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UNIVERSIDADE PAULISTA Karina Pereira Cordeiro - D969420 - Turma FS8P48 Maria Fernanda Santiago Nascimento – 0514921 – Turma Flex Maysa Cristina Silva – N4514A5 – Turma FS8A48 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PÓS TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2022 Karina Pereira Cordeiro - D969420 - Turma FS8P48 Maria Fernanda Santiago Nascimento – 0514921 – Turma Flex Maysa Cristina Silva – N4514A5 – Turma FS8A48 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PÓS TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR Trabalho da disciplina de Estágio supervisionado apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora Profa. Maria Júlia Gomes Tucci de Almeida SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2022 Karina Pereira Cordeiro - D969420 - Turma FS8P48 Maria Fernanda Santiago Nascimento – 0514921 – Turma Flex Maysa Cristina Silva – N4514A5 – Turma FS8A48 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PÓS TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR Trabalho da disciplina de Estágio supervisionado apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora Profa. Maria Júlia Gomes Tucci de Almeida Profa. Maria Júlia Gomes Tucci de Almeida Universidade Paulista-UNP Aprovado em _______/_______/_______ SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 9 2. DEFINIÇÃO 10 3. EPIDEMIOLOGIA 10 4. MECANISMOS DE TRAUMA 11 4.1 Acidentes Automobilísticos 12 4.2 Arma de fogo 13 4.3 Quedas gerais 14 4.4 Ferimento por arma branca 14 4.5 Mergulho em águas rasas 15 4.6 Agressões 15 5. FISIOPATOLOGIA 15 5.1 Lesão primária 15 5.2 Lesão secundária 16 5.3 Mecanismos vasculares 16 5.4 Mecanismo iônicos 16 5.5 Mecanismo bioquímicos 17 5.6 Mecanismos inflamatórios 17 5.7 Mecanismos celulares 18 6. CHOQUE MEDULAR 18 7. TIPOS DE SÍNDROMES MEDULARES 18 7.1 Síndrome medular anterior 19 7.2 Síndrome medular posterior 19 7.3 Síndrome Centromedular 19 7.4 Síndrome da Hemissecção Medular ou Brown Sequart 19 7.5 Síndrome do Cone Medular 20 7.6 Síndrome da Cauda Equina 20 8. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – ASIA 21 9. TRATAMENTO RELACIONADO A TOPOGRAFIA CLÍNICA 24 9.1 Avaliação Clínica 25 9.2 Tratamento fisioterapêutico 26 9.3 Tetraplegia Alta e Baixa 28 9.4 Paraplegia Alta e Baixa 29 10. CONCLUSÃO 30 REFERÊNCIAS 31 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho apresentará sobre o Traumatismo Raquimedular (TRM). Consequência do trauma na coluna vertebral ou medula espinhal. Predominantemente causa de trauma do sexo masculino acontecendo por meio de acidentes automobilísticos e outros. Consistirá em uma breve revisão sobre a fisiopatologia da lesão que ocorre através dos mecanismos primário e secundário, até a morte celular. Dependendo da localização da lesão, são desenvolvidas síndromes medulares neurológicas variando as características e sinais clínicos. E através da escala ASIA será avaliado o nível neurológico, motor, sensitivo e tipo de lesão do indivíduo acometido. São objetivos deste trabalho abordar a importância de um tratamento fisioterapêutico precoce de acordo com sua topografia clínica e a utilização de órtese para reorganizar um segmento corpóreo e evitar deformidades, podendo reduzir esses índices. 2. DEFINIÇÃO Trauma raquimedular ou TRM é caracterizado como lesões de um componente da coluna vertebral ou medula espinhal podendo ser parcial ou total. Definida como diminuição ou perda da função motora e/ou sensória e/ou anatômica abaixo do nível da lesão, sendo essa completa ou incompleta, podendo ser permanente ou temporário. A depender da região medular afetada, será classificado conforme a topografia clínica. Caracteriza-se por uma das mais graves síndromes neurológicas incapacitantes, implicando em alterações da sensibilidade, da motricidade e distúrbios do sistema autonômico nos segmentos do corpo que se localizam abaixo da lesão. Tem como causas principais acidentes automobilísticos, quedas altas, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo. Por se tratar de uma lesão complexa foi dividida como primária e secundária. Lesão primária se dá pelo trauma mecânico inicial ocasionada pela transferência direta da energia cinética para a medula espinhal com o dano aos neurônios e rompimento dos vasos sanguíneos. Lesão secundária ocorre em resposta ao trauma inicial, envolvendo múltiplos mecanismos como vasculares, bioquímicos, inflamatórios e celulares. Tendo em vista os acometimentos da lesão que levarão ao indivíduo a modificação corporal e mudança de vida, é de suma importância a atuação fisioterapêutica para melhoria da qualidade de vida do paciente. 