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POLÍTICAS E GESTÃO EDUCACIONAL Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Eli Regina Nagel dos Santos Jackeline Maria Beber Possamai CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald Prof.ª Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof.ª Maria Aparecida de Oliveira Silva Revisão Gramatical: Prof.ª Camila Thaisa Alves Bona Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 371.2 S237p Santos, Eli Regina Nagel dos Políticas e gestão educacional / Eli Regina Nagel dos Santos; Jackeline Maria Beber Possamai. Indaial : Uniasselvi, 2013. 121 p. : il ISBN 978-85-7830- 662-5 1. Administração escolar. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Copyright © UNIASSELVI 2013 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: Jackeline Maria Beber Possamai Eli Regina Nagel dos Santos Mestre em Educação pela FURB - Universidade Regional de Blumenau. Especialista em Gestão com ênfase em: Administração escolar, Orientação e Supervisão – DOM BOSCO e Especialista em Gestão e Tutoria na Educação a Distância – UNIASSELVI. Graduada em Pedagogia – FURB e em Letras pela UNIASSELVI. Atualmente é supervisora de disciplina do curso de Pedagogia do Núcleo de Educação a Distância do Centro Educacional Leonardo da Vinci – UNIASSELVI e diretora pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Ilhota. Licenciada em Letras: Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, especialista em Educação a Distância e Mestre em Literatura. É Integradora de Ensino Fundamental da 35ª Gerência Regional de Educação, e supervisora de disciplina do curso de Letras do Núcleo de Educação a Distância/NEAD/ Centro Educacional Leonardo da Vinci /UNIASSELVI. Regional de Blumenau. Especialista em Gestão com ênfase em: Administração escolar, Orientação e Supervisão – DOM BOSCO e Especialista em Gestão e Tutoria na Educação a Distância – UNIASSELVI. Graduada em Pedagogia – FURB e em Letras pela UNIASSELVI. Respectivas Literaturas, especialista em Educação a Distância e Mestre em Literatura. É Integradora de Ensino Fundamental da 35ª Gerência Regional de Educação, e supervisora de disciplina do curso de Letras do Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 A Legislação que Dispõe sobre o Financiamento da Educação ..................................................9 CAPÍTULO 2 Valorização dos Profissionais da Educação ...................25 CAPÍTULO 3 Construção da Democracia na Escola ...............................51 CAPÍTULO 4 Gestão Financeira da Escola ...............................................65 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): Uma meta, um objetivo, um quebra cabeça... Caros Pós-Graduandos... Figura 1 – Quebra-cabeça Fonte: Disponível em: <http://alessandrocristian.blogspot.com/2012/02/ o-quebra-cabeca-existencial.html>. Acesso em: 30 jul. 2012. A nossa vida escolar pode ser comparada a um quebra cabeça. Cada vez que concluímos uma etapa de ensino, encaixamos uma peça. Iniciar o curso de especialização significa que estamos avançando nesse jogo, e continuando a questionar: onde se encaixa esta ou aquela peça? O mesmo acontece com os assuntos que ora abordaremos, com os quais podemos estabelecer relações entre a teoria e a prática, entre o conhecer e o fazer. Nesse caso, as peças nos conduzem a pensar a Educação como um todo. Nessa perspectiva, convidamos você a encaixar mais uma “peça do jogo” e conhecer um pouco mais sobre assuntos de POLÍTICAS E GESTÃO EDUCACIONAL, como parte do currículo do curso de especialização. Ressaltamos, porém, que, embora tenhamos avançado no jogo, ele ainda estará incompleto, pois no campo educacional todo dia é dia de reflexão, de planejamento, de estudo e de aprimoramento. Neste caderno de estudos os conteúdos foram distribuídos em quatro capítulos e cada qual foi dividido em tópicos e subtópicos. Em cada um, você encontrará as autoatividades, a fim de que possa refletir e exercitar o que foi estudado. No caderno, constam também leituras complementares, que possibilitarão a ampliação do tema. Para tanto, no capítulo 1 abordaremos a Lei que regulamenta os recursos para financiamento da educação no Brasil, a exemplo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica - FUNDEB, sua origem, implantação e distribuição das receitas. O capítulo 2 apresenta reflexões sobre as verbas para Educação Federal, Estadual e Municipal, o Salário-Educação e o Piso nacional salarial do magistério. No capítulo 3, nossas discussões versarão sobre questões que envolvem a gestão democrática escolar, como o conselho escolar, a administração de materiais, pessoas e processos, o Censo e o Estatuto da Criança e do Adolescente. O quatro e último capítulo trata do Fundo de Desenvolvimento da Escola – FDE e dos programas federais e recursos destinados às instituições públicas de ensino, no que se refere à captação, execução e prestação de contas do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE. Esperamos que os conteúdos abordados esclareçam questões ligadas à Educação Pública, especialmente no que diz respeito ao seu financiamento. Tenha uma leitura cuidadosa e que essa disciplina auxilie em sua prática profissional. Uma vez que, O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo todo. (Gregório de Matos, 2012). Bons estudos! As autoras. CAPÍTULO 1 A Legislação que Dispõe sobre o Financiamento da Educação A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Identifi car as leis que embasam a destinação dos recursos de fi nanciamento da educação. Conhecer o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB. Compreender aspectos que regulamentam e apresentam as origens e a dis- tribuição das receitas do FUNDEB. Estabelecer diferenças entre o FUNDEB e o FUNDEF. 10 Políticas e Gestão Educacional 11 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 ConteXtualização Prezado Pós-graduando, com a promulgação da Constituição Brasileira em 1988, iniciou-se a elaboração de medidas legais que foram progressivamente entrando em vigor no setor educacional de maneira positiva, contribuindo para a melhoria na educação. A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, para o exercício da cidadania e qualifi cação para o trabalho. Os indicadores educacionais do país revelam que muito se avançou quando a Constituição enfatizou o dever do Estado nas garantias dos direitos do cidadão, conforme prevê o art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho”. Posteriormente à promulgação da Constituição, importantes compromissos foram assumidos pela União em relação à Educação, dentre os quais um sistema educacional articulado, bem como a aprovação da Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB 9394/96), do Plano Nacional de Educação e Fundos de fi nanciamento, dispositivos legais para regulamentar todas asquestões relativas à Educação Básica no Brasil. Atividade de Estudos: 1) O art. 205 da Constituição Federal enfatiza o propósito da Educação no Brasil, em parceria entre Estado, família e sociedade. Sobre a educação que se deseja, destacam-se três pontos: desenvolvimento pessoal, cidadania e formação profi ssional para todos. Elabore um texto, tecendo considerações sobre esses três aspectos e o seu refl exo na sociedade. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, para o exercício da cidadania e qualifi cação para o trabalho. 