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Planejamento de ações educativas

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11/06/2022 20:02 Planejamento de ações educativas
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02933/index.html# 1/35
Planejamento de ações educativas
Profª. Elisa Proença da Silva Mendonça
Descrição
Planejamento de ações educativas como principal ferramenta no processo de trabalho em saúde.
Propósito
Descrever as etapas estratégicas para o adequado planejamento de ações em saúde, protagonizando essa
ferramenta para o cuidado nutricional a fim de contribuir para formação do profissional de Nutrição.
Objetivos
Módulo 1
O desenvolvimento de ações educativas em saúde
Identificar as bases conceituais e teóricas para o desenvolvimento de ações educativas em saúde.
Módulo 2
O adequado planejamento de ações educativas em saúde
11/06/2022 20:02 Planejamento de ações educativas
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Descrever as principais etapas para o adequado planejamento de ações educativas em saúde.
A educação em saúde é um processo de construção e troca de conhecimentos entre profissionais e
população. Neste conteúdo, iremos explorar as formas de planejar ações para um cuidado em saúde
e conhecer os diferentes modos de abordagem. Vamos considerar que ações ou práticas educativas
são ferramentas que complementam o conhecimento técnico de um profissional, logo é importante
aprimorá-las para se obter mais êxito no processo de promoção, prevenção e cuidado em saúde.
Uma prática educativa deve sempre ter como fim promover autonomia das pessoas no seu cuidado
em saúde. Por isso, vamos nos focar em professores e educadores da área da saúde, bem como em
seus educandos e aprendizes.
Um dos nossos objetivos será apresentar as diferentes abordagens de educação em saúde, trazendo
instrumentos para a aplicação delas na prática profissional. Essas diferentes abordagens serão
nossa base para fazermos uma reflexão crítica de tais práticas. Também debateremos como
podemos empregá-las em nosso cotidiano de trabalho em saúde, estratégias de diálogo,
problematização da realidade e construção compartilhada do conhecimento, visando à promoção da
saúde e prevenção do adoecimento, independentemente do local de atuação profissional.
Introdução
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1 - O desenvolvimento de ações educativas em saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as bases conceituais e teóricas para o
desenvolvimento de ações educativas em saúde.
O que são práticas educativas?
O trabalho em saúde envolve, mesmo nos atendimentos individuais de maneira direta ou indireta, grupos de
pessoas. Isso porque o ser humano é um ser social e só existe na relação com o outro. O ato de produção
de saúde e de doença ocorre na relação com o mundo, desde amigos, família, comunidade, trabalho entre
outros meios. Em razão disso, é fundamental estar com a escuta atenta à soma de variáveis que podem
contribuir ou não com as decisões tomadas pelas pessoas que podem afetar sua saúde. A partir disso, faz
sentido concluir que ações educativas realizadas em unidades de saúde, no território, consultório ou em
outros espaços, possuem o potencial de intervenção nesses meios.
Dica
Uma ação educativa, ou prática educativa, tem como objetivo desenvolver nas pessoas ou em um grupo a
habilidade de analisar de maneira crítica a sua realidade, de tomar decisões para solucionar problemas,
alterar situações, organizar, realizar ações e avaliá-las de maneira crítica.
Paulo Freire aponta (1981) que o aprender é dinâmico e a motivação do educando e a sua relação da
aprendizagem com sua vida são fundamentais. Os indivíduos são, literalmente, individuais, ou seja:
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ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam
entre si, mediatizados pelo mundo.
(FREIRE, 1981, p. 79)
Freire propõe um método dialógico, ou seja, que se baseia na linguagem e na cultura dos indivíduos com
quem se trabalha. Por entender que todas as pessoas possuem algum saber, Freire ensina que não é
possível dar algum tipo de saber a alguém, e sim que esse pode ser produzido a partir da interação em dado
contexto.
Dica
É fundamental que profissionais de saúde busquem conhecimentos sobre o processo de aprendizado a fim
de se tornarem capazes de propor ações educativas visando conscientizar seus alunos. Tal conscientização
somente ocorre quando existe uma reflexão rigorosa sobre a realidade e quando é possível evidenciar os
focos problematizados por um grupo ou usuário, instigando o debate e construindo uma rede de
significados.
Sobre a importância das atividades coletivas
Acompanhe o relato de um profissional de saúde com atuação em unidades de atenção básica, que fala de
sua experiência com ações educativas em saúde. Vamos lá!
Breve referencial teórico sobre as ações educativas em

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Breve referencial teórico sobre as ações educativas em
saúde
As práticas ou ações educativas em grupo são ancoradas em estudos do século XIX. Le Bon (1954) traz o
pensamento sobre fenômenos coletivas que possibilitam grupos agirem com conexão. De acordo com o
autor, ocorrem nos grupos algumas características psíquicas próprias, com certa perda de características
individuais. Desse modo, passa a haver uma psicologia coletiva na qual, muitas vezes, o comportamento
que surge é totalmente diferente do indivíduo fora da multidão.
Gustave Le Bon
Outros autores descrevem o estudo dos grupos, como Kurt Lewin (1978), fundador da teoria de pequenos
grupos e da pesquisa-ação. Para Lewin e Le Bon, um grupo não é uma consequência da soma de indivíduos,
e sim representa uma reunião de relações que estão em movimento constante. Lewin ainda apontou a
importância de uma abordagem interdisciplinar.
Em um grupo, existe uma estrutura que corresponde à organização que ocorre a partir do processo de
reconhecimento dos seus membros, além de uma dinâmica que diz respeito às forças de coesão e difusão
do grupo. É a partir dessa relação que ocorre a formação de normas de cooperação, divisão de tarefas,
liderança.
A respeito dos grupos, Freud (1921) diverge de Le Bon ao trazer que esses ajuntamentos podem ser de
característica mais duradoura quando formados por pessoas semelhantes e mais efêmeras.
Para Freud, não existe uma forma de pensar coletiva, os pensamentos individuais poderiam ser vistos a
partir do psiquismo de cada um dos componentes do grupo. Ele aponta que, em um grupo, existem dois
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tipos de vínculo:
Vínculo Vertical
Os indivíduos se ligam aos líderes.
Vínculo Horizontal
A ligação ocorre de um membro com os outros e assim se sentem mais fortalecidos para assumir
alguns riscos.
Por fim, a concepção de Bion (1975), tendo como base as ideias de Freud, defende que o ser humano é um
ser social, assim a relação com coletivos sempre estará presente ainda que de maneira simbólica. Desse
modo, sempre existe uma unidade dentro de um grupo mesmo que seus integrantes não tenham
consciência deste fato. De acordo com Bion, os grupos funcionam em dois níveis:
Resumindo
Isso é importante para entendermos que é possível um grupo caminhar na operação de seus objetivos e

Nível 1
É o nível das tarefas e regras que está ligado ao que é material e consciente, como as regras
e tarefas operativas que um grupo deve desenvolver.