3. EPIDEMIOLOGIA A ocorrência da lesão se dá em seu principal por acidentes de transporte terrestres. Motociclistas configuram-se como as principais vítimas, entretanto, há uma maior proporção de sequelas entre os pedestres e ciclistas que apresentam maior risco de morte. Estudos revelaram que vítimas do sexo masculino com faixa etária entre 21 a 30 anos são os mais acometidos, embora tenha ocorrido aumento no número de vítimas do sexo feminino. Segundo um estudo feito pelo Jornal Brasileiro de Neurologia com 120 pacientes o segmento mais acometido foi o cervical com 58 (48,3%) seguido do torácico 31 (25,8%) e lombar 31 (25,8%). O período médio de internação foi de 23 dias e 10% dos pacientes foram a óbito. 4. MECANISMOS DE TRAUMA O TRM constitui-se em uma doença heterogênea, podendo ser decorrente de uma fratura simples sem déficit neurológico até casos de lesão neurológica grave e lesões sistêmicas graves. Predominante no sexo masculino, sendo essa determinada pela cultura populacional. O principal fator etiológico foram acidentes de trânsito, excetuando-se idosos. Seguida por ferimento a arma de fogo, quedas gerais, ferimento por arma branca, mergulho em águas rasas e agressões. Tabela 1 - Número e porcentagem de pacientes segundo sexo -idade; sexo-segmento; sexo-causa. FAF: Ferimento por arma de fogo; FAB: Ferimento por arma branca. 4.1 Acidentes Automobilísticos Considerado problema de saúde pública, matando cerca de 1,25 milhões de pessoas e deixando em torno de 30 a 50 milhões de pessoas feridas por ano no mundo, os acidentes de trânsito são uma das principais causas de traumatismo raquimedular que ocasiona morte prematura e exclusão social de muitos indivíduos ao redor do mundo. O impacto dos acidentes de trânsito no mundo é de grande magnitude, deixando elevado número de feridos, grande parte com sequelas de incapacidade permanente. No acidente automobilístico podemos encontrar o efeito chicote, onde a lesão é caracterizada por desaceleração brusca pela colisão traseira do veículo em alta ou baixa velocidade ou até mesmo em veículos imóveis, assim, as estruturas da cervical não estavam preparadas para o impacto causado pelo acidente, levando ao trauma repentino ou sintomas tardios como: vertigens, dor e imobilidade na região da cervical, cefaleia, formigamento e dormência nos membros superiores, irritabilidade e perda de memória. Figura 1 - Efeito chicote. Fonte: https://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-cervical/golpe-de-chicote/ https://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-cervical/golpe-de-chicote/ Figura 2 - Simulação do efeito chicote em acidentes automobilísticos. Fonte: https://puromd.com/anatomia-lesao-cervical-e-mecanismo/ 4.2 Arma de fogo O ferimento por arma de fogo (FAF), ocorre pelo aumento da violência urbana, e se torna cada vez mais frequentes nos centros hospitalares. Causada por disparos de arma de fogo, atingindo a coluna vertebral, o ferimento pode levar também ao desenvolvimento de problemas neurológicos. O grau da lesão depende da energia transmitida através do projétil nos tecidos. Mas em sua maioria atinge a lesão medular completa. Os níveis mais acometidos foram o torácico com 23 casos (42,6%), seguido pelo cervical com 20 casos (37,1%), lombar com nove casos (16,6%) e sacral com dois casos (3,7%). Gráfico 1 - Segmento da coluna vertebral comprometido. Fonte: https://www.scielo.br/j/coluna/a/ZrvbgLPWjjbHtjMcGfztNxg/?lang=pt&format=pdf 4.3 Quedas gerais A queda de altura é um mecanismo que pode ser causa de uma ampla variedade de lesões. Muito comumem idosos, quando se fala em quedas da própria altura. Porém, cresce o índice de homens jovens, vítimas de óbito por tentativas de suicídio. O mecanismo dessa lesão é bem amplo e com variações, pois a queda pode causar impactos diretos na superfície e a desaceleração. Vítimas de queda de altura apresentam maior gravidade anatômica do trauma, maior frequência e gravidade de lesões em segmento torácico e em extremidades/pelve óssea, além de maior frequência de trauma raquimedular. 4.4 Ferimento por arma branca A lesão traumática da coluna vertebral por arma branca tem sido descrita como rara na literatura médica. Acomete majoritariamente o sexo masculino. A gravidade do traumatismo raquimedular (TRM) encontra-se diretamente associada com nível e grau da lesão neurológica, acometimento vascular e resposta imunológica subsequente. Geralmente o corpo estranho é retirado pelo agressor e raramente fica retido parcial ou total na coluna vertebral. Causando maiores danos à vítima. 4.5 Mergulho em águas rasas Acidente por mergulho é uma das principais causas de lesão medular em vários países. No Brasil, a grande faixa litorânea e o clima tropical, por elevadas temperaturas, fazem com que a exposição de pessoas em locais de mergulho em ambiente natural seja abundante, atrativo que implica em lesões de TRM. https://www.scielo.br/j/coluna/a/ZrvbgLPWjjbHtjMcGfztNxg/?lang=pt&format=pdf A biomecânica da lesão por mergulho combina compressão e hiperflexão da coluna cervical. A cabeça atinge o chão da piscina ou o fundo do rio, e recebe o peso do corpo, absorvendo o impacto ocorrido ao se chocar com o chão. Segue-se ao impacto da cabeça, a brusca flexão do pescoço, produzindo fratura de vértebra cervical, que resulta em trauma da medula espinhal. 