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Semiologia Nervos Cranianos

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Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
NERVOS CRANIANOS 
Os 12 nervos cranianos têm origem no tronco 
encefálico ou se dirigem para ele, com exceção dos 
dois primeiros, que, por sinal, não têm características 
morfológicas de nervo, e sim de tecido cerebral e do 
ramo externo do XI, cuja origem se encontra na 
medula cervical. 
Os nervos cranianos: 
I. Nervo Olfatório: é um nervo totalmente sensitivo 
que se origina no teto da cavidade nasal e leva 
estímulos olfatórios para o bulbo e trato olfatório, 
os quais são enviados até áreas específicas do 
telencéfalo. 
II. Nervo Óptico: nervo puramente sensorial que se 
origina na parte posterior do globo ocular (a 
partir de prolongamentos de células que, 
indiretamente, estabelecem conexões com os 
cones e bastonetes) e leva impulsos luminosos 
relacionados com a visão até o corpo 
geniculado lateral e, daí, até o córtex cerebral 
relacionado com a visão. 
III. Nervo Oculomotor: nervo puramente motor que 
inerva a maior parte dos músculos extrínsecos do 
olho (Mm. oblíquo inferior, reto medial, reto 
superior, reto inferior e levantador da pálpebra) 
e intrínsecos do olho (M. ciliar e esfíncter da 
pupila). Indivíduos com paralisia no III par 
apresentam dificuldade em levantar a pálpebra 
(que cai sobre o olho), além de apresentar 
outros sintomas relacionados com a 
motricidade do olho, como estrabismo 
divergente (olho voltado lateralmente). 
IV. Nervo Troclear: nervo motor responsável pela 
inervação do músculo oblíquo superior. Suas 
fibras, ao se originarem no seu núcleo 
(localizado ao nível do colículo inferior do 
mesencéfalo), cruzam o plano mediano (ainda 
no mesencéfalo) e partem para inervar o 
músculo oblíquo superior do olho localizado no 
lado oposto com relação à sua origem. Além 
disso, é o único par de nervos cranianos que se 
origina na parte dorsal do tronco encefálico 
(caudalmente aos colículos inferiores). 
V. Nervo Trigêmeo: apresenta função sensitiva 
(parte oftálmica, maxilar e mandibular da face) 
e motora (o nervo mandibular é responsável 
pela motricidade dos músculos da mastigação: 
Mm. temporal, masseter e os pterigóideos). 
Além da sensibilidade somática de 
praticamente toda a face, o componente 
sensorial do trigêmeo é responsável ainda pela 
inervação exteroceptiva da língua (térmica e 
dolorosa). 
VI. Nervo Abducente: nervo motor responsável pela 
motricidade do músculo reto lateral do olho, 
capaz de abduzir o globo ocular (e, assim, 
realizar o olhar para o lado), como o próprio 
nome do nervo sugere. Por esta razão, lesões do 
nervo abducente podem gerar estrabismo 
convergente (olho voltado medialmente). 
VII. Nervo Facial: é um nervo misto e que pode ser 
dividido em dois componentes: N. facial 
propriamente dito (raiz motora) e o N. 
intermédio (raiz sensitiva e visceral). 
Praticamente toda a inervação dos músculos 
da mímica da face é responsabilidade do nervo 
facial; por esta razão, lesões que acometam 
este nervo trarão paralisia dos músculos da face 
do mesmo lado (inclusive, incapacidade de 
fechar o olho). O nervo intermédio, 
componente do próprio nervo facial, é 
responsável, por exemplo, pela inervação das 
glándulas submandibular, sublingual e lacrimal, 
além de inervar a sensibilidade gustativa dos 2/3 
anteriores da língua. 
VIII. Nervo Vestíbulo-coclear: é um nervo formado 
por dois componentes distintos (o N. coclear e o 
N. vestibular); embora ambos sejam puramente 
sensitivos, assim como o nervo olfatório e o 
óptico. Sua porção coclear traz impulsos 
gerados na cóclea (relacionados com a 
audição) e sua porção vestibular traz impulsos 
gerados nos canais semi-circulares 
(relacionados com o equilíbrio). 
IX. Nervo Glossofaríngeo: Função mista. 
Responsável por inervar a glándula parótida, 
além de fornecer sensibilidade gustativa para o 
1/3 posterior da língua. É responsável, também, 
pela motricidade dos músculos da deglutição. 
X. Nervo Vago: considerado o maior nervo 
craniano, ele se origina no bulbo e se estende 
até o abdome, sendo o principal representante 
do sistema nervoso autânomo parassimpático. 
Com isso, está relacionado com a inervação 
parassimpática de quase todos os órgãos 
torácicos e abdominais. Traz ainda fibras 
aferentes somáticas do pavilhão e do canal 
auditivo externo. 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
XI. Nervo Acessório: inerva os Mm. 
esternocleidomastóideo e trapézio, sendo 
importante também devido as suas conexões 
com núcleos dos nervos oculomotor e vestíbulo-
coclear, por meio do fascículo longitudinal 
medial, o que garante um equilíbrio do 
movimento dos olhos com relação ä cabeça. 
Na verdade, a parte do nervo acessório que 
inerva esses músculos é apenas o seu 
componente espinhal (5 primeiros segmentos 
medulares). O componente bulbar do acessório 
pega apenas uma “carona” para se unir com o 
vago, formando, em seguida, o nervo laríngeo 
recorrente. 
XII. Nervo Hipoglosso: inerva a musculatura da 
língua. 
NERVO OLFATÓRIO (I PAR) 
Nervo exclusivamente sensitivo. As impressões 
olfatórias são recolhidas pelos receptores da 
mucosa nasal e conduzidas aos centros corticais da 
olfação, situados nos hipocampos (núcleo 
amigdalino e uncus), após atravessarem os dois 
lobos frontais. Tem origem no bulbo olfatório do 
encefalo. Tem origem craniana na lamina crivosa do 
osso etmoide. 
É importante saber da origem craniana pois quando 
há lesao nessa area do cranio, afeta o olfato. 
 
