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TUTORIA P5M3

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1. DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DOS FUNGOS (CLASSIFICAÇÃO, ESTRUTURAS E 
REPRODUÇÃO) 
TAXONOMIA, ESTRUTURA E REPRODUÇÃO DOS FUNGOS 
Os fungos são classificados em seu próprio reino, o reino Fungi. Eles são organismos eucariotas 
que se distinguem dos demais por terem uma parede celular rígida composta de quitina, glicana e 
uma membrana plasmática em que o ergosterol (esterol) é o principal componente que substitui o 
colesterol. 
 
 
 
 
Os fungos filamentosos, por outro lado, são organismos multicelulares constituídos de estruturas 
tubulares, chamadas de hifas, que se alongam na extremidade em um processo conhecido como 
extensão apical. 
 
As hifas podem ser cenocíticas (asseptadas ou com poucos septos) ou septadas (divididas por 
paredes transversais). As hifas se mantêm unidas para produzir uma estrutura semelhante a um 
tapete chamada de micélio. 
 
As colônias dos fungos filamentosos são frequentemente descritas como filamentosas, 
aveludadas ou algodonosas. Quando se desenvolvem em ágar ou outras superfícies sólidas, os 
fungos filamentosos produzem estruturas denominadas hifas vegetativas, que crescem sobre ou 
entre a superfície do meio de cultura, e também hifas que se projetam acima da superfície do 
meio, chamadas de hifas aéreas. 
 
As hifas aéreas podem produzir estruturas especializadas conhecidas como conídios (estrutura 
de reprodução assexuada). Os conídios podem ser produzidos por um processo blástico 
(brotamento) ou processo tálico, em que fragmentos de hifas dão origem a células individuais ou 
artroconídios. 
 
Os conídios são facilmente dispersos pelo ar e servem para disseminar o fungo. O tamanho, a 
forma e os aspectos do desenvolvimento dos conídios são utilizados como meio de identificação 
para o gênero e espécie dos fungos. Muitos fungos de importância clínica são denominados 
dimórficos, porque podem existir tanto sob a forma de levedura como de fungo filamentoso. 
A taxonomia clássica dos fungos se baseia 
fundamentalmente na morfologia e na 
formação dos esporos. 
 
Os fungos podem ser “uni-” ou multicelulares. 
O agrupamento mais simples baseado em sua 
morfologia são leveduras e fungos 
filamentosos. 
 
A levedura pode ser definida 
morfologicamente como uma célula que se 
reproduz por brotamento ou fissão, em que a 
célula progenitora, ou “célula-mãe”, se 
modifica e dá origem a uma descendência, ou 
“célula-filha”. 
 
As células-filhas podem alongar-se e formar 
estruturas com formato de salsicha chamadas 
pseudo-hifas. As leveduras são geralmente 
unicelulares e produzem colônias redondas, 
pastosas ou mucoides em ágar. 
A maioria dos fungos apresenta respiração aeróbia, ainda que alguns sejam anaeróbios 
facultativos (fermentadores) e outros sejam estritamente anaeróbios. Seu metabolismo é 
heterotrófico e os mesmos são bioquimicamente versáteis na produção primária (p.ex., ácido 
cítrico, etanol e glicerol) e metabólitos secundários (p.ex., antibióticos [penicilina], amanitinas, 
aflatoxinas). 
 
Os esporos assexuados consistem basicamente em dois tipos: esporangiósporos e conídios. Os 
esporangiósporos são esporos assexuados produzidos no interior de uma estrutura chamada 
esporângio (Fig. 57-3) e são estruturas pertencentes aos Mucorales, tais como Rhizopus e Mucor 
spp. Conídios são esporos assexuados que se desenvolvem em estruturas especializadas, como 
visto em Aspergillus spp. (Fig. 57-3), Penicillium spp. e os dermatófitos. 
 
FUNGOS FILAMENTOSOS E FUNGOS CARNOSOS 
O talo (corpo) de um fungo filamentoso ou de um fungo carnoso consiste em filamentos longos de 
células conectadas; esses filamentos são denominados hifas, que podem crescer até imensas 
proporções. 
 
Na maioria dos fungos filamentosos, as hifas contêm paredes cruzadas denominadas septos, que 
dividem as hifas em distintas unidades celulares uninucleadas (um único núcleo). Essas hifas são 
chamadas de hifas septadas. 
 
Em algumas poucas classes de fungos, as hifas não contêm septos e se apresentam como 
células longas e contínuas com muitos núcleos. Elas são chamadas de hifas cenocíticas 
 
A porção de uma hifa que obtém nutriente é chamada de hifa vegetativa; a porção envolvida com 
a reprodução é a hifa reprodutiva ou aérea, assim chamada porque se projeta acima da superfície 
sobre a qual o fungo está crescendo. As hifas aéreas frequentemente sustentam os esporos 
reprodutivos. 
 
Quando as condições ambientais são favoráveis, as hifas crescem formando uma massa 
filamentosa chamada de micélio, que é visível a olho nu. 
 
LEVEDURAS 
São fungos unicelulares, não filamentosos, tipicamente esféricos ou ovais. Com frequência são 
encontradas como um pó branco cobrindo frutas e folhas. 
 
São capazes de crescimento anaeróbico facultativo, podendo utilizar oxigênio ou um composto 
orgânico como aceptor final de elétrons; esse é um atributo valioso porque permite que esses 
fungos sobrevivam em vários ambientes. 
 
Se houver acesso ao oxigênio, as leveduras respiram aerobicamente para metabolizar hidratos 
de carbono formando dióxido de carbono e água; na ausência de oxigênio, elas fermentam os 
hidratos de carbono e produzem etanol e dióxido de carbono. 
 
FUNGOS DIMÓRFICOS 
Alguns fungos, mais notadamente as espécies patogênicas, exibem dimorfismo: duas formas de 
crescimento. Podem crescer tanto na forma de fungos filamentosos quanto na forma de levedura. 
 
O dimorfismo nos fungos patogênicos é dependente de temperatura: a 37°C, o fungo apresenta 
forma de levedura; a 25°C, de fungo filamentoso. 
 
 
○ Teleomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a reprodução sexuada. 
 
De acordo com o tipo de relação com o ambiente, podem ser: 
○ Saprófitos obrigatórios: fungos que vivem exclusivamente em matéria orgânica morta, não 
podendo parasitar organismos vivos. 
○ Parasitas facultativos ou Saprófitos facultativos: fungos capazes de causar doenças ou de 
viver em restos orgânicos, de acordo com as circunstâncias. 
○ Parasitas obrigatórios: fungos que vivem exclusivamente atacando organismos vivos. 
 
Tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada em fungos ocorrem pela formação de esporos. 
Fungos filamentosos podem reproduzir-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas. 
 
Após um fungo filamentoso formar um esporo, o mesmo se separa da célula parental e germina, 
originando um novo fungo filamentoso. Os esporos são formados a partir das hifas aéreas de 
diferentes maneiras, dependendo da espécie. 
 
Os esporos de fungos podem ser assexuais ou sexuais: 
○ Assexuais: são formados pelas hifas de um organismo. Quando esses esporos germinam, 
tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental. São produzidos pelos fungos por 
mitose e subsequente divisão celular; não há fusão de núcleos de células. Apresentam dois tipos: 
■ Conidiósporo ou Conídio: um esporo unicelular ou multicelular que não é armazenado em 
uma bolsa. São produzidos em cadeias na extremidade do conidióforo. Tais esporos são 
produzidos por Aspergillus. Os conídios formados pela fragmentação de uma hifa septada em 
células únicas, levemente espessas, são denominados artroconídios. Outro tipo de conídio, o 
blastoconídio, consiste em um broto originado de uma célula parental. Um clamidoconídio é um 
esporo com paredes espessas, formado pelo arredondamento e alargamento no interior de um 
segmento de hifa. 
■ Esporangiósporo: formado no interior de um esporângio, ou bolsa, na extremidade de uma 
hifa aérea denominada esporangióforo. O esporângio pode conter centenas de esporangiósporos. 
Esses esporos são produzidos por Rhizopus. 
○ Sexuais: resultam da fusão de núcleos de duas linhagens opostas de cruzamento de uma 
mesma espécie do fungo. São produzidos com menos frequência que os esporos assexuais. 
 
As leveduras de brotamento, como as Saccharomyces, dividem-se formando células desiguais. 
No brotamento, a célula parental forma uma protuberância (broto) na sua superfície externa. À 
medida que o broto se alonga, o núcleo da célula parental se divide, e um dos núcleos migra para 
o broto.O material da parede celular é então sintetizado entre o broto e a célula parental, e o 
broto acaba se separando. 
 
