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TUTORIA P4M3

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1. DESCREVER QUANTO À MORFOLOGIA, REPRODUÇÃO E 
CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS: 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS 
Os vírus foram originalmente diferenciados de outros agentes infecciosos por serem 
especialmente muito pequenos (filtráveis) e por serem parasitos intracelulares obrigatórios – isto 
é, eles necessariamente precisam de células hospedeiras vivas para a sua multiplicação. 
 
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem os vírus estão relacionadas à sua 
organização estrutural simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus são 
entidades que: 
- Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
- Contêm um revestimento proteico (às vezes recoberto por um envelope de lipídeos, proteínas e 
carboidratos) que envolve o ácido nucleico. 
- Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria sintética da célula. 
- Induzem a síntese de estruturas especializadas que podem transferir o ácido nucleico viral para 
outras células. 
 
Os vírus devem assumir a maquinaria metabólica da célula hospedeira para a sua multiplicação. 
 
ESTRUTURA VIRAL 
Um vírion é uma partícula viral infecciosa completa, totalmente desenvolvida, composta por um 
ácido nucleico e envolta por um revestimento proteico que a protege do meio ambiente. Os vírus 
são classificados de acordo com o ácido nucleico que possuem e por diferenças nas estruturas 
de seus envoltórios. 
 
ÁCIDO NUCLEICO 
Ao contrário das células procarióticas e eucarióticas, nas quais o DNA é sempre o material 
genético principal (o RNA tem um papel auxiliar), os vírus podem possuir tanto DNA como RNA, 
mas nunca ambos. O ácido nucleico dos vírus pode ser de fita simples ou dupla. Assim, existem 
vírus que apresentam o familiar DNA de dupla-fita, DNA de fita simples, RNA de dupla-fita e RNA 
de fita simples. Dependendo do vírus, o ácido nucleico pode ser linear ou circular. Em alguns 
vírus (como o vírus da gripe), o ácido nucleico é segmentado. 
 
CAPSÍDEO E ENVELOPE 
O ácido nucleico de um vírus é protegido por um revestimento proteico, chamado de capsídeo. A 
estrutura do capsídeo é determinada basicamente pelo ácido nucleico do vírus e constitui a maior 
parte da massa viral, sobretudo dos vírus menores. Cada capsídeo é composto de subunidades 
proteicas, denominadas capsômeros. 
 
Em alguns vírus, o capsídeo é envolto por um envelope, que geralmente consiste em uma 
combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos. Alguns vírus animais são liberados da célula 
hospedeira por um processo de extrusão, no qual a partícula é envolta por uma camada de 
membrana plasmática celular que passa a constituir o envelope viral. 
 
Em muitos casos, o envelope contém proteínas codificadas pelo genoma viral juntamente com 
materiais derivados de componentes normais da célula hospedeira. 
 
Alguns vírus se ligam à superfície da célula hospedeira através das espículas, que são 
características tão marcantes de alguns vírus que podem ser utilizadas para a identificação. 
 
Os vírus cujos capsídeos não são envoltos por um envelope são conhecidos como vírus não 
envelopados. Nesse caso, o capsídeo protege o ácido nucleico viral do ataque das nucleases 
presentes nos fluidos biológicos e promove a ligação da partícula às células suscetíveis. 
 
O envelope é uma membrana lipoproteica composta por lipídeos derivados da membrana celular 
do hospedeiro e por proteínas que são vírus-específicas. Além disso, muitas vezes há 
glicoproteínas na forma de projeções similares a espículas na superfície, que se ligam a 
receptores da célula hospedeira durante a entrada do vírus na célula. 
 
Outra proteína, a proteína de matriz, medeia a interação entre proteínas do capsídeo e o 
envelope. O envelope viral é adquirido enquanto o vírus sai da célula por meio de um processo 
denominado “brotamento”. O envelope da maioria dos vírus é derivado da membrana externa 
celular. 
 
Em geral, a presença de um envelope confere instabilidade ao vírus. Vírus envelopados são mais 
sensíveis ao calor, dessecamento, detergentes e solventes lipídicos, como álcool e éter, do que 
os vírus com nucleocapsídeo não envelopado, que são compostos apenas por ácido nucleico e 
proteínas do capsídeo. 
 
As proteínas de superfície dos vírus, sejam proteínas do capsídeo ou glicoproteínas do envelope, 
são os principais antígenos contra os quais o hospedeiro monta sua resposta imune contra o 
vírus. Elas também são determinantes de especificidade de tipo (frequentemente chamado de 
sorotipo). 
 
Em geral, há pouca proteção cruzada entre sorotipos diferentes. Vírus que apresentam múltiplos 
sorotipos (i.e., possuem variantes antigênicos) exibem uma habilidade aprimorada em evadir as 
defesas do hospedeiro, uma vez que anticorpos contra um sorotipo não protegem contra outro 
sorotipo. 
 
PROTEÍNAS VIRAIS 
As proteínas virais possuem várias funções importantes. As proteínas do capsídeo protegem o 
genoma de DNA ou RNA de degradação por nucleases. As proteínas na superfície dos vírus 
medeiam a ligação deles a receptores específicos presentes na superfície da célula hospedeira. 
 
Essa interação entre as proteínas virais e o receptor celular é o principal determinante da 
especificidade de hospedeiros e de órgãos/tecidos. Proteínas virais externas são também 
antígenos importantes que induzem anticorpos neutralizantes e ativam células T citotóxicas para 
matar células infectadas por vírus. 
 
Essas proteínas externas não apenas induzem anticorpos, mas também são alvos deles. As 
proteínas externas induzem essas respostas imunes após infecção natural e imunização. 
 
 
MORFOLOGIA GERAL 
Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na 
arquitetura do capsídeo. 
 
Vírus helicoidais 
Os vírus helicoidais assemelham-se a longos bastonetes que podem ser rígidos ou flexíveis. O 
ácido nucleico viral é encontrado no interior de um capsídeo oco e cilíndrico que possui uma 
estrutura helicoidal 
 
Vírus poliédricos 
Muitos vírus animais, vegetais e bacterianos são poliédricos, isto é, têm muitas faces. O capsídeo 
da maioria dos vírus poliédricos tem a forma de um icosaedro. Os capsômeros de cada face 
formam um triângulo equilátero. 
 
Vírus envelopados 
O capsídeo de alguns vírus é coberto por um envelope. Os vírus envelopados são relativamente 
esféricos. Quando os vírus helicoidais e os poliédricos são envoltos por um envelope são 
denominados vírus helicoidais envelopados ou vírus poliédricos envelopados. 
 
Vírus complexos 
Alguns vírus, particularmente os vírus bacterianos, têm estruturas complicadas e são chamados 
de vírus complexos. Um bacteriófago é um exemplo de um vírus complexo. Alguns bacteriófagos 
possuem capsídeos com estruturas adicionais aderidas O capsídeo (cabeça) é poliédrico e a 
bainha da cauda é helicoidal. A cabeça contém o genoma viral. 
 
A classificação mais antiga dos vírus tem como base a sintomatologia, como a das doenças que 
afetam o sistema respiratório. Esse sistema é conveniente, mas não é aceitável cientificamente, 
uma vez que o mesmo vírus pode causar mais de uma doença, dependendo do tecido afetado. 
 
MULTIPLICAÇÃO DE VÍRUS ANIMAIS 
 Um vírus necessita de células hospedeiras vivas para a sua multiplicação, mas precisa 
interromper a síntese de proteínas do hospedeiro, para que os genes virais sejam traduzidos. 
Proteínas precoces virais podem bloquear a transcrição, mRNA circulante ou uma tradução em 
andamento. 
 
Adsorção 
Como os bacteriófagos, os vírus animais têm sítios de adsorção que se ligam a sítios receptores 
na superfície da célula hospedeira. No entanto, os receptores das células animais são proteínas e 
glicoproteínas da membrana plasmática. Além disso, os vírus animais não têm apêndices, como 
as fibras da cauda de alguns bacteriófagos. 
 
Os sítios de ligação dos vírus animais estão distribuídos ao longo de toda a superfície da partícula 
viral, e os sítios em si variam de um grupo de vírus para outro. 
 
A ligação de muitos sítios completa o processo de adsorção.Penetração 
Após a adsorção, ocorre a penetração. Muitos vírus penetram nas células eucarióticas por 
endocitose mediada por receptor. A membrana plasmática celular está constantemente sofrendo 
invaginações para formar vesículas. 
 
Essas vesículas contêm elementos originados do exterior da célula e que são levados para o seu 
interior para serem digeridos. Se um vírion se liga à membrana plasmática de uma potencial 
célula hospedeira, a célula envolverá o vírion e formará uma vesícula. 
 