Nível 2
É chamado de valência e corresponde ao funcionamento do grupo, de modo a se preservar e
proteger, bloqueando ou favorecendo a realização da tarefa.
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compreender asrelações que possui.
Não vamos esgotar o assunto sobre o estudo de grupos, porém aqui trouxemos o que há de mais relevante
para termos uma noção sobre o planejamento de ações educativas. O vínculo, apontado por Pichon-Rivière
(1998), é um dos conceitos mais importantes para as ações educativas. Em alguns grupos, especialmente
os operativos, não é suficiente existir um objetivo em comum ou uma finalidade de realizar determinada
tarefa, é necessário haver um vínculo entre essas pessoas.
Saiba mais
Vínculo é uma estrutura dinâmica, uma maneira própria pela qual cada indivíduo se relaciona com os
demais.
Com ideias semelhantes a Bion, Pichon-Rivière afirma que grupos se juntam por uma tarefa, mas também
por afeto.
A comunicação, a criatividade e a interação permitem fluir uma interação reflexiva, principalmente quando
existem fatores que dificultam a realização da tarefa proposta.
Um grupo não é uma construção linear ou progressiva, e sim algo dinâmico e complexo. Todo grupo tem
suas ambiguidades, as quais são importantes em seu processo e devem sempre ser consideradas. É nessa
complexidade que ocorre o aprendizado, processo muito além do que a simples incorporação de
informações. Aprendizado é uma ampliação da habilidade de criar opções, um reflexo da maleabilidade dos
grupos.
Principais abordagens educativas
É importante conhecer as diferentes concepções pedagógicas.
Até o momento, ressaltamos a importância de um processo de aprendizado baseado na descoberta e
realizamos uma crítica à simples transferência de conhecimentos por métodos não reflexivos, superficiais e
de baixa retenção de conhecimento. Conheça, a seguir, algumas das abordagens de “ensinar-aprender-
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ensinar”:
Nessa abordagem, os indivíduos desenvolvem papéis delimitados: quem ensina e quem aprende.
Segundo a lógica da transmissão de conhecimentos, quem sabe mais tem funções de aconselhar,
vigiar e corrigir, enquanto o outro deve simplesmente aprender. Em geral, utiliza-se a repetição como
um método de decorar e não existe uma preocupação com a realidade prática nem com valores e
crenças daquele que deve aprender.
Vamos a um exemplo prático:
Uma enfermeira acaba de ser contratada e percebe que, em sua nova unidade de saúde, há muitas
pessoas com hipertensão descontrolada. Intrigada por tal situação, ela nota que o problema está nas
informações inadequadas que os agentes comunitários passam aos usuários da unidade e acredita
que deve melhorar a maneira de orientá-los. Com isso, ela revisa a literatura sobre hipertensão
arterial sistêmica e monta um conteúdo em aulas expositivas. Durante três semanas consecutivas,
ela explica para os agentes tudo que considera ser relevante sobre a hipertensão, bem como lhes
passa as orientações que os usuários hipertensos devem receber para o controle dessa doença.
Nesse caso, o que está em jogo é o resultado. Muito associada ao behaviorismo e à reflexologia,
essa abordagem é referente ao condicionamento de uma pessoa para que ela apresente as
respostas desejadas. Fala-se literalmente de um treinamento para se obter a resposta desejada
mediante a determinada situação. Muitas vezes, é utilizada a técnica da repetição do conteúdo para
a fixação do comportamento desejado.
Vamos a um exemplo prático:
Nas unidades de saúde, são usuais as ações conhecidas como capacitação para condicionar
algumas práticas entre as equipes de saúde, por exemplo, um treinamento para o preenchimento
correto de anamneses e fichas de cadastro. Esses treinamentos costumam ser contínuos para evitar
que falhas sejam cometidas. Nessa abordagem, é sempre válido não desvincular esses treinamentos
do que os motiva.
Essas duas abordagens são as ditas tradicionais. Embora possam ser utilizadas, possuem algumas
limitações específicas, pois não estimulam uma visão crítica e pouco consideram o conhecimento
prévio do usuário do sistema de saúde sobre o tema abordado. Uma das fragilidades dessas
Transmissão 
Condicionamento 
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abordagens é que um conhecimento descontextualizado dificilmente provoca mudanças práticas.
Seguiremos agora com outras abordagens que trazem a principal diferença do foco: o aprendiz.
É a abordagem que coloca o foco no usuário do serviço de saúde. O processo de aprendizagem é de
total autonomia do indivíduo e o conhecimento se constrói por meio do reconhecimento das
experiências pessoais. Nessa abordagem, quem ensina é um facilitador da aprendizagem e deve
adotar uma postura compreensiva com os sentimentos, crenças e valores daqueles que estão
aprendendo.
Vamos a um exemplo prático:
Durante uma reunião de equipe de profissionais que atuam em uma unidade de saúde, o
coordenador traz um tema para discussão e solicita aos demais que pesquisem e realizem uma
apresentação sobre o assunto em um próximo encontro. O coordenador não interfere na construção
e, durante a apresentação, permite que o grupo construa o conhecimento.
É a abordagem que atribui maior influência à cultura, à personalidade, à afetividade, ao meio histórico
e ao momento social no processo de aprendizagem. Nessa abordagem, há construção do
conhecimento em todos os momentos, desde o seu nascimento até o momento de morrer. O papel
do educador é auxiliar que o aprendiz desenvolva a capacidade de aprender de maneira significativa
para si mesmo.
Vamos a um exemplo prático:
Em uma unidade de saúde, existe um grupo chamado “Bem viver”. Nas reuniões, são compartilhadas
informações para elucidar e estimular de maneira reflexiva o cuidado de doenças crônicas. Os
usuários trocam experiências sobre seu modo de lidar com sua condição. O diferencial das reuniões
é que os usuários são envolvidos e responsáveis por todas as etapas da elaboração do grupo, desde
a programação ao planejamento e à execução. Os profissionais oferecem algumas ferramentas
como dramatização, expressão corporal, trabalho em dupla, pintura, música, relaxamento. O grupo
tem um importante papel na promoção de saúde de todos os envolvidos.
Humanista 
Cognitivista 
Sociocultural 
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A abordagem coloca no centro do processo do aprender-ensinar contextos econômicos, políticos,
culturais e sociais. A educação deve ser pautada pela visão da sociedade e do mundo e permite
reflexões. É nessa abordagem que aprendemos sobre educação problematizadora. A relação
educador e educando é igualitária e democrática.