4.6 Agressões O trauma raquimedular por agressão pode ser dividido por agressões físicas, devido ao grande aumento na violência urbana, e impacto no esporte, comuns em atletas de categorias radicais que necessitem de maior envolvimento corporal. 5. FISIOPATOLOGIA 5.1 Lesão primária A lesão primária é o resultado de um trauma mecânico inicial que causar um deslocamento, fratura ou mutilação de algum elemento da coluna vertebral, que acarretando um dano imediato na medula espinhal e tecidos adjacentes, caracterizado pela ruptura da barreira hemato-medular, ocasionando também a ruptura de vasos sanguíneos, corpos neuronais, axônios e células glia, que resulta na interrupção dos impulsos nervosos. O dano medular, resultado da transferência de energia para a medula espinhal pode acontecer através de quatro mecanismos: ● Estiramento – ocorre o rompimento das fibras musculares; ● Laceração – ocorre geralmente por arma branca, causando cortes e/ou perfurações; ● Compressão – compressão da coluna vertebral; ● Secção – ocasionado por cortes microscópicos, feito no eixo longitudinal. O rompimento da barreira permite uma inflamação generalizada em toda região acometida pelo trauma, que geralmente se estende para além dele. Também ocasiona hemorragias, petéquias, assim como a morte neural imediata. As células sanguíneas e proteínas do soro invadem a área lesionada, que passa a apresentar edema e aumento da pressão intersticial, o que causa a diminuição significativa da circulação sanguínea medular, gerando um quadro de isquemia, hipóxia/anóxia e/ou hipoglicemia. Substâncias como tromboxanos, leucotrienos, fator ativador de plaquetas, a serotonina e os opióides endógenos, também contribuem para a redução do fluxo microcirculatório. 5.2 Lesão secundária A Lesão Secundária sucede a lesão primária, envolvendo diversos mecanismo em sua fisiopatologia, e como se apresentam simultaneamente e estão relacionados, não é possível dizer ao certo o mecanismo fisiopatológico principal. Sendo eles: ● Mecanismos Vasculares; ● Mecanismos Iônicos; ● Mecanismo Bioquímicos; ● Mecanismo Inflamatórios; ● Mecanismos Celulares. 5.3 Mecanismos vasculares No Mecanismo Vascular ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo medular após o trauma, e piora nas primeiras horas podendo durar por pelo menos 24h. Pode ser seguida por uma fase de hiperemia devido a uma redução do PH ocasionado pelo agrupamento de metabólicos ácidos. Entre os fatores locais envolvidos com o surgimento e a manutenção da isquemia medular, destacam-se: o vasoespasmo secundário ao dano mecânico, à produção de eicosanóides, a trombose (via agregação plaquetária), o estresse oxidativo, a perda da auto-regulação vascular e, com destacada importância, a hemorragia na substância cinzenta medular e o edema vasogênico. 5.4 Mecanismo iônicos Os principais íons envolvidos na fisiopatologia da lesão medular são o íon sódio (Na+ ) e o íon cálcio (Ca++). Após o trauma ocorre a abertura dos canais de Na+ o que determina o influxo celular desse íon, tais canais se abrem em consequência de uma despolarização da membrana celular, secundária à depleção dos estoques celulares de adenosina trifosfato (ATP) devido à isquemia celular. O acúmulo intracelular de sódio contribui para surgimento de edema citotóxico, estímulo da ação das fosfolipases e acidose intracelular e além disso, promove o influxo celular de cálcio e potássio. A profusão de íons Ca++ na célula desencadeia uma cascata de eventos que é caracterizada pela ativação de fosfolipases, proteases, calpaína, plasmalogenases, óxido nítrico sintetase, calcineurinas e endonucleases. Tal situação prejudica a função celular, ocasionando a formação de radicais livres e alterações no DNA celular, o que contribui para a morte da célula. Igualmente é responsável pela degeneração axonal após o trauma em consequência da degradação das proteínas neurofilamentares e do citoesqueleto celular. 5.5 Mecanismo bioquímicos Os mecanismos bioquímicos são determinados pela liberação celular de aminoácidos, como o glutamato e o aspartato, em virtude da despolarização da membrana celular. Com isso, ocorre a ativação de receptores glutaminérgicos ionotrópicos e metabotrópicos, além da ativação de receptores opiáceos que quando ativados, desbloqueiam o receptor NMDA (bloqueio voltagem dependente mediado por magnésio) e provocam o influxo celular de sódio e potássio, com consequente despolarização da membrana e liberação de mais aminoácidos pela célula. Sua ativação do receptor NMDA promove influxo celular de cálcio e lesão celular via segundo mensageiro. Os receptores metabotrópicos, quando de sua ativação, estimula a fosfolipase causando hidrólise do fosfatidil-inositol da membrana plasmática, e aumentam a atividade de todos os outros receptores glutaminérgicos, provocando morte celular por mecanismo de excitotoxicidade. 