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Prévia do material em texto

POLÍTICAS E GESTÃO 
EDUCACIONAL 
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Eli Regina Nagel dos Santos
 Jackeline Maria Beber Possamai
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller 
Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof.ª Jociane Stolf
 
Revisão de Conteúdo: Prof.ª Maria Aparecida de Oliveira Silva
Revisão Gramatical: Prof.ª Camila Thaisa Alves Bona
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 371.2
 S237p Santos, Eli Regina Nagel dos
 Políticas e gestão educacional / Eli Regina Nagel dos Santos; 
 Jackeline Maria Beber Possamai. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 121 p. : il
 
 ISBN 978-85-7830- 662-5
 1. Administração escolar. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
Jackeline Maria Beber Possamai
Eli Regina Nagel dos Santos
Mestre em Educação pela FURB - Universidade 
Regional de Blumenau. Especialista em Gestão 
com ênfase em: Administração escolar, Orientação e 
Supervisão – DOM BOSCO e Especialista em Gestão e 
Tutoria na Educação a Distância – UNIASSELVI. Graduada 
em Pedagogia – FURB e em Letras pela UNIASSELVI. 
Atualmente é supervisora de disciplina do curso de Pedagogia 
do Núcleo de Educação a Distância do Centro Educacional 
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI e diretora pedagógica da 
Rede Municipal de Ensino de Ilhota.
Licenciada em Letras: Língua Portuguesa e 
Respectivas Literaturas, especialista em Educação 
a Distância e Mestre em Literatura. É Integradora 
de Ensino Fundamental da 35ª Gerência Regional de 
Educação, e supervisora de disciplina do curso de Letras do 
Núcleo de Educação a Distância/NEAD/ Centro Educacional 
Leonardo da Vinci /UNIASSELVI.
Regional de Blumenau. Especialista em Gestão 
com ênfase em: Administração escolar, Orientação e 
Supervisão – DOM BOSCO e Especialista em Gestão e 
Tutoria na Educação a Distância – UNIASSELVI. Graduada 
em Pedagogia – FURB e em Letras pela UNIASSELVI. 
Respectivas Literaturas, especialista em Educação 
a Distância e Mestre em Literatura. É Integradora 
de Ensino Fundamental da 35ª Gerência Regional de 
Educação, e supervisora de disciplina do curso de Letras do 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
A Legislação que Dispõe sobre o
Financiamento da Educação ..................................................9
CAPÍTULO 2
Valorização dos Profissionais da Educação ...................25
CAPÍTULO 3
Construção da Democracia na Escola ...............................51
CAPÍTULO 4
Gestão Financeira da Escola ...............................................65
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Uma meta, um objetivo, um quebra cabeça...
Caros Pós-Graduandos...
Figura 1 – Quebra-cabeça 
 
Fonte: Disponível em: <http://alessandrocristian.blogspot.com/2012/02/
o-quebra-cabeca-existencial.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
A nossa vida escolar pode ser comparada a um quebra cabeça. Cada vez 
que concluímos uma etapa de ensino, encaixamos uma peça. Iniciar o curso de 
especialização significa que estamos avançando nesse jogo, e continuando a 
questionar: onde se encaixa esta ou aquela peça? 
O mesmo acontece com os assuntos que ora abordaremos, com os quais 
podemos estabelecer relações entre a teoria e a prática, entre o conhecer e o 
fazer. Nesse caso, as peças nos conduzem a pensar a Educação como um todo.
Nessa perspectiva, convidamos você a encaixar mais uma “peça do 
jogo” e conhecer um pouco mais sobre assuntos de POLÍTICAS E GESTÃO 
EDUCACIONAL, como parte do currículo do curso de especialização. 
Ressaltamos, porém, que, embora tenhamos avançado no jogo, ele ainda 
estará incompleto, pois no campo educacional todo dia é dia de reflexão, de 
planejamento, de estudo e de aprimoramento.
Neste caderno de estudos os conteúdos foram distribuídos em quatro 
capítulos e cada qual foi dividido em tópicos e subtópicos. Em cada um, você 
encontrará as autoatividades, a fim de que possa refletir e exercitar o que 
foi estudado. No caderno, constam também leituras complementares, que 
possibilitarão a ampliação do tema.
Para tanto, no capítulo 1 abordaremos a Lei que regulamenta os recursos 
para financiamento da educação no Brasil, a exemplo do Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica - FUNDEB, sua origem, implantação e 
distribuição das receitas.
O capítulo 2 apresenta reflexões sobre as verbas para Educação Federal, 
Estadual e Municipal, o Salário-Educação e o Piso nacional salarial do magistério.
No capítulo 3, nossas discussões versarão sobre questões que envolvem a 
gestão democrática escolar, como o conselho escolar, a administração de materiais, 
pessoas e processos, o Censo e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O quatro e último capítulo trata do Fundo de Desenvolvimento da Escola 
– FDE e dos programas federais e recursos destinados às instituições públicas 
de ensino, no que se refere à captação, execução e prestação de contas do 
Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE.
Esperamos que os conteúdos abordados esclareçam questões ligadas à 
Educação Pública, especialmente no que diz respeito ao seu financiamento. Tenha 
uma leitura cuidadosa e que essa disciplina auxilie em sua prática profissional. 
Uma vez que, 
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
(Gregório de Matos, 2012).
Bons estudos! 
As autoras. 
CAPÍTULO 1
A Legislação que Dispõe sobre
o Financiamento da Educação
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Identifi car as leis que embasam a destinação dos recursos de fi nanciamento 
da educação.
 Conhecer o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – 
FUNDEB.
 Compreender aspectos que regulamentam e apresentam as origens e a dis-
tribuição das receitas do FUNDEB.
 Estabelecer diferenças entre o FUNDEB e o FUNDEF.
10
Políticas e Gestão Educacional
11
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
ConteXtualização 
Prezado Pós-graduando, com a promulgação da Constituição 
Brasileira em 1988, iniciou-se a elaboração de medidas legais que foram 
progressivamente entrando em vigor no setor educacional de maneira 
positiva, contribuindo para a melhoria na educação. A educação é um 
direito de todos e dever do Estado e da família, deve ser promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, para o exercício da cidadania e qualifi cação 
para o trabalho.
Os indicadores educacionais do país revelam que muito se avançou 
quando a Constituição enfatizou o dever do Estado nas garantias dos 
direitos do cidadão, conforme prevê o art. 205: “A educação, direito de 
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho”.
Posteriormente à promulgação da Constituição, importantes compromissos 
foram assumidos pela União em relação à Educação, dentre os quais um 
sistema educacional articulado, bem como a aprovação da Lei de Diretrizes e 
Base da Educação (LDB 9394/96), do Plano Nacional de Educação e Fundos de 
fi nanciamento, dispositivos legais para regulamentar todas asquestões relativas à 
Educação Básica no Brasil.
Atividade de Estudos: 
1) O art. 205 da Constituição Federal enfatiza o propósito da 
Educação no Brasil, em parceria entre Estado, família e 
sociedade. Sobre a educação que se deseja, destacam-se três 
pontos: desenvolvimento pessoal, cidadania e formação profi ssional 
para todos. Elabore um texto, tecendo considerações sobre esses 
três aspectos e o seu refl exo na sociedade.
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 __________________________________________________
A educação é um 
direito de todos e 
dever do Estado 
e da família, deve 
ser promovida e 
incentivada com 
a colaboração 
da sociedade, 
visando ao pleno 
desenvolvimento 
da pessoa, para 
o exercício da 
cidadania e 
qualifi cação para o 
trabalho.
12
Políticas e Gestão Educacional
O Plano Nacional de Educação - PNE
Em 9 de Janeiro de 2001, através da Lei nº 10.172, foi sancionado 
pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o 
Plano Nacional de Educação, com duração de dez anos. A partir deste 
documento, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam 
elaborar os seus planos decenais correspondentes, para compor um 
conjunto integrado e articulado quanto aos objetivos, prioridades, 
diretrizes e metas estabelecidas. Também fi cou a cargo da União a 
instituição do Sistema Nacional de Avaliação e estabelecimento dos 
mecanismos necessários ao acompanhamento das metas. 
Ao Ministério da Educação coube um importante papel de 
viabilização e de cooperação técnica e fi nanceira, para corrigir 
acentuadas diferenças regionais, elevando a qualidade geral da 
educação no País. Os diagnósticos constantes naquele plano 
apontavam fragilidades em diversos níveis e modalidades de 
ensino, na gestão, no fi nanciamento, na formação e valorização do 
magistério e dos demais trabalhadores da educação. 