Essas abordagens promovem graus diferentes de autonomia entre os aprendizes, que são os usuários de
saúde, enquanto os professores são os profissionais trabalhadores da saúde. Cada uma delas garante, de
modo diferente, uma relação de autonomia com o conhecimento compartilhado.
Para escolher a melhor abordagem, devemos verificar quais são os objetivos da ação educativa. Porém, as
abordagens tradicionais tendem a ter uma efetividade menor, uma vez que não possuem uma construção de
sentido por parte dos usuários de saúde.
Exemplo
Em alguns momentos, é necessário haver uma transmissão de informações. Na pandemia da covid-19, por
exemplo, foi importante informar à sociedade como ocorre a transmissão do vírus e, em seguida, criar
hábitos automatizados que deveriam ser fixados pelos indivíduos, como o uso de máscara e a higienização
das mãos e de superfícies.
Independentemente de abordagem escolhida, é importante levar em consideração
que os profissionais de saúde e as comunidades são participantes ativos desse
processo de aprendizagem.
Por que ações educativas devem ser realizadas?
As ações educativas em saúde são iniciativas importantes, pois estimulam aspectos relacionados à
promoção da saúde e à prevenção de doenças. Ao incorporarem questõesrelacionadas ao cotidiano das
pessoas, essas ações contribuem para o estabelecimento de um compromisso da população com
dimensões sociais, abordando assuntos relacionados à saúde e à qualidade de vida.
A saúde não é só a ausência de doenças. Para garantir o bem-estar físico, mental, social,
é importante ir além da prevenção.
Para isso, a atenção à saúde de um indivíduo não precisa se restringir aos atendimentos individuais.
Um nutricionista, por exemplo, pode desenvolver ações pautadas na promoção da saúde, com estratégias
Sociocultural 
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para auxiliar no pleno potencial de saúde de indivíduos e comunidades.
A abordagem do cuidado por meio de ações educativas é cada vez mais relevante, ainda mais com a
crescente prevalência de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e no mundo.
A literatura sobre o assunto é vasta e conta com experiências de diversos países com intervenções em
saúde, abordando agravos não transmissíveis (DCNTs) para buscar abordagens com menor custo e maior
efetividade para o tratamento dessas doenças, como é o caso das abordagens ancoradas na mudança do
estilo de vida.
É essencial incluir as ações educativas como estratégias para as atividades de prevenção e cuidado das
DCNTs. As campanhas são indispensáveis para transformar as informações disseminadas em mudanças
de atitudes e de comportamento que contribuam com uma vida mais saudável. Esse contexto suscita a
necessidade e a urgência de tirar do segundo plano o local histórico que as ações educativas tiveram ao
longo da história, pois não eram vistas como prioridade. Em geral, essas ações são realizadas com o
objetivo de ensinar às pessoas normas de conduta para modificar comportamentos inadequados.
A maciça utilização de técnicas sem que haja cuidado, consulta ou adaptação ao público, como palestras,
pode não ser uma boa estratégia.
O uso de palestras parte do pressuposto de que uma doença ocorre por ausência de cuidado das pessoas
com sua saúde, culpando-as pelos problemas que surgem. Em geral, são limitadas à transmissão de
conteúdo sem crítica e de maneira descontextualizadas.
E isso ocorre porque, muitas vezes, profissionais de saúde não enxergam que as ações educativas fazem
parte do seu processo de trabalho, desvalorizando-as e centrando a maior parte do tempo e atenção na
clínica, individual e curativa.
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Atenção
Com a complexidade dos problemas de saúde e da própria dinâmica de vida das pessoas, é indispensável
que profissionais de saúde pensem em ações educativas que tenham como norte fortalecer a autonomia
das pessoas através de sua capacidade e escolha.
As informações sobre saúde devem ser abordadas de modo simples e contextual, de maneira que os
indivíduos possam fazer escolhas mais saudáveis em suas vidas. Para que isso ocorra, é importante um
processo de influência mútua entre o conteúdo teórico e a experiência de vida, além da relação de
confiança e do vínculo entre indivíduos com o serviço e o profissional de saúde.
O trabalhador da saúde deve sempre garantir que o usuário do serviço consiga apreender o conteúdo
apresentado, caso contrário, esse indivíduo pode colocar sua saúde em risco por não ter compreendido bem
alguma informação. É nesse processo de comunicação que deve ocorrer uma escuta, observação e
interação entre as pessoas. O profissional deve ter sempre uma disponibilidade a partir de ações
intencionais e orientadas por um interesse palpável.
As ações coletivas, em geral, apresentam-se como uma potente ferramenta para o desenvolvimento de
autonomia entre os indivíduos, de maneira a proporcionar um espaço de escuta e fala e um momento ímpar
de reflexão sobre a saúde.
O espaço de uma ação educativa, especialmente aquela realizada em grupos, pode ser uma experiência de
liberdade e de novas vivências. Realizar ações coletivas bem-sucedidas não é uma tarefa simples. Demanda
planejamento, estudo, vínculo e tempo. Porém, os resultados tendem a ser recompensadores.
Vem que eu te explico!

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
O que são práticas educativas?
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Breve histórico sobre as ações educativas em saúde
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Principais abordagens educativas
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A pandemia da covid-19 trouxe para toda a população informações em saúde de forma massificada. Foram
veiculadas as principais recomendações de prevenção da propagação do vírus, como: “lavar as mãos”; “uso
de álcool em gel”, “uso de máscaras, cobrindo a boca e nariz” e “vacine-se, já”. Esse modo de transmissão
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de informação está ancorado na abordagem pedagógica:
A cognitivista.
B sociocultural.
C humanista.
D transmissão.
E condicionamento.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A abordagem de condicionamento tem como principal objetivo o resultado dos comportamentos
dos indivíduos. Por isso, as mensagens para evitar a propagação de um vírus como o SARS-Cov-2
estão, de uma maneira geral, ancoradas nessa abordagem. Assim, a população, além de entender
a mensagem, coloca em prática as ações recomendadas pelas autoridades sanitárias.
Questão 2
Um profissional de saúde atua em um território com altos índices de vacinação para covid-19 e percebe que,
em uma rua específica, a cobertura para essa vacinação está estagnada há meses, mesmo existindo
campanhas de incentivo à vacinação e disponibilidade de doses para todas as faixas etárias prioritárias.
Para resolver o problema, esse profissional deve:
A elaborar uma palestra sobre a importância da vacinação.
B
planejar uma atividade no território para entender junto com a população as razões para
as baixas na cobertura vacinal.
C planejar uma palestra sobre fake news sobre vacinas contra covid-19.
