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Projeto interdiciplinar - Inclusao Digital (3).docx

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Centro Universitário das Américas
Projeto Interdisciplinar 2022.1 – Gestão e Negócios
INCLUSÃO DIGITAL NO MEIO BANCÁRIO
Beatriz Faustino de Oliveira
Camila Sulpino Mendes
Gustavo Yan Oliveira Novais
Nícolas Melo dos Santos Cavalheiro
Pablo Rian Sousa Braz
Sthefany Tozzi Soares
Talita Salvador Silva
Prof. Me. Luiz Henrique Mourão Machado
RESUMO
Neste artigo é observado a dificuldade de grupos menos favorecidos a ter acesso
ao meio bancário. O objetivo do trabalho presente foi abordar e estudar o
comportamento da sociedade em decorrência das novas tecnologias, tomando ênfase na
parte bancária do assunto. No trabalho foram expostas situações onde eles se tornam
obsoletos pela falta de acesso a conhecimento das áreas relacionadas. Para que haja uma
mudança foi proposto uma intervenção social, onde seria inserido um método que
forneceria um certo tipo de conhecimento, junto com uma monitoria para fornecer
ajuda, consequentemente isso trouxe mudanças em diversas áreas, dentre elas,
trabalhista, econômica e social. É possível observar que pessoas não inseridas nessa era
digital costumam levar vidas com uma baixa porcentagem de comodidade, além de
dificultar o desenvolvimento humano social, isso faz com que o grupo seja excluído
socialmente, e consequentemente tornando-se uma exclusão digital e socioeconômica.
PALAVRAS-CHAVE: Digital, sociedade, inclusão, desenvolvimento e bancário.
DISCIPLINAS RELACIONADAS
Administração de Recursos Humanos; Comunicação e linguagem; Introdução à
Economia; Mercado Financeiro e Derivativos; Teoria Geral da Administração.
Todas as disciplinas citadas possuem vínculos que as levam a um ponto em
comum, a inclusão social.
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1. INTRODUÇÃO
Com o mundo se desenvolvendo e as novas tecnologias surgindo, boa parte da
população acaba ficando sem acesso, e com isso surgem os problemas de exclusão digital.
Existem várias formas de resolver esse problema, e é aí que o empreendedorismo social entra.
Ele serve para resolver causas sociais, como por exemplo em lugares em que a tecnologia é
baixa, existem empresas que oferecem a tecnologia devida para as pessoas daqueles lugares.
Este tipo de empreendedorismo diferente do normal, tem como objetivo principal ajudar as
pessoas e como consequência lucrar. Em países que têm uma alta desigualdade é comum ter
esse tipo de empreendedorismo.
Com os avanços das tecnologias, surgiu o mundo digital que fez com que a sociedade
passasse por grandes transformações, dando origem ao termo sociedade da informação.
Este termo surge por causa dos novos avanços tecnológicos que trouxe mudanças
constantes na sociedade, com os aparelhos eletrônicos e o aumento de velocidade de conexão,
houve uma ampliação mundial no acesso a internet. Neste cenário, o acesso à informação se
transforma em um acesso ao conhecimento que começa a ser fundamental para exercer a
cidadania.
A inclusão digital está ligada à inserção dos cidadãos na sociedade da informação
dando acesso a elas à tecnologia. A inclusão digital é um grande passo para a inclusão social.
Estar incluído digitalmente é ficar por dentro dos principais fluxos de informações da
atualidade. Países com uma desigualdade alta, tem uma grande porcentagem da população
que não possui o acesso a internet, fazendo com que a inclusão digital seja ainda mais
importante nesses países.
O trabalho tem como objetivo estudar e entender o comportamento da sociedade com
o surgimento das novas tecnologias, vemos também como podemos melhorar em relação à
inclusão social no meio digital. Com essa iniciativa a nova era pode ser alcançada por mais
pessoas e assim a sociedade pode se desenvolver no meio.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Definição de Inclusão Digital no Meio Bancário
Este subtítulo tem como objetivo introduzir o que seria a inclusão digital no meio
bancário, em outras palavras, a inclusão digital financeira. Este assunto entrará no que diz
respeito à igualdade de recursos. Abaixo teremos uma citação de Andréa:
Assim, no contexto das TIC, é importante pesquisar sobre o Automated Teller
Machine (ATM), uma tecnologia que é disponibilizada pelos bancos e utilizada por
pessoas de diversas idades e diferentes classes sociais.
