Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologia INTRODUÇÃO → É o estudo das doenças. Ela não abrange todos os aspectos de doenças, que são muitos e poderiam ser confundidos com a Medicina. A definição de doença pode ser entendida a partir do conceito biológico de adaptação. Doença X Saúde, como ocorre o processo de adaptação? • Saúde: o individuo se sente bem e não apresenta sinais ou alterações orgânicas; • Doença: o individuo se sente mal (sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciais (sinais). Saúde é o mais completo estado de bem-estar físico, psíquico e social, sendo diferente de estar normal/dentro da normalidade. Os elementos de uma doença proporcionam as divisões da patologia: • Etiologia – causas; • Mecanismos patológicos; • Alterações morfológicas – lesões; • Alterações funcionais. A patologia pode ser especial, onde estuda as doenças de u determinado órgão ou sistema, e, pode ser geral, onde estuda aspectos comuns de todas as doenças. PROCESSO PATOLÓGICO Agressão – Defesa – Adaptação – Lesão → Agressão Podem se originar no ambiente externo (exógenas) ou a partir do próprio organismo (endógenas), sendo provocados por agentes: − químicos; − físicos; − biológicos. Ou por alterações na expressão gênica ou por modificações nutricionais ou dos próprios mecanismos defensivos do organismo. Toda agressão gera estímulos que induzem, nos tecidos, respostas adaptativas que visam torná-los mais resistentes às agressões futuras. → Defesa Mecanismos defensivos: Primeira linha de defesa – fagocitose, reação inflamatória, barreiras químicas e mecânicas; Segunda linha de defesa – proteínas protetoras, sistema de reparo do DNA, células exterminadoras naturais, inflamação e febre; Terceira linha de defesa – linfócitos T e B (anticorpos), antioxidantes. Os mecanismos de defesa contra agentes externos são muito numerosos. → Adaptação Capacidade das células, do tecido ou do próprio indivíduo de, frente a um estímulo, modificar suas funções dentro de certos limites para ajustar-se às modificações induzidas pelo estímulo. É a resposta celular ao estresse fisiológico ou a um estímulo patológico. Ativa mecanismos moleculares que acabam alterando os genes que comandam a diferenciação celular. Há 4 tipos de processos de adaptação que podem mudar em número e tamanho: • Atrofia: diminui de tamanho e função da célula; • Hipertrofia: aumenta de tamanho; • Hiperplasia: aumenta o número de células; • Metaplasia: alteração da diferenciação celular (tamanho e número de células). → Lesão É o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas células e tecidos após agressões. Podem tender para a cura ou cronicidade. Alterações da função das células, tecidos, órgãos ou sistemas. A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e sua gravidade. As consequências de um estímulo nocivo dependem do tipo, status, adaptabilidade e fenótipo genético da célula lesada. A lesão celular resulta de alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais dos vários componentes celulares essenciais, podendo ser: • Reversível: ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém se mantém viva, recuperando-se; • Irreversível: quando a célula se torna incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular. MECANISMOS DE ENERGIA → Energia vem de duas fontes: alimentação e reservas (tecido adiposo e glicogênio). As principais fontes de energia são os carboidratos, os lipídeos e as proteínas. Sendo a glicose o principal carboidrato. O ATP é uma molécula que funciona como fonte de energia para a realização da maioria dos processos celulares. Quando ele reage com a água forma fosfato inorgânico. Essa reação é responsável por liberar energia, sendo, uma reação exergônica. A molécula de ATP é consumida em aproximadamente um segundo após ser formada. É formado em diferentes processos celulares, como na respiração celular que leva a uma produção de 30 moléculas de ATP. LESÕES CELULARES As células continuam vivas, podendo ocorrer retorno ao estado de normalidade depois de cessada a agressão. As lesões podem ser: • Letais: necrose e apoptose; • Não letais: degeneração, agressões, proliferação e pigmentos endógenos; • Alterações do interstício: englobam modificações da substância fundamental amorfa e de fibras elásticas, colágenas e reticulares; • Distúrbios da circulação: aumento, diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo, trombose, embolia, hemorragia e edema. A necrose é a morte das células daquele local e elas estão passando por um processo progressivo de degeneração. Sendo assim, consiste em alterações morfológicas que podem ser vistas após a morte celular de um tecido. A destruição das células pode ocorrer de diferentes maneiras e acometer qualquer tecido, por isso, é difícil especificar apenas um aspecto básico para definir se o tecido está necrosado. As células necróticas acabam desaparecendo do tecido afetado, primeiramente, por causa da ação das enzimas que atuam no local e, posteriormente, pela fagocitose realizada por macrófagos e leucócitos. Quando não ocorre a rápida destruição desses fragmentos celulares, pode acontecer calcificação da área. A apoptose é um tipo específico de morte celular. Essa morte não é desencadeada por traumas: trata-se de uma morte programada. Ela tem por objetivo garantir a manutenção de tecidos e órgãos, evitando que células com problemas ou desnecessárias comprometam o funcionamento adequado do organismo. Além disso, a apoptose também ocorre quando o organismo é invadido por patógenos ou o DNA é lesionado. No apoptose, a célula morre em razão de um conjunto de mudanças coordenadas, portanto, é um processo ativo. Necrose ≠ Apoptose ➢ Necrose: constitui sempre em um processo patológico; ➢ Apoptose: em certos papéis fisiológicos, não desencadeia uma resposta inflamatória. PIGMENTAÇÕES → É a designação dada a substâncias que têm cor própria e origem, composição química e significado biológico diversos. São distribuídos amplamente na natureza e são encontrados em células vegetais e animais, nas quais desempenham importantes funções (clorofila, citocromos, melanina). • Clorofila: é a designação de um grupo de pigmentos fotossintéticos presente nos cloroplastos das plantas; • Citocromos: são proteínas, geralmente ligadas a uma membrana, que contêm grupos heme e que efetuam o transporte de elétron; • Melanina: é um pigmento responsável por dar cor à pele e pelos, bem como conferir proteção contra os raios ultravioleta. Denomina-se pigmentação o processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo. Grande número de pigmentos origina-se de substâncias sintetizadas pelo próprio organismo: são os pigmentos endógenos. Outros, denominados pigmentos exógenos, são formados no exterior e, por via respiratória, digestiva ou parenteral, penetram e depositam-se em diversos órgãos. Distúrbios de pigmentação são condições que podem tornar a pele mais clara ou mais escura do que o normal, manchada ou descolorida. A hipopigmentação é uma afecção causada por deficiência ou perda da pigmentação por melanina na epiderme. Pode ser localizada ou generalizada e, resulta principalmente, de causas genéticas, trauma, inflamação ou infecções. O vitiligo é o distúrbio de hipopigmentação mais comum na população. ENDÓGENAS Resultam, em geral, de hiperprodução e acúmulo de pigmentos sintetizados no próprio organismo. É uma pigmentação por pigmentos produzidos dentro do corpo. Podem ser: − Derivadas da hemoglobina, ou pigmentos hemoglobínicos; − Melanina; − Ácido homogentísico; − Lipofuscina. Pigmentoshemáticos ou hemoglobinógenos se originam da lise na hemoglobina, originando os pigmentos denominados de hemossiderina e bilirrubina. • Pigmento derivado da hemoglobina (hemossiderina- ferritina); • Sobrecarga sistêmica de ferro (hemossiderose) nos tecidos; • Acúmulo extracelular de bilirrubina (icterícia); • Pigmento de desgaste ou envelhecimento (lipofuscina = marrom); • Pigmento produzido por melanócitos (melanina). Pigmentos melânicos: pele, retina, bexiga, tubo digestivo, adrenais, meninges. As causas de aumento são/é: ação actínica (sol), sinais cutâneos (nevos e melanoma), insuficiência adrenal (ação do ACTH hipofisário sobre os melanócitos). Os de diminuição são: cicatrizes, lepra, vitiligo e albinismo. → Nevos pigmentados Os nevos pigmentares aparecem geralmente como pequenas tumorações cutâneas. O tamanho pode variar bastante. Os nevos melanocíticos, conhecidos como pintas ou sinais são manchas ou pequenas elevações na pele que variam de castanho claro a castanho bem escuro, por vezes podendo ter mais de uma cor. → Albinismo Localizada principalmente na região do crânio. Os melanócitos encontram-se em número normal, mas não produzem pigmento. → Vitiligo Comum nas