Já o Plano Nacional de Educação, que passou a vigorar em 
2011 até 2020, estabelece diretrizes objetivas, metas e estratégias 
específi cas para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais, 
inclusive de inclusão social, como alunos com defi ciência, indígenas, 
quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade 
assistida. 
O PDE 2011-2020, em seus principais itens, prevê a 
Universalização e ampliação do acesso e atendimento educacionais, 
bem como o incentivo à formação inicial e continuada de professores 
e profi ssionais da educação em geral, avaliação e acompanhamento 
periódico e individualizado de todos os envolvidos na educação do 
país — estudantes, professores, profi ssionais, gestores e demais 
profi ssionais —, estímulo e expansão do estágio. 
Estabelece a ampliação do ensino de quatro a 17 anos e o 
fi nanciamento estudantil contemplando a reestruturação das redes 
físicas, equipamentos educacionais, transporte, livros, laboratórios de 
informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias.
13
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
O PNE atual enfatiza ainda a elaboração de currículos básicos 
e avançados em todos os níveis de ensino e a diversifi cação de 
conteúdos curriculares, prevendo também a correção de fl uxo e o 
combate à defasagem idade-série. Nele constam metas claras para 
o aumento da taxa de alfabetização e da escolaridade média da 
população, e determina a ampliação progressiva do investimento 
público em educação.
Fonte: Disponível em: <http://pne.mec.gov.br/>. Acesso em: 06 abr. 2022.
Com base no que prevê o PNE, especialmente no que se refere aos recursos 
fi nanceiros, o primeiro tópico deste caderno abordará a legislação que regulamenta 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB – 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profi ssionais da Educação. Também apresentaremos informações sobre 
as origens das receitas, da distribuição dos recursos do fundo que substituiu o 
FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental 
e de Valorização do Magistério – implantado em 1998, quando passou a vigorar 
a nova sistemática de redistribuição dos recursos, ou seja, a sua implantação 
consistiu na mudança da estrutura de fi nanciamento do Ensino Fundamental 
no País. O FUNDEB foi criado com o propósito de substituir o FUNDEF, sendo 
reestruturado e ampliado para vigorar até 2020.
Além disso, o então fundo introduziu novos critérios de distribuição e 
utilização dos principais impostos de Estados e Municípios, promovendo 
a sua partilha entre o Governo Estadual e seus municípios, de acordo 
com o número de alunos atendidos em cada rede de ensino. O mesmo 
foi estabelecido pela Emenda Constitucional 14/1996, que vigorou 
durante 10 anos, até 2006.
O FUNDEB 
foi criado com 
o propósito 
de substituir o 
FUNDEF, sendo 
reestruturado e 
ampliado para 
vigorar até 2020.
14
Políticas e Gestão Educacional
O que É o Fundeb?
Figura 2 - FUNDEB
Fonte: Disponível em: <http://adustina.net/noticias/fundeb-
divulgado-os-valores-depositados-nas-contas-de-adustina-
e-municipios-da-regiao>. Acesso em: 05 ago. 2012.
Conforme prevê a Constituição Federal (1988), um dos desafi os no contexto 
da política de inclusão social constitui a ampla distribuição de recursos vinculados 
à educação e que, por sua vez, norteiam as políticas públicas com vistas ao 
desenvolvimento e manutenção do ensino público. Mas você sabe o que são 
políticas públicas?
Políticas públicas podem ser defi nidas como um conjunto de ações do governo 
que irão produzir efeitos específi cos (LYNN 1980). Nesse caso, estamos falando 
de políticas públicas destinadas à Educação, cujas medidas do Estado garantem 
recursos que contribuem para a o desenvolvimento da Educação, com legislação 
que normatiza, traz a obrigatoriedade do ensino e combate o analfabetismo. 
Evidencia-se o aprofundamento da intervenção desses organismos 
governamentais, a exemplo do Ministério da Educação, nessas 
políticas. A Educação no país conta com a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB 9394/2006), que preconiza ações em favor 
da sua qualidade, e o Plano Nacional de Educação – PNE, conforme 
já mencionamos, estabelece metas para o ensino. Políticas públicas 
destinadas à Educação são medidas do Estado que garantem recursos 
que contribuem para a o desenvolvimento da Educação.
Mas, contudo, foram necessários outros dispositivos legais que garantissem 
o fi nanciamento da Educação Básica, a exemplo do FUNDEB, com a abrangência 
sobre o Ensino Médio e Educação Infantil, para impulsionar a descentralizar 
os recursos. Essas medidas de ordem legal defi niram também o regime de 
colaboração e parceria entre a União, os Estados e Municípios. No dizer de 
Políticas públicas 
destinadas à 
Educação são 
medidas do Estado 
que garantem 
recursos que 
contribuem para a o 
desenvolvimento da 
Educação.
15
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
Demerval Saviani (2007, p. 02), “as referidas medidas regulamentadoras 
confi guram aquilo que se poderia denominar legislação complementar à LDB, já 
que, no geral, elas se expressam através de mecanismos legais, formalmente 
denominados leis ou decretos”. Na essência dessa proposta, estão novas formas 
de gestão da esfera pública, com o intuito de satisfazer as necessidades básicas 
de aprendizagem e da promoção da equidade do ensino, bem como a gestão e 
fi nanciamento da educação básica. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB 
9394/96 – é a legislação que regulamenta o sistema educacional 
público e privado do Brasil, desde a educação básica ao ensino 
superior. Na história do Brasil, essa é a segunda vez que a educaçãoconta com esse tipo de lei, que regulamenta todos os seus níveis. A 
primeira foi promulgada em 1961 (LDB 4024/61).
A LDB 9394/96 reafi rma o direito à educação, garantido pela 
Constituição Federal, e estabelece os princípios da educação e os 
deveres do Estado em relação à educação escolar pública, defi nindo 
as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
• Educação infantil - atende crianças de 04 à 05 anos;
• Ensino Fundamental - atende estudantes de 06 à 14 anos;
• Ensino Médio - atende estudantes de 15 anos à 17 anos;
• Educação Básica do Campo - a educação para a população rural está prevista 
com adequações necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada 
região, defi nindo-se orientações para três aspectos essenciais à organização 
da ação pedagógica: conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às 
reais necessidades e interesses dos estudantes da zona rural, organização 
escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo 
agrícola e às condições climáticas e, ainda, adequação à natureza do trabalho 
na zona rural;
16
Políticas e Gestão Educacional
• Educação Escolar Quilombola – A Educação Escolar Quilombola é 
desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, 
requerendo pedagogia própria em respeito à especifi cidade étnico-cultural de 
cada comunidade e formação específi ca de seu quadro docente, observados 
os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que 
orientam a Educação Básica brasileira;
Além dessas determinações, a LDB 9394/96 aborda temas como os recursos 
fi nanceiros e a formação dos profi ssionais da educação.
Atividade de Estudos: 
1) Com base no conteúdo apresentado, pesquise e aponte a 
responsabilidade de cada esfera em relação à educação.
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17
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
Figura 4 – Aluno estudando
Fonte: Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-
publica/lei-diretrizes-bases-349321.shtml>. Acesso em: 08 ago. 2012.
Antes da abordagem do FUNDEB propriamente dito, é preciso esclarecer 
o conceito de Educação Básica, que no Brasil compreende a Educação Infantil, 
o Ensino Fundamental e Médio, e tem duração ideal de dezoito anos. É durante 
esse período de vida escolar que o sujeito deveria apropriar-se dos conhecimentos 
mínimos necessários para uma cidadania completa. Serve também para tomada 
de consciência sobre si mesmo em relação ao meio em que está inserido e 
sobre o futuro profi ssional. No Brasil, a educação básica encontra-se dividida nas 
seguintes etapas:
• Educação Infantil: Creche (0 a 3 anos) e Pré-escola (4 a 5 anos).
• Ensino Fundamental: Anos Iniciais (1º ano ao 5º) ano e Anos Finais (6º ano ao 
9º ano).
• Ensino Médio: 1ª a 3ª série.
Para fi nanciar a Educação Básica, o Ministério da Educação vinculou ao 
Estado à criação de recursos para todos os níveis, com igualdade e qualidade. 
Além da vinculação existe a subvinculação. Isso signifi ca que, 
da porcentagem obrigatoriamente destinada à manutenção e 
ao desenvolvimento do ensino, outras porcentagens devem 
ser obrigatoriamente extraídas, para serem usadas em 
aspectos específi cos e considerados prioritários dessa área 
mais ampla, que, por sua vez, é uma parte do campo maior da 
educação (EDNIR; BASSI, 2009, p. 95).