12 Políticas e Gestão Educacional O Plano Nacional de Educação - PNE Em 9 de Janeiro de 2001, através da Lei nº 10.172, foi sancionado pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o Plano Nacional de Educação, com duração de dez anos. A partir deste documento, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam elaborar os seus planos decenais correspondentes, para compor um conjunto integrado e articulado quanto aos objetivos, prioridades, diretrizes e metas estabelecidas. Também fi cou a cargo da União a instituição do Sistema Nacional de Avaliação e estabelecimento dos mecanismos necessários ao acompanhamento das metas. Ao Ministério da Educação coube um importante papel de viabilização e de cooperação técnica e fi nanceira, para corrigir acentuadas diferenças regionais, elevando a qualidade geral da educação no País. Os diagnósticos constantes naquele plano apontavam fragilidades em diversos níveis e modalidades de ensino, na gestão, no fi nanciamento, na formação e valorização do magistério e dos demais trabalhadores da educação. Já o Plano Nacional de Educação, que passou a vigorar em 2011 até 2020, estabelece diretrizes objetivas, metas e estratégias específi cas para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais, inclusive de inclusão social, como alunos com defi ciência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade assistida. O PDE 2011-2020, em seus principais itens, prevê a Universalização e ampliação do acesso e atendimento educacionais, bem como o incentivo à formação inicial e continuada de professores e profi ssionais da educação em geral, avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de todos os envolvidos na educação do país — estudantes, professores, profi ssionais, gestores e demais profi ssionais —, estímulo e expansão do estágio. Estabelece a ampliação do ensino de quatro a 17 anos e o fi nanciamento estudantil contemplando a reestruturação das redes físicas, equipamentos educacionais, transporte, livros, laboratórios de informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias. 13 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 O PNE atual enfatiza ainda a elaboração de currículos básicos e avançados em todos os níveis de ensino e a diversifi cação de conteúdos curriculares, prevendo também a correção de fl uxo e o combate à defasagem idade-série. Nele constam metas claras para o aumento da taxa de alfabetização e da escolaridade média da população, e determina a ampliação progressiva do investimento público em educação. Fonte: Disponível em: <http://pne.mec.gov.br/>. Acesso em: 06 abr. 2022. Com base no que prevê o PNE, especialmente no que se refere aos recursos fi nanceiros, o primeiro tópico deste caderno abordará a legislação que regulamenta Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação. Também apresentaremos informações sobre as origens das receitas, da distribuição dos recursos do fundo que substituiu o FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – implantado em 1998, quando passou a vigorar a nova sistemática de redistribuição dos recursos, ou seja, a sua implantação consistiu na mudança da estrutura de fi nanciamento do Ensino Fundamental no País. O FUNDEB foi criado com o propósito de substituir o FUNDEF, sendo reestruturado e ampliado para vigorar até 2020. Além disso, o então fundo introduziu novos critérios de distribuição e utilização dos principais impostos de Estados e Municípios, promovendo a sua partilha entre o Governo Estadual e seus municípios, de acordo com o número de alunos atendidos em cada rede de ensino. O mesmo foi estabelecido pela Emenda Constitucional 14/1996, que vigorou durante 10 anos, até 2006. O FUNDEB foi criado com o propósito de substituir o FUNDEF, sendo reestruturado e ampliado para vigorar até 2020. 14 Políticas e Gestão Educacional O que É o Fundeb? Figura 2 - FUNDEB Fonte: Disponível em: <http://adustina.net/noticias/fundeb- divulgado-os-valores-depositados-nas-contas-de-adustina- e-municipios-da-regiao>. Acesso em: 05 ago. 2012. Conforme prevê a Constituição Federal (1988), um dos desafi os no contexto da política de inclusão social constitui a ampla distribuição de recursos vinculados à educação e que, por sua vez, norteiam as políticas públicas com vistas ao desenvolvimento e manutenção do ensino público. Mas você sabe o que são políticas públicas? Políticas públicas podem ser defi nidas como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específi cos (LYNN 1980). Nesse caso, estamos falando de políticas públicas destinadas à Educação, cujas medidas do Estado garantem recursos que contribuem para a o desenvolvimento da Educação, com legislação que normatiza, traz a obrigatoriedade do ensino e combate o analfabetismo. Evidencia-se o aprofundamento da intervenção desses organismos governamentais, a exemplo do Ministério da Educação, nessas políticas. A Educação no país conta com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/2006), que preconiza ações em favor da sua qualidade, e o Plano Nacional de Educação – PNE, conforme já mencionamos, estabelece metas para o ensino. Políticas públicas destinadas à Educação são medidas do Estado que garantem recursos que contribuem para a o desenvolvimento da Educação. Mas, contudo, foram necessários outros dispositivos legais que garantissem o fi nanciamento da Educação Básica, a exemplo do FUNDEB, com a abrangência sobre o Ensino Médio e Educação Infantil, para impulsionar a descentralizar os recursos. Essas medidas de ordem legal defi niram também o regime de colaboração e parceria entre a União, os Estados e Municípios. No dizer de Políticas públicas destinadas à Educação são medidas do Estado que garantem recursos que contribuem para a o desenvolvimento da Educação. 15 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 Demerval Saviani (2007, p. 02), “as referidas medidas regulamentadoras confi guram aquilo que se poderia denominar legislação complementar à LDB, já que, no geral, elas se expressam através de mecanismos legais, formalmente denominados leis ou decretos”. Na essência dessa proposta, estão novas formas de gestão da esfera pública, com o intuito de satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem e da promoção da equidade do ensino, bem como a gestão e fi nanciamento da educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB 9394/96 – é a legislação que regulamenta o sistema educacional público e privado do Brasil, desde a educação básica ao ensino superior. Na história do Brasil, essa é a segunda vez que a educaçãoconta com esse tipo de lei, que regulamenta todos os seus níveis. A primeira foi promulgada em 1961 (LDB 4024/61). A LDB 9394/96 reafi rma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal, e estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em relação à educação escolar pública, defi nindo as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. • Educação infantil - atende crianças de 04 à 05 anos; • Ensino Fundamental - atende estudantes de 06 à 14 anos; • Ensino Médio - atende estudantes de 15 anos à 17 anos; • Educação Básica do Campo - a educação para a população rural está prevista com adequações necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região, defi nindo-se orientações para três aspectos essenciais à organização da ação pedagógica: conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos estudantes da zona rural, organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas e, ainda, adequação à natureza do trabalho na zona rural; 16 Políticas e Gestão Educacional • Educação Escolar Quilombola – A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especifi cidade étnico-cultural de cada comunidade e formação específi ca de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira; Além dessas determinações, a LDB 9394/96 aborda temas como os recursos fi nanceiros e a formação dos profi ssionais da educação. Atividade de Estudos: 1) Com base no conteúdo apresentado, pesquise e aponte a responsabilidade de cada esfera em relação à educação. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 17 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 Figura 4 – Aluno estudando Fonte: Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/politica- publica/lei-diretrizes-bases-349321.shtml>. Acesso em: 08 ago. 2012. Antes da abordagem do FUNDEB propriamente dito, é preciso esclarecer o conceito de Educação Básica, que no Brasil compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e Médio, e tem duração ideal de dezoito anos. É durante esse período de vida escolar que o sujeito deveria apropriar-se dos conhecimentos mínimos necessários para uma cidadania completa. Serve também para tomada de consciência sobre si mesmo em relação ao meio em que está inserido e sobre o futuro profi ssional. No Brasil, a educação básica encontra-se dividida nas seguintes etapas: • Educação Infantil: Creche (0 a 3 anos) e Pré-escola (4 a 5 anos). • Ensino Fundamental: Anos Iniciais (1º ano ao 5º) ano e Anos Finais (6º ano ao 9º ano). • Ensino Médio: 1ª a 3ª série. Para fi nanciar a Educação Básica, o Ministério da Educação vinculou ao Estado à criação de recursos para todos os níveis, com igualdade e qualidade. Além da vinculação existe a subvinculação. Isso signifi ca que, da porcentagem obrigatoriamente