Os vírus envelopados podem penetrar por um processo alternativo, chamado de fusão, no qual o 
envelope viral se funde à membrana plasmática e libera o capsídeo no citoplasma da célula. 
 
Desnudamento 
Durante o período de eclipse da infecção viral, os vírus são desmontados e não são observadas 
partículas virais dentro da célula. O desnudamento é a separação do ácido nucleico viral de seu 
envoltório proteico. Esse processo varia de acordo com o tipo de vírus. 
 
As maiores diferenças entre os vírus são observadas durante a biossíntese dos componentes 
virais. 
 
A biossíntese dos vírus de DNA 
Em geral, os vírus de DNA replicam seu genoma no núcleo da célula hospedeira, usando 
enzimas virais, e sintetizam as proteínas do capsídeo e outras proteínas no citoplasma, usando 
enzimas do hospedeiro. 
 
As proteínas migram, então, para o núcleo e são reunidas ao DNA recém-sintetizado para formar 
os novos vírions. Os vírions são transportados pelo retículo endoplasmático para a membrana da 
célula hospedeira e são liberados. 
 
1,2: Após a adsorção, a penetração e o desnudamento, o DNA viral é liberado no núcleo da 
célula hospedeira. 
 
3: Ocorre a transcrição de uma porção do DNA viral que codifica os genes “precoces”, seguida da 
sua tradução. Os produtos desses genes são enzimas requeridas para a multiplicação do DNA 
viral. Na maioria dos vírus de DNA, a transcrição precoce é realizada pela transcriptase do 
hospedeiro (RNA-polimerase); os poxvírus, no entanto, possuem sua própria transcriptase. 
 
4: Algum tempo após o início da replicação do DNA, ocorre a transcrição e a tradução dos genes 
“tardios”. As proteínas tardias incluem as proteínas do capsídeo e outras proteínas estruturais. 
 
5: Isso leva à síntese das proteínas do capsídeo, que ocorre no citoplasma da célula hospedeira. 
 
6: Após a migração das proteínas do capsídeo para o núcleo celular, ocorre a maturação; o DNA 
viral e as proteínas do capsídeo se organizam para formar os vírus completos. 
 
7: Os vírus completos são, então, liberados da célula hospedeira. 
 
 
REPRODUÇÃO - CURVA DE CRESCIMENTO VIRAL 
A curva de crescimento mostra que quando um vírion (uma partícula viral) infecta uma célula, ele 
pode replicar-se em aproximadamente 10 horas para produzir centenas de vírions no interior 
dessa célula. Essa notável amplificação explica como os vírus se espalham rapidamente de 
célula a célula. 
 
O primeiro evento é bastante surpreendente: o vírus desaparece, como representado pela linha 
contínua que decai até o eixo x. Apesar de a partícula viral não estar mais presente, o ácido 
nucleico viral continua a funcionar e começa a se acumular no interior da célula, como indicado 
pela linha tracejada. 
 
 
 
EVENTOS ESPECÍFICOS DURANTE O CICLO REPLICATIVO 
A partícula viral infectante parental liga-se à membrana celular e, então, penetra na célula 
hospedeira. O genoma viral é “desnudado” pela remoção das proteínas do capsídeo, deixando o 
genoma livre para funcionar. 
 
São sintetizados o RNA mensageiro e as proteínas precoces; as proteínas precoces são enzimas 
usadas para replicar o genoma viral. RNA mensageiro tardio e proteínas são, então, sintetizados. 
Essas proteínas tardias são proteínas estruturais do capsídeo. Os vírions da progênie são 
montados a partir do material genético replicado e das proteínas do capsídeo recém-produzidas, 
e são, então, liberados da célula. 
 
Outra forma geral de descrever o ciclo de crescimento é a seguinte: (1) eventos precoces (i.e., 
adsorção, penetração e des- nudamento); (2) eventos intermediários (i.e., expressão gênica 
e replicação do genoma); e (3) eventos tardios (i.e., montagem e liberação). 
O tempo no qual nenhum vírus é encontrado no interior da 
célula é conhecido como período de eclipse. O período de 
eclipse termina com o aparecimento do vírus (linha contínua). 
O período de latência, em contrapartida, é definido pelo 
tempo do início da infecção até o aparecimento do vírus 
extracelularmente. 
 
Observe que a infecção inicia com uma partícula viral e 
termina com várias centenas de partículas virais sendo 
produzidas; esse tipo de reprodução é exclusivo dos vírus. 
 
Alterações da morfologia celular acompanhadas por 
pronunciadas perturbações de funções celulares começam 
perto do fim do período de latência. Este efeito citopático 
(ECP) culmina na lise e morte das células. 
 
 
 
 
 
 
 
O genoma de todos os vírus de RNA consiste em RNA de fita simples, exceto para os membros 
da família dos reovírus, que possuem um genoma de RNA de dupla-fita. 
 
Os vírus de RNA dividem-se em quatro grupos com estratégias bastante diferentes para sintetizar 
mRNA. 
 
Adsorção, penetração e desnudamento 
As proteínas da superfície do vírion ligam-se a 
receptores proteicos específicos na superfície da célula 
por meio de ligações fracas não covalentes. A 
especificidade dessa ligação determina o espectro de 
hospedeiro do vírus. 
 
A partícula viral penetra por meio de seu englobamento 
por uma vesícula pinocitótica, dentro da qual o 
processo de desnudamento se inicia. O pH baixo no 
interior da vesícula favorece o desnudamento. 
 
O rompimento da vesícula ou a fusão da camada 
externa do vírus com a membrana da vesícula deposita 
o cerne do vírus no citoplasma. 
 
Os receptores para vírus na superfície celular são pro- 
teínas que possuem outras funções na vida da célula. 
Provavelmente, o receptor celular usado por vírus mais 
conhecido é a proteína CD4, que funciona como um 
dos receptores para o HIV, mas cuja função normal é a 
ligação com proteínas do MHC de classe 2, envolvidas 
na ativação de células T auxiliares. 
 
 
Expressão gênica e replicação do 
genoma 
O primeiro passo na expressão 
gênica viral é a síntese do mRNA. É 
nesse ponto que os vírus seguem 
caminhos diferentes dependendo 
da natureza de seu ácido nucleico e 
da parte da célula onde eles se 
replicam. 
 
Os vírus de DNA, replicam-se no 
núcleo e usam a RNA-polimerase 
dependente de DNA do hospedeiro 
para sintetizar seu próprio mRNA. 
 
O genoma de todos os vírus de 
DNA consiste em DNA de dupla-
fita, exceto para os parvovírus, que 
possuem um genoma de DNA de 
fita simples. 
 
A maior parte dos vírus de RNA 
realiza seu ciclo replicativo 
inteiramente no citoplasma. 
 
 
 
Como a célula não possui uma RNA-polimerase capaz de usar RNA como molde, o vírus carrega 
sua própria RNA-polimerase dependente de RNA. 
 
Existem duas subcategorias de vírus de RNA com polaridade negativa: os que possuem apenas 
um único segmento de RNA e os que possuem múltiplos segmentos de RNA. 
 
3) O terceiro grupo possui RNA de dupla-fita como material genético. Como a célula não possui 
enzimas capazes de transcrever esse RNA em mRNA, o vírus carrega sua própria polimerase. 
Observa-se que a fita positiva de um RNA de dupla-fita não pode ser usada como mRNA, uma 
vez que está ligada por ligações de hidrogênio à fita negativa. 
4) O quarto grupo, exemplificado pelos retrovírus, possui RNA de fita simples de polaridade 
positiva transcrito em DNA de dupla-fita pela DNA-polimerase dependente de RNA 
(transcriptase reversa) carregada pelo vírus. Essa cópia de DNA é, então, transcrita em mRNA 
viral pela RNA-polimerase comum da célula hospedeira. 
 
Depois que o mRNA dos vírus de DNA ou RNA é sintetizado, ele é traduzido pelos ribossomos da 
célula hospedeira em proteínas virais, sendo algumas proteínas precoces (i.e., enzimas 
necessárias para a replicação do genoma viral) e outras proteínas tardias (i.e., proteínasestruturais) da progênie viral. 
 
A replicação do genoma viral é controlada pelo princípio da complementaridade, que requer a 
síntese de uma fita com sequência de bases complementares; essa fita serve, então, de molde 
para a síntese do verdadeiro genoma viral. 
 