5.6 Mecanismos inflamatórios Os mecanismos inflamatórios envolvem a produção de eicosanóides, a expressão do fator nuclear kB e a produção de citocinas. O ácido aracdônico, liberado pela lesão da membrana celular, ativa a cicloxigenase e a lipoxigenase, resultando na produção de eicosanóides, que são potentes vasoconstritores e estão envolvidos, como já citados, na fisiopatologia da isquemia medular. Além disso, tais substâncias determinam o acúmulo local de neutrófilos que causam a liberação de proteases e estão relacionados com a produção de radicais livres. Tal estresse oxidativo está envolvido na gênese da isquemia, além de estimular o acúmulo de mais neutrófilos. O aumento da expressão do fator nuclear kB (NFkB), responsável pela mediação da resposta inflamatória pós-trauma, determina a produção de prostaglandina sintetase-2, citocinas, moléculas de adesão celular e de óxido nítrico sintetase. O NF-kB também induz a apoptose e a transdução celular anormal. As citocinas, principalmente o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e as interleucinas 1 e 6 (IL-1 e IL-6) potencializam a ação da NF-kB (feedback positivo) e potencializam a microgliose, astrogliose e a morte celular. 5.7 Mecanismos celulares Os mecanismos celulares envolvem a produção de radicais livres, a proteína Nogo e a apoptose. Os radicais livres são produzidos devido a uma falência mitocondrial e causamperoxidação lipídica, responsável por inativação de todas as enzimas fosfolípides dependentes, destruição dos gradientes iônicos celulares, lise da membrana celular e liberação de mais radicais livres (feedback positivo). A proteína Nogo é uma proteína derivada da mielina que está presente em grande quantidade no local da lesão medular. Ela é um inibidor do crescimento axonal, impedindo a regeneração do axônio e induzindo à gliose. A apoptose pode ser definida como um processo celular ativo, mediado pela ativação das caspases onde ocorre contração celular com agregação da cromatina, picnose nuclear e morte celular. Tal processo envolve gasto de energia, ao contrário da necrose celular, que é um processo passivo. São os oligodendrócitos os principais acometidos pela apoptose, que também ocorre em axônios com degeneração walleriana, tanto acima como abaixo do local da lesão medular inicial, na área de penumbra isquêmica. A apoptose pode ocorrer de um dia até três semanas após o trauma. 6. CHOQUE MEDULAR O choque medular é uma das complicações associadas ao TRM, sendo definido como um estado completo de arreflexia da medula espinhal, uma interrupção fisiológica da condução nervosa pela medula, acontecendo logo após o trauma como um mecanismo de proteção que o organismo utiliza. Durante o choque medular, mesmo que a lesão medular não seja completa e permanente, o paciente apresenta ausência total da sensibilidade, dos movimentos e do reflexo bulbo cavernoso, que está presente em condições normais. O retorno do reflexo bulbo cavernoso indica o término do choque medular, permitindo então a determinação da lesão neurológica causada pelo trauma. Este reflexo é testado fazendo um estimulo na glande ou no clitóris e checando se há ou não contração do esfíncter anal. Quando a contração ocorrer, é sinal que o paciente já está fora do choque medular. 7. TIPOS DE SÍNDROMES MEDULARES Síndromes Medulares são o conjunto de sintomas causados por danos em alguma parte da medula espinhal. 7.1 Síndrome medular anterior Acomete a região anterior da medula e parte parcial da lateral, podendo ser decorrente de um trauma ou uma isquemia da artéria espinhal anterior que irriga essa região. Nesta síndrome as vias acometidas são: ● Córtico espinhal anterior; ● Espinotalâmica anterior; ● Córtico espinhal lateral; ● Espinotalâmica lateral e espinocerebelares podem estar parcialmente ou totalmente afetados. Tendo como um quadro clínico: ● Comprometimento da sensibilidade superficial; ● Perda parcial da motricidade; ● Porém o paciente possui totalmente preservada a sensibilidade profunda; pois o fascículo grácil e cuneiforme estará preservado. 7.2 Síndrome medular posterior Acomete região posterior da medula, ou seja, os fascículos grácil e cuneiforme. Tendo como quadro clínico: ● Perda da sensibilidade profunda; ● Preservação da motricidade e sensibilidade superficial. Nessa síndrome temos o paciente que devido a falta de sensibilidade profunda possui ataxia sensitiva, que não consegue sentir as articulações mexendo e por isso precisa andar olhando para os membros inferiores. 