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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Síndrome de Guillan-Barre Desordem neuromuscular; Polirradiculoneuropatia (envolvimento de vários nervos periféricos) aguda, inflamatória, monofási- ca, desmielinizante (perda de força); Variantes; Principal causa de paralisia flácida aguda; Homens-mulheres (1,5:1); Pode acontecer em qualquer faixa etária, mas acomete mais adultos-idosos; 2/3 dos casos ➝ infecção 6 semanas antes; Gastroenterite ou infecção respiratória; Campylobacter jejuni (principal agente gerador do gatilho), CMV, EBV, influenza A, Mycoplasma pneumoniae, Haemophilus influenzae, Hepatites (A, B, E), Zika vírus; Quando suspeitar de SGB? Apresentação típica; apresentação atípica; variantes; ➝ Perda de força ascendente progressivamente comprometendo os membros + alterações sensoriais; ➝ Proteínas elevadas, mas não há aumento de celularidade na análise do líquor ➝ dissociação proteína-célula; ➝A infecção é apenas um gatilho; Fisiopatologia Potenciais gatilhos: infecções, vacina, cirurgia; Neuropatia periférica imunomediada; Anticorpos (células-T) são estimulados pelos epí- topos antigênicos do agente infeccioso atuando so- bre a mielina ➝ mesmo que infecção gerada esti- mule a produção de anticorpos, os epítopos “con- fundem” o sistema imunológico e ao invés dos an- ticorpos atacarem somente o agente invasor, tam- bém causam uma ação destrutiva na bainha de mi- elina ➝ lesão desmielinizante à nível de periferia; Variantes: Anticorpos anti-gangliosídeo; ➝ Lesão na bainha de mielina: à nível do nódulo de Ranvier (lesão axonal); à nível da própria bainha de mielina (lesão desmie- linizante sem comprometimento axonal); ➝ Variante de Miller Fisher: ataxia, arreflexia e alteração na movimentação ocular; ➝ A esclerose múltipla é uma doença desmielinizante de SNC, já a Síndrome de Guillan-Barre é uma doença desmielinizante de SN periférico; ➝ SGB não é considerada neurodegenerativa - não envolve SNC, envolve SN periférico; Apresentação típica Sinais e sintomas evoluem em 2 semanas (sinto- matologia começa de forma gradativa e vai evolu- indo em 2 semanas); Dor lombar; Parestesias (distal) ➝ “como se tivesse pinicando o pé, como se tivesse com o pé num formigueiro”; Paresia (proximal) ➝ MMII – ascendente; Arreflexia global; Musculatura facial e orofaríngea (50%) ➝ dificul- dade para se comunicar e engolir determinados alimentos; Insuficiência respiratória (22%); Disautonomia (taquicardia, sudorese, hipotensão); Apresentação atípica Sintomas assimétricos; Predomínio proximal ou distal; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Pode começar em MMSS ou nos 4 membros; Dor difusa ou alteração de par craniano anteceden- do os sintomas motores sensitivos; Reflexos normoativos ou vivos; Variantes Forma clássica: sensitivo-motora (AIDP); mais comum; Variante axonal motora pura; perda de força; Paralisia facial bilateral com parestesias (acidentes vasculares são unilaterais); Variante faríngea-cérvico-braquial ➝ alterações motoras começam em MMSS; se localizam em re- gião mais superior, comprometendo à nível cervi- cal e à face; Variante paraparética ➝ geralmente a perda de força, e essa alteração da paresia e da parestesia é até nível T10; Síndrome de Miller Fisher (oftalmoplegia, arrefle- xia e ataxia); Variante sensitiva pura (alteração sensorial em “bota e luva”); Encefalite de Bickerstaff ➝ única que há redução de consciência, associada a perdas motoras e alte- rações parestésicas, ataxia; Axonais ➝ AMAN (alterações motoras) e AMSAN (alterações motoras e sensitivas associa- das); Diagnóstico Anamnese + exame neurológico (perda de força); Exame de líquor: dissociação albumino- citológica; o Líquor com aumento de proteínas e celularidade normal ➝ não têm infecção no liquor devido ao Guillan-Barre; o