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Inclusão Digital na Educação Básica: Nativos Digitais e Imigrantes Digitais André Moreira 1 Resumo Elaboramos um estudo com foco na Inclusão Digital na Educação Básica pela importância do progresso digital ter trazido consigo, formas de se relacionar, trabalhar e estudar diferentes daquelas anteriormente vividas apontando os desafios na aprendizagem e os modelos efetivos para a inclusão digital na educação básica. Com objetivos pautados em discutir a utilização das TDIC como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais, avaliando as mudanças nas interações sociais na sociedade contemporânea que contribuem para a constituição da subjetividade dos jovens, indicando e pensando no papel da escola frente a esse novo normal. Reafirmamos a necessidade do reconhecimento por todos que de fato a internet possibilita o exercício da liberdade de expressão de uma forma jamais realizada antes pela história humana, examinando as mudanças geracionais a partir de um viés discursivo e de caráter interdisciplinar. Palavras-chave: Inclusão Digital. Nativos Digitais. Imigrantes Digitais. Tecnologias Digitais. Desigualdade e Direitos. 1. Introdução O estudo realizado com foco na Inclusão Digital na Educação Básica se deu devido a importância do progresso digital ter trazido consigo, formas de se relacionar, trabalhar e estudar diversas daquela anteriormente vividas. Surgindo então a linha de pesquisa: Inclusão Digital na Educação Básica, acompanhada de 1 Graduando em Pedagogia/8º Período na Faculdade Única. E-mail: amoreira970@gmail.com 1 seu problema de pesquisa: “Quais principais impactos a sociedade vivencia na inclusão digital da educação básica”. Durante as análises sistemáticas de todo material escolhido para estudo, aprofundou-se na fundamentação teórica, e como objeto de estudo para endossar ainda mais o trabalho, decidiu-se então destrinchar o termo nativo digital, que após realizada a descoberta, abre-se então um leque de entendimento e desmistificação do surgimento da inclusão digital e seus benefícios. A escolha desse tema se deu devido ao atual momento em que estamos passando, diante do confinamento causado pela pandemia do COVID-19, momento este que abriu as portas para o uso de novas tecnologias para as pessoas se conectarem e se aproximarem das ferramentas digitais que muito nos auxiliam no dia a dia, nos descrevendo de fato como nativos digitais, pois não conseguimos viver sem a utilização desse universo de possibilidades tecnológicas. Segundo Tavares & Melo (2019), o termo nativo digital tornou-se conhecido através do trabalho desenvolvido pelo educador Prensky (2001), quando se referiu a uma geração de crianças e adolescentes que atraíram a atenção, uma geração que ele identificou como nativo e falante de uma linguagem tecnológica digital. Os nativos digitais podem ser entendidos como aqueles nascidos após o surgimento da Internet e não podem imaginar o mundo sem ele, enquanto os nascidos antes da Internet e que tiveram que se adaptar a ela começaram ser chamados de imigrantes digitais. Assim cresceram os nativos digitais. Para Prensky, (2001) nativos digitais são aqueles nascidos após 1990. Aquela geração que iniciou sua vida acadêmica e profissional imersa no mundo digital fazendo com que os métodos de ensino fossem mediados pela tecnologia. Segundo Lalueza, Crespo, & Camps, (2010), o avanço da tecnologia, aliado a uma geração que está acostumada a interagir socialmente através da internet, resultou em jovens altamente aptos a manipular tecnologia. Essa habilidade permitiu que os nascidos a partir de 1990 vivessem a tecnologia de forma mais intensa que suas gerações anteriores. Tecnologias essas, cada vez mais importantes para o aprendizado das próximas gerações. Os jovens que já nascem com tecnologia no seu dia a dia são chamados “nativos digitais”, cada vez mais acostumados com recursos tecnológicos. As TDICs, assim como as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), representam diferentes mídias, porém agregam as mídias digitais. As TICs correspondem às tecnologias que mediam os processos informacionais