7.3 Síndrome Centromedular Acomete a parte central da medula, geralmente causada pela lesão do tipo chicote. Tem como quadro clínico: ● Comprometimento motor importante dos MMSS e de leve a normal nos MMII; ● Não possui comprometimento sensitivo. Isso acontece devido a laminação anatômica do trato corticoespinal, no trato córtico espinhal lateral possui uma organização das fibras e as fibras mais próximas da região central estão responsáveis por inervar a região dos MMSS. 7.4 Síndrome da Hemissecção Medular ou Brown Sequart Nesse tipo de lesão, é somente acometido metade da medula, comum por ferimentos de arma branca, que ocasiona um corte parcial da medula. As vias acometidas são: ● Corticoespinal anterior – homolateral; ● Espinotalamica anterior e lateral – contralateral; ● Fascículo Grácil e Cuneiforme – homolateral. Tendo como quadro clínico ● Comprometimento da motricidade voluntária e sensibilidade profunda e homolateral, ou seja, do lado que foi lesado, ficando com uma plegia; ● Comprometimento da sensibilidade superficial e contralateral, ou seja, o lado que não foi lesado pelo trauma. A informação motora está vindo do cérebro e ela cruza nas pirâmides bulbares e essa informação vai descer para inervar o lado do corpo, sendo esse o acometido. A sensibilidade profunda também vai estar comprometida pois a informação vai subir e não vai conseguir cruzar, pois o cruzamento só ocorre no nível do tronco encefálico. 7.5 Síndrome do Cone Medular Acomete o final da medula, denominado cone medular, é geralmente causada por tumores. Tem como quadro clínico: ● Plegia e sensibilidade comprometida abaixo da lesão; ● Anestesia em sela, ou seja, anestesia em partes internas da perna, coxa e raízes sacrais; ● Comprometimento urinário; ● Ausência da ereção reflexa. 7.6 Síndrome da Cauda Equina A mesma faz parte do sistema nervoso periférico, geralmente necessita de cirurgia, porém a neuroplasticidade é melhor que uma lesão na medula Seu quadro clínico depende muito da quantidade de raízes atingidas, então o indivíduo pode apresentar: ● Anestesia; ● Paralisia; ● Hipotonia; ● Comprometimento da função urinária, intestinal e sexual. Figura 3 - Áreas afetadas pela síndrome medular. Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030454121930071X 8. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – ASIA A ASIA (AMERICAN SPINE INJURY ASSOCITION) - Associação Americana de Trauma Raquimedular, padronizou e classificou como Avaliação Neurológica do TRM no ano de 1992, passou pela última revisão em 2002, tornando-se aceito em âmbito mundial como protocolo de avaliação. Conforme SANCHES 2021, a avaliação é baseada na prática observacional da sensibilidade e função motora do paciente, onde é determinado o nível neurológico, motor e sensitivo que foi acometido. Toda a avaliação, é obtida através de números/ pontuação onde ao final resulta-se num escore do qual é possível classificar o grau da lesão e obter um prognóstico. Questões como a sensibilidade profunda, propriocepção e algia profunda são quesitos opcionais a serem questionados pelo avaliador, entretanto, podem ofertar informações clínicas relevantes para o tratamento. Figura 4 - Representação da ASIA (Classificação Neurológica padrão para lesões medulares). Fonte – Santos, Tomaz e Soares (2019). Para a avaliação de sensibilidade tátil e dolorosa é realizada através da inspeção de 28 dermátomos bilateralmente, onde designa-se valores numéricos para mensurar: 0 – Ausente; 1 – Alterada; 2 – Normal; NT – Não testada (para a impossibilidade da avaliação do dermátomos). Para a avaliação do esfíncter anal externo, DELFINO 1999, sugere que seja feita a testagem através da introdução do dedo do examinador no orifício anal, para a determinação de lesão completa ou incompleta. A função motora, é testada através do grau de força muscular, para os chamados músculos-chaves, tais quais são padronizados pela ASIA. Músculos-chaves são os que possuem o papel de agonista principal da atividade funcional. Os músculos-chave determinados pela ASIA e que devem ser avaliados e pesquisados de forma bilateral. Vale lembrar que para a integridade nível medular do correspondente músculo-chave, o grau de força deve ser o mínimo igual a 3, considerando a Escala de Kendall. Tabela 2 - Músculos-Chave (ASIA) Músculos Miótomos Flexores do cotovelo C5 Flexores do punho C6 Extensores do cotovelo C7 Flexores dos dedos C8 Abdutores (dedo mínimo) T1 Flexores de quadril L2 Flexores de Joelhos L3 Dorsiflexores do tornozelo L4 Extensor Longo dos Dedos L5 Flexores plantares do tornozelo S1 Fonte: Nascimento, 2022. Terminadas as avaliações, realiza-se a somatória dos diferentes valores referentes à força muscular, sensibilidade tátil e dolorosa, onde resulta-se num valor máximo de 100 pontos para a avaliação motora e 112 pontos para a avaliação sensitiva. Em referência à observação da deficiência,a ASIA modificou a escala de Frankel et al.