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APRENDIZAGEM-DA-LEITURA-E-ESCRITA

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Sumário 
1 O PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO E O CURRÍCULO DAS SÉRIES 
INICIAIS............................................................................................................... 4 
1.1 As teorias da alfabetização ........................................................................... 6 
1.2 O processo de aquisição da leitura e escrita na alfabetização ...................... 7 
1.3 A dificuldade de aprendizagem no processo de alfabetização ..................... 8 
1.4 Programa de aceleração da aprendizagem .................................................. 9 
2 A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA/ 
INTERACIONISTA ........................................................................................... 11 
3 O VALOR SOCIAL DA LEITURA E DA ESCRITA NA PERSPECTIVA 
CONSTRUTIVISTA .......................................................................................... 17 
3.1 Padrões evolutivos no desenvolvimento da escrita .................................... 19 
4 O ENSINO APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA NA 
PRERSPECTIVA CONSTRUTIVA ................................................................... 23 
5 CAUSAS DAS DIFICULDADES DE APENDIZAGEM DA LEITURA E DA 
ESCRITA........................................................................................................... 32 
6 ESTRATÉGIAS USADAS PELOS PROFESSORES NA PRÁTICA 
DOCENTE......................................................................................................... 37 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 39 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
4 
 
 
1 O PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO E O CURRÍCULO DAS SÉRIES 
INICIAIS 
O processo de alfabetização envolve a aprendizagem coletiva e 
simultânea dos rendimentos de leitura e escrita. No entanto, ler e escrever no 
passado eram considerados um aprendizado pessoal e único. Somente as 
crianças cujos pais podiam pagar um tutor serão apresentadas à arte de 
desenhar letras no papel, e depois de anos de leitura e aprendizagem. Havia 
professores especializados, alguns ensinando leitura e outros ensinando escrita 
e contagem. Nas aulas em que o professor ensinava todas as três habilidades, 
o ensino era individualizado. (BARBOSA, 1990). 
Com a Revolução Francesa, as escolas tornaram-se universais e gratuitas 
e, sob o controle do poder público, aprovaram uma legislação centralizada e 
unificada voltada para a popularização e padronização. O problema era 
encontrar um programa de trabalho em que um único professor pudesse ensinar 
muitas crianças de forma rápida, eficaz, segura e econômica. (BARBOSA, 1990). 
Segundo Barbosa (1990), o ensino da escrita deixou de ser prejudicial ao 
ensino da leitura, mudança fundamental para a história posterior da 
alfabetização. Mas a ideia de ensinar leitura e escrita ao mesmo tempo não é 
nova. Na Alemanha do século XVII, alguns teóricos inovadores propuseram 
combinar esses conhecimentos, enquanto na França do século XVIII, estudiosos 
como P. Delaunay, Dupont, Cherrier e JB de La Salle defenderam a ideia de 
ensinar prematuramente as crianças a traçarem a letra pronunciando seu nome. 
Neste sentido, Barbosa, afirma: 
 
5 
 
 
M.Schuler, inspirado no método alemão de Luben Vogel, propõem 
método simultâneo de marcha analítico–sintética, utilizando palavra– 
chave onde com o auxílio de um cartaz com o desenho o professor 
trabalha sua palavra. (BARBOSA, 1990) 
 
Nessa mesma época, surge a questão da conveniência de ensinar às 
crianças a letra manuscrita, a de imprensa ou as duas ao mesmo tempo. A 
maioria dos mestres concordam em começar com letras manuscritas, porque no 
sistema de sincronização, a criança vai ler o que escreveu e escrever o que leu. 
A letra de imprensa poderia ser introduzida mais tarde (BARBOSA, 1990). 
A investigação curricular geral, em especial o desenvolvimento curricular, 
tem responsabilidades específicas. Analisa o significado das diferentes práticas 
educativas numa perspectiva histórica. Assume que o caminho para o 
desenvolvimento curricular não está de acordo com uma direção clara, mas sim 
como um traço irregular e inesperado. Portanto, nos aspectos teóricos das 
pesquisas, a atenção especial é dada àqueles que podem compreender as 
diferentes interpretações das condições e transições (históricas e atuais), ao 
invés de tratar daquelas que basicamente incluem crônicas ou críticas (SAVIANI, 
2000). 
No entanto, o estudo da história curricular inclui não só a análise da 
evolução deste termo desde que surgiu no vocabulário pedagógico (e o 
significado que lhe é atribuído), mas também o pano de fundo da sua utilização 
e os seus múltiplos significados na vasta rede de relações inerentes à atividade 
educacional que ele se referiu. Quanto à origem da utilização do termo currículo 
na educação, é importante notar a sua ligação com as noções de unidade, ordem 
e sequência dos elementos de um curso e a subjacente busca de maior rigor na 
 
6 
 
 
organização do ensino. Portanto, o pensamento formal está relacionado, 
envolvendo planos, métodos e controle. De acordo com a seguinte declaração: 
Franklin dedicou-se a investigação da história do currículo nos Estados 
Unidos, define como marco de partida o final da década de 60/ início 
70 deste século XX. Prescindem, portanto, de períodos anteriores, sem 
desconsiderar a existência de esforços historiográficos nesse sentido, 
tanto em meados do século passado quanto no início deste (SAVIANI, 
2000). 
 
O currículo não se limita a fazer um levantamento do desenvolvimento do 
termo e seus diversos usos, mas inclui a análise de questões complexas, desde 
as ideias para o currículo até os processos de sua elaboração, interpretação, 
implementação e avaliação. 
1.1 As teorias da alfabetização 
A segurança da alfabetização é alcançada por meio do hábito de falar a 
língua escrita, pois esse é o comportamento que os métodos de alfabetização 
devem cumprir. A alfabetização permite a disseminação de uma estratégia de 
leitura muito rudimentar; quando a pessoa educada é confrontada com um texto 
escrito, adquire um mecanismo que lhe permite "falar" o texto. 
A difusão da alfabetização garantiu, assim, a expansão de um 
determinado tipo de leitura para a grande maioria da sociedade e, ao mesmo 
tempo, possibilitou que uma minoria da população ascendesse à categoria de 
leitores qualificados, através da introdução da leitura na família e na prática 
social ou ainda pelo prolongamento da educação escolar (BARBOSA, 1991). 
A sociedade tentou popularizar a alfabetização, e o sistema parecia 
funcionar de forma satisfatória: garantiu a alfabetização de todos, e selecionou 
 
7 
 
 
alguns que conseguiram superar as limitações metodológicas e atingiram o nível 
de fluência na leitura. Estes usufruíram plenamente das vantagens do saber ler, 
enquantoaqueles alfabetizados tornavam-se socialmente adequados. 
O método tradicional de alfabetização refere-se a um método de análise 
abrangente que mostra que sua eficácia pode ser questionada, pois analisa o 
problema do analfabetismo em países econômicos periféricos ou em 
desenvolvimento, onde a esmagadora maioria das crianças falha na tentativa de 
alfabetização, questionando a eficácia da metodologia tradicional. (BARBOSA, 
1991). 
1.2 O processo de aquisição da leitura e escrita na alfabetização 
Segundo o site do MEC, o processo de leitura e escrita invadiu o mundo 
e o transformou em sala de leitura, rompendo com a exclusividade de ensino da 
escola no processo de aprendizagem. Antes que os livros se tornassem obras 
de arte, eles atendiam às crescentes demandas da sociedade de consumo e se 
tornavam mercadorias, perdendo seu status primário de suporte de escrita: 
jornais, periódicos, cartazes publicitários, rótulos, embalagens, letreiros, etc. 
Incentive os leitores a fazerem a leitura diária. 
A leitura ao longo dos séculos perdeu suas características abertas e 
retumbantes, tornando-se uma forma dinâmica, silenciosa e íntima de os leitores 
se divertirem, obterem informações, orientarem, imaginarem, criarem e 
participarem. Diante da explosão da informação, o leitor abandona velhos 
hábitos remanescentes de uma outra era e desenvolve estratégias diversificadas 
de leitura; tornam-se múltiplos e seletivos, recorrendo à escrita todas as vezes 
que busca dar sentido ao mundo ou a si mesmo. O processo de leitura assume 
uma função social, que é a de salvar o cidadão, permitindo ao leitor 
 