Enquanto a replicação do genoma viral ocorre, as proteínas estruturais do capsídeo que serão 
usadas pelas partículas da progênie viral são sintetizadas. Em alguns casos, os genomas virais 
recém-replicados podem servir como moldes para o mRNA tardio que codifica as proteínas do 
capsídeo. 
 
Montagem e liberação 
As partículas da progênie são montadas pelo empacotamento do ácido nucleico viral dentro das 
proteínas do capsídeo. Pouco é conhecido sobre os passos exatos do processo de montagem. 
 
As partículas virais são liberadas da célula por um dos dois processos descritos a seguir. O 
primeiro é a ruptura da membrana celular e liberação das partículas maduras; isso geralmente 
ocorre com vírus não envelopados. O segundo, que ocorre com vírus envelopados, é a liberação 
dos vírus por brotamento através da membrana celular externa. 
 
LISOGENIA 
O ciclo de replicação típico, descrito anteriormente, ocorre na maioria das vezes em que o vírus 
infecta uma célula. Entretanto, alguns vírus podem usar uma via alternativa, chamada de ciclo 
lisogênico, na qual o DNA viral se torna integrado no cromossomo da célula hospedeira e 
1) A estratégia mais simples é ilustrada 
pelos poliovírus, que possuem RNA 
de fita simples com polaridade 
positiva como seu material genético. 
Esses vírus usam seu genoma de 
RNA diretamente como mRNA. 
2) O segundo grupo possui RNA de fita 
simples com polaridade negativa 
como seu material genético. Um 
mRNA precisa ser transcrito pelo uso 
da fita negativa como molde. 
nenhuma partícula viral da progênie é produzida nesse momento. O ácido nucleico viral continua 
a funcionar em seu estado integrado de várias maneiras. 
 
Umas das mais importantes funções da lisogenia do ponto de vista médico é a síntese de várias 
exotoxinas em bactérias, como diftérica, botulínica, colérica e toxinas eritrogênicas, codificadas 
por genes de um bacteriófago integrado (prófago). 
 
A reprodução é dividida basicamente em dois ciclos – lisogêncio e lítico. Se um vírus fizer o ciclo 
lisogênico, terá que fazer o lítico. Se o vírus fizer só o ciclo lítico, ele não precisa da fase 
lisogênica. 
 
Para explicar, usamos o bacteriófago. Quando esse vírus de bactéria pousa numa célula de 
bactéria, o seu corpo (tubo) fura a bactéria e libera o material genético do capsídeo dentro dela. 
Esse material genético se junta ao plasmídeo bacteriano. 
 
No ciclo lisogênico, o vírus não toma controle do metabolismo da célula. Essa bactéria se 
multiplica junto com esse material genético viral. As novas bactérias que vão surgindo já estarão 
infectadas. No ciclo lisogênico, a célula hospedeira não morre. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
A classificação dos vírus é baseada em critérios químicos e morfológicos. Os dois principais 
componentes dos vírus usados para classificação são (1) o ácido nucleico (seu peso molecular e 
sua estrutura) e (2) o capsídeo (seu tamanho e sua simetria e se ele é envelopado). 
 
VÍRUS DE DNA 
 As quatro famílias de vírus icosaédricos nus – os parvovírus, poliomavírus, papilomavírus e 
adeno-vírus – estão apresentadas em ordem crescente de tamanho da partícula, assim como 
estão as três famílias envelopadas. 
 
Parvovírus 
São vírus nus icosaédricos muito pequenos com um DNA linear de fita simples. Existem dois tipos 
de parvovírus: defectivos e não defectivos. Os parvovírus defectivos necessitam de um vírus 
auxiliar para replicação. 
 
Quando o material 
genético viral toma o 
controle do 
metabolismo da célula, 
começa o ciclo lítico. 
Nesse ciclo lítico, esse 
material genético viral 
irá se multiplicar para 
que comece a 
sintetizar as proteínas 
virais para formar 
novos vírus. Esses 
novos vírus que irão 
ser formados dentro da 
bactéria causarão a 
lise (morte) dela, 
liberando-os e 
procurando novas 
bactérias. 
 
Poliomavírus 
São vírus icosaédricos nus com DNA dupla-fita circular superenovelado. 
 
Papilomavírus 
Os papilomavírus são vírus icosaédricos nus com DNA de dupla-fita superenovelado. Muitas 
espécies de animais são infectadas por papiloma- vírus, mas esses vírus são específicos para 
cada espécie animal e normalmente não infectam seres humanos. 
 
Adenovírus 
São vírus icosaédricos nus com DNA de dupla-fita linear. Eles causam faringites, doenças do 
trato respi-ratório superior e inferior e uma variedade de outras infecções menos comuns. 
 
Hepadnavírus 
São vírus com duplo envoltório composto por um capsídeo icosaédrico coberto por um envelope. 
O DNA é de dupla-fita circular, considerado incomum, pois a fita completa não é um círculo 
covalentemente fechado, e a outra fita é aproximadamente 25% menor que a fita completa. 
 
Herpes-vírus 
São vírus envelopados com um nucleocapsídeo icosaédrico e DNA de dupla-fita linear. Eles são 
conhecidos por causarem infecções latentes. Os cinco patógenos humanos mais importantes são 
os herpes-vírus simples 1 e 2, vírus da varicela-zóster, citomegalovírus e vírus Epstein-Barr (que 
causa a mononucleose infecciosa). 
 
Poxvírus 
São os maiores vírus cujos hospedeiros principais são vertebra- dos, apresentam forma 
semelhante a tijolos, um envelope com uma aparência não usual, e uma simetria complexa de 
capsídeo. Eles são nomeados pelas lesões de pele, ou “pocks”, que causam. O vírus da varíola e 
o vírus do molusco contagioso são dois im- portantes membros. 
 
VÍRUS DE RNA 
Picornavírus 
Eles possuem RNA de fita simples, polaridade positiva, linear e não segmentado dentro de seu 
capsídeo icosaédrico nu. 
 
Calicivírus 
São vírus nus com um capsídeo icosaédrico. Eles possuem RNA de fita simples, polaridade 
positiva, linear, não segmentado. 
 
Reovírus 
São vírus nus com dois capsídeos icosaé-dricos. Eles possuem 10 ou 11 segmentos de RNA de 
dupla-fita lineares. 
 
Flavivírus 
São vírus envelopados com um capsídeo icosaédrico e RNA de fita simples, polaridade positiva, 
linear, não segmentado. 
 
Togavírus 
São vírus envelopados com um capsídeo icosaédrico e RNA de fita simples, polaridade positiva, 
linear, não segmentado. 
 
Retrovírus 
São vírus envelopados com um capsídeo icosaédrico e duas fitas idênticas (denominados 
diploides) de RNA de fita simples, polaridade positiva, linear. 
 
Ortomixovírus 
Esses vírus (mixovírus) são envelopados, com um capsídeo helicoidal e oito segmentos de RNA 
de fita simples, polaridade negativa, lineares. 
 
Paramixovírus 
São vírus envelopados com nucleocapsídeo helicoidal e RNA de fita simples, polaridade negativa, 
não segmentado, linear. 
 
Rabdovírus 
São vírus envelopados em forma de bala com um nucleocapsídeo helicoidal e RNA de fita 
simples, polaridade negativa, não seg- 
mentado, linear. O termo rabdo refere-se à forma de bala. O vírus 
da raiva é o único patógeno humano importante. 
 
Filovírus 
São vírus envelopados com nucleocapsídeo helicoidal e RNA de fita simples, polaridade negativa, 
não segmentado, linear. Eles são longos filamentos altamente pleomórficos. 
 
Coronavírus 
São vírus envelopados com um nucleocapsídeo helicoidal e um RNA de fita simples, polaridade 
positiva, não segmentado, linear. O termo corona refere-se ao halo proeminente de espículas que 
saem do envelope. 
 
Arenavírus 
São vírus envelopados com um nucleocapsídeo helicoidal e um RNA de fita simples, polaridade 
negativa, circular, dividido em dois segmentos. (Uma parte de ambos os segmentos é de RNA 
polaridade positiva, e o termo RNA ambissenso é usado para des- crever esse genoma 
incomum.) 
 
Buniavírus 
São vírus envelopados com um nucleocapsídeo helicoidal e RNA de fita simples, polaridade 
negativa, circular, dividido em três segmentos. Alguns buniavírus contêm RNA ambissenso em 
seu genoma. 
 
Deltavírus (sem classificação em Família – Deltavirus corresponde ao gênero) 
O vírusda hepatite delta (HDV) é o único membro desse gênero. Ele é um vírus envelopado com 
um genoma de RNA covalentemente fechado em círculo que é fita simples, senso negativo. 
 