Algumas leveduras produzem brotos que não se separam uns dos outros; esses brotos formam 
uma pequena cadeia de células denominada pseudo-hifa. Candida albicans se fixa a células 
epiteliais humanas na forma de levedura, mas normalmente necessita estar na forma de pseudo-
hifas para invadir os tecidos mais profundos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
De acordo com tipo de reprodução 
realizada, os fungos podem ser 
divididos em três grupos: 
○ Holomorfo: aquele que no ciclo 
de vida realiza ambas as 
reproduções, sexuada e assexuada. 
○ Anamorfo: aquele que no ciclo de 
vida realiza apenas a reprodução 
assexuada. 
 
As leveduras de fissão, como Schizosaccharomyces, dividem-se produzindo duas novas células 
iguais. Durante a fissão binária, as células parentais se alongam, seus núcleos se dividem, e duas 
células-filhas são produzidas. O aumento do número de células de leveduras em meio sólido 
produz uma colônia similar às colônias de bactéria 
 
ESPOROS SEXUADOS 
Um esporo sexuado fúngico resulta da reprodução sexuada, que consiste em três etapas: 
1. Plasmogamia: Um núcleo haploide de uma célula doadora (+) penetra no citoplasma de uma 
célula receptora (-). 
2. Cariogamia: Os núcleos (+) e (-) fundem-se formando um núcleo zigótico diploide. 
3. Meiose: O núcleo diploide origina um núcleo haploide, esporos sexuados, dos quais alguns 
podem ser recombinantes genéticos. 
 
 
 
FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 
Os gêneros listados nos filos a seguir incluem muitos que são encontrados como contaminantes 
de alimentos e de culturas bacterianas em laboratórios. 
 
Zigomiceto 
Os zigomicetos, ou fungos de conjugação, são fungos filamentosos saprofíticos que apresentam 
hifas cenocíticas. Um exemplo é o Rhizopus stolonifer, o conhecido mofo preto do pão. 
 
 
Ascomycota 
Os ascomicetos incluem fungos 
com hifas septadas e algumas 
leveduras. Seus esporos 
assexuados normalmente são 
conídios produzidos em longas 
cadeias a partir do conidióforo. O 
termo conídio significa pó, e esses 
esporos são facilmente liberados da 
cadeia formada no conidióforo ao 
menor contato, flutuando no ar 
como poeira. 
 
 
 
Basidiomycota 
Os basidiomicetos, ou fungos em clava, também possuem hifas septadas. Este filo inclui fungos 
que produzem cogumelos. 
 
 
 
2. IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS INFECÇÕES DOS FUNGOS E SEUS AGENTES 
DOENÇAS FÚNGICAS 
Qualquer infecção fúngica é chamada de micose. As micoses geralmente são infecções crônicas 
(de longa duração), uma vez que os fungos crescem devagar. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS MICOSES HUMANAS 
Além da classificação taxonômica formal dos fungos, as infecções fúngicas podem ser 
classificadas de acordo com os tecidos infectados, assim como pelas características específicas 
dos grupos de organismos. 
 
Micoses Superficiais 
As micoses superficiais são aquelas infecções que estão limitadas às superfícies da pele e dos 
pelos. Elas não são destrutivas e são apenas de importância cosmética. 
 
Os fungos associados a estas infecções superficiais incluem Malassezia spp., Hortae weneckii, 
Piedraia hortae e Trichosporon spp. 
 
Micoses Cutâneas 
As micoses cutâneas são infecções da camada queratinizada da pele, pelos e unhas. Essas 
infecções podem provocar uma resposta do hospedeiro e se tornar sintomáticas. Os sinais e 
sintomas incluem prurido, descamação, pelos tonsurados, lesões arredondadas na pele e unhas 
espessadas e opacas. 
 
Os dermatófitos são fungos classificados nos gêneros Trichophyton, Epidermophyton e 
Microsporum. 
 
As infecções da pele que envolvem estes organismos são chamadas de dermatofitoses. 
 
Tinea unguium se refere a infecções nas unhas que envolvem estes agentes. As onicomicoses 
incluem infecções das unhas causadas pelos dermatófitos, assim como também fungos não 
dermatófitos (p.ex., Candida. e Aspergillus spp.). 
 
Micoses Subcutâneas 
As micoses subcutâneas envolvem as camadas mais profundas da pele, incluindo a córnea, os 
músculos e o tecido conjuntivo, e são causadas por um largo espectro de fungos 
taxonomicamente diversos. 
 
Os fungos ganham acesso aos tecidos mais profundos em geral por inoculação traumática e 
permanecem localizados, causando a formação de abscessos e úlceras que não cicatrizam. 
 
O sistema imunológico do hospedeiro reconhece os fungos, resultando em destruição tecidual 
variável e frequentemente em uma hiperplasia epiteliomatosa. 
 
As infecções podem ser causadas por fungos filamentosos hialinos, tais como Acremonium spp. e 
Fusarium spp., e por fungos pigmentados ou dematiáceos, tais como Alternaria spp., 
Cladosporium spp., e Exophiala spp. 
 
As micoses subcutâneas tendem a permanecer localizadas e raras vezes se disseminam 
sistemicamente. 
 
Micoses Endêmicas 
As micoses endêmicas são infecções fúngicas causadas por patógenos fúngicos dimórficos 
clássicos: H. capsulatum, B. dermatitidis, Emmonsia pasteuriana, Coccidioides immitis, 
Coccidioides posadasii, Paracoccidioides brasiliensis e Talaromyces (Penicillium) marneffei. 
 
As micoses endêmicas são com frequência referidas como micoses sistêmicas, porque esses 
organismos são verdadeiros patógenos e podem causar infecções em indivíduos saudáveis. 
 
Todos esses agentes produzem uma infecção primária no pulmão, com subsequente 
disseminação para outros órgãos e tecidos. 
 
Micoses Oportunistas 
As micoses oportunistas são infecções atribuídas aos fungos que são por via de regra 
encontrados como comensais humanos ou no ambiente. Com exceção de Cryptococcus 
neoformans, estes organismos exibem uma virulência inerentemente baixa ou limitada, e causam 
infecções em indivíduos que estão debilitados, imunossuprimidos, ou são portadores de 
aparelhos protéticos implantados ou cateteres vasculares. 
 
Os patógenos fúngicos oportunistas mais comuns são as leveduras Candida spp. e Cryptococcus 
neoformans, o fungo filamentoso Aspergillus spp. e Pneumocystis jirovecii. 
 
3. DESCREVER O MECANISMO DE AGRESSÃO E EVASÃO DOS FUNGOS 
MECANISMO DE AGRESSÃO 
Portas de entrada 
Por estarem presentes nos mais variados ambientes, as doenças causadas por fungos podem 
ocorrer de vários modos. Andar descalço, usar roupas úmidas por um longo tempo, utilizar 
roupas, meias e calçados de material sintético, utilizar chuveiros públicos, lava-pés, piscinas ou 
saunas, compartilhar alicates de cutículas, tesouras, e lixas não esterilizadas corretamente e não 
enxugar a pele adequadamente, sobretudo entre os dedos dos pés, virilha e embaixo das mamas. 
 
Mecanismos parecidos com as bactérias, leveduras apresentam cápsula, outras usam inibidores 
de complemento, produzem substâncias que destroem leucócitos. 
 
Mecanismos de agressão dos fungos 
Artrósporos 
Formam-se nas extremidades das hifas presentes no solo. Eles germinam no solo para formar 
novas hifas. Se inalados, os artrósporos diferenciam-se em esférulas, quando inalados agem 
diretamente no pulmão. 
 
Quando chegam e se fixam no pulmão os artrósporos formam grandes esférulas com parede 
dupla, espessa e refratária, que é preenchida com os endósporos. Quando ocorre a ruptura da 
parede, os endósporos são liberados e diferenciam-se em novas esférulas. O organismo pode 
disseminar-se no interior do indivíduo pela extensão direta ou via corrente sanguínea. 
Produção de proteases na aderência dos fungos aos tecidos. 
 
Doença Histoplasma 
Os esporos inalados são fagocitados pelos macrófagos e transformados em formas 
leveduriformes. Nos tecidos, H. capsulatum ocorre como uma levedura oval no interior dos 
macrófagos. As leveduras sobrevivem nas fagolisossomas dos macrófagos por meio da produção 
de substâncias alcalinas, como bicarbonato e amônia, as quais elevam o pH e inativam as 
enzimas degradativas dos fagolisossomos. 
 
Aspergillus fumigatus é capaz de colonizar e, posteriormente, invadir regiões danificadas da pele, 
de feridas, de queimaduras, da córnea, da orelha externa e dos seios paranasais. A. fumigatusé 
a causa mais comum de sinusite fúngica. Em pessoas imunocomprometidas, sobretudo as com 
neutropenia, o fungo invade os pulmões e outros órgãos, produzindo hemoptises e granulomas. 
 