e 2 comunicativos das pessoas, como, por exemplo, o Jornal, Rádio ou TV. Já as TDICs englobam equipamentos digitais, tais quais computadores, lousa digital, dentre outros. A Internet é uma das principais TDICs e possui uma vasta amplitude de usos. Com isso, o estudante pode facilmente navegar pela web, causando distrações. É importante que o aluno tenha foco e discernimento no que fazer, tarefa que é facilitada a partir da estruturação e objetividade do conteúdo apresentadas pelo professor. Com um objetivo claro e definido, as chances de o estudante se dispersar durante seu tempo na Internet ficam cada vez mais baixas, o que facilita muito o ensino híbrido. Como metodologia utilizou-se a revisão bibliográfica que diz respeito a um estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material acessível ao público em geral. Após a escolha do tema, definição do levantamento bibliográfico preliminar e formulação do problema, foi elaborado um plano provisório sobre o assunto. A etapa exploratória teve como principal objetivo apresentar uma análise do problema, tendo como principal forma a pesquisa bibliográfica. A estratégia assumida foi o ponto inicial do projeto de pesquisa que, paulatinamente, assumiu o perfil definitivo a partir das mudanças absorvidas com o aprofundamento da leitura e com o consequente amadurecimento dos entendimentos e pretensões em torno da pesquisa. Essas fontes foram utilizadas na pesquisa, sendo incorporadas à bibliografia. As partes da leitura do material bibliográfico tiveram como objetivo verificar as obras que interessam ao trabalho. 2. Referencial teórico A revisão bibliográfica a seguir tem como objetivo verificar as obras que interessam ao trabalho, focadas na tecnologia na educação, os nativos digitais e os imigrantes digitais. Neste capitulo os autores demonstram os pontos fortes e fracos da modernização das práticas pedagógicas e a relação com a aprendizagem em períodos cotidianos. 3 O estudo segue pelos pontos de inovação da comunicação no processo de aprendizagem, apontando um desafio para dos profissionais de pedagogia e conduz aos constantes avanços do mundo tecnológico e as atividades de ensino. Fica evidente, neste capitulo, o entusiasmo do autor com a velocidade das constantes mudanças, associadas a uma possível sensibilidade do método simples de passagem de conteúdo. O autor tem seu foco de pesquisa às técnicas para a difusão social de conhecimento científico e tecnológico, tendo como elemento motivador os acelerados avanços tecnológicos. Normalmente, quando o termo tecnologia é utilizado, o foco está no computador, definido por Lima Júnior (2005) como uma reflexão ou uma extensão do modus operandi do pensamento humano, capaz de elaborar abstrações em vários contextos transformando o mundo ao seu redor. Lima Júnior (2005) não define tecnologia apenas como o uso de equipamentos, máquinas e computadores, nem como mecânica, ligada à ideia de produtividade industrial, seu conceito é muito mais completo e se refere à matriz em um processo criativo pelo qual o ser humano utiliza recursos materiais e imateriais ou os cria a partir do que está disponível na natureza e em seu contexto experimental, a fim de encontrar soluções para os problemas de sua vida cotidiana, indo além deles. O autor em suas abordagens foca a Tecnologia de Informação e Comunicação, Educação e Contemporaneidade; ciência da saúde (psicanálise); Geração e Difusão social do Conhecimento. Quanto aos nativos digitais, segundo Tavares & Melo (2019), o termo nativo digitaltornou-se conhecido através do trabalho desenvolvido pelo educador Prensky (2001), quando se referiu a uma geração de crianças e adolescentes que atraíram a atenção, uma geração que ele identificou como nativo e falante de uma linguagem tecnológica digital. Os nativos digitais podem ser entendidos como aqueles nascidos após o surgimento da Internet e não podem imaginar o mundo sem ele, enquanto os nascidos antes da Internet e que tiveram que se adaptar a ela começaram ser chamados de imigrantes digitais. Ainda para Tavares & Melo (2019), nativos digitais são os sujeitos que estão em contato com o idioma