2. DIFERENCIAR PERÍODO DE INCUBAÇÃO E LATÊNCIA: 
PERÍODO LATENTE 
É o qual um víruspode permanecer em equilíbrio com o hospedeiro por um longo período, 
geralmente anos, sem causar doença. 
Definido como o período de tempo entre a infecção e o surgimento dos vírus de forma 
extracelular. Nas infecções latentes o paciente recupera-se da infecção inicial e a produção de 
vírus cessa. Posteriormente, os sintomas podem recorrer, acompanhados pela produção de vírus. 
 
Em infecções latentes, o DNA viral persiste nas células do hospedeiro, mas o vírus não se replica 
ou destrói as células infectadas. 
 
A latência é frequentemente um estado de equilíbrio entre a infecção e a resposta imune. Os 
CTLs são produzidos em resposta ao vírus que pode controlar a infecção, mas não erradicá-la. 
 
Como resultado, o vírus persiste nas células infectadas, por vezes, durante toda a vida do 
indivíduo. Qualquer deficiência na resposta imune do hospedeiro pode resultar na reativação da 
infecção latente, com a expressão de genes virais que são responsáveis pelos efeitos citopáticos 
e pela a propagação do vírus. Estes efeitos citopáticos podem incluir a lise de células infectadas 
ou a proliferação descontrolada das células. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
O período de incubação é o tempo compreendido entre a deposição do patógeno sobre 
o hospedeiro e o aparecimento do sintoma. 
 
Definido como o tempo decorrido entre a exposição de um animal a um organismo patogénico e a 
manifestação dos primeiros sintomas da doença. Neste período não há doença e o hospedeiro 
não manifesta sintomas, pois todo o processo está acontecendo no âmbito celular. 
 
Nesse momento, não hádoença e o hospedeiro não manifesta sintomas. 
 
Na maioria das viroses, o período de incubação varia entre 2 e 15 dias. Mantém uma relação de 
proporcionalidade com o período de transmissibilidade, ou seja, quanto maior for o 
período de incubação, mais tempo o organismo permanece a transmitir o vírus. 
 
JANELA IMUNOLÓGICA 
Definida com o período de tempo entre a infecção e a produção de anticorpos pelo organismo; 
 
3. DESCREVER OS TIPOS DE INFECÇÕES VIRAIS MAIS COMUNS, COM SEUS 
AGENTES E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
 
 
 
 
INFECÇÕES VIRAIS LATENTES 
Um vírus pode permanecer em equilíbrio com o hospedeiro por um longo período, geralmente 
anos, sem causar doença. Um exemplo clássico de infecção latente é a infecção de pele causada 
 
 
 
 
por um Simplexvirus, que resulta no herpes labial. 
Esse vírus habita as células nervosas do 
hospedeiro, mas só causa danos quando for 
ativado por um estímulo, como febre ou 
queimaduras de sol. 
 
INFECÇÕES VIRAIS PERSISTENTES 
Uma infecção viral persistente (ou infecção viral 
crônica) se desenvolve gradualmente durante um 
longo período. Em geral, as infecções virais 
persistentes são fatais. 
 Uma infecção viral persistente é aparentemente 
distinta de uma infecção viral latente, porque, na 
maior parte dos casos, os vírus infecciosos são 
detectados de modo gradual durante um longo 
período, em vez de aparecerem de repente. 
 
4. EXPLICAR O MECANISMO DE AGRESSÃO E EVASÃO VIRAL: 
A capacidade dos vírus de causar doença pode ser analisada sob dois níveis distintos: (1) as 
mudanças que ocorrem no interior de células individuais, e (2) o processo que ocorre no paciente 
infectado. 
 
A CÉLULA INFECTADA 
Existem quatro principais efeitos de uma infecção viral em uma célula: (1) morte, (2) fusão das 
células para formar uma célula multinucleada, (3) transformação maligna, e (4) nenhuma 
mudança morfológica ou funcional aparente. 
 
A morte da célula provavelmente ocorre devido à inibição da síntese de macromoléculas. A 
inibição da síntese de proteínas celulares do hospedeiro frequentemente ocorre primeiro e é 
provavelmente o efeito mais importante. A inibição da síntese de DNA e RNA pode ser um efeito 
secundário. 
 
A fusão de células infectadas por vírus produz células gigantes multinucleadas, que 
caracteristicamente se formam após infecções por herpes-vírus e paramixovírus. A fusão ocorre 
como resultado de mudanças na membrana celular, provavelmente causadas pela inserção de 
proteínas virais na membrana. 
 
Uma característica de infecções virais em uma célula é o efeito citopático (ECP). Essa mudança 
na aparência da célula infectada normalmente começa com arredondamento e escurecimento da 
célula, culminando em lise (desintegração) ou formação de células gigantes. 
 
O PACIENTE INFECTADO 
A patogênese no paciente infectado envolve (1) transmissão do vírus e sua entrada no 
hospedeiro; (2) replicação do vírus e dano às células; (3) disseminação do vírus para outras 
células e órgãos; (4) a resposta imune, tanto como uma defesa do hospedeiro quanto como uma 
causa que contribui para certas doenças; e (5) persistência do vírus em algumas situações. 
 
Os estágios de uma infecção viral típica são: 
- um período de incubação durante o qual o paciente é assintomático 
- um período prodrômico durante o qual ocorrem sintomas não específicos 
- um período específico da doença durante o qual ocorrem sintomas e sinais característicos 
- um período de recuperação durante o qual a doença diminui e o paciente recupera sua saúde. 
 
Em alguns pacientes, a infecção persiste e um estado carreador crônico ou uma infecção latente 
ocorre. 
 
TRANSMISSÃO E PORTA DE ENTRADA 
Os vírus são transmitidos para um indivíduo por várias rotas diferentes, e suas portas de entrada 
são variadas. Além disso, a ativação de um vírus latente não replicativo, resultando em um vírus 
ativo e replicante, pode ocorrer no interior do indivíduo, sem nenhuma fonte externa de 
transmissão. 
 
INFECÇÕES LOCALIZADAS OU DISSEMINADAS 
A maior parte das infecções virais pode ser localizada na porta de entrada ou disseminada 
sistemicamente pelo corpo. O melhor exemplo de uma infecção localizada é o resfriado comum 
causado por rinovírus, que envolve apenas o trato respiratório superior. Já a gripe, causada pelo 
vírus influenza, afeta principalmente os tratos respiratórios superior e inferior. 
 
Os vírus respiratórios possuem um período de incubação curto, uma vez que se replicam 
diretamente na mucosa, mas infecções sistêmicas como poliomielite e sarampo, possuem 
períodos de incubação longos, uma vez que há necessidade de viremia e locais secundários de 
replicação. 
 
Algumas infecções virais disseminam-se sistemicamente não por meio da corrente sanguínea, 
mas sim por fluxo axonal retrógrado no interior de neurônios. Quatro patógenos humanos 
importantes executam essa função: vírus da raiva, herpes-vírus simples do tipo 1, herpes-vírus 
simples 2 e vírus varicela-zóster. 
 
Alguns dos determinantes moleculares da patogênese foram determinados pelo uso de infecções 
de reovírus em camundongos como modelo de estudo. Esse vírus possui três diferentes 
proteínas externas de capsídeo, cada uma com uma função distinta em determinar o curso da 
infecção. 
 
Uma das proteínas liga-se a receptores específicos na superfície celular e, dessa forma, 
determina tropismo por tecidos. A segunda proteína confere resistência a enzimas proteolíticas do 
trato gastrintestinal e age como o antígeno que estimula a resposta imune celular. A terceira 
proteína inibe a síntese de RNA e proteínas celulares, levando à morte da célula. 
 
PATOGÊNESE E IMUNOPATOGÊNESE 
Os sinais e sintomas da maioria das doenças virais indubitavelmente são o resultado da morte de 
células pela inibição da síntese macromolecular induzida por vírus. A morte das células infectadas 
por vírus resulta em perda de função e nos sintomas da doença. 
 
Entretanto, existem algumas doenças que não são ocasionadas pelos danos ou pela destruição 
causados pelo vírus em células infectadas. Por exemplo, a diarreia induzida por rotavírus é 
causada principalmente pela estimulação do sistema nervoso entérico.VIRULÊNCIA 
Linhagens de vírus variam muito na sua capacidade de causar doença. Essas linhagens são 
usadas nas vacinas. Os genes virais que controlam a virulência desses vírus são pouco 
caracterizados, e o processo de virulência é pouco conhecido. 
 
