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Resumo Tabelado Prisão Temporária

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Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
Prisão Temporária 
Rol dos crimes 
de Prisão 
Temporária 
- Sequestro ou cárcere privado 
- Roubo 
- Extorsão 
- Extorsão mediante sequestro 
- Estupro 
- Epidemia com resultado morte 
- Envenenamento de água potável ou subst. alimentícia ou medicinal qualificado pela morte 
- Associação criminosa 
- Genocídio 
-Tráfico de drogas 
- Crimes contra o sistema financeiro 
- Crimes previstos na lei de terrorismo 
- Hediondos e equiparados 
 
Características 
da Prisão 
Temporária 
- Prisão de natureza cautelar 
- Decretada somente na fase da investigação. Nunca durante o processo! 
- Possui prazo determinado 
- Só pode ser decretada para um rol de crimes previstos na lei 
- O juiz não pode decretar de ofício (deve haver requerimento do MP ou representação da autoridade 
policial) 
 
Prazo da Prisão 
 
Crime Comum Crime Hediondo/ Equiparado 
5+5 30+30 
 
 
 
5 Regras 
fixadas pelo 
STF 
Prisão 
Temporária 
A decretação de prisão temporária somente é cabível quando 
(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; 
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; 
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições 
pessoais do indiciado; e 
(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas. 
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. 
Edson Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043). 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
Juris importante - Não se pode decretar a prisão temporária com base na mera suposição de que o suspeito 
irá comprometer a investigação. 
1. A prisão temporária, por sua própria natureza instrumental, é permeada pelos princípios do 
estado de não culpabilidade e da proporcionalidade, de modo que sua decretação só pode ser 
considerada legítima caso constitua medida comprovadamente adequada e necessária ao 
acautelamento da fase pré-processual, não servindo para tanto a mera suposição de que o 
suspeito virá a comprometer a atividade investigativa. STJ. 5ª Turma. HC n. 286.981/MG, Min. 
Laurita Vaz, DJe 1º/7/2014. STJ. 6ª Turma. HC 379.690/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 04/04/2017. 
 
- Se é requerida a prisão temporária, o juiz poderá entender que é o caso de conceder prisão 
preventiva. 
2. Requerida a prisão temporária pela autoridade policial ou pelo Ministério Público, o 
Magistrado poderá decretar a prisão preventiva, em decisão fundamentada, na qual aponte a 
presença dos requisitos do art. 312 do CPP. 
3. Deve ser aplicado ao tema o mesmo entendimento que preceitua a inexistência de qualquer 
ilegalidade na conversão do flagrante em preventiva. Não se trata de decretação da prisão de 
ofício, em desconformidade com o Sistema Acusatório de Processo ou com o Princípio da 
Inércia, adotados pela Constituição da República de 1988. Isso porque, o julgador só atuou após 
ter sido previamente provocado pela autoridade policial, não se tratando de postura que 
coloque em xeque a sua imparcialidade. O que deve ser analisado é se o ato judicial está 
amparada nos pressupostos exigidos pela lei (art. 312 do CPP) e calcado em fundamentos 
acolhidos pela doutrina e jurisprudência como válidos para o encarceramento prematuro do 
acusado. 
 
 
 Prisão Preventiva Prisão Temporária 
Previsão Legal Arts. 311 a 316 CPP Lei nº 7.90/89 
Legitimidade 
para decretar 
Com o pacote anticrime: Juiz, a pedido 
 
Obs: de ofício (decretar novamente, revogar e 
revisar a cada 90 dias) 
Juiz, a pedido 
Legitimidade 
para pedir 
- MP 
- Querelante 
- Assistente de Acusação 
- Autoridade Policial 
 
- MP 
- Autoridade Policial 
Momento Investigação e processo Investigação 
Prazo Não há Crime comum: 5 + 5 dias 
Crime Hediondo e Equiparado: 30 + 30 dias 
Natureza 
Jurídica 
Prisão cautelar Prisão cautelar 
Fundamentos Periculum Libertatis: 
- Garantia da ordem pública 
- Garantia da ordem econômica 
- Conveniência da instrução penal 
- Assegurar a aplicação da lei penal 
- Descumprimento de medida cautelar e 
- Perigo gerado pelo estado de liberdade do 
imputado 
Periculum Libertatis: 
- Imprescindibilidade das investigações no inquérito 
policial 
 
- Indiciado sem residência fixa ou identidade certa 
* O STF explicou que o inciso II do art. 1º da Lei nº 
7.960/89, mostra-se dispensável ou, quando 
interpretado isoladamente, é inconstitucional. 
 