mãos. Causada pela diminuição da quantidade de melanócitos produtores de pigmento na epiderme. Manifestando-se clinicamente como manchas apigmentadas. EXÓGENAS São corpos estranhos, de cor própria, de consistência, forma e origens variadas, produzidos fora do organismo, atingindo- o pelas: − Vias aéreas superiores; − Canal alimentar; − Pele (tatuagens). Partículas de poeiras (irritantes) podem ficar retidas, ser eliminadas ou transportadas para outros locais pela circulação linfática ou sanguínea, ou por macrófagos. Diferentes partículas de poeiras – sílica, mercúrio, prata, chumbo, ferro, cobre, cimento, calcário etc. Mecanismo: Pigmento de carvão é fagocitado por macrófagos alveolares e transportado aos linfonodos regionais. Acúmulo do pigmento – coloração negra nas partes afetadas: − Pulmões; − Superfície pleural; − Linfonodos do hilo pulmonar. Antracose: − Endurecimento do pulmão (reação a agressão contínua de poeira); − Fibroplasia progressiva no interstício-pulmonar; − Compressão de bronquíolos e dificuldade de expansão dos alvéolos; − Grave enfisema pulmonar; − Reação inflamatória crônica irreversível. Argiria: Deposição de sais de prata nos tecidos. • Causa: Impregnação mecânica da pele, através das glândulas sudoríparas, por minúsculas partículas de prata em indivíduos que trabalham com esse metal e, raramente, uso de brincos. Argiria localizada: • Causa: Tratamento odontológico em que se utiliza amálgama (mistura metálica de mercúrio e prata), uso prolongado de medicamentos tópicos que contêm nitrato de prata ou implantação cutânea de agulhas de acupuntura. Argiria sistêmica: • Causa: Ingestão ou inalação crônica de compostos de prata solúveis (nitrato de prata ou prata coloidal), além da deposição do metal na pele e nas unhas, grânulos de prata são encontrados em macrófagos dos linfonodos, membrana basal dos glomérulos renais e globo ocular (conjuntiva, córnea e retina). Siderose: Depósitos de poeira de ferro nos tecidos humanos Acometer trabalhadores expostos a atividades extrativas de minério de ferro (hematita, magnetita, limonita), produção de pigmentos naturais contendo óxidos de ferro em tintas e pisos, metalurgia de aço, ferro e ligas, solda a arco elétrico e oxietileno, polimento de metais com óxidos de ferro em cutelaria de aço e prata e outras atividades afins. Cor: ferrugem. Na mineração de ferro, os óxidos de ferro podem estar associados a sílica em concentrações variáveis, causando lesão pulmonar mista chamada sidero silicose. A siderose não é muito descrita na literatura brasileira. Bismuto: Intoxicação com sais de bismuto. Rara de ser vista, sendo comum na terapia para sífilis. Deposição principalmente na gengiva. Cor: enegrecida Tatuagem: Feita por sais de enxofre, mercúrio, ferro e outros corantes. Os pigmentos são fagocitados por macrófagos. Uma parte é drenada para os linfonodos regionais, mas a maior parte fica depositada no local para o resto da vida. DEGENERAÇÃO CELULAR → Define-se como lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das células. Classificação: Água e Eletrólitos – Degeneração Hidrópica; Lipídeos – Degeneração Gordurosa (esteatose e lipidoses); Proteínas – Degeneração Hialina e Mucoide; Carboidratos – Degeneração Glicogênica (glicogenoses). → Degeneração Hidrópica Degeneração hidrópica é o acúmulo de água e eletrólitos nas células, devido a alterações na bomba de sódio e potássio, retendo sódio na célula, e consequentemente, retendo água. Se torna volumoso e pálido, também denominado edema celular. Geralmente acomete células paraquimentosas, principalmente do rim, fígado e coração. Suas principais causas são hipóxia, hipertermia, intoxicação, infecção de caráter agudo, toxinas etc. A deficiência de ATP interfere nas bombas eletrolíticas, nas sínteses celulares, no pH intracelular e em outras funções que culminam com o acúmulo de água no espaço intracelular. Funcionamento da bomba eletrolítica: • Alteração na produção ou no consumo de ATP; • Alterações na integridade de membranas; • Modificações nas moléculas que formam a bomba de Na/K. Hipóxia – diminuição da produção de ATP – entrada de sódio e água + saída de potássio – aumento da pressão osmótica – mais água entra na célula – degeneração hidrópica. → Degeneração Gordurosa Caracteriza-se pelo acúmulo anormal de lipídeos no interior das células paraquimentosas. Também se denomina esteatose. Geralmente