MECANISMO DE EVASÃO DOS FUNGOS 
Conídios e algumas leveduras podem apresentar na sua superfície criptococos, cápsulas ou 
melanina. Essas substâncias acabam mascarando PAMPs própios de fungos e com isso tenho 
impedimento o reconhecimento via PRR. 
 
Temos a melanina inibindo a fagocitose e atuando como captura/neutralização dos ROS. 
 
Hifas produzem glicoproteínas (GAG), como gliotoxina e fumagilina, que são tóxicas aos 
neutrófilos, e acabam levando-as a apoptose. Inibição da netose. 
 
Hifas são capazes de produção de detecção e destruição de citosinas, proteases que neutralizam 
proteínas (GAG) especificas (IL17A, serve como uma citosina anti-inflamatória) ou levam a 
produção de substâncias que bloqueiam a adição de citocinas, como o receptor antagonista de 
interleucina 1,12, interferons e TNF(IL1Ra). GAG faz com que os macrófagos produzam IL1Ra, 
estimula IL-10 (anti-inflamatória) 
As proteases também servem para a resistência a hipóxia e estresse oxidativo. 
Inibem a inflamação. 
 
Candida Albican 
Encontrada na forma de levedura, o principal componente é o carboidrato chamado de BETA-
glucanos, apresenta vários receptores de reconhecimento padrão, que é os PAMPS, vai ser 
reconhecida pelas DECTINA-1, TLR2 E TLR4, ativa o processo de fagocitose e no interior da 
célula ela pode ativar outros receptores (TLR9), isso leva a resposta de resistência da resposta 
imune, levando a produção de TH1/TH17. 
 
Quando a Candida albicans entra no tecido hospedeiro, ela muda a sua estrutura, de levedura 
passa a ser hifas, produzindo hifas ou pseudohifas, a composição molecular é agora ALFA-
glucanos, que não são reconhecidos por todos os receptores de reconhecimento padrão, temos 
menos receptores as reconhecendo, sendo não passível de fagocitose, resposta de 
suscetibilidade (prevalência de TH2/Treg). 
4. DESCREVER A RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA FRENTE UMA INFECÇÃO DE 
FUNGOS 
 
IMUNIDADE AOS FUNGOS 
As infecções fúngicas, também chamadas micoses, são causas importantes de morbidade e 
mortalidade em seres humanos. Algumas infecções fúngicas são endêmicas e, em geral, são 
causadas por fungos presentes no ambiente e cujos esporos entram nos seres humanos. 
 
Outras infecções fúngicas são ditas oportunísticas, porque os agentes causais provocam doença 
branda ou não causam doença em indivíduos sadios, mas podem infectar e causar doença grave 
em indivíduos imunodeficientes. 
 
A imunidade comprometida é o fator predisponente mais importante para as infecções fúngicas 
clinicamente significativas. A deficiência de neutrófilos como resultado de dano ou supressão da 
medula óssea com frequência está associada a estas infecções. As infecções fúngicas 
oportunistas também estão associadas à imunodeficiência causada pelo HIV e pela terapia para o 
câncer disseminado e a rejeição de transplantes. 
 
INATA 
Os principais mediadores da imunidade inata contra fungos são os neutrófilos e macrófagos. Os 
fagócitos e células dendríticas reconhecem os organismos fúngicos através dos TLRs e dos 
receptores do tipo lectina chamados dectinas. 
 
Os neutrófilos presumivelmente liberam substâncias fungicidas, tais como as espécies reativas de 
oxigênio e enzimas lisossomais e fagocitam os fungos para a morte intracelular. 
 
Incluem receptores de beta-glucano, receptores de manose, dectina-1 e receptores toll-like (TLRs), 
que reconhecem e respondem aos componentes da parede celular dos fungos. Estes receptores 
reconhecem o patógeno e dão início a uma cascata de sinalização levando a expressão de moléculas 
microbicidas e citocinas. 
 
Há participação de IFN-γ, aumentando a função de neutrófilos e macrófagos. 
 
ADAPTATIVA 
A imunidade celular é o principal mecanismo. As células TCD4+ e CD8+ cooperam para eliminar 
fungos. 
 
Muitos fungos extracelulares provocam fortes reações Th17, impulsionadas em parte pela ativação de 
células dendríticas, pela ligação de glucanas fúngicas à dectina-1, um receptor para este 
polissacarídeo fúngico. As células dendríticas ativadas através deste receptor de lectina produzem 
citocinas indutoras de Th17, como IL-6 e IL-23. 
 
Linfócito T naive vira Th17, vira IL-17 (estimula a inflamação, faz mais recrutamento de neutrófilo e 
monócitos) e IL-22 (mucosa, barreira) 
 
As células Th17 estimulam a inflamação e os neutrófilos e monócitos recrutados destroem os 
fungos. Estas respostas podem provocar a inflamação granulomatosa - Th1, que é uma importante 
causa de lesão tecidual no hospedeiro nessas infecções. 
 
Fungos também induzem respostas específicas de anticorpos que podem ser protetoras. Células T 
regulatórias são células supressoras antígeno-específicas, impedem o desenvolvimento de 
respostas autoimunes através da produção de TGF-beta e IL-10, ajudam a manter as respostas de 
células T sob controle e promovem o desenvolvimento de células de memória. 
Diferentes fungos infectam seres humanos e podem viver nos tecidos extracelulares e no interior 
dos fagócitos. Portanto, as respostas imunes a esses microrganismos muitas vezes são 
combinações das respostas a microrganismos extra e intracelulares. 
 
Entretanto, menos é conhecido acerca da imunidade antifúngica, do que sobre a imunidade 
contra bactérias e vírus. A falta de conhecimento é em virtude, parcialmente, da escassez de 
modelos animais para micoses, e parcialmente pelo fato de essas infecções tipicamente 
ocorrerem em indivíduos incapazes de montar respostas imunes efetivas. 
 
IMUNIDADE INATA AOS FUNGOS 
 
 
PAPEL DA IMUNIDADE INATA E DAS CÉLULAS TH17 NA DEFESA CONTRA A INFECÇÃO 
FÚNGICA 
Células dendríticas e macrófagos (não mostrado) reconhecem as glucanas fúngicas e liberam 
citocinas que estimulam células linfoides inatas (ILC3s) residentes nos tecidos a liberarem 
citocinas, principalmente IL-17, as quais recrutam neutrófilos e induzem produção de peptídeos 
antimicrobianos que protegem contra a infecção. 
 
As citocinas também podem recrutar diretamente neutrófilos. As células dendríticas também 
estimulam a diferenciação de células T CD4+ antígeno fúngico-específicas naive em células Th17 
nos linfonodos drenantes, e as células Th17 migram de volta para o sítio de infecção. 
 
IMUNIDADE ADAPTATIVA AOS FUNGOS 
A imunidade mediada por células é o principal mecanismo da imunidade adaptativa contra as 
infecções por fungos intracelulares. Histoplasma capsulatum, um parasita intracelular facultativo 
que vive em macrófagos, é eliminado pelos mesmos mecanismos celulares que são efetivos 
contra bactérias intracelulares. 
 
Os fungos intracelulares também podem ser controlados em parte por células ILC1 que 
expressam T-beta, enquanto os fungos extracelulares podem ativar respostas de ILC3. 
Os principais mediadores da imunidade inata 
contra os fungos são os neutrófilos, 
macrófagos e ILCs. Macrófagos e células 
dendríticas percebem os organismos fúngicos 
através dos TLRs e receptores do tipo lectina, 
chamados dectinas, que reconhecem β-
glucanas na superfície dos fungos. 
 
Macrófagos e células dendríticas liberam 
citocinas que recrutam e ativam neutrófilos 
diretamente ou via ativação de ILCs 
residentes teciduais. 
 
Os neutrófilos provavelmente liberam 
substâncias fungicidas, como as espécies 
reativas de oxigênio e as enzimas 
lisossômicas, e fagocitam os fungos para o 
killing intracelular. 
 
Cepas virulentas de Cryptococcus 
neoformans inibem a produção de citocinas, 
como TNF e IL-12, pelos macrófagos e 
estimulam a produção de IL-10, inibindo 
assim a ativação dessas células. 
 
 
Muitos fungos extracelulares deflagram fortes respostas Th17, que são dirigidas, em parte, pela 
ativação de células dendríticas pela ligação de glicanas fúngicas à dectina-1. As células 
dendríticas ativadas por meio desse receptor de lectina produzem citocinas Th17-indutoras, como 
IL-1, IL-6 e IL-23. 
 