do computador, dos videogames e da Internet em geral desde tenra idade. Eles são nativos dessa linguagem e, nos primeiros anos, já são atraídos e se adaptam facilmente às tecnologias digitais. Também existem sujeitos 4 que não nasceram parte da revolução digital, mas que assistiram ao nascimento e se adaptaram a eles, os chamados imigrantes digitais. Os imigrantes digitais, diferentemente dos nativos digitais, passaram pela progressiva evolução da era da informação, viveram o mundo sem a dependência atual da tecnologia em nossas vidas diárias, testemunharam seu nascimento rudimentar e hoje, eles processam ou tentam gerenciar tecnologias diariamente. Conforme Mello e Vicária (2008) apud cit Tavares & Melo (2019), com relação às crianças nativas digitais, há uma série de comportamentos observáveis que indicam familiarização precoce com a mídia. As crianças mostram uma atração precoce por fotos e vídeos digitais; intimidade com o computador ao reconhecer os ícones de certas funções operacionais, eles sabem como abrir programas e jogar com jogos virtuais sem maiores dificuldades ou explicações e, às vezes, mesmo antes de terem desenvolvido os procedimentos de leitura e escrita, eles já estão começando seus relacionamentos em redes sociais. Para finalizar, acreditamos que estas obras sejam direcionadas para todas as pessoas que estimam o conhecimento em especial aos discentes; docentes, pesquisadores da área da educacional, pois os autores mergulharam em fatos cotidianos, abordando cenários de extrema sensibilidade para toda comunidade educacional que vivencia a inclusão digital na educação básica, constatando que a tecnologia aliada à educação promove a cidadania, pois, estimula a produção de saberes, democratiza o acesso a informação e ao conhecimento e potencializa a emancipação social. 3. O uso das tecnologias no ambiente escolar e suas facetas: Desigualdades e Direitos cerceados. Após a examinar as mudanças geracionais a partir de um viés discursivo de caráter interdisciplinar dos nativos e imigrantes digitais, podemos enfatizar que acreditamos no poder transformador da tecnologia e na importância da inclusão 5 digital para a educação básica, e no contexto geral dos diferentes níveis do conhecimento. O primeiro passo para um avanço nessa transformação e alcance da inclusão digital para todos é a criação de projetos e programas de incentivo e de destinação de verbas para compra de computadores para as escolas públicas, e o segundo passo é propiciar desenvolvimento e suporte tecnológico para professores do ensino fundamental e na formação de jovens em tecnologia de programação e ferramentas digitais para o mercado de trabalho. É necessário a criação de políticas públicas voltadas para essas questões. O acesso a essas ferramentas tecnológicas geram grandes resultados dentro e fora das escolas, vejamos: O Conhecimento, abrir as janelas do conhecimento é o primeiro benefício da inclusão digital. O acesso a diferentes culturas, saberes locais dos mais remotos cantos do planeta e todo tipo de informação que se desejar a um clique precisa ser possível a muito mais pessoas. O conhecimento existe para ser compartilhado e multiplicado. Cidadania, o acesso à cidadania também pode ser potencializado com a inclusão digital. Serviços online como a emissão de documentos pessoais, o levantamento de direitos ou de informações oficiais de entidades ou do governo, e transações bancárias facilitam a vida de quem hoje tem essa vantagem. Empregabilidade, a inclusão digital pode incidir positivamente na empregabilidade e renda. Estar familiarizado com as tecnologias da informação gera mais e melhores oportunidades de emprego à medida que este conhecimento amplia o leque de vagas, sem contar que facilita o acesso a cadastros para postos de trabalho já existentes ou futuros e por último o desenvolvimento cognitivo, se utilizada da forma correta, a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa a favor do ensino, contribuindo para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo das crianças. Imagens comunicam mais do que palavras e facilitam a construção de conceitos relevantes. Além