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Massagem Shantala Shantala, era uma indiana, paralítica que em meio a miséria nas ruas de Calcutá, massageava seu filho sentada no chão. Após a observação de Frédérick Leboyer de todo passo a passo da técnica, ela permitiu que ele fotografasse e expusesse com simplicidade esta arte que para ela era tão simples. É uma técnica de massagem indiana, tradicionalmente passada de mãe para filha, através da qual a mãe pode suavizar a percepção que seu bebê pode ter do mundo exterior fora do ventre. Ou seja, após o nascimento, é a continuação da relação e do contato íntimo entre mãe e filho. Toda a saúde do bebê está vinculada à estimulação de sua sensibilidade. A ligação é desenvolvida pelo bebê através do tato, da visão, da audição, do paladar e do olfato. (Auckett, 1983) É cientificamente provado que bebês massageados, inclusive em UTIs conseguem se restabelecer mais rapidamente. Além disso, reforça substancialmente os elos afetivos com a mãe. Para Auckett (1983), a massagem é útil também para esses bebês, pois é particularmente eficaz em reduzir as consequências do trama do nascimento. Para a aplicação da técnica, o terapeuta e/ou a mãe deve ter conhecimento da anatomia e fisiologia do bebê, além de estar disponível para doar-se e estabelecer uma troca energética com a criança. O ambiente indicado para esta prática, deve ser arejado, evitando correntes de ar e friagens, pois a criança não deve passar frio. Leboyer (1995) cita que no verão, a massagem será feita de preferência ao ar livre. Depois, a criança ficará despida ao sol. Para a realização da Shantala utiliza-se óleo natural, previamente aquecido. No Brasil utiliza-se óleo de amêndoa, calêndula ou camomila. Na Índia usa-se óleo de mostarda no inverno e de côco no verão. Esta técnica é realizada pela manhã, podendo ser repetida à tardezinha. A criança deve estar em jejum e despida ou com um lençol recobrindo seu corpo, já a mãe ou o terapeuta não deve estar com o estômago cheio. A massagem não deve ser realizada se um dos dois estiver com dores ou áreas de lesão ou inflamação. O tempo de duração da Shantala difere, do período de vida que o bebê se encontra, sendo: quando a criança estiver com apenas alguns dias, a massagem dura apenas alguns minutos; já ao final do primeiro mês, a massagem deve durar entre 20 a 30 minutos. Após a aplicação da massgem, a criança deve receber um banho, para experimentar a sensação de profundo relaxamento, além de eliminar o excesso do óleo. Deve-se iniciar a aplicação da massagem quando a criança completar o primeiro mês de vida, sendo que no período inicial é utilizado apenas carinhos e afagos, iniciando a pressão posteriormente. A massagem pode ser realizada, pelo menos, nos 4 primeiros meses, enquanto o bebê não conseguir mudar de lugar. Efeitos fisiológicos da massagem Relaxamento pela movimentação lenta; Ativa circulação venosa e linfática das crianças; Regula a pressão arterial e aumenta a distribuição de sangue para os órgãos internos; Fortalece o sistema imunológico da criança, aumentando o número de plaquetas, hemoglobinas, células vermelhas e brancas; Traz efeitos benéficos para o sistema respiratório, digestivo e para o metabolismo da criança. Roteiro de Massagem O terapeuta e/ou a mãe deve estar sentado no chão, com as pernas esticadas e a coluna ereta, nunca em contato direto com o chão. O bebê fica sobre as pernas do terapeuta, podendo estar coberto por um lençol ou despido. Começar com técnicas mais brandas, e depois evoluir para as mais profundas. A comunicação durante a massagem é importante, a mãe deve sentir o contato com a criança e transmitir-lhe seu amor; Ao final da massagem, o banho deve deixar a criança verdadeiramente livre, com reposição energética. Criança em Decúbito Dorsal 1º Mãos sobre o peito da criança, realizar movimentos do centro para as laterais como se fosse um livro aberto e você estivesse que deixar as páginas bem achatadas. Mãos trabalham simultaneamente em oposição. 2º Movimentos das mãos em oposição, movimentos cruzados. Inicia-se na pelve esquerda do bebê (que está à sua mão direita), sua mão direita vai até o ombro oposto. Repetir a mesma manobra para o outro lado. Braços em Decúbito Lateral 1º Movimento de Bracelete (deslicamento na massagem clássica) Com uma das mãos segurar delicadamente a mão da criança para esticar o bracinho. Com a outra mão empalmar o ombro do bebê. Realizar movimentos em braceletes até chegar na mão do bebê. Movimentos realizados de proximal para distal, repetidos por varias vezes intercalando as mãos, com velocidade moderada. 