Proteínas normais em 30-50% dos pacientes na primeira semana e 10-30% na segunda semana; Eletroneuromiografia (ENMG): suporte no di- agnóstico, variantes, prognóstico; o Pode ser normal na primeira semana; lentificação na resposta desses nervos periféricos; RNM não é rotina; Diagnóstico diferencial Síndrome medular; Miastenia Grave (perca da força ao esforço repetitivo ou atividade física); Bo- tulismo (dilatação pupilar); intoxicação por metais pesados; Miopatias; Rabdomiólise; Hipocalemia; Hipofosfatemia; Porfiria intermitente aguda (já aconteceu na infância; dor mais abdominal; perda de força); Neuropatias vasculares; Indicação de UTI Rápida progressão da fraqueza (possibilidade de evoluir com dificuldade respiratória); Disautonomia; Disfagia; Diminuição do reflexo da tosse; Insuficiência respiratória; EGRIS > 4 (escala respiratória); Dispneia ao repouso ou durante a fala; Incapacidade de contar até 15 em única expiração; Uso de musculatura acessória; Aumento de FR ou FC; Capacidade vital reduzida (<15-20 mL/kg ou 1 L); Alteração em gasometria ou oximetria de pulso; IOT +VM; Probabilidade de evolução para ventilação mecâni- ca na primeira semana; Fatores de risco para VM prolongada: incapacida- de de levantar os braços do leito após 1 semana de IOT, variantes axonais; Considerar traqueostomia precoce; Quando começar o tratamento? Terapia imunomoduladora ➝ iniciada se o pacien- te for incapaz de deambular de forma independente por 10 metros; Rápida progressão; Disautonomia (hipotensão, sudorese, taquicardia); Sintomas bulbares; Insuficiência respiratória; Medidas preventivas (pode ser usada heparina subcutânea): profilaxia para TVP; mudança de de- cúbito; monitorização de sinais vitais; fisioterapia motora; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Tratamento Imunoterapia Plasmaférese (5 trocas em dias alternados) ➝ até 4 semanas; Imunoglobulina humana, EV, 04 g/kg por dia du- rante 5 dias ➝ até 2 semanas (mais fácil de ser aplicada e menos efeitos adversos do que a plas- maférese); Repetir ciclo; Não indicado sua combinação; Não benéfico com corticoides; Monitorização Capacidade vital < 20 mL/kg; Pressão inspiratória máxima < 30 cm H2O; Pressão expiratória máxima < 40 cm H2O; Monitorização cardíaca, FC, PA, esfincteriana; Exame de força muscular; Escalas Déficit/incapacidade: MRC; Escala SGB; ODSS; Prognóstico: EGRIS; EGOS; mEGOS Escala de Hughes: noção da progressão ou da gravidade, ou ainda da recuperação após o trata- mento; Manejo de complicações 40% dos pacientes não respondem nas primeiras 4 semanas de tratamento; Repetir ciclo de Ig EV; Não associar terapias; Previsão 80% vai deambular sem apoio em 6 meses; 3-10% mortalidade; Fatores de risco: idade e gravidez de doença des- de o início; 20% com sequelas mesmo após 1 ano; Pior em idosos; Pacientes que necessitam de ventilação mecânica têm prognóstico pior; Acometimento axonal ➝ prognóstico pior; Recorrência em 2-5%; Resumão SGB é a causa mais frequente de paralisia flácida e arreflexia aguda/subaguda (neuropatia sensitivo- motora); Fraqueza ascendente em dias e semanas; Diagnóstico: suspeita clínica + liquor e ENMG; TTO: IgEV/plasmaférese; Cuidados clínicos e neurológicos; Prognóstico favorável; Líquor: elevação isolada de albumina sem aumen- to de células; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica (CIDP) Doença autoimune; Homens; > 50 anos; Quadro clínico Comprometimento motor e sensitivo, simétricos; Hipo/arreflexia; Início insidioso e curso progressivo (2 meses); Pode ter curso intermitente; Exames complementares Líquor: aumento de proteínas com citometria normal; ENMG com velocidade de condução reduzida (padrão desmielinizante); Tratamento Corticoides: Dexametasona, Prednisolona ou Prednisona; Imunoglobulina humana EV; Plasmaférese.
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