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Ordenamento Jurídico - Bobbio 1 📄 Ordenamento Jurídico - Bobbio Quando falamos em DIREITO NATURAL X DIREITO POSITIVO Todas as forças na sociedade estão intrinsecamente relacionadas Precisamos de normas e da figura do Estado para regular as relações Estado é quem vai produzir o Direito Essa sociedade política, essa abstração que criamos em figura de poder, que é o poder soberano (Estado), vai, de certa forma, ter as condições para a produção do Direito Nessa produção é que se traz a ideia de Direito Positivo Positivismo Jurídico; Bobbio Traz exatamente uma questão histórica O que prevaleceu? Direito Natural ou Positivo Sempre vão existir aqueles mais partidários ao Direito Natural e outros que serão mais partidários ao Direito Positivo Idade Antiga: Direito Positivo Idade Média: Direito Natural Estado Moderno: Direito Positivo Hoje nós temos várias teorias, dentro de uma posição eclética, já não é polarizada como antes Vários direitos naturais já foram positivados ao longo dessa discussão O Direito Positivo vem com algumas características delimitativas como, por exemplo, a delimitação territorial Existe ainda sim uma discussão se existe um Direito Universal Prevalece o pluralismo jurídico, com a soberania, mas existe uma discussão sobre se haveria um direito único, universal Na segunda parte: Reflexões sobre o que vem a ser o Direito Positivo Referencial do direito positivo: KELSEN Direito é norma valida, que produz o mínimo de eficácia. Direito deve se preocupar apenas com a norma valida, a norma posta Dentro dessa ideia, BOBBIO cria uma teoria Tem a norma como ponto, mas traz questões um pouco mais abertas É muito mais aplicável Tenta trazer um viés avalorativo para a Ciência do Direito, mas com algumas considerações diferentes de Kelsen O que é o direito? É sim uma ciência que trabalha com a norma de forma avalorativa e vai trazer uma reflexão sobre a teoria da coatividade, dizendo que muitas pessoas vão cumprir o direito essencialmente porque tem a coerção Coatividade no sentido de que a sanção pode ser aplicada É possível em algumas situações cumprir a norma, porque existe a coação embutida Ele mesmo traz algumas exceções Quando cumprimos muitas vezes alguns costumes, os cumprimos sem que haja alguma sanção prevista Existem algumas normas de estrutura que obedecemos independentemente de alguma sanção Ordenamento Jurídico - Bobbio 2 Normas de comportamento, por exemplo Define o direito em função dessa coação Ideia das fontes do direito: 1. Costumes 2. Leis 3. Jurisprudência 4. Doutrina Fonte = origem Quando falamos em positivismo, a fonte primeira são as leis A lei é a fonte primeira Mas nem sempre vamos ter lei para todos os casos Aí pode ser que recorremos às outras fontes A lei é a fonte primeira, prioritária Mas nem sempre temos a lei Já admite a aplicação do costume segundo a lei Quando não houver norma, há uma lacuna, se coloca o costume Pode ser que haja norma e costume. Se o costume não for contrário a lei, pode ser aplicado Admite costume de acordo com uma lei Não admite costume contrário a lei Terceiro ponto: Traz a teoria da norma Qual a característica da norma? De um ponto de vista lógico é uma proposição com caráter impositivo Teoria Impositiva do Direito “Teoria da norma jurídica”: trata exatamente da estrutura da norma Se vale dos preceitos da logica Destaca a Teoria do Ordenamento Jurídico Apresenta três problemas a serem resolvidos: a. Unidade b. Coerência c. Completude 1. Definição de como ver o Direito Direito deve ser avalorativo (primeiro ponto) 2. Define em função da Teoria da Coatividade 3. Traz reflexão sobre as Fontes do Direito 4. Estrutura da norma – Teoria da Norma Jurídica Comando, imperatividade da norma 5. Teoria do Ordenamento Jurídico 6. Método Como é realizada a interpretação Ordenamento Jurídico - Bobbio 3 Via de regra os positivistas vão dizer que o jurista não pode criar o direito, deve interpretar o que está na lei E uma das tarefas mais importantes para o jurista é a interpretação das leis Deve ter baseado alguns princípios para que não fique tudo muito abstrato 7. Trata de uma Teoria da Obediência Falar da ideologia do direito Admite um certo ideologismo Teoria do Ordenamento Jurídico Vai falar sobre norma, sansão e até sobre uma visão de Estado Sanção Negativa X Sanção produzida pelo Estado Sanção Negativa: penalidade Sanção produzida pelo Estado: incentivo para aqueles que obrigatoriamente tem que cumprir algo, mas ao cumprir recebem alguns positivos Destacar o que é o Direito sob a ótica da sanção, mas também qual o papel do Estado O estado pode ser analisado de vários aspectos: PUNITIVO X PROMOCIONAL O que é o ordenamento jurídico? Dentro de uma visão de direito É o conjunto de normas jurídicas Normas jurídicas: pode ser mais restrito ou mais amplo Pode ser sinônimo de lei Pode ter sentido mais amplo: não é só a lei, só a regra, pode ser a jurisprudência também, por exemplo O ordenamento jurídico é como se fosse uma elipse É um conjunto de normas Direito é um conjunto de normas Normas essas que não são somente as leis Podem ser produzidas pelo Estado e podem existir as normas que não são produzidas pelo Estado Várias normas que não são produzidas pelo Estado: Igreja, ABNT Esse conjunto de normas jurídicas tem uma característica: a unidade Como podem ser essas