11/06/2022 20:02 Planejamento de ações educativas
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02933/index.html# 15/352 O adequado planejamento de ações educativas em
D espalhar cartazes em comércios, igrejas convocando para um mutirão de vacinação.
E organizar um mutirão de vacinação na rua onde o problema foi identificado.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para a resolução de um problema em saúde de forma coletiva, é necessário buscar a população
para entender as razões e possíveis soluções. Como visto no conteúdo, ações coletivas são
ferramentas potentes. Porém, quando não buscam o desenvolvimento de autonomia dos sujeitos,
elas dificilmente terão êxito nos objetivos estipulados.

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2 - O adequado planejamento de ações educativas em
saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever as principais etapas para o adequado
planejamento de ações educativas em saúde.
Neste módulo, abordaremos, de maneira mais aprofundada, o processo de planejamento das ações
educativas em saúde. Para isso, vale ressaltar o que entendemos por planejamento. A ideia de planejamento
nos acompanha em todas as dimensões da nossa vida, seja na organização dos estudos para uma prova
seja para nos preparar para uma viagem nas férias. O planejamento amplia nossos recursos e nos prepara
para enfrentar uma situação, um problema ou um objetivo desejado. Planejar contribui para que possamos
intervir e transformar a realidade.
Resumindo
Planejar é o ato de desenhar,colocar em prática e acompanhar um conjunto de propostas de ação para uma
realidade específica. Na saúde, lidamos com problemas complexos, que demandam um planejamento
organizado e sistematizado.
No contexto das ações de educação em saúde, não seria diferente. Vamos estudar cinco momentos
essenciais para o adequado planejamento das ações educativas em saúde: elaboração de um diagnóstico
situacional de saúde da população; definição dos objetivos da ação; estruturação do plano de ação com
análise de viabilidade e estratégia; operacionalização do plano; e acompanhamento e avaliação da ação.
Elaboração de um breve diagnóstico situacional em
saúde
Para a elaboração do diagnóstico situacional, é preciso, antes de tudo, definir a equipe envolvida na ação. A
sensibilização e o engajamento da equipe de diferentes profissionais de saúde serão fundamentais para o
desenvolvimento das ações a partir da perspectiva integrada e multiprofissional. Vale ressaltar que a
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participação no processo de planejamento corresponsabiliza e implica os profissionais na condução do
processo. Organizada a equipe responsável pela ação, pode-se traçar o diagnóstico da situação de saúde.
A análise da situação de saúde ou diagnóstico consiste em conhecer os problemas de
saúde enfrentados pela população usuária.
Toda e qualquer ação educativa deve fazer sentido com o cotidiano e as condições de vida do público-alvo.
Por isso, o diagnóstico deve ser a base orientadora para a ação educativa. Nessa etapa, podem ser
utilizados dados oficiais oriundos dos Sistemas de Informação em Saúde, bem como diálogos com
profissionais, usuários, lideranças comunitárias, visando identificar os problemas que determinam ou
condicionam a saúde dos envolvidos. Veja com atenção o caso-guia:
Uma unidade de saúde que conta com a Estratégia Saúde da Família (ESF) possui três equipes. Uma
nutricionista vinculada ao Núcleo Ampliado em Saúde da Família - Atenção Básica (NASF-AB)
compartilha com sua equipe multiprofissional que tem observado nas reuniões de matriciamento um
aumento de dúvidas sobre o manejo da obesidade em crianças e adolescentes. Ela chega à
conclusão de que essas dúvidas podem ter relação com um possível aumento de casos de
obesidades em crianças e adolescentes. Pensando nisso, começa a planejar um grupo para abordar
a temática com crianças, pais e responsáveis. Antes de pensar na estruturação do grupo em si, a
nutricionista acessa o sistema de prontuário eletrônico da unidade de saúde, filtrando o número de
casos ativos de crianças com excesso de peso, chegando a um quantitativo de 100 indivíduos.
Frente a isso, ela aproveita para acessar o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e
identifica que, apesar de um quantitativo baixo de respostas para avaliação do estado nutricional, há
uma prevalência de 18% de excesso de peso na unidade, 9% a mais do que a média municipal. Além
disso, percebe também que a base do consumo alimentar na faixa etária entre 5 e 9 anos é rica em
alimentos ultraprocessados, como biscoitos, embutidos e bebidas açucaradas.
A psicóloga aproveita o ensejo e compartilha que os relatos de bullying relacionados à aparência e
ao padrão corporal também têm aparecido mais. Assim, juntas, realizam uma breve conversa com os
agentes comunitários de saúde de cada equipe. Esses agentes informam que os pais e responsáveis
têm percebido uma mudança no padrão da alimentação escolar e que, de acordo com professores,
as crianças não vêm aceitando muito bem a inserção de frutas, verduras e legumes que substituíram
o macarrão com salsicha e biscoito com suco na alimentação escolar.
Essas crianças não conhecem ou nunca experimentaram muitos desses alimentos! Ainda segundo
Caso-guia 
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os agentes, a falência da fábrica de vidros, principal empregadora no local, impactou de forma
negativa o acesso a alimentos saudáveis no bairro, uma vez que, sem a fábrica, os hortifrútis e a feira
se deslocaram para o bairro vizinho.
Com aquelas informações anotadas, as profissionais já tinham uma base para compreender como
seria possível direcionar a ação educativa.
De�nição dos objetivos da ação educativa em saúde
O segundo momento estratégico para o planejamento das ações educativas consiste na definição dos
objetivos da ação. Essa etapa é crucial para a boa execução da ação educativa, uma vez que, dentro de um
universo complexo de situações-problemas, deve-se priorizar um objetivo relevante, ou seja, que impacte
realmente o que se necessita mudar. Ao mesmo tempo, esse objetivo deve estar dentro da governabilidade
dos profissionais envolvidos. Para definir o objetivo da ação educativa, deve-se responder:
Como eu espero que a ação educativa em saúde impacte a qualidade de vida da
população?
Resposta
Algumas dimensões nos ajudam a definir a situação-problema que irá se transformar em objetivo. Em
outras palavras, o objetivo é a própria expressão positiva do problema. A primeira é a magnitude do
problema, ou seja, o seu tamanho.