Fumus Comissi Delicti: 
- Prova da existência do crime (PEC) e 
Fumus Comissi Delicti: Fundadas razões de autoria 
e participação em um rol de crimes 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
- Indício suficiente de autoria (ISA) 
Hipóteses de 
Cabimento 
- Crimes dolosos punidos com PPL máxima 
SUPERIOR A 4 ANOS. 
- Reincidente em crime doloso. 
- Se envolver violência doméstica e familiar, para 
garantir as medidas protetivas de urgência 
contra mulher, criança, adolescente, idoso, 
enfermo e pessoa com deficiência. 
- Dúvidas quanto a identidade civil da pessoa ou 
quando esta não fornecer elementos suficientes 
para esclarecê-la 
Crimes: 
- Sequestro ou cárcere privado 
- Roubo 
- Extorsão 
- Extorsão mediante sequestro 
- Estupro 
- Epidemia com resultado morte 
- Envenenamento de água potável ou subst. 
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte 
- Associação criminosa 
- Genocídio 
-Tráfico de drogas 
- Crimes contra o sistema financeiro 
- Crimes previstos na lei de terrorismo 
- Hediondos e equiparados 
 
Espaço para 
anotações 
complementares 
 5 Regras fixadas pelo STF Prisão Temporária 
Resumindo o que o STF decidiu: 
A decretação de prisão temporária somente é 
cabível quando 
(i) for imprescindível para as investigações do 
inquérito policial; 
(ii) houver fundadas razões de autoria ou 
participação do indiciado; 
(iii) for justificada em fatos novos ou 
contemporâneos; 
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às 
circunstâncias do fato e às condições pessoais do 
indiciado; e 
(v) não for suficiente a imposição de medidas 
cautelares diversas. 
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. 
Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson 
Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043). 
 
 
Crimes Lei Prisão Temporária Crimes Hediondos 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e 
seus §§ 1° e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e 
seus §§ 1°, 2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o 
art. 223, caput, e parágrafo único); 
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, 
todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou 
tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide 
Lei nº 7.210, de 1984) 
 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um 
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos 
I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); 
(OBS: Atenção, pois aqui se inclui o feminicídio e o 
homicídio contra membro da polícia ou sua família).1 
 
1 Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua 
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo 
único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o 
art. 223 caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância 
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 
270, caput, combinado com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código 
Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lein° 2.889, de 1° de 
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de 
outubro de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 
16 de junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 
 
Cuidado! A inclusão do inciso VIII no artigo 121, §2º do CP 
foi VETADA (porém, continua sendo mencionado na lei de 
crimes Hediondos – hipótese de erro material e que deve 
ser corrigida). 
AGORA, com a derrubada do veto: homicídios praticados 
com arma de fogo de uso restrito passam a ser 
qualificados!!!! 
 
 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 
129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 
3o), quando praticadas contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
 
II - roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima 
(art. 157, § 2º, inciso V); 
 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de 
uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); 
 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou 
morte (art. 157, § 3º); 
 
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da 
vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 
3º); 
 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada 
(art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); 
 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 
3o e 4o); 
 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada 
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão 
dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
 
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). 
Obs: O roubo nas mesmas circunstâncias não é 
hediondo! 
 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, 
tentados ou consumados: 
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da 
Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; 
 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de 
uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 
de dezembro de 2003; 
Obs: Não abrange arma de fogo de uso restrito e 
acessório e munição! 
 
Veja como caiu na prova da banca CESPE para PRF: Caso 
três pessoas associadas, com divisão de tarefas, 
subtraiam substância explosiva, estará configurado crime 
hediondo. (E). Após a vigência da Lei Anticrime, passou a 
ser considerado hediondo o crime de furto 
qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato 
análogo que cause perigo comum. 
A banca tentou misturar as possibilidades para causar 
confusão nos candidatos. Atenção: furto cujo objeto 
material seja substância explosiva não é crime 
hediondo!!!! 
 
Furto qualificado pelo 
emprego de explosivo ou 
artefato análogo que 
cause perigo comum 
Furto de material 
explosivo 
É hediondo O crime não é 
hediondo 
 
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto 
no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
V - o crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado.” 
Obs: O crime de organização criminosa em si não é 
hediondo! 
 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
*#NOVIDADELEGISLATIVA: O que fez a Lei nº 
13.497/2017? Alterou a redação do parágrafo único do 
art. 1º da Lei nº 8.072/90, prevendo que também é 
considerado como crime hediondo o delito de posse ou 
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no 
art. 16 do Estatuto do Desarmamento. 
* Com a Lei nº 13.964/2019, a lei 8.072/1990 passou a 
considerar com crime hediondo o crime de posse ou porte 
ilegal de arma de fogo de uso proibido. 
 