EXAME DA OLFAÇÃO (SMELL IDENTIFICATION 
TESTE – UPSIT) 
Empregam-se substâncias com odores conhecidos: 
café, canela, cravo, tabaco, álcool etc. De olhos 
fechados, o paciente deve reconhecer o aroma 
que o examinador colocar diante de cada narina, 
sendo que a primeira a ser examinada deve ser a 
com anormalidade olfatória. Deve-se perguntar ao 
paciente se o mesmo: 
 Sentiu algum cheiro? (Positivado indica 
continuidade da via) 
 Qual o cheiro? (se correto indica função 
cortical intacta) 
 
Afastadas as condições que impeçam o 
reconhecimento do odor (resfriado comum, atrofia 
de mucosa), as alterações deficitárias (hiposmia e 
anosmia) ganham maior significado clínico, pois 
dependem de distúrbios neurológicos, como sífilis 
nervosa, fratura do andar anterior da base do crânio 
e neoplasia da goteira olfatória. 
 Anosmia: abolição do olfato 
 Hiposmia: redução do olfato 
De outra parte, existem alterações da olfação por 
lesões corticais que compreendem os seguintes 
tipos: 
• Parosmia: perversão do olfato 
• Alucinações olfatórias 
• Cacosmia: uma sensação olfatória 
desagradável na ausência de qualquer 
substância capaz de originar odor. 
Essas manifestações, às vezes referidas durante a 
anamnese, têm de ser levadas em consideração, 
pois podem representar verdadeiras crises 
epilépticas, por lesão do úncus hipocampal. São 
chamadas crises epilépticas uncinadas. 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
É necessário relatar ainda se o distúrbio olfativo é 
bilateral ou unilateral. 
NERVO OPTICO (II PAR) 
Não é um nervo verdadeiro. É constituído por um 
grosso feixe de fibras nervosas que se originam na 
retina, emergem próximo ao polo posterior de cada 
bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal 
óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado 
oposto, formando o quiasma óptico, onde há 
cruzamento parcial de suas fibras, as quais 
continuam no trato óptico até o corpo geniculado 
lateral e em seguida para o córtex visual (occipital). 
Tem origem encefálica no quiasma optivo e origem 
craniana no canal optico. O nervo óptico é um 
nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras 
conduzem impulsos visuais, classificando-se, pois, 
como aferentes somáticas especiais. 
 