A princípio pode parecer difícil acreditar que num período de grandes inovações
tecnológicas, principalmente nas áreas da comunicação e informação, ainda existam
obstáculos para acessar a conta bancária. Mas, em meio ao ritmo acelerado das
transformações tecnológicas, acredita-se que seja fundamental pensar sobre como as
pessoas estão recebendo todas essas mudanças. (ANDRÉA, 2009, p.13)
De acordo com as palavras de Andréa (2009), é fundamental e imparável o
desenvolvimento tecnológico, e com o sistema financeiro não seria diferente. A importância
de analisar como a sociedade está se comportando perante essa nova era digital é
indispensável. Observando a movimentação das classes podemos ver como a inclusão digital
está sendo empregada em diversos ângulos, assim, se correlacionando com o ambiente social
e financeiro de uma sociedade.
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2.2. Processos de Inclusão Digital
Este subtítulo tem como objetivo falar sobre os processos de inclusão digital e como é
fundamental para a questão da inclusão social.
No que se refere à familiaridade, Silveira (2005) e Madon et al. (2009) afirmam que
os diferentes níveis de conhecimento sobre as TICs podem ocorrer em virtude da
capacidade de incorporações dos benefícios tecnológicos, resultantes de questões
sociais, políticas, institucionais e culturais. Com o objetivo de suavizar a
disparidade entre incluídos e excluídos digitais, foram criadas as políticas públicas
de inclusão digital. Esses programas objetivam a construção do conhecimento sobre
as TICs, transformando os indivíduos que dela participam em cidadãos conscientes
de seus deveres e em busca de benefícios individuais e coletivos. (SILVEIRA, 2005
e MADON, 2009 apud BOLZAN, REIS e ESTIVALET, 2013, p. 2).
De acordo com Silveira (2005) e Madon et al. (2009) em locais onde que apresentam
desigualdade os indivíduos não possuem acesso às informações, e assim se tornam excluídos
socialmente, sendo assim por meios de políticas de inclusão as iniciativas de inserir os
cidadãos na sociedade da informação, oferecendo TICs (Tecnologias de Informação e
Comunicação) que são todos os métodos usados para otimizar os processos das informações e
contribuir na comunicação. Esses métodos são essenciais para desenvolver as habilidades na
inclusão digital que é um passo fundamental para a inclusão social, pois assim o indivíduo
terá acesso às principais informações que circulam na atualidade.
2.3. Impactos no Meio Social
Este subtítulo vai falar exclusivamente do impacto que a inclusão digital financeira
causará no meio social. Abaixo uma citação:
É constante o desenvolvimento das tecnologias da informação na sociedade
contemporânea. Então, considerando que tais tecnologias fazem parte cada vez mais
da vida das pessoas, é imperativo que o maior número de cidadãos possa ter acesso,
especialmente àqueles cuja realidade socioeconômica inviabiliza a inclusão digital.
Assim, o incentivo de políticas públicas aliadas com a inclusão digital e financeira
pode contribuir para melhorar as condições de vida das pessoas e principalmente,
dos mais pobres; possibilitando inclusive o acesso às instituições bancárias (Saores
et al, 2020, p.2051).
Levando em consideração a percepção de Saores et al (2020), com esses novos
recursos digitais é possível que mais pessoas possam ter acesso a internet, assim,
consequentemente podendo acessar os recursos financeiros oferecidos pelas companhias, e
facilitando a circulação de informações e conhecimento. Contudo, não podemos generalizar,
pois ainda existem muitos cidadãos que não possuem acesso a recursos básicos da tecnologia.
2.4. Consequências dessa Inclusão
Este subtítulo tem como objetivo falar sobre as consequências que esta inclusão
ocasionará nas pessoas ao sistema financeiro.
Skinner analisa bancos totalmente digitais, como o NuBank, podem romper com
este paradigma,simplesmente porque o modelo digital é mais barato. A
digitalização, prevê Skinner, deixará os bancos tão eficientes e baratos que permitirá
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a bilhões de pessoas que hoje não são bancarizadas abrir sua primeira conta e
transacionar valores por meio de smartphones.
Skinner (2015) apud Falletti, revista Ciab FEBR ABAN, 2015, p 23.
De acordo com Skinner o acesso às ferramentas da informação trouxe de forma eficaz
a resolução de problemas que anteriormente demandam tempo e disposição para
deslocamento até a agência bancária para conseguir informações.