Em geral, essa magnitude é de fato quantitativa, numérica e precisa estar associada a algum parâmetro para
que seja qualificada como alta, esperada ou baixa. Outra dimensão importante é a transcendência, isto é, a
relevância técnica, cultural ou política daquele problema. O terceiro aspecto é o da vulnerabilidade, muito
vinculado ao acesso à informação, ao conhecimento e aos recursos materiais do público-alvo. Veja com
atenção este outro caso-guia:
Caso guia 2 
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Seguindo nosso relato de caso, as profissionais do NASF-AB identificaram ao menos cinco grandes
problemas que podem ter impacto no aumento do excesso de peso entre crianças e adolescentes
acompanhados naquela unidade de saúde. São estes os problemas:
a) Equipes de saúde com dificuldades no manejo da obesidade infantil e do bullying escolar.
b) Prevalência de 18% de casos de excesso de peso entre crianças e adolescentes.
c) Baixo preenchimento dos dados de estado nutricional e marcadores de consumo alimentar.
d) Recusa no consumo e/ou desconhecimento de alimentos in natura e minimamente processados
entre as crianças que frequentam a escola do bairro.
e) Ambiente alimentar do bairro com baixa comercialização de alimentos in natura ou minimamente
processados.
Delineadas as situações-problema, os profissionais levam esses dados sistematizados para o
conjunto da equipe NASF-AB a fim de gerar uma ação educativa. São elencados, então, o que será
matéria para ações de educação em saúde com a população (B, D e E) e o que será base para ações
de educação permanente entre os profissionais (A e C). É destacado, ainda, o problema que a equipe,
em articulação com outros profissionais, tem governabilidade para intervir.
Nesse contexto, elegem a “Recusa no consumo e/ou desconhecimento de alimentos in natura e
minimamente processados entre as crianças que frequentam a escola do bairro” como base para a
ação educativa, tendo em vista que a prevalência será resultado a médio e longo prazo das
condições para a prática de uma alimentação saudável e adequada e que, para tratar de ambiente
alimentar, será necessária a articulação com outros setores da prefeitura e uma mobilização
comunitária. Assim, o objetivo definido pelo grupo fica sistematizado em: “Ampliar o contato e a
experiência das crianças, pais e responsáveis atendidos na unidade de saúde com alimentos in
natura e minimamente processados”.
Estruturação do plano da ação educativa em saúde
Definido o objetivo da ação educativa, o terceiro momento para o planejamento é a estruturação do plano de
ação com análise de viabilidade e desenho da estratégia. Nessa etapa, osresponsáveis pela condução da
ação educativa passam a destrinchar as atividades cruciais para atingir o objetivo. O “como fazer?” é o
grande balizador desse momento.
É a partir dele que se enumera os temas a serem abordados, os materiais necessários, os
Caso-guia 2 
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p q , ,
recursos disponíveis, entre outros.
Nesse momento, a escolha da abordagem educativa deve ser feita. É a partir dela que se repercute o modelo
de educação adotado e a forma de sua aplicação. Os modelos de abordagens educativas vão gerar
diferentes tipos de planejamento da ação educativa em saúde, conforme demostrado no quadro a seguir.
ABORDAGENS TRADICIONAIS ABORDAGENS CENTRADAS NO APRENDIZ
Concepção Concepção
Educação bancária, em que se estabelece
uma relação verticalizada de superioridade
entre o profissional de saúde e o usuário,
que é um sujeito passivo e esvaziado de
conhecimento.
Educação problematizadora, em que se estabelece
uma relação horizontalizada e uma
complementariedade de diálogo entre os saberes
técnicos e os populares, valorizando a experiência
do usuário na construção compartilhada de saber.
Aspectos positivos Aspectos positivos
Proporciona acesso ao conhecimento
científico para a população, ampliando
informações e/ou conhecimentos
existentes.
Fomenta a construção coletiva do conhecimento,
proporcionando ao usuário uma visão reflexiva e
crítica, capacitando-o para a tomada de decisões.
Aspectos negativos Aspectos negativos
A capacitação de um usuário passivo,
reprodutor de um conhecimento
descontextualizado, e reprodução de
assimetrias na construção do
conhecimento.
Baixa oferta de formação dos profissionais de saúde
para trabalhar a partir desse tipo de abordagem.
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ABORDAGENS TRADICIONAIS ABORDAGENS CENTRADAS NO APRENDIZ
Implicação no planejamento da ação
educativa
Implicação no planejamento da ação educativa
Ações educativas ofertadas em larga escala,
por meio de palestras, grupos com alto
número de usuários, cartazes, com o
objetivo de sensibilização, sem
necessariamente haver implicação na
mudança de práticas.
Ações educativas ofertadas em escala comunitária,
por meio de grupos com menor número de usuários,
ações no território, visitas territoriais, favorecendo o
vínculo e a troca de experiências, com o objetivo de
fomentar a autonomia dos indivíduos.
Quadro: Comparativo da implicação das abordagens tradicionais e centradas no aprendiz para o planejamento das ações educativas em saúde. 
Elaborado por: Elisa Proença da Silva Mendonça
Neste estudo, temos como referência os modelos educativos com o foco no aprendiz, em destaque o
sociocultural. Isso porque, ao pensar em uma ação educativa a partir dessa abordagem, assume-se a
educação problematizadora, dialógica e participativa, com propósito de intervir para mudanças de contexto
e fomentar autonomia.
A equipe de nosso caso-guia, por exemplo, já havia indicado que realizaria uma atividade em grupo
envolvendo as crianças, pais e responsáveis. Porém, outras ações podem caracterizar a ação educativa, tais
como:
Atividades no território
Visitas sociais na comunidade
Produção de conteúdos grá�cos
O�cinas
Outras atividades
Produção de conteúdos grá�cos
Folders, cartazes etc.
O que essencialmente de�ne a perspectiva educativa da ação é o conteúdo e a forma
como se oferta a atividade.
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As atividades coletivas, sobretudo os grupos, ganham destaque nas ações educativas em saúde. Como
modalidade de cuidado coletivo, os grupos oportunizam a construção compartilhada do conhecimento e da
aprendizagem em saúde a partir de relações interpessoais e da constituição de subjetividade.
Curiosidade
Uma referência bastante difundida entre os métodos na saúde são os Grupos Operativos (GO).
Ainda na década de 1940, o psiquiatra e psicanalista Pichon-Rivière, elaborou sua proposta de GO. Para o
autor, o grupo é um conjunto de pessoas que compartilham tempo e espaço e se expressam através de uma
articulação de uma rede, onde cada uma apresenta um papel, estabelecendo assim vínculos entre todas. O
objetivo principal dos GO é fomentar uma aprendizagem que estimule a troca entre os participantes,
concebida a partir de uma análise crítica da realidade, gerando ações provocadas por uma busca de
conhecimento a partir de inquietações. Atividades de grupo a partir desse referencial possibilitam, além de
integração, a reflexão sobre si mesmo e sobre a ação dos outros (VINCHA; SANTOS; CERVATO-MANCUSO,
2017).