 
Principais queixas: 
• Amaurose: perda visual 
• Ambliopia: perda ou diminuição da visão na 
ausencia de lesão estrutural 
• Hemianopsia: metade do campo visual 
(homônima/heterônima)• Escotomas: pontos no campo visual 
(positivo/negativo) 
• Quadrantopsia: perda de um quadrante 
O que perguntar: 
• Monoocular/biocular? 
• Todo campo visual ou algum ponto? 
• Subita ou gradual? 
• Persistente ou flutuante? 
• Dor ocular? 
• Alterações nas palpebras/globo 
ocular/pupilas? 
As imagens são recolhidas na retina por meio dos 
cones e bastonetes, e conduzidas ao centro da 
visão no lobo occipital, pelos axônios que constituem 
o nervo, o quiasma e o trato óptico, o corpo 
geniculado lateral e as radiações ópticas. O nervo 
óptico é examinado da seguinte maneira: 
EXAME DE ACUIDADE VISUAL 
Pede-se ao paciente que diga o que vê na sala de 
exame (na parede, na mesa) ou leia alguma coisa. 
Examina-se cada olho em separado. As queixas 
podem ser uni ou bilaterais e costumam ser 
causadas por neurite retrobulbar, neoplasias e 
hipertensão intracraniana. Para realização é 
utilizado o: 
TESTE DE SNELLEN (20 PÉS – 6M): 
Paciente pode usar óculos. O paciente tem que 
acertar mais que 50% da linha; 
 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
CARTÃO DE ROSENBAUM (36CM); 
Usado para avaliar a visão de perto. 
 
TESTE DE PINHOLE 
Se melhorar ao tapar o problema é de rarefação 
(astigmatismo), ao piorar é uma neuropatia óptica. 
 
CAMPO VISUAL (CAMPIMETRIA DE CONFRONTAÇÃO) 
O campo visual pode ser grosseiramente avaliado 
pelo método de confrontação. Examinador e 
paciente ficam frente a frente, à distância de 60 cm 
a 1 m, com olhos opostos ocluídos, isto é, olho direito 
de um e esquerdo de outro. Cada um olha para o 
nariz do outro e o examinador estende o seu braço 
para o lado, a meia distância entre ambos, de modo 
que os dedos fiquem na periferia do campo visual. 
Movendo o indicador (ou pedindo ao paciente que 
diga se um ou dois dedos são mostrados), a mão é 
lentamente aproximada e o paciente deve 
perceber o movimento simultaneamente com o 
examinador. Cada olho é testado isoladamente, nos 
quatro quadrantes. Após o teste individual, ambos os 
olhos são testados simultaneamente para 
negligência visual, como pode ocorrer nas lesões 
hemisféricas direitas. 
A maioria das alterações dos campos visuais tem 
valor localizador e devem ser relatados: localização 
específica da perda, sua forma, agudeza das bordas 
(isto é, com que rapidez as imagens se alteram de 
normal para anormal através do campo) e se a sua 
concordância com o campo visual do outro olho 
tende a implicar áreas específicas do sistema visual. 
A localização é possível e necessária porque 
detalhas da organização anatômica em qualquer 
nível predispõem a tipos particulares de perda. 
O distúrbio básico do campo visual é escotomia, que 
consiste em uma falha dentro do campo visual, ou 
seja, cegueira para uma parte deste campo. 
Quando a escotomia atinge metade do campo 
visual, passa a ser denominado hemianopsia. A 
hemianopsia pode ser heterônima (quando são 
acometidos lados diferentes dos campos visuais, ou 
seja, desaparece a visão nos campos nasais ou nos 
campos temporais) ou homônima (acometimento 
do mesmo lado do campo visual de cada olho, ou 
seja, desaparece a visão do campo temporal de um 
olho e do campo nasal do olho do lado oposto). A 
amaurose é o termo que se dá a perda súbita da 
visão devido a um distúrbio central. 
 