Atente, caro(a) estudante, para o fato de que os autores citam as 
expressões vinculação e subvinculação. A primeira se refere às receitas 
dos impostos arrecadados e transferidos aos Estados e Municípios que são 
atrelados à Educação. A segunda, por sua vez, conforme E.C. nº 53/2006, 
“amarra” e amplia a destinação dos recursos à Educação Básica. A vinculação 
18
Políticas e Gestão Educacional
dos impostos arrecadados obriga a transferência dos recursos 
destinados aos Estados e Municípios à Educação Básica. Já a 
subvinculação atrela e amplia a sua destinação.
Basicamente, a criação do FUNDEB tem por objetivo fi nanciar o 
atendimento dos alunos distribuídos por toda a educação básica, em 
todas as redes de ensino, aliado ao princípio da equidade, ou seja, é 
preciso dar condições que assegurem não apenas o acesso, mas a 
permanência e aprendizagem das crianças, dos jovens e dos adultos 
não escolarizados, independentemente de raça, etnia, região, localização geográfi ca 
ou condição fi nanceira em que se encontram. Daí dizer que Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da 
Educação é de natureza fi nanceira e de âmbito estadual, dividido por todos os 
estados e o Distrito Federal, num total de vinte e sete, formado basicamente por 
recursos provenientes dos impostos e transferências, vinculados à Educação 
Básica, desde a creche até o ensino médio. Segundo Ednir e Bassi (2009, p. 94), 
a União tem necessariamente de usar 18% da receita de 
impostos nas despesas com ensino público. E os governos 
estaduais e municipais não podem usar menos que 25% 
da receita de impostos que são vinculados à manutenção 
e desenvolvimento do ensino, para fi nanciar esse aspecto 
escolar. 
Com base no exposto, o fundo distribui os recursos, levando em consideração 
o desenvolvimento social e econômico das regiões. O acompanhamento e o 
controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos 
do programa são feitos em escalas federal, estadual e municipal por conselhos 
criados especifi camente para esse fi m, assunto de que trataremos adiante.
Atividade de Estudos: 
1) Qual a principal função do FUNDEB?
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 __________________________________________________
A vinculação 
dos impostos 
arrecadados obriga 
a transferência dos 
recursos destinados 
aos Estados e 
Municípios à 
Educação Básica. 
Já a subvinculação 
atrela e amplia a sua 
destinação.
19
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
A qual a Lei que Regulamenta o 
FUNDEB?
Atualmente, a Educação Brasileira conta com o FUNDEB, instituído pela EC 
53, em 19 de dezembro de 2006, que modifi cou a redação ao art. 60 – que se 
refere ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ao citar que 
até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta 
Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere 
o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção 
e desenvolvimento da educação básica e à remuneração 
condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as 
seguintes disposições (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988).
É certo dizer, então, que a EC 53 estabelece que Estados, Distrito Federal 
e Municípios destinarão parte dos recursos à manutenção e desenvolvimento da 
educação básica e à remuneraçãojusta a quem trabalha na educação. 
A implantação do FUNDEB começou em 1º de janeiro de 2007, sendo 
plenamente concluída em 2009. Isso foi possível porque o total de alunos 
matriculados na rede pública passou a ser considerado na distribuição dos 
recursos. A Lei n° 11.494 de 2007 foi atualizada em 25 de dezembro de 2020 
passando a ser regulamentada pela Lei n° 14.113. Em 2021 a Lei foi atualizada 
pelo DECRETO Nº 10.656, DE 22 DE MARÇO DE 2021.
No entanto, há que se considerar que foi a Medida Provisória de n° 339/06 
que garantiu a execução da E.C. 53, no que se refere aos dispositivos do fundo. 
Nesse sentido, Ednir e Rossi (2009, p. 111) fazem algumas considerações acerca 
da regulamentação do FUNDEB, ao afi rmarem que:
a Emenda Constitucional 53 remeteu para lei específi ca a 
regulamentação do Fundeb, cuja competência de elaboração 
é do Poder Legislativo. Somente desse modo o novo 
mecanismo poderia entrar em vigor. Para colocar o Fundeb 
em funcionamento em 2007, uma vez que o novo fundo só 
poderia funcionar se a lei regulamentadora fosse aprovada no 
ano anterior ao da vigência, o Poder Executivo utilizou-se de 
dispositivo constitucional que lhe permite legislar em situações 
de “relevância e urgência” (artigo 62 da Constituição Federal 
de 1988) e emitiu a Medida Provisória nº 339 (MP 339), em 
28 de dezembro de 2006. Ao fazer isso, contudo, o governo 
interrompeu, contraditoriamente, o processo de discussões, 
críticas e manifestações e participação da sociedade civil no 
desenho fi nal do novo modelo de fi nanciamento da educação. 
Desse modo, a MP 339 colocou em funcionamento o Fundeb 
a partir de 1º de janeiro de 2007. Mesmo que seja iniciativa 
do Poder Executivo, a MP 339, como qualquer proposta de 
legislação, teve de ser submetida ao Congresso Nacional. 
20
Políticas e Gestão Educacional
O curto prazo de tramitação deixou poucas possibilidades 
de participação da sociedade, mas alguns dispositivos 
foram alterados e outros, introduzidos. Por fi m, a MP 339 foi 
convertida na Lei nº 11.494 e sancionada pelo presidente da 
República somente em 20 de junho de 2007. A regulamentação 
determina que os recursos recolhidos pelo Fundeb benefi ciem 
todas as etapas e modalidades da educação básica. 
No dizer dos autores, com a edição da medida provisória, o governo federal 
interrompeu as discussões sobre a criação do FUNDEB de maneira mais participativa 
da sociedade, devido à urgência de se colocar em ação as propostas contidas no 
documento. Mas as alterações introduzidas por essa emenda, basicamente, são: 
• A subvinculação dos recursos a que se refere o art. 212 da Constituição 
Federal, através do artigo 23 desta emenda, estabelece que as receitas 
dos impostos e transferências e sua utilização sejam ampliadas para toda a 
educação básica. Os municípios recebem os recursos com base no número 
de alunos da educação infantil e do ensino fundamental, e os estados, com 
base nos alunos do ensino fundamental e médio. A mudança se constitui pela 
diversidade de temas tratados no referido artigo, também para explicitar que 
suas regulamentações podem ser objeto de diversas leis complementares, e 
não somente uma, como indicava a redação anterior.
• A obrigatoriedade de oferecer educação infantil em creches e pré-
escolas às crianças de até cinco anos está preconizada no art. 208, 
IV, com nova redação. A modifi cação tem como objetivo dar suporte 
constitucional à inclusão das crianças de 6 (seis) anos no ensino 
fundamental obrigatório, que passou a ter duração de 9 (nove) anos 
com a edição da supracitada lei, a ser implantada até o ano de 2010. 
A Lei nº 11.274/06 promoveu o aumento de oito para nove anos na 
duração do ensino fundamental obrigatório, ou seja, a criança deve 
ser matriculada aos seis anos de idade na educação básica.
• A nova emenda substituiu a expressão “profi ssionais do ensino” por 
“profi ssionais da educação escolar”. Com isso ampliou o sentido de valorização, 
tratada em três dispositivos constitucionais. As garantias constitucionais antes 
restritas à categoria do magistério público – planos de carreira, piso salarial 
e ingresso exclusivo por concurso público de provas e títulos – agora dizem
respeito a todos os profi ssionais da educação pública. Trata-se de uma 
importante conquista, visando reduzir as desigualdades regionais através do 
inciso VIII, que assegura o caráter “nacional” do piso salarial. 
A Lei nº 11.274/06 
promoveu o aumento 
de oito para nove 
anos na duração do 
ensino fundamental 
obrigatório, ou seja, 
a criança deve ser 
matriculada aos seis 
anos de idade na 
educação básica.
21
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
Ainda nessa perspectiva, o inciso III remete à lei federal a regulamentação 
das categorias profi ssionais que atuam na educação, a defi nição dos valores de 
seus pisos salariais e de seus respectivos planos de carreira, sendo estes: os 
incisos do art. 208 da CF/88, que tratam do dever do Estado com a educação 
básica; o Plano Nacional de Educação – Lei n° 10.172/2001, que estabelece 
diretrizes e metas a serem cumpridas até 2011 – quinto ano de vigência do novo 
Fundo; Fundo com cada uma dessas etapas e modalidades.