(1969), da qual representa em 5 graus de incapacidade: Escala de Frankel modificada pela ASIA. Tabela 3 - Escala de Frankel modificada pela ASIA Nível Tipo de lesão Característica Funcional A Lesão Completa Ausência de função motora e sensitiva inclusive nos segmentos sacrais S4-S5. B Lesão Incompleta Preservação de sensibilidade e ausência de função motora, inclusive S4-S5. C Lesão Incompleta Preservação da função motora abaixo do nível neurológico a maioria dos músculos com força menor ou igual a 3. D Lesão incompleta Preservação da função motora abaixo do nível neurológico a maioria dos músculos com força que 3. E Normal Sensibilidade e motricidade normais. Fonte: Nascimento. 2022. De acordo com Neves 2007, a escala ainda enumera algumas síndromes clínicas decorrentes de traumas medulares: Síndrome do Cordão Central, Síndrome da Cauda Equina; Síndrome da Artéria Central Anterior; Síndrome de Brown-Sequard e Síndrome do Cone Medular. Neves; Jesus, 2007, ressaltam que a classificação neurológica da lesão medular pode sofrer alterações durante a fase de recuperação, em especial com o término da fase de choque medular, a fase aguda da lesão. Portanto é necessário o acompanhamento contínuo e assíduo do quadro clínico geral do paciente durante a evolução de uma lesão completa, na fase aguda, para um quadro de lesão incompleta. 9. TRATAMENTO RELACIONADO A TOPOGRAFIA CLÍNICA O tratamento fisioterapêutico é traçado de acordo com a topografia atingida na lesão do TRM. Segundo estudos publicados pelo Ministério da Saúde em 2013, a idade média dos pacientes acometidos por Lesões Medulares é de 25 anos, sendo que 90% provém de lesões traumáticas, exemplo de acidentes automobilístico, quedas e violência. A tetraplegia refere-se ao prejuízo da função motora e/ou sensitiva dos segmentos cervicais da medula espinal provenientes dos danos dos elementos neurais dentro do canal medular por uma lesão completa (Nível C1- T1). Ela ainda resulta no prejuízo de funções dos membros superiores, tronco e membros inferiores, além dos órgãos pélvicos (BASTOS et al, 2016). A paraplegia refere-se ao prejuízo da função motora e/ou sensitiva dos segmentos lombares da medula espinal provenientes dos danos dos elementos neurais dentro do canal medular no Nível de T2 para baixo, resultando em prejuízos das funções do movimento de tronco em direção aos membros inferiores, diferentemente que ocorre na tetraplegia, as funções de membros superiores permanecem preservada. SANCHES 2020. Como visto anteriormente, a definição do nível da lesão é avaliada e ponderada através de: ● · Nível Motor – Miótomos. ● · Nível sensorial – Dermátomos. Observa-se características específicas para lesões altas e baixas, tais como: ● Lesões Altas – apresentam hipertonia, plegia/ espasticidade e hiperreflexia. ● Lesões Baixas – Hipotonia, plegia e hiporreflexia. 9.1 Avaliação Clínica Segundo Sanches 2020, um dos aspectos determinantes para a evolução do paciente após a lesão medular é o atendimento inicial médico no local do acidente. Em muitos casos, a lesão definitiva ocorre no momento em que é feita a transferência do local do acidente. O protocolo de atendimento das equipes de resgate precisa ser executado de forma minuciosa, realizando a mobilização correta do paciente em prancha de madeira e colocação de colar cervical diante da suspeita de trauma na coluna vertebral. A imobilização só poderá ser retirada após a confirmação dos exames radiológicos e complementares. Após a estabilização hemodinâmica, inicia-se o exame físico, para verificar fratura de vértebra, e avaliar a condição neurológica do paciente. O exame neurológico é aplicado às avaliações de sensibilidade, função motora e reflexos. 9.2 Tratamento fisioterapêutico De acordo com DELFINO 1999, o ideal da abordagem terapêutica ao paciente de TRM é que seja iniciada, se possível, no local do acidente, onde deverá ser enfatizada a imobilização e o transporte adequado do paciente a fim de evitar lesões adicionais ou aumentar as que já estão instaladas. O tratamento da lesão medular propõe programas que são específicos de saúde e de reabilitação que começam no dia do trauma e devem continuar ao longo da vida do paciente (ALBERT et al., 2012). As intervenções sobre as lesões têm como objetivo principal, a preservação da medula espinal, restaurando o alinhamento da coluna vertebral, e estabilizando esse segmento lesado. Técnicas cirúrgicas não são capazes de estabelecer recuperação funcional da medula espinal. Diante dos tratamentos no TRM destaca-se a fase hospitalar e a fase após a alta. A fase ambulatorial é caracterizada em que o indivíduo encontra-se hospitalizado, onde é possível que estejam apresentando sintomas comuns na fase do choque medular, em que ocorre a ausência dos reflexos medulares, que também pode ser chamado de automatismo medular. Para a fase hospitalar, medidas que auxiliam na prevenção de úlceras de pressão, deformidades ósseas, rigidez articular dentre outros fatores devem ser observadas. As intervenções precoces podem auxiliar no prognóstico benéfico ao paciente. Prognóstico - O prognóstico irá depender do grau e nível em que ocorreu a lesão. Sabe-se que lesões mais superiores a medula, ou seja, lesões altas resultam num prognóstico mais complexo. Quanto mais alta a lesão, maior comprometimento funcional o paciente apresentará. Para lesões baixas, resultam num prognóstico com menor comprometimento funcional. 