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Leptospirose

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Amanda I. Rosa 
 Leptospirose
 Doença infecciosa febril de inicio abrupto, cujo 
espectro clínico pode variar desde um processo 
inaparente até formas graves; 
! Enquadra-se nas síndromes febris íctero-
hemorrágicas; 
Agente etiológico 
- Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica 
obrigatória do gênero Leptospira, do qual se 
conhecem 14 espécies patogênicas, sendo a 
mais importante a L. interrogans; 
- Mais de 200 sorotipos já foram identificados; 
- Qualquer sorotipo pode determinar as 
diversas formas de apresentação clinica no 
homem; 
- No Brasil, os sorotipos Icterohaemorrhagiae e 
Copenhageni estão relacionados aos casos 
mais graves. 
 RESERVATÓRIOS: roedores das espécies Rattus 
norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus 
attus (rato de telhado ou rato preto) e Mus 
musculus (camundongo ou catita); 
 Esses animais NÃO desenvolvem a doença 
quando infectados – albergam a Leptospira sp. nos 
rins, eliminando-a viva no meio ambiente e 
contaminando água, solo e alimentos; 
 Outros reservatórios são caninos, suínos, bovinos, 
equinos, ovinos e caprinos; 
 O homem é hospedeiro acidental e terminal, dentro 
da cadeia de transmissão. 
Transmissão 
 A infecção humana resulta da exposição direta 
ou indireta à urina de animais infectados; 
 A penetração do microrganismo ocorre através da 
pele com presença de lesões, pele integra imersa 
por longos períodos em água contaminada ou 
através de mucosas. 
 Urina contaminada pode permanecer com bactéria 
ativa por até 6 meses; 
 
 Ratos urinando em bueiros, em esgotos -> chuva -
> enchentes -> água contaminada dissemina-se 
 Outras formas raras de transmissão: contato com 
sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, 
transmissão acidental em laboratórios e ingestão 
de agua ou alimentos contaminados. 
 A transmissão pessoa a pessoa é rara, mas podem 
ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções 
e tecidos de pessoas infectadas. 
 As inundações propiciam a disseminação e a 
persistência da bactéria no ambiente, 
facilitando a ocorrência de surtos. 
 
! Período de incubação: Varia de 1 a 30 dias 
(média entre 5 e 14 dias) 
! Período de transmissibilidade: Os animais 
infectados podem eliminar a leptospira através 
da urina durante meses, anos ou por toda a 
vida, segundo a espécie animal e o sorotipo 
envolvido. 
! A imunidade adquirida pós-infecção é sorovar-
especifica, podendo um mesmo indivíduo 
apresentar a doença mais de uma vez se o 
agente etiológico de cada episódio pertencer a 
um sorotipo diferente. 
 Manifestações clínicas 
 Variam desde formas assintomáticas e subclínicas 
até quadros clínicos graves, associados a 
manifestações fulminantes. 
 As apresentações clínicas da leptospirose são 
divididas em duas fases: fase precoce (fase 
leptospirêmica) e fase tardia (fase imune). 
 
 
Amanda I. Rosa 
 Fase precoce (fase leptospirêmica): 
SINTOMAS INESPECÍFICOS 
! Fase precoce tende a ser autolimitada e 
regride entre 3 e 7 dias sem deixar 
sequelas. 
 
- Caracteriza-se pela instalação abrupta de febre, 
comumente acompanhada de cefaleia, mialgia 
(principalmente dor nas panturrilhas), anorexia, 
náuseas e vômitos; 
- Corresponde de 85 a 90% das formas clínicas, mas 
poucos casos são identificados e notificados nessa 
fase da doença. 
- Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou 
hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e 
tosse; 
- Exantema (10-20%): eritema macular, papular, 
urticariforme ou purpúrico, distribuidos no tronco 
ou região pré-tibial. 
- Em menos de 20%: hepatomegalia, 
esplenomegalia e linfadenopatia. 
 
 Fase tardia (fase imune): 
- Em aproximadamente 15% dos pacientes com 
leptospirose, ocorre evolução para manifestações 
clinicas graves; 
o Síndrome de Weil: tríade de icterícia, 
insuficiência renal e hemorragia (mais 
comumente pulmonar); 
 Icterícia tem uma tonalidade alaranjada 
muito intensa (icterícia rubínica), ocorre 
entre o 3° e o 7° dia da doença; 
 Paciente apresenta lesão hepática; 
Obs.: rim é o órgão mais acometido – pacientes fazem 
IRA renal; 
- A síndrome de hemorragia pulmonar e caracterizada 
por lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar 
maciço; 
- A leptospirose causa uma forma peculiar de injúria 
renal aguda -> não oligúrica e hipocalêmica, devido à 
inibição de reabsorção de sódio nos túbulos renais 
proximais, aumento no aporte distal de sódio e 
consequente perda de potássio; 
*diurese normal ou aumentada; 
Diagnóstico 
 Fase precoce: cultura, PCR ou exame direto 
(visualização da bactéria); 
 Fase tardia: sorológicos (Elisa IgM), 
microaglutinação; 
o Hemograma, ureia, creatinina, bilirrubina 
total e frações, TGO, TGP, gama glutamil 
transferase (GGT), fosfatase alcalina (FA), 
creatinoquinase (CPK – para lesão 
muscular esquelética), Na+ e K+. 
o Avaliar: radiografia de tórax, 
eletrocardiograma (ECG) e gasometria 
arterial; 
 
Tratamento 
 Hospitalização imediata dos casos graves, Nos 
casos leves, o atendimento é ambulatorial; 
 A antibioticoterapia está indicada em qualquer 
período da doença, mas sua eficácia costuma ser 
maior na 1° semana do início dos sintomas; 
*fase precoce: VO; 
*fase tardia: IM 
Ceftriaxona: 1g 12/12h 
 
Principais diagnósticos diferenciais: 
! Fase precoce: dengue, influenza (síndrome gripal), 
malária, riquetsioses, doença de Chagas aguda, 
toxoplasmose, febre tifoide, entre outras doenças. 
! Fase tardia: hepatites virais agudas, hantavirose, 
febre amarela, malária grave, dengue hemorrágica, 
febre tifóide, endocardite, riquetsioses, doença de 
Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda, 
apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, 
colecistite aguda, coledocolitíase, esteatose aguda 
da gravidez, síndrome hepatorrenal, síndrome 
hemolíticourêmica, outras vasculites, 
incluindo lúpus eritrematoso sistêmico dentre 
outras.

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