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SOI II - APG 17 - Glândulas Suprarrenais

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29/09/2022 FAMEG | Afya 1 
Marcela Beltrão 
Glândulas Suprarrenais
 
 
 
1. Estudar a embriologia, histologia e 
morfofisiologia das suprarrenais; 
2. Compreender quais substâncias são secretadas 
pelas suprarrenais e suas funções; 
3. Entender como acontecem o funcionamento 
dos glicocorticoides no metabolismo 
(obesidade); 
4. Conhecer sobre o eixo hipotálamo hipófise 
adrenal e sua importância no suporte 
imunológico; 
 
 
 
A glândula suprarrenal se desenvolve de 
dois componentes: uma porção mesodérmica, que 
forma o córtex e uma porção ectodérmica, que 
forma a medula. Durante a quinta semana do 
desenvolvimento, as células mesoteliais entre a 
raiz do mesentério e a gônada em 
desenvolvimento começam a proliferar e 
penetram o mesênquima subjacente. Nesse ponto, 
elas se diferenciam em grandes células acidófilas, 
que formam o córtex fetal, ou córtex primitivo, da 
glândula suprarrenal. Um pouco depois disso, uma 
segunda onda de células do mesotélio penetra o 
mesênquima e envolve a massa celular acidófila 
original. Essas células, menores que as da primeira 
onda, formam mais tarde o córtex definitivo da 
glândula. Essas são células que produzem 
esteroide e no segundo trimestre começam a 
secretar desidroepiandrosterona (DHEA), que é 
convertida em estrógeno pela placenta. Evidências 
sugerem que a produção de hormônio pelo córtex 
fetal é importante para a conservação da placenta 
e da gestação. Logo após o nascimento, o córtex 
fetal é regressa rapidamente, enquanto as células 
restantes se diferenciam em três camadas 
definitivas do córtex: a zona glomerulosa, a zona 
fasciculada e a zona reticular. O córtex secreta 
basicamente cortisol, aldosterona e andrógenos. 
Enquanto o córtex fetal está sendo 
formado, as células da crista neural invadem sua 
região medial, ondem ficam arranjadas em cordões 
e grupos para formar a medula da glândula. Os 
sinais que regulam a migração dessas células e sua 
especificação para a medula adrenal emanam da 
aorta dorsal, são chamadas de células cromafins. 
Essas células representam neurônios simpáticos 
pós-ganglionares modificados que são inervados 
por fibras simpáticas e, quando estimuladas, 
produzem epinefrina (adrenalina) e norepinefrina 
(noradrenalina), que são liberadas diretamente na 
corrente sanguínea. 
Durante a vida embrionária, as células 
cromafins estão amplamente espalhadas por todo 
o embrião, mas, no adulto, o único grupo que 
persiste se encontra na medula suprarrenal. 
 
FIGURA 1: A. CÉLULAS DA CRISTA NEURAL PENETRANDO O CÓRTEX FETAL 
DA GLÂNDULA SUPRARRENAL. B. AS CÉLULAS DA CRISTA NEURAL FORMAM 
A MEDULA SUPRARRENAL E SE DIFERENCIAM EM CÉLULAS CROMAFINS. 
MAIS TARDE NO DESENVOLVIMENTO, O CÓRTEX DEFINITIVO CIRCUNDA 
QUASE COMPLETAMENTE A MEDULA. 
 