8 
 
 
compreender, refletir sobre realidades específicas e agir. Nesse sentido, a 
aprendizagem da leitura e da escrita deve ser realizada em situações reais, tem 
funções sociais específicas, cabendo ao aprendiz buscar basicamente o sentido 
do texto, ou seja, ler e compreender o texto. 
A escola deve instrumentalizar seus alunos através de trabalhos de 
leituras que vão além do trabalho mecânico de decodificação de letra por letra, 
palavra por palavra. 
O trabalho de leitura da escola deve ser significativo para os alunos, ou 
seja, do ponto de vista deles, a atividade de leitura deve responder aos objetivos 
imediatos de realização. Esta é uma prática social complexa, e as escolas devem 
manter sua natureza e complexidade em vez de destruir suas características. 
1.3 A dificuldade de aprendizagem no processo de alfabetização 
As dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a alguns dos 
problemas das crianças. Em primeiro lugar, é necessário questionar se o seu 
desempenho de fato não atende às expectativas do professor. O aluno deve 
receber um diagnóstico médico. Esses casos incluem principalmente as 
chamadas disfunções cerebrais, nas quais existem dificuldades para ler e 
escrever. A depressão infantil é uma doença que pode afetar o desenvolvimento 
da criança e interferir no seu processo de maturação psicológica e social. 
(FREIRE, 2003). 
A depressão em crianças e / ou adolescentes pode começar pela perda 
de interesse por atividades geralmente divertidas. Além de ser indiferente, 
também se manifesta como preocupação persistente com jogos, esportes, sair 
com os amigos, etc., bem como uma redução acentuada nas atividades, que às 
 
9 
 
 
vezes pode acometer tristezas. Além disso, há diminuição da atenção e 
concentração, perda da autoconfiança, baixa autoestima, culpa e inutilidade, 
tendência ao pessimismo, distúrbios do sono e da alimentação e dependendo da 
gravidade podendo até cometer suicídio. A depressão infantil não se traduz, 
invariavelmente, por tristeza e outros sintomas típicos. 
A diferença entre o momento em que uma criança se sente triste ou 
chateada por alguma experiência que a incomoda e a verdadeira depressão está 
principalmente no tempo e na motivação desse sentimento. A depressão infantil 
está cada vez mais sendo observada, em parte por causa das atualizações 
conceituais e do aumento da atenção médica à doença. (FREIRE, 2003). 
Dificuldades e problemas de aprendizagem podem não ser das crianças, 
mas em seu ambiente, como em casa ou a própria escola. Às vezes, a 
reclamação sobre o desempenho de uma escola não é indicativo de deficiência 
da criança, mas sim de falta de proposições educacionais. Quando as crianças 
não vão bem à escola, o foco deve ser mudado, pois a razão é que as falhas 
pessoais não estão de acordo com a realidade e envolvem outros culpados. 
1.4 Programa de aceleração da aprendizagem 
O Programa de Aceleração da Aprendizagem é uma alternativa de ensino 
diferenciado que visa substituir o método de ensino repetitivo pelo método de 
ensino de sucesso. Nesse sentido, o objetivo é regular o fluxo de alunos das 
séries iniciais do ensino fundamental com diferença de idade mínima de dois 
anos. Baseia-se no aumento da autoestima, em aprendizagens significativas, 
interdisciplinaridade, pedagogia de projetos e avaliação diagnóstica e 
mediadora, que constituem os eixos metodológicos do programa. 
 
10 
 
 
A principal causa dessa situação é a repetição, que além de graves 
problemas no processo de aprendizagem, o fracasso - ou a simples ameaça - 
ainda é a principal causa do abandono. O atraso no ingresso na escola deixou 
de ser a principal causa do desequilíbrio hoje, pois com a criação do Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização da 
Educação (FUNDEF), em 1996, as secretarias tentaram abrir vagas para todos, 
pois recebem os recursos de acordo com o número de inscrições. Mais do que 
um problema econômico, cerca de 5 bilhões de reais são gastos anualmente 
para ajudar esses alunos, o suficiente para manter um fundo de educação básica 
(FUNDEB) no mesmo período, gastando mil reais por aluno, a distorção impede 
crianças e adolescentes de avançar em sua trajetória educacional. 
Aquele aluno que repete o ano escolar, possui seu desempenho cada vez 
menor e o fato de ter repetido pouco acrescenta à sua aprendizagem; irá apenas 
rever os mesmos conteúdos, com os mesmos métodos de ensino, e ao lado de 
colegas mais novos, que nem sempre compreendem a sua situação. O 
sentimento de fracasso contribui para que o jovem encare os estudos como uma 
fonte de sofrimento e crie bloqueios em relação à aprendizagem. 
Depois que a criança, a família e a condição social foram 
responsabilizadas pelo fracasso, descobriu-se que o "nó" também estava nas 
escolas e na incapacidade dos sistemas de atender às necessidades de 
aprendizagem. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 
1996, rompeu com a cultura da repetência, abrindo a possibilidade de haver 
avanço para etapas seguintes. Ferramentas como progresso contínuo e cursos 
acelerados surgiram. Pela rapidez dos resultados, este último é o mais adotado 
por estados e municípios. Envolve reunir alunos que estão atrasados por um ano 
 
11 
 
 
e implementar um programa que permite que os alunos recuperem a confiança 
em suas habilidades acadêmicas. 
A principal crítica a esta iniciativa vem dos educadores, que discordam de 
uma pedagogia que visa apenas a aquisição de competências e a recuperação 
da autoestima. Esses críticos afirmam que o plano de aceleração facilita o 
conteúdo e não oferece base para que os jovens continuem aprendendo. "Se 
não for possível criar condições para que os alunos absorvam o conhecimento 
sistemático e se tornem eles próprios produtores de conhecimento, então é inútil 
mudar a estatística”. 
2 A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA/ 
INTERACIONISTA 
O conceito de construtivismo interpreta o processo de ensino como um 
processo social positivo. Nesse processo, o conhecimento é o resultado da 
construção pessoal do aluno, que é construída pelos professores e outros 
agentes culturais como parte da situação do aluno. 
Hoje, a alfabetização é considerada como o processo de construção doconhecimento, não é simplesmente decodificar códigos de linguagem, escrever 
e copiar, mas reconstruir códigos de linguagem. Os alunos devem entender 
como o código funciona. 
Ao estudar a maneira como as crianças escrevem, Ferreiro (1985) usa 
tópicos ativos e inteligentes como o motor da aprendizagem. 
Um sujeito intelectualmente ativo não é um sujeito que “faz muitas 
coisas”, nem um sujeito que tem uma atividade observável. Um sujeito 
 
12 
 
 
ativo é um sujeito que compara, exclui, ordena, categoriza, reformula, 
comprova, formula hipóteses, reorganiza etc., em ação interiorizada 
(pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu nível de 
desenvolvimento). Um sujeito que está realizando algo materialmente, 
porém, segundo as instruções ou o modelo para ser copiado, dado por 
outro, não é, habitualmente, um sujeito intelectualmente ativo 
(FERREIRO; TEBEROSKY,1999, p.29). 
 