Junto com a disponibilidade dos celulares em todas as camadas sociais veio a seguir
os avanços do sistema bancário, que por meio das plataformas digitais desenvolveu estudos
para se adaptar ao início da era digital, com isso a facilidade para com que as pessoas possam
abrir contas bancárias se tornaram possíveis, fáceis e ágeis. Utilizar serviços antes somente
disponíveis em agências físicas como transferências, pagamentos de contas e investimentos
se tornaram acessíveis para todos gerenciarem pela palma da mão.
3. SITUAÇÃO PROBLEMA
Inicialmente, é o reconhecimento de que a exclusão digital amplia a miséria e dificulta
o desenvolvimento humano local e nacional. Também deve-se considerar que o mercado, de
forma imediata, não irá incluir na era da informação grupos sociais menos privilegiados. O
mesmo se passou na alfabetização da população, ela não seria massiva se não fosse pela
transformação da educação em política pública. Por conseguinte, é condição essencial a
participação do Estado neste processo. Por fim, temos de constatar que o direito de se
comunicar só é garantido plenamente para quem tem acesso à comunicação em rede.
A possibilidade de produção e difusão do conhecimento e o acesso às ferramentas
digitais para todos os cidadãos. Dessa forma, seu grande objetivo é a democratização da
tecnologia. Entretanto, não somente no Brasil, ainda há ainda muitos desafios a serem
ultrapassados. Destaca-se aqui, o problema da pobreza que atinge grande parte da população.
Esse fator faz com que muitas pessoas sejam excluídas dessa “nova linguagem” explorada
pela sociedade da informação, o que leva ao afastamento de tais indivíduos da sociedade.
Importante ressaltar que a exclusão social intensifica a exclusão digital, que por sua vez,
aprofunda a exclusão socioeconômica
No Brasil, em que ainda persistem desigualdades sociais e digitais, este projeto busca
tratar de acessos efetivos e políticas educacionais que permitam ao cidadão o
desenvolvimento pleno das identidades e fruição de direitos fundamentais na sociedade do
conhecimento.
Em um contexto em que não há plano ou projeto concreto para redução dos níveis de
“desigualdade digital”, representativos de países do Sul Global, como o Brasil, e que seriam
essenciais para fomentar estruturas da economia digital, a pesquisa ora proposta constitui
oportunidade para intervenção na realidade social. Para tanto, além de iniciativas de fomento
à cultura e promoção da internet como ferramenta social, a partir de promoção da inclusão
socioeconômica, este projeto busca apoiar propostas de redução das desigualdades no acesso
e uso de tecnologias da informação e comunicação (TICs) e estímulo à produção e
disseminação de conteúdo nacional. Sendo assim, nos últimos anos a inclusão digital passou
a ser um indicador importante no quadro de desenvolvimento de qualquer país. A partir da
segunda metade dos anos 90, a sociedade brasileira assistiu a uma notável expansão do uso da
internet e dos telefones celulares. Inclusão digital é a democratização do acesso às
tecnologias da informação, visando a inclusão de todos na sociedade da informação.
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A principal dificuldade é a criação de projetos públicos que viabilizem a inclusão
digital, devendo ser implantadas. O problema é que o investimento nessa área é muito
escasso, então de certa forma o governo não está resolvendo esse problema e sim o adiando,
assim como a nossa saúde, segurança e educação. Isso só irá mudar quando o nosso governo
mobilizar a área pública de forma satisfatória.
O que está acontecendo totalmente o contrário pois os investimentos feitos pelo
governo na verdade são feitos na área privada, prejudicando assim o andamento do nosso país
não somente nesse âmbito de inclusão digital, mas também em outras áreas que poderiam
ajudar drasticamente para a igualdade social e consequentemente, em melhores condições de
vida para os brasileiros.
Assim, a ideia de transformar a cidadania digital em política pública consolida alguns
pontos de vista. Inicialmente, é o reconhecimento de que a exclusão digital amplia a miséria e
dificulta o desenvolvimento humano local e nacional. Também deve-se considerar que o
mercado, de forma imediata, não irá incluir na era da informação grupos sociais menos
privilegiados. O mesmo se passou na alfabetização da população, ela não seria massiva se
não fosse pela transformação da educação em política pública. Por conseguinte, é condição
essencial a participação do Estado neste processo. Por fim, temos de constatar que o direito
de se comunicar só é garantido plenamente para quem tem acesso à comunicação em rede.