destinada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, outras porcentagens devem ser obrigatoriamente extraídas, para serem usadas em aspectos específi cos e considerados prioritários dessa área mais ampla, que, por sua vez, é uma parte do campo maior da educação (EDNIR; BASSI, 2009, p. 95). Atente, caro(a) estudante, para o fato de que os autores citam as expressões vinculação e subvinculação. A primeira se refere às receitas dos impostos arrecadados e transferidos aos Estados e Municípios que são atrelados à Educação. A segunda, por sua vez, conforme E.C. nº 53/2006, “amarra” e amplia a destinação dos recursos à Educação Básica. A vinculação 18 Políticas e Gestão Educacional dos impostos arrecadados obriga a transferência dos recursos destinados aos Estados e Municípios à Educação Básica. Já a subvinculação atrela e amplia a sua destinação. Basicamente, a criação do FUNDEB tem por objetivo fi nanciar o atendimento dos alunos distribuídos por toda a educação básica, em todas as redes de ensino, aliado ao princípio da equidade, ou seja, é preciso dar condições que assegurem não apenas o acesso, mas a permanência e aprendizagem das crianças, dos jovens e dos adultos não escolarizados, independentemente de raça, etnia, região, localização geográfi ca ou condição fi nanceira em que se encontram. Daí dizer que Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação é de natureza fi nanceira e de âmbito estadual, dividido por todos os estados e o Distrito Federal, num total de vinte e sete, formado basicamente por recursos provenientes dos impostos e transferências, vinculados à Educação Básica, desde a creche até o ensino médio. Segundo Ednir e Bassi (2009, p. 94), a União tem necessariamente de usar 18% da receita de impostos nas despesas com ensino público. E os governos estaduais e municipais não podem usar menos que 25% da receita de impostos que são vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, para fi nanciar esse aspecto escolar. Com base no exposto, o fundo distribui os recursos, levando em consideração o desenvolvimento social e econômico das regiões. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do programa são feitos em escalas federal, estadual e municipal por conselhos criados especifi camente para esse fi m, assunto de que trataremos adiante. Atividade de Estudos: 1) Qual a principal função do FUNDEB? __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ A vinculação dos impostos arrecadados obriga a transferência dos recursos destinados aos Estados e Municípios à Educação Básica. Já a subvinculação atrela e amplia a sua destinação. 19 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 A qual a Lei que Regulamenta o FUNDEB? Atualmente, a Educação Brasileira conta com o FUNDEB, instituído pela EC 53, em 19 de dezembro de 2006, que modifi cou a redação ao art. 60 – que se refere ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ao citar que até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988). É certo dizer, então, que a EC 53 estabelece que Estados, Distrito Federal e Municípios destinarão parte dos recursos à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneraçãojusta a quem trabalha na educação. A implantação do FUNDEB começou em 1º de janeiro de 2007, sendo plenamente concluída em 2009. Isso foi possível porque o total de alunos matriculados na rede pública passou a ser considerado na distribuição dos recursos. A Lei n° 11.494 de 2007 foi atualizada em 25 de dezembro de 2020 passando a ser regulamentada pela Lei n° 14.113. Em 2021 a Lei foi atualizada pelo DECRETO Nº 10.656, DE 22 DE MARÇO DE 2021. No entanto, há que se considerar que foi a Medida Provisória de n° 339/06 que garantiu a execução da E.C. 53, no que se refere aos dispositivos do fundo. Nesse sentido, Ednir e Rossi (2009, p. 111) fazem algumas considerações acerca da regulamentação do FUNDEB, ao afi rmarem que: a Emenda Constitucional 53 remeteu para lei específi ca a regulamentação do Fundeb, cuja competência de elaboração é do Poder Legislativo. Somente desse modo o novo mecanismo poderia entrar em vigor. Para colocar o Fundeb em funcionamento em 2007, uma vez que o novo fundo só poderia funcionar se a lei regulamentadora fosse aprovada no ano anterior ao da vigência, o Poder Executivo utilizou-se de dispositivo constitucional que lhe permite legislar em situações de “relevância e urgência” (artigo 62 da Constituição Federal de 1988) e emitiu a Medida Provisória nº 339 (MP 339), em 28 de dezembro de 2006. Ao fazer isso, contudo, o governo interrompeu, contraditoriamente, o processo de discussões, críticas e manifestações e participação da sociedade civil no desenho fi nal do novo modelo de fi nanciamento da educação. Desse modo, a MP 339 colocou em funcionamento o Fundeb a partir de 1º de janeiro de 2007. Mesmo que seja iniciativa do Poder Executivo, a MP 339, como qualquer proposta de legislação, teve de ser submetida ao Congresso Nacional. 20 Políticas e Gestão Educacional O curto prazo de tramitação deixou poucas possibilidades de participação da sociedade, mas alguns dispositivos foram alterados e outros, introduzidos. Por fi m, a MP 339 foi convertida na Lei nº 11.494 e sancionada pelo presidente da República somente em 20 de junho de 2007. A regulamentação determina que os recursos recolhidos pelo Fundeb benefi ciem todas as etapas e modalidades da educação básica. No dizer dos autores, com a edição da medida provisória, o governo federal interrompeu as discussões sobre a criação do FUNDEB de maneira mais participativa da sociedade, devido à urgência de se colocar em ação as propostas contidas no documento. Mas as alterações introduzidas por essa emenda, basicamente, são: • A subvinculação dos recursos a que se refere o art. 212 da Constituição Federal, através do artigo 23 desta emenda, estabelece que as receitas dos impostos e transferências e sua utilização sejam ampliadas para toda a educação básica. Os municípios recebem os recursos com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental, e os estados, com base nos alunos do ensino fundamental e médio. A mudança se constitui pela diversidade de temas tratados no referido artigo, também para explicitar que suas regulamentações podem ser objeto de diversas leis complementares, e não somente uma, como indicava a redação anterior. • A obrigatoriedade de oferecer educação infantil em creches e pré- escolas às crianças de até cinco anos está preconizada no art. 208, IV, com nova redação. A modifi cação tem como objetivo dar suporte constitucional à inclusão das crianças de 6 (seis) anos no ensino fundamental obrigatório, que passou a ter duração de 9 (nove) anos com a edição da supracitada lei, a ser implantada até o ano de 2010. A Lei nº 11.274/06 promoveu o aumento de oito para nove anos na duração do ensino fundamental obrigatório, ou seja, a criança deve ser matriculada aos seis anos de idade na educação básica. • A nova emenda substituiu a expressão “profi ssionais do ensino” por “profi ssionais da educação escolar”. Com isso ampliou o sentido de valorização, tratada em três dispositivos constitucionais. As garantias constitucionais antes restritas à categoria do magistério público – planos de carreira, piso salarial e ingresso exclusivo por concurso público de provas e títulos – agora dizem respeito a todos os profi ssionais da educação pública. Trata-se de uma importante conquista, visando reduzir as desigualdades regionais através do inciso VIII, que assegura o caráter “nacional” do piso salarial. A Lei nº 11.274/06 promoveu o aumento de oito para nove anos na duração do ensino fundamental obrigatório, ou seja, a criança deve ser matriculada aos seis anos de idade na educação básica. 21 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 Ainda nessa perspectiva, o inciso III remete à lei federal a regulamentação das categorias profi ssionais que atuam na educação, a defi nição dos valores de seus pisos salariais e de seus respectivos planos de carreira, sendo estes: os incisos do art. 208 da CF/88, que tratam do dever do Estado com a educação básica; o Plano Nacional de Educação – Lei n° 10.172/2001, que estabelece diretrizes e metas a serem cumpridas até 2011 – quinto ano de vigência do novo Fundo; Fundo com cada uma dessas etapas e modalidades. 