A alfabetização é o primeiro contato com a leitura e a escrita, é um 
processo educativo, é a apropriação da linguagem escrita envolvendo a 
linguagem. 
Nesse processo, por meio da intervenção dos educadores, o sujeito 
estabelece suas próprias hipóteses de leitura e escrita, e promove a leitura e a 
escrita de palavras no processo de construção, mas não apenas lendo e 
escrevendo, mas explicando o que leem e escrevem. 
A autora pretende destaca que: 
 
A aprendizagem da leitura, entendida como o questionamento a 
respeito da natureza, função e valor desse objeto cultural que é a 
escrita, inicia-se muito antes do que a escola imagina. Que além dos 
métodos, dos manuais, dos recursos didáticos, existe um sujeito que 
busque a aquisição de conhecimento, que se propõe problemas e trata 
de solucioná-los, seguindo sua própria metodologia. Trata-se de um 
sujeito que procura adquirir conhecimentos, e são simplesmente de 
um sujeito disposto ou mal disposto a adquirir uma técnica particular. 
(FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, NOTA PRELIMINAR). 
 
Essa modalidade de ensino envolve o comportamento de ensinar e 
aprender, pois quando a criança entra na escola, ela leva toda a bagagem que 
ela estabeleceu no processo de convivência familiar e social. O aluno constrói 
continuamente o conhecimento, ou seja, se ele está em casa com os membros 
 
13 
 
 
da família, a alfabetização está acontecendo o tempo todo, seja brincando com 
os colegas ou na escola, enfim, no meio social atual que enfatiza a importância 
do contato com o mundo literário, isso tem levado à formação de pessoas 
conscientes, críticas e positivas. 
Piaget concebe o conhecimento como uma construção contínua do saber. 
Esse conceito vai além do modelo de compreensão do conhecimento como algo 
dado pela genética ou pelo ambiente a priori, defendendo a ideia de que, a 
qualquer momento, Devido à interação do indivíduo com o meio físico e social, 
o conhecimento foi elaborado e completado, mas está sempre sendo construído. 
(NASPOLINI, 1996). 
Segundo Piaget (1978, p. 238), é por meio de um processo continuo de 
desequilíbrio e de novas e superiores equilibrassem que ocorre a construção 
progressiva do conhecimento da criança, ou seja, O educador deve ser o 
intermediário entre os alunos e a sociedade. Os alunos são os agentes ativos 
que constroem os seus conhecimentos através da interação com o mundo físico 
e social. Isto deve acontecer de forma interdisciplinar e contextual, sempre entre 
os alunos e a sociedade. Comunica sujeito e objeto entre eles. 
Segundo sua concepção, são pessoas que sabem ler, organizar, 
estruturar e interpretar a realidade de acordo com o que vivenciaram no processo 
de experiências, com o objetivo de construir conhecimentos. Os educadores 
esperam que os alunos alfabetizados sejam fluentes em línguas faladas e 
escritas, produzam textos significativos e compreendam textos orais e escritos, 
como artigos e relatórios organizados por outro aluno, confrontando com 
diferentes visões sobre seu lado social ou critica a verdade. 
 
14 
 
 
Ler e escrever são ferramentas fundamentais para entrar e participar da 
sociedade letrada em que vivemos. São as ferramentas para compreender e 
concretizar a comunicação humana na sociedade contemporânea e a chave 
para a apropriação dos saberes conquistados pelo homem. Por meio da 
alfabetização, o homem se torna uma existência global, simbólica e social, um 
cidadão integrado à civilização moderna e domina os símbolos da comunicação 
humana (CÓCCO, 1996, p. 9). 
Diante dessa situação e de certas transformações culturais, econômicas 
e sociais que ocorreram nas sociedades contemporâneas desde o final do século 
XX, é necessário aqui discutir a alfabetização e a matemática, que significa saber 
ouvir e falar, ler e escrever para uso em uma situação de engajamento social. 
Significa saber interpretar, desenvolver novos conhecimentos, elaborar a 
capacidade de interpretar textos falados e escritos, valorizar conhecimentos 
prévios, expressar ideias, pensamentos e sentimentos, utilizando linguagem 
adequada a cada situação num processo em que a aprendizagem é uma 
necessidade contínua. 
É preciso considerar que a alfabetização e o letramento caminham juntas 
e participam ativamente do processo de alfabetização. Segundo Cócco, existem 
alguns objetivos que precisam ser alcançados: 
[...] como o desenvolvimento da competência de ler e escrever, 
ampliando as possibilidades de comunicação e expressão, por meio de 
variados gêneros orais e escritos e sua participação no uso social e 
cotidiano, ouvindo pessoas, elaborando e respondendo a perguntas, 
conhecendo a escrita por meio de manuseio de livros, revistas e outros 
portadores de textos e da vivências de diversas situações de uso da 
linguagem e ainda escutando textos lidos, apreciando a leitura feita 
pelos outros, escrevendo palavras e textos coerentes e coesos, enfim, 
usando o conhecimento linguístico para o viver cotidiano de sua 
comunidade.( CÓCCO, 2000, p. 8 - 9). 
 
15 
 
 
Portanto, a prática em sala de aula deve ser orientada a promover a 
alfabetização na perspectiva da alfabetização e, segundo Soares (2002), 
proporcionar a construção de competências para a prática efetiva e capaz da 
escrita. Esse exercício: 
[...] implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou 
escrever para atingir diferentes objetivos – para informar ou informar-
se, para interagir com os outros, para imergir no imaginário, no 
estético, para ampliar conhecimentos, para seduzir ou induzir, para 
divertir-se, para orientar-se, para apoio á memória, para catarse...: 
habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos de gêneros de 
textos, habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que 
marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos, ao escrever: 
atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse e 
informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma 
diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos, o interlocutor [...] 
(SOARES, 2002a, p. 92). 
 
O desafio que se coloca neste contexto histórico é a revisão das práticas 
pedagógicas, uma tentativa de fazer da alfabetização infantil um exercício de 
cidadania e de pensar o significado de fazer parte do mundo atual. 
Sob esse ponto de vista teórico, a prática escolar mediada pelos 
professores deve realizar e planejar o trabalho docente, e a aprendizagem do 
conteúdo do curso refere-se a conhecimentos externos aos alunos, faz parte do 
objeto, os quais só serão internalizados, progressivamente, à medida que esse 
aluno tenha desenvolvimento, ou seja, a estruturação interna, os esquemas 
assimilativos para atuar sobre o objeto de conhecimento, efetuar operações – 
coordenações de ações, enquanto fazeres pedagógicos (NEGRÃO, 2005, p. 87). 
Portanto, a responsabilidade dos professores é criar, inventar e planejar 
atividades para seus alunos e, o mais importante, fazer-lhes perguntas a fim de 
expandir para uma aprendizagem mais complexa à medida que as crianças 
 
16acumulam conhecimento. Tendo em conta o processo cognitivo de cada aluno, 
promover os alunos a participarem ativamente nas diferentes experiências de 
construção de novos conhecimentos é um compromisso que as escolas 
apoiadas na abordagem construtivista devem assumir. 
No entanto, é necessário reiterar que na pedagogia construtivista a escola 
não é apenas um lugar de aprendizagem, mas um lugar de crescimento, um 
espaço de vivenciar o saber e combiná-lo com o existente para saber como 
ensiná-lo a utilizá-lo em circunstâncias específicas da vida real. Segundo Piaget 
(1973,1974) a criança ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento 
cognitivo, necessita do apoio de ações, trabalhos, para desenvolver seu 
raciocínio, e também cabe a escola esse suporte. 
A metodologia construtivista requer o conhecimento teórico do professor 
para ser capaz de desenvolver e usar recursos materiais, meio ambiente, 
estratégias e atividades para explorar o conhecimento prévio dos alunos e 
fornecer oportunidades para interagirem com o conteúdo, construindo assim o 
seu conhecimento. 
Nenhuma prática de ensino é neutra, razão pela qual as crianças são 
construtoras de conhecimento desde o nascimento. Em um esforço para 
compreender o mundo ao seu redor, eles levantam problemas muito difíceis e 
abstratos e tentam encontrar as respostas por conta própria. 
A aprendizagem depende em grande medida, de como o processo 
educativo se organiza em suas diferentes dimensões, ou seja, de condições, ou 
seja, de condições mais objetivas. Mas condições mais objetivas têm um grande 
impacto neste processo: curiosidade para aprender, valorização do 
conhecimento que possuem e os Explicam porque sempre há espaço para 
 