Ascélulas Th17 estimulam inflamação, enquanto os neutrófilos recrutados e monócitos destroem 
os fungos. Indivíduos com respostas Th17 defeituosas são suscetíveis a infecções mucocutâneas 
crônicas por Candida. 
 
As respostas Th1 são protetoras nas infecções fúngicas intracelulares, como a histoplasmose, 
porém essas respostas podem deflagrar uma inflamação granulomatosa que causa importante 
lesão tecidual no hospedeiro nessas infecções. Os fungos também deflagram respostas de 
anticorpo específicas que podem ter valor protetor. 
 
5. DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DOS HELMINTOS (CLASSIFICAÇÃO, 
ESTRUTURAS E REPRODUÇÃO) 
PLATELMINTOS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 
- Triblásticos, acelomados, simetria bilateral (cefalização com gânglios cerebrais) 
- Vida livre em solo úmido, mar e água doce (planárias) ou parasitas (esquistossomo, tênias) 
 
PLATELMITNOS – FISIOLOGIA 
• Digestão: tubo digestório incompleto (com boca, sem ânus), digestão extracelular (exceção: 
tênias não apresentam aparelho digestório) 
• Sistemas respiratório e circulatório: ausentes 
• Sistema excretor: formado por células flama ou protonefrídeos, também responsáveis pela 
osmorregulação 
• Sistema nervoso: presente e do tipo ganglionar, presença de ocelos (captam variação de 
luminosidade), também presente um sistema muscular 
 
PLATELMINTOS – REPRODUÇÃO 
- Reprodução sexuada com fecundação interna e cruzada. Maioria hermafrodita (monoica) – 
vantagem: as duas saem “grávidas”, maior número de descendetes 
- São ovíparos e o desenvolvimento pode ser direto (planária) ou indireto 
- OBS: realizam regeneração (não é reprodução) 
 
PLATELMINTOS – CLASSIFICAÇÃO 
CLASSE CARACTERÍSTICA EXEMPLOS 
Tubelária Vida livre, aquáticos ou terrestres (úmido) Planária 
Cestoda Endoparasitas Tênia (ou solitária) 
Trematoda Parasitas Schistosoma mansoni 
Fasciola hepatica 
 
NEMATELMINTOS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 
- Animais de corpo sem segmentação e com cutícula quitinosa 
- Triblásticos com simetria bilateral 
- Pseudocelomados com sistema digestório completo 
- Podem ser de vida livre (maioria), habitando ambientes terrestres, de água doce ou salgada 
 
NEMATELMINTOS – FISIOLOGIA 
• Nutrição: variada com digestão extracelular 
• Trocas gasosas, circulação e excreção: difusão (excreta nitrogenada: amônia) 
• Excreção de sais: renetes (específico de nematelmintos aquáticos de vida livre responsáveis 
pela osmorregulação) 
• Sistema nervoso: formado por gânglios cerebrais em forma de anel do qual partem cordões 
nervosos ventral e dorsal 
 
NEMATELMINTOS – REPRODUÇÃO 
- Maioria dioica, com dimorfismo sexual e reprodução sexuada 
 
6. IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS INFECÇÕES DOS HELMINTOS E SEUS AGENTES 
PLATELMINTOS 
ESQUISTOSSOMOSE (BARRIGA D’ÁGUA) 
• Agente etiológico: Schistosoma mansoni (verme dioico com dimorfismo) 
• Contágio: penetração de larvas aquáticas Cercária na pele 
• Hospedeiro definitivo: ser humano e outros vertebrados 
• Hospedeiro intermediário: caramujo de água doce do gênero Biomphalaria 
• Sintomas: coceira na pele, febre, hepatoesplenomegalia, abdome distendido e dolorido 
• Profilaxia: saneamento básico, controle biológico do caramujo, tratamento dos doentes 
• Ciclo de vida: 
 
 
TENÍASE 
• Agente etiológico: Taenia solium (porco – espinhos + ventosas) 
 Taenia saginata (boi – ventosas) 
• Contágio: ingestão de carne de porco/boi malpassadas contaminadas com cisticercos (larva 
da Tênia) 
• Hospedeiro intermediário: porco e boi 
• Sintomas: dores abdominais, náuseas, fraqueza, perda de peso, aumento de apetite e 
calafrios 
• Profilaxia: saneamento básico e evitar carne malpassada 
• Ciclo de vida: 
 
 
CISTICERCOSE 
• Agente etiológico: Taenia solium 
• Hospedeiro intermediário: homem (exerce o papel que o porco desempenha no ciclo da 
teníase) 
• Contágio: consumo de ovos por auto contaminação (água) 
Tênia: único exemplo de autofecundação nos 
platelmintos = solitária) 
 
• Complicação: neurocisticercose 
• Sintomas: descolamento de retina, catarata, cegueira, leptomeningite, paralisia, derrame 
• Profilaxia: saneamento básico, higiene sanitária, lavagem de alimentos consumidos crus, 
filtragem e fervura de água, tratamento de doentes 
• Ciclo de vida: 
 
 
NEMATELMINTOS 
ASCARIDÍASE OU LOMBRIGA 
• Agente etiológico: Ascaris lumbricoides 
• Contaminação: ingestão de ovos presentes na água e/ou alimentos (ciclo oral fecal) 
• Sintomas: cólicas abdominais, náuseas, perda de apetite, emagrecimento, desnutrição, sono 
intranquilo, dificuldade respiratória, tosse e pneumonia 
• Profilaxia: saneamento básico, lavar bem alimentos e ferver/filtrar água e tratamento de 
doentes 
• Ciclo de vida: 
 
 
ESTRONGILOIDÍASE 
• Agente etiológico: Strongyloides stercolaris 
• Contaminação: ingestão de larvas em água e alimentos contaminados ou fezes de cães e 
gatos ou humanos contaminados 
• Sintomas: dor abdominal, diarreia, exantema (erupção avermelhada cutânea), tosse e sibilos 
(assovios durante a respiração) e eosinofilia (eosinófilos mais que 500/mm3) 
• Profilaxia: saneamento básico, lavar bem alimentos e ferver/filtrar água e tratamento de 
doentes 
 
ANCILOSTOMOSE OU AMARELÃO (DOENÇA DO JECA TATU) 
• Agente etiológico: Ancylostoma duodenale ou Necator americanus 
• Contaminação: penetração ativa das larvas na pele 
• Sintomas: diarreia, dor abdominal, anemia com amarelamento da pele, fadiga, cansaço e 
desnutrição 
• Profilaxia: saneamento básico, uso de calçados e tratamento dos doentes 
Apresenta fase pulmonar, o verme passa pelo 
intestino duas vezes 
 
• Ciclo de vida: 
 
 
FILARIOSE OU ELFANTÍASE 
• Agente etiológico: Wuchereria bancrofti 
• Contaminação: penetração durante a picada do mosquito Culex 
• Hospedeiro definitivo: homem 
• Hospedeiro intermediário: mosquito Culex 
• Sintomas: febre recorrente, diminuição da força física, dores musculares e de cabeça, 
inflamação dos nódulos e vasos linfáticos, urina com sangue e gordurosa, inchaço 
(elefantíase) dos membros, mamas e órgãos genitais 
• Profilaxia: uso de repelentes, combate ao mosquito e cuidado com os doentes 
• Ciclo de vida: 
 
 
ENTEROBIOSE OU OXIUROSE 
• Agente etiológico: Enterobius vermicularis 
• Contaminação: ingestão de ovos presentes na água e/ou alimentos (ciclo oral fecal) 
• Sintoma: coceira anal 
• Profilaxia: saneamento básico, hábitos de higiene e tratamento dos doentes 
 
ONCOCERCOSE 
• Agente etiológico: Oncocerca volvulus 
• Contaminação: picada da fêmea de simulídeos (borrachudo) 
• Hospedeiro definitivo: homem 
• Hospedeiro intermediário: Borrachudo (Simulium sp.) 
• Sintomas: nódulos inflamatórios, lesões cutâneas e coceiras 
• Profilaxia: uso de repelentes, telas mosquiteiras e tratamento dos doentes 
 
7. DESCREVER O MECANISMO DE AGRESSÃO E EVASÃO DOS HELMINTOS 
AGRESSÃO 
Os parasitas são quase sempre exógenos ao hospedeiro humano e, dessa forma, devem entrar 
no corpo através de ingestão ou penetração direta por barreiras anatômicas. Muitos parasitas têm 
meios ativos, autônomos, para a invasão do hospedeiro humano. 
 