4. INTERVENÇÃO PROPOSTA
Apesar da introdução da tecnologia na sociedade atual, de modo geral, não se faz mais
fácil a inclusão sociodigital, visto que a mesma não está disponível, tão pouco acessível, para
todos. Para implementação de soluções voltadas para a inclusão digital, se faz necessária a
observação, primeiramente, da exclusão digital, caracterizada pelo caminho reverso.
Figura 1 - Exclusão Digital - dados de exclusão digital no Brasil em 2018
Fonte: PNAD/IBGE, 2018 - Yuca Estúdios
“O conceito de exclusão digital compreende as extensas camadas das sociedades que
ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da expansão das redes digitais”
(NEVES, 2015). Em uma sociedade hiperconectada, o indivíduo excluído digitalmente é
aquele que não possui um conjunto de técnicas e tecnologias necessárias para conexão às
redes sociais e a internet, teoricamente chamadas de TICs – Tecnologia da Informação e
Comunicação. As informações mais importantes para o nosso cotidiano e as maneiras de
acessar espaços e direitos, veiculam-se através da internet. “Toda nova tecnologia cria seus
excluídos” (LÉVY, PIERRE).
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A exclusão socioeconômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo
tempo em que a exclusão digital aprofunda a exclusão socioeconômica. A inclusão
digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim
de que ações promovam a inclusão e a equiparação de oportunidades a todos os
cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa
escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária
deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração (SILVA,
2003, p. 2).
Logo, a exclusão digital é traduzida pela exclusão social.
Existem diversos tipos de não inclusão social sendo: Instrumental - indivíduo não
possui equipamentos, programas e aplicativos necessários para o pleno acesso à internet;
Infraestrutural – não há disponibilização de serviços para acesso aos meios de informação,
bem como distribuição de rede mundial, afetando principalmente áreas periféricas e/ou com
poucos habitantes; Financeira – o usuário possui equipamentos e programas para uso do
serviço mas não possui recursos para custodiar a utilização do mesmo; e Cognitiva –
impossibilidade de utilização pela falta de capacidade cognitiva/ensinamento, principalmente
caracterizada pelo analfabetismo funcional.
Prontamente dito, utiliza-se das informações de exclusões sociais para inserção dos
indivíduos no meio sócio digital invertendo e resgatando a solução dos assuntos abordados.
Tais como: Expansão da rede mundial de computadores, para alcance de todo e qualquer
cidadão; a ampliação e disponibilização gratuita de redes de internets (Wi-Fi) nos principais
locais públicos abrindo espaço para indivíduos com limitação/restrição de acesso domésticoe/ou financeiro, promovendo a otimização do acesso; Planos de subsídios (com fornecimento
gratuito ou valor reduzido) de ferramentas e rede de internet para a equiparação do direito à
cidadania - disponibilização de auxílio para inclusão social; e promoção de cursos
capacitores, bem como letramento digital para que possam adquirir conhecimentos funcionais
para o uso da tecnologia, além de incentivar a sua utilização.
· acesso à internet é um direito humano do século XXI, de plena cidadania,
e exorta os governos a outorgar esse direito às populações (Organização das Nações
Unidas – ONU, 2014);
· Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 - Marco civil da internet, dispõe
sobre Direito de Acesso à Internet sendo o acesso à internet um direito de todos e
essencial ao exercício da cidadania, bem como define a internet e outros termos
técnicos muito usuais na vida atual de uma pessoa conectada à rede (BRASIL,
2014);
· Conforme o artigo 5º, inciso XIV, da Constituição federal, os direitos
fundamentais da liberdade e acesso à informação são assegurados aos cidadãos e
resguardados o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
(BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.).
Tendo como base as principais leis e órgãos responsáveis pela formulação e
implementação da Política Nacional de Ciência e Tecnologia no país - Ministério da Ciência
Tecnologia e Inovação (12/05/2016), sabemos que para uma inclusão sociodigital eficaz, a
melhora das relações públicas do país é o ponto principal. São necessárias implantações e/ou
desenvolvimento de planos e projetos capazes de fornecer à população toda assistência
necessária, com finalidade de melhoria de suas condições sociais, considerando e
espelhando-se em métodos já existentes e presentes em outros países participantes do ranking
mundial de inclusão digital – como a Suécia, Islândia e Singapura.