FUNDOSCOPIA 
Com o oftalmoscópio, o fundo de olho toma-se 
perfeitamente visível. O neurologista não pode 
prescindir desse exame, que constitui verdadeira 
biopsia incruenta. Podem ser reconhecidos o tecido 
nervoso (retina e papila óptica) e os vasos (artérias, 
veias e capilares), que evidenciam fielmente o que 
se passa com as estruturas análogas na cavidade 
craniana. 
Entre as alterações que podem ser encontradas, 
destacam-se: a palidez da papila, a qual significa 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
atrofia do nervo óptico; a estase bilateral da papila, 
que traduz hipertensão intracraniana, e as 
modificações das arteríolas, que aparecem na 
hipertensão arterial. 
• Direta x Indireta 
• Sala escura 
• Solicitar ao paciente para fixar o olhar em um 
ponto distante 
• Disco optico normal: 
amarela/ovalada/posição nasal 
• Macula: palida/posição temporal 
• Paremetros: 
coloração/escavação/contornos 
 
O posicionamento deve ser contralateral (olho 
direito do paciente com esquerdo do examinador e 
virse versa), usar dedos para apoiar o oftalmoscópio 
no rosto do paciente e apoiar a outra mão em sua 
cabeça. 
 
REFLEXO FOTOMOTOR 
A via aferente do reflexo fotomotor é realizada pelo 
2° nervo craniano a eferente é pelo 3° nervo 
craniano. O exame é realizado com o intuito de 
testar contração da pupila. Para isso, utiliza-se uma 
fonte luminosa, posicionada lateralmente em 
relação ao olho do paciente. São testados dois tipos 
de reflexos: 
• Direto: contração pupilar (miose) no olho 
iluminado; 
• Consensual: contração da pupila no olho 
contralateral; 
 
 
NERVOS OCULOMOTORES (II I/IV/VI PARES) 
NERVO III (OCULOMOTOR) 
Função motora e autonômica. Inerva os músculos 
extrínsecos do globo ocular (elevador da pálpebra 
superior, reto superior, reto inferior, reto medial e 
oblíquo inferior). Tem origem encefálica sulco medial 
no pedunculo cerebral. Origem craniana na fissura 
orbital superior. 
NERVO IV (TROCLEAR) 
Função motora, inverva musculo obliquo superior do 
olho. Tem origem encefálica no véu medular 
superior. Origem craniana na fissura orbital superior. 
NERVO VI (ABDUCENTE) 
Função motora. Inerva musculo reto lateral, sendo 
um nervo longo. Origem encefalica no sulco bulbo 
pontino. Origem craniana na fissura orbital superior. 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
 
 
Além disso, o nervo oculomotor possui fibras 
responsáveis pela inervação pré-ganglionar dos 
músculos intrínsecos do bulboocular: o músculo ciliar, 
que regula a convergência do cristalino, e o músculo 
esfíncter da pupila. Estes músculos são lisos, e as 
fibras que os inervam classificam-se como eferentes 
viscerais gerais. 
Os nervos motores oculares são examinados 
conjuntamente na avaliação da motricidade 
ocular. 
As queixas frequentes são: 
 Diplopia: visão dupla; 
 Desvio do olho: estrabismo (convergente ou 
divergente). 
MOTILIDADE EXTRÍNSECA 
A posição do globo ocular é dada pelo 
pocionamento harmônico dos vários músculos. Caso 
haja predomínio de um deles (por paresia ou 
paralisia de seu antagonista), ocorre o que se 
chama estrabismo (desvio do olho de seu eixo 
normal), que pode ser horirontal (convergente ou 
divergente) ou vertical (superior ou inferior), e isso vai 
depender se o desvio é em uma ou em outra 
direção. Na presença de estrabismo, pelo menos na 
fase inicial, o paciente reclama de visão dupla ou 
diplopia. 
 