 
Prisão temporária (Fonte: Buscador do Dizer o Direito) 
A prisão temporária é... 
- uma espécie de prisão cautelar (prisão antes da sentença condenatória definitiva) 
- prevista não no CPP, mas sim na Lei nº 7.960/89 
- decretada durante a fase de investigação criminal (antes da ação penal) 
- somente cabível em casos envolvendo determinados crimes mais graves previstos na Lei. 
 
A prisão temporária, ao lado da prisão em flagrante e da prisão preventiva, configura uma das modalidades de prisão 
cautelar. Ela ostenta natureza pré-processual e tem a finalidade de assegurar o resultado útil da investigação criminal. 
Hipóteses 
O art. 1º da Lei nº 7.960/89 prevê as hipóteses de cabimento da prisão temporária: 
Art. 1º Caberá prisão temporária: 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação 
do indiciado nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado 
com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
 
ADI 
Foram ajuizadas duas ações diretas de inconstitucionalidade contra essa previsão. A ADI 4109/DF foi proposta pelo Partido 
Trabalhista Brasileiro (PDT) e a ADI 3360/DF ajuizada pelo Partido Social Liberal (PSL). Na ADI 3360, o autor alegou que o art. 
1º da Lei nº 7.960/89 contrariaria direitos fundamentais constitucionalmente assegurados e que a decretação da prisão 
temporária somente seria possível se os requisitos previstos nos incisos do dispositivo questionado estivessem presentes de 
forma conjunta, sob pena de descumprir o devido processo legal material. 
Sustentou, em síntese,que a redação imprecisa dos art. 1º, incisos I, II e III, da Lei nº 7.960/89 provoca controvérsias 
interpretativas na comunidade jurídica, com soluções desarrazoadas, em ofensa à cláusula do devido processo legal material. 
Argumentou a inconstitucionalidade da lei diante do direito à liberdade provisória e da presunção de inocência, por ser uma 
modalidade de prisão com menos requisitos que a prisão preventiva e, portanto, inconstitucional. 
 
O que o STF decidiu? 
O STF, julgando conjuntamente as duas ações, julgou parcialmente procedentes os pedidos para dar interpretação conforme 
a Constituição Federal ao art. 1º da Lei 7.960/89. Em outras palavras, o STF afirmou que a prisão temporária é constitucional, 
mas desde que siga os critérios de interpretação fixados pela Corte. 
Vamos entender um pouco mais abaixo. 
Inciso I. Pela análise do inciso I do art. 1º, percebe-se que a prisão temporária é uma prisão criada para servir aos interesses 
da investigação criminal. O objetivo dessa prisão é facilitar a investigação criminal. Diante disso, indaga-se: esse inciso I é 
constitucional? É possível uma espécie de prisão criada com esse objetivo? 
SIM. A prisão temporária, como vimos acima, é uma espécie de prisão de natureza cautelar. A CF/88 autoriza a imposição de 
prisões cautelares no inciso LXI do art. 5º: 
Art. 5º (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
No entanto, como a Constituição consagra o princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII), toda prisão cautelar (inclusive 
a prisão temporária) deve ser considerada como medida excepcionalíssima e somente se mostra cabível quando preenchidos 
os estritos requisitos legais e de forma devidamente fundamentada pela autoridade judicial competente. 
Assim, desde que respeitado o princípio da não culpabilidade (que veda a execução antecipada da pena), nada impede que 
o legislador ordinário estabeleça uma modalidade de prisão cautelar voltada a assegurar o resultado útil da investigação 
criminal ou do processo penal. 
Vale ressaltar que, além da Constituição Federal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Pacto Internacional sobre 
Direitos Civis e Políticos também não impedem ou proíbem a criação de prisões cautelares pelos Estados-partes. 
Importante esclarecer, contudo, que a prisão temporária não pode servir como uma prisão para averiguação. 
Leonardo Barreto Moreira Alves nos explica o que é uma prisão para averiguação, sendo ela inconstitucional: 
“Antes da Constituição Federal de 1988, havia no país a denominada prisão para averiguações, 
que era uma prisão realizada pela polícia, sem ordem judicial, para auxiliar as suas atividades 
rotineiras e cotidianas de investigação, ou seja, no intuito de verificar se a pessoa presa possuía 
qualquer vínculo com alguma infração penal ou mesmo para apurar a sua vida pregressa, 
consultando, por exemplo, se havia contra ela algum mandado de prisão em aberto ou se estava 
foragida. 
Com o advento da Carta Magna de 1988, passou-se a exigir, como regra, ordem judicial para a 
efetivação das prisões (cláusula de reserva de jurisdição), salvo nos casos de transgressão militar 
ou crime propriamente militar e na prisão em flagrante. Em razão disso, a polícia não mais pôde 
proceder à prisão para fins de averiguações por conta própria, necessitando, para tanto, da 
autorização do juízo competente. Esclareça-se, contudo, que a exigência de ordem judicial para 
a prisão não impede seja feita abordagem policial, se preciso, solicitando identificação de 
indivíduos ou realizando busca pessoal deles: impede-se apenas a prisão sem autorização 
judicial para esse fim. No mais, atualmente, a simples prisão para averiguações (sem ordem 
judicial) é ilegal, configurando a prática de crime de abuso de autoridade (art. 9º, caput, da Lei 
nº 13.869/19).” (Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 1097). 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
 