Uma vez que tenham invadido, os parasitas atacam células ou órgãos específicos dos 
hospedeiros, evitam a detecção imune, multiplicam-se e produzem substâncias toxicas que 
destroem tecidos e causam doença secundaria à própria resposta imune do hospedeiro. Além 
disso, alguns parasitas obstruem e danificam fisicamente órgãos e tecidos apenas em função de 
seu tamanho. 
 
Os modos de entrada mais comuns são ingestão ou penetração direta através de pele ou de 
outras superfícies. A transmissão da doença parasitaria é facilitada por contaminação ambiental 
Apresenta fase pulmonar, o verme passa pelo 
intestino uma vez 
 
com dejetos humanos e animais. Isto se aplica a doenças transmissíveis por via fecal-oral, mas 
também a infecções helmínticas, como a ancilostomíase e estrongiloidíase, que se baseiam na 
penetração da pele por larvas. Muitas doenças parasitarias são adquiridas por meio de picadas 
de vetores artrópodes. 
 
A maioria das infecçõesé iniciada pela adesão do organismo aos tecidos do hospedeiro, seguida 
por multiplicação para o estabelecimento da colonização. O ciclo de vida de um parasita é 
baseado na espécie e nos tropismos pelo tecido, que determinam os órgãos ou tecidos nos quais 
o parasita pode sobreviver. 
 
A adesão do parasita às células ou aos tecidos do hospedeiro pode ser relativamente 
inespecífica, pode ser mediada por aparelho bucal mecânico ou picador, ou ainda pode resultar 
da interação entre estruturas na superfície do parasita conhecidas como adesinas e receptores 
específicos de glicoproteinas ou glicolipídios encontrados em alguns tipos de células. 
 
Estruturas de superfície específica que facilitam a adesão de parasitas incluem glicoproteinas de 
superfície, tais como glicoforina A e B, receptores do complemento, componentes adsorvidos da 
cascata do complemento, fibronectina e conjugação de N-acetilglicosamina. 
 
Após a fixação ao tipo de célula ou tecido específico, o parasita pode apresentar multiplicação 
como etapa seguinte no estabelecimento da infecção. 
 
A doença parasitaria pode ser estabelecida por elaboração de produtos tóxicos, dano tecidual 
mecânico e reações imunopatológicas. Proteases e fosfolipases podem ser secretadas e 
liberadas na destruição dos parasitas. Essas enzimas podem causar destruição da célula 
hospedeira, respostas inflamatórias e patologia tecidual grosseira. 
 
Ao contrário dos parasitas protozoários, muitas das consequências patogênicas de infecções 
helmínticas são relacionadas a tamanho, movimentação e longevidade dos parasitas. O 
hospedeiro é exposto a dano de longo prazo e à estimulação imune, além das consequências 
físicas abruptas de serem habitados por grandes corpos estranhos. 
 
As formas mais óbvias de dano direto por helmintos parasitas são aquelas que resultam do 
bloqueio mecânico de órgãos internos, ou dos efeitos da pressão exercida por parasitas em 
crescimento. A migração de helmintos através dos tecidos do corpo, como pele, pulmões, fígado, 
intestinos, olhos e SNC, pode causar dano direto aos tecidos e iniciar reações de 
hipersensibilidade. 
 
EVASÃO 
O parasita deve ser capaz de escapar do sistema de defesa imune do hospedeiro para que o 
processo da doença se manifeste. Como outros organismos, os parasitas despertam respostas 
imunes humorais e mediadas por células, no entanto, eles têm uma propensão particular para 
interferir nestes mecanismos de defesa ou evitá-los. 
 
Os danos determinados na dinâmica da relação hospedeiro-parasita podem ser classificados em: 
○ Diretos: determinados pelo parasita e substâncias por ele secretados. 
○ Indiretos: quando acarretados pela reação do hospedeiro ao parasitismo. 
 
Mecanismos 
○ Espoliativo: é o determinado por perda de substâncias nutritivas pelo organismo do 
hospedeiro, podendo o mesmo ser acarretado por perda direta de nutrientes (P.e. Gên. Taenia), 
tecidos sólidos ou hematofagismo (P.e. ancilostomídeos). 
○ Enzimático: é determinado pela liberação de secreções enzimáticas produzidas por parasitas, 
que determinam destruição tecidual de extensão variável. (P.e. Entamoeba histolytica e larvas 
infectante de ancilostomídeos). 
○ Inflamatório/Hipersensibilizante: a maioria dos mecanismos acima leva a uma resposta 
inflamatória de forma indireta ou diretamente por liberação de substâncias que ativam esses 
mecanismos. Inclui-se aqui a hipersensibilidade que se constitui também em elemento gerador de 
resposta inflamatória. (P.e. Larvas de helmintos que fazem ciclos pulmonares). 
○ Imunodepressor: é determinado por metabólitos liberados pelo parasita ou por outros 
mecanismos que possam reduzir a capacidade de resposta defensiva do hospedeiro. (P.e. 
Leishmania donovani). 
○ Neoplásico: algumas parasitoses crônicas, através de liberação de metabólitos ou reações 
inflamatórias crônicas ou de sua consequência, podem levar a gênese de tumores malignos. (P.e. 
Schistosoma haematobium e neoplasia de bexiga). 
 
Os parasitas escapam da imunidade protetora reduzindo a sua imunogenicidade e pela inibição 
das respostas imunológicas do hospedeiro. Alteram seus antígenos de superfície durante o seu 
ciclo de vida em hospedeiros vertebrados. 
 
Existem duas formas de variação antigênica bem definidas: 
○ A primeira é uma alteração fase-específica na expressão dos antígenos, de modo a que os 
estágios teciduais maduros de parasitas produzem antígenos diferentes daqueles das fases 
infecciosas. Por exemplo, a fase dos esporozoítos infectantes dos parasitas da malária é 
antigenicamente distinta dos merozoítos que residem no hospedeiro e são responsáveis pela 
infecção crônica. No momento em que o sistema imunológico responde à infecção por 
esporozoítos, o parasita já tem se diferenciado, expressa novos antígenos e não é mais um alvo 
para a eliminação imunológica. 
 
○ O segundo e mais notável é a variação contínua dos principais antígenos de superfície 
observada em tripanossomas africanos como o Trypanosoma brucei e o Trypanosoma 
rhodesiense. A variação antigênica contínua de tripanossomas é principalmente devida a 
mudanças na expressão dos genes que codificam o maior antígeno de superfície. Os pacientes 
infectados apresentam ondas de parasitemia no sangue e cada onda consiste de parasitas que 
expressam um antígeno de superfície diferente daquele da onda anterior. Assim, no momento em 
que o hospedeiro produz anticorpos contra o parasita, um organismo antigenicamente diferente já 
se desenvolveu. 
 
Os parasitas se tornam resistentes aos mecanismos imunológicos efetores durante a sua 
permanência em hospedeiros vertebrados, já que durante esta migração, desenvolvem um 
tegumento resistente a danos pelo complemento e pelos CTLs. 
 
8. DESCREVER A RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA FRENTE UMA INFECÇÃO DE 
HELMINTOS 
 
IMUNIDADE INATA 
Os eosinófilos liberam grânulos contendo substâncias 
que destroem o tegumento dos helmintos, além disso 
fagócitos (neutrófilos e macrófagos) podem liberar 
substâncias microbicidas. 
Helmintos desenvolveram resistência contra lise 
mediada pelo complemento (via alternativa) 
 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
Infecções helmínticas são mediadas principalmente 
pela ação de Th2 que estimula a produção 
de IgE (pelo IL-4) pelas células B e consequente 
ativação dos eosinófilos (também pode ocorrer 
pelo IL-5 produzido pelas Th2) 
 
IMUNIDADE AOS PARASITAS 
Os parasitas incluem protozoários unicelulares, vermes multicelulares complexos (helmintos) e 
ectoparasitas (p. ex.: carrapatos e ácaros). 
 
A maioria dos parasitas passa por ciclos de vida complexos, parte dos quais ocorre em seres 
humanos (ou outros vertebrados) e parte em hospedeiros intermediários, como moscas, 
carrapatos e caracóis. 
 
Os seres humanos geralmente são infectados pelas picadas dos hospedeiros intermediários 
infectados ou a partir do compartilhamento de um hábitat particular com um hospedeiro 
intermediário. 
 
Muitas infecções parasitárias são crônicas, por causa de uma imunidade inata fraca e da 
habilidade dos parasitas de evadir ou resistir à eliminação pelas respostas imunes adaptativas. 
 
INATA 
Apesar de diferentes agentes parasitários como os protozoários e helmintos terem demonstrado 
ativar diferentes mecanismos da imunidade inata, estes organismos são muitas vezes capazes de 
sobreviver e replicar em seus hospedeiros, porque eles são bem adaptados para resistir às 
defesas do hospedeiro. 
 