 
As glândulas adrenais são também 
chamadas de suprarrenais ficam localizadas nos 
polos superiores de cada rim e assim como os rins 
são órgãos retroperitoniais. São relativamente 
pequenas medindo em média de 4cm à 6cm de 
comprimento e de 1cm à 2cm de largura, pesa 
cercar de 10g em um indivíduo adulto, porém no 
feto pesa bem mais proporcionalmente pois tem 
uma atividade muito maior. 
 A glândula direita tem um formato 
piramidal, de posição apical e possui relações 
anatômicas com o pilar direito do diafragma, com 
a veia cava inferior e com o fígado. 
 A glândula esquerda tem um formato de 
meia lua, de posição medial e possui relações 
anatômicas com o pilar esquerdo do diafragma, 
com o baço e o estômago. 
 As glândulas adrenais são irrigadas por três 
artérias, sendo elas, as artérias suprarrenais 
Objetivos 
Embriologia 
Anatomia 
29/09/2022 FAMEG | Afya 2 
Marcela Beltrão 
superiores, as artérias suprarrenais médias e as 
artérias suprarrenais inferiores. Enquanto a 
drenagem venosa é feita por uma única veia, a veia 
suprarrenal esquerda que é originada da veia renal 
e a veia suprarrenal direita que é originada da veia 
cava inferior. 
 Sua inervação ocorre através do plexo 
suprarrenal que é um plexo composto 
essencialmente por fibras simpáticas. 
 
FIGURA 2: LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DAS GLÂNDULAS SUPRARRENAIS. 
 
FIGURA 3: ESTRUTURA GERAL E CIRCULAÇÃO DE SANGUE NA GLÂNDULA 
ADRENAL. 
 
 
É uma glândula revestida por uma cápsula 
de tecido conjuntivo denso, dividida em córtex 
adrenal e medula adrenal. 
 O córtex adrenal possui origem 
embriológica mesodérmica e é formada 
basicamente por células secretoras de hormônios 
esteroides (lipídios), muito ricas em retículo 
endoplasmático liso. É dividido em três zonas, 
sendo elas, a zona glomerulosa, zona fasciculada e 
zona reticulada. 
• A Zona Glomerulosa é a zona mais externa e 
mais fina, composta por células piramidais 
responsáveis pela produção de 
mineralocorticoides, onde temos como 
principal representante a aldosterona. 
• A Zona Fasciculada é a zona intermediária, 
composta por células poliédricas dispostas em 
cordões retos e regulares, responsáveis pela 
produção de glicocorticoides, que temos como 
principal representante o cortisol. São células 
bastante ricas em lipídeos. 
• A Zona Reticulada é a zona mais próxima da 
medula adrenal, composta também por células 
poliédricas, porém dispostas em cordões 
irregulares, responsáveis pela produção 
essencialmente dos hormônios androgênios. 
 A medula adrenal possui origem 
embriológica neuroderma, logo são células neurais 
chamadas cromafins, que também são células 
poliédricas dispostas em cordões sustentados por 
fibras reticulares, responsáveis pela produção das 
catecolaminas (epinefrina e norepinefrina). 
 
 
FIGURA 4: CAMADAS HISTOLÓGICAS DA GLÂNDULA SUPRARRENAL. 
 
FIGURA 5: SECREÇÃO DE HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS PELAS 
DIFERENTES ZONAS DO CÓRTEX ADRENAL E SECREÇÃO DE CATECOLAMINAS 
PELA MEDULA. 
Histologia 
29/09/2022 FAMEG | Afya 3 
Marcela Beltrão 
 
 
A fina zona mais externa da adrenal, tem 
produção exclusiva de mineralocorticoides por não 
possuir a enzima CYP17. Produz o 
mineralocorticoide aldosterona que agirá 
principalmente nos túbulos renais, diretamente na 
regulação da água, do sódio e do potássio, mais 
especificamente reabsorvendo água e sódio e 
secretando potássio. É minimamente influenciada 
pelo ACTH e primariamente pelo sistema renina-
angiotensina, pela concentração de K+ no plasma e 
pelo peptídeo natriurético atrial (ANP). 
No sangue, a aldosterona liga-se à albumina 
e à proteína ligadoras de corticosteroides com 
baixa afinidade; portanto, tem meia vida biológica 
curta, de cerca de 20 minutos. Quase toda 
aldosterona é inativa pelo fígado em uma 
passagem; é conjugada a um grupo glicuronida e 
excretada pelos rins. 
A aldosterona atua de forma muito 
semelhante ao cortisol: seu mecanismo primário 
de ação é mediado pela ligação a um receptor 
intracelular específico. 
 