O exame é feito em cada olho separadamente e, 
depois, simultaneamente, da seguinte maneira: 
estando o paciente com a cabeça imóvel, o 
examinador solicita a ele que desloque os olhos nos 
sentidos horizontal e vertical. No exame simultâneo, 
acrescenta-se a prova da convergência ocular, que 
é feita aproximando gradativamente um objeto dos 
olhos do paciente. 
As causas mais frequentes de lesões dos nervos 
oculomotores são traumatismos, diabetes melito, 
aneurisma intracraniano, hipertensão intracraniana 
e neoplasias da região selar. 
 
 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
 
MOTILIDADE INTRÍNSECA 
Dinamicamente, a pupila é examinada por meio de 
um feixe luminoso (lanterna de bolso) e pela 
convergência ocular. Em ambiente de pouca 
luminosidade, o paciente deve olhar para um ponto 
mais distante. O examinador incide o feixe de luz em 
uma pupila e observa a resposta nos dois lados. 
Chama-se reflexo fotomotor direto a contração da 
pupila na qual se fez o estímulo, e de reflexo 
fotomotor consensual a contração da pupila 
oposta. Em seguida, aproxima-se dos olhos um 
objeto, e as pupilas se contrairão normalmente- é o 
reflexo da acomodação. 
 
TESTE DE SACCADES 
O teste de sacada avalia a capacidade do 
paciente de mover com precisão os olhos de um 
ponto focal designado para outro em um único 
movimento rápido. A capacidade de realizar com 
precisão o teste de sacada avalia o sistema 
vestibular central do paciente. Pode ser feito 
também com um dedo posicionado no nariz do 
paciente e o outro no seu campo visual. 
 
TESTE DE CONVERGÊNCIA 
 
NERVO TRIGEMIO (V PAR) 
Tem origem encefálica entre a ponte e o pedúnculo 
cerebelar médio. Tem origem craniana na fissura 
orbital superior (V1), forame redondo (V2) e forame 
oval (V3). 
• Ramo oftálmico (V1) 
• Ramo maxilar (V2) 
• Ramo mandibular (V3) 
 
O trigêmeo é nervo misto, constituído de várias 
raizes: 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
• Raiz motora, representada pelo nervo mastigador, 
que inerva os músculos destinados à mastigação 
(temporal, masseter e pterigóideos). Avalia-se a 
lesão unilateral da raiz motora pela observação dos 
seguintes elementos: 
o Atrofia das regiões temporais e masseterinas 
o A abertura da boca promove desvio da 
mandíbula para o lado da lesão 
o Ao trincar os dentes, nota-se debilidade do 
lado paralisado 
o Há dificuldade do movimento de 
lateralização da mandíbula 
• Raízes sensoriais que compreendem os nervos 
oftálmico, maxilar e mandibular. 
 
EXAME MOTOR: 
 Solicitar ao paciente que feche a boca, 
palpar o masseter/temporal; 
 Abrir a boca contra resistência; 
 Movimentos de lateralização da mandíbula 
(pterigoideos); 
 Impressão dentaria dos molares (abaixador 
da língua) 
 
EXAME SENSITIVO (TESTAR EM AMBOS OS LADOS): 
 Testar calor, frio, tato, dor. (Usar palito, 
diapasão, etc.) 
 Reflexo corneopalpebral. (Usar algodão e 
encostar na pálpebra) 
 