17 
 
 
construir diferentes tipos de aprendizagem a partir de um mesmo ensino, pois 
cada aluno é uma existência diferente e suas ideias e estilos de aprendizagem 
são diferentes. 
Como disse Becker (2000), em seu livro "A Epistemologia do Professor 
no Processo de Desenvolvimento da Aprendizagem", isso mostra claramente 
que alguns alunos podem se lembrar do conhecimento porque é mais fácil, 
consegue aprender melhor e mais rápido, mas também existe aqueles que não 
conseguem acompanhar o ritmo mesmo porque cada um é um e” cada cabeça 
é uma sentença” ele faz uma observação e diz que aquilo que é claro para quem 
ensina pode ser totalmente obscuro para quem aprende, ou seja, para o sujeito 
em aprendizagem. 
3 O VALOR SOCIAL DA LEITURA E DA ESCRITA NA PERSPECTIVA 
CONSTRUTIVISTA 
Ler não significa apenas compreender o que essa escrita significa, mas 
também compreender algo sem palavras para serem observadas e 
interpretadas. Ler e escrever têm um valor fundamental para a sociedade, pois 
por meio delas nos comunicamos com outras pessoas, transmitimos as 
mensagens desejadas e somos um fator de enriquecimento e expansão do 
conhecimento no mundo. 
Se considerarmos que a função educativa implica quem aprende o quê, 
como, onde e isso se constitui pela interação educativa. A leitura e a escrita sem 
função explicitam na escola, perde o sentido, não suscita e até faz desaparecer 
na criança o desejo de ler e escrever. Muitos professores esperam que as 
 
18 
 
 
crianças saibam ler e escrever quando chegarem à escola, mas o problema é 
óbvio quando o discurso pedagógico sempre diz "considere e calcule as 
habilidades das crianças e aceite sua velocidade de desenvolvimento". Portanto, 
a prática diária será diferente de acordo com a experiência de cada professor. 
No entanto, o fundamento básico é entender que a linguagem escrita é o 
objeto da construção do conhecimento das crianças, ou seja, para que as 
crianças entendam, elas devem construir seu próprio conhecimento a partir de 
seus próprios pressupostos para evoluir. As crianças crescem resolvendo os 
conflitos que enfrentam, mas os professores precisam agir e expressar sua 
linguagem. 
Aprender significa se apropriar de novos objetos de conhecimento, não 
apenas adquirir tecnologia, ou seja, escrever não é apenas uma tecnologia, mas 
uma manifestação do que vemos, observamos, desenhamos e vivemos todos os 
dias. 
Como Smith (1971) observa, as crianças aprendem prontamente a 
linguagem falada quando estão engajadas em seu uso, quando ela tem o 
potencial de ser significativo para elas e, assim, gerar e testar uma hipótese, em 
outras palavras, a partir do momento em que ela conhece as pessoas envolvidas 
com a leitura e a escrita, elas vão poder entender o que é importante. Nos jogos 
simbólicos, ou seja, nos jogos de ficção, muitas crianças imitam o papel 
desempenhado pelos adultos que com elas convivem, fazendo de conta que 
estão lendo ou escrevendo com isso constrói conhecimentos, ou seja, aos quatro 
anos de idade ao fazer de conta que lia notícia de jornal construía anunciado 
como: “O gatinho morreu”, por exemplo. Como disse, a escrita deve ser ensinada 
 
19 
 
 
como uma habilidade motora, como uma técnica de registro de sons nas letras, 
não como uma atividade cultural complexa. 
O ensino deve ser organizado de forma que a leitura e a escrita sejam 
relevantes para as crianças. Deve ser relevante para a vida, deve fazer sentido 
para as crianças, deve ser integrada a uma tarefa vital necessária e importante 
para que possa se desenvolver como uma nova forma complexa de linguagem, 
ou seja, a leitura e a escrita deve fazer parte do cotidiano da criança pois tudo 
que ela tem contato é possível ler, escrever e produzir. 
3.1 Padrões evolutivos no desenvolvimento da escrita 
Segundo Smith (1971), durante o contato com os signos gráficos, a 
criança passa por um estágio evolutivo que se caracteriza em quatro estágios: 
PRÉ-SILÁBICO, SILÁBICO, SIBÍCO-ALFABÉTICO E ALFABÉTICO, ou seja, 
através de garatujas, rabiscos, letras, números, desenhos, silabas a criança vai 
evoluindo e construindo silabas e palavras e com o passar das etapas produzem 
textos significativos. 
É quase impossível falar em índices de alfabetização sem falar de Emília 
Ferreiro, pesquisadora argentina radicada no México. Quando essa autora 
publicou em 1979 (no Brasil, 1986), mudou completamente a percepção das 
pessoas sobre a taxa de alfabetização, juntamente com Ana Teberosky, suas 
pesquisas no livro Psicogênese da língua escrita. Muitos autores e profissionais 
da educação acreditam que esta é uma verdadeira revolução no conceito de 
alfabetização brasileira e descreve o processo por meio do qual a escrita se 
constitui em objeto de conhecimento para a criança. 
 
20 
 
 
Antes de Ferreiro, a alfabetização era muito discutida, mas sempre a partir 
do ponto de vista de "como ensinar". A grande diferença nessa teoria é que 
Ferreiro mudou o foco da alfabetização para “como aprender”. Portanto, por meio 
de sua pesquisa, ele pretendia descobrir como as crianças aprendem a escrever, 
que mecanismo utilizam antes de chegar à escrita tradicional, eliminar o 
monopólio da alfabetização na escola e deslocar o foco dessa prática para os 
alunos. 
Como discípula de Piaget, ao estudar as formas pelas quais as crianças 
constroem sua escrita, Ferreiro colocou como motor dessa aprendizagem o 
próprio sujeito, ativo e inteligente, como Piaget descreveu. Desse modo, se 
contrapõe ao modelo de alfabetização atual, indicando que as crianças não 
precisam repetir exercícios mecânicos, pois isso não é suficiente para uma 
alfabetização completa, é preciso considerar que o sujeito tem movimento 
interno para entender quem o fez, refletindo sobre o que está construindo. Ao 
simplesmente copiar ou seguir um padrão pré-estabelecido (como no caso da 
prática de alfabetização), o aluno não será reflexivo e não poderá ser visto como 
ativo. 
Um sujeito intelectualmente ativo não é um sujeito que “faz muitas 
coisas”, nem um sujeito que tem uma atividade observável. Um sujeito 
ativo é um sujeito que compara, exclui, ordena, categoriza, reformula, 
comprova, formulahipóteses, reorganiza etc.., em ação interiorizada 
(pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu nível de 
desenvolvimento). Um sujeito que está realizando algo materialmente, 
porém, segundo as instruções ou o modelo para ser copiado, dado por 
outro, não é, habitualmente, um sujeito intelectualmente ativo. 
(FERREIRO, 1985). 
 