FIGURA 6: VIAS DE SINALIZAÇÃO DA CÉLULA EPITELIAL RESPONSIVA À 
ALDOSTERONA. A ATIVAÇÃO DO RECEPTOR MINERALOCORTICOIDE (MR) 
PELA ALDOSTERONA PODE SER ANTAGONIZADA COM ESPIRONOLACTONA. 
A AMILORIDA É UM FÁRMACO QUE PODE SER USADO PARA BLOQUEAR AS 
PROTEÍNAS DO CANAL DE SÓDIO EPITELIAL (ENAC). 
 
 
 
 
 
É um sistema essencialmente de regulação 
renal. Quando temos uma redução da pressão 
arterial (hipotensão), temos uma má perfusão 
renal, pois temos menos sangue passando pelo 
glomérulo, consequentemente menos sódio e a 
mácula densa vai perceber essa relação, logo o rim 
vai perceber que a pressão arterial está baixa e 
precisa ser aumentada. Então, a mácula densa 
liberará um hormônio chamado de renina que 
agirá no fígado estimulando a liberação de 
angiotensina I que sofrerá ação da enzima 
conversora de angiotensina (ECA), produzida nos 
pulmões, convertendo angiotensina I em 
angiotensina II que fará vasoconstrição e 
estimulará a zona glomerulosa do córtex adrenal a 
produzir e liberar aldosterona, através da ativação 
no receptor celular de mineralocorticoide (MR). 
Logo, a aldosterona agirá nos túbulos renais 
estimulando a reabsorção de sódio e 
consequentemente água, aumentando o fluxo 
plasmáticoe restabelecendo a pressão arterial, e 
agirá também nas células principais do túbulo 
coletor que possui uma bomba secretora de 
potássio e hidrogênio. 
 
 
A zona fasciculada produz o hormônio 
glicocorticoide cortisol. Comporta por um tecido 
ativamente esteroidogênico composto de cordões 
retos de células grandes que têm citoplasma 
“espumoso” porque são cheias de gotículas de 
lipídeos que representam ésteres de colesterol 
armazenados. Tais células produzem algum 
colesterol de novo, mas, também importam o 
colesterol do sangue na forma de lipoproteína de 
baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta 
densidade (HDL). O colesterol livre é, então, 
esterificado e armazenado nas gotículas de lipídeo. 
O colesterol armazenado é continuamente 
transformado em colesterol livre pela hidrolase de 
éster de colesterol, um processo que aumenta em 
resposta ao estímulo à síntese do cortisol. 
Na zona fasciculada, o colesterol é 
convertido, sequencialmente, em pregnenolona, 
progesterona, 17-hidroxiprogesterona, 11-
desoxicortisol e cortisol. 
Zona Glomerulosa 
 