60% dos recursos do fundo são empregados em remuneração, de acordo 
com o piso salarial profi ssional nacional para os profi ssionais do magistério 
público da educação básica, ou seja, houve a preocupação em se estabelecer no 
próprio texto da Emenda os valores mínimos de complementação da União. 
Desse modo, fi ca evidente que o FUNDEB e as demais políticas públicas 
educacionais devem assegurar não somente o acesso, mas a melhoria da qualidade 
da educação básica. O dever de defi nir um padrão mínimo nacional de qualidade, 
a ser garantido a todos, passa a ter aplicabilidade imediata, cabendo à União essa 
obrigação, a ser exercida em colaboração com os demais entes federados. 
Assim como os recursos serão implementados gradativamente, também 
as matrículas da educação infantil, do ensino fundamental e da educação de 
jovens e adultos serão contabilizadas gradativamente, incluindo-se todas as 
matrículas somente a partir do terceiro ano, quando toda a receita de impostos de 
Estados, Municípios e Distrito Federal prevista no inciso II do art.60, ADCT, estará 
subvinculada ao FUNDEB em 20%. 
Figura 5 - Educação
Fonte: Disponível em: <http://www.grupodonadoni.com.
br/educacao.html>. Acesso em: 07 ago. 2012.
22
Políticas e Gestão Educacional
Dito de outro modo, o FUNDEB pretende promover a valorização dos 
profi ssionais da educação, assegurando-lhes inclusive nos termos dos 
estatutos e dos planos de carreira do magistério público. O ingresso no 
magistério deve ser exclusivamente por concurso público de provas e títulos. 
Outro item determina que se estabeleça o aperfeiçoamento profi ssional 
continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse 
fi m, além da instituição de um piso salarial profi ssional. No que se refere ao 
progresso funcional, este deve estar baseado na titulação ou habilitação e na 
avaliação do desempenho. E, por último, o profi ssional da educação deve ter 
um período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluídos na carga 
de trabalho. 
A aplicação desses recursos pelos gestores estaduais e municipais deve 
ser direcionada, considerando a responsabilidade constitucional que delimita a 
atuação dos estados e municípios. No caso do Distrito Federal, a regra adotada, 
tanto para a distribuição quanto para a aplicação dos recursos, é adaptada à 
especifi cidade prevista no Parágrafo Único, art. 10 da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação – LDB.
Além desses recursos, ainda compõe o FUNDEB, a título de 
complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de 
cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo defi nido nacionalmente. 
Independentemente da origem, todo o recurso gerado é redistribuído para 
aplicação exclusiva na educação básica.O FUNDEB como mecanismo se fez necessário para que todas as etapas 
e as modalidades desse nível de ensino, e os entes governamentais que as 
oferecem à sociedade, possam contar com recursos fi nanceiros com base no 
número de alunos matriculados, concorrendo, dessa forma, para a ampliação do 
atendimento e a melhoria qualitativa do ensino oferecido.
Ainda que o Ministério da Educação tenha traçado metas para a erradicação 
do analfabetismo através dos vários dispositivos legais, sabemos que esta 
questão ainda constitui fragilidades, no sentido de que o país não conseguiu 
atingir essa meta na totalidade.
Para complementar o conteúdo abordado, apresentamos um 
texto que traz informações e refl exões acerca do número de pessoas 
alfabetizadas no Brasil.
23
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
Menos de 30% dos brasileiros são 
plenamente alfabetizados, diz pesquisa
Brasília – Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo 
podem ser consideradas plenamente alfabetizadas no Brasil e 38% 
da população com formação superior têm nível insufi ciente em leitura 
e escrita. É o que apontam os resultados do Indicador do Alfabetismo 
Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo 
Montenegro e a ONG Ação Educativa.
A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas 
e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de 
textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura 
e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro 
grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados 
em nível básico e plenamente alfabetizados.
Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 
26% da população pode ser considerada plenamente alfabetizada – 
mesmo patamar verifi cado em 2001, quando o indicador foi calculado 
pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 
27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de 
alfabetização básico.
“Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, 
principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu 
progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades 
que são hoje imprescindíveis para a inserção plena na sociedade 
letrada”, aponta o relatório.
O estudo também indica que há uma relação entre o nível de 
alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, 
a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na 
população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% 
são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre 
as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem 
o nível pleno de alfabetização.
De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao 
sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos 
para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, 
apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos 
anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora 
24
Políticas e Gestão Educacional
signifi cativa nos níveis gerais de alfabetização da população. “O 
esforço despendido pelos governos e população de se manter por 
mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta 
nos ganhos de aprendizagem esperados. Novos estratos sociais 
chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente 
não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis 
mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível 
de ensino era mais elitizado. A busca de uma nova qualidade para a 
educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve 
ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento 
para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem”, 
resume o relatório.
A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas 
as regiões do país.
Os quatro níveis de alfabetização identifi cados pelo Inaf 
2011-2012 são: analfabetos (não conseguem realizar tarefas 
simples que envolvem leitura ainda que uma parcela consiga ler 
números familiares), alfabetizados em nível rudimentar (localizam 
uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem 
números usuais e realizam operações simples, como manusear 
dinheiro). Há também os alfabetizados em nível básico, que leem 
e compreendem textos de média extensão, localizam informações 
mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos 
milhões e resolvem problemas envolvendo uma sequência simples 
de operações. Por fi m, os alfabetizados em nível pleno, que leem 
textos longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e 
avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências 
e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento 
e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, 
além de interpretar tabelas, mapas e gráfi cos.
Fonte: Cieglinski (2012, p. 14). 
25
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) O conteúdo abordado faz menção ao fi nanciamento para 
manutenção da educação básica e cita os baixos resultados no 
que se refere às habilidades imprescindíveis para a inserção 
plena na sociedade letrada. Escreva um texto, expondo sua 
opinião a respeito dessa questão.
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A Distribuição dos Recursos do 
Fundeb
Como é feita a distribuição dos recursos do FUNDEB?
Figura 6 - Dinheiro
Fonte: Disponível em: <http://dicorpo.wordpress.com/2011/12/22/
cuide-melhor-do-seu-dinheiro/>. Acesso em: 23 jul. 2012.
26
Políticas e Gestão Educacional
Caro Pós-graduando, você sabe quem é responsável pela 
distribuição dos recursos do FUNDEB? Como ocorre a arrecadação 
pela União e a distribuição dos recursos para os Estados e 
Municípios? É o que veremos a seguir.
A norma de distribuição dos recursos do FUNDEB continuou 
direcionada por meio do mesmo critério dos recursos do FUNDEF, 
ou seja, é pautado no número de alunos matriculados (conforme art. 
211 da Constituição Federal). Porém, ressaltando que a partir da 
aprovação são computadas, exclusivamente, as matrículas efetivas 
retiradas através do Censo Escolar realizado pelo INEP (Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Texeira), 
conforme DECRETO Nº 6.253, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007, que 
defi ne:
Art. 6º Somente serão computadas matrículas apuradas 
pelo censo escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos 
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP.
Parágrafo único. O poder executivo competente é responsável 
pela exatidão e fi dedignidade das informações prestadas ao censo 
escolar do INEP.
Art. 7º Os Ministérios da Educação e da Fazenda publicarão, 
em ato conjunto, até 31 de dezembro de cada ano, para aplicação no 
exercício seguinte:
I - a estimativa da receita total dos Fundos de cada Estado e do 
Distrito Federal, considerando-se inclusive a complementação da 
União;
II - a estimativa dos valores anuais por aluno nos Fundos de cada 
Estado e do Distrito Federal;
III - o valor mínimo nacional por aluno, estimado para os anos iniciais 
do ensino fundamental urbano; e
IV - o cronograma de repasse mensal da complementação da União.
A norma de 
distribuição dos 
recursos do 
FUNDEB continuou 
direcionada por 
meio do mesmo 
critério dos recursos 
do FUNDEF, ou 
seja, é pautado 
no número de 
alunos matriculados 
(conforme art. 211 
da Constituição 
Federal). Porém, 
ressaltando que a 
partir da aprovaçãosão computadas, 
exclusivamente, as 
matrículas efetivas 
retiradas através 
do Censo Escolar 
realizado pelo INEP 
(Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisa 
Educacionais Anísio 
Texeira).
27
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
O que foi alterado nesse processo entre os dois fundos – FUNDEF e 
FUNDEB – é que o segundo ampliou as matrículas para toda a educação básica 
com fi nanciamento público, abrangendo a educação infantil, ensino fundamental, 
educação especial e ensino médio. 