 
21 
 
 
O panorama da alfabetização no Brasil abriu a ideia de que os alunos 
precisam pensar e agir para serem alfabetizados. Weisz enfatizou o momento 
histórico na disseminação do pensamento. 
Era ideia corrente nos anos 70 que havia pré-requisitos para que 
alguém pudesse aprender a ler e escrever. Esses pré-requisitos se 
constituíam em um conjunto de habilidades perceptuais conhecidas 
como “prontidão para a alfabetização”. Ou seja, as crianças precisavam 
alcançar uma maturidade, uma “prontidão” (do inglês readiness) sem a 
qual nem valia a pena ensiná-las. Dessa maneira, as escolas 
aplicavam ás crianças um conjunto de exercícios que serviam também 
para avaliar o desempenho em relação a essas habilidades. (O teste 
ABC, de Lourenço Filho, importante educador brasileiro, foi um dos 
percursores). A partir dessas avaliações, a escola podia decidir se o 
aluno frequentaria uma classe regular ou uma classe especial, onde 
ficava restrito a esse tipo de exercício. Isso, vemos hoje, significava 
negar-lhe a autorização de acesso á escrita. Eram as classes de 
prontidão, onde a escrita e a leitura eram evitadas e as crianças 
ficavam, ás vezes por anos, fazendo exercícios. (WEISZ, 2005, p. 45). 
 
É importante refletir, os exercícios de preparação da época definiam a 
alfabetização como uma comunicação puramente técnica e acreditavam que 
essa era a melhor forma de ensinar as crianças a ler e escrever. Essa prática, 
baseada na repetição de exercícios, geralmente resultava em uma habilidade de 
decifração, não necessariamente de compreensão. A criança lia, mas não 
entendia e apresentava dificuldades para escrever (VALLE, 2007, p.44). 
A proposta de Ferrero é surpreendente: ele descobriu em sua pesquisa 
que as crianças vivenciam níveis conceituais diferentes e contínuos durante a 
construção da escrita. Este conceito levou a uma mudança nos conceitos de 
ESCRITA e ERRO. Estudaremos os níveis descobertos por Ferreiro, e assim 
será possível compreender como esses conceitos são modificados com base na 
classificação de níveis de desenvolvimento proposta por Ferreiro. 
 
22 
 
 
Nível pré-silábico – neste nível, a escrita da criança não corresponde ao 
som. A criança registra garatujas, desenhos sem configuração e, mais tarde, 
desenhos com figuração. Posteriormente, registrou símbolos e pseudoletras 
(uma linha que reflete sua maneira particular de escrever: pontos, arranhões, 
etc.) misturados com letras e números. No final desta fase, começa a distinguir 
letras de números, gráficos ou símbolos e reconhece o papel das letras na 
escrita. Percebe que as letras servem para escrever, mas não sabe como isso 
ocorre. 
Nível silábico – Ao escrever, a criança conta as "peças sonoras", as 
sílabas das palavras e frases, e usa uma letra para cada sílaba. As letras podem 
ou não ter valor sonoro tradicional. Pode escrever boneca como sendo bnc ou 
mesmo oea (nesse caso, com valor sonoro correspondente), ou ainda fgr (uma 
letra cada sílaba sonora, mas sem correspondência com o som convencional). 
As crianças usam apenas vogais, ou apenas consoantes, ou usam vogais e 
consoantes para escrever, mas cada sílaba ou frase sempre tem uma 
representação (letra). 
Silábico-alfabético – A segurança do nível de sílaba é quebrada quando 
a criança compara aos escritos ou descobre que os adultos não podem ler o que 
está escrito. Em seguida, passa-se para outra etapa: o valor do som passa a ser 
básico, e a criança passa a somar letras principalmente na primeira sílaba. 
Tomemos como exemplo a apalavra boneca, a qual é escrita: bonc, e não mais 
bnc (escrita silábica). Neste momento, está perto da escrita alfabética e irá 
aproximar-se cada vez mais do último nível, quanto mais refletir, escrever e 
comparar suas escritas. 
 
23 
 
 
Nível alfabético – A criança agora pode ler e expressar seus 
pensamentos ou falar graficamente. Porém, escreve foneticamente (ou seja, faz 
a relação entre o som e a letra); ainda não consegue escrever ortograficamente. 
Por isso, são comuns palavras escritas com pequenos “erros”, como em 
ipopotamo (hipopótamo). 
Os primeiros rabiscos, elementos presentes nas primeiras fases da 
escrita, já são uma oportunidade para a criança, como sujeito pensante, fazer 
tentativas de escrever de uma forma convencional que ainda se considera 
escrita. 
Outro conceito que sofreu alterações foi o de ERRO. Antes do 
entendimento da pesquisa de Ferreiro, as formas de escrita diferentes das usuais 
eram classificadas como ruins, fazendo com que os alunos cometessem erros 
ao tentar escrever. A pesquisa de Ferreiro lança luz sobre esse "erro", mostrando 
que, de fato, a escrita é percebida como "errada" no processo de aprender a 
escrever "certo". 
4 O ENSINO APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA NA 
PRERSPECTIVA CONSTRUTIVA 
Acredita-se que o ensino e a aprendizagem estejam passando atualmente 
por uma importante mudança de paradigma. Desde o nascimento, o ser humano 
vem passando por constantes transformações, por meio da interação entre o 
indivíduo e o meio para produzir aprendizagem, possibilitando o 
desenvolvimento de suas próprias ideias e seus valores, por isso é que 
somos frutos da sociedade. Por meio das relações interpessoais, as crianças 
 
24 
 
 
usam a maneira como lidam com o mundo para estabelecer valores e 
significados para seus comportamentos e experiências em seu ambiente. 
As características do processo de desenvolvimento humano são 
contínuas e permeiam toda a vida. Aprender a ler/escrever não pode ser 
estendido à aprendizagem de conhecimentos formais nos conteúdos ministrados 
na escola, as crianças também aprendem a desenhar outros personagens e a 
estabelecer conexões emocionais com outros grupos. 
O construtivismo pressupõe que o conhecimento é construído pelo sujeito 
por meio da experiência de viver em seu ambiente, em outras palavras, eles 
constroem conhecimentos a partir de conhecimentos prévios, onde a situação 
que o sujeito enfrenta é a fonte de aprendizagem. Os alunos aprendem a ler e 
escrever por meio de diferentes processos, construindo seus conhecimentos em 
uma relação dialética. Aprender a ler e escrever pode ser ensinado por meios 
mecânicos. Se não for bem feito, pode ser transformado em objetos nos quais 
as crianças não estão interessadas. 
O ensino e a aprendizagem são caracterizados pela imitação de 
comportamentos e revelam que, quando as crianças escrevem sozinhas, 
aprendem a escrever escrevendo, E por meio da leitura, utilizam várias 
estratégias para isso, tais como: observar, questionar, imitar, enfim, as crianças 
aprendem a se tornar leitores e escritores porque vivenciam a leitura e a escrita 
em seu contexto. 
Do ponto de vista da aprendizagem, existem situações em que os alunos 
podem estabelecer interação e seus próprios conhecimentos. Se os professores 
proporcionarem uma aprendizagem significativa, eles saberão como aprender, 
em outras palavras, a aprendizagem escolar é um processo dinâmico no qual os 
 