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona 
Zona Fasciculada 
 
29/09/2022 FAMEG | Afya 4 
Marcela Beltrão 
 
FIGURA 7: PASSOS NA SÍNTESE DE MINERALOCORTICOIDES, 
GLICOCORTICOIDES E ANDROGÊNIOS. 
O cortisol é transportado pelo sangue 
predominantemente ligado à globulina ligadora de 
corticosteroide [CBG] (também conhecida como 
transcortina), que liga cerca de 90% do hormônio 
circulante e à albumina, que liga de 5% a 7%. O 
fígado é o sítio predominante de inativação do 
hormônio. Esse órgão inativa o cortisol e conjuga 
esteroides ativos e inativos com glicuronida ou 
sulfato, para que possam ser secretados mais 
rapidamente pelos rins. A meia vida do cortisol 
circulante é de cerca de 70 minutos. 
O cortisol é reversivelmente inativado pela 
conversão em cortisona. Possuímos duas enzimas 
responsáveis pela conversão de cortisol em 
cortisona e vice versa. Sendo elas, 11β - 
hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1 (11β-HSD 1) 
que converte cortisona em cortisol e a 11β - 
hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (11β-HSD 2) 
que faz a conversão de cortisol em cortisona. 
O cortisol é um glicocorticoide que pode ter 
função de mineralocorticoide, logo a conversão em 
cortisona é importante para impedir a ação desse 
hormônio na função renal, então podemos 
observar a presença da 11β-HSD 2 principalmente 
nos rins. 
O cortisol atual em sua célula alvo em um 
receptor intracelular nuclear genômico acoplado a 
proteína chaperona. 
O cortisol tem uma ampla faixa de ação e é, 
frequentemente, caracterizado como “hormônio 
do estresse”. 
Em geral, o cortisol mantém os níveis de 
glicose sanguínea, as funções do SNC e as funções 
cardiovasculares durante o jejum, e aumenta os 
níveis de glicose no sangue durante episódios de 
estresse às despesas de proteína muscular. O 
cortisol protege o corpo contra efeitos de 
autolesões de respostas inflamatórias e imunes 
descontroladas. O cortisol também reparte a 
energia para enfrentar um estresse inibindo as 
funções reprodutoras. 
É um hormônio que agirá praticamente em 
todos os tecidos do nosso organismo, conhecido 
como hormônio do estresse, que adaptará nosso 
corpo a tanto o estresse físico quanto neurológico, 
fornecendo energia, oxigênio e nutrientes. 
 
• Aumenta a glicose sanguínea, reduzindo a 
captação de glicose celular através do 
receptor GLUT 4; 
• Estimula a gliconeogênese, formação de 
nova glicose através de outros substratos; 
• Promove proteólise; 
• Diminuição das proteínas extra hepáticas; 
• Aumento das proteínas hepáticas; 
• Promove lipólise; 
 
Sobre o Sistema Cardiovascular 
• Aumenta a sensibilidade das catecolaminas 
• Aumenta débito e pressão sanguínea 
• Estimula a produção de eritropoietina 
(hormônio produzido nos rins que age na 
medula óssea estimulando a produção de 
hemácias) 
• Anemia (hipocortisolismo) x Policitemia 
(hipercortisolismo) 
 
Qualquer bloqueio nas enzimas que resulte na diminuição da 
síntese de cortisol aumenta, consequentemente, a secreção de 
ACTH e produz hiperplasia adrenal. A forma mais comum de 
hiperplasia adrenal congênita ocorre como resultado da 
deficiência da enzima 21-hidroxilase (CYP21). Estes indivíduos 
não podem produzir quantidades normais de cortisol, 
desoxicortisol, DOC, corticosterona ou aldosterona. A produção 
deficiente de cortisol e sua consequente elevação dos níveis de 
ACTH, estimulam a esteroidogênese aumentando a síntese de 
produtos que são produzidos anteriormente à enzima 
deficiente, bem como os produtos da zona reticular. Como 
estes últimos incluem os androgênios adrenais, um feto 
feminino será virilizado. Esses indivíduos não são capazes de 
produzir mineralocorticoides, aldosterona, DOC e 
corticosterona, têm dificuldade de reter sais e manter o volume 
extracelular. Consequentemente, tendem a ser hipotensos. 
Caso o bloqueio seja na próxima etapa, 11b-hidroxilase 
(CYP11B1), a DOC será formada e seus níveis se acumulam. 
Sendo a DOC atividade mineralocorticoide significante e se seus 
níveis se elevarem, estes indivíduos tenderão a reter sal e água 
e se tornarem hipertensos. 
29/09/2022 FAMEG | Afya 5 
Marcela Beltrão 
Sobre o Sistema Imune e Inflamatório 
• Inibe a produção de citocinas pró-
inflamatórias; 
• Inibe a Fosfolipase A2 (enzima importante 
na produção de substâncias inflamatórias - 
leucotrienos, tromboxanos e 
prostaglandinas); 
• Estabiliza as membranas lisossomais (logo, 
não há protease que também promove 
inflamação tecidual); 
• Diminuição de linfócitos T e inibe a 
fagocitose, principalmente de neutrófilos; 
• Não afeta a produção de anticorpos; 
 