Os Grupos Operativos se aderem bastante à educação problematizadora ou dialógica, uma vez que
reconhecem uma reciprocidade e complementariedade do ensino-aprendizagem. Nos serviços de saúde, os
Grupos Operativos contribuem para extrapolar as ações educativas pautadas na transmissão de
conhecimento, pois visam promover a conversão do conhecimento para ações/atitudes, tendo como direção
as necessidades e realidades das pessoas envolvidas. Espera-se que essa conversão seja pautada a partir
da comunicação, implicação e vinculação entre as pessoas. Assim, sentimentos, significados, relações,
experiências e expectativas são imbricados na ação.
Para o planejamento de GO, a teoria de Pichon vem sendo utilizada como referencial para a saúde. Autores
contemporâneos, como Mello Filho (2007), Osório (1986), Zimerman (2000), apresentam releituras criativas
no uso dos grupos voltados para públicos específicos, como pessoas com doenças crônicas não
transmissíveis. A composição de grupos mais homogêneos, ou seja, que compartilham alguma experiência
ou condição, é avaliada de forma positiva, uma vez que possibilita identificação, estabelecimento de rede e
união, resultando em melhoria na condição de saúde.
Saiba mais
Além disso, recomenda-se que os grupos tenham entre 5 e 12 participantes, evidenciando experiências
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positivas com até no máximo 25 pessoas, havendo de 5 a 24 encontros por grupo, com frequência semanal,
quinzenal ou mensal (VINCHA, SANTOS, CERVATO-MANCUSO, 2017).
Após escolha da abordagem educativa e de metodologia coerente, é importante que o planejamento
continue a partir da descrição do conteúdo programático a ser trabalhado. Resgatando o caso-guia de
nosso módulo, podemos exemplificar:
O que é uma alimentação saudável e adequada?
O que são alimentos in natura?
O que são alimentos minimamente processados?
O que são alimentos processados?
O que são alimentos ultraprocessados?
O que são ambientes alimentares e como eles influenciam nossa saúde?
Como podemos pensar em uma alimentação saudável e adequada em nosso bairro, para nossa família?
Cada tema a ser trabalhado pode ser abordado a partir de ações coletivas diferentes dentro de um mesmo
grupo operativo. Oficinas, exibição de vídeos, espaços conjuntos entre pais, responsáveis e crianças ou com
os grupos separados, visitas territoriais, são alguns exemplos de atividades coletivas. A partir do desenho
das atividades a serem realizadas vinculadas a cada temática, será possível elencar os recursos
necessários para a ação educativa.
TEMAS ATIVIDADES EXEMPLOS DE RECURSOS
O que é uma
alimentação saudável e
adequada?
Roda de conversa com pergunta
disparadora
Cadeiras, lista de presença, um
quadro branco e um pincel de
quadro branco.
O que são alimentos in
natura?
Atividade prática de visita à horta
comunitária do bairro, visando
aproximar os participantes dos
alimentos e plantas medicinais in
natura
Lista de presença, papel e lápis
para disponibilizar aos
participantes que queiram.
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TEMAS ATIVIDADES EXEMPLOS DE RECURSOS
O que são alimentos
minimamente
processados?
Atividade prática de visita ao
hortifrúti do bairro vizinho para
identificar os alimentos
minimamente processados.
Lista de presença, papel e lápis
para disponibilizar aos
participantes que queiram. Van
e motorista para levar os
usuários ao local.
O que são alimentos
processados?
Roda de conversa com acesso à
tabela de composição nutricional
on-line
Cadeiras, lista de presença,
computador e projetor.
O que são alimentos
ultraprocessados?
Oficina de leitura e análise de
rótulo dos alimentos
ultraprocessados
Cadeiras, lista de presença,
computador, projetor, papel
40kg, pincel para papel.
O que são ambientes
alimentares e como eles
influenciam nossa
saúde?
Roda de conversa com pergunta
disparadora
Cadeiras, lista de presença,
tarjetas de papel e pincéis para
papel.
Como podemos pensar
em uma alimentação
saudável e adequada
em nosso bairro, para
nossa família?
Roda de conversa com pergunta
disparadora e análise conjunta do
mapa de estabelecimentos que
vendem alimentos no bairro
Cadeiras, lista de presença,
mapa do bairro pré-desenhado
com a marcação dos
estabelecimentos que
comercializam alimentos
Quadro: Exemplos de temáticas, atividades e recursos a serem mobilizados para o desenvolvimento de ações educativas
Elaborado por: Elisa Proença da Silva Mendonça
Posterior ao detalhamento dos recursos necessários, deve-se estipular o cronograma de atividades,
especificando: frequência dos encontros, dia de referência na semana, tempo de duração de cada atividade
e agendamento/pactuação do local adequado para sua realização. A divulgação e o convite para o público-
alvo devem ser preparados, utilizando como estratégias cartazes, panfletos, publicação em redes sociais e o
suporte dos agentes comunitários.
Por fim, ainda na fase de preparação, deve ser organizado o mecanismo de avaliação da ação, com o intuito
de evidenciar se o objetivo foi ou não alcançado pelo desenvolvimento da ação. Para facilitar a
compreensão sobre a estruturação do planejamento, ainda a título de estruturação das atividades, veja a
seguir um exemplo de roteiro, indicando seus elementos basilares:
R t i l j t d ti id d d d ã úd
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Parte I – Elementos fixos de um objetivo de intervenção
Título de ação educativa: 
____________________________________
Descrição do problema: 
____________________________________
Característica geral do local: 
____________________________________
Objetivo: 
____________________________________
População-alvo: 
____________________________________
Parte II – Elementos flexíveis de um objetivo de intervenção
Conteúdo programático: 
____________________________________
Metodologia: 
____________________________________
Avaliação: 
____________________________________
Recursos necessários: 
____________________________________
Cronograma de atividades
Data -
Conteúdo trabalhado -
Operacionalização do plano de ação educativa
Roteiro para o planejamento de atividades de educação em saúde 
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Operacionalização do plano de ação educativa
Para que um planejamento de ação educativa seja executável a partir da referência de educação
problematizadora, é muito importante que ele reflita o contexto, as necessidades e o olhar dos sujeitos
envolvidos. Esse fator fará todo o diferencial no sucesso da construção de grupalidade entre os envolvidos.
Um método de grupo que pode nos apoiar bastante no manejo das atividades coletivas é a experiência da
Estratégia de Gestão Autônoma da Medicação (GAM). Criada no Canadá, oriunda da experiência de
usuários com sofrimento mental e em uso de medicamentos psicotrópicos em Quebec, tal estratégia foi
adaptada por um estudo multicêntrico realizado por pesquisadores do campo da saúde mental no Brasil
(PASSOS et al, 2013).