normas? a. Categóricas ou hipotéticas b. Positivas ou negativas c. Gerais ou individuais d. Podem permitir, obrigar ou vedar Definição é muito mais ligado ao ordenamento e não somente a norma Direito é um Conjunto de normas Direito = ordenamento jurídico Esse ordenamento tem uma unidade Ordenamento Jurídico - Bobbio 4 Significa dizer que as normas não ficam isoladas As normas estão como que num sistema e vão se comunicando Sistema jurídico ≠ Ordenamento jurídico Sistema jurídico = relação entre as normas Questão de unidade: pirâmide – pensamento de Kelsen As normas vão se relacionar e vão apresentar uma caraterística de unidade Escalonamento das leis As normas inferiores possuem seu fundamento de validade nas normas superiores Para que esse ordenamento tenha realmente uma unidade vai dizer que existe uma questão de hierarquia que deve ser respeitada As normas superiores encontram seu fundamento nas normas superiores até chegar na CF Para dar validade é necessário encontrar uma justificativa KELSEN: quem fundamenta a CF é a norma hipotética fundamental BOBBIO: a norma fundamental não é a hipotética. A norma fundamental é o poder constituinte Tudo se resolve dentro do ordenamento jurídico O ordenamento precisa apresentar uma resposta para todos os conflitos Poder constituinte = é aquele originário, ligado a formação constituição (assembleia constituinte) Antes dele não tinha nada É originário, ilimitado, inicial Se coloca as normas fundamentais que vão dizer como vai ser a organização e funcionamento do Estado CF vai estar validada pelo poder constituinte Quando fala da questão da unidade vai dizer que existem duas fontes: a. Fontes Reconhecidas – recepção de normas Normas que já existiam e são recepcionadas (no que for possível) Exemplo: os costumes b. Fontes delegadas – delegação de poder Normas produzidas por órgãos do executivo Esse sistema pode ser ESTÁTICO X DINÂMICO Estático: ligado a uma ideia que está preocupado com o conteúdo da norma Dinâmico: preocupado com a autoridade que faz a norma – reconhecimento da autoridade Sistema se encontra de forma ordenada Como se fosse o corpo humano – possui vários órgãos dispostos de forma sistemática Na hora da interpretação a ordem é importante Pode estudar fazendo recortes, de maneira separada, mas na hora do funcionamento precisa ter o todo Vai trazer uma outra ideia: coerência do ordenamento jurídico Para falar em coerência trata como se fosse um sistema, e dentro desse sistema, que é uma totalidade ordenada, para se produzir, é necessário que se produza dentro de uma certa ordem Dentro dessesistema vamos ter também raciocínios e processos dedutivos e indutivos Dedutivos: parte de uma generalidade para buscar uma particularidade Indutivo: parte de uma particularidade para uma generalidade No sistema estático temos muito mais a utilização do processo dedutivo Ordenamento Jurídico - Bobbio 5 Mas também pode se valer do raciocínio indutivo Não podem existir normas incompatíveis Normas que sejam conflitantes Não podem existir antinomias Antinomias: conflitos aparentes de normas Vai precisar sempre, diante de uma situação conflituosa, usar alguns critérios: a. Hierarquia – lei superior prevalece b. Cronologia – mais nova prevalece c. Especialidade – especial prevalece sobre a geral Conflitos de segundo grau: Especial e hierárquico são critérios mais fortes A questão toda vai ser quando tiver conflito ESPECIAL X HIERARQUIA Deve se analisar, portanto, o caso concreto Abertura na teoria para que busque alguns critérios de justiça Ele trata como tudo é logico As construções sempre vão ter uma logicidade, uma coerência Depois trata da completude do ordenamento jurídico (outro capítulo) Esse ordenamento jurídico tem que trazer todas as soluções para os conflitos Ordenamento tem que ser completo Quando há uma lacuna – art. 4 da LINDB Juiz é obrigado a julgar todas as controvérsias Julgar sempre com base em uma norma pertencente a um sistema Capítulo 5: Relação dos Ordenamentos Jurídicos Monismo jurídico X Pluralismo jurídico Monismo jurídico: ideia universal Pluralismo jurídico: o que vivemos Falando da ciência política, temos diversos territórios, diversas produções Mundo globalizado Para se falar em relação de ordenamento jurídico: só pode haver mais de um Para falar um pouco sobre as várias fontes de produção de normas: Escola histórica do direito Em contraposição: direito natural Direito Natural x Fragmentação do Direito Universal Sempre há essa discussão – movimento cíclico Onde tem Estado tem ordenamentos jurídicos Podem ser estatais ou não estatais Ordenamento Jurídico - Bobbio 6 Visão de produção normativa com a relação com o estado: Ordenamentos acima do Estado – produção internacional e IC (segundo algumas doutrinas) Ordenamentos abaixo do estado – ordenamentos propriamente sociais – não são provenientes do estado, mas de outros órgãos e acabam trazendo alguma regulamentação Ordenamentos ao lado do estado – IC ou o internacional (concepção dualística) Ordenamentos contra o estado – estado paralelo, associações secretas Várias as relações entre esses ordenamentos: a. Superioridade b. Inferioridade Pode inclusive prolongar-se para fora dos ordenamentos jurídicos Relação entre os ordenamentos jurídicos estatais – Relação de: a. Absorção (total/parcial) b. Exclusão c. Indiferença
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