Sobre o Tecido Conjuntivo 
• Inibe a produção de fibroblastos (síntese de 
colágeno e elastina); 
• Inibe formação de colágeno; 
• Promove pele fina e equimoses (manchas 
roxas); 
 
Sobre o Tecido Ósseo 
• Aumenta a reabsorção óssea e inibem a 
formação; 
• Diminui a absorção intestinal de cálcio; 
• Diminui a reabsorção renal de cálcio; 
• Diminui a concentração sérica de cálcio na 
corrente sanguínea; 
• Estimula a liberação de paratormônio 
(aumento da reabsorção óssea - "tirar" 
cálcio do osso para o sangue); 
 
Logo, pacientes que fazem uso crônico de 
corticoides desenvolvem osteoporose. 
 
Sobre o Sistema Geniturinário 
• Diminui função do eixo reprodutor; 
• Ação direta e indireta sobre os rins; 
• Inibe secreção e ação do ADH (hormônio 
antidiurético); 
• Efeito mineralocorticoide (quando a enzima 
11β-HSD 2 é saturada pelo excesso de 
cortisol); 
 
Sobre o Sistema Muscular 
• Proteólise; 
• Em excesso leva a fraqueza muscular; 
 
 
 
Sobre o Desenvolvimento Fetal 
• Desenvolvimento normal do SNC, retina, 
pele, trato gastrointestinal (TGI) e pulmões; 
• Maturação das células alveolares tipo II 
(permitir que o recém-nascido respire 
corretamente ao nascer); 
 
FIGURA 8: AÇÕES METABÓLICAS DO CORTISOL (INTEGRADAS COM AS DE 
CATECOLAMINAS E GLUCAGON) EM RESPOSTA AO ESTRESSE (PAINEL 
SUPERIOR) E CONTRASTADAS ÀS AÇÕES DO CORTISOL CRONICAMENTE 
ELEVADO (INTEGRADAS COM AS DA INSULINA) EM UM INDIVÍDUO 
SAUDÁVEL (PAINEL INFERIOR). 
A produção de cortisol pela zona 
fasciculada é regulada pelo eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal envolvendo o hormônio de 
liberação de Corticotropina (CRH), ACTH e cortisol. 
O hipotálamo e a hipófise estimulam a produção de 
cortisol que atua negativamente sobre o 
hipotálamo e a hipófise para manter seu ponto de 
equilíbrio. A forma neurogênica de estresse (ex. 
medo), tanto quanto a sistêmica (ex. hipoglicemia, 
hemorragia, citocinas) estimulam a liberação de 
CRH. O CRH está, também, sujeito a uma forte 
regulação rítmica diária do núcleo supra-
quiasmático, fazendo com que o nível de cortisol 
aumente durante o final da madrugada e as 
primeiras horas da manhã e vá continuamente 
declinando durante o dia até o anoitecer. 
29/09/2022 FAMEG | Afya 6 
Marcela Beltrão 
 
FIGURA 9: MECANISMO DE REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE 
GLICOCORTICOIDES. ACTH, HORMÔNIOADRENOCORTICOTRÓFICO; FLC, 
FATOR LIBERADOR DE CORTICOTROPINA. 
 
