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Fundamentos Teóricos e Metodológicos de Esportes Coletivos Professor Dr. Rafael Octaviano de Souza APRESENTAÇÃO Professor Dr. Rafael Octaviano de Souza ● Bacharel em Administração de Empresas (UNESPAR); ● Graduado em Educação Física – Licenciatura Plena (UNESPAR); ● Especialista em Treinamento Desportivo (UEM); ● Especialista em Gestão em Pessoas (UNIFATECIE); ● Especialista em Metodologia e Didática no Ensino Superior (UNIFATECIE); ● Mestre em Exercício Físico na Promoção da Saúde (UNOPAR); ● Doutor em Atividade Física e Saúde (UFPR); ● Ex-docente do curso de Educação Física (UNESPAR); ● Ex-docente do curso de Educação Física (FACINOR); ● Ex-docente do curso de Marketing (UNIFATECIE); ● Ex-docente do curso de Processos Gerais (UNIFATECIE); ● Ex-docente do curso de Marketing (ALFA); ● Ex-coordenador do curso de Educação Física (UNIFATECIE); ● Ex-professor de pós-graduação (UNIFATECIE); ● Professor da disciplina Futebol e Futsal (UNINGÁ - EAD); ● Professor do curso de Educação Física (UNIFATECIE); ● Autor do livro “História do Futsal de Paranavaí”; ● Autor do livro “Burnout em atletas jovens”; ● Prêmio “Orgulho Paranaense de Produção Literária – 2015” “Burnout em atletas jovens. Ampla experiência prática como treinador de futsal em equipes como: São Lucas/Paranavaí, CAFÉ Futsal/Cianorte, Amafusa/Maringá, Marreco/Francisco Beltrão, CAL Noroeste/Loanda, Seleção Paranaense de Futsal; Gestor de Futebol no Atlético Clube de Paranavaí – ACP; atual Secretário de Esportes e Lazer do município de Paranavaí. Para maiores informações, acessar link: http://lattes.cnpq.br/8499275496337473. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Seja muito bem-vindo (a)! Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre os conteúdos que proporcionam ao futuro profissional condições de atuar no ensino escolar e técnico nos jogos esportivos coletivos. Para tanto, há de se destacar o importante papel do professor/treinador em todo o processo, dada a necessidade de possuir os conhecimentos e competências requeridas para modelar e estruturar as fases constituintes do treino, bem como coordenar as atividades desenvolvidas pelos praticantes. Por isso, na unidade I, contribuiremos para o entendimento e melhoria na capacidade dos acadêmicos de Educação Física para trabalhar com as modalidades de futebol e futsal, apresentando, a seguir, contextos sobre a sua história, seu início no Brasil, os fundamentos técnicos e táticos, regras, os princípios metodológicos de ensino, bem como os aspectos relevantes do futebol society e futebol de areia. Já na unidade II, vamos apresentar conteúdos referentes às modalidades de basquetebol e handebol, contribuindo, assim, para a melhoria na capacidade dos acadêmicos de Educação Física em trabalhar com essas modalidades em nível educacional, recreacional e performance, apresentando os contextos sobre cada história, seus respectivos aspectos técnicos e táticos, suas regras, metodologias de ensino e uma breve apresentação sobre o handbeach. Na unidade III, vamos conhecer aspectos relacionados a uma das modalidades esportivas que mais cresceu nas últimas décadas: o voleibol. Apresentaremos, nesta etapa, o histórico da modalidade, a evolução das regras, seus fundamentos técnicos e táticos, suas principais regras atuais e métodos de ensino. Também abordaremos um pouco do voleibol de praia, uma modalidade com resultados expressivos para o nosso país em competições internacionais. Na unidade IV, por sua vez, abordaremos os aspectos históricos, fundamentos técnicos, táticos, principais regras, alguns jogos pré-desportivos e processos metodológicos de ensino das modalidades de futebol americano, rúgby, hóquei, beisebol/softbol e ultimate frisbee. Além disso, apresentaremos diferenças entre o futebol americano e rúgby, bem como diferenças e semelhanças entre o beisebol e softbol. Importante destacar que, em um jogo desportivo coletivo (JDC), evidencia-se a predominância da “subjetividade” em detrimento da “objetividade”; é justamente a natureza do jogo como atividade. Nesse caso, os jogos esportivos coletivos é que irão garantir o desejo do aluno/atleta de ao jogo se entregar, desejo este que sustenta um ambiente de aprendizagem. Por isso, aproveito para reforçar o convite a você para, junto conosco, percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados sobre os jogos desportivos coletivos. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DE ESPORTES COLETIVOS Professor Dr. Rafael Octaviano de Souza UNIDADE I – FUTEBOL, FUTSAL, FUTEBOL SOCIETY, FUTEBOL DE AREIA Plano de Estudo: ● Aspectos históricos do futebol; ● Fundamentos técnicos do futebol; ● Sistemas táticos do futebol; ● Regras oficiais do futebol; ● Aspectos históricos do futsal; ● Fundamentos técnicos do futsal; ● Sistemas táticos do futsal; ● Regras oficiais do futsal; ● Metodologia de ensino do futebol/futsal. Objetivos da Aprendizagem ● Verificar os aspectos históricos do futebol e futsal; ● Abordar os fundamentos técnicos e táticos do futebol e futsal; ● Analisar as regras oficiais do futebol e futsal; ● Conhecer as metodologias de ensino do futebol, futsal. INTRODUÇÃO Em função da globalização, a preparação desportiva foi um dos campos da ciência que mais evoluiu nas últimas décadas. Desde os primeiros jogos olímpicos, e até mesmo, ainda no período da Arte (a.C.), estudiosos vem realizando os mais diversos experimentos na área da preparação desportiva, mais conhecida como área do treinamento desportivo. O treinamento desportivo é considerado um processo que utiliza o exercício físico como meio para tentar alcançar um nível mais ou menos elevado (WEINECK, 1999), por meio do uso racional de métodos, formas e condições (MATVEEV, 1983), seguindo um planejamento definido por objetivos parciais. O processo de treinamento tem vários objetivos e depende muito dos níveis de desenvolvimento (WEINECK, 2003), como o treinamento de alto desempenho para atletas, o treinamento de adaptações para aptidão, o treinamento de reabilitação para a recuperação, o treinamento técnico para melhorar os fundamentos, o treinamento tático para melhorar as ações táticas ofensivas e defensivas em modalidades coletivas e o treinamento de crianças e adolescentes, respeitando o processo de crescimento e maturação biológica. Com relação aos jovens atletas, diversas pesquisas já comprovaram que os treinamentos não devem seguir o mesmo modelo dos adultos. Há diferenças peculiares que devem ser respeitadas, como os indicadores biológicos responsáveis pela determinação do estágio de maturação, os conceitos de crescimento físico, composição corporal e os indicadores do comportamento e do desempenho motor do jovem atleta (WEINECK, 2003). Diante desses apontamentos, a presente unidade tem por objetivo contribuir para o entendimento e a melhoria na capacidade dos acadêmicos de Educação Física para trabalhar com as modalidades de futebol, futsal, apresentando, a seguir, contextos sobre o histórico, fundamentos técnicos e táticos, principais regras e princípios metodológicos de ensino dessas modalidades, além de abordagens sobre futebol society e futebol de areia. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO FUTEBOL Diversas modalidades esportivas atuais surgiram intencionalmente, isto é, foram criadas para contemplar objetivos específicos, como ocorreu com o basquete, para fugir dos rigorosos invernos, e o voleibol, para minimizar as lesões. Diferentemente, o futebol não apresenta uma origem exata, comouma modalidade que viesse a suprir carências ou necessidades de uma comunidade específica, tendo sua prática derivado de diversos outros jogos que se desenvolveram há milhares de anos (GONÇALVES, 2019). Um desses jogos, desenvolvido na China aproximadamente no ano de 2.600 a.C, levava o nome de Tsu-tsu, fazendo parte de um ritual praticado por algumas tribos. Também existiam indícios de que jogos parecidos a esse eram desenvolvidos na Grécia e no Japão. Mais recentemente, no século XIV, o cálcio parece ter sido fortemente relacionado à origem do futebol como uma prática esportiva: desenvolvido na Itália, sua tradução significa “coice” ou “chute”, e compreendia uma prática corporal voltada ao lazer da nobreza (GONÇALVES, 2019). O esporte passou a ser jogado de maneira formal na Inglaterra, por trabalhadores e outras pessoas em seus momentos de lazer, pelas ruas e praças, e, da mesma forma, membros da elite econômica da época o praticavam em escolas e clubes. Essa difusão entre as diversas classes tão logo originou os primeiros campeonatos, fazendo com surgissem jogadores cada vez mais habilidosos. Pelo fato de a modalidade esportiva ter se popularizado nas classes menos favorecidas, os membros da elite não desejavam a profissionalização, já que corriam o risco de ser menos habilidosos, o que acabou adiando a profissionalização do esporte, que veio a ocorrer em 1885 (GONÇALVES, 2019). Com a profissionalização do esporte, a modalidade também passou a ser mais difundida pelo mundo, principalmente em países que pertencem ao continente europeu. O jogo, então, começou a ser disputado utilizando-se uniformes, regras e a linguagem tal qual disputado na Inglaterra. Essa prática também chamou a atenção daqueles que gostavam apenas de assistir às disputas, dando origem aos torcedores, que vibravam por determinados clubes. Logo, o futebol voltado ao espetáculo se iniciou ao final do século XIX, período em que os primeiros ingressos também começaram a ser cobrados. No início do século seguinte, o fluxo migratório se intensificou pela presença do Império Britânico em diferentes colônias, fazendo com que os ingleses levassem a modalidade para diferentes partes do mundo (GONÇALVES, 2019). 2 HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL O futebol tupiniquim deu sorte assim que nasceu. Embora tenha sido introduzido aqui no Brasil no fim do século XIX com um inconfundível sotaque britânico, o tipo de jogo adotado possuía em seu DNA características que logo o distinguiria do futebol então praticado na Europa. Charles Miller, um dos principais introdutores do futebol no Brasil, era adepto do “dribbling”, ou do drible, maneira insinuante de superar os zagueiros para chegar ao gol. Miller poderia gostar do “passing”, isto é, da troca de passes, que, desde aquela época