25 
 
 
indivíduos interagem com o objetivo de construir novos conhecimentos por meio 
de uma série de trocas com colegas e professores. Os professores organizam o 
conhecimento contextualizado dimensional interativo durante a aprendizagem. 
O objeto da aprendizagem escolar é a posse do conhecimento sistemático 
dos alunos, que deve ser contextualizado para que o conhecimento possa 
interagir com ele, ou seja, aprender a ler e escrever deve ser significativo e 
motivar os alunos, por isso o educador deve trazer a diversidade dos textos para 
a sala de aula. 
A aprendizagem deve partirde um contexto que seja significativo para os 
alunos, porque este é um processo contínuo e inacabado. Os indivíduos 
continuam a aprender a encontrar formas positivas e dinâmicas de comunicação 
entre professores, alunos e objetos de aprendizagem. Portanto, na prática 
docente, os professores devem estar atentos que o processo de ensino e 
aprendizagem da leitura e da escrita deve andar de mãos dadas, para que a 
compreensão possa ocorrer, e que não seja de forma fragmentada. 
Segundo a pesquisa de Ferreiro (1985), a aprendizagem da leitura e da 
escrita não se inicia com o ingresso da criança na escola, pois fora da escola o 
verdadeiro trabalho cognitivo é realizado em materiais escritos no meio 
envolvente. Como é de sabença, de acordo com as sugestões do construtivismo, 
o aluno deve ser sempre avaliado para diagnosticar seu nível de alfabetização 
para que o professor possa intervir de forma adequada, De forma a construir 
para o avanço da etapa, pois todo o processo de aprendizagem está relacionado 
com a história de cada um e o ser humano aprende mais facilmente quando o 
novo pode ser relacionado com algum aspecto de sua experiência prévia, com o 
conhecimento anterior, com alguma imagem palavras e fatos que estão em sua 
 
26 
 
 
memória, convivência culturais, ou seja, o professor deve trazer o conteúdo para 
a sala de aula de acordo com a realidade de sua clientela para que o aprendizado 
ocorra, também será facilitado se as estratégias acompanharem a evolução da 
experiência cultural do indivíduo. 
A aprendizagem como um processo deve se adaptar ao desenvolvimento 
dos modos de pensar das crianças e das formas culturais de ação e uso de 
ferramentas culturais. É importante lembrar que o aluno não é apenas uma 
mente que aprende, mas um todo. Cada criança é uma existência cultural e uma 
experiência simbólica. Aprender a escrever faz parte do "caminho" humano para 
o desenvolvimento da função simbólica, no entanto, trabalhar idealmente com o 
reino dos sentidos como diz Elvira (2002), um espaço de vivência em relação ao 
outro que constitui significados para o indivíduo e permite a formação de outros 
sentidos. 
Segundo a autora, a aprendizagem do conhecimento formal tem maior 
probabilidade de acontecer se for previsto no processo de ensino que novas 
coisas relacionadas ao conhecimento prévio do indivíduo serão trazidas, O que 
“facilita” a construção de novos sentidos, ou seja, os educadores devem sempre 
utilizar a diversidade de textos na prática docente, o que deve ocorrer de forma 
interdisciplinar e contextual. 
Para aprender a escrever, é necessário “escrever” frases, textos, relatar 
fatos, expressar pensamentos e sentimentos, elaborando perguntas e 
argumentos sobre o assunto. Ferreiro mencionou em sua pesquisa que as 
crianças aprendem não porque veem outras pessoas lendo e escrevendo, mas 
porque tentam entender que tipo de atividade é. As crianças aprendem não 
apenas porque veem letras escritas, mas porque querem entender por que essas 
 
27 
 
 
marcas gráficas são diferentes de outras. As crianças aprendem porque têm 
lápis e papel à disposição, mas porque buscam entender o que pode ser feito 
com essas ferramentas. Por fim, as crianças aprendem não apenas porque veem 
e ouvem, mas porque especificam o que recebem, porque trabalham 
cognitivamente com o ambiente fornecido. 
De acordo com a pesquisa de Weisz (2005), aprender a ler e escrever não 
é resultado apenas do ensino de comportamento, mas também a partir do 
momento em que os seres humanos começam a aprender assim que nascem, 
da mesma forma que são deliberadamente ensinados, podem aprender pelo 
simples fato de estarem vivos e de conviver com outras pessoas em diferentes 
ambientes sociais. Muitas coisas que sabemos não nos são ensinadas 
oficialmente, então todos os processos de ensino e aprendizagem informais que 
acontecem em sala de aula também são educados, ou seja, a forma como as 
pessoas se relacionam, as atitudes dos adultos em relação às crianças, a relação 
que se estabelece com a família e a comunidade, o funcionamento geral da 
escola, a dinâmica dos tempos de descanso, em suma, tudo o que acontece ao 
indivíduo em seu ambiente representa a situação de aprendizagem. 
Portanto, não basta que o professor se preocupe apenas com o projeto 
de ensino, mas também com o contexto em que ele ocorre. Não basta prestar 
atenção ao nosso discurso, precisamos também estar atentos ao nosso 
comportamento e atitude para com a clientela. É necessário trabalhar de acordo 
com a situação real dos nossos alunos de forma contextual, de forma a realizar 
uma aprendizagem significativa da leitura e da escrita no processo dinâmico e 
educativo. 
 
28 
 
 
Numa escola orientada pela concepção construtivista, e por um modelo 
de ensino baseado na resolução de problemas, o aluno deve realizar as 
atividades propostas da melhor forma possível, pode cometer erros, mas deve 
justificar a abordagem utilizada. Em vez de apenas dar as respostas esperadas, 
os professores podem interagir tanto quanto com outros colegas, os alunos da 
sala não devem ter medo do professor, mas expressar suas opiniões pode 
contestar normas incomuns na educação tradicional. Isso, no entanto, não 
significa que o aluno não vá se comprometer para se obter melhores resultados, 
que este poderá conversar a todo o momento com quem tiver vontade. 
Se os professores não possuem as qualificações de "apresentador de sala 
de aula", precisam desenvolver a capacidade de análise crítica. Isso significa 
treinar duas outras habilidades: refletir sobre a própria prática e "estar na 
perspectiva dos outros", especialmente a habilidade que os alunos buscam. Ao 
analisar as coisas por seus ângulos, para atender às demandas que hoje se 
colocam, é necessário que o professor seja um educador e isso deve buscar 
refletir o ato de educar que é compartilhado com todos. 
A alfabetização passa a ser vista como um conjunto de práticas sociais 
aliadas à leitura e escrita, realizadas por indivíduos imersos em ambientes de 
produção social, o que torna falsa a inferência de que ‘’é possível separar o 
inseparável e letramento possam ser consideradas como autônomas 
independentes’’ (SOARES, 2002, p.9). 
As práticas atuais de alfabetização e letramento baseiam-se nos 
pressupostos do construtivismo social, buscando considerar a relação entre 
humanos e objetos de conhecimento. A alfabetização e o letramento são 
 
29 
 
 
processos de compreensão e uso das práticas sociais de leitura e escrita e 
devem ocorrer em um processo de codificação e decodificação. 
A prática de ensino nos mostra que quando uma pessoa pretende lidar 
com a diversidade textual em uma aula de alfabetização, quase todos os gêneros 
são lidos em voz alta para os alunos, desde que o conteúdo possa interessar, 
pois o professor atua como mediador entre eles e o texto. 
Como se sabe, a diversidade na sala de aula é inevitável, pois sempre 
existirá alunos com diferentes níveis de compreensão e conhecimento e, por 
isso, é preciso compreender, analisar e acompanhar os conteúdos que 
produzem para se adequar à proposta, considerando o ritmo e a possibilidade 
de leitura e escrita, fazendo com isso intervenções adequadas e significativas 
para que ocorra o conhecimento de maneira produtiva. 
Nesse sentido, o desafio é entender o que pensam e o que pretendem 
ensinar (isso mostra a real possibilidade de sua tarefa) para poder fazer 
perguntas que sejam suficientes para atender às suas necessidades de 
aprendizagem. Além de promover o aprendizado por meio da seleção de 
conteúdos relevantes, do planejamento de atividades adequadas e da formação 
de grupos produtivos, os professores também desempenham um papel 
fundamental na execução das atividades em sala de aula, Os alunos devem 
formular perguntas que os ajudem a pensar, questionar suas respostas, pedir a 
um ou outro para leralgo para os outros e fornecer informações úteis quando 
apropriado, socializar, questionar e discutir as respostas como foram 
encontradas. Para fazer isso, o aluno deve prestar atenção aos procedimentos 
que os alunos usam para realizar as tarefas propostas e aos conhecimentos que 
revelam à medida que trabalham. 
 