Os eosinófilos contribuem para a resposta inata aos helmintos liberando os conteúdos dos 
grânulos que são capazes de destruir os tegumentos dos vermes. 
 
Os fagócitos também podem atacar os parasitas helmintos e secretar substâncias microbicidas 
para matar organismos que são muito grandes para serem fagocitados. No entanto, muitos 
helmintos possuem tegumentos espessos que os tornam resistentes aos mecanismos citocidas 
de neutrófilos e macrófagos, e que são muito grandes para serem ingeridos pelos fagócitos. 
 
Alguns helmintos podem ativar a via alternativa do complemento, embora parasitasobtidos de 
hospedeiros infectados parecem ter desenvolvido resistência à lise mediada pelo complemento. 
 
ADAPTATIVA 
A defesa contra muitas infecções por helmintos é mediada pela ativação das células Th2, o que 
resulta na produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. Os helmintos estimulam a 
diferenciação de células TCD4+ imaturas (naive) para o subconjunto de células efetoras Th2, que 
secretam IL-4 e IL-5. A IL-4 estimula a produção de IgE, a qual se liga ao receptor Fc de 
eosinófilos e de mastócitos e a IL-5 estimula o desenvolvimento dos eosinófilos e ativa os 
eosinófilos. 
 
A IgE reveste os parasitas e os eosinófilos se ligam à IgE e são ativados para liberar seus 
conteúdos granulares, que destroem os helmintos. As ações combinadas de mastócitos e 
eosinófilos também contribuem para a expulsão dos parasitas do intestino. A expulsão de alguns 
nematódeos intestinais pode ocorrer devido a mecanismos dependentes de 
IL-4 que não requerem IgE, como o aumento da peristalse. 
 
As respostas imunológicas adaptativas contra parasitas também podem contribuir para a lesão 
tecidual. Alguns parasitas e seus produtos induzem respostas granulomatosas com fibrose 
concomitante. Tais granulomas induzidos por Th2 servem para conter os ovos, mas a fibrose 
grave associada a esta resposta imune crônica mediada por células leva a cirrose, interrupção do 
fluxo de sangue venoso no fígado e hipertensão portal. 
 
9. DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DOS PROTOZOÁRIOS (CLASSIFICAÇÃO, 
ESTRUTURAS E REPRODUÇÃO) 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
- Unicelulares exclusivamente; 
- Eucariontes; 
- Heterótrofos exclusivamente 
- Podem ser de vida livre, parasitas, mutualistas e comensais; 
 
FISIOLOGIA 
• Digestão: heterótrofos e se alimentam de bactérias, fungos, algas, etc., por meio da 
fagocitose. A digestão é intracelular. 
• Trocas gasosas e excreção: as trocas gasosas e a eliminação de excretas ocorre por 
difusão. 
• A osmorregulação para protozoários de água doce ocorre por uma organela específica – o 
vacúolo contrátil. Como o protozoário é mais concentrado que o meio, tende a ganhar água 
por osmose, aumentando de tamanho. Para não estourar, o vacúolo elimina o excesso de 
água. 
 
REPRODUÇÃO 
• Divisão binária: assexuada, falta de variabilidade 
• Esquizogonia: assexuada, protozoários parasitas que mudam de forma ao longo da vida 
• Conjugação: sexuada, duplicação do micronúcleo, troca de micronúcleos, garante 
variabilidade 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
São classificados de acordo com o meio de locomoção: 
• Sarcodina ou Rhizopoda: pseudópodes (ex: ameba) 
• Ciliados ou Ciliophora: cílios (ex: paramécio) 
• Flagelados ou Mastigophora: flagelos (ex: Trypanosoma cruzi) 
• Esporozoários ou Apicomplexa: sem estrutura de locomoção (ex: plasmódio) 
 
10. IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS INFECÇÕES DOS PROTOZOÁRIOS E SEUS AGENTES 
GIARDÍASE 
• Agente etiológico: Giardia lamblia 
• Contaminação: ingestão de água e alimentos contendo cistos de Giárdia 
• Sintomas: dores abdominais, disenteria e eliminação de fezes sanguinolentas 
• Profilaxia: saneamento básico 
• Ciclo de vida: 
 
 
AMEBÍASE 
• Agente etiológico: Entamoeba histolytica 
• Contaminação: ciclo oral fecal, ingestão de cistos (formas de resistência desses protozoários 
quando em contato com o ambiente externo ao hospedeiro) na água ou em alimentos mal 
lavados 
• Hospedeiro definitivo: homem 
• Sintomas: dores abdominais, disenteria, eliminação de fezes sanguinolentas 
• Profilaxia: saneamento básico 
• Ciclo de vida: 
 
 
 
MALÁRIA 
• Agente etiológico: Plasmodium sp. 
 P. vivax – febre terçã benigna 
 P. falciparum – febre terçã meligna 
 P. malariae – febre quartã benigna 
• Vetor: mosquito Anopheles (fêmea) = mosquito prego 
• Contaminação: picada do mosquito Anopheles (o protozoário está na saliva) 
• Hospedeiro intermediário: homem 
• Sintomas: agudos (similar à gripe) e crônicos (febre terçã/quartã) 
• Profilaxia: controle do mosquito, uso de mosquiteiras, cuidado com os doentes 
• Ciclo de vida: 
 
 
LEISHMANIOSE 
• Agente etiológico: Leishmania sp. 
 L. brasiliensis (a) 
 L. donovani (b) 
• Vetor: Flebotomíneos (fêmea) / Lutzomya – popularmente chamado de mosquito palha ou 
birigui 
• Contaminação: picada do mosquito. No local formam feridas/úlceras, onde os protozoários se 
acumulam 
• Sintomas: (a) Úlcera de Bauru/Leishmaniose Tegumentar= lesões na pele geralmente 
indolores e que podem produzir pus ou aumentar de tamanho, difícil cicatrização 
• Lise das hemácias: liberação 
de citocinas – picos de febre 
• Anemia falciforme: torna a 
pessoa imune – merozoíto 
não consegue entrar na 
hemácia + menor tempo de 
vida da hemácia 
 (b) Calazar/ Leishmaniose Visceral= febre, hepatomegalia, anemia, alterações 
pulmonares e renais, fraqueza e emagrecimento, pode levar à morte 
• Profilaxia: controle do mosquito, cuidado com os doentes, uso de mosquiteiras e repelentes e 
cuidado com a saúde de cães e gatos 
• Ciclo de vida: 
 
 
TOXOPLASMOSE 
• Agente etiológico: Toxoplasma gondii 
• Vetor: gatos (fezes) 
• Contaminação: congênita (placenta), oral (ingestão de cistos do parasita presentes em carnes 
cruas ou malpassadas, na água, frutas ou verduras cruas) 
• Sintomas: alterações da retina, problemas de audição, alteração mental, entre outros 
• Profilaxia: evitar carne crua ou malpassada, evitar o contato com as fezes de gatos e 
cachorros, comer apenas alimentos bem lavados e ingerir somente água tratada, filtrada ou 
fervida 
• Hospedeiro intermediário: homem 
• Ciclo de vida: 
 
 
MAL DE CHAGAS OU TRIPANOSSOMÍASE 
• Agente etiológico: Trypanosoma cruzi 
• Vetor: percevejo barbeiro (Triatoma infestans) 
• Contaminação: penetração de protozoários eliminados nas fezes do barbeiro na corrente 
sanguínea através de mucosas ou diretamente pelo local da picada (coçar) + alimentos (açaí, 
cana), leite materno, placenta, transfusões 
• Sintomas: agudos (sinal de Romanã, febre e mal-estar) e crônicos (batimentos cardíacos 
desregulares e constipação) 
• Profilaxia: melhoria das moradias, interromper o avanço de populações em áreas silvestres e 
uso de mosquiteiras 
• Ciclo de vida: 
 
 
TRICOMONÍASE 
• Agente etiológico: Trichomonas vaginalis 
• Contaminação: IST, raramente pode ser transmitida por vias não sexuais, como o 
compartilhamento de objetos pessoais íntimos (toalhas e roupas íntimas) 
• Sintomas: homem – assintomático 
 mulher – aumento de corrimento vaginal de coloração esverdeada, pode causar 
infertilidade 
• Profilaxia: uso de preservativos 
 
11. DESCREVER O MECANISMO DE AGRESSÃO E EVASÃO DOS PROTOZOÁRIOS 
PATOGENICIDADE DOS PROTOZOÁRIOS 
Os plasmódios causam ruptura das hemácias, gerando sintomas graves que caracterizam a 
Malária. 
 