A GAM no Brasil parte das premissas da nossa reforma psiquiátrica, reconhecendo que a lógica da
medicalização e medicamentalização do sofrimento, ou seja, que a busca por resolver todos os problemas
de saúde com medicamentos ou tratamentos médicos, é operada pelo saber biomédico hegemônico.
Considerando o objetivo de superar a hierarquização entre o saber dos profissionais e dos usuários a partir
do dispositivo do grupo, o manejo em cogestão realizado na GAM é uma referência importante para que
essas experiências contribuam cada vez mais para uma nova abordagem de grupo nos serviços de saúde,
extrapolando o campo da saúde mental (PASSOS et al, 2013).
A cogestão é um conceito operativo que indica um modo de fazer gestão.
Saiba mais
Cogestão significa coordenação “ao lado”, ou seja, “fazer junto”, e não “fazer para”. Pensar a partir da
cogestão é considerar a mudança da estrutura verticalizada de saberes e poderes.
O manejo cogestivo de um grupo é, na verdade, uma forma de coordenar ou moderar um grupo que vai além
de seu ato. Esse tipo de manejo nos provoca, como profissionais de saúde, a fazer uma coordenação
distribuída e compartilhada, no grupo e do grupo, descentralizando o poder de fala e de detenção da verdade
do saber técnico-científico.
Nessa concepção de manejo, assume-se que, à medida que a fala circula entre os participantes, os
profissionais de saúde abrem espaço para o compartilhamento de experiências. Quanto mais as pessoas se
sentem disponíveis para trocar experiências, mais grupalidade se produz, gerando uma distribuição do
protagonismo entre os diferentes sujeitos presentes.
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Apesar disso, vale ressaltar que realizar um manejo cogestivo é diferente de não manejar um grupo ou não
estipular um mecanismo de funcionamento nele. Os profissionais responsáveis pelo manejo devem ter a
sensibilidade de disparar as discussões a partir de perguntas ou elementos disparadores. Devem sempre
estar atentos para fazer intervenções de modo que não se desvirtue o tema de discussão proposto ou que
haja uma concentração da fala a partir de um usuário específico (PASSOS et al, 2013).
A habilidade de construir espaços abertos à fala, à contribuição e ao compartilhamento do protagonismo é
algo que se desenvolve na prática. Constituir um grupo, mesmo que homogêneo, sempre será um desafio.
Quando a grupalidade acontece em um espaço coletivo, os resultados são imensamente
satisfatórios.
Outro aspecto importante que a GAM nos ensina para a realização de atividades coletivas é o
estabelecimento de contrato do grupo. Ele pode ser desde algo mais formal, escrito em uma cartolina, até
algo pactuado e relembrado no início dos encontros.
Esse contrato serve para orientar as pessoas que chegam, definir regras comuns de funcionamento interno
e estabelecer mecanismos de convivência, como o combinado para manifestar desejo de fala, evitar cortes
ou atropelos, ou que alguma informação íntima seja compartilhada.
Por fim, outra dimensão importante para colocar o planejamento em prática é a capacidade de flexibilidade
de quem o projeta. O planejamento deve ser o desenho que antecede e direciona a ação, contudo deve ser
também um processo dinâmico de aprendizagem-ajuste-aprendizagem. A capacidade de adaptação é
fundamental para o objetivo final seja preservado.

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Sobre a importância do manejo para os grupos de
educação em saúde
Acompanhe o relato de um profissional de saúde que tem experiência com manejo cogestivo de grupos em
unidades de atenção básica, abordando, a partir de sua experiência, as característicascentrais deste tipo de
coordenação de grupos. Vamos lá!
Acompanhamento e avaliação da ação educativa
Para finalizar o ciclo do planejamento das ações educativas, a avaliação deve ser tida como um dos
corações do plano. É a partir da elaboração de instrumentos de avaliação que será possível mensurar o
alcance do objetivo. Para tanto, devem ser descritos os critérios estabelecidos e os instrumentos utilizados,
os quais podem ser:
Questionário
Formulários
Relatório de observação das falas
Autoavaliação
Entrevistas
Outros instrumentos
Caso seja necessário, entre as ações realizadas, pode-se selecionar aquelas que são estratégicas para a
verificação dos resultados gerais ou mesmo o reconhecimento dos novos recursos que os participantes
encontraram para resolver seus problemas.
Dica
Na avaliação, é basilar estar atento às condições e ao acesso aos diferentes recursos da escrita, a depender

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do perfil de participantes, visando evitar constrangimentos e falta de acessibilidade às pessoas analfabetas
ou com algum tipo de deficiência.
Um bom recurso para esses casos são as escalas gráficas. Nessa estratégia, avaliações como “Ótimo”,
“Bom”, “Regular”, “Ruim” ou “Péssimo” são demonstradas, por exemplo, a partir de figurinhas de faces ou
cores. Nessa correlação gráfica, uma carinha com sorriso largo, ou a cor verde, corresponde ao conceito
“Ótimo”. Já um rosto triste, ou a cor vermelha, se relaciona com o conceito “Péssimo”.
Essas escalas podem aferir o nível de satisfação e de aprendizado identificados pelos usuários no espaço.
Dica
Tendo em vista a possibilidade de utilizar os instrumentos de avaliação como forma de acompanhar o
desenvolvimento das ações educativas mais longas, pode-se incorporar os próprios indicadores do cuidado
na avaliação dos grupos. Em nosso caso-guia, pode-se, por exemplo, analisar regularmente a prevalência da
obesidade infantil entre os usuários do serviço. Desse modo, as atividades educativas acabam por se
conceber como instrumentos de cuidado coletivo, impactando a forma como se promove saúde e se previne
fatores de risco ou exposição ao adoecimento.
Por fim, é importante salientar que, apesar de se configurar didaticamente como a etapa final do processo
de planejamento, a avaliação é o marco da continuidade do desenvolvimento de ações, por retroalimentar e
dar base para qualificar as ações educativas subsequentes.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Elaborando um breve diagnóstico situacional em saúde

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Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Comparativo da implicação das abordagens tradicionais e centradas no aprendiz para o planejamento
das ações educativas em saúde
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Exemplos de temáticas, atividades e recursos a serem mobilizados para o desenvolvimento de ações
educativas
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um dos elementos centrais para a execução do planejamento das ações de saúde é a própria forma em que
se coordena o trabalho em grupo. Considerando a concepção de manejo cogestivo, assinale a alternativa
que exemplifica uma situação em que esse tipo de manejo de grupo está sendo colocado em prática.
A
A nutricionista do NASF-AB chega ao auditório, se apresenta, apresenta os outros
profissionais e começa a exibir um slide sobre a importância da alimentação saudável na
infância.