 
NERVO FACIAL (VII PAR) 
O nervo facial é considerado um nervo misto, 
apresentando um componente motor (somático e 
visceral) e outro sensorial gustatório e sensitivo para 
parte do pavilhão auricular. Ele emerge do sulco 
bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo 
facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e 
visceral, o nervo intermédio. Tem origem craniana no 
forame estilomastoideo. 
Função Mista: 
 Motora: musculatura mimica da face; 
 Sensitiva e autonômica: O nervo intermédio 
é responsável, principalmente, pela 
sensibilidade gustatória dos 2/3 anteriores 
da língua e pela inervação parassimpática 
da glândula lacrimal e das glândulas 
sublingual e submandibular. 
COMO EXAMINAR: 
No exame de rotina, solicitamos que o paciente 
realize movimentos como franzir a testa, fechar os 
olhos com força contra a resistência, mostrar os 
dentes como num sorriso forçado e abrir a boca 
para que se avalie e simetria dos sulcos 
nasogenianos. Assobiar e encher as bochechas de 
ar são outras técnicas para testar fraqueza sutil. 
 Observar a face do paciente (simetria x 
assimetria), fissuras palpebrais e pregas 
nasolabiais, ver se há desvio da comissura 
labial; 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
 
 
Quando há paralisia total de um lado da face, é 
uma paralisia periférica. Quando há preservação do 
olho mas a boca é afetada, é central. 
Nos casos de paralisia facial periférica, a face pode 
ter um aspecto “aplainado” (em rugas) e quando o 
paciente sorri, o músculo facial contralateral 
saudável puxa para cima a metade oposta da 
boca. Os pacientes frequentemente não 
conseguem manter água na boca e a saliva pode 
pingar constantemente do lado paralisado. Nas 
paralisais periféricas do nervo facial, os pacientes 
também são incapazes de fechar o olho ipsilateral 
ou de enrugar a testa no lado afetado. Contudo, 
embora a pálpebra não possa fechar, os globos 
oculares viram para cima quando o indivíduo tenta 
fechá-las, removendo as pupilas de observação. Isto 
é conhecido como fenômeno de Bell. 
Deve-se tomar conta que a incapacidade de fechar 
os olhos sugere paralisia do VII par, enquanto a 
queda palpebral (ptose) sugere paralisia do III par 
(ou mesmo de fibras simpáticas responsáveis pela 
inervação da parte tarsal do levantador da 
pálpebra). 
 
Quando o exame revela presença da paralisia facial 
periférica, isto é, que afeta toda a hemiface, há 
necessidade de pesquisar a sensibilidade gustativa 
dos dois terços anteriores da língua para verificar se 
o nervo intermédio também foi atingido. O 
comprometimento associado do intermédio é muito 
sugestivo de que a lesão situe-se fora do tronco 
cerebral. 
A sensibilidade gustativa é pesquisada 
empregando-se soluções de sabor doce, salgado, 
amargo e ácido, com o auxílio de um algodão 
montado numa espátula. A língua é exteriorizada e 
enxuta com gaze, e a substância colocada em 
vários pontos. O paciente não deve falar para não 
difundir a solução pela boca, e pode nomear os 
sabores apontando para seus nomes escritos em um 
papel colocado ä sua frente. 
 
Em adição, outro pequeno ramo motor do nervo 
facial inerva o músculo estapédio. Isso ajuda a 
modular a vibração da membrana timpânica e 
atenua os sons quando o indivíduo é exposto a sons 
de intensidade muito elevada (reflexo do 
estapédio). Quando esta parte do nervo facial é 
afetada, o paciente passa a sofrer com hiperacusia, 
um aumento da percepção do som, quando ouve 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
primariamente com o ouvido ipsilateral. Quando o 
paciente tenta falar ao telefone, por exemplo, o 
mantém longe de seu ouvido para diminuir a 
intensidade do som do fone. 
 