Veja como os Municípios, Estados e o Distrito Federal receberão os recursos 
referentes aos alunos matriculados na rede:
Município Estado e DF
Educação Infantil e Ensino Fundamental Ensino Fundamental e Médio
Segundo o Decreto Nº 10.656, de 22 de março de 2021.
Estados e DF:
• Arrecadar e disponibilizar recursos para distribuição.
• Receber e aplicar recursos.
• Oferecer relatórios, dados/informações aos CACS/FUNDEB.
• Prestar contas da aplicação aos respectivos TCEs.
Municípios
• Receber e aplicar recursos.
• Oferecer relatórios, dados/informações aos CACS/FUNDEB.
• Prestar contas da aplicação.
Partindo do quadro anterior, percebemos que as eventuais matrículas 
municipais de ensino médio, ou as matriculas efetuadas pelos estados em 
relação à educação infantil, não serão computadas para participar da distribuição 
do Fundo, uma vez que não é de responsabilidade dessa esfera. Porém fi rma 
a responsabilidade de ambos, Estados e Municípios, em relação ao Ensino 
Fundamental. O quadro a seguir demonstra como fi cou fi xada a distribuição e o 
acréscimo no investimento com o passar dos anos:
Quadro 1- Distribuição e Acréscimo do FUNDEF
Etapa/modalidade de ensino 2007 2008 A partir de 2009
Ensino Fundamental regular e especial 100% 100% 100%
Educação infantil, Ensino Médio e 
Educação de Jovens e Adultos 33,33% 66,66% 100%
Fonte: As autoras. 
28
Políticas e Gestão Educacional
Utilização dos Recursos
A utilização dos recursos e sua aplicação serão feitas de acordo com o art. 
17, § 7º, da Lei nº 11.494/2007 e Dec. nº 6.253/2007, pelos gestores estaduais 
e municipais. Deve ser direcionada levando-se em consideração os respectivos 
âmbitos de atuação prioritária, que delimita a atuação dos Estados e Municípios 
em relação à educação básica. Ou seja, os Municípios devem utilizar recursos do 
FUNDEB sendo:
Gráfi co 1 - Direcionamento para aplicação dos recursos do FUNDEB
Fonte: As autoras com base Lei nº 11.494/2007.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), 
vinculado ao Ministério da Educação (MEC), é o gestor do Fundeb. 
A participação da União na cesta de recursos do Fundo teve um 
incremento considerável no deste o início de 2021. O novo modelo 
alcançará 12% até o fi nal de 2021; em seguida, para 15% em 
2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; até alcançar 
23% em 2026. Para se ter ideia desse alcance, está previsto, 
até o fi nal de março, o repasse de aproximadamente R$ 179 
bilhões do Fundeb, dos quais R$ 19 bilhões se referem à 
complementação da União. . 
Utilização dos recursos do FUNDEB 100% na educação 
básica pública (observada a responsabilidade de atuação do ente 
governamental); Mínimo de 60% na remuneração dos profi ssionais do 
magistério em efetivo exercício na educação básica, Máximo de 40%
com outras ações de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE).
Utilização dos 
recursos do 
FUNDEB 100% na 
educação básica 
pública (observada 
a responsabilidade 
de atuação do ente 
governamental); 
Mínimo de 60% 
na remuneração 
dos profi ssionais 
do magistério em 
efetivo exercício na 
educação básica, 
Máximo de 40% 
com outras ações 
de Manutenção e 
Desenvolvimento do 
Ensino (MDE).
29
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
São consideradas despesas de MDE as estipuladas no artigo 
70 – LDB (Lei 9.394/96), entre elas podemos citar:
• remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e 
demais profi ssionais da educação;
• aquisição de material didático-escolar e manutenção de 
programas de transporte escolar;
Despesas não consideradas como MDE artigo 71º – LDB (Lei 
9.394/96):
• subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter 
assistencial, desportivo ou cultural;
• programas suplementares de alimentação, assistência 
médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras 
formas de assistência social; 
• obras de infraestrutura, ainda que realizadas para 
benefi ciar direta ou indiretamente a rede escolar;
• despesas com pessoal docente e demais trabalhadores da 
educação, quando em desvio de função ou em atividade 
alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Leia na íntegra o Decreto Nº 10.656, de 22 de Março de 2021.
CAPÍTULO V
DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos 
de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo 
Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício fi nanceiro em que 
lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e 
desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme 
disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
30
Políticas e Gestão Educacional
§ 1º Os recursos poderão ser aplicados pelos Estados e 
Municípios indistintamente entre etapas, modalidades e tipos 
de estabelecimento de ensino da educação básica nos seus 
respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido 
nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal.
§ 2º Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos 
Fundos, inclusive relativos à complementação da União recebidos 
nos termos do § 1° do art. 6° desta Lei, poderão ser utilizados no 
1° (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subsequente, 
mediante abertura de crédito adicional. 
Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos 
anuais totais dos Fundos serão destinados ao pagamento da 
remuneração dos profi ssionais do magistério da educação básica em 
efetivo exercício na rede pública. 
Parágrafo único. Para os fi ns do disposto no caput deste artigo, 
considera-se:
I - remuneração: o total de pagamentos devidos aos profi ssionais 
do magistério da educação, em decorrência do efetivo exercício 
em cargo, emprego ou função, integrantes da estrutura, quadro 
ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, 
conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes;
II - profi ssionais do magistério da educação: docentes, profi ssionais 
que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: 
direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, 
supervisão, orientação educacional e coordenação pedagógica;
III - efetivo exercício: atuação efetiva no desempenho das atividades 
de magistério previstas no inciso II deste parágrafo associada 
à sua regular vinculação contratual, temporária ou estatutária, 
com o ente governamental que o remunera, não sendo 
descaracterizado por eventuais afastamentos temporários 
previstos em lei, com ônus para o empregador, que não 
impliquem rompimento da relação jurídica existente. 
Art. 23. É vedada a utilização dos recursos dos Fundos:
I - no fi nanciamento das despesas não consideradas como de 
manutenção e desenvolvimento da educação básica, conforme o 
31
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
II - como garantia ou contrapartida de operações de crédito, internas 
ou externas, contraídas pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios que não se destinem ao fi nanciamento 
de projetos, ações ou programas considerados como ação de 
manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação 
básica.
Fonte: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Lei/L11494.htm>. Acesso em: 20 ago. 2012.
Atividade de Estudos: 
Pesquise nesse capítulo e responda:
1) No que pode ser gasto o maior percentualde recursos do 
FUNDEB?
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Figura 7 - Comparativo FUNDEF X FUNDEB 
Fonte: Disponível em: <http://dirleydossantos.blogspot.com/2011/06/
fi nanciamento-da-educacao-e-suas.html>. Acesso em: 30 jul. 2012.
32
Políticas e Gestão Educacional
Como vimos no decorrer desse capítulo, primeiramente criou-se o FUNDEF, 
que era responsável pela distribuição de recursos ao ensino fundamental, em 
2007 esse fundo de desenvolvimento foi ampliado e substituído, passando a ser 
denominado de FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação). O que mudou? Quais as 
alterações? É sobre isso que trataremos nesse tópico. 
A partir do quadro a seguir, você poderá analisar e conhecer as principais 
semelhanças, diferenças, veiculadas entre os dois fundos, ou seja, o FUNDEF e o 
sucedâneo FUNDEB, sobretudo quanto à forma direcionada pelo MEC. 
Quadro 2 - Comparativo FUNDEB X FUNDEF
PARÂMETRO FUNDEF FUNDEB
1. Vigência 10 anos (até 2006). 14 anos (a partir da promulgação da emenda constitucional).
2. Alcance Apenas o Ensino Fundamental.
Educação Infantil, Ensino Funda-
mental e Médio.
3. Número de
alunos atendidos
30,2 milhões 
(Censo Escolar de 
2005).
48,1 milhões, a partir do quarto 
ano de vigência do fundo 
(Censo de 2005).
4. Fontes de
recursos que
compõem o fundo
15% de contribuição de
estados, DF e municí-
pios:
• Fundo de Participação 
dos Estados (FPE);
• Fundo de Participação 
dos Municípios (FPM);
• Imposto sobre circula-
ção de Mercadorias e 
Serviços 
• (ICMS);
• Imposto sobre Produ-
tos Industrializados, 
proporcional às expor-
tações (Iplexp);
• Desoneração de ex-
portações (Lei Com-
plementar nº 87/96); 
Complementação da 
União.