2º Movimento em Rosca (torcedura na massagem clássica) Também realizados do ombro para as mãos (proximal para distal), ao chegar no punho da criança volta para o ombro e recomeça os movimentos. Mãos em Decúbito Lateral 1º Massagear a mão do bebê com os polegares, movimentos de proximal para distal finalizando nas falanges com mobilização articular das falanges realizando extensão e flexão. *Mudar o bebê de Decúbito para realizar toda a sequência do lado oposto Barriga em Decúbito Dorsal 1º Deslizamento superficial da base da caixa torácica(apêndice xifoide) até a parte baixa da barriga, movimentos realizados alternados um após o outro. 2º Umas das mãos segura as pernas do bebê verticalmente esticadas para continuar a fazer os deslizamentos na barriga com uma única mão no sentido crânio caudal. Pernas em Decúbito Dorsal 1º Movimentos iguais já realizados nos braços começando na cabeça do Fêmur indo para o tornozelo. Obs. Persistir no nível do tornozelo e calcanhar, massagear a planta do pé com os polegares e depois com a palma toda da mão. Dorso em Decúbito Ventral 1º Colocar a criança em Decúbito Ventral transversalmente as pernas da mãe ou terapeuta, cabeça do bebê voltado para o lado Esquerdo. 2º Colocar as mãos nas alturas dos ombros, realizar movimentos intercalados de vaivém uma após o outro com toda a palma das mãos no sentido de um ombro para o outro e aos poucos desce massageando as costas inferior, região dos rins e nádegas. 3º Mãos espalmadas, a mão Esquerda vai descendo da região cervical para as nádegas. Abandona então o corpo da criança para elevar-se até o ponto de partida (região cervical). E desce novamente aplicando uma certa força sobre esse movimento com lentidão ao executar. Ao se aproximar as mãos, a Direita espalmada exerce uma pressão maior sobre as nádegas da criança. 4º Igualmente o movimento anterior porém não finaliza nas nádegas, percorrendo as coxas, as pernas e descendo até os calcâneos. Porém a mão direita que imobiliza as nádegas com delicadeza sustenta os pés do bebê mantendo as pernas esticadas. Massagem na Face em Decúbito Dorsal 1º A massagem na Fronte começa no meio da testa da criança com as pontas dos dedos deslizando sobre as sobrancelhas, retornando para o meio para recomeçar novamente. Cada vez que realiza o movimento ir se afastando um pouco mais até chegar nas temporas da criança de onde desce contornando os olhos ao longo das bochechas. 2º Com os polegares bem de leve sobem para a testa novamente, de um lado e do outro, descendo novamente para a base do nariz da criança fazendo movimentos de vaivém de baixo para cima e de cima para baixo. 3º Polegares sobre os olhos fechados da criança com pressão extremamente leve e se estiverem abertos os seus polegares deverão fechá-los com delicadeza. Desse ponto, os seus polegares descem seguindo as linhas externas do nariz dirigindo-se para as comissuras da boca. E se detém embaixo das bochechas. Finalizando assim a massagem do rosto. Exercícios para finalizar a massagem Com os dois braços 1º Segura as mãos da criança e faça com que os dois braços se cruzem sobre o peito. Depois torne a abri-los para voltá-los à posição inicial. Ao cruzar os braços sobre o peito, você liberatoda a tensão que poderia se manter nas costas do bebê, liberando assim a caixa torácica e a respiração. Com um braço e a perna contralateral Segure um dos pés do bebê e a mão do lado oposto, de modo que o braço e a perna se cruzem. O ombro do bebê será tocado pelo pé oposto e sua mão tocará sua nádega. Repetir 3 vezes cada movimento para cada lado. Ao cruzar um braço com uma perna, opor um ombro ao quadril oposto, você faz com que a coluna vertebral esteja flexível para realização dos seus movimentos. Padmasana (O Lótus) Segure os dois pés do bebê cruzando as perninhas de modo a trazê-las para a barriga. Depois, ao contrário, "abra", ao estender e separar as pernas para trazê-las de volta à posição inicial. Ao cruzar as pernas sobre a barriga, no Padmasana você provoca a abertura e o relaxamento das articulações do quadril, particularmente de suas articulações sacro ilíaca.