60% dos recursos do fundo são empregados em remuneração, de acordo com o piso salarial profi ssional nacional para os profi ssionais do magistério público da educação básica, ou seja, houve a preocupação em se estabelecer no próprio texto da Emenda os valores mínimos de complementação da União. Desse modo, fi ca evidente que o FUNDEB e as demais políticas públicas educacionais devem assegurar não somente o acesso, mas a melhoria da qualidade da educação básica. O dever de defi nir um padrão mínimo nacional de qualidade, a ser garantido a todos, passa a ter aplicabilidade imediata, cabendo à União essa obrigação, a ser exercida em colaboração com os demais entes federados. Assim como os recursos serão implementados gradativamente, também as matrículas da educação infantil, do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos serão contabilizadas gradativamente, incluindo-se todas as matrículas somente a partir do terceiro ano, quando toda a receita de impostos de Estados, Municípios e Distrito Federal prevista no inciso II do art.60, ADCT, estará subvinculada ao FUNDEB em 20%. Figura 5 - Educação Fonte: Disponível em: <http://www.grupodonadoni.com. br/educacao.html>. Acesso em: 07 ago. 2012. 22 Políticas e Gestão Educacional Dito de outro modo, o FUNDEB pretende promover a valorização dos profi ssionais da educação, assegurando-lhes inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público. O ingresso no magistério deve ser exclusivamente por concurso público de provas e títulos. Outro item determina que se estabeleça o aperfeiçoamento profi ssional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fi m, além da instituição de um piso salarial profi ssional. No que se refere ao progresso funcional, este deve estar baseado na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho. E, por último, o profi ssional da educação deve ter um período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluídos na carga de trabalho. A aplicação desses recursos pelos gestores estaduais e municipais deve ser direcionada, considerando a responsabilidade constitucional que delimita a atuação dos estados e municípios. No caso do Distrito Federal, a regra adotada, tanto para a distribuição quanto para a aplicação dos recursos, é adaptada à especifi cidade prevista no Parágrafo Único, art. 10 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. Além desses recursos, ainda compõe o FUNDEB, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo defi nido nacionalmente. Independentemente da origem, todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação básica.O FUNDEB como mecanismo se fez necessário para que todas as etapas e as modalidades desse nível de ensino, e os entes governamentais que as oferecem à sociedade, possam contar com recursos fi nanceiros com base no número de alunos matriculados, concorrendo, dessa forma, para a ampliação do atendimento e a melhoria qualitativa do ensino oferecido. Ainda que o Ministério da Educação tenha traçado metas para a erradicação do analfabetismo através dos vários dispositivos legais, sabemos que esta questão ainda constitui fragilidades, no sentido de que o país não conseguiu atingir essa meta na totalidade. Para complementar o conteúdo abordado, apresentamos um texto que traz informações e refl exões acerca do número de pessoas alfabetizadas no Brasil. 23 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 Menos de 30% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, diz pesquisa Brasília – Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas no Brasil e 38% da população com formação superior têm nível insufi ciente em leitura e escrita. É o que apontam os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa. A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados. Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população pode ser considerada plenamente alfabetizada – mesmo patamar verifi cado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico. “Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje imprescindíveis para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório. O estudo também indica que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização. De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora 24 Políticas e Gestão Educacional signifi cativa nos níveis gerais de alfabetização da população. “O esforço despendido pelos governos e população de se manter por mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta nos ganhos de aprendizagem esperados. Novos estratos sociais chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível de ensino era mais elitizado. A busca de uma nova qualidade para a educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem”, resume o relatório. A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país. Os quatro níveis de alfabetização identifi cados pelo Inaf 2011-2012 são: analfabetos (não conseguem realizar tarefas simples que envolvem leitura ainda que uma parcela consiga ler números familiares), alfabetizados em nível rudimentar (localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro). Há também os alfabetizados em nível básico, que leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões e resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações. Por fi m, os alfabetizados em nível pleno, que leem textos longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráfi cos. Fonte: Cieglinski (2012, p. 14). 25 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) O conteúdo abordado faz menção ao fi nanciamento para manutenção da educação básica e cita os baixos resultados no que se refere às habilidades imprescindíveis para a inserção plena na sociedade letrada. Escreva um texto, expondo sua opinião a respeito dessa questão. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ A Distribuição dos Recursos do Fundeb Como é feita a distribuição dos recursos do FUNDEB? Figura 6 - Dinheiro Fonte: Disponível em: <http://dicorpo.wordpress.com/2011/12/22/ cuide-melhor-do-seu-dinheiro/>. Acesso em: 23 jul. 2012. 26 Políticas e Gestão Educacional Caro Pós-graduando, você sabe quem é responsável pela distribuição dos recursos do FUNDEB? Como ocorre a arrecadação pela União e a distribuição dos recursos para os Estados e Municípios? É o que veremos a seguir. A norma de distribuição dos recursos do FUNDEB continuou direcionada por meio do mesmo critério dos recursos do FUNDEF, ou seja, é pautado no número de alunos matriculados (conforme art. 211 da Constituição Federal). Porém, ressaltando que a partir da aprovação são computadas, exclusivamente, as matrículas efetivas retiradas através do Censo Escolar realizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Texeira), conforme DECRETO Nº 6.253, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007, que defi ne: Art. 6º Somente serão computadas matrículas apuradas pelo censo escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP. Parágrafo único. O poder executivo competente é responsável pela exatidão e fi dedignidade das informações prestadas ao censo escolar do INEP. Art. 7º Os Ministérios da Educação e da Fazenda publicarão, em ato conjunto, até 31 de dezembro de cada ano, para aplicação no exercício seguinte: I - a estimativa da receita total dos Fundos de cada Estado e do Distrito Federal, considerando-se inclusive a complementação da União; II - a estimativa dos valores anuais por aluno nos Fundos de cada Estado e do Distrito Federal; III - o valor mínimo nacional por aluno, estimado para os anos iniciais do ensino fundamental urbano; e IV - o cronograma de repasse mensal da complementação da União. A norma de distribuição dos recursos do FUNDEB continuou direcionada por meio do mesmo critério dos recursos do FUNDEF, ou seja, é pautado no número de alunos matriculados (conforme art. 211 da Constituição Federal). Porém, ressaltando que a partir da aprovaçãosão computadas, exclusivamente, as matrículas efetivas retiradas através do Censo Escolar realizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Texeira). 