30 
 
 
Sabemos que o professor é um informante privilegiado na sala de aula, 
mas não é o único, pois seus agrupamentos foram bem planejados, os alunos 
também aprenderão, muito uns com os outros, ou seja, o professor ao mesmo 
tempo em que ensina também aprende e os alunos ao mesmo tempo em que 
aprendem também ensinam, por isso estamos constantemente ensinando e 
aprendendo. 
Portanto, aprender a ler e escrever depende muito de como o processo 
educacional é organizado em diferentes aspectos. Um ambiente letrado significa 
que os educadores trazem uma variedade de práticas de leitura e escrita para a 
sala de aula. E essas atividades de aprendizagem de leitura e escrita devem ser 
vistas a partir das seguintes questões: Por que? Para que? Como? Para quem? 
O trabalho de leitura escolar visa a formação de leitores capacitados e, 
portanto, produtores de textos, pois a possibilidade de produção de textos 
eficazes origina-se com prática da leitura. Portanto, leitura e produção de textos 
estão intimamente ligadas, pois a primeira nos fornece a matéria-prima para a 
segunda, ou seja, o que escrever e como escrever. Como se pode perceber, a 
leitura deve ser um processo em que o leitor faz um trabalho ativo de construção 
dos sentidos do texto, a partir da identificação de seus objetivos e do 
conhecimento que possui sobre o assunto, 
Portanto, ler não é apenas decifrar o que está escrito, decodificando letra 
por letra, palavra por palavra, mas é uma atividade que implica necessariamente 
um entendimento em que os sentidos começam a se constituir antes da leitura. 
Mas essas questões você já aprendeu quando cursou a disciplina Leitura e 
Produção de Textos. O que nos interessa aqui é que você compreenda que 
formar um leitor competente supõe: 
 
31 
 
 
[…] formar alguém que compreenda o que lê, que possa aprender a ler 
também o que não está escrito, identificando elementos implícitos, que 
estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que 
saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que 
consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de 
elementos discursivos. (PCN, 1997, p. 41). 
Por isso, a leitura é necessária para o aluno, ou seja, a atividade de leitura 
como prática social deve atender a objetivos imediatos: resolver problemas 
práticos, adquirir conhecimentos, divertir-se, aprender, escrever ou revisar o 
próprio texto. 
Nesse sentido, voltamos a enfatizar que a primeira e mais importante 
estratégia de ensino da prática da leitura é expor os alunos à diversidade dos 
textos, ou seja, ir além dos livros didáticos. Ao contrário da crença popular, a 
visão de que o aprendizado inicial da leitura deve envolver a conversão de letras 
em sons é um erro; e a consequência disso é que a escola formou um grande 
número de leitores que conseguem decodificar qualquer texto, mas com enorme 
dificuldade de entender o que estão tentando ler. 
Algumas ações do professor podem ajudar a despertar esse desejo. O 
primeiro, e talvez o mais importante, é que o aluno se torne um leitor. Os alunos 
precisam conviver com modelos de leitores. Além disso, é preciso segundo 
Brasil, (1997, p. 44): 
 
 organizar momentos de leitura livre em que o professor também 
leia; 
 planejar as atividades diárias garantindo que as de leitura tenham 
a mesma importância que as demais; 
 possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras; 
 
32 
 
 
 garantir que os alunos não sejam importunados durante os 
momentos de leitura com perguntas sobre o que estão achando, 
se estão entendendo e outras questões. 
 
A formação de excelentes leitores inclui o trabalho diário de leitura, seja 
leitura silenciosa, leitura sozinha ou em voz alta (sozinha ou coletivamente), seja 
ouvindo o leitor (aluno ou professor). Quando o professor lê o texto em voz alta 
na aula, ele pode perguntar aos alunos sobre o significado do texto e pedir-lhes 
que encontrem pistas linguísticas que possam ser atribuídas a esses sentidos. 
Cooperar com projetos de leitura também ajuda a desenvolver bons leitores, 
pois, neste caso, a linguagem falada, a escrita, a leitura e a produção de textos 
estão contextualmente relacionadas entre si, pois quase sempre envolvem a 
tarefa de esclarecimento desses diferentes conteúdos. 
5 CAUSAS DAS DIFICULDADES DE APENDIZAGEM DA LEITURA E 
DA ESCRITA 
A origem de todo aprendizado está na ação do corpo, portanto a 
integridade e o funcionamento dos órgãos que são comprometidos por sua 
manipulação, bem como os dispositivos que podem garantir sua coordenação 
com o sistema nervoso central, são essenciais. 
É essencial para vida a do aluno e também necessário estabelecer se o 
sujeito alimenta corretamente, em quantidade e qualidade para assim evitar um 
problema de aprendizagem. 
No nível comportamental, um sistema nervoso saudável é caracterizado 
por seu ritmo e equilíbrio, isso garante a harmonia da mudança, caso contrário, 
 
33 
 
 
se a criança apresentar alguma dificuldade, se algum de seus sistemas for 
afetado, seu desenvolvimento intelectual inclui a capacidade de aprendizagem, 
que ocorre principalmente na infância. 
Tendo em vista as dificuldades de aprendizagem na compreensão da 
leitura e da escrita nos respectivos textos, serão discutidas algumas estratégias 
que os professores podem utilizar ou seja, fazer uso. Em sua prática docente, 
fica claro que esta não é uma fórmula que possa ser seguida, mas que podem 
esclarecer algumas dúvidas sobre as inseguranças dos profissionais em sua 
prática docente, assim cabe a este estar sempre refletido, buscando soluções 
referente ao assunto, utilizando um procedimento adequado para realização 
desta. 
 Um procedimento, também chamado de regra, método ou habilidade, é 
um conjunto de ações ordenadas e concluídas destinadas a atingir um 
determinado objetivo (COLL apud SOLÉ. 1998 p 68), ou seja, as ações ou 
passos e o tipo de meta que o profissional pretende alcançar, pois nos conteúdos 
O programa pode ser executado especificamente através de técnicas ou 
estratégias relacionadas. Como um processo de prática diária, tendo em vista o 
trabalho a ser realizado, é necessário utilizar estratégias para a resolução de 
problemas, sejam eles educacionais ou não. 
Como Valls (1990), ressaltando que esta estratégia tem em comum com 
todos os demais procedimentos é a sua utilidade no desenvolvimento das 
atividades realizadas pelas pessoas e, no que diz respeito à sua aplicação, 
permite que determinadas ações sejam selecionadas, avaliadas, aderidas ou 
abandonadas para o seu alcance os objetivos propostos, os planejamentos das 
 
34 
 
 
ações que se pretendem atingir, assim como a avaliação e possível mudança, 
cabe ao professor definir isso. 
É fundamental salientar que as estratégias d leitura são procedimentos e 
os procedimentos são conteúdos de ensino, então é preciso ensinar as 
estratégias para que aconteça a compreensão dos textos trabalhados pelo 
educador, estas não podem ser tratadas como técnicas ou receitas, mas sim que 
analise o problema e seja flexível para encontrar soluções adequadas para 
situações de leituras múltiplas e variadas e que ocorra aprendizagem 
significativa, pois é necessário o professor ter claro o que quer que a criança 
aprenda, pois de nada adianta esta possuir um amplo repertorio de estratégias 
adequadas para a compreensão de um texto, pois do contrário pode-se ter uma 
lista imensa de estratégias e o professor não utilizar adequadamente poderá virar 
uma técnica, uma receita ou até mesmo um procedimentoinadequado e este 
não irá obter sucesso, tendo em vista que, como de fato já ocorre em várias 
propostas, portanto, tem-se que saber como ensiná-las se não quiser que seu 
potencial seja fracassado. 
Por esse motivo, é importante e adequado analisar, refletir, visualizando 
que as diferentes estratégias utilizadas devem possibilitar o que deverá ser 
levado em conta durante os processos de ensino e de aprendizagem para que 
esta possa ir de encontro com as metas traçadas pelo educador, quando este se 
deparar com problemas, pois, as diversas estratégias poderão permitir enfatizar 
a ideia de que o ensino da leitura e da escrita pode e deve percorrer todas as 
suas etapas (antes, durante e depois ) e sustentar a ideia de um leitor ativo, que 
constrói seus próprios significados para que possam utilizá-los com competência 
e independência, dominar o conteúdo didático e atingir seus objetivos de forma 
eficaz; que isso é possível juntos. 
 