NERVO VESTIBULO-COCLEAR (VIII PAR) 
O VIII par é constituído por dois grupos de fibras 
perfeitamente individualizadas que formam, 
respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É 
um nervo exclusivamente sensitivo, de origem 
encefálica no sulco do bulbo pontinho e origem 
craniana no meato acústico interno/osso temporal. 
Lesões do nervo vestíbulo-coclear causam 
diminuição da audição, por comprometimento da 
parte coclear do nervo, juntamente com vertigem 
(tontura), alterações de equilíbrio e enjôo, por 
envolvimento da parte vestibular. Ocorre também 
um movimento oscilatório dos olhos denominado 
nistagmo. 
EXAME AUDITIVO: 
 Anamnese: perda auditiva, deficiência, uni 
ou bilateral, perda súbita, gradual, 
progressiva, como se percebeu, etc. 
 Esfregar o polegar e o dedo indicador em 
conjunto a 2 polegadas de distância de 
cada orelha; 
 Teste de voz sussurrada; 
Confirmado o distúrbio auditivo, com duas 
aplicações diferentes do diapasão padrão, é 
possível diferenciar entre a surdez neurológica 
causada por dano coclear ou nervosa e aquela 
causada por surdez de condução, que depende de 
lesões ou obstrução (cerume ou corpo estranho) da 
orelha externo ou médio. 
TESTE DE RINNE (DIAPASÃO 512): 
Com o teste de Rinne, um diapasão vibrante é 
colocado sobre o processo mastóide do paciente. 
Logo que o paciente se torna incapaz de apreciar o 
som, o instrumento é deslocado para perto da 
abertura do canal auditivo externo para avaliar a 
condução aérea. Se o indivíduo tiver audição 
normal, a condução aérea é melhor do que a 
condução óssea. Se o paciente tiver surdez nervosa, 
as conduções aérea e óssea estão diminuídas, mas 
a condução aérea ainda é melhor do que a óssea. 
Em contraste, este achado está invertido em 
pacientes com patologia da orelha média, ou seja, 
surdez de condução, de modo que a condução 
óssea quase não se altera. Isso ocorre porque existe 
uma transmissão por via óssea até o nervo que, se 
estiver lesado (surdez nervosa), a transmissão via 
óssea é interrompida, e a condução aérea é melhor; 
mas se o problema não estiver no nervo, mas em 
alguma estrutura da orelha média (surdez de 
condução), a vibração é propagada pelo osso até 
o nervo, de modo que a condução óssea seja 
melhor que a aérea. 
o Positivo: CA>CO (normal/neurossensorial) 
o Negativo: CO>CA (condução) 
 
TESTEDE WEBER (DIAPASÃO 512): 
É realizada colocando o diapasão no vértice do 
crânio ou na fronte, perguntar se está ouvindo bem 
em ambos os lados ou apenas 1. 
 Lateralização para ouvido bom: perda 
neurossensorial 
 Lateralização para ouvido ruim: perda de 
condução 
 Sem lateralização: normal/hipoacusia 
bilateral 
 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
EXAME SISTEMA VESTIBULAR: 
 Equilíbrio estático (roomberg); 
 Equilíbrio dinâmico (marcha): 10 passos para 
a frente e para trás; 
 Pesquisa de nistagmo (movimentos na 
horizontal, vertical, rotatório) – óculos de 
Frenzel. 
 
 Reflexo vestíbulo ocular (RVO): 
MANOBRA DE DIX-HALLPIKE 
Posicionar paciente sentado na maca, segurar a 
cabeça por trás, virar a cabeça de um lado e deitar 
o paciente. Em decúbito, observar a movimentação 
dos olhos. Em seguida, sentar novamente o 
paciente, posicionando sua cabeça centralmente. 
Repetir o mesmo do outro lado, ver se apresenta 
nistagmo. 
 
 
 
 
 
TESTE DO ESTIMULO CALÓRICO 
Teste para avaliar disfunção no sistema vestibular ou 
morte cerebral. Realizar otoscopia, posicionar o 
paciente em decúbito dorsal a 30°, irrigar o conduto 
auditivo com 50ml de agua fria por 60s com uma 
seringa, observar desvio tônico dos olhos para o lado 
estimulado (quente: do lado oposto) 
 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
TESTE DO IMPULSO DA CABEÇA 
Para investigar paciente com caso de vertigem, 
tontura. Segurar a cabeça do paciente sentado à 
sua frente, com duas mãos na região bitemporal, 
examinador solicita que ele fixe um alvo e realiza 
movimento de grande aceleração e pequena 
amplitude. Observar se os olhos se mantem fixo no 
alvo. A existência de sácade para refixação significa 
diminuição do reflexo vestíbulo ocular. 
 