27 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 O que foi alterado nesse processo entre os dois fundos – FUNDEF e FUNDEB – é que o segundo ampliou as matrículas para toda a educação básica com fi nanciamento público, abrangendo a educação infantil, ensino fundamental, educação especial e ensino médio. Veja como os Municípios, Estados e o Distrito Federal receberão os recursos referentes aos alunos matriculados na rede: Município Estado e DF Educação Infantil e Ensino Fundamental Ensino Fundamental e Médio Segundo o Decreto Nº 10.656, de 22 de março de 2021. Estados e DF: • Arrecadar e disponibilizar recursos para distribuição. • Receber e aplicar recursos. • Oferecer relatórios, dados/informações aos CACS/FUNDEB. • Prestar contas da aplicação aos respectivos TCEs. Municípios • Receber e aplicar recursos. • Oferecer relatórios, dados/informações aos CACS/FUNDEB. • Prestar contas da aplicação. Partindo do quadro anterior, percebemos que as eventuais matrículas municipais de ensino médio, ou as matriculas efetuadas pelos estados em relação à educação infantil, não serão computadas para participar da distribuição do Fundo, uma vez que não é de responsabilidade dessa esfera. Porém fi rma a responsabilidade de ambos, Estados e Municípios, em relação ao Ensino Fundamental. O quadro a seguir demonstra como fi cou fi xada a distribuição e o acréscimo no investimento com o passar dos anos: Quadro 1- Distribuição e Acréscimo do FUNDEF Etapa/modalidade de ensino 2007 2008 A partir de 2009 Ensino Fundamental regular e especial 100% 100% 100% Educação infantil, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos 33,33% 66,66% 100% Fonte: As autoras. 28 Políticas e Gestão Educacional Utilização dos Recursos A utilização dos recursos e sua aplicação serão feitas de acordo com o art. 17, § 7º, da Lei nº 11.494/2007 e Dec. nº 6.253/2007, pelos gestores estaduais e municipais. Deve ser direcionada levando-se em consideração os respectivos âmbitos de atuação prioritária, que delimita a atuação dos Estados e Municípios em relação à educação básica. Ou seja, os Municípios devem utilizar recursos do FUNDEB sendo: Gráfi co 1 - Direcionamento para aplicação dos recursos do FUNDEB Fonte: As autoras com base Lei nº 11.494/2007. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), é o gestor do Fundeb. A participação da União na cesta de recursos do Fundo teve um incremento considerável no deste o início de 2021. O novo modelo alcançará 12% até o fi nal de 2021; em seguida, para 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; até alcançar 23% em 2026. Para se ter ideia desse alcance, está previsto, até o fi nal de março, o repasse de aproximadamente R$ 179 bilhões do Fundeb, dos quais R$ 19 bilhões se referem à complementação da União. . Utilização dos recursos do FUNDEB 100% na educação básica pública (observada a responsabilidade de atuação do ente governamental); Mínimo de 60% na remuneração dos profi ssionais do magistério em efetivo exercício na educação básica, Máximo de 40% com outras ações de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE). Utilização dos recursos do FUNDEB 100% na educação básica pública (observada a responsabilidade de atuação do ente governamental); Mínimo de 60% na remuneração dos profi ssionais do magistério em efetivo exercício na educação básica, Máximo de 40% com outras ações de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE). 29 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 São consideradas despesas de MDE as estipuladas no artigo 70 – LDB (Lei 9.394/96), entre elas podemos citar: • remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profi ssionais da educação; • aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar; Despesas não consideradas como MDE artigo 71º – LDB (Lei 9.394/96): • subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural; • programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social; • obras de infraestrutura, ainda que realizadas para benefi ciar direta ou indiretamente a rede escolar; • despesas com pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. Leia na íntegra o Decreto Nº 10.656, de 22 de Março de 2021. CAPÍTULO V DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício fi nanceiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 30 Políticas e Gestão Educacional § 1º Os recursos poderão ser aplicados pelos Estados e Municípios indistintamente entre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica nos seus respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal. § 2º Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1° do art. 6° desta Lei, poderão ser utilizados no 1° (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito adicional. Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão destinados ao pagamento da remuneração dos profi ssionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública. Parágrafo único. Para os fi ns do disposto no caput deste artigo, considera-se: I - remuneração: o total de pagamentos devidos aos profi ssionais do magistério da educação, em decorrência do efetivo exercício em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes; II - profi ssionais do magistério da educação: docentes, profi ssionais que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão, orientação educacional e coordenação pedagógica; III - efetivo exercício: atuação efetiva no desempenho das atividades de magistério previstas no inciso II deste parágrafo associada à sua regular vinculação contratual, temporária ou estatutária, com o ente governamental que o remunera, não sendo descaracterizado por eventuais afastamentos temporários previstos em lei, com ônus para o empregador, que não impliquem rompimento da relação jurídica existente. Art. 23. É vedada a utilização dos recursos dos Fundos: I - no fi nanciamento das despesas não consideradas como de manutenção e desenvolvimento da educação básica, conforme o 31 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; II - como garantia ou contrapartida de operações de crédito, internas ou externas, contraídas pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios que não se destinem ao fi nanciamento de projetos, ações ou programas considerados como ação de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica. Fonte: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/Lei/L11494.htm>. Acesso em: 20 ago. 2012. Atividade de Estudos: Pesquise nesse capítulo e responda: 1) No que pode ser gasto o maior percentualde recursos do FUNDEB? __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Figura 7 - Comparativo FUNDEF X FUNDEB Fonte: Disponível em: <http://dirleydossantos.blogspot.com/2011/06/ fi nanciamento-da-educacao-e-suas.html>. Acesso em: 30 jul. 2012. 32 Políticas e Gestão Educacional Como vimos no decorrer desse capítulo, primeiramente criou-se o FUNDEF, que era responsável pela distribuição de recursos ao ensino fundamental, em 2007 esse fundo de desenvolvimento foi ampliado e substituído, passando a ser denominado de FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação). O que mudou? Quais as alterações? É sobre isso que trataremos nesse tópico. A partir do quadro a seguir, você poderá analisar e conhecer as principais semelhanças, diferenças, veiculadas entre os dois fundos, ou seja, o FUNDEF e o sucedâneo FUNDEB, sobretudo quanto à forma direcionada pelo MEC. Quadro 2 - Comparativo FUNDEB X FUNDEF PARÂMETRO FUNDEF FUNDEB 1. Vigência 10 anos (até 2006). 14 anos (a partir da promulgação da emenda constitucional). 2. Alcance Apenas o Ensino Fundamental. Educação Infantil, Ensino Funda- mental e Médio. 3. Número de alunos atendidos 30,2 milhões (Censo Escolar de 2005). 48,1 milhões, a partir do quarto ano de vigência do fundo (Censo de 2005). 4. Fontes de recursos que compõem o fundo 15% de contribuição de estados, DF e municí- pios: • Fundo de Participação dos Estados (FPE); • Fundo de Participação dos Municípios (FPM); • Imposto sobre circula- ção de Mercadorias e Serviços • (ICMS); • Imposto sobre Produ- tos Industrializados, proporcional às expor- tações (Iplexp); • Desoneração de ex- portações (Lei Com- plementar nº 87/96); Complementação da União. Contribuição de estados, DF e municípios de: • 16,66% no primeiro ano; • 18,33% no segundo ano; • 20% a partir do terceiro ano, so- bre: Fundo de Participação dos Estados (FPE); Fundo de Partici- pação dos Municípios (FPM); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPIexp); Desoneração de Exportações (Lei Complementar nº 87/96); Contribuição de estados, DF e municípios de: • 6,66 no primeiro ano; • 13,33% no segundo ano; • 20%, a partir do terceiro ano, sobre: Imposto sobre Transmis- são Causa Mortis e Doações (ITCMD); Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); Quota-parte de 50% do Imposto Territorial Rural devida aos muni- cípios; Complementação da União. Como vimos no decorrer desse capítulo, primeiramente criou-se o FUNDEF, que era responsável pela distribuição de recursos ao ensino fundamental, em 2007 esse fundo de desenvolvimento foi ampliado e substituído, passando a ser denominado de FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação). 