O toxoplasma entra por fagocitose nos macrófagos, mas é capaz de impedir a acidificação e a 
digestão dentro do vacúolo e, por conseguinte, consegue se reproduzir 
 
A giárdia adere-se ao epitélio intestinal por meio de um ducto de sucção que o permite digerir 
as células e os fluídos intestinais. Ela causa diarreia. 
 
Giárdia causa diarreia e Tripanossoma cruzi causa doença do sono, ambos por um período 
longo de tempo. O que permite isso é a variação antigênica. Pois durante seu ciclo de vida eles 
mudam suas propriedades (pode produzir mais de mil antígenos diferentes), dificultando a 
ação do sistema imune (e a formulação de vacinas também). 
 
Podem usar vetores como artrópodes para invadir o hospedeiro. 
 
Os parasitas protozoários podem esconder-se do sistema imunológico por viver no interior das 
células do hospedeiro ou pelo desenvolvimento de cistos resistentes aos efetores imunológicos. 
Alguns parasitas helmínticos residem nos lumens intestinaise estão a salvo dos mecanismos 
imunológicos efetores mediados por células. 
 
Também podem expelir suas capas antigênicas espontaneamente ou após a ligação a anticorpos 
específicos. 
 
Alguns parasitas estimulam o desenvolvimento das células T reguladoras, que suprimem a 
resposta imunológica o suficiente para permitir a persistência dos parasitas. Uma 
imunossupressão mais inespecífica e generalizada é observada na malária e na tripanossomíase 
africana. Esta imunodeficiência tem sido atribuída à produção de citocinas imunossupressoras por 
macrófagos ativados e células T e defeitos na ativação de células T. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=zOQ9gg5VaXU&t=5s 
https://www.youtube.com/watch?v=Jwf6GIOkfsU&t=1s 
 
12. DESCREVER A RESPOSTA IMUNE INATA E ADAPTATIVA FRENTE UMA INFECÇÃO DE 
PROTOZOÁRIOS 
IMUNIDADE AOS PARASITAS 
Os parasitas incluem protozoários unicelulares, vermes multicelulares complexos (helmintos) e 
ectoparasitas (p. ex.: carrapatos e ácaros). 
 
A maioria dos parasitas passa por ciclos de vida complexos, parte dos quais ocorre em seres 
humanos (ou outros vertebrados) e parte em hospedeiros intermediários, como moscas, 
carrapatos e caracóis. 
 
Os seres humanos geralmente são infectados pelas picadas dos hospedeiros intermediários 
infectados ou a partir do compartilhamento de um hábitat particular com um hospedeiro 
intermediário. 
 
Muitas infecções parasitárias são crônicas, por causa de uma imunidade inata fraca e da 
habilidade dos parasitas de evadir ou resistir à eliminação pelas respostas imunes adaptativas. 
 
INATA 
Apesar de diferentes agentes parasitários como os protozoários e helmintos terem demonstrado 
ativar diferentes mecanismos da imunidade inata, estes organismos são muitas vezes capazes de 
sobreviver e replicar em seus hospedeiros, porque eles são bem adaptados para resistir às 
defesas do hospedeiro. 
 
A principal resposta da imunidade inata aos protozoários é a fagocitose, mas muitos desses 
parasitas são resistentes à fagocitose e podem se replicar mesmo dentro de macrófagos. Alguns 
protozoários expressam moléculas de superfície que são reconhecidas por TLRs e ativam os 
fagócitos. 
 
As espécies de Plasmodium (o protozoário responsável pela malária), o Toxoplasma gondii (o 
agente que causa a toxoplasmose), e espécies de Cryptosporidium (o principal parasita que 
causa a diarreia em pacientes infectados pelo HIV), todos expressam lipídios 
glicosilfosfatidilinositol que podem ativar TLR2 e TLR4. 
 
ADAPTATIVA 
Alguns protozoários patogênicos evoluíram para sobreviver dentro das células hospedeiras, por 
isso a imunidade protetora contra estes organismos é mediada por mecanismos similares àqueles 
que eliminam bactérias e vírus intracelulares. 
 
O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de macrófagos é 
a resposta imunológica mediada por células, em particular pela ativação de macrófagos por 
citocinas derivadas de células TH1 (intracelular- CD8). 
 
A ativação das células Th2 (extracelular) pelos protozoários resulta no aumento da sobrevivência 
do parasita e na exacerbação de lesões devido às ações supressoras de citocinas Th2 de 
macrófagos. 
 
Protozoários que se replicam dentro de várias células do hospedeiro e lisam estas células, 
estimulam anticorpos específicos e as respostas de CTL, semelhante aos vírus citopáticos. 
 
A citocina IFN-γ tem sido apresentada como protetora em muitas infecções por protozoários, 
incluindo malária, toxoplasmose e criptosporidiose. 
 
 
 
 
 
sobrevivência de parasitas e exacerbação das lesões, porque as citocinas Th2 inibem a ativação 
clássica dos macrófagos. 
 
A promoção da resposta Th1 ou a inibição da resposta Th2 em linhagens suscetíveis aumenta 
sua resistência à infecção. 
 
PAPEL DAS CÉLULAS T E CITOCINAS NA DETERMINAÇÃO DO DESFECHO DAS 
INFECÇÕES 
Os linfócitos T CD4+ naive podem se diferenciar em células Th1, as quais ativam fagócitos para a 
destruição de microrganismos ingeridos, e em células Th2, que inibem essa via clássica de 
ativação dos macrófagos. 
 
Os protozoários se replicam dentro de várias células hospedeiras e as lisam, estimulando 
respostas específicas de anticorpo e CTL, similarmente aos vírus citopáticos. Um exemplo desse 
tipo de organismo é o parasita da malária, que reside principalmente nas hemácias e em 
hepatócitos durante seu ciclo de vida. 
 
EVASÃO 
O parasita deve ser capaz de escapar do sistema de defesa imune do hospedeiro para que o 
processo da doença se manifeste. Como outros organismos, os parasitas despertam respostas 
imunes humorais e mediadas por células, no entanto, eles têm uma propensão particular para 
interferir nestes mecanismos de defesa ou evitá-los. 
 
Os danos determinados na dinâmica da relação hospedeiro-parasita podem ser classificados em: 
○ Diretos: determinados pelo parasita e substâncias por ele secretados. 
○ Indiretos: quando acarretados pela reação do hospedeiro ao parasitismo. 
 
O principal mecanismo de defesa contra 
os protozoários que sobrevivem nos 
macrófagos é a imunidade celular, 
particularmente a ativação de 
macrófagos por citocinas derivadas de 
células Th1. 
 
A resistência à infecção está associada à 
ativação de células Th1 as quais 
produzem IFN-γ e, dessa forma, ativam 
os macrófagos para destruir parasitas 
intracelulares. 
 
Ao contrário, a ativação de células Th2 
pelos protozoários resulta em aumentada 
 
 
Mecanismos 
○ Espoliativo: é o determinado por perda de substâncias nutritivas pelo organismo do 
hospedeiro, podendo o mesmo ser acarretado por perda direta de nutrientes (P.e. Gên. Taenia), 
tecidos sólidos ou hematofagismo (P.e. ancilostomídeos). 
○ Enzimático: é determinado pela liberação de secreções enzimáticas produzidas por parasitas, 
que determinam destruição tecidual de extensão variável. (P.e. Entamoeba histolytica e larvas 
infectante de ancilostomídeos). 
○ Inflamatório/Hipersensibilizante: a maioria dos mecanismos acima leva a uma resposta 
inflamatória de forma indireta ou diretamente por liberação de substâncias que ativam esses 
mecanismos. Inclui-se aqui a hipersensibilidade que se constitui também em elemento gerador de 
resposta inflamatória. (P.e. Larvas de helmintos que fazem ciclos pulmonares). 
○ Imunodepressor: é determinado por metabólitos liberados pelo parasita ou por outros 
mecanismos que possam reduzir a capacidade de resposta defensiva do hospedeiro. (P.e. 
Leishmania donovani). 
○ Neoplásico: algumas parasitoses crônicas, através de liberação de metabólitos ou reações 
inflamatórias crônicas ou de sua consequência, podem levar a gênese de tumores malignos. (P.e. 
Schistosoma haematobium e neoplasia de bexiga). 
 
Os parasitas escapam da imunidade protetora reduzindo a sua imunogenicidade e pela inibição 
das respostas imunológicas do hospedeiro. Alteram seus antígenos de superfície durante o seu 
ciclo de vida em hospedeiros vertebrados. 
 
Existem duas formas de variação antigênica bem definidas: 
○ A primeira é uma alteração fase-específica na expressão dos antígenos, de modo a que os 
estágios teciduais maduros de parasitas produzem antígenos diferentes daqueles das fases 
infecciosas. Por exemplo, a fase dos esporozoítos infectantes dos parasitas da malária é 
antigenicamente distinta dos merozoítos que residem no hospedeiro e são responsáveis pela 
infecção crônica. No momento em que o sistema imunológico responde à infecção por 
esporozoítos, o parasita já tem se diferenciado, expressa novos antígenos e não é mais um alvo 
para a eliminação imunológica. 
 