EVASÃO DAS DEFESAS DO HOSPEDEIRO 
Os vírus apresentam diversas formas de escapar das defesas do hospedeiro. Esses processos 
são normalmente denominados imunoevasão. Alguns vírus codificam receptores para vários 
mediadores de imunidade como IL-1 e fator de necrose tumoral (TNF). 
 
Além disso, alguns vírus (p. ex., HIV e herpes-vírus) são capazes de reduzir a expressão de 
proteínas do MHC (complexo principal de histocompatibilidade) de classe I, dessa forma 
reduzindo a habilidade de células T citotóxicas de matar células infectadas por vírus. 
 
Outros vírus (p. ex., herpes-vírus simples) são capazes de inibir a ação do complemento. Vários 
vírus (HIV, vírus Epstein-Barr e adenovírus) sintetizam RNAs que bloqueiam a fosforilação de um 
fator de iniciação (eIF-2), o que reduz a capacidade de os interferons bloquearem a replicação 
viral. 
 
O CMV codifica um microRNA que se liga ao mRNA codificador de um ligante de superfície das 
células natural killer. A ligação do microRNA impede a síntese do ligante, o que previne a 
eliminação da célula infectada pelo CMV por células natural killer. 
 
O vírus do sarampo bloqueia a síntese de IL-12, reduzindo uma resposta Th-1 efetiva. O vírus 
Ebola ebola sintetiza duas proteínas, uma das quais bloqueia a indução de interferons, ao passo 
que a outra bloqueia sua ação. Coletivamente, esses fatores virais são chamados de virocinas. 
 
Uma terceira forma importante pela qual os vírus evadem as defesas do hospedeiro é pela 
exibição de tipos antigênicos múltiplos (também conhecidos como sorotipos múltiplos). A im- 
portância clínica de um vírus possuir múltiplos sorotipos é que um paciente pode ser infectado 
com um sorotipo, recuperar-se e apresentar anticorpos que o protegerão de infecções por esse 
sorotipo no futuro; entretanto, essa pessoa ainda pode ser infectada por outro sorotipo daquele 
vírus. 
 
IMUNOEVASÃO POR VÍRUS - DETALHADO 
Os vírus desenvolveram numerosos mecanismos para evadir a imunidade do hospedeiro: 
• Os vírus podem alterar seus antígenos e, portanto, deixarem de ser alvos das respostas imunes. 
Os antígenos afetados são mais comumente glicoproteínas de superfície reconhecidas por 
anticorpos, porém os epítopos da célula T também podem sofrer variação. Os principais 
mecanismos de variação antigênica são as mutações pontuais e o rearranjo dos genomas de 
RNA (em vírus de RNA), que levam à deriva antigênica e à variação antigênica. 
 
Os genomas virais sofrem mutações nos genes codificadores dessas proteínas de superfície, e a 
variação resultante é chamada deriva antigênica. Os genomas de RNA segmentado de várias 
cepas de vírus influenza que normalmente habitam diferentes espécies de hospedeiro podem se 
recombinar nas células hospedeiras, e esses vírus recombinados podem diferir de forma bastante 
drástica das cepas prevalentes. 
 
A recombinação de genes virais resulta em alterações significativas na estrutura antigênica, 
chamadas variação antigênica, que cria vírus distintos. Devido à variação antigênica, um vírus 
pode se tornar resistente à imunidade gerada na população por infecções prévias. 
 
• Alguns vírus inibem a apresentação de antígenos proteicos citosólicos associada ao MHC de 
classe I. Os vírus produzem várias proteínas que bloqueiam diferentes etapas no processamento, 
transporte e apresentação do antígeno. A inibição da apresentação antigênica bloqueia a 
montagem e expressão de moléculas de MHC de classe I e a exibição de peptídeos virais. 
 
Como resultado, as células infectadas por esses vírus não podem ser reconhecidas nem mortas 
por CTLs CD8+. Como já discutido, as células NK são ativadas por células infectadas, 
especialmente na ausência de moléculas de MCH de classe I. Alguns vírus podem produzir 
proteínas que atuam como ligantes de receptores de inibição das células NK e, assim, inibem a 
ativação dessas células. 
 
• Alguns vírus produzem moléculas que inibem a resposta imune. Os poxvírus codificam 
moléculas que são secretadas por células infectadas e se ligam a várias citocinas, incluindo IFN-
γ, TNF, IL-1, IL-18 e quimiocinas. As proteínas ligantes de citocinas podem atuar como 
antagonistas competitivos das citocinas. 
 
• Algumas infecções virais crônicas estão associadas à falha das respostas de CTLs, chamada 
exaustão, a qual permite a persistência viral. Estudos sobre infecção crônica com o LCMV em 
camundongos demonstraram que este tipo de déficit imune pode resultar da estimulação 
antigênica persistente levando à regulação positiva de receptores inibidores da célula T, como o 
PD-1. Há evidência de exaustão da célula T CD8+ em infecções virais humanas crônicas, 
incluindo as infecções por HIV e pelo vírus da hepatite. 
 
• Os vírus podem infectar e destruir ou inativar células imunocompetentes. O exemplo evidente é 
o HIV, que sobrevive infectando e eliminando as células T CD4+, principais indutoras das 
respostas imunes a antígenos proteicos. 
 
 
 
 
INFECÇÕES VIRAIS PERSISTENTES 
Na maioria das infecções virais, o vírus não permanece no corpo por um período significativo 
após a recuperação clínica. Entretanto, em certas situações, o vírus permanece por longos 
períodos, intacto ou na forma de um componente subviral. 
 
Os mecanismos que podem contribuir para a persistência dos vírus incluem (1) integração de um 
DNA pró-viral no DNA da célula hospedeira, como ocorre com os retrovírus; (2) imunotolerância, 
uma vez que anticorpos neutralizantes não são formados; (3) formação de complexos vírus-
anticorpos, que permanecem infecciosos; (4) localização dentro de um “santuário” protegido 
imunologicamente (p. ex., o encéfalo); (5) variação antigênica rápida; (6) disseminação célula a 
célula sem uma fase extracelular, de forma que o vírus não é exposto a anticorpos; e (7) 
imunossupressão, como na Aids. 
 
INFECÇÕES LATENTES 
Nessas infecções, melhores ilustradas pelo grupo dos herpes-vírus, o paciente recupera-se de 
uma infecção inicial e a produção viral cessa. Subsequentemente, os sintomas podem recorrer 
acompanhados de produção viral. Em infecções por herpes-vírus simples, o vírus entra no estado 
latente nas células dos gânglios sensoriais. 
 
 
 
5. EXPLICAR O MECANISMO DE ÇÃO DA IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA 
FRENTE A UMA INFECÇÃO VIRAL 
IMUNIDADE INATA 
● A infecção por diversos vírus está associada à produção de interferons tipo I por células 
infectadas, especialmente por células dendríticas. 
 
● Várias vias bioquímicas desencadeiam a produção de interferon, incluindo então o 
reconhecimento de RNA e DNA viral pelos receptores Toll endossomais e ativação de 
receptores citoplasmáticos tipo RIG (RNA) e da via de STING (DNA). Estas vias convergem 
para a ativação de proteínas quinases o que por sua vez ativa os fatores de transcrição de IRF 
que estimulam a transcrição do gene de interferon tipo I. Os interferons tipo I têm a função de 
inibir a replicação viral em ambas as células infectadas e não infectadas. 
 
● As células NK destroem outras células infectadas por uma variedade de vírus e são um 
importante mecanismo de imunidade contra os vírus no início do curso da infecção, antes das 
respostas imunes adaptativas terem se desenvolvido. A expressão do de MHC de classe I é 
muitas vezes desligada nas células infectadas por vírus como um mecanismo de fuga dos 
CTLs. Isso permite que as células NK destruam as células infectadas porque ausência da 
molécula de 
classe I libera as células NK de um estado normal de inibição. 
 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
● A imunidade adaptativa contra as infecções virais é mediada pelos Ac, que bloqueiam a 
ligação do vírus e entram nas células hospedeiras, e por linfócitos T citotóxicos, que eliminam 
a infecção matando as células infectadas. Os Ac são produzidos por celulas T-dependentes(linfócito B precisa do T) e são eficazes somente quando os vírus estão extracelularmente, ou 
seja, no início da infecção ou quando eles são liberados das células infectadas ou até mesmo 
quando a célula hospedeira morre. Assim o Ac se liga no envelope viral ou no capsídeo, 
neutralizando, impedindo a fixação e entrada do vírus na célula hospedeira. Além da 
neutralização, os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover a sua depuração 
por fagócitos. A ativação do complemento também pode participar da imunidade viral mediada 
por anticorpos, principalmente através da promoção de fagocitose e possivelmente pela lise 
direta de vírus com envoltórios lipídicos. 
 