A psicóloga do NASF-AB chega à roda de conversa para abordar o tema do bullying
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B
escolar. Propõe uma apresentação coletiva, em que cada um fala seu nome e de onde
veio. Em seguida, pergunta na roda se eles já ouviram falar de bullying e o que sabem
sobre isso.
C
O enfermeiro de uma das equipes mínimas chega ao grupo pela primeira vez como
responsável pelo manejo do grupo. Ao longo da roda de conversa, um dos usuários de sua
equipe pede a palavra e começa a contar todas as suas experiências da vida. Apesar de
algumas pessoas tentarem compartilhar outras questões, ele fica muito orgulhoso da
participação do seu usuário e não o interrompe.
D
A profissional de Educação Física é convidada para compartilhar o manejo do grupo sobre
alimentação saudável e adequada. Aproveita que aprendeu muito com a Nutricionista
NASF-AB de sua equipe e começa a dar uma palestra sobre seus conhecimentos técnicos
a respeito de um tema que não tem em sua formação.
E
A Agente Comunitária de Saúde (ACS) chega ao auditório para compartilhar o manejo do
grupo sobre cessação do tabagismo com o médico de uma das equipes. O médico fica
empolgado com a participação de várias pessoas, mas como havia combinado um roteiro
de perguntas e respostas com a ACS, acaba direcionando as perguntas sempre para a
ACS, para que o planejamento fosse cumprindo completamente.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A psicóloga pratica o manejo cogestivo desde o início, sustenta a importância da fala de cada um
na apresentação e dispara a construção de conhecimento a partir de uma pergunta que abrirá
espaço para o compartilhamento de experiências. A nutricionista, por sua vez, opera uma
metodologia tradicional de palestra, sem o envolvimento dos participantes. O enfermeiro não
contribui para a distribuição e desconcentração da fala, características do manejo cogestivo. A
profissional de Educação Física reproduz a concentração da fala a partir do saber técnico-
científico pela posição de profissional do serviço. Na última alternativa, percebe-se uma
preocupação rígida com o planejamento da ação, não evidenciando a flexibilidade necessária
para o desenvolvimento da ação. Não se atentar a isso é também não contribuir para uma
circulação da fala.
Questão 2
Definir uma situação-problema é um passo fundamental para delinear o objetivo de uma ação educativa em
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saúde, uma vez que o objetivo é a própria expressão positiva do problema. Considerando isso, assinale a
afirmativa que indica uma das três dimensões estratégicas para a priorização dos problemas.
A Razoabilidade.
B Bom senso.
C Vulnerabilidade.
D Avaliação.
E Grupalidade.
Parabéns! A alternativa C está correta.
As três dimensões estratégicas para a priorização dos problemas são: a vulnerabilidade, que
sugere mensurar o acesso à informação e aos recursos materiais do público-alvo; a magnitude,
que indica a representação quantitativa desse problema; e a transcendência, que consiste no nível
de relevância da situação. Razoabilidade é um conceito do âmbito jurídico, relacionado à ideia de
estabelecer bom senso na avaliação de uma questão, estando desvinculado do conteúdo
abordado. O próprio bom senso é um adjetivo relacionado à intercessão entre razão e sabedoria,
materializando ações realizadas de maneira adequada ao contexto. Por fim, a avaliação, no
contexto de nosso conteúdo, consiste na etapa final do processo de planejamento das ações
educativas; e a grupalidade, um sentido para a construção de grupos.

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Considerações �nais
Iniciamos nosso estudo abordando a importância da educação em saúde para a construção de
conhecimentos entre trabalhadores profissionais da saúde e população. Vimos que ações e práticas
educativas são sinônimos e que ao conduzir uma prática educativa, o profissional de saúde assume o lugar
de educador ou coordenador da atividade. Em um breve histórico das abordagenspedagógicas em saúde,
trouxemos os pensamentos de Le Bon, Lewin, Freud e Bion sobre grupos e exploramos o conceito de
vínculo, uma das principais forças para a coesão de um grupo. Debatemos ainda as abordagens
pedagógicas, as quais são divididas entre as centradas no aprendiz e as mais tradicionais. Finalizamos o
primeiro módulo ressaltando a importância das ações educativas em saúde.
No segundo módulo, abordamos as etapas de planejamento de ações em saúde, tendo como base um caso-
guia. Vimos como realizar um diagnóstico situacional e como definir os objetivos de uma ação educativa a
partir da priorização de problemas. Discutimos como elaborar um plano de ação educativa na saúde e
pudemos comparar as implicações com aspectos positivos e negativos das abordagens tradicionais e
abordagens centradas no aprendiz. Relembramos a teoria dos grupos operativos e sua atualização e vimos
exemplos de recursos materiais necessários para o desenvolvimento das atividades propostas.
Aprendemos também a elaborar um roteiro para o planejamento das atividades de educação em saúde, e a
partir da metodologia GAM, a colocar o plano da ação educativa em prática.
Por fim, concluímos que o processo avaliativo, embora seja a última etapa, é um ponto de retorno para todo
o ciclo. A partir de agora, somo capazes de desenvolver um detalhado planejamento para ações educativas
em saúde.
Podcast
Para encerrar, ouça mais sobre os temas de diagnóstico situacional, seleção de objetivos, operacionalização
e avaliação das ações educativas.

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Referências
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situação de saúde. Brasília, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1981.
FREUD, S. A psicologia das massas e análise do eu. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
LE BON, G. Psicologia das multidões. Rio de Janeiro: Briguet & Cia, 1954.
LEWIN, K. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1978.
PASSOS, E. et al. Autonomia e cogestão na prática em saúde mental: o dispositivo da gestão autônoma da
medicação (GAM). Aletheia, n. 41, 2013.
PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1998
VINCHA, K. R. R.; SANTOS, A. de F.; CERVATO-MANCUSO, A. M. Planejamento de grupos operativos no
cuidado de usuários de serviços de saúde: integrando experiências. Saúde em Debate [on-line]., v. 41, n. 114,
2017.
OSÓRIO, L. C. Grupoterapia hoje. Porto Alegre: Artes Médias, 1986.
MELLO FILHO, J. Grupo e corpo: psicoterapia de grupo com pacientes somáticos. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2011.
ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapia. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Explore +
Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
Leia o e-book gratuito Sistematização de experiências de trabalho com grupos nos centros de referência em
obesidade/RJ, que aborda a experiência dos centros de referência em obesidade no Rio de Janeiro com
grupos. O e-book é encontrado no site da Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Leia O Manual Instrutivo: metodologia de trabalho em grupos para ações de alimentação e nutrição na
atenção básica, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 2016.
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