33 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 5. Montante de recursos R$ 35,2 bilhões (previ- são de 2006, sem com- plementação da União). Consideradas as estimativas (em valores de 2006) e a escala de implantação gradual do fundo, os montantes previstos de recursos (contribuição de Estados, DF e municípios, sem complementação • da União), seriam: • R$ 41,1 bilhões no primeiro ano; • R$ 45,9 bilhões no segundo ano; • R$ 50,7 bilhões no terceiro ano. 6. Complementa- ção da União ao fundo R$ 313,7 milhões (valor previsto para 2006 pela Portaria MF nº 40, de 3/3/2006) Não há defi nição, na Constituição, de parâ- metro que assegure o montante de recursos da União para o fundo. Consideradas as estimativas, em valores de 2006: • R$ 2 bilhões no primeiro ano; • R$ 3 bilhões no segundo ano; • R$ 4,50 bilhões no terceiro ano; • 10% do montante resultante da contribuição dos estados e muni- cípios a partir do quarto ano; • Valores reajustáveis com base no índice ofi cial da infl ação; • Esses valores oneram os 18% da receita de impostos da União vinculada à educação, por força do art. 212 da Constituição, em até 30% do valor da complemen- tação; • Não poderão ser utilizados recursos do salário-educação (a contribuição do salário-educação será estendida a toda educação básica pública); • Até 10%, poderá ser distribuída aos fundos por meio de progra- mas direcionados à melhoria da qualidade da educação. 7. Total geral de recursos do fundo R$ 35,5 bilhões previs-tos para 2006. Previsões (em valores de 2006): • R$ 43,1 bilhões no primeiro ano; • R$ 48,9 bilhões no segundo ano; • R$ 55,2 bilhões no terceiro ano. 34 Políticas e Gestão Educacional 8. Distribuição dos recursos Com base no número de alunos do ensino fundamental regular e especial, de acordo com dados do Censo Escolar do ano anterior. Com base no número de alunos da educação básica (creche, pré- -escolar, fundamental e médio), de acordo com dados do Censo Escolar do ano anterior, observa- da a escala de inclusão: • Alunos do ensino fundamental regular e especial: 100%, a partir do primeiro ano; • Alunos da educação infantil, ensino médio e EJA: 33,33% no primeiro ano; 66,66% no segun- do e 100% a partir do terceiro. 9. Utilização dos recursos Mínimo de 60% para remuneração dos profi ssionais do magis- tério do ensino funda- mental. O restante dos recursos, em outras despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público. • Mínimo de 60% para remunera- ção dos profi ssionais do magis- tério da educação básica. • O restante dos recursos em outras despesas de manutenção e desenvolvimento da educação básica pública. 10. Valor mínimo nacional por aluno ao ano (detalha- mento a ser defi nido na regulamentação da PEC) Fixado anualmente, com as diferenciações: Até 2004: • 1ª à 4ª série; • 5ª à 8ª série e educa- ção especial. • A partir de 2005: • Séries iniciais urbanas; • Séries iniciais rurais; • Quatro séries fi nais urbanas; • Quatro séries fi nais rurais e educação especial. Fixado anualmente com diferenciações previstas para: • educação infantil (até três anos); • educação infantil (pré-escola); • séries iniciais urbanas; • séries iniciais rurais; • quatro séries fi nais urbanas; • quatro séries fi nais rurais; • ensino médio urbano; • ensino médio rural; • ensino médio profi ssionalizante; • educação de jovens e adultos; • Educação de jovens e adultos in- tegrada à educação profi ssional; • educação especial; • educação indígena e de • quilombolas. 35 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 11. Salário-educa- ção Vinculado ao ensino fundamental. Parte da quota federal é utilizada no custeio da complementação da União ao Fundef, permi- tida até o limite de 20% do valor da complementação. Vinculado à educação básica. Não pode ser utilizado para fi ns de custeio da complementação da União ao Fundeb. Fonte: Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/areas/infancia/ arquivos/cartilhafundeb.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2012. Atividade de Estudos: 1) Após analisar a tabela, destaque quais as principais fontes de recursos do FUNDEB. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ Notamos, portanto, que a legislação do FUNDEB se benefi ciou da experiência do FUNDEF. Manteve alguns de seus aspectos (como utilização dos recursos para salário dos professores) e inovou em outros. Podemos perceber um avanço considerável do segundo fundo em relação ao primeiro, conforme destacado no quadro anterior. Entre os avanços podemos citar que o primeiro se restringia ao ensino do ensino fundamental, já o segundo abarca toda a educação básica. Porém, Saviani (2007, p. 93) destaca que: É forçoso reconhecer que se trata de um fundo de natureza contábil que não chega a resolver o problema do fi nanciamento da educação. Na verdade, os valores indicados no quadro, se efetivamente aplicados, melhorariam sensivelmente o fi nanciamento da educação comparativamente à situação atual. Mas não teriam força para alterar o status quo vigente. 36 Políticas e Gestão Educacional Atividade de Estudos: 1) Na sua opinião, por que os recursos do FUNDEB não dão conta de oferecer uma educação de qualidade? __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Algumas Considerações O propósito do p rimeiro capítulo foi abordar questões inerentes ao fi nanciamento da educação básica no Brasil, dentre as quais a legislação, a origem dos recursos e a distribuição. Desse modo, julgamos pertinente inserir parte do Decreto Nº 10.656, de 22 de março de 2021, Regulamenta a Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação. Nessa perspectiva, enfatizamos que a supracitada Lei, em seus capítulos I ao V, trata das disposições gerais, da composição fi nanceira, da distribuição dos recursos, da transferência e da gestão dos recursos e da utilização dos recursos, respectivamente. Lembrando a você, caro pós-graduando, que no próximo capítulo abordaremos questões ligadas às verbas para educação, bem como salário- educação e por fi m discutiremos a Lei 11.738/08, ou seja, a Lei que trata do piso nacional dos profi ssionais do magistério e o cumprimento da jornada de trabalho. Esperamos por você! 37 A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 ReferÊncias BRASIL. Decreto n. 2.264, de 27 de junho de 1997. Regulamenta a Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, no âmbito federal, e dá outras providências. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 28 jun. 1997. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. _____ Emenda Constitucional n. 53, de 20 de dezembro de 2006. Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 9 mar. 2006. Disponível em: <http://www. mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. _____ Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta a Emenda Constitucional nº 53/2006, de 20 de dezembro de 2006. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 21 jun. 2007b. Disponível em: <http://www.mec. gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. _____ Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. _____ Lei n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 26 dez. 1996a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. _____ Medida Provisória n. 339, de 28 de dezembro de 2006. Regulamenta o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e dá outras providências. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 29 dez. 2006a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul.2012. _____ Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Básica. Defi nição, composição, caracterização e vigência do Fundeb. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/>. Acesso em: 30 jul. 2012. CIEGLINSKI, Amanda. In. Revista Carta Capital na Escola, São Paulo, p. 14. Jul. 2012. EDNIR, Madza; BASSI, Marcos. Bicho de Sete Cabeças: para entender o fi nanciamento da educação brasileira. São Paulo: Ed. Peirópolis, 2009. 