acomete o fígado e órgãos relacionados ao metabolismo lipídico. Síndrome de Kwashiorkor é a alteração do fígado ocorre pela carência de apolipoproteínas que transportam os lipídeos do fígado para os outros tecidos corporais. Lipidoses caracteriza-se ao acúmulo anormal de lipídeos por outros mecanismos patogênicos (doenças do acúmulo, aterosclerose, hiperlipidemias primárias e secundárias). Vai haver a entrada excessiva de ácidos graxos livres, decréscimo de síntese proteica, diminuição na oxidação de ácidos graxos, aumento na esterificação de ácidos Graxos livres para TG (álcool), aumento de triglicérides plasmáticos (álcool e diabetes) e a diminuição na liberação de lipoproteínas do hepatócito (álcool). → Degeneração Hialina São classificadas como processos degenerativos dependentes do metabolismo proteico alterado. Podendo ser extracelular (degeneração hialina propriamente dita e amiloidose) e intracelular (Corpúsculo de Russell e DH de Mallory). Na DH propriamente dita ocorre hialinização do tecido conjuntivo fibroso e/ou da parede de vasos (degeneração conjuntivo-vascular). Podendo ocorrer nos pulmões, pâncreas e nas paredes dos vasos. Amiloidose é uma síndrome que agrupa processos patológicos diversos, cuja característica comum é o depósito de substância hialina amorfa, proteinácea – substância amiloide (composta por fibrilas de estrutura molecular beta). Corpúsculo de Russel é a substância hialina refere-se a Imunoglobulinas, IgG sobretudo, que se cristaliza no citoplasma dos plasmócitos no interior das cisternas do RE. Já a Degeneração Hialina de Mallory está presente na cirrose alcoólica. Os hepatócitos apresentam no citoplasma massas hialinas grumosas de tamanho e formas diferentes com bordas filamentosas. → Degeneração Mucoide Caracteriza-se pelo acúmulo de muco no interior das células. Ocorre em células produtoras de muco – nas inflamações da mucosa (inflamação catarral), em alguns cânceres (estômago, intestino e ovário). → Degeneração Glicogênica Caracteriza-se pelo acúmulo de glicogênio no interior dascélulas. Também denominada glicogenoses. Ocorre em estados de hiperglicemia. CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS A calcificação são depósitos de sais de cálcio nos tecidos na formação dos ossos e das cartilagens (processo fisiológico). A calcificação patológica é a deposição anormal de sais de cálcio e outros sias minerais heterotopicamente. Alteração da homeostase – Deposição de Ca. Classificação: Calcificação Distrófica; Calculose ou Litíase; Calcificação Metastática; Calcificação Idiopática (causa desconhecida). → Calcificação Distrófica É um mecanismo de calcificação semelhante ao de ossificação, que ocorre em tecidos lesionados. Observadas em necroses (caseosas, isquêmicas e gordurosas) e raramente na necrose liquefativa. Não reflete apenas o acúmulo de cálcio derivado da morte celular, mas também a deposição do cálcio circulante e dos fluidos intersticiais sobre o tecido necrótico. → Calculoses (litíases) É a calcificação distrófica localizada em estruturas tubulares (diferentes dos vasos sanguíneos). A calculose pode levar à obstrução, lesão e/ou infecções de ductos, principalmente no pâncreas, glândula salivar, próstata e tratos urinários e biliar. → Calcificação Metastática Processo de calcificação está relacionado ao aumento do cálcio circulante (hipercalcemia). Observada no aumento do paratormônio, excesso de vitamina D, aumento da mobilidade do Ca ósseo, em doenças renais crônicas e no hiperparatireoidismo secundário. O cálcio circulante deposita-se em tecidos normais, acentuando-se mais nos locais onde houver tecidos lesados. PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR A multiplicação (proliferação) celular é responsável pela formação do conjunto de células que compõem os indivíduos. É indispensável durante o desenvolvimento normal dos organismos e necessária para repor as células que morrem após seu período de vida ou por processos patológicos. A diferenciação se refere à especialização morfológica e funcional das células, permitindo o desenvolvimento do organismo como um todo integrado. Esses dois processos recebem influência de agentes internos e externos às células e, não é surpresa que, com certa frequência, surjam transtornos nos mecanismos que os controlam. A divisão celular é uma das etapas do ciclo celular, que é um conjunto de