 
A zona mais interna, a zona reticular, 
começa a aparecer após o nascimento, aos 5 anos 
de idade aproximadamente. O androgênio adrenal, 
especialmente o DHEAS, o principal produto da 
zona reticular, começa a ser detectável na 
circulação aos 6 anos de idade. Este início da 
produção de androgênio adrenal é chamado de 
adrenarca e contribui para o aparecimento de 
pelos axilares e púbicos na idade de 8 anos, 
aproximadamente. Os níveis de DHEAS continuam 
aumentando, atingem um máximo entre 20 e 30 
anos e, depois, declinam progressivamente com o 
avançar da idade. 
Uma quantidade limitada de androgênio 
androstenediona é, também, produzida na zona 
reticular. Apesar de, normalmente, pequenas 
quantidades de androgênios potentes ou 
estrogênios serem produzidas pelo córtex adrenal 
humano, a maioria dos esteroides sexualmente 
ativos é produzida principalmente pela conversão 
periférica de DHEAS e androstenediona. 
O DHEAS pode ser convertido de volta em 
DHEA pelas sulfatases periféricas e DHEA e a 
androstenediona podem ser convertidas em 
androgênios ativos (testosterona, di-
hidrotestosterona), perifericamente, em ambos os 
sexos. No sangue, o DHEA liga-se à albumina e a 
outras globulinas com baixa afinidade, assim é 
excretado eficientemente pelos rins. A meia vida 
do DHEA é de 15 a 30 minutos. Por sua vez, o 
DHEAS liga-se, com uma alta afinidade, à albumina 
e tem meia vida de 7 a 10 horas. 
Nos homens, a contribuição dos 
androgênios adrenais para os androgênios ativos é 
negligenciável. Em mulheres, entretanto, a adrenal 
contribui com cerca de 50% dos androgênios ativos 
circulantes, que são necessários para o 
crescimento dos pelos púbicos e axilares, e para a 
libido. 
O DHEAS é o hormônio circulante mais 
abundante em jovens adultos. Ele aumenta 
constantemente até os pivôs que ocorrem entre os 
20 e 30 anos e, então, declina gradativamente. 
 
FIGURA 10: RESUMO DAS VIAS ESTEROIDOGÊNICAS PARA CADA UMA DAS 
TRÊS ZONAS DO CÓRTEX ADRENAL. AS REAÇÕES ENZIMÁTICAS ESTÃO 
CODIFICADAS POR CORES. SER, RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO. 
O ACTH é o principal regulador da zona 
reticular. Ambos o DHEA e androstenediona ciclam 
no mesmo ritmo diurno do cortisol. Ademais, a 
zona reticular mostra as mesmas mudanças 
atróficas que a zona fasciculada em condições de 
pouco ou nenhum ACTH. Entretanto, outros 
fatores devem regular a função androgênica 
adrenal. A adrenarca ocorre em face dos níveis 
constantes de cortisol e ACTH, e o surgimento e 
declínio do DHEAS não está associado a um padrão 
similar de produção de cortisol ou ACTH. 
Entretanto, esses outros fatores, extra ou intra-
adrenais, permanecem desconhecidos. 
 
Zona Reticular 
 
29/09/2022 FAMEG | Afya 7 
Marcela Beltrão 
 
 
As catecolaminas adrenomedulares são 
secretadas no sangue e atuam como hormônios. 
Cerca de 80% das células da medula adrenal 
secretam epinefrina e os 20% restantes secretam 
norepinefrina. Apesar de a epinefrina circulante ser 
totalmente derivada da medula adrenal, somente 
cerca de 30% da norepinefrina vem da medula. Os 
70% restantes são liberados pelos terminais 
nervosos pós-ganglionares simpáticos e se 
difundem no sistema vascular. Esse tecido não é 
um tecido essencial a vida, pois os 
neurotransmissores do sistema nervoso autônomo 
promovem os mesmos efeitos das catecolaminas. 
 
Tirosina >>> Di-hidroxifenilalanina (DOPA) >>> 
Dopamina >>> Norepinefrina >>> Epinefrina. 
 
