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Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 1 I – NERVO OLFATÓRIO Sensibilidade olfatória. Localização mais superficial. Por isso, as lesões são mais frequentes. LESÕES Reversíveis ou não. Maioria: bilateral, decorrente de doenças sinonasais. TCE causa com frequência a perda olfatória. Causas: rinossinusite, drogas inalatórias, pós-covid, TCE. EXAME FÍSICO Queixa de alteração no paladar. Smell identifiction test: inspirar e qualificar o odor. Cheirar substância não abrasiva: pó de café, sabonete líquido ou em pó. CLASSIFICAÇÃO Normosmia: normal. Anosmia: ausência de olfato. Hiposmia: redução do olfato. Disosmia: percepção alterada do cheiro. Cacosmia: desagradável, sensação de odor fétido. II – NERVO ÓPTICO Acuidade visual, campo visual, fundoscopia. SISTEMA VISUAL Cada hemisfério cerebral recebe informações da retina ipsilateral e contralateral e do campo visual contralateral. Lesão em A (nervo óptico): amaurose do olho direito. Ocorre cegueira total de um olho. Lesão em B (quiasma óptico): hemianopsia heterônima bitemporal. Ocorre perda do campo visual temporal bilateral. Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 2 Lesão em C (feixe/trato óptico): hemianopsia homônima à esquerda. Ocorre perda do campo visual esquerdo de cada olho, portanto, o olho esquerdo perderá o campo visual temporal e o olho direito perderá o campo visual nasal. Lesão em D (parte da raiz do nervo óptico): quadrantanopsia homônima esquerda. A depender do local desta lesão, pode haver uma quadrantanopsia superior/ inferior. CLASSIFICAÇÃO Cegueira: perda de visão. Amaurose: redução da visão por lesão do nervo óptico ou das vias visuais. Ambliopia: redução ou perda visual com ausência de lesão estrutural. Ex.: miopia, astigmatismo, etc. Escotomas: áreas cegas, com pontos pretos. EXAME FÍSICO Acuidade visual: feita na tabela de Rosembaum. Determinada na linha que consiga ler pelo menos até a metade. Campimetria: avalia extensão do campo visual. É feita por confrontação (compara o campo visual do paciente com o do examinador). Teste de mexer os de dedos. Fundoscopia: com fundoscópio, seguir os vasos até confluência na papila óptica (onde encontramos o nervo óptico). • Papiledema: médico vê edema de papila e paciente enxerga normalmente. • Neurite óptica: médico vê edema de papila e paciente não enxerga bem. • Neurite retrobulbar: médico não vê papiledema e paciente não enxerga bem. • Atrofia óptica: aumento da escavação fisiológica. Palidez da papila não restrita à sua região central. • Pulso venoso: a ausência é sem significado, mas a presença indica pressão intracraniana normal. Reflexos fotomotores: • Reflexo fotomotor direto: se houver lesão unilateral do nervo óptico, a pupila do olho afetado só se contrai consensualmente. • Reflexo de acomodação/ convergência: constrição pupilar (miose) ao convergir o olhar (olhar para o nariz). • Sinal de Marcus-Gunn: reflexo fotomotor abolido no olho com lesão (a pupila pode inclusive dilatar), mas o consensual está presente. • Pupila de Argyll Robertson: sem reflexo fotomotor direto e consensual, mas com reflexo de acomodação. • Pupila tônica de Adie: reage melhor a acomodação do que à luz; a resposta fotomotora não está abolida. MOTRICIDADE OCULAR III, IV e VI: pupilas (tamanho, forma, simetria, convergência), reflexo fotomotor, motricidade ocular extrínseca, mirada, sácades, nistagmo, reflexo óculo vestibular. MÚSCULO – MOVIMENTO - NERVO M. reto medial: aduz → oculomotor (III). M. reto superior: eleva → oculomotor (III). Lesão anterior ao quiasma óptico: ipsilateral. Lesão posterior ao quiasma óptico: contralateral. Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 3 M. reto inferior: abaixa → oculomotor (III). M. oblíquo inferior: superior-lateral → oculomotor (III). M. oblíquo superior: inferior-lateral → troclear (IV). M. reto lateral: abduz → abducente (VI). PAR III - OCULOMOTOR Inerva: m. reto superior, m. reto inferior, m. reto medial, m. obliquo inferior, m. elevador da pálpebra, m. ciliar e m. constritor da pupila. Lesão: • Estrabismo divergente: m. reto medial. • Elevação e abaixamento oculares impossibilitados: m. reto superior e inferior. • Ptose palpebral: m. elevador da pálpebra. • Midríase fixa (anisocoria): m. constritor da pupila. Diplopia: percepção de 2 imagens de 1 só objeto. • Aumenta