Contribuição de estados, DF e
municípios de:
• 16,66% no primeiro ano;
• 18,33% no segundo ano;
• 20% a partir do terceiro ano, so-
bre: Fundo de Participação dos 
Estados (FPE); Fundo de Partici-
pação dos Municípios (FPM);
Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS);
Imposto sobre Produtos
Industrializados, proporcional às 
exportações (IPIexp);
Desoneração de Exportações (Lei 
Complementar nº 87/96);
Contribuição de estados, DF e
municípios de:
• 6,66 no primeiro ano;
• 13,33% no segundo ano;
• 20%, a partir do terceiro ano, 
sobre: Imposto sobre Transmis-
são Causa Mortis e Doações 
(ITCMD);
Imposto sobre Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA);
Quota-parte de 50% do Imposto 
Territorial Rural devida aos muni-
cípios;
Complementação da União.
Como vimos 
no decorrer 
desse capítulo, 
primeiramente 
criou-se o FUNDEF, 
que era responsável 
pela distribuição de 
recursos ao ensino 
fundamental, em 
2007 esse fundo de 
desenvolvimento 
foi ampliado 
e substituído, 
passando a ser 
denominado de 
FUNDEB (Fundo 
de Manutenção e 
Desenvolvimento da 
Educação Básica e 
de Valorização dos 
Profi ssionais da 
Educação).
33
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
5. Montante de
recursos
R$ 35,2 bilhões (previ-
são de 2006, sem com-
plementação da União).
Consideradas as estimativas (em 
valores de 2006) e a escala de 
implantação gradual do fundo, os 
montantes previstos de recursos 
(contribuição de Estados, DF e 
municípios, sem complementação
• da União), seriam:
• R$ 41,1 bilhões no primeiro ano;
• R$ 45,9 bilhões no segundo ano;
• R$ 50,7 bilhões no terceiro ano.
6. Complementa-
ção da União ao 
fundo
R$ 313,7 milhões (valor
previsto para 2006 pela
Portaria MF nº 40, de
3/3/2006)
Não há defi nição, na 
Constituição, de parâ-
metro que assegure o 
montante de recursos da 
União para o fundo.
Consideradas as estimativas, em 
valores de 2006:
• R$ 2 bilhões no primeiro ano; 
• R$ 3 bilhões no segundo ano;
• R$ 4,50 bilhões no terceiro ano;
• 10% do montante resultante da 
contribuição dos estados e muni-
cípios a partir do quarto ano;
• Valores reajustáveis com base 
no índice ofi cial da infl ação;
• Esses valores oneram os 18% 
da receita de impostos da União 
vinculada à educação, por força 
do art. 212 da Constituição, em 
até 30% do valor da complemen-
tação;
• Não poderão ser utilizados 
recursos do salário-educação (a 
contribuição do salário-educação 
será estendida a toda educação 
básica pública);
• Até 10%, poderá ser distribuída 
aos fundos por meio de progra-
mas direcionados à melhoria da 
qualidade da educação.
7. Total geral de
recursos do fundo R$ 35,5 bilhões previs-tos para 2006.
Previsões (em valores de 2006):
• R$ 43,1 bilhões no primeiro ano;
• R$ 48,9 bilhões no segundo ano;
• R$ 55,2 bilhões no terceiro ano.
34
Políticas e Gestão Educacional
8. Distribuição dos 
recursos
Com base no número de
alunos do ensino 
fundamental regular e 
especial, de acordo com 
dados do Censo Escolar 
do ano anterior.
Com base no número de alunos 
da educação básica (creche, pré-
-escolar, fundamental e médio), 
de acordo com dados do Censo 
Escolar do ano anterior, observa-
da a escala de inclusão:
• Alunos do ensino fundamental 
regular e especial: 100%, a partir 
do primeiro ano; 
• Alunos da educação infantil, 
ensino médio e EJA: 33,33% no 
primeiro ano; 66,66% no segun-
do e 100% a partir do terceiro.
9. Utilização dos
recursos
Mínimo de 60% para
remuneração dos
profi ssionais do magis-
tério do ensino funda-
mental.
O restante dos recursos, 
em outras despesas de
manutenção e
desenvolvimento do 
ensino
fundamental público.
• Mínimo de 60% para remunera-
ção dos profi ssionais do magis-
tério da educação básica.
• O restante dos recursos em 
outras despesas de manutenção 
e desenvolvimento da educação 
básica pública.
10. Valor mínimo
nacional por aluno 
ao ano (detalha-
mento a
ser defi nido na
regulamentação 
da PEC)
Fixado anualmente, com 
as diferenciações:
Até 2004:
• 1ª à 4ª série;
• 5ª à 8ª série e educa-
ção especial.
• A partir de 2005:
• Séries iniciais urbanas;
• Séries iniciais rurais;
• Quatro séries fi nais 
urbanas;
• Quatro séries fi nais 
rurais e educação 
especial.
Fixado anualmente com
diferenciações previstas para:
• educação infantil (até três anos);
• educação infantil (pré-escola);
• séries iniciais urbanas;
• séries iniciais rurais;
• quatro séries fi nais urbanas;
• quatro séries fi nais rurais;
• ensino médio urbano;
• ensino médio rural;
• ensino médio profi ssionalizante;
• educação de jovens e adultos;
• Educação de jovens e adultos in-
tegrada à educação profi ssional;
• educação especial;
• educação indígena e de
• quilombolas.
35
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
11. Salário-educa-
ção
Vinculado ao ensino
fundamental.
Parte da quota federal é
utilizada no custeio da
complementação da 
União ao Fundef, permi-
tida até o limite de 20% 
do valor da
complementação.
Vinculado à educação básica.
Não pode ser utilizado para fi ns 
de custeio da complementação da
União ao Fundeb.
Fonte: Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/areas/infancia/
arquivos/cartilhafundeb.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2012.
Atividade de Estudos: 
1) Após analisar a tabela, destaque quais as principais fontes de 
recursos do FUNDEB.
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Notamos, portanto, que a legislação do FUNDEB se benefi ciou da experiência 
do FUNDEF. Manteve alguns de seus aspectos (como utilização dos recursos 
para salário dos professores) e inovou em outros. Podemos perceber um avanço 
considerável do segundo fundo em relação ao primeiro, conforme destacado no 
quadro anterior. Entre os avanços podemos citar que o primeiro se restringia ao 
ensino do ensino fundamental, já o segundo abarca toda a educação básica. 
Porém, Saviani (2007, p. 93) destaca que:
É forçoso reconhecer que se trata de um fundo de natureza 
contábil que não chega a resolver o problema do fi nanciamento 
da educação. Na verdade, os valores indicados no quadro, 
se efetivamente aplicados, melhorariam sensivelmente o 
fi nanciamento da educação comparativamente à situação 
atual. Mas não teriam força para alterar o status quo vigente.
36
Políticas e Gestão Educacional
Atividade de Estudos: 
1) Na sua opinião, por que os recursos do FUNDEB não dão conta 
de oferecer uma educação de qualidade?
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Algumas Considerações
O propósito do p rimeiro capítulo foi abordar questões inerentes ao 
fi nanciamento da educação básica no Brasil, dentre as quais a legislação, a 
origem dos recursos e a distribuição. Desse modo, julgamos pertinente inserir 
parte do Decreto Nº 10.656, de 22 de março de 2021, Regulamenta a Lei nº 
14.113, de 25 de dezembro de 2020, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da 
Educação. Nessa perspectiva, enfatizamos que a supracitada Lei, em seus 
capítulos I ao V, trata das disposições gerais, da composição fi nanceira, da 
distribuição dos recursos, da transferência e da gestão dos recursos e da 
utilização dos recursos, respectivamente. 
Lembrando a você, caro pós-graduando, que no próximo capítulo 
abordaremos questões ligadas às verbas para educação, bem como salário-
educação e por fi m discutiremos a Lei 11.738/08, ou seja, a Lei que trata do piso 
nacional dos profi ssionais do magistério e o cumprimento da jornada de trabalho. 
Esperamos por você! 
37
A LEGISLAÇÃO QUE DISPÕE SOBRE O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO Capítulo 1 
ReferÊncias
BRASIL. Decreto n. 2.264, de 27 de junho de 1997. Regulamenta a Lei nº 
9.424, de 24 de dezembro de 1996, no âmbito federal, e dá outras providências. 
Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 28 jun. 1997. Disponível 
em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_____ Emenda Constitucional n. 53, de 20 de dezembro de 2006. Dá nova 
redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao 
art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Ofi cial da 
União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 9 mar. 2006. Disponível em: <http://www.
mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_____ Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta a Emenda 
Constitucional nº 53/2006, de 20 de dezembro de 2006. Diário Ofi cial da União, 
Poder Executivo, Brasília, D. F., 21 jun. 2007b. Disponível em: <http://www.mec.
gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_____ Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, 
D. F., 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 
2012.