Um dos impactos causados pelo início da inclusão digital, foi o investimento em
serviços financeiros digitais. As Instituições financeiras, responsáveis pela alocação de
capitais financeiros próprios e/ou de terceiros, impactadas pela pandemia COVID-19 e
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sabendo das necessidades da população, passaram a investir nesses sistemas digitais para
criação e estabelecimento de vínculo com os seus clientes. Dos casos de sucesso, para
exemplificação de parte desta inclusão sociodigital que vem ocorrendo no mundo -como
contexto geral-, utilizamos como base o Projeto “CAIXA tem”, criado por uma instituição
financeira pública com objetivo de auxiliar milhares de brasileiros que passam por
dificuldades, com a democratização do acesso ao crédito, especialmente no período
pandêmico. O aplicativo, lançado em 6 de abril de 2020 -disponível nas lojas de aplicativos-,
possibilita que os cidadãos recebam os benefícios sociais do governo e realizem transações
bancárias digitalmente, por meio de conta gratuita, sem necessidade de pontos físicos.
Injetando mais de R$400 bilhões na economia, até janeiro de 2022, o programa foi o pioneiro
no movimento de bancarização tecnológica no Brasil, incluindo no mercado bancário 38
milhões de brasileiros, tornando-o um instrumento bancário de utilização popular. Podemos
concluir que, a Inclusão digital bancária conseguiu fazer com que mais de 2 milhões de
idosos passassem a utilizar bancos digitais e cidadãos brasileiros que nunca tiveram acesso a
uma conta no banco, seja física ou digital, passassem a ser incluídos socialmente,
financeiramente e digitalmente, além de ter a sua primeira experiência de realizar
pagamentos, compras por meio de débito virtual, saques, entre outros serviços.
5. RESULTADOS OBTIDOS
A complexidade presente na sociedade com o aumento da população e os desafios
decorrentes disso, como por exemplo atender as necessidades e garantir que todos tenham
acesso aos recursos básicos necessários para uma vida digna, são fatores que demandam
soluções que exigem dedicação, criatividade, comprometimento e responsabilidade. As
organizações do terceiro setor, surgem como uma promessa para atender as demandas dos
problemas existentes na sociedade, buscando por meio de suas ações resgatar a solidariedade
e cidadania, um capitalismo humanizado e amenizar ou superar a pobreza (FALCONER,
1999). As organizações do terceiro setor não pertencem ao Governo, mas acabam por ter um
caráter público à medida que atuam nas causas sociais, buscando e arquitetando alternativas
de soluções para os problemas encontrados. Enquanto empresas privadas da sociedade civil,
atuam na lógica contrária ao objetivo do lucro porque a essência dessas organizações é
atender as necessidades da sociedade.
Um dos desafios das organizações do terceiro setor é contrapor as ações do Governo,
em nível de exemplo se destacam os programas assistenciais do setor público que tem caráter
paliativo, com ações que surtem pouco efeito de empoderamento e maior efeito de
dependência dos recursos públicos. Depender dos recursos públicos leva a preocupações, pois
tais recursos não crescem na mesma proporção que as populações que apresentam fragilidade
e necessitam de ajuda.
Neste contexto, o empreendedorismo social surge como um novo paradigma, a fim de
gerar novas e criativas alternativas para o desenvolvimento da sociedade nas esferas
econômica, cultural, ambiental, política e ética. A contribuição para solução dos problemas
enfrentados pela sociedade, dentro do empreendedorismo social, é feita por organizações de
iniciativa lucrativa ou não (MELO NETO; FROES, 2002; YUNUS, 2010). No entanto, o
presente trabalho tem foco no modelo de organização sem fins lucrativos. Estas organizações
têm crescido no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2010, foi constatado que existem 290,7 mil fundações privadas e associações
sem fins lucrativos, o que representa 5,2% no universo de 5,6 milhões de organizações
privadas e públicas, com ou sem fins lucrativos conforme dados do Cadastro Central de
Empresas, do IBGE (IBGE, 2012).