disso, a velocidade dos cliques favorece o desenvolvimento do pensamento ágil e lógico e colabora para a flexibilidade do raciocínio. Sabemos que muitos ainda não tem acesso a internet através do computador, e sim apenas pelo celular, fato este comprovado pela pesquisa TIC EDUCAÇÃO 2019, feita pelo Cetic.Br, que mostra que grande parte dos estudantes não tem computadores em casa. Também é significativa a quantidade de estudantes que acessam a rede exclusivamente pelo celular, veja o gráfico a seguir: 6 Fonte:CGI.BR/NIC.BR, Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) Entre as várias faces no contexto escolar, uma das mais inaceitáveis é o abismo educacional, acentuado pelo atraso da inclusão digital. Infelizmente existem ao menos 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos sem acesso à internet no Brasil, conforme dados da pesquisa TIC Kids Online 2019. A pesquisa tem como objetivo gerar evidências sobre o uso da Internet por crianças e adolescentes no Brasil. Realizada desde 2012, a pesquisa produz indicadores sobre oportunidades e riscos relacionados à participação on-line da população nesta faixa etária no país. Muitos não têm inclusive um aparelho para usá-la, como celular ou computador. Essa realidade é vivenciada por uma parcela dos alunos de escolas públicas, por isso é importante que as instituições e gestores públicos busquem estratégias para promover a inclusão digital. Observa-se que estudantes com menos condições econômicas têm menos acesso à tecnologia, recurso que em tempos de pandemia e de isolamento social é um fator determinante para a continuidade do ensino. 7 Com um olhar aprofundado, percebemos que o gráfico aponta o uso do celular nas escolas de diferentes regiões brasileiras e nós sabemos através de estudos os vários tipos de desigualdades sociais, no entanto, as desigualdades não se limitam apenas a fatores como cor, posição social e raça, ainda convivemos com as desigualdades regionais, que se referem às desigualdades entre as regiões, entre estados e entre cidades. Freitas (2021) afirma: Levando em conta o panorama da pobreza nos estados, a região Nordeste, nessa região se encontra os estados que possuem maior concentração de pessoas com rendimento de até meio salário. Outra disparidade marcante entre o Centro-sul e o Nordeste está no desenvolvimento humano. O desenvolvimento humano avalia a qualidade de vida de uma população, em nível nacional, estadual e municipal. Tal avaliação requer estudos e cruzamentos de dados estatísticos. Isso pode ser realizado por vários órgãos, públicos ou privados, dependendo do interesse ou abordagem, embora o órgão oficial brasileiro seja o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O primeiro passo é coletar os dados através do censo nacional e, a partir daí, pode-se estabelecer comparações entre os estados. A partir desses fatos, verifica-se que dentro de um país pode haver vários tipos de desigualdades que podem ser decorrentesde vários fatores (históricos, econômicos, sociais etc.), e essas desigualdades acabam por impactar no cenário educacional, mostrando que ainda existe um abismo tecnológico entre as regiões do país. O fator socioeconômico está presente na temática da nossa discussão, por que se faz necessário considerar essas questões para de fato reconhecer o caminho percorrido pela Inclusão Digital, fator investigado nesse trabalho. Deixamos expostos os principais impactos oferecidos e percebidos pela sociedade que vivencia a inclusão digital na educação básica e o papel do educador frente a esses desafios. O ambiente sociocultural do indivíduo é rodeado pela informática nas mais diversas situações do seu cotidiano. A educação e a escola, que visam à formação integral deste indivíduo, precisam explorar, o melhor possível, esta ferramenta. Não há mais possibilidade de se ignorar a presença do computador na sociedade moderna. Entretanto, é necessário que não se supervalorize esta ferramenta. Como afirma Papert (1985) "(...) o computador por si mesmo não pode mudar os pressupostos existentes (...) que separam o cientista do educador, o técnico do humanista (...) O computador aumentou os riscos, tanto para a nossa inércia quanto para nossa superação dos pressupostos. É importante que se tenha em mente que o computador não fará o processo pedagógico acontecer de forma mais adequada, mas sim de um modo diferente, no próprio cotidiano de cada indivíduo. 