_____ Lei n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do 
Magistério. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 26 dez. 
1996a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_____ Medida Provisória n. 339, de 28 de dezembro de 2006. Regulamenta 
o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e dá outras 
providências. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 29 dez. 
2006a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul.2012.
_____ Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Básica. 
Defi nição, composição, caracterização e vigência do Fundeb. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/>. Acesso em: 30 jul. 2012.
CIEGLINSKI, Amanda. In. Revista Carta Capital na Escola, São Paulo, p. 14. 
Jul. 2012.
EDNIR, Madza; BASSI, Marcos. Bicho de Sete Cabeças: para entender o 
fi nanciamento da educação brasileira. São Paulo: Ed. Peirópolis, 2009.
38
Políticas e Gestão Educacional
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA — INEP. Gasto público em educação. Brasília: Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007. Disponível em: <http://
www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA — INEP. Índice de desenvolvimento da educação básica. Brasília: 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007a. 
Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
SAVIANI Dermeval. Da nova LDB ao Fundeb: por uma outra política 
educacional. São Paulo: Ed. Autores Associados, 2012.
CAPÍTULO 2
Valorização dos Profissionais
da Educação
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Analisar o papel do fi nanciamento da educação na garantia do direito à 
educação para todos.
 Compreender a estrutura e as bases do fi nanciamento da educação brasileira.
 Identifi car as ações políticas, administrativas e fi nanceirasda gestão pública e 
sua repercursão no processo educacional brasileiro.
40
Políticas e Gestão Educacional
41
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 
ConteXtualização
Caro pós-graduando, conforme abordamos no capítulo anterior, por ser 
a educação um direito de todos, existem dispositivos legais que asseguram 
meios e recursos no seu desenvolvimento e manutenção. O governo, regime de 
colaboração entre os entes federados, desenvolve programas com o intuito de 
garantir o acesso, a permanência e a qualidade, bem como lança mão de políticas 
públicas centradas na captação de recursos fi nanceiros para o fi nanciamento da 
educação básica. 
Lembre-se de que no capítulo 1 foi abordada a Lei do Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica, desde sua origem, implantação e 
distribuição das receitas, ou seja, os pontos principais de Emenda Constitucional 
53, de 2006, que instituiu o FUNDEB- Fundo e Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação - em 
substituição ao FUNDEF.
Além disso, a Lei do FUNDEB também faz menção ao Piso salarial 
nacional para o magistério da rede pública e estende o Salário-Educação para 
toda a educação básica pública. Tratam-se, portanto, de fontes adicionais de 
fi nanciamento, que benefi ciam todos os segmentos da educação básica; da creche 
ao ensino médio, inclusive o ensino de jovens e adultos e a educação especial, 
assunto de que trataremos neste capítulo, bem como questões referentes às 
verbas para educação Federal, Estadual e Municipal.
Para saber mais sobre o assunto, pesquise em: DOURADO,Luiz Fernandes et. al. Conselho Escolar e o fi nanciamento da 
educação no Brasil. Programa de Fortalecimento dos Conselhos 
Escolares. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. 
Brasília: MEC, SEB, 2006. Também disponível em: www. portal.mec.
gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad 7.pdf
42
Políticas e Gestão Educacional
O dinheiro que fi nancia a Educação deriva de duas fontes principais. A 
primeira, responsável por cerca de 20% do total, é o Salário-Educação, uma 
contribuição social feita pelas empresas ao governo com valor correspondente 
a 2,5% da folha de pagamento anual. A segunda, que soma 80%, deriva dos 
impostos, que são convertidos em orçamento municipal, estadual ou federal. 
No caso brasileiro, de cada 100 (cem) reais vestidos em políticas sociais, 16 
(dezesseis) vão para a Educação. Contudo, estão isentos dessa contribuição 
a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, autarquias, fundações, 
instituições públicas, escolas comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, 
organizações hospitalares e de assistência social. 
Tais recursos fazem menção à Emenda Constitucional 59, de 11 de novembro 
2009, que, além de ampliar a faixa etária de obrigatoriedade da educação básica 
brasileira, estabeleceu o fi m gradativo da DRU - Desvinculação das Receitas 
da União, em que os recursos enfatizam o compromisso da União para com a 
Educação, conforme previsto no texto original da Constituição Federal de 1988, a 
partir de 2011. 
Entendendo a DesVinculação das 
Receitas da União – DRU
A DRU estipula que 20% das receitas da União do país fi cam desvinculadas 
das destinações fi xadas na Constituição, ou seja, essas contribuições sociais não 
precisam ser gastas nas áreas de saúde, assistência social ou previdência social, 
mas somente na Educação.
A partir do ano de 1994, com a estabilização da economia, o 
governo federal instituiu o Fundo Social de Emergência (FSE) e, 
em 1996, aprovou o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Esses 
mecanismos permitiam ao governo destinar certo percentual 
arrecadado para gastos de acordo com os seus próprios interesses, 
e não para o qual aquele determinado imposto era arrecadado. Isso 
porque existem diversos tipos de gastos que são quase impossíveis 
de serem diminuídos, tais como os gastos com pessoal, da previdência 
social, dos juros da dívida pública etc. 
Em razão disso, em 2000 foi aprovada a Desvinculação de 
Recursos da União (DRU), com o objetivo de aumentar a fl exibilidade 
para que o governo pudesse dispor de recursos do orçamento para 
despesas de maior prioridade e permitir a geração de superávit
nas contas, elemento fundamental para controlar a infl ação. 
A DRU estipula que 
20% das receitas da 
União do país fi cam 
desvinculadas das 
destinações fi xadas 
na Constituição, 
ou seja, essas 
contribuições sociais 
não precisam ser 
gastas nas áreas de 
saúde, assistência 
social ou previdência 
social, mas, somente 
na Educação.
43
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 
Posteriormente, a DRU foi prorrogada em 2003 e em 2007 e, a princípio, 
com vigência até 2011. Todavia, com o intuito de manter a governabilidade, 
o Executivo Federal editou a PEC Proposta de Emenda à Constituição nº 61, 
propondo nova prorrogação da DRU, que mantinha o fi m da desvinculação 
desses recursos, em consonância com a EC nº 59, de 2009, cujo mecanismo 
maneja livremente até 20% da arrecadação tributária brasileira.
Há que se ressaltar que a DRU pretendia adequar de forma mais efi ciente 
as alocações dos recursos do governo, permitindo gastos, conforme a sua 
conveniência, de 20% da sua receita. Entretanto, excluiu receitas referentes ao 
Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Impostos 
sobre Propriedade Rural (IPTR) e Impostos sobre Operações Financeiras (IOF), 
receitas estas que estavam vinculadas à Declaração Simplifi cada de Exportação 
(DSE) e ao Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Atividade de Estudos: 
1) Elabore um conceito sobre a Desvinculação de Recursos da 
União (DRU) e sua aplicabilidade.
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É preciso que compreendamos que a Desvinculação de Recursos da União 
(DRU) ocorreu em algumas regras estipuladas pela Constituição de 1988. A 
primeira se refere à divisão do orçamento do Governo Federal em duas partes: o 
orçamento fi scal, que contém seus próprios gastos, e o orçamento da seguridade 
social, que envolve as atividades do governo nas áreas de saúde, assistência 
social e previdência social.
Ambas explicitam uma manobra de governabilidade: ainda que aumentasse 
a arrecadação, para promover uma redução do défi cit público e pagamento da 
dívida pública, através dos impostos, parte da receita arrecadada seria dividida 
44
Políticas e Gestão Educacional
com estados e municípios, restando em torno de 50% da receita adicional nos 
cofres da União. Na época, foi utilizado o argumento de que, segundo Ednir e 
Bassi, era “ [...] preciso sanear as fi nanças da Fazenda Púbica Federal [...] 
e estabilizar a economia” (2009, p. 48). Além disso, se o governo elevasse as 
contribuições sociais, estas deveriam ser direcionadas para os gastos com saúde, 
assistência social e previdência, não havendo a possibilidade de utilizar a nova 
receita para o pagamento da dívida pública. 
Nessa perspectiva, a Constituição, além de dividir o orçamento em duas 
partes, também estipulou tributos para cada um dos orçamentos, sendo que:
• Para o orçamento fi scal são destinados os impostos que incidem sobre a 
renda (IRTF), os produtos industrializados, a exportação e importação, as 
taxas e as contribuições econômicas.