38 Políticas e Gestão Educacional INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA — INEP. Gasto público em educação. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007. Disponível em: <http:// www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA — INEP. Índice de desenvolvimento da educação básica. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. SAVIANI Dermeval. Da nova LDB ao Fundeb: por uma outra política educacional. São Paulo: Ed. Autores Associados, 2012. CAPÍTULO 2 Valorização dos Profissionais da Educação A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Analisar o papel do fi nanciamento da educação na garantia do direito à educação para todos. Compreender a estrutura e as bases do fi nanciamento da educação brasileira. Identifi car as ações políticas, administrativas e fi nanceirasda gestão pública e sua repercursão no processo educacional brasileiro. 40 Políticas e Gestão Educacional 41 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 ConteXtualização Caro pós-graduando, conforme abordamos no capítulo anterior, por ser a educação um direito de todos, existem dispositivos legais que asseguram meios e recursos no seu desenvolvimento e manutenção. O governo, regime de colaboração entre os entes federados, desenvolve programas com o intuito de garantir o acesso, a permanência e a qualidade, bem como lança mão de políticas públicas centradas na captação de recursos fi nanceiros para o fi nanciamento da educação básica. Lembre-se de que no capítulo 1 foi abordada a Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, desde sua origem, implantação e distribuição das receitas, ou seja, os pontos principais de Emenda Constitucional 53, de 2006, que instituiu o FUNDEB- Fundo e Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação - em substituição ao FUNDEF. Além disso, a Lei do FUNDEB também faz menção ao Piso salarial nacional para o magistério da rede pública e estende o Salário-Educação para toda a educação básica pública. Tratam-se, portanto, de fontes adicionais de fi nanciamento, que benefi ciam todos os segmentos da educação básica; da creche ao ensino médio, inclusive o ensino de jovens e adultos e a educação especial, assunto de que trataremos neste capítulo, bem como questões referentes às verbas para educação Federal, Estadual e Municipal. Para saber mais sobre o assunto, pesquise em: DOURADO,Luiz Fernandes et. al. Conselho Escolar e o fi nanciamento da educação no Brasil. Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2006. Também disponível em: www. portal.mec. gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad 7.pdf 42 Políticas e Gestão Educacional O dinheiro que fi nancia a Educação deriva de duas fontes principais. A primeira, responsável por cerca de 20% do total, é o Salário-Educação, uma contribuição social feita pelas empresas ao governo com valor correspondente a 2,5% da folha de pagamento anual. A segunda, que soma 80%, deriva dos impostos, que são convertidos em orçamento municipal, estadual ou federal. No caso brasileiro, de cada 100 (cem) reais vestidos em políticas sociais, 16 (dezesseis) vão para a Educação. Contudo, estão isentos dessa contribuição a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, autarquias, fundações, instituições públicas, escolas comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, organizações hospitalares e de assistência social. Tais recursos fazem menção à Emenda Constitucional 59, de 11 de novembro 2009, que, além de ampliar a faixa etária de obrigatoriedade da educação básica brasileira, estabeleceu o fi m gradativo da DRU - Desvinculação das Receitas da União, em que os recursos enfatizam o compromisso da União para com a Educação, conforme previsto no texto original da Constituição Federal de 1988, a partir de 2011. Entendendo a DesVinculação das Receitas da União – DRU A DRU estipula que 20% das receitas da União do país fi cam desvinculadas das destinações fi xadas na Constituição, ou seja, essas contribuições sociais não precisam ser gastas nas áreas de saúde, assistência social ou previdência social, mas somente na Educação. A partir do ano de 1994, com a estabilização da economia, o governo federal instituiu o Fundo Social de Emergência (FSE) e, em 1996, aprovou o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Esses mecanismos permitiam ao governo destinar certo percentual arrecadado para gastos de acordo com os seus próprios interesses, e não para o qual aquele determinado imposto era arrecadado. Isso porque existem diversos tipos de gastos que são quase impossíveis de serem diminuídos, tais como os gastos com pessoal, da previdência social, dos juros da dívida pública etc. Em razão disso, em 2000 foi aprovada a Desvinculação de Recursos da União (DRU), com o objetivo de aumentar a fl exibilidade para que o governo pudesse dispor de recursos do orçamento para despesas de maior prioridade e permitir a geração de superávit nas contas, elemento fundamental para controlar a infl ação. A DRU estipula que 20% das receitas da União do país fi cam desvinculadas das destinações fi xadas na Constituição, ou seja, essas contribuições sociais não precisam ser gastas nas áreas de saúde, assistência social ou previdência social, mas, somente na Educação. 43 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 Posteriormente, a DRU foi prorrogada em 2003 e em 2007 e, a princípio, com vigência até 2011. Todavia, com o intuito de manter a governabilidade, o Executivo Federal editou a PEC Proposta de Emenda à Constituição nº 61, propondo nova prorrogação da DRU, que mantinha o fi m da desvinculação desses recursos, em consonância com a EC nº 59, de 2009, cujo mecanismo maneja livremente até 20% da arrecadação tributária brasileira. Há que se ressaltar que a DRU pretendia adequar de forma mais efi ciente as alocações dos recursos do governo, permitindo gastos, conforme a sua conveniência, de 20% da sua receita. Entretanto, excluiu receitas referentes ao Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Impostos sobre Propriedade Rural (IPTR) e Impostos sobre Operações Financeiras (IOF), receitas estas que estavam vinculadas à Declaração Simplifi cada de Exportação (DSE) e ao Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Atividade de Estudos: 1) Elabore um conceito sobre a Desvinculação de Recursos da União (DRU) e sua aplicabilidade. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ É preciso que compreendamos que a Desvinculação de Recursos da União (DRU) ocorreu em algumas regras estipuladas pela Constituição de 1988. A primeira se refere à divisão do orçamento do Governo Federal em duas partes: o orçamento fi scal, que contém seus próprios gastos, e o orçamento da seguridade social, que envolve as atividades do governo nas áreas de saúde, assistência social e previdência social. Ambas explicitam uma manobra de governabilidade: ainda que aumentasse a arrecadação, para promover uma redução do défi cit público e pagamento da dívida pública, através dos impostos, parte da receita arrecadada seria dividida 44 Políticas e Gestão Educacional com estados e municípios, restando em torno de 50% da receita adicional nos cofres da União. Na época, foi utilizado o argumento de que, segundo Ednir e Bassi, era “ [...] preciso sanear as fi nanças da Fazenda Púbica Federal [...] e estabilizar a economia” (2009, p. 48). Além disso, se o governo elevasse as contribuições sociais, estas deveriam ser direcionadas para os gastos com saúde, assistência social e previdência, não havendo a possibilidade de utilizar a nova receita para o pagamento da dívida pública. Nessa perspectiva, a Constituição, além de dividir o orçamento em duas partes, também estipulou tributos para cada um dos orçamentos, sendo que: • Para o orçamento fi scal são destinados os impostos que incidem sobre a renda (IRTF), os produtos industrializados, a exportação e importação, as taxas e as contribuições econômicas. • Para a seguridade social foram reservadas as chamadas “contribuições sociais”, os tributos que incidem, especialmente, sobre a folha de pagamento das empresas, o lucro, o faturamento ou a receita, dentre estas a COFINS- contribuição para o fi nanciamento da seguridade social, a CSLL – Contribuição social sobre o lucro líquido, o PIS- Programa de Integração Social , o PASEP- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público e o FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador. Consideremos então que os “impostos” recolhidos têm sua receita dividida entre as 3 (três esferas) de governo: Federal, Estadual e Municipal - o que não ocorre com as “contribuições sociais”, que não estão sujeitas à divisão. Imposto: considerado o mais importante tributo em volume arrecadado, pelo qual o governo obtém os recursos que vão custear a maioria dos serviços públicos e a própria manutenção administrativa. Contribuições Sociais: destinam-se a cobrir gastos da seguridade social, como a saúde, assistência e previdência social. Este foi o objetivo de criação da DRU, cujas receitas não são aplicadas na saúde, assistência social ou previdência social, e também não precisavam ser divididas com estados e municípios. Graças à DRU, os recursos podem ser usados para pagamento de despesas fora do orçamento da seguridade social, 45 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 como amortização da dívida pública. Conforme já mencionamos, o supracitado dispositivo está de acordo com a Emenda Constitucional nº 59, cuja redação do art. 1º, incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam a vigorar com as seguintes alterações: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistênciaà saúde.” Este artigo amplia a faixa-etária para o ensino obrigatório e gratuito, progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação. Atualmente, a lei determina dos 6 (seis) aos 15 (quinze) anos. Outro artigo faz alusão ao Plano Nacional de Educação, cujo objetivo é articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração, com diretrizes, objetivos, metas e estratégias, a fi m de assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, através de ações integradas dos poderes públicos que conduzam ao: “[...] estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. [...]. Para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição, o percentual referido no caput deste mesmo artigo será de doze e meio por cento no exercício de 2009, 5% no exercício de 2010 e nulo no exercício de 2011”. Signifi ca dizer que a Emenda Constitucional 59 excluiu da educação os efeitos da Desvinculação das Receitas da União, sendo que em 2009 este bloqueio era de 12,5%, em 2010 de 5% e foi nulo em 2011. Antes da Emenda, os recursos bloqueados representavam 20%. O fi m da DRU é uma importante conquista em favor da escola pública, mesmo que não amplie os recursos, mas num contexto geral, no que se refere ao acesso e à oferta de vagas nas escolas públicas, bem como à implementação do Piso Salarial dos profi ssionais em nível nacional. 46 Políticas e Gestão Educacional Um Pouco da HistÓria sobre o Salário - Educação Prezado pós-graduando, você sabia que o Salário-Educação foi criado em 1964 e até 2003 os seus recursos eram distribuídos em duas cotas: um terço para cota federal e dois terços da arrecadação para a cota estadual? O que é o Salário Educação? Figura 8 - Salário-Educação Fonte: Disponível em: <http://blogdbrito.blogspot.com.br/2011/12/salario- educacao-podera-ser-distribuido.htm>. Acesso em: 10 ago. 2012 A partir dos anos 90, considerando o crescimento de sua participação na oferta do ensino fundamental, os municípios passaram a reivindicar parte dos recursos do salário-educação a fi m de que fossem direcionados para as redes municipais de ensino. Nessa perspectiva, a Lei nº 9.766, de 1998, dispôs que os recursos da cota estadual fossem redistribuídos entre o governo do estado e seus municípios, de acordo com critérios a serem fi xados em lei estadual, fato que ocorreu em 2003 em 16 estados. Já a Lei nº 10.832, de 29 de dezembro de 2003, alterou alguns pontos no que se refere ao repasse aos municípios: fi xou que a cota federal e a cota estadual e municipal do salário-educação se compõem de 30% e 60%, respectivamente, em relação a 90% e não mais em relação a 100% da arrecadação. A referida Lei estabeleceu ainda que a cota estadual e municipal seja redistribuída entre o estado e seus municípios de forma proporcional ao número de alunos matriculados no ensino fundamental nas respectivas redes de ensino, em substituição aos critérios para redistribuição estabelecidos por lei estadual. 47 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 O MEC destina 10% dos chamados recursos desvinculados do Salário- Educação para o transporte escolar e para a educação de jovens e adultos e educação especial. a) O Salário-Educação O Salário Educação é uma contribuição social prevista no art. 212, § 5º, da Constituição Federal, ou seja, é uma contribuição social vinculada ao fi nanciamento de programas, projetos e ações voltados para o fi nanciamento da educação básica pública. Também pode ser aplicado na educação especial. No que se refere ao Salário-Educação, Fernando Haddad (2008, p. 10) afi rma que “ [...] graças à ação coordenada dos dirigentes da educação dos três níveis de governo – municipal, estadual e federal –, foi possível elaborar uma agenda mínima de fortalecimento da educação básica. Os avanços até aqui obtidos merecem consideração”. Trata-se, portanto, de uma fonte adicional de fi nanciamento do ensino público. Atividade de Estudos: 1) Com base no exposto, comente sobre os recursos do Salário- Educação e como podem ser aplicados: __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Veja o que diz o Decreto no que se refere à transferência dos recursos do Salário-Educação: 48 Políticas e Gestão Educacional Salário-Educação - Art. 8º- A Secretaria da Receita Previdenciária disponibilizará ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, na Conta Única do Tesouro Nacional, o valor total arrecadado a título de Salário-educação. - Art. 9º - O montante recebido na forma do art. 8° será distribuído pelo FNDE, observada, em noventa por cento de seu valor, a arrecadação realizada em cada Estado e no Distrito Federal, em quotas, da seguinte forma: I - quota federal, correspondente a um terço do montante dos recursos, será destinada ao FNDE e aplicada no fi nanciamento de programas e projetos voltados para a universalização da educação básica, de forma a propiciar a redução dos desníveis socioeducacionais existentes entre Municípios, Estados, Distrito Federal e regiões brasileiras; II - quota estadual e municipal, correspondente a dois terços do montante dos recursos, será creditada mensal e automaticamente em favor das Secretarias de Educação dos Estados, do Distrito Federal e em favor dos Municípios para fi nanciamento de programas, projetos e ações voltadas para a educação básica. § 1º - A quota estadual e municipal da contribuição social do salário- educação será integralmente redistribuída entre o Estado e seus Municípios de forma proporcional ao número de alunos matriculados na educação básica das respectivas redes de ensino no exercício anterior ao da distribuição, conforme apurado pelo censo educacional realizado pelo Ministério da Educação. § 4º- Os 10% restantes do montante da arrecadação do salário- educação serão aplicados pelo FNDE em programas, projetos e ações voltadas para a universalização da educação básica, nos termos do § 5º do Art. 212 da Constituição Federal Brasileira. Fonte: Decreto nº 6.003 de 28 de dezembro de 2006, publicado no Diário ofi cial da União em 29 de dezembro de 2006. Atividade de Estudos: 49 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 1) Sobre o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e suas atribuições, é correto afi rmar que: I - ( ) É uma autarquia federal responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC). II - ( ) O objetivo do FNDE é garantir uma educação de qualidade a todos, em especial a Educação Básica da rede pública. III - ( ) O FNDE não é parceiro dos 26 estados, dos 5.565 municípios e do Distrito Federal, ou seja, seus recursos são centralizados no MEC. IV - ( ) O fundo mantém diversos projetos e programas: Alimentação Escolar, Livro Didático, Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca da Escola, Transporte do Escolar, dentre outros. Agora assinale a alternativa correta: ( ) I, II e III estão corretas. ( ) I, II e IV estão corretas. ( ) II e III estão corretas. ( ) I e IV estão corretas. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE – Está vinculado ao Ministério da Educação e possui como objetivo o investimento
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