35 
 
 
Por meio da interação que ocorre na prática educacional, o professor pode 
cumprir seu papel de instrutor, garantindo que ele estabeleça uma conexão entre 
a construção que o aluno deve realizar e os conteúdos que precisa aprender 
para atingir o objetivo, isto é, Os professores devem ser capazes de esclarecer 
o que significa participar do processo de ensino que ocorre, compreender de 
forma gradual no seu desenvolvimento com responsabilidade e demonstrar 
capacidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos. 
Portanto, pode-se entender que é necessário ensinar uma série de 
estratégias que auxiliem a compreensão em torno do contexto de ensino do 
processo de construção de estratégias de leitura e professores e alunos em 
conjunto e que esta seja feita pelo educador como modelo onde o mesmo faz 
leitura em voz alta faz comentários referentes ao texto para que estes passem 
compreender a mensagem do texto comentar sobre as dúvidas que encontram 
as falhas e os mecanismos utilizados para solucioná-las, pois quando se 
encontra dificuldade não se deve amedrontar mas sim expor para a criança que 
podemos fazer com a leitura a mesma coisa que fazemos quando explicamos a 
soma ou qualquer outra operação, ou seja, expor para a criança como proceder 
para resolvê-la. 
Outra etapa é a participação da criança. Os professores podem fazer 
perguntas abertas e dar opiniões, ou seja, os alunos utilizam estratégias que 
auxiliem na compreensão do texto. Para isso, os professores devem intervir nas 
necessidades dos alunos e usar isso como objetivo para poder desempenhar a 
autonomia com competência. 
No entanto, esta etapa é muito sutil. Tanto os professores quanto os 
alunos devem entender que erros podem acontecer. Isso não deve ser um 
 
36 
 
 
obstáculo para a tomada de riscos nesta fase. Os professores são totalmente 
úteis na construção e participação conjunta. 
Existe também a etapa de leitura silenciosa realizada pelo aluno, podendo 
ser oferecidos ao educando diversos auxílios, ou seja, o professor pode planejar 
atividades, os alunos devem preparar alguns textos de inferência, textos com 
erros a resolver, os mais diversos e variados, alguns textos são mais adequados 
para leitura e compreensão escrita do que outros de forma significativa e que as 
estratégias se diversificam, pois existem múltiplas maneiras de fazer uso. 
De acordo com outros pontos de vista, pode-se considerar um conjunto 
de recomendações sobre o ensino de estratégias de compreensão leitora, 
incluindo duas formas em que ocorre o "ensino direto", o que ajuda a evidenciar 
a necessidade de ensinar a leitura e a compreensão de forma mais clara. 
(...) Quando há ensino direto, dedica-se tempo suficiente à leitura, os 
professores aceitam sua responsabilidade no progresso dos alunos e 
esperam que eles aprendam. Os professores conhecem os objetivos 
de suas aulas e são capazes de expô-los claramente aos alunos, este 
seleciona as atividades e dirige as aulas; o ensino não é realizado 
grupos grandes ou pequenos, os alunos obtêm mais êxito do que 
fracasso e estão concentrados na tarefa durante a maior parte do 
Tempo.O professor está bem preparado, é capaz de prevenir o mau 
comportamento,verifica que seus alunos compreendem, corrige 
adequadamente e torna a repetir as explicações em caso de 
necessidade. Mas o mais importante é que o professor comanda a 
situação de aprendizagem, mostrando. Falando, demonstrando, 
descrevendo, “ensinando o que se deve ser aprendido”. (BAUMANN 
apud, SOLÉ 1998, p. 78). 
 
Portanto, um professor eficaz é aquele que está constantemente atento à 
aprendizagem dos alunos e busca diferentes estratégias para que o 
conhecimento aconteça de forma significativa. Em busca de metas que irão 
 
37 
 
 
satisfazer a todos e voltar sempre que necessário para que ele possa entender 
o conteúdo. Aquele que de maneira coletiva trabalha para que possa acontecer 
a troca, ou seja, a relação entre professor e aluno, como o professor ensinando 
e produzindo os resultados obtidos pelos alunos, sempre fazendo uso do 
conhecimento prévio, com relação a novas informações, atribuindo significados. 
O trabalho de estratégia de leitura é considerado essencial e tem como 
principal objetivo formar leitores capazes de lerem qualquer texto dentro da 
sociedade, compreendendo-o e fazendo uso dos seus conhecimentos. Assim, 
são formados os princípios básicos do letramento 
As "instruções diretas" seria o ensino de habilidades isoladas, isto é, os 
professores explicam aos alunos o conteúdo das habilidades e, em sua prática 
educacional. Considere-os aqui para que os professores possam oferecer um 
trabalho de leitura em que o texto seja lido, analisado, refletido e utilizado como 
meio para desenvolver a leitura com os alunos de forma significativa. 
6 ESTRATÉGIAS USADAS PELOS PROFESSORES NA PRÁTICA 
DOCENTE 
Para se desenvolver, é necessário utilizar as mais diversificadas 
estratégias em sala de aula, e realizar um trabalho consistente com base nos 
materiais didáticos disponíveis na escola e nos textos trazidos pelos alunos ou 
obtidos na interação normal em que professores e alunos estão inseridos, é 
fundamental o professor em sua prática pedagógica ensinar as estratégias de 
leitura aos alunos, pois com esse ensino eles aprendem a desenvolver sua 
leitura com mais facilidade e de maneira adequada. 
 
38 
 
 
Estratégias são procedimentos conscientes ou inconscientes que os 
leitores usam para decodificar, compreender e interpretar textos e resolver 
problemas encontrados na leitura. Um procedimento "geralmente também 
chamado de regra, técnica, método, habilidade ou destreza, é um conjunto de 
ações ordenadas e concluídas, ou seja, destinadas a atingir um objetivo" 
(COLL,1987 apud SOLÉ, 1998, p. 68). Nesse ponto, é necessário que façamos 
distinção entre estratégias e técnicas. Menegassi (2003, p.159), considera que 
as técnicas, como procedimentos de ação ordenada. 
Por outro lado, o modelo de ensino direto centra-se nas necessidades do 
ensino sistemático, oferecendo sugestões de ensino estritas e sistemáticas, 
devendo, como todas as sugestões, ser adaptadas de forma flexível a cada 
situação, contextualização, para que a aprendizagem dos alunos aconteça de 
forma clara, através do ensino, contribua para o ensino e aprendizagem em uma 
perspectiva global do que é o processo de leitura, utilizando os recursos destas 
e de outras propostas devem conseguir que os alunos possam ser leitores ativos 
e autônomos, que aprenderam de forma significativa as estratégias para se fazer 
uma leitura eficaz numa perspectiva construtivista baseado na participação 
conjunta. 
Neste processo fica claro o uso da diversidade textual e sua estrutura, o 
professor deve levar para sala os mais variados para que os alunos possam ter 
acesso. 
 
 
 
 
39 
 
 
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