Pelo fato de a medula adrenal ser 
diretamente inervada pelo sistema nervoso 
autônomo, a resposta adrenomedular é muito 
rápida. Em muitos casos, a resposta 
adrenomedular, que é primariamente de 
epinefrina, é coordenada com a atividade 
simpática, como determinada pela liberação de 
norepinefrina pelos neurônios pós-ganglionares 
simpáticos. Entretanto, alguns estímulos 
produzem uma resposta adrenomedular mais forte 
que a da terminação nervosa simpática e vice-
versa. 
Um exemplo informativo dos principais 
papéis fisiológicos de catecolaminas é a resposta 
simpático-adrenal ao exercício. O exercício é 
similar à resposta “luta ou fuga”, mas sem o 
elemento subjetivo de medo, e envolve maior 
resposta adrenomedular do que uma resposta 
nervosa simpática. Tem como objetivo geral 
responder à demanda energética aumentada dos 
músculos cardíaco e esquelético, enquanto é 
mantido um suprimento suficiente de oxigênio e 
glicose para o cérebro. Ações fisiológicas principais 
da epinefrina: 
1. O fluxo sanguíneo aumentado para os 
músculos é obtido pela ação integrada da 
norepinefrina e epinefrina sobre o coração, 
veias e linfáticos, e nas arteríolas não 
musculares e musculares. 
2. A epinefrina promove a glicogenólise no 
músculo. O músculo em exercício pode, 
também, utilizar os ácidos graxos livres (FFAs), 
e a epinefrina e a norepinefrina promovem a 
lipólise no tecido adiposo. A epinefrina 
aumenta a glicose no sangue pelo aumento da 
glicogenólise e gliconeogênese hepática. A 
promoção de lipólise em tecido adiposo é, 
também, coordenada com o aumento da 
cetogênese hepática, induzido pela epinefrina. 
As catecolaminas estimulam a secreção de 
glucagon e inibem a secreção de insulina. A 
produção eficiente de ATP durante o exercício 
regular também requer uma eficiente troca de 
gases com suprimento adequado de oxigênio 
para o músculo em exercício. As catecolaminas 
promovem isso pelo relaxamento da 
musculatura lisa bronquiolar. 
3. As catecolaminas diminuem a demanda de 
energia pela musculatura lisa visceral. Em geral, 
diminui a motilidade geral dos músculos lisos 
nos tratos gastrointestinais (GI) e urinário, e, 
assim, conservando energia onde ela não é 
necessária. 
 
FIGURA 11: ESTÍMULOS QUE AUMENTAM A SECREÇÃO DE 
CATECOLAMINAS. 
Medula Suprarrenal 
 
A doença de Addison é uma insuficiência adrenal primária, 
geralmente com deficiência de mineralocorticoides e 
glicocorticoides. Na América do Norte e na Europa, a causa mais 
prevalente da doença de Addison é a destruição autoimune do 
córtex adrenal. Devido à deficiência de cortisol, a secreção de 
ACTH aumenta. Níveis elevados de ACTH podem competir pelo 
MC1R em melanócitos e causar aumento na pigmentação da 
pele, particularmente em rugas, cicatrizes e gengivas. A perda 
de mineralocorticoides resulta na contração do volume 
extracelular, que resulta em hi- povolemia 
29/09/2022 FAMEG | Afya 8 
Marcela Beltrão 
 
FIGURA 12: UMA PESSOA COM SÍNDROME DE CUSHING ANTES 
(ESQUERDA) E DEPOIS (DIREITA) DA ADRENALECTOMIA SUBTOTAL. 
 
FIGURA 13: SÍNDROME ADRENOGENITAL EM UM MENINO DE 4 ANOS DE 
IDADE. 
 
