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Principais pressupostos teóricos de grupos a partir de alguns pensadores

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Principais pressupostos teóricos de grupos a partir de alguns pensadores 
 
 
Sigmund Freud (06/05/1856 a 23/09/1939) 
 
 Na concepção de grupo para Freud, o termo é utilizado como análogo à massa e 
multidão. Para o autor, os fenômenos sociais influenciam na constituição do indivíduo a partir 
do momento em que ele se relaciona com outras pessoas, portanto uma relação em que envolve 
duas pessoas já pode considerar que se trata de uma relação social. Sendo assim, as pessoas, 
desde a mais tenra idade tende a endereçar suas demandas pulsionais ao grupo ao qual pertence 
e esse instinto grupal tende a ser direcionado pelo convívio no grupo primordial que é a família. 
 Ainda na concepção freudiana de grupo, o indivíduo pertence a uma raça ou é parte 
integrante de uma multidão organizada em um grupo considerando determinadas ocasiões e 
com um objetivo em comum. Dessa forma o autor acrescenta ainda o elemento da liderança. 
Para Freud, todo grupo tende a agir como um rebanho seguindo um pastor. Nesse sentido o 
líder deve possuir algumas características específicas como por exemplo prestígio, acreditar nos 
próprios ideais bem como deve se tratar de uma figura imponente e assim se destacar dos 
demais. Ainda na concepção de Freud, o que une os indivíduos em grupos não é a identificação 
imaginária de um outro, mas o amor que eles nutrem pelo líder. 
 
Wilfred Ruprecht Bion (08/09/1897 a 28/08/1979) 
 
 Wilfred Bion desenvolveu pesquisas sobre a formação e fenômenos de grupo, entre 
outros assuntos. Muitos dos conceitos desenvolvidos em sua pesquisa se tornaram relevantes 
para a compreensão de grupos de trabalho e dos fenômenos emocionais implícitos. Os 
principais pressupostos desenvolvidos por Bion são denominados como dependência, 
acasalamento e luta-fuga. 
 No pressuposto de dependência o grupo depende de um líder onipotente e onisciente 
que será automaticamente responsável por manter a estabilidade do grupo. O líder é idealizado 
pelo grupo que por sua vez acredita que o líder é o mais indicado a resolver qualquer problema 
que surja, pois ele é dotado de inteligência e sagacidade e somente ele é capaz de garantir 
segurança, satisfazer os desejos do grupo e solucionar seus problemas. 
O segundo pressuposto básico é o de luta-fuga no qual o grupo supões a existência de 
perigos que podem ser reais ou imaginários e, portanto, devem estar sempre atentos e prontos 
para lutar ou fugir dos perigos. Nesse sentido, o objetivo do grupo é evitar o sofrimento, o 
desconforto e o confronto. No pressuposto de luta-fuga o líder é considerado invencível, pois o 
grupo espera que o ele seja capaz de identificar os perigos bem como os inimigos do grupo. 
Dessa forma o grupo confere ao líder a habilidade de decidir se o grupo deve brigar ou fugir, 
ou seja, o poder do líder lhe é conferido porque somente ele poderá atuar sobre o pânico 
disseminado nos membros do grupo. 
 No terceiro pressuposto, o acasalamento, traz o conceito de um grupo que se encontra 
entusiasmado pela ideia de que dois membros pertencentes ao grupo se unam para produzir o 
Messias, o Salvador, ou seja, uma nova figura de liderança que venha a assumir a 
responsabilidade pela segurança do grupo. No entanto, a esperança do grupo de que o Messias 
solucione todas as questões do grupo não está voltada para eventos futuros e sim para o presente, 
portanto o líder desse tipo de grupo deverá ter características ligadas ao misticismo. 
Além dos pressupostos básicos, nos quais Bion identificou três tipos de padrões de 
comportamentos próprios dos fenômenos de mentalidade de grupo, Bion elaborou alguns 
conceitos em seus estudos de grupos e entre eles podemos citar os grupos de trabalho, a 
mentalidade de grupo e a valência. 
Bion afirma que todo grupo atua em dois níveis que são simultâneos, opostos e 
interativos e assim, considerando os níveis de atuação de um grupo o autor os divide em grupo 
de trabalho e grupo de base que são os pressupostos básicos. O grupo de trabalho se refere à 
reunião de pessoas para realizar tarefas específicas nas quais cada indivíduo contribui com o 
que tem a oferecer. 
Quanto à mentalidade de grupo, este funciona como uma unidade na qual a atividade 
mental é coletiva e algumas vezes entra em conflito com a mentalidade individual dos 
integrantes do grupo, ou seja, o indivíduo contribui com o grupo e não percebe o quanto o seu 
pensamento e comportamento são favoráveis à vontade do grupo. 
Valência é um termo utilizado por Bion com aplicabilidade em dinâmicas de grupo com 
o objetivo de indicar a capacidade, em maior ou menor grau, que cada indivíduo possui dentro 
do grupo para participar das suposições básicas vigentes no grupo. A valência varia de acordo 
com cada momento dos indivíduos, em cada circunstância. 
 
Jacob Levy Moreno (18/05/1889 a 14/05/1974) 
 Moreno foi o responsável por criar um método utilizado para medir as relações 
interpessoais o qual denominou de Sociometria. Através desse método foi possível 
compreender o homem como um ser de relação, ou seja, um ser social. Um ser que ao mesmo 
tempo se constrói e constrói a sociedade a partir de suas relações com o outro e com o mundo. 
Esse autor se destacou ao criar também o Psicodrama a partir do teatro da espontaneidade 
enfatizando a capacidade que o ser humano possui de ser criativo e espontâneo. Dessa forma 
os atores passaram a representar suas próprias histórias e suas dificuldades através do método 
terapêutico em que se transformou o teatro da espontaneidade. As principais técnicas utilizadas 
no Psicodrama são a inversão de papéis, o solilóquio, o espelho, o duplo, a representação 
simbólica, a estátua, etc. 
 
Kurt Lewin (09/09/1890 a 12/02/1947) 
 Kurt Lewin e colaboradores foram os percursores do estudo da Dinâmica de Grupo em 
1946. Inicialmente o objetivo de tais estudos estavam voltados a compreender a origem, a 
natureza, a evolução dos grupos e a influência das pessoas sobre os grupos e vice-versa a qual 
denominaram de Teoria do Campo. Posteriormente o autor desenvolveu a Teoria da Dinâmica 
dos Grupos que o permitiu compreender a estrutura, o poder, a liderança e a comunicação do 
grupo. Dessa forma foi desenvolvida a prática da Dinâmica de grupo como método educativo 
utilizado para treinar as competências humanas com o objetivo de que as pessoas pudessem 
desenvolver novos comportamentos. 
 Lewin afirma que todos os grupos passam pelas mesmas fases de desenvolvimento que 
o ser humano: infância, adolescência e fase adulta. Na infância ou fase inicial, o grupo ainda 
não demonstra segurança e assim como uma criança pequena, necessita de auxílio para aprender 
a caminhar. Na segunda fase ou fase da adolescência se trata do período em que o grupo ainda 
está em formação. Dito de outra forma, nessa fase alguns indivíduos podem abandonar o grupo 
ao passo que novos indivíduos podem ingressar nele. Por se tratar de um grupo que ainda está 
em formação, as regras ainda não estão definidas e esse fator pode gerar conflitos entre os 
integrantes do grupo. Na terceira e última fase do grupo, assim como na vida adulta, o grupo 
alcançou a maturidade. Dito de outra forma, as pessoas conseguem chegar a um consenso sobre 
determinado assunto, conseguem compartilhar os fatores positivos tanto quanto os negativos, 
ou seja, participam do processo de análise por já estarem aptos a observar que os benefícios são 
para todos os integrantes do grupo. 
 
Enrique Pichon Rivière (25/06/1907 a 16/07/1977) 
Pichon Rivière desenvolveu uma nova abordagem chamada de grupos operativos. Para 
ele, o grupo é um conjunto limitado de pessoas, que estão ligadas por um determinado espaço, 
tempo e articuladas por sua mútua representação interna, para a realização, explícita ou 
implícita, de uma determinada tarefa. Entretanto, este grupo só existe se houver uma espécie de 
vínculo entre seus membros além de uma tarefa determinada. 
A teoriado vínculo parte da hipótese de que o homem se revela e se estrutura por meio 
da ação, ou seja, do desempenho de papéis e do estabelecimento de vínculos. Para Pichon 
Rivière, vínculo é “[...] a maneira particular pela qual cada indivíduo se relaciona com outro ou 
outros, criando uma estrutura particular a cada caso e a cada momento” (PICHÓN-RIVIÉRE, 
1998, p. 3). Assim sendo, o grupo tem uma estrutura dinâmica, operativa, impelida por 
motivações psicológicas, que conduz todas as relações humanas. 
A tarefa é o outro princípio fundamental na organização de grupo e diz respeito a 
maneira pela qual cada integrante do grupo interage a partir de suas próprias necessidades. 
Necessidades estas que quando compartilhada ao redor de objetivos comuns estabelece uma 
tarefa grupal. Pichon Rivière acredita que além de acrescentar experiência ao grupo, a tarefa 
também força os indivíduos a reverem seus conflitos e formas de organização, obrigando o 
processo grupar passar por uma constante desestruturação e reestruturação deste campo e dos 
sujeitos nele envolvidos. 
 
Gustave Le Bon (07/05/1841 a 13/12/1931) 
Para Le Bon o indivíduo pensa, sente e age de forma diferente e às vezes até contrária, 
do que se estivesse em um grupo. Isso se dá porque em um grupo, de acordo com Le Bon forma-
se uma mente coletiva, da qual tem características próprias e bem diferentes da mente 
individual. O grupo é de caráter provisório e heterogêneo, porém, combinam-se por meio de 
um elo inconsciente, formando apenas uma única unidade concreta, homogênea. Tal atitude é 
explicada pelo autor que diz que o indivíduo tende a atuar em grupo sem raciocínio crítico 
devido aos fenômenos da sugestionabilidade, da credulidade, do contágio, do excesso de 
sentimentos, entre outros. Isso se deve ao fato de que, para o autor, as pessoas, quando reunidas 
em grande número, estão mais voltadas a agir do que raciocinar. 
Embora Le Bon empregue o termo inconsciente para abordar as alterações das pessoas 
quando estão em grupos, o termo é utilizado para dizer das questões arcaicas da raça humana e 
não para dizer do material recalcado como foi proposto por Freud. Assim, para Le Bon, os 
processos grupais têm suas raízes em antigas crenças e costumes e as mudanças que geram as 
crises sociais são advindas do abandono de tais crenças. 
 
REFERÊNCIAS 
AFONSO, Maria Lúcia M. Oficinas em Dinâmica de Grupo: um método de intervenção 
psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. Disponível em: 
https://www.passeidireto.com/arquivo/19873761/afonsoml-oficinas-em-dinamica-de-grupo---
um-metodo-de-intervencao-psicossocial. Acesso em 30 de mar. 2018. 
 
AMADO, Giles. Os processos psíquicos no interior dos grupos de trabalho: para além de Bion 
e Pichon-Rivière. 2014. Caderno de Psicologia Social do Trabalho, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 
97-110. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script =sci_arttext&pid=S1516-
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ÁVILA, LazsloAntônio. O Eu é plural: grupos: uma perspectiva psicanalítica. 2009. Vínculo – 
Revista do NESME. v. 1, n. 6, pp. 39-52. Disponível em: http://pepsic.bvsalud. 
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FATOR, Tânia. A teoria psicodramática e o desenvolvimento do papel profissional. Disponível 
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GUIMARÃES, Veridiana Canezin; CELES, Luiz Augusto. O psíquico e o social numa 
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PINHEIRO, Talita Pedrosa; ROCHA, Érika Silva; CABRAL, Mariana Pompílio Gomes. 
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Disponível em: http://repositorio.uscs.edu.br/bitstream/123456789/131/2/Teoria%20 
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