• Para a seguridade social foram reservadas as chamadas “contribuições 
sociais”, os tributos que incidem, especialmente, sobre a folha de pagamento 
das empresas, o lucro, o faturamento ou a receita, dentre estas a COFINS- 
contribuição para o fi nanciamento da seguridade social, a CSLL – Contribuição 
social sobre o lucro líquido, o PIS- Programa de Integração Social , o PASEP- 
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público e o FAT- Fundo de 
Amparo ao Trabalhador. 
Consideremos então que os “impostos” recolhidos têm sua receita dividida 
entre as 3 (três esferas) de governo: Federal, Estadual e Municipal - o que não ocorre 
com as “contribuições sociais”, que não estão sujeitas à divisão. 
Imposto: considerado o mais importante tributo em volume 
arrecadado, pelo qual o governo obtém os recursos que vão custear a 
maioria dos serviços públicos e a própria manutenção administrativa. 
Contribuições Sociais: destinam-se a cobrir gastos da 
seguridade social, como a saúde, assistência e previdência social.
Este foi o objetivo de criação da DRU, cujas receitas não são aplicadas na 
saúde, assistência social ou previdência social, e também não precisavam ser 
divididas com estados e municípios. Graças à DRU, os recursos podem ser 
usados para pagamento de despesas fora do orçamento da seguridade social, 
45
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 
como amortização da dívida pública. Conforme já mencionamos, o supracitado 
dispositivo está de acordo com a Emenda Constitucional nº 59, cuja redação do 
art. 1º, incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam a vigorar com 
as seguintes alterações:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistênciaà saúde.” 
Este artigo amplia a faixa-etária para o ensino obrigatório e gratuito, 
progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação. 
Atualmente, a lei determina dos 6 (seis) aos 15 (quinze) anos. 
Outro artigo faz alusão ao Plano Nacional de Educação, cujo objetivo é 
articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração, com 
diretrizes, objetivos, metas e estratégias, a fi m de assegurar a manutenção e 
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, 
através de ações integradas dos poderes públicos que conduzam ao: “[...] 
estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como 
proporção do produto interno bruto. [...]. Para efeito do cálculo dos recursos para 
manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição, 
o percentual referido no caput deste mesmo artigo será de doze e meio por cento 
no exercício de 2009, 5% no exercício de 2010 e nulo no exercício de 2011”.
Signifi ca dizer que a Emenda Constitucional 59 excluiu da educação 
os efeitos da Desvinculação das Receitas da União, sendo que em 2009 este 
bloqueio era de 12,5%, em 2010 de 5% e foi nulo em 2011. Antes da Emenda, os 
recursos bloqueados representavam 20%. 
O fi m da DRU é uma importante conquista em favor da escola pública, 
mesmo que não amplie os recursos, mas num contexto geral, no que se refere ao 
acesso e à oferta de vagas nas escolas públicas, bem como à implementação do 
Piso Salarial dos profi ssionais em nível nacional.
46
Políticas e Gestão Educacional
Um Pouco da HistÓria sobre o 
Salário - Educação
Prezado pós-graduando, você sabia que o Salário-Educação foi criado em 
1964 e até 2003 os seus recursos eram distribuídos em duas cotas: um terço para 
cota federal e dois terços da arrecadação para a cota estadual? 
O que é o Salário Educação?
Figura 8 - Salário-Educação
Fonte: Disponível em: <http://blogdbrito.blogspot.com.br/2011/12/salario-
educacao-podera-ser-distribuido.htm>. Acesso em: 10 ago. 2012
A partir dos anos 90, considerando o crescimento de sua participação na 
oferta do ensino fundamental, os municípios passaram a reivindicar parte dos 
recursos do salário-educação a fi m de que fossem direcionados para as redes 
municipais de ensino. 
Nessa perspectiva, a Lei nº 9.766, de 1998, dispôs que os recursos da cota 
estadual fossem redistribuídos entre o governo do estado e seus municípios, 
de acordo com critérios a serem fi xados em lei estadual, fato que ocorreu em 
2003 em 16 estados. Já a Lei nº 10.832, de 29 de dezembro de 2003, alterou 
alguns pontos no que se refere ao repasse aos municípios: fi xou que a cota 
federal e a cota estadual e municipal do salário-educação se compõem de 30% 
e 60%, respectivamente, em relação a 90% e não mais em relação a 100% da 
arrecadação. A referida Lei estabeleceu ainda que a cota estadual e municipal 
seja redistribuída entre o estado e seus municípios de forma proporcional ao 
número de alunos matriculados no ensino fundamental nas respectivas redes 
de ensino, em substituição aos critérios para redistribuição estabelecidos por 
lei estadual. 
47
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 
O MEC destina 10% dos chamados recursos desvinculados do Salário-
Educação para o transporte escolar e para a educação de jovens e adultos e 
educação especial.
a) O Salário-Educação
O Salário Educação é uma contribuição social prevista no art. 212, § 
5º, da Constituição Federal, ou seja, é uma contribuição social vinculada ao 
fi nanciamento de programas, projetos e ações voltados para o fi nanciamento da 
educação básica pública. Também pode ser aplicado na educação especial. 
No que se refere ao Salário-Educação, Fernando Haddad (2008, p. 10) 
afi rma que “ [...] graças à ação coordenada dos dirigentes da educação dos três 
níveis de governo – municipal, estadual e federal –, foi possível elaborar uma 
agenda mínima de fortalecimento da educação básica. Os avanços até aqui 
obtidos merecem consideração”. Trata-se, portanto, de uma fonte adicional de 
fi nanciamento do ensino público.
Atividade de Estudos: 
1) Com base no exposto, comente sobre os recursos do Salário-
Educação e como podem ser aplicados:
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Veja o que diz o Decreto no que se refere à transferência dos recursos do 
Salário-Educação: 
48
Políticas e Gestão Educacional
Salário-Educação
- Art. 8º- A Secretaria da Receita Previdenciária disponibilizará 
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, na 
Conta Única do Tesouro Nacional, o valor total arrecadado a título de 
Salário-educação.
- Art. 9º - O montante recebido na forma do art. 8° 
será distribuído pelo FNDE, observada, em noventa por 
cento de seu valor, a arrecadação realizada em cada 
Estado e no Distrito Federal, em quotas, da seguinte forma: 
I - quota federal, correspondente a um terço do montante dos 
recursos, será destinada ao FNDE e aplicada no fi nanciamento 
de programas e projetos voltados para a universalização da 
educação básica, de forma a propiciar a redução dos desníveis 
socioeducacionais existentes entre Municípios, Estados, Distrito 
Federal e regiões brasileiras;
II - quota estadual e municipal, correspondente a dois terços do 
montante dos recursos, será creditada mensal e automaticamente 
em favor das Secretarias de Educação dos Estados, do Distrito 
Federal e em favor dos Municípios para fi nanciamento de 
programas, projetos e ações voltadas para a educação básica. 
§ 1º - A quota estadual e municipal da contribuição social do salário-
educação será integralmente redistribuída entre o Estado e seus 
Municípios de forma proporcional ao número de alunos matriculados 
na educação básica das respectivas redes de ensino no exercício 
anterior ao da distribuição, conforme apurado pelo censo educacional 
realizado pelo Ministério da Educação. 
§ 4º- Os 10% restantes do montante da arrecadação do salário-
educação serão aplicados pelo FNDE em programas, projetos e 
ações voltadas para a universalização da educação básica, nos 
termos do § 5º do Art. 212 da Constituição Federal Brasileira.
Fonte: Decreto nº 6.003 de 28 de dezembro de 2006, publicado 
no Diário ofi cial da União em 29 de dezembro de 2006. 
Atividade de Estudos: 
49
VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Capítulo 2 
1) Sobre o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação 
(FNDE) e suas atribuições, é correto afi rmar que:
I - ( ) É uma autarquia federal responsável pela execução de 
políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC).
II - ( ) O objetivo do FNDE é garantir uma educação de qualidade 
a todos, em especial a Educação Básica da rede pública. 
III - ( ) O FNDE não é parceiro dos 26 estados, dos 5.565 
municípios e do Distrito Federal, ou seja, seus recursos são 
centralizados no MEC.
IV - ( ) O fundo mantém diversos projetos e programas: Alimentação 
Escolar, Livro Didático, Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca 
da Escola, Transporte do Escolar, dentre outros.
Agora assinale a alternativa correta:
 ( ) I, II e III estão corretas.
 ( ) I, II e IV estão corretas.
 ( ) II e III estão corretas.
 ( ) I e IV estão corretas.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE – Está 
vinculado ao Ministério da Educação e possui como objetivo o investimento

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