processos que acontecem em uma célula viva. Além dela, a outra etapa é chamada de interfase – a mais longa – que corresponde a 95% do tempo. É nela que ocorrem os fatores que propiciam a divisão celular, como a divisão dos centríolos, produção de proteínas e replicação do DNA. A interfase é subdividida em: • Fase G1: as células aumentam de tamanho por conta da formação de organelas e iniciam o processo de sintetização de proteínas e produção de RNA. • Fase S: acontece o processo de duplicação e síntese das moléculas de DNA. • Fase G2: ocorre entre a síntese de DNA e a mitose. No seu ciclo vital, as células encontram-se em duas fases ou períodos: Mitose, quando as células dividem o material nuclear (cariocinese) e fazem a citocinese; Interfase, período entre duas divisões celulares. Essas fases constituem o ciclo celular. Com relação à capacidade de replicação, são classificadas em: Lábeis – constante renovação; Estáveis – baixo índice mitótico, mas capazes de proliferar quando estimuladas; Permanentes ou Perenes – atingiram estágio de maturação dividem mais após nascimento; Células Tronco – totipotente, pluripotente, multipotente e unipotente. O número de células em um indivíduo se dá pelo resultado do balanceamento entre o número de células originadas por mitose e de perdas celulares por apoptose. Os fatores de crescimento são capazes de estimular ou inibir a multiplicação celular. Suas ações são: • Autócrina – agem na célula que produziu; • Parácrina – agem em células vizinhas; • Endócrina – agem em células distantes; • Justácrina – agem em células muito próximas. Classificação e nomenclatura: Alterações do volume celular – hipertrofia e hipotrofia; Alteração da taxa de divisão celular – hiperplasia, hipoplasia e aplasia; Alterações da diferenciação celular – metaplasia; Alterações do crescimento e da diferenciação celular – displasias e neoplasias. → Hipotrofia É a redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando na diminuição do volume das células e do órgão atingido (redução do anabolismo). Fisiologicamente falando, a senilidade ocorre em todos os órgãos, redução generalizada do metabolismo (estabelecimento de um novo equilíbrio). Patologicamente falando, as consequências são dependentes do local afetado: • Inanição - deficiência nutricional; • Desuso - órgãos e tecidos em desuso por longo período (processo reversível); • Compressão - tumores, cistos, aneurismas; • Obstrução vascular - redução de oxigenação (hipotrofia do rim); • Deficiência hormonal - hipotrofia das células alvo; • Inervação - falta de estímulo. → Hipertrofia É o aumento quantitativo dos constituintes e das funções celulares, o que provoca aumento volumétrico das células e dos órgãos afetados. É uma forma de adaptação celular frente a uma maior exigência de trabalho. Os requisitos são: maior fornecimento de oxigenação, organelas e sistemas celulares íntegros e inervação preservada. Fisiologicamente os processos são programados e patologicamente não são programados. O tecido hipertrófico – aumento de volume e de peso, fluxo de sangue e linfa. Ele preserva a arquitetura do órgão. A capacidade de hipertrofia é dependente do tipo celular. Trata-se de um processo reversível que termina se cessado o estímulo. → Hipoplasia É a diminuição da população celular. A região se torna menor e menos pesada que o normal. Pode ocorrer durante a embiogênese (defeito de formação de um órgão ou parte dele) e após o nascimento (diminuição no ritmo de renovação celular). É um processo reversível, exceto os de causas congênitas. → Hiperplasia É o aumento do número de células de um órgão ou parte dele por aumento da proliferação celular, mas com diferenciação normal. Pode ocorrer também por retardo no apoptose. Os requisitos são: suprimento sanguíneo adequado, integridade morfofuncional e inervação adequada. O tecido hiperplásico – aumento de volume e de peso, fluxo de sangue e linfa. Ele preserva a arquitetura do órgão. → Metaplasia É a transformação de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem. Processo adaptativo, em geral, é um tecido mais resistente a agressões. Os tipos mais comuns de metaplasia: • Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado em queratinizado; • Epitélio pseudoestratificado ciliado em pavimentoso (tabagismo); • Transformação de tecido cartilaginoso em tecido ósseo (calcificações).
Compartilhar