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A atuação das organizações do terceiro setor atingem níveis importantes da sociedade,
tais como trabalhos voluntários e filantrópicos que são realizados em regiões e comunidades
que se tornam fundamentais para a sobrevivência da mesma. Tendo em vista o contexto das
problemáticas sociais, o Instituto Social Pertence é uma associação de direito privado sem
fins lucrativos, localizada em Porto Alegre e tem como objetivo promover a sociabilização de
pessoas com deficiência intelectual em vulnerabilidade social, por meio de ações culturais,
esportivas, terapêuticas, educacionais e sociais. O desempenho eficaz de uma organização,
igualmente como a qual é foco deste estudo, depende de uma base eficiente de gestão. Para a
gestão está vinculada a habilidade de estabelecer objetivos e saber como utilizar os recursos
que se dispõe para obter o sucesso nas ações e projetos que a organização se propõe. Para
debater sobre o futuro de uma organização, o direcionamento dos seus esforços e recursos da
mesma é promover um pensamento estratégico. Com foco diretamente no Instituto Social
Pertence, o problema da presente pesquisa se dá a partir da busca da estratégia para
desenvolver o Instituto, aplicada a sua realidade de uma organização sem fins lucrativos.
Posto isso, com base no contexto apresentado surge a questão pesquisa com foco justamente
no Instituto.
O sistema bancário brasileiro atravessa um momento de aceleração na prestação dos
serviços bancários, resultado da estabilidade econômica dos últimos 15 anos. Embora o
resultado seja animador, o desafio de ampliar o acesso da população de baixa renda a serviços
financeiros formais no Brasil apresenta obstáculos importantes.
Através de canais alternativos, como correspondentes bancários cresceram
significativamente nos últimos anos, atingiram 51% da população de baixa renda de acordo
com pesquisa do Ibope em 2009. A solução criada com o objetivo alcançar regiões onde não
é financeiramenteinteressante para os bancos manter uma agência em funcionamento se
espalhou por todo o país. O atendimento cresce em casas lotéricas, lojas, farmácias, entre
outros, fortalecido pela proximidade do consumidor com as redes de varejo local.
É importante destacar que o desafio de inclusão bancária requer urgente participação
das instituições financeiras na elaboração de programas de educação financeira, orientada
para um consumo sustentável, que proporcione um salto na qualidade de vida da população.
Nesse caso o Brasil é conhecido por ter um sistema bancário extremamente
concentrado, e cada vez mais quem não tem conta em banco vive uma situação de exclusão,
como foi ainda mais destacado neste último ano em que a digitalização se tornou essencial.
Este cenário acaba sendo um perpetuador da desigualdade social, e segundo o
Locomotiva Instituto de Pesquisa, 16,3 milhões de brasileiros, que movimentam R$174
bilhões por ano, não possuem conta bancária, mas têm a oportunidade de serem atendidos e
inseridos no sistema por meio de fintechs, que vão desde empréstimos a pagamentos digitais,
a fim de promover inclusão financeira e atender essa parcela da população.
Tendo em vista a presença de uma cultura ainda individualista na sociedade com o
pensamento ainda centrado no interesse de sempre ganhar algo em troca e, a missão de mudar
a visão das pessoas inseridas no processo e na problemática de fato, as quais não devem ter
uma postura de vítima na sociedade e sim de cidadãs, com direitos e deveres que não se
limitam a uma postura apenas reativa frente aos seus problemas.
No Brasil, o empreendedorismo social surge a partir de fatores como os crescentes
problemas sociais, a diminuição de investimentos por parte do Estado na solução desses
problemas, mas também com o crescimento de organizações do terceiro setor e investimentos
em ações sociais
Fundação Banco: Fundado em 1985 e com seu estatuto reformulado em 1995, atua
com o objetivo de apoiar e investir em ações sociais e tecnologias que promovam o
desenvolvimento da sociedade. Utiliza como estratégia banco de tecnologias sociais, projetos
e eventos de investimento social.
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6. CONCLUSÃO
O conteúdo abordado no decorrer desse artigo analisou de forma corrente as
influências que a inclusão digital no meio bancário causará na sociedade, tanto em relação ao
indivíduo, quanto em relação aos órgãos públicos e privados.
O presente trabalho abordou que com os avanços tecnológicos as organizações
tiveram a obrigação de evoluir. Se enfatizarmos a área bancária desse assunto teremos
exemplos de diversos programas para ajudar a sociedade ficar por dentro dessa nova era.
Tomando como exemplo a ação chamada Automated Teller Machine, que é uma tecnologia
que é disponibilizada pelos bancos e utilizada por pessoas de diversas idades e classes
sociais, teremos um modelo de ferramenta que é de suma importância perante a esse desafio
que é impor a inclusão digital financeira na sociedade.
Essa nova era tecnológica tem tirado muitas pessoas de sua zona de conforto em busca
de novos conhecimentos, com isso é necessário criar mais viabilidade para que o
desenvolvimento humano nunca pare de acontecer.
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