8 Assim como Freitas(2021) com seu olhar para o fator socioeconômico e cultural, podemos trazer a luz outra explicação da geração atual, conhecida como nativos digitais ou ainda como geração Z, segundo PORFÍRIO (2021): Também chamados de nativos digitais, quem nasceu na geração Z tem uma íntima relação com o mundo digital, com a internet e com a informática. São pessoas que cresceram jogando videogames, que acompanharam de perto as inovações tecnológicas e que gostam de consumir essas inovações quando possível. É uma geração que não costuma criar muitos vínculos duradouros com as pessoas. São pessoas que aprenderam a relacionar-se pelas redes sociais e por aplicativos, que evitam sair de casa. Quando podem, usam serviços delivery para não precisarem sair. Isso também evidencia uma forte característica dessa geração: a desigualdade social. Entre idas e vindas, citando os meios e ferramentas digitais e o acesso a elas, sempre voltamos a esbarrar nos desafios, então, como diminuir a desigualdade e o abismo entre as diferentes camadas e gerações? A inclusão social, econômica e política pode ser entendida como o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, oferecendo igual acesso à bens e serviços para todos; Esta exclusão é causada por diferenças de classe social, educação, idade, deficiência, gênero, religião e preconceitos em geral. Portanto, inicialmente necessitamos de uma exclusão de políticas públicas e leis que gerem quaisquer tipos de exclusão. Outro detalhe importante é a necessidade de criação de legislações e políticas públicas inclusivas, que afastem as desigualdades e exclusões de quaisquer formas, como por exemplo, a Declaração Universal De Direitos Humanos, que foi aprovada na Assembleia Geral da ONU em 1948, e é considerada até hoje como base da luta contra a opressão e discriminação das pessoas, tendo como fundamento básico a defesa da igualdade e da dignidade da pessoa humana. Em alguns de seus artigos, fica explícita a proteção à Igualdade, in fine: Artigo 1º: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Artigo 2º:Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, 9 sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo 7º Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. O que acontece com esses direitos? Quem vai à luta para garantir que sejam mantidos e cumpridos? Vários são os questionamentos que vão surgindo sem respostas. Pode-se perceber que o Estado não possui políticas públicas suficientes e eficazes para uma verdadeira redução nas desigualdades, mesmo com as algumas ações já realizadas, não se conseguiu chegar, até hoje, a uma redução significativa nas desigualdades, e por tanto, entende-se que o Poder Público não se utiliza do objetivo de desenvolvimento sustentável. Daí, a importância de “manter-se em estado de luta e de estudos” (Henrique Sobral, 2021). Do conhecimento mais simples ao mais complexo, ninguém nasce sabendo, todos passam por um longo processo. E o vetor que leva a cada pequeno passo dessa longa jornada é sempre ele: o professor. Nos últimos anos, a missão de ensinar ganhou aliados de peso: a internet e as novas tecnologias, que facilitam o acesso a novos conhecimentos, auxiliando nas interações sociais na sociedade contemporânea que contribuem para a constituição da subjetividade das crianças e jovens. Essa é uma arma poderosa no enfrentamento as desigualdades e é o caminho para que de fato aconteça a inclusão digital em nossos ambientes de ensino. 