9.3 Tetraplegia Alta e Baixa Na descrição do artigo publicado em 2016, por BASTOS, classifica-se a tetraplegia alta e baixa da seguinte forma: ● Lesões entre C1 e C3 – tetraplegia Alta com Ventilação Mecânica; ● Lesões entre C4 -C6 – Tetraplegia Alta; ● Lesões entre C7- C8 – Tetraplegia baixa. Conforme citado anteriormente, o processo de reabilitação do paciente inicia-se dentro da unidade hospitalar. Uma avaliação completa, como dados de tempo de socorro, tempo que o paciente ficou desacordado, exames complementares para direcionar o grau e amplitude da lesão, devem ser estudados pelo fisioterapeuta. É importante que se identifique precocemente qual o impacto gerado pelo trauma. É comum que na fase aguda, a fase de choque medular seja caracterizada pelo rebaixamento de consciência e redução de transmissões sinápticas. É comum que o paciente esteja sob cuidados da Unidade Intensiva, e submetido a ventilação mecânica. 9.3.1 Ajustes Respiratórios Os parâmetros da ventilação devem buscar otimizar as trocas gasosas, evitando lesões pulmonares graves ao indivíduo acometido. A intensidade das sequelas está diretamente ligada a duração da fase aguda, isto significa que quanto maior o tempo de permanência da depressão do SNC, maiores disfunções serão desenvolvidas pelo paciente. 9.3.2 Reabilitação Intensiva Após o desmame, o paciente recupera de forma total ou parcial o nível de consciência, e é possível ter um maior contato com o paciente. É importante observar e acompanhar o aparecimento das lesões por pressão, e fazer ajustes no posicionamento do leito, e hidratação do tecido com cautela para não provocar maiores comprometimentos neurológicos com as manobras e mobilizações. 9.3.3 Relaxamento Muscular É comum o desenvolvimento da progressão álgica nos pacientes acometidos, devido aos fatores fisiológicos e biopsicossociais. Nesse momento é bastante interessante um acompanhamento multidisciplinar para auxiliar no processo de recuperação. Para tratamento fisioterápico, técnicas de relaxamento muscular que aliviam o quadro álgico e o estresse, para a liberação hormonal que proporcionam bem estar. Hidroterapia, massagem terapêutica, e técnicas cinéticas funcionais mesmo assistidas, são opções que podem ser aplicadas no processo. (BERTELLI et.al 2011). 9.3.4 Amplitude de movimento Mobilizações articulares devem ser executadas continuamente para a prevenção de deformidades, encurtamentos e atrofias nos membros. 9.3.5 Exercícios de Educação Neuromuscular As junções neuromuscularesno TRM são fortemente acometidas, e devem ser levadas em consideração no momento da reabilitação da fase crônica da lesão. O procedimento de referência para obtenção da neuroplasticidade e melhora da função neurológica e musculoesquelética é a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), que dispõe de técnicas manuais e comandos verbais para produzir diferentes contrações musculares (concêntricas, isométricas e excêntricas). Apresenta como objetivo principal o recrutamento do maior número de unidades motoras possíveis, produzindo potenciais de ação em uma ampla gama de fibras musculares. As contrações concêntricas são realizadas pelos músculos agonistas e sinergistas, ao passo que as excêntricas são produzidas principalmente pelos antagonistas, controlando a velocidade de execução de determinado movimento. As isométricas são definidas por contrações sem a produção de movimento. 9.3.6 Restrições de exercícios fisioterapêuticos para vítimas de tetraplegia alta e baixa É importante que se atente aos limites do paciente. Limiares de dor, fadiga, dispneia e fatores biopsicossociais são fatores que irão determinar a progressão e a manutenção ou interrupção de certos procedimentos. A insuficiência respiratória é comum em pacientes que possuem lesões mais altas, portanto, é importante a inserção de atividades e recursos que ajudam na complacência pulmonar e sinais que indiquem a presença de secreções. Em lesões completas, de segmentos de C3, C4 e C5, a VM deve ser contínua e monitorada pelo fisioterapeuta para que não ocorra falhas que possam resultar em graves complicações. 