Conforme vimos acima, a prisão para averiguação não é compatível com a Constituição Federal de 1988. 
Desse modo, não se pode admitir qualquer interpretação que transforme a prisão temporária em um meio de prisão para 
averiguação. De igual forma, a prisão temporária não pode violar o direito à não autoincriminação. 
A pessoa, ainda que suspeita de um crime, tem o direito de não se autoincriminar. Isso inclui o direito de não ser obrigada a 
ser interrogada. Logo, a prisão temporária não pode servir como um instrumento para se impor, por vias transversas, que a 
pessoa preste depoimento na fase inquisitorial. 
 
Inciso II. Não se trata de requisito necessário para a decretação da prisão temporária nem pode ser utilizado isoladamente 
para se decretar a custódia de ninguém 
O inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89 afirma que: 
Art. 1º Caberá prisão temporária: 
(...) II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua 
identidade; 
O STF explicou que esse inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89, mostra-se dispensável ou, quando interpretado isoladamente, 
é inconstitucional. 
Isso porque ou a circunstância de o representado não possuir residência física evidencia de modo concreto que a prisão 
temporária é imprescindível para as investigações (inciso I) ou não se pode decretar a prisão pelo simples fato de que alguém 
não possui endereço fixo. 
Nesse sentido, não é constitucional a decretação da prisão temporária quando se verificar, por exemplo, apenas uma situação 
de vulnerabilidade econômico-social – pessoas em situação de rua, desabrigados – por violação ao princípio constitucional 
da igualdade em sua dimensão material. 
 
Inciso III. O rol ali previsto é taxativo 
O STF também decidiu que o rol do inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960/89 é taxativo. 
Trata-se de uma opção feita pelo Poder Legislativo, que, dentro de sua competência constitucional, entendeu que deveria 
dar especial atenção a determinados crimes. Essa escolha é perfeitamente compatível com a Constituição Federal. 
Esse rol não admite analogia ou interpretação extensiva. Isso porque quando se está em jogo a imposição de medidas 
cautelares penais restritivas da liberdade individual, vigora o princípio da legalidade estrita. 
O processo penal não é apenas forma, mas também garantia limitadora do direito de punir estatal, o qual deverá ocorrer 
sem arbítrios, estritamente com base na lei e, sobretudo, na Constituição Federal. 
Dessa maneira, para que a intervenção estatal opere nas liberdades individuais com legitimidade, é necessário o respeito à 
estrita legalidade e às garantias fundamentais. 
 
Novo requisito instituído pelo STF e não previsto na Lei nº 7.960/89: existência de fatos novos e contemporâneos (aplicação 
do § 2º do art. 312 do CPP à prisão temporária) 
O art. 312, § 2º do CPP prevê o seguinte: 
Art. 312 (...) § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e 
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 
A doutrina denomina isso de princípio da atualidade ou contemporaneidade, segundo o qual a urgência no decreto de uma 
medida cautelar deve ser contemporânea à ocorrência do fato que gera os riscos que tal medida pretende evitar. 
“A contemporaneidade diz respeito aos fatos que autorizam a medida cautelar e os riscos que ela pretende evitar, sendo 
irrelevante, portanto, se a prática do delito é atual ou não. 
(...) 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
Por exemplo, se um crime é cometido em 2018 e o réu ameaça seriamente de morte testemunha-chave da acusação em 
2021, é possível o decreto da prisão preventiva por conveniência da instrução criminal nesse mesmo ano;todavia, se a 
ameaça às testemunhas se deu em 2018, não se verifica a contemporaneidade do decreto da preventiva proferido em 2021. 
(...) 
Ademais, a contemporaneidade não está diretamente vinculada ao início ou ao fim de uma investigação criminal, tampouco 
à data da prática do fato delitivo, e sim à necessidade da medida cautelar, o que pode se revelar a qualquer tempo. É possível 
que uma investigação dure anos e, mesmo assim, ser constatada a necessidade de uma prisão preventiva, o que se dá 
principalmente em crimes de grande complexidade.” ((Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 984-985). 
 