• LANGMAN. Embriologia Médica. 13º 
edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara 
Koogan, 2016. 
• JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. 
Histologia básica texto e atlas. 13º edição. 
Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 
2017. 
• HALL, J.E.; GUYTON, A.C. Tratado de 
Fisiologia Médica. 13º edição. Rio de 
Janeiro: Elsevier Editora ltda, 2017. 
• BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. 
Fisiologia. 6º edição. Rio de Janeiro: Elsevier 
Editora ltda, 2009. 
• TORTORA, Gerard e DERRICKSON, Bryan. 
Princípios da Anatomia e Fisiologia. 14º 
edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara 
Koogan ltda, 2016. 
extracelular, que resulta em hipovolemia e, portanto, na queda 
da pressão sanguínea. Como a perda de cortisol reduz a 
resposta vasopressória às catecolaminas, a resistência vascular 
periférica diminui, facilitando o desenvolvimento de 
hipotensão arterial. Indivíduos com a doença de Addison 
também estão sujeitos a hipoglicemia quando estressados ou 
fatigados, e pode ocorrer intoxicação hídrica se for ingerida 
água em excesso. Devido ao fato de o cortisol ser importante 
na função muscular, também ocorre fraqueza muscular na 
deficiência de cortisol. A perda de cortisol resulta em anemia, 
diminuição da motilidade e secreção do trato GI, e redução da 
absorção de ferro e vitamina B12. O apetite diminui com a 
deficiência de cortisol, e esta redução de apetite aliada à 
disfunçãodo trato GI predispõe os indivíduos adissonianos à 
perda de peso. Esses pacientes frequentemente apresentam 
distúrbios de humor e comporta- mento, e são suscetíveis à 
depressão. 
O excesso de hormônio adrenocortical é denominado síndrome 
de Cushing. O uso farmacológico de corticosteroides exógenos 
é, até o momento, a causa mais comum da síndrome de 
Cushing. A segunda causa mais prevalente são tumores 
secretores de ACTH. A forma da síndrome de Cushing causada 
por um adenoma pituitário funcional é denominada doença de 
Cushing. A quarta causa mais comum 
de síndrome de Cushing é o hipercortisolismo primário, 
resultante de um tumor funcionante adrenal. Se a doença é 
primária ou é um resultado de tratamento com corticosteroide, 
a secreção de ACTH será suprimida e o aumento da 
pigmentação da pele não ocorre. Entretanto, se a 
hipersecreção da adrenal é resultado de um tumor não 
pituitário, secretor de ACTH, os níveis de ACTH, algumas vezes, 
elevam-se o suficiente para aumentar a pigmentação da pele. 
A secreção aumentada de cortisol causa ganho de peso, com 
uma distribuição de gordura centrípeta característica e uma 
“corcova de búfalo”. A face parece ser mais redonda (deposição 
de gordura) e as bochechas podem ser avermelhadas, em parte 
devido à policitemia. Os membros serão finos, devido à perda 
de músculo esquelético (do aumento da proteólise) e a 
fraqueza muscular é evidente (da proteólise muscular e da 
hipocaliemia). A fraqueza dos músculos proximais é evidente, 
assim, o paciente pode ter dificuldade em subir escadas ou de 
se levantar de uma posição sentada. O acúmulo de gordura 
abdominal, associado à atrofia dos músculos abdominais e ao 
afinamento da pele resulta em um abdômen grande e 
protuberante. Ocorrem estrias abdominais púrpura como 
resultado do dano à pele pela proteólise prolongada, do 
aumento da gordura intra-abdominal e da perda do tônus 
muscular abdominal. A fragilidade capilar ocorre por causa do 
dano ao tecido conjuntivo de dos capilares. Os pacientes 
apresentam sinais de osteoporose e cicatrização deficiente de 
feridas. Apresenta, também, distúrbios metabólicos que 
incluem intolerância à glicose, hiperglicemia e resistência à 
insulina (Fig. 42-11). O hipercortisolismo prolongado pode levar 
à manifestação de diabetes melito. Devido à supressão do 
sistema imune, causada pelos glicocorticoides, os pacientes são 
mais suscetíveis à infecção. A atividade mineralocorticoide dos 
glicocorticoides e o possível aumento da secreção de 
aldosterona produzem retenção salina e, consequentemente, 
de água que resultam em hipertensão. A secreção excessiva de 
androgênio em mulheres pode produzir hirsutismo, padrão 
masculino de calvície e aumento do clitóris (síndrome 
adrenogenital). 
Referências

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