● A maioria dos CTLs específicos para vírus são células T CD8+ que reconhecem peptídeos 
virais, citosólicos, sendo apresentadas pelo MHC I. Se a célula infectada é uma célula de 
tecido e não uma célula apresentadora de antígenos profissional (APC), a célula infectada 
pode ser fagocitada pelas CD, que processa os Ag virais e os apresenta para as células T 
CD8+ imaturas e sua diferenciação das CLT CD8+ é induzida pelas CD4+ (CD40 e 
coestimuladores CD28-B7). Os linfócitos T CD8+ se proliferam durante a infecção viral e 
tornam-se especifica para cada Ag. Algumas das células T ativadas diferenciam-se em CTL 
efetores, que podem matar qualquer célula nucleada infectada ou também a ativação de 
nucleases dentro de células infectadas que degradam genomas virais e a secreção de 
citocinas, tais como IFN-γ, que ativa fagócitos. 
 
● Portanto, CLT são produzidas em resposta ao vírus podendo controlar a infecção, mas não 
as erradicar, assim o vírus permanece na célula por longos períodos. Qualquer deficiência na 
resposta imune do hospedeiro pode resultar na reativação da infecção latente, com a 
expressão de genes virais que são responsáveis pelos efeitos citopáticos e pela a propagação 
do vírus. Estes efeitos citopáticos podem incluir a lise de células infectadas ou a proliferação 
descontrolada das células. 
 
 
As defesas do hospedeiro contra vírus dividem-se em duas grandes categorias: (1) não 
específicas, das quais as mais importantes são os interferons e as células natural killer; e (2) 
específicas, incluindo imunidade humoral e imunidade celular. 
 
Os interferons constituem uma precoce primeira linha de defesa, ao passo que a imunidade 
humoral e a imunidade celular são efetivas apenas posteriormente, pois são necessários vários 
dias para induzir os lados humoral e celular da resposta imune. 
 
DEFESAS NÃO ESPECÍFICAS 
Interferons alfa e beta 
Os interferons alfa e beta constituem um grupo de proteínas produzidas pelas células humanas 
em resposta a uma infecção viral (ou após a exposição a substâncias indutoras). Eles inibem a 
replicação dos vírus mediante bloqueio da síntese de proteínas virais, e o fazem por intermédio 
de dois mecanismos: um é por meio de uma ribonuclease que degrada mRNAs, e o outro é por 
meio de uma cinase proteica que inibe a síntese de proteínas. 
 
Os interferons são divididos em três grupos baseados na célula de origem, que são os leucócitos, 
fibroblastos e linfócitos. Eles também são conhecidos como interferons alfa, beta e gama, 
respectivamente. Interferons alfa e beta são induzidos por vírus, ao passo que o interferon gama 
(célula T, imune) é induzido por antígenos e é um dos efetores da imunidade celular. 
 
Indução de interferons alfa e beta 
Os indutores mais fortes desses interferons são vírus e RNAs de dupla-fita. A indução não é 
específica para um vírus em particular. Muitos vírus de DNA e RNA são indutores competentes, 
embora eles difiram em sua eficiência. 
 
Essa extensa lista de indutores evidencia que a indução desses interferons não é específica. 
Similarmente, sua ação inibidora não é específica para nenhum vírus em particular. Entretanto, 
eles são específicos quando se considera a espécie hospedeira em que funcionam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação dos interferons alfa e beta 
Os interferons inibem a replicação intracelular de uma ampla 
variedade de vírus de DNA e RNA, mas produzem pouco efeito 
no metabolismo de células não infectadas. Essa seletividade 
surge da presença de RNA de dupla-fita em células infectadas 
por vírus, que não estão presentes em células não infectadas. 
 
Os interferons agem por meio de sua ligação a receptores na 
superfície celular que sinalizam para que a célula produza três 
proteínas, dessa forma induzindo um “estado antiviral”. Essas três 
proteínas são produzidas como precursores inativos até o 
momento em que são ativados por RNAs de dupla-fita 
sintetizados durante a replicação viral. Como resultado, essas 
proteínas são ativas em células infectadas por vírus, mas não em 
células não infectadas. 
 
As três proteínas celulares são (1) uma 2,5-oligo A sintase que 
sintetiza um trinucleotídeo de adenina (2,5-oligo A), (2) uma 
ribonuclease que é ativada pelo 2,5-oligo A e degrada mRNAs 
virais e celulares, e (3) uma proteína-cinase que fosforila um fator 
de iniciação (eIF-2) para a síntese proteica, inativando-o. O 
resultado final é que tanto a síntese proteica viral quanto a celular 
são inibidas e a célula morre. 
 
Células natural killer 
 As células NK são um tipo de linfócito T, mas não possuem um receptor para antígenos. Elas 
reconhecem células infectadas por vírus por meio da ausência de proteínas do MHC de classe I 
na superfície das células infectadas. Elas matam células infectadas por vírus por meio da 
secreção de perforinas e granzimas, que causam apoptose da célula infectada. 
 
Fagocitose 
 
a-Defensinas 
As a-defensinas são uma família de peptídeos positivamente carregados com atividade antiviral. 
Elas interferem no vírus da imunodeficiência humana (HIV) ligando-se ao receptor CXCR4 e 
bloqueando a entrada do vírus na célula. 
 
Enzima apolipoproteína B editora de RNA (APOBEC3G) 
A APOBEC3G é um importante membro das defesas inatas do hospedeiro contra infecções 
retrovirais, sobretudo contra HIV. É uma enzima que causa hipermutações no DNA retroviral pela 
desaminação de citosinas tanto do mRNA quanto do DNA retroviral, dessa forma inativando 
essas moléculas e reduzindo a infectividade. 
 
Febre 
 A febre age de duas formas: (1) a temperatura alta do corpo pode diretamente inativar partículas 
virais, sobretudo os vírus envelopados, que são mais sensíveis ao calor do que vírus não 
envelopados; e (2) a replicação de alguns vírus é reduzida em altas temperaturas, portanto, a 
febre pode inibir a replicação. 
 
Depuração mucociliar 
O mecanismo de depuração mucociliar do trato respiratório pode proteger o hospedeiro. Seu 
dano (p. ex., por tabagismo) re- sulta em uma frequência aumentada de infecções do trato respi- 
ratório, principalmente por influenza. 
 
Circuncisão 
Há evidências de que a circuncisão previne a infecção por três vírus transmitidos sexualmente: 
HIV, papilomavírus humano e herpes-vírus simples 2 (HSV-2). 
 
Fatores que modificam as defesas do hospedeiro 
Vários fatores influenciam as defesas do hospedeiro de forma não específica ou multifatorial: 
(1) A idade é uma variável significativa no resultado de infecções virais. Em geral, infecções são 
mais graves em neonatos e em idosos do que em crianças mais velhas e adultos jovens. 
(2) A desnutrição leva a infecções virais mais graves. Má nutrição causa produção diminuída de 
imunoglobuli- nas e de atividade de fagócitos, assim como integridade reduzida de pele e de 
membranas de mucosas. 
 
6. DESCREVER A IMUNIZAÇÃO ATIVA E PASSIVA: 
ATIVA 
Proteção desenvolvida a partir do contato com o antígeno, capaz de desenvolver células de 
memória para uma nova defesa em um segundo contato. 
 
A imunidade ativa, na forma de anticorpos e células T citotóxicas, é muito importante para a 
prevenção de doenças virais. A primeira exposição ao vírus, causando tanto uma infecção não 
aparente quanto uma doença sintomática, estimula a produção de anticorpos e ativação de 
células T citotóxicas. 
 
O papel que os anticorpos e célulasT citotóxicas têm na recuperação dessa primeira infecção é 
incerto e pode variar de vírus para vírus, mas é evidente que eles possuem um papel essencial 
em proteger contra a doença quando expostos ao mesmo vírus em algum momento no futuro. 
 
Como um anticorpo inibe os vírus? Existem dois mecanismos principais. O primeiro é a 
neutralização da infectividade do vírus pela ligação do anticorpo a proteínas da superfície externa 
do vírus. Essa ligação tem dois efeitos: 
(1) ela pode impedir a interação do vírus com o receptor celular 
(2) ela pode ligar as proteínas virais e estabilizar o vírus para que o desnudamento não ocorra. 
 
O vírus, portanto, não consegue se replicar. Além disso, um vírus coberto por anticorpos é mais 
rapidamente fagocitado do que um vírus normal, um processo similar ao efeito de opsonização 
dos anticorpos em bactérias. 
 