NERVO GLOSSOFARINGEO (IX PAR) 
Possui origem encefálica no sulco posterior do bulbo 
e origem craniana no forame jugular. É de função 
mista: 
 Sensitiva: 1/3 posterior da língua 
 Parassimpática: glândula parótida 
 Motora: elevação e dilatação da faringe 
(conjunto com nervo vago) 
Queixas na Anamnese: 
 Agusia: abolição do gosto 
 Hipogeusia: diminuição 
 Parageusia: perversão 
 Disfagia: dificuldade de engolir 
COMO EXAMINAR 
 4 sabores 
 1/3 posterior da língua: exteriorizar a língua, 
colocar sabor, secar com gaze entre um e 
outro, o paciente deve apontar o gosto 
experimentado 
 Sensibilidade: tocar 1/3 posterior da língua 
com abaixador 
NERVO VAGO (X PAR) - ASSOCIAÇÃO COM O IX NC 
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Tem 
origem encefálica no sulco lateral posterior do bulbo 
e origem craniana no forame jugular. Função mista: 
 Motora: palato mole, faringe e laringe 
(eferencias nos reflexos de vômitos e tosse) 
 Fibras autonômicas parassimpáticas 
 Sensitiva: epiglote, laringe, faringe, conduto 
auditivo externo, área cutânea retroauricular 
COMO EXAMINAR: 
Um paciente com paresia do nervo glossofaríngeo 
apresenta uma queda do palato do lado afetado e, 
quando se pede ao paciente que produza um som, 
a úvula é desviada para o lado não-afetado. O 
exame é realizado solicitando-se ao paciente que 
abra a boca e diga “ah”. Observa- se que há 
simetria na elevação do palato, se a úvula continua 
na linha mediana e se a rafe mediana da faringe se 
eleva. Em lesões unilaterais, o palato do lado 
afetado não sobe e a úvula desvia-se para o lado 
oposto ao da lesão devido ä contração normal do 
palato. A rafe da faringe é desviada para o lado são, 
lembrando o movimento de uma cortina puxada 
para um lado (sinal da cortina). 
 
 Reflexo do vomito: encostar na região da 
faringe rapidamente, não ficar na frente do 
paciente; 
NERVO ACESSÓRIO (XI PAR) 
O nervo acessório é formado por uma raiz craniana 
e uma espinhal, sendo um nervo essencialmente 
motor. Origem encefálica no sulco lateral posterior 
do bulbo e medula. Origem craniana no forame 
jugular. Função motora: 
 Trapézio/esternocleidomastoideo 
 Faringe/laringe 
COMO EXAMINAR: 
 Esternocleidomastoideo: solicitar ao 
paciente para girar a cabeça contra uma 
resistência fornecida ela mão do examinador 
colocada sobre a mandíbula 
Laura Costa Santos – 3° semestre - Medicina 
 
 
 Trapézio: solicitar que eleve os ombros contra 
a resistência da mão do examinador. 
Paciente sem blusa, com os braços esticados 
para baixo (ver se um está mais baixo que o 
outro) 
 
NERVO HIPOGLOSSO (XII PAR) 
O nervo hipoglosso é responsável pela inervação 
dos músculos intrínsecos da língua. Origem 
encefálica no sulco lateral anterior do bulbo. Origem 
craniana no canal hipoglosso. 
Como examinar: 
 Inspeção no interior da cavidade da língua. 
Observar desvios, atrofia ou fasciculações; 
 Inspeção dinâmica: solicitar ao paciente 
para exteriorizar a língua e realizar 
movimentos de lateralidade e verticalidade; 
 Palpação: trofismo e tonicidade. Colocar o 
dedo externamente a bochecha e pedir ao 
paciente para empurrar com a língua. 
 
 
REFERENCIAS 
Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª 
Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan. 
Exame Neurológico - Parte 1 (Nervos cranianos): 
https://www.youtube.com/watch?v=8Pdlx5gjCh4&t
=22s 
Exame Neurológico - Parte 2 (Nervos Cranianos): 
https://www.youtube.com/watch?v=wZvxplJZfvQ&t
=5s

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