Desse modo, a motivação da prisão preventiva deve estar baseada em fatos novos ou contemporâneos. Não se pode decretar 
a prisão com base em fatos antigos. 
Ainda que esse dispositivo tenha sido pensado para a prisão preventiva, o STF afirmou que ele deve ser obrigatoriamente 
aplicado também para a prisão temporária. 
Trata-se não apenas de uma decorrência lógica da própria cautelaridade das prisões provisórias, como também consequência 
do princípio constitucional da não culpabilidade. 
Vale ressaltar, mais uma vez, que esse dispositivo não impede que a prisão temporária seja decretada por crimes antigos. O 
que se proíbe apenas é a imposição de prisão caso não haja fato contemporâneo ao decreto que justifique, de maneira 
objetiva, o periculum libertatis. 
 
Novo requisito instituído pelo STF e não previsto na Lei nº 7.960/89: aplicação do art. 282, II, do CPC à prisão temporária 
A prisão temporária deve, ainda, ser adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições 
pessoais do indiciado, nos termos do art. 282, inciso II, CPP: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
(...) II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. 
 
Ainda que a prisão temporária esteja prevista em lei extravagante (Lei nº 7.960/89), o art. 282, II, do CPP traz uma regra geral 
de aplicação a incidir sobre todas as modalidades de medida cautelar – seja de prisão ou não –, as quais, em atenção ao 
princípio da proporcionalidade, devem observar a necessidade e a adequação em vista da gravidade do crime, das 
circunstâncias do fato e das condições pessoais do representado. 
 
STF afirmou que não se deve aplicar o art. 313 do CPP à prisão temporária 
O art. 313 do CPP prevê o seguinte: 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do 
caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
 
Havia uma posição que defendia que esse art. 313 também fosse aplicado para a prisão temporária. O STF não acolheu esse 
entendimento. Não se pode adotar interpretação que exija, para a prisão temporária, a observância do art. 313 do CPP. 
Isso porque se trata de dispositivo específico para a prisão preventiva, uma vez que, no caso da prisão temporária, o legislador 
ordinário, no seu legítimo campo de conformação, já escolheu os delitos que julgou de maior gravidade para sua imposição 
(inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960/89). 
Entender de modo diverso implicaria confusão entre os pressupostos de decretação das prisões preventiva e temporária, 
bem como violação aos princípios da legalidade e da separação entre os poderes 
 Resumo Tabelado – perfil @corujinha_juridica 
 
STF não declarou a inconstitucionalidade da expressão “será” prevista no caput art. 2º da Lei nº 7.960/89 
O caput do art. 2º da Lei nº 7.960/89 prevê o seguinte: 
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento 
do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
Argumentava-se que esse verbo “será” deveria ser declarado inconstitucional porque imporia uma obrigação de o juiz 
sempre decretar a prisão temporária. 
O STF não concordou com essa linha de raciocínio. 
Apesar de o dispositivo utilizar a expressão “será”, isso não significa que o magistrado seja sempre obrigado a decretar a 
prisão. A decretação da prisão terá que ser obrigatoriamente fundamentada levando-se em consideração os aspectos acima 
mencionados. 
Logo, o STF decidiu que não é incompatível com o texto constitucional a expressão “será” prevista no art. 2º, caput, da Lei nº 
7.960/89 já que a decretação da prisão temporária não se revela como medida compulsória, devendo ser obrigatoriamente 
fundamentada (§ 2º do art. 2º da Lei nº 7.960/89 e art. 93, IX, da CF/88). 
 
STF não declarou a inconstitucionalidade do prazo de 24h previsto no § 2º do art. 2º da Lei nº 7.960/89 
O § 2º do art. 2º da Lei nº 7.960/89 prevê o seguinte: 
Art. 2º (...) § 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. 
Havia pedido para que esse prazo fosse declarado inconstitucional. O STF não concordou com isso. 
O prazo de 24 horas previsto no art. 2º, § 2º, da Lei nº 7.960/89 não possui qualquer vício de inconstitucionalidade 
considerando que: 
• trata-se de prazo impróprio (que não produz consequências processuais caso seja descumprido); e 
• que se justifica pela urgência na análise do pedido pelo magistrado visando à eficiência das investigações. 
 
Resumindo o que o STF decidiu: 
A decretação de prisão temporária somente é cabível quando 
(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; 
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; 
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e 
(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas. 
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
11/2/2022 (Info 1043).

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