9.4 Paraplegia Alta e Baixa Classifica-se como paraplegia alta e baixa os seguintes parâmetros: ● Lesões entre T1 e T6 – Paraplegia alta. ● Lesões entre T7 a L5 – Paraplegia baixa. A paraplegia é caracterizada por uma lesão relacionada a perda de movimentos dos membros inferiores, sendo assim, os movimentos dos membros superiores permanecem preservados. Devido a integridade dos membros superiores, é possível criar maiores possibilidades de atividades, potencializando a funcionalidade desse segmento para auxiliar nas AVD´s. Os itens citados acima, no tratamento para tetraplegia também podem ser considerados nesse tratamento. 9.4.1 Fortalecimento Muscular A aplicação de técnicas que contribuem para o fortalecimento muscular. O fortalecimento pode ser aplicado através de técnicas manuais, cinesioterapia ativa/ Assistida, entre outros. O fortalecimento deve ser realizado em conjunto com outras estratégias com o intuito de promover neuroplasticidade, principal mecanismo de reabilitação dos pacientes acometidos pelo TRM. O fortalecimento deve ser executado com atividades adaptadas e elaboradas como: atividades proprioceptivas, treino sensório- motor, e ao decorrer do tratamento inserir atividades como Exercícios resistidos (ER) que são capazes de promover melhoras do condicionamento físico para manter uma qualidade de vida. Entretanto, há estudos em que se discutem a correlação entre ER e os efeitos para traumas medulares baixa, visto que os exercícios melhoram os desequilíbrios musculares causados pelas lesões medulares e proporcionam benefícios biopsicossociais, melhora da força, melhora da resistência, e diminuição de quadros álgicos comumente encontrados em pacientes, com dores nos ombros causados pelas transferências, e para a manutenção da capacidade funcional e da saúde desses pacientes. (MOTTI, 2010). 9.4.2 Condicionamento Cardiorrespiratório Um grande número de indivíduos com TRM se torna dependente de cadeira de rodas, o que ocasiona uma tendência ao sedentarismo e ao isolamento social. Porém, quando os membros superiores têm sua função preservada ou parcialmente preservada, é possível trabalhar o condicionamento aeróbico, através de treinos individualizados, como hiit, TABATA, entre outros estímulos. Todos os pacientes em condições de se exercitar de forma aeróbia, devem ser incentivados e educados neste sentido. O aumento do VO2 de pico melhora a percepção subjetiva de qualidade de vida, ameniza a fadiga, e dispneia, bem como otimiza a função autonômica no sistema cardiovascular e metabólico. 10. CONCLUSÃO Considerando todos os pontos acima citados, é possível concluir o quão complexo e perigoso é o traumatismo raquimedular, sendo assim, deve-se levar em consideração a importância de uma intervenção médica e fisioterapêutica adequada. A fisioterapia se faz presente de forma indispensável, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, o retorno às atividades de vida diária, mesmo que dentro das condições de funcionalidade em que o indivíduo se encontra, além de auxiliar na sua adaptação social, traçando condutas e objetivos que potencializam as suas capacidades funcionais e preservem as que foram afetadas. Sendo assim as condutas fisioterapêuticas são estabelecidas de forma individualizada, a partir de uma avaliação minuciosa visando sempre conseguir a maior recuperação e retorno de suas ADV’s para o paciente. A Fisioterapia está ligada à reabilitação de disfunções. É por este motivo que não só pacientes neurológicos, como todos os outros pacientes, devem ser tratados com ênfase nas funções orgânicas. Melhorar uma função significa desempenhá-la várias vezes, com atenção do fisioterapeuta e do paciente para os mínimos detalhes em todos os movimentos executados. É evidente que nem todos os pacientes conseguiram realizar todas as atividades de vida diária como faziam antes da lesão, portanto, o profissional deve respeitar os limites do indivíduo e proporcionar, dentro das possibilidades, a melhor função. A melhora da qualidade de vida, o retorno às atividades de vida diária, mesmo que dentro das condições da funcionalidade em que o indivíduo se encontra, e auxiliar na sua adaptação social, traçando condutas e objetivos que potencializam as suas capacidades funcionais e preservem as que foram afetadas REFERÊNCIAS Frison VB, Teixeira GO, Oliveira TF, Resende TL, Netto CA. Estudo do perfil do trauma raquimedular em Porto Alegre. Fisioter Pesq. 2013;20(2):165-171. Palitot, T. Traumatismo raquimedular e fatores associados em vítimas de acidentes de trânsito [dissertação]. Campina Grande: Universidade Estadual da Paraíba; 2018. Rouanet, Carolina et ai. Lesão medular traumática: conceitos atuais e atualização do tratamento. Arquivos de Neuro-Psiquiatria [online]. 2017, v. 75, n. 6 [Acessado em 8 de setembro de 2022], pp. 387-393. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0004-282X20170048>. ISSN 1678-4227. https://doi.org/10.1590/0004-282X20170048. 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