Anticorpos que interferem na aderência (adsorção e penetração) dos vírus à superfície celular são 
chamados de anticorpos neutralizantes. Observa-se que um anticorpo neutralizante é direcionado 
contra as proteínas de superfície do vírus, normalmente as proteínas envolvidas na interação do 
vírus com receptores da superfície da célula hospedeira. 
 
O segundo mecanismo principal é a lise das células infectadas por vírus na presença de 
anticorpos e complemento. O anticorpo liga-se a novos antígenos vírus-específicos na superfície 
da célula e então se liga ao complemento, que enzimaticamente degrada a membrana celular. 
 
Como a célula é morta antes que uma produção completa do vírus ocorra, a disseminação do 
vírus é significativamente reduzida. 
 
A lise de células infectadas por vírus também é causada por linfócitos T citotóxicos. Essas células 
T CD8 reconhecem antígenos virais apenas quando eles são apresentados em associação com 
proteínas do MHC de classe I. Eles matam células infectadas por vírus por três métodos: 
(1) pela liberação de perforinas, que formam cavidades na mem- brana celular de células 
infectadas; 
(2) pela liberação de enzimas proteolíticas, chamadas de granzimas, no interior da célula in- 
fectada, que degradam o conteúdo celular; 
(3) pela ativação da proteína FAS, que causa morte celular programada (apoptose). 
 
Alguns vírus podem “regular negativamente” (reduzir) a quantidade de proteínas do MHC de 
classe I e classe II produzidas pelas células, o que pode ser um mecanismo pelo qual esses vírus 
suprimem a imunidade celular. 
 
Existem dois tipos de vacinas que induzem a imunidade ativa: aquelas que contêm vírus vivos, 
cuja patogenicidade foi atenuada, e aquelas que contêm vírus mortos. 
 
Algumas vacinas, como a vacina contra a hepatite B, contêm proteínas virais purificadas e são 
frequentemente denominadas vacinas de subunidades. As características de vacinas de 
subunidades são semelhantes àquelas das vacinas mortas por não ocorrer replicação viral nelas. 
 
Em geral, vacinas vivas são preferidas em relação a vacinas contendo vírus mortos, uma vez que 
sua proteção é maior e mais duradoura. Em vacinas vivas, o vírus multiplica-se no hospedeiro, 
produzindo um estímulo antigênico prolongado, e tanto IgA e IgG são produzidas quando a 
vacina é administrada pela via natural de infecção, por exemplo, quando a vacina contra pólio é 
administrada por via oral. 
 
Vacinas mortas, geralmente administradas por via intramuscular, não estimulam uma intensa 
resposta de IgA. Vacinas mortas tipicamente não estimulam uma resposta de células T 
citotóxicas, porque o vírus presente na vacina não se replica. Na ausência de replicação, epítopos 
virais não são apresentados em associação a proteínas MHC de classe I e a resposta de células 
T citotóxicas não é ativada. 
 
Há três preocupações em relação ao uso de vacinas vivas: (pólio, caxumba, rubéola e sarampo) 
I. São compostas por mutantes virais atenuados, que podem reverter à virulência durante a 
produção da vacina ou no indivíduo imunizado. Mesmo se o vírus da vacina viva não sofrer 
reversão, ele ainda é capaz de causar doença já que, embora atenuado (enfraquecido), ainda 
pode ser patogênico em um hospedeiro com imunidade reduzida. Por essa razão, vacinas 
virais vivas não devem ser administradas a indivíduos imunocomprometidos ou a mulheres 
grávidas uma vez que o feto pode ser infectado. 
II. Pode ser excretada pela pessoa imunizada, o que é “uma faca de dois gumes”. É vantajoso 
quando a disseminação do vírus imuniza terceiros com sucesso. Todavia, pode ser um 
problema quando, por exemplo, um revertante virulento de poliovírus é disseminado a um 
indivíduo suscetível. 
III. Um segundo vírus pode contaminar a vacina se estiver presente nas culturas celulares 
utilizadas em seu preparo. Essa preocupação existe em relação às vacinas vivas e mortas, 
embora, obviamente, a vacina viva apresente maior probabilidade, uma vez que o processo 
que inativa o vírus da vacina morta pode também inativar o contaminante. 
 
Vacinas mortas exibem duas vantagens: não podem reverter à virulência e são mais 
termoestáveis; desse modo, podem ser mais facilmente empregadas em regiões de clima tropical. 
 
Vacinas contra COVID-19 
CoronaVac: A vacina do Butantan utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), uma técnica 
consolidada há anos e amplamente estudada. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é 
capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica. Os ensaios clínicos da 
CoronaVac no Brasil foram realizados exclusivamente com profissionais da saúde, ou seja, 
pessoas com alta exposição ao vírus. 
AstraZeneca: Foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a universidade 
de Oxford. No Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A tecnologia 
empregada é o uso do chamado vetor viral. O adenovírus, que infecta chimpanzés, é manipulado 
geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. 
Pfizer: O imunizante da farmacêutica Pfizer em parceria com o laboratório BioNTech se baseia na 
tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O RNA mensageiro sintético dá as instruções ao 
organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que 
estimulam a resposta do sistema imune. 
Janssen: Do grupo Johnson & Johnson, a vacina do laboratório Janssen é aplicada em apenas 
uma dose, mas ainda não está disponível no Brasil. Assim como o imunizante da Astrazeneca, 
também se utiliza da tecnologia de vetor viral, baseado em um tipo específico de adenovírus que 
foi geneticamente modificado para não se replicar em humanos. 
 
 
PASSIVA 
A transferência de soro humano contendo os anticorpos apropriados fornece imunidade de curta 
duração para indivíduos expostos a certos vírus. O termo passiva refere-se à administração de 
anticorpos pré-formados. 
 
Dois tipos de preparações de imunoglobulinas são usados para esse propósito. Um deles possui 
altos títulos de anticorpos contra um vírus específico, e o outro é uma amostra misturada de 
doadores de plasma que contém uma mistura heterogênea de anticorpos com títulos baixos. 
 
Transferência de anticorpos específicos, ou seja, não há a produção de células de memória pelo 
organismo. É mais comumente utilizada para o tratamento rápido de doenças potencialmente 
fatais causadas por toxinas, como a do tétano, e na proteção contra raiva e hepatite. Os 
anticorpos contra veneno de cobra podem salvar vidas quando administrados após as picadas de 
cobras venenosas. 
 
É de curta duração porque o hospedeiro não responde à imunização e a proteção dura apenas 
enquanto os anticorpos injetados persistem. 
 
Não induz memória, então um indivíduo imunizado não é protegido contra a exposição 
subsequente à toxina ou ao microrganismo. 
 
Imunidade passiva natural 
Envolve a transferência natural de anticorpos da mãe para seu bebê. Anticorpos de uma mulher 
grávida cruzam a placenta em direção ao feto – transferência transplacentária. Se a mãe 
é imune a difteria, rubéola ou pólio, por exemplo, o recém-nascido estará temporariamenteimune 
a essas doenças. 
 
Certos anticorpos também são transferidos pelo leite da mãe para o bebê na amamentação, 
principalmente nas primeiras secreções, chamada colostro. No bebê, essa imunidade passiva 
dura enquanto os anticorpos transmitidos persistirem – geralmente algumas semanas ou meses. 
 
Esses anticorpos maternos são essenciais para fornecer imunidade ao bebê até que o seu 
próprio sistema imune se desenvolva. 
 
O tipo de defesa mais importante é a imunidade adaptativa, tanto adquirida ativamente por 
exposição ao vírus quanto adquirida passivamente pela transferência de soro imune. Uma 
imunidade ativa pode ser iniciada contraindo-se a própria doença, passando por uma infecção 
não aparente, ou sendo vacinado. 
 
IMUNIDADE DE REBANHO 
A “imunidade de rebanho” (também conhecida como “imunidade de grupo”) é a proteção de um 
indivíduo a uma infecção pelo fato de os outros membros da população (o “rebanho”) serem 
incapazes de transmitir o vírus para aquele indivíduo. 
 
A imunidade de rebanho pode ser obtida pela imunização da população com uma vacina que 
interrompe a transmissão, como a vacina viva atenuada de pólio, mas não com uma vacina que 
não interrompe a transmissão, como a vacina de pólio inativada (apesar de ela proteger o 
indivíduo imunizado contra a doença). 
 
A característica importante quando se considera imunidade de rebanho é a indução de IgA, que 
impede a transmissão. A imunidade de rebanho pode ser obtida tanto por infecções naturais 
quanto por vacinas. 
 