10 4. Considerações Finais Partindo do pressuposto que "aprender é fazer", o computador pode e deve ser visto como uma ferramenta cognitiva que pode facilitar a estruturação do trabalho, viabilizando a descoberta, oferecendo condições propícias para a construção do conhecimento. Para tanto este trabalho justifica-se como a informática/ inclusão digital deva ser compreendida de maneira mais ampla do que o simples acesso ao computador, a Inclusão Digital é um conceito que engloba as novas tecnologias da informação e comunicação, a educação, o protagonismo, possibilitando a construção de uma cidadania criativa e empreendedora. A Inclusão Digital é um meio para promover a melhoria da qualidade de vida, garantindo maior liberdade social, gerando conhecimento e troca de informações. A inclusão digital nas escolas pode proporcionar um espaço de aprendizagem lúdico e dinâmico com participação ativa dos alunos. Esse engajamento é essencial para o desenvolvimento do senso crítico e de aprendizado do conteúdo proposto pela grade curricular da instituição de ensino, estreitando laços e diminuindo os conflitos sociopolíticos existentes em nossa sociedade. Esses conflitos entre gerações é um tema complexo e resgata um debate extenso, porque possui diversos níveis de abstração e permite ser estudado por distintos e variados prismas teóricos. A reflexão, mesmo assim, é urgente, por diversos fatores: relevância histórica, compreensão cultural, prospecto de tendências, discussão da diversidade, dentre outros. Portanto, repensar a proposta de Prensky (2001; 2012) sobre nativos e imigrantes digitais se faz necessário, ainda mais agora, em que vivemos um momento peculiar de crise dos modelos identitários. Considerando esse cenário, foi cumprido o objetivo de examinar as mudanças geracionais a partir de um viés discursivo de caráter interdisciplinar. Para isso, relacionamos as contribuições de Prensky (2001), Lima (2005, 2007), LALUEZA, CRESPO, CAMPS, (2010), respeitando as diferenças epistemológicas de cada estudioso e área.Amparados por esses estudos, também abordamos, de forma geral, como essas mudanças geracionais estavam sendo tratadas pelas políticas educacionais brasileiras e como as TICs estavam sendo inseridas no Ensino Básico. Finalizando, reafirmamos a necessidade do reconhecimento por todos que de fato a internet possibilita o exercício da liberdade de expressão de uma forma jamais realizada antes pela história humana. Qualquer usuário pode expressar, mediante mensagens escritas, postagens de vídeos e áudios, seus pensamentos, ideias, 11 ideais, posicionamentos ideológicos, religiosos, econômicos, políticos, culturais, artísticos, esportivos, e, desabafos sentimentais. A internet é um canal poderoso de comunicação, que permite a qualquer indivíduo expressar-se com quem quiser na medida da sua liberalidade ou da sua patologia. A inclusão digital permanece como expressão usada para definir a incorporação e a democratização de tecnologias na aprendizagem dos estudantes. No ambiente escolar, a inclusão digital faz-se ainda mais necessária, pois, possibilita o acesso ao conhecimento de modo amplo para todas as faixas etárias e classes sociais, o que influencia diretamente na qualidade de vida das pessoas e no crescimento da sociedade como um todo, contemplando os nativos digitais que são a geração de jovens nascidos a partir da disponibilidade de informações rápidas e acessíveis na grande rede de computadores e os imigrantes digitais que são as pessoas que nasceram antes de 1980, em sua maioria os educadores de hoje, podem ser consideradas imigrantes digitais. Ou seja, aqueles que estão tentando se engajar na grande quantidade de inovações que estão por toda a parte. 12 5. Referências Bibliográficas SILVA, Henrique Dias Sobral. Metodologia Cientifica. Ipatinga: Faculdade Única, 2021. Disponível em https://storage.solucoesdidaticas.com.br//materialapoio/44/c44871d6a36d2239d9e4a613b25 5421e.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-584420149. Acesso em 03 de Novembro de 2021. Tavares, V. S. Melo, R.B. Possibilidades de aprendizagem formal e informal na era digital: o que pensam os jovens nativos digitais? (2019) Psicologia Escolar e Educacional. v.23: e183039 PRENSKY, Marc. Nativos digitais, imigrantes digitais. [S. l.: s. n.], 2001. Disponível em:<https://docs.google.com/document/d/1XXFbstvPZIT6Bibw03JSsMmdDknwjNcYm7j1a0 noxY/edit> Acesso em: 03 de Novembro. 2021. LALUEZA, José Luis; CRESPO, Isabel; CAMPS, Silvia. 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