○ O segundo e mais notável é a variação contínua dos principais antígenos de superfície 
observada em tripanossomas africanos como o Trypanosoma brucei e o Trypanosoma 
rhodesiense. A variação antigênica contínua de tripanossomas é principalmente devida a 
mudanças na expressão dos genes que codificam o maior antígeno de superfície. Os pacientes 
infectados apresentam ondas de parasitemia no sangue e cada onda consiste de parasitas que 
expressam um antígeno de superfíciediferente daquele da onda anterior. Assim, no momento em 
que o hospedeiro produz anticorpos contra o parasita, um organismo antigenicamente diferente já 
se desenvolveu. 
 
Os parasitas se tornam resistentes aos mecanismos imunológicos efetores durante a sua 
permanência em hospedeiros vertebrados, já que durante esta migração, desenvolvem um 
tegumento resistente a danos pelo complemento e pelos CTLs. 
 
 
 
 
13. EXPLICAR O MECANISMO DE AÇÃO DE ANTIFÚNGICOS E ANTIPARASITÁRIOS 
 
 
 
No caso da terapia antifúngica, há vários mecanismos que podem ser considerados no 
desenvolvimento de uma estratégia de tratamento combinado efetivo. 
 
(1) Diferentes estágios da mesma via bioquímica podem ser inibidos. Essa é uma abordagem 
clássica para a obtenção de sinergismo com agentes anti-infecciosos. 
(2) A penetração aumentada de um agente dentro da célula, em virtude da ação permeabilizante 
de outro agente sobre a parede celular ou membrana celular fúngica, pode ser alcançada. 
(3) A inibição do transporte de um agente para fora da célula por outro agente pode ser 
alcançada. Muitos fungos utilizam as bombas de efluxo dependentes de energia para bombear 
ativamente agentes antifúngicos para fora da célula, evitando os efeitos tóxicos do antifúngico. 
(4) Inibição simultânea de diferentes alvos da célula fúngica. A inibição da síntese da parede 
celular por um agente com a caspofungina, associada à perda da função da membrana celular 
pela anfotericina B ou azólicos, é um exemplo desse tipo de combinação. 
 
Embora o valor potencial da terapia antifúngica combinada seja um atrativo, existem possíveis 
desvantagens para essa estratégia que devem ser consideradas. O antagonismo entre os 
agentes antifúngicos, quando utilizados em combinação, também é uma possibilidade distinta e 
pode ocorrer por vários mecanismos diferentes. 
 
(1) A ação de um agente resulta na diminuição do alvo de outro agente. 
(2) A ação de um agente antifúngico resulta na modificação do alvo de outro agente. 
(3) Bloqueio do sítio-alvo de um agente por outro pode ocorrer. 
 
AGENTES ANTIPARASITÁRIOS 
Em grande parte, as dificuldades no tratamento das doenças parasitárias se originam do fato de 
os parasitas serem organismos eucarióticos e, por isso, mais semelhantes ao hospedeiro humano 
que as bactérias patogênicas procarióticas cujo tratamento é bem-sucedido. Além disso, a 
infecção crônica de curso prolongado, os ciclos biológicos complexos e os vários estágios de 
desenvolvimento de muitos parasitas são fatores que dificultam uma intervenção quimioterápica 
efetiva. 
 
AGENTES 
ANTIFÚNGICOS 
Desde o domínio 
exclusivo dos agentes 
anfotericina B e 5-
fluorocitosina, que 
eram tóxicos e difíceis 
de usar, o tratamento 
da doença fúngica tem 
avançado pela 
disponibilidade de 
novos agentes ativos 
sistemicamente e 
novas formulações de 
outros agentes antigos 
que fornecem eficácia 
comparável ou mesmo 
superior, com 
toxicidade menos 
significativa. 
 
Apesar de as abordagens quimioterápicas poderem ser usadas efetivamente para tratar e 
prevenir muitas infecções parasitárias, alguns agentes apresentam efeitos colaterais ou 
eventualmente encontram resistência (microbiana e social). A maioria dos agentes 
antiparasitários é muito cara para ser usada amplamente em países pobres de recursos. 
 
Por isso, a abordagem global para prevenção e tratamento das doenças parasitárias deve 
envolver várias estratégias, incluindo melhorias de higiene e saneamento, controle dos vetores 
das doenças, vacinação, caso esteja disponível e administração de quimioterapia segura e 
eficiente para fins profiláticos e terapêuticos. 
 
Atualmente, essas estratégias também devem incluir esforços para diminuir a transmissão da 
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. 
 
Alvos para a Ação de Fármacos Antiparasitários 
Como organismos eucarióticos, os parasitas apresentam mais similaridades que diferenças em 
relação ao homem. Consequentemente, muitos agentes antiparasitários atuam em vias (síntese 
de ácido nucleico, metabolismo de carboidratos) ou alvos (função neuromuscular) compartilhados 
pelo parasita e seu hospedeiro. 
 
Por essa razão, o desenvolvimento de fármacos antiparasitários seguros e eficazes com base nas 
diferenças bioquímicas existentes entre o parasita e o hospedeiro tem sido difícil. 
 
 
 
AGENTES ANTIPROTOZOÁRIOS 
Similares aos agentes antibacterianos e antifúngicos, os agentes antiprotozoários geralmente são 
direcionados a células jovens, em crescimento, que proliferam rapidamente. Os agentes mais 
comuns desse tipo atuam na síntese de ácidos nucleicos e de proteínas ou em vias metabólicas 
específicas (p.ex., metabolismo do folato) que são unicamente de protozoários parasitas. 
 
AGENTES ANTI-HELMÍNTICOS 
A estratégia para uso de fármacos anti-helmínticos é bem diferente daquela para uso dos 
fármacos utilizados no tratamento da maioria das infecções por protozoários. A maior parte dos 
fármacos anti-helmínticos é direcionada a organismos adultos não proliferantes, enquanto no 
caso dos protozoários, os alvos na maioria das vezes são células mais jovens, que proliferam 
mais rapidamente. 
 
O ciclo de vida de um helminto com frequência é bem mais complexo, e a adaptação para 
sobrevivência no hospedeiro humano depende fortemente de: 
(1) coordenação neuromuscular para realização de movimentos a fim de se alimentar e de se 
manter em um local favorável junto ao hospedeiro; 
(2) metabolismo de carboidratos como principal fonte de obtenção de energia, utilizando glicose 
como substrato principal; 
(3) integridade microtubular, uma vez que a deposição e eclosão dos ovos, desenvolvimento das 
larvas, transporte de glicose e atividade enzimática e secreção ficam prejudicados quando os 
microtúbulos são modificados. 
 
A maioria dos agentes anti-helmínticos é direcionada a uma dessas funções bioquímicas no 
organismo adulto. 
 
 
 
 
 
14. DIFERENCIAR IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA DE CONGÊNITA 
A imunodeficiência é uma desordem do sistema imunológico, que provoca seu mau 
funcionamento, revelando-se na incapacidade de o organismo ter uma resposta imunitária efetiva. 
 
Consideram-se, geralmente, tem os dois tipos de imunodeficiências: a primária ou congênita, 
resultante de uma alteração genética ou anomalia no desenvolvimento, e a secundária ou 
adquirida, resultante de infecções ou de stress no sistema imunitário. 
 
IMUNODEFICIÊNCIA CONGÊNITA 
São situações raras que afetam os linfócitos B, T e NK, os fagócitos ou outros componentes do 
sistema complemento. O caso mais agudo é o da imunodeficiência combinada severa na qual 
não existem linfócitos T e B funcionais ou ocorrem em tão baixa quantidade que são praticamente 
inúteis. 
 
Os indivíduos com esta imunodeficiência morrem precocemente ainda crianças com doenças 
infecciosas. A menos que vivam em condições totalmente assépticas ou sofram um transplante 
de medula óssea, a taxa de sobrevivência é muitíssimo reduzida. 
 
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 
Nestes casos as imunodeficiências resultam de fatores do meio e não genéticos. Fatores como a 
idade avançada, tumores malignos, vírus, drogas imunossupressoras podem levar a situações 
destas. Uma das mais conhecidas entre nós é a síndrome da imunodeficiência adquirida – SIDA 
(AIDS) provocado pelo vírus da imunodeficiência humana – VIH (HIV). O VIH é uns retrovírus 
(isto é, um vírus que contém RNA) que infecta e destrói os linfócitos Th.