7. IDENTIFICAR OS MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIVIRAIS: 
O número de fármacos anvirais é bastante pequeno. A principal razão para essa diferença reside 
na dificuldade em obter-se toxicidade seletiva contra os vírus; a replicação deles está intimamente 
envolvida com os processos normais de síntese da célula. 
 
Fármacos antivirais são relativamente ineficazes, uma vez que ocorrem vários ciclos de 
replicação viral durante o período de incubação, quando o paciente se mostra saudável. No 
momento em que o paciente apresenta uma doença viral sistêmica reconhecível, o vírus 
disseminou-se por todo o corpo, sendo tarde demais para interditá-lo. 
 
 
INIBIÇÃO DE EVENTOS PRECOCES 
A amantadina (a-adamantanamina) é um composto de três anéis que bloqueia a replicação do 
vírus influenza A. O fármaco impede a replicação inibindo o desnudamento do vírus por meio do 
bloqueio da atividade de “transporte iônico” da proteína da matriz (proteína M2) no vírion. 
 
A absorção e penetração ocorrem normalmente, mas a transcrição pela RNA-polimerase do vírion 
não ocorre, uma vez que o desnudamento não acontece. Esse fármaco inibe especificamente o 
vírus influenza A; os vírus influenza B e C não são afetados. 
 
A enfuvirtida é um peptídeo sintético que se liga a gp41 da superfície do HIV, bloqueando a 
entrada do vírus na célula. Ela é a primeira de uma nova classe de fármacos anti-HIV, conhecidos 
como “inibidores de fusão” (i.e., eles impedem a fusão do envelope viral com a membrana 
celular). 
 
O maraviroque bloqueia a ligação do HIV ao CCR-5 – um correceptor importante para as 
linhagens de HIV que usam CCR-5 para entrar nas células. O fármaco liga-se ao CCR-5 e 
bloqueia a interação de gp120, uma proteína de envelope do HIV, com o CCR-5 da superfície 
celular. 
 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS VIRAIS 
Inibidores de herpes-vírus 
Inibidores nucleosídeos 
Esses fármacos são análogos de nucleosídeos que inibem a DNA- polimerase de um ou mais 
membros da família dos herpes-vírus. Por exemplo, o aciclovir inibe a DNA-polimerase dos 
herpes-vírus simples 1 e 2 e do vírus da varicela-zóster, mas não do citomegalovírus (CMV). 
 
Inibidores não nucleosídeos 
Inibidores não nucleosídeos inibem a DNA-polimerase dos her- pesvírus por mecanismos 
diferentes dos descritos anteriormente para análogos nucleosídeos. O foscarnet é o único 
fármaco nessa classe aprovado até este momento. 
 
Inibidores não nucleosídeos 
Ao contrário dos fármacos descritos anteriormente, os fármacos desse grupo não são análogos 
nucleosídeos e não causam terminação de cadeia. Os inibidores não nucleosídeos de 
transcriptase reversa (NNRTIs) agem ligando-se perto do local ativo da transcriptase reversa e 
induzindo uma mudança conformacional que inibe a síntese do DNA viral. 
 
Os NNRTIs não devem ser utilizados como monoterapia porque mutantes resistentes surgem 
rapidamente. Linhagens de HIV resistentes a um NNRTI são normalmente resistentes aos outros 
também. Com frequência, os NNRTIs são utilizados em conjunto com um ou dois análogos 
nucleosídeos. 
 
INIBIÇÃO DA INTEGRASE 
INIBIÇÃO DA CLIVAGEM DE POLIPEPTÍDEOS PRECURSORES (INIBIDORES DA 
PROTEASE) 
Inibidores do vírus da imunodeficiência humana 
 
INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS VIRAIS 
Interferon 
O interferon a recombinante é efetivo no tratamento de alguns pa- cientes com infecções crônicas 
pelos vírus da hepatite B ou C. Ele também causa a regressão do condiloma acuminado causado 
por papilomavírus humanos, e também de lesões do sarcoma de Kaposi, causadas pelo herpes-
vírus humano. 
 
INIBIÇÃO DA LIBERAÇÃO DO VÍRUS 
QUIMIOPROFILAXIA 
Existem situações em que eles são utilizados para prevenir a ocorrência de doenças – um 
processo chamado de quimioprofilaxia. 
 
8. IDENTIFICAR O MECANISMO DE MEMÓRIA IMUNOLÓGICA: 
As células de memória são específicas, isto é, o corpo produz um tipo de defesa para cada tipo 
de antígeno. Isso ocorre porque na superfície dos antígenos existem diversas regiões passíveis 
de serem identificadas, que são denominadas epítopos ou determinantes antígênicos, assim 
como nas células de defesa existem os receptores celulares, moléculas proteicas que propiciam a 
interação da célula com as substâncias do meio. 
 
A resposta secundária difere da primária nos seguintes aspectos: a dose de antígeno necessária 
para induzir a resposta é menor; a fase de latência é mais curta e a fase exponencial é mais 
acentuada; a produção de anticorpos é mais rápida e são atingidos níveis mais elevados; a fase 
de platô é alcançada mais rapidamente e é mais duradoura e a fase de declínio é mais lenta e 
persistente. 
 
A magnitude da resposta secundária depende também do intervalo de tempo desde o contato 
inicial com o antigeno. A resposta será menor se o intervalo for muito curto ou muito longo. Se for 
muito curto, os anticorpos ainda presentes formam complexos Ag/Ac que são rapidamente 
eliminados; se for muito longo, é possível que as células de memória tenham diminuído 
gradualmente com o tempo, embora a capacidade para deflagrar uma resposta secundária possa 
persistir por meses ou anos. 
 
O período ótimo para a indução de resposta secundária é logo após a queda do nível de 
anticorpos da resposta primária abaixo dos limites de detecção. 
 
Nos dois tipos de resposta, primária e secundária, há a produção dos isotipos IgM e IgG, porém, 
na resposta primária IgM é a principal Ig e a produção de IgG é menor e mais tardia. Na resposta 
secundária, a IgG é a imunoglobulina predominante. Nas duas respostas, a concentração de IgM 
sérica diminui rapidamente de maneira que, após uma ou duas semanas, observa-se queda 
acentuada enquanto a produção de IgG é persistente. 
 
A eficiência da resposta adaptativa a encontros secundários poderia ser consideravelmente 
aumentada através do armazenamento de células produtoras de anticorpos com alta afinidade 
àquele antígeno, denominadas de células de memória, de forma que se tenha um grande clone 
inicial nos encontros subsequentes. 
 
Uma vez que são apresentados Ag às células B ou células T, ou elas se tornam células efetoras, 
ou seja, plasmócitos que irão expressar Ac ou células T ativas (helper e citotóxica), ou células de 
memória. 
 
As células B geram memória aos Ag já apresentados, e em caso de uma segunda reinfecção elas 
conseguem responder mais rapidamente a produção de Ac para sua ação ou gerando ação 
rápida a células T citotoxina com auxílio da helper, não necessitando de todo o processo 
novamente de expansãoclonal, proliferação e diferenciação de novas células B ou T. 
 
Essas células de memória ficam em nosso sistema por anos não sofrendo apoptose, 
conseguindo, portanto, fornecer uma resposta rápida, manter uma memória imunológica, 
garantindo a integridade do sistema imune. 
 
Isso só é possível graças a expressão de genes antiapoptóticos, como o gene BCL (proteína 
intracitoplasmática), esse gene é uma família de proteínas de membrana mitocondrial. 
 
O principal mecanismo de ação destas moléculas é através da ligação e inibição das proteínas 
pró-apoptóticas da família BCL-2. Um dos mecanismos pelos quais estas proteínas pró-
apoptóticas controlam a apoptose é através da formação de poros na membrana mitocondrial, 
permitindo a interação de várias proteínas envolvidas na regulação da apoptose, assim elas 
impedem a libertação do citocromo C da mitocôndria, inibindo a apoptose. 
 
O citocromo C é um transportador de elétrons da cadeia respiratória, pois leva esses do completo 
III para o IV. 
 
A memória imunológica é formada pelos linfócitos T sobreviventes após a resposta imune, 
formando células de vigia imunológica, respondendo rapidamente e amplificada quando o 
mesmo Ag é encontrado. Podem ser divididas em células centrais, localizadas nos linfonodos e 
as periféricas, que quando ativadas produzem citocinas pró-inflamatórias rapidamente. 
 
A manutenção das células de memória é dependente de produção de IL-7 e IL-15.

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