará metade da sua carga genética 
Na 5º geração → sistema estabilizado, sempre perto de 68% de heterozigose individual
Geração Touro x Matriz Progênie 
HM 
% 
HI 
% 
1 C x N 
1
2
 C 
1
2
 N 0 100 
2 N x 
1
2
 C 
1
2
N 
3
4
 N 
1
4
 C 100 50 
3 C x 
3
4
 N 
1
4
 C 
5
8
 C 
3
8
 N 50 75 
4 N x 
5
8
 C 
3
8
 N 
11
16
 N 
5
16
 C 75 62,5 
5 C x 
11
16
 N 
5
16
 C 
21
32
 C 
11
32
 N 62,5 68,8 
6 N x 
21
32
 C 
11
32
 N 
43
64
 N 
21
64
 C 68,8 65,6 
7 C x 
43
64
 N 
21
64
 C 
85
128
 C 
43
128
 N 65,6 67,2 
*
No peso ao desmame/vaca entourada entre raças europeias, a heterose da mãe (14,8%) é mais 
relevante que do indivíduo (8,5%) 
Heterose esperada - 
 
geração 2 
 𝐻𝐼 𝑥 8,5 
 50 𝑥 8,5 (÷ 100) 
 50 𝑥 0,085 = 4,25% 
4,25 + 14,8 = 19,05% 
𝐻𝑀 𝑥 14,8 
100 𝑥 14,8 (÷ 100) 
100 𝑥 0,148 = 14,8% 
Maior grau de heterozigose → maior chance de combinação das características 
Entretanto, heterose não é completamente correspondida: 
- deveria ser: Zebu x Europeu x Australiano, mas tem-se Zebu x Zebu x Europeu
Diminui o excesso de carga genética 
Necessita: maior controle, maior estrutura (3 piquetes) 
Cruzamentos 
Geração Touro x Matriz 
Progênie 
(filha – neta – bisneta) 
HM 
% 
HI 
% 
1 C x N 
1
2
 C 
1
2
 N 0 100 
2 A x 
1
2
 C 
1
2
 N 
2
4
 A 
1
4
 C 
1
4
 N 100 100 
3 N x 
2
4
 A 
1
4
 C 
1
4
 N 
5
8
 N 
2
8
 A 
1
8
 C 100 75 
4 C x 
5
8
 N 
2
8
 A 
1
8
 C 
9
16
 C 
5
16
 N 
2
16
 A 75 87,5 
5 A x 
9
16
 C 
5
16
 N 
2
16
 A 
18
32
 A 
19
32
 C 
5
32
 N 87,5 87,5 
6 N x 
18
32
 A 
19
32
 C 
5
32
 N 
37
64
N 
18
64
 A 
9
64
 C 87,5 84,4 
Na 5º geração → sistema estabilizado, sempre perto de 87% de heterozigose individual 
Machose fêmeas vão para abate 
Cruzamento terminal com duas raças 
𝐴 𝑥 𝐵 = ½ 𝐴 + ½ 𝐵 
- heterose individual 100%
- heterose materna 0%
Limitações 
Necessária reposição de matrizes 
Trabalho com dois rebanhos 
- meios-sangues + novilhas puras
Necessária alta taxa de natalidade 
Sem benefício da heterose materna (G1 é abatida, não chega na G2) 
Cruzamento terminal com três raças 
Quando o meio “suporta” os meio-sangues 
𝐺1: 𝐻 𝑥 𝐻 = 𝐻 (machos para abate) 
𝐺2: 𝑁 𝑥 𝐻 = ½ 𝑁 + ½ 𝐻 
- machos para abate
- fêmea utilizada para reprodução, leite
𝐺3: 𝐶 𝑥 ½ 𝑁 ½ 𝐻 =
2
4
𝐶 ¼ 𝑁 ¼ 𝐻 
- machos e fêmeas para abate
- terceira raça deve ser especializada em ganho de peso
- aproveita-se a heterose materna
Helena D. C. Bandas 
Helena D. C. Bandas
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