ao mirar os olhos na direção da ação principal do músculo envolvido. • Ao fechar qualquer um dos olhos, a segunda imagem some. Exceção: afecções intraoculares, em que ao cobrir o olho com a mão não altera a diplopia, mas cobrir o olho acometido a extingue. • Se o paciente mantém a diplopia ao cobrir alternadamente qualquer dos olhos: histeria? LESÃO DO IV NERVO (TROCLEAR) Dificuldade de olhar para baixo, particularmente quando o olho está abduzido. LESÃO DO VI NERVO (ABDUCENTE) Desvio óculo-medial. Pelas relações anatômicas com o nervo facial (VII), as lesões do n. abducente podem acompanhar sintomas faciais. EXAME FÍSICO Seguir a ponta do dedo do examinador. Sácades: movimentos oculares muito rápidos de refixação que permitem redirecionar a linha de visão. NISTAGMO Movimentos involuntários e repetitivos dos olhos. Fisiológico (durante acomodação visual durante o movimento da cabeça para fixar determinado objeto) ou patológico. V – NERVO TRIGÊMEO Reflexo córneo-palpebral, sensibilidade da face, motricidade da mandíbula e reflexo mandibular. Sensibilidade da face e das mucosas oral e nasal. O território de sensibilidade limita-se com o de C2. • Inervado por C2: ângulo da mandíbula, partes posterior e inferior do pavilhão auricular. SENSIBILIDADE DA FACE Divisão oftálmica (V1): fronte, pálpebra superior, olhos, órbita, parte anterior e medial do nariz e parte superior da cavidade nasal. Divisão mandibular (V2): sensibilidade da pálpebra inferior, asa do nariz, lábio superior e porção superior das bochechas, parte inferior da cavidade nasal e superior da oral. Divisão maxilar (V3): resto da face, parte inferior da cavidade oral, incluindo os 2/3 anteriores da língua (responsável pelo tato protopático). FUNÇÃO MOTORA Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 4 Musculatura da mastigação (componente motor da divisão mandibular). Exame físico: contrair com força a mandíbula e lateralizar a mandíbula. Paralisia unilateral: desvio homolateral da mandíbula ao abrir a boca. REFLEXO CÓRNEO-PALPEBRAL Com um algodão muito fino, encostar na córnea vindo lateralmente (e não anteriormente!), sem causar injúria. Normalidade: o paciente pisca direta e consensualmente. VII – NERVO FACIAL Inervação: motora da musculatura da mímica, autonômica das glândulas lacrimal, sublingual e submandibular e gustativa dos 2/3 anteriores da língua. EXAME FÍSICO Fechamento das pálpebras. Fazer bico, sorrir, franzir a testa, etc. Assimetria na mímica facial? Frontal ou rima labial. Queixas: desvio unilateral dos lábios, dificuldade para conter líquidos na boca, prejuízo na lacrimação, dor no meato acústico externo. Examinar hemilíngua de cada vez com cloreto de sódio e glicose hipertônica. VIII – NERVO VESTIBULOCOCLEAR Nervo coclear: audição. Nervo vestibular: equilíbrio, coordenação, orientação no espaço. • Núcleos vestibulares conectam-se com a medula, substância reticular ativadora, cerebelo e o fascículo longitudinal medial. SINTOMATOLOGIA Vertigem: sensação de movimento rotatório. • Vertigem central: constante, duradoura e menos intensa; náuseas e vômitos menos frequentes. Caso ocorra nistagmo, é do tipo central. • Vertigem periférica: episódica, intensa, com náusease vômitos. Nistagmo periférico. Deficiência auditiva e tinnitus EXAME FÍSICO Inspeção: inclinação do corpo e da cabeça para o lado acometido, mesmo quando sentado. • É esta latero-pulsão que dá origem à alteração de marcha e o sinal de Romberg de padrão vestibular. Teste do estímulo calórico: • Irrigação do canal auditivo externo com 250mL de agua fria ou quente. • Água fria: desvio tonico dos olhos para o lado estimulado, seguido por nistagmo com batidas rápidas para o lado oposto ao estimulado. • Água quente: desvio tônico dos olhos para o lado oposto ao estimulado, seguido por nistagmo com batidas rápidas para o lado estimulado. • Indivíduo em coma com tronco cerebral íntegro não apresentará nistagmo, mas apenas o desvio tônico. Teste de Rinne: • Testa a condução óssea colocando o diapasão no processo mastoide. Tontura é diferente de vertigem! Tontura é a sensação de desequilíbrio. Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 5 Quando o paciente para de sentir, coloca o diapasão na frente da orelha para testar a condução aérea. Quando para de escutar, o médico testa em sua própria orelha para sentir se realmente cessou, • Positivo: condução aérea (CA) = 2x condução óssea (CO). • Perda auditiva condutiva (Rinne negativo): CO melhor que CA. • Surdez neurossensorial: CA e CO comprometidos, mantém-se CA melhor que CO. Teste de Weber: • Diapasão em vibração na linha mediana sobre o vértice do crânio. • Avalia se a perda auditiva é de origem neural ou condutiva. o Condutiva: som lateralizado no lado envolvido. o Neurossensorial: som mais perceptível no ouvido normal. Teste da função vestibular: • Teste de Romberg: queda para o lado do labirinto lesado após ficar em posição ortostática de olho fechado por 1 minuto. • Marcha em estrela ou vestibular: ao solicitar que o paciente ande em linha reta e volte, ele faz um formato de estrela. IX – NERVO GLOSSOFARÍNGEO Inervação sensitiva geral e gustativa do 1/3 posterior da língua e parassimpática da glândula parótida. EXAME FÍSICO Sensibilidade geral do 1/3 posterior da língua com um abaixador de língua. • Se o paciente sentir o toque, o n. glossofaríngeo está preservado. • Se o toque promover o reflexo nauseoso, tem se indicação de preservação do n. vago. X – NERVO VAGO Inervação parassimpática cervical, torácica e boa parte da abdominal. Divide com o IX NC: sensibilidade geral da faringe e isoladamente da laringe, traqueia, esôfago e vísceras torácicas e abdominais. Sensibilidade gustativa da epiglote. LESÃO Disartria e disfonia. Disfagia alta e regurgitação Unilateral: silenciosa. Bilateral: incompatível com a vida. EXAME MOTOR DO IX E X NC O exame clínico do IX e a porção motora do X é realizado em conjunto. Realizam a inervação sensitiva e motora da orofaringe e laringe. Exame motor: • Nervo vago (X): m. levantador do véu palatino e da úvula. • Nervo glossofaríngeo (IX): músculo constrictor da faringe. Perda da gustação do 1/3 posterior da língua. Reflexo palatino (sinal da cortina): avalia a inervação do palato mole. Abrir a boca e, em repouso, o examinador observa o palato e úvula, que deve estar centralizada. Depois pede-se que o paciente fale “Ah” Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 6 por alguns segundos e então observa-se. O normal é que a úvula se mantenha centralizada. Se houver lateralização da úvula, indica uma lesão do lado oposto ao desvio da úvula. Isso é conhecido como “sinal da cortina”. Reflexo faríngeo (nauseoso / deglutição): provocado por estímulos em toda a região posterior da cavidade oral e orofaringe. Paresia ou paralisia do IX e X NC: assimetria do arco palatal, cm queda do lado afetado. EXAME SENSITIVO DO IX E X NC Reflexo de ânsia: • IX nervo: porção aferente (sensitiva). • X nervo: porção eferente (motora). LESÕES E SÍNDROMES DO IX NC • Raras lesões ou síndromes isoladas do IX, normalmente são concomitantemente entre o IX e X (inclusive com o XI). • Causas: neoplasias, infecções, abcesso retrofaríngeo, isquemia do tronco cerebral. • Sintomatologia: perda da gustação do 1/3 posterior da língua e do reflexo do vômito na área lateral à lesão. XI – NERVO ACESSÓRIO Motricidade do m. esternocleidomastóideo e m. trapézio. Causas: TCE, tumores, doenças desmielinizantes, FAF, FAB, lesões do tronco cerebral inferior ou ME, meningite, lesões iatrogênicas. EXAME FÍSICO Movimentos do pescoço e ombros: • Rotação lateral do pescoço, palpando o m. esternocleidomastóideo. • Elevação dos ombros (m. trapézio). Atrofia unilateral do esternocleidomastóideo: dificuldade para rotacionar a cabeça contra-lateralmente ou flexionar o pescoço contra resistência. Atrofia unilateral do trapézio: ombro deprimido com o deslocamento da escápula para baixo e para o lado e o braço pende. síndrome da escapula alada. Atrofia bilateral do esternocleidomastóideo: dificulta a flexão do pescoço anteriormente. Atrofia bilateral do trapézio: síndrome da cabeça caída. XII – NERVO HIPOGLOSSO Músculos da língua. • Dentro da boca, língua desvia para o lado são, • Fora da boca, língua desvia para lado comprometido. EXAME FÍSICO Avaliar força, volume, destreza e consistência da língua. • Colocar e sustentar a ponta da língua contra cada bochecha. Universidade Potiguar Gabriela Pessoa - P4 7 Buscar sinais de atrofia, fasciculações e dificuldades em movimentos. Observar língua em repouso. Protrusão da língua: para diagnosticas casos de lesões unilaterais do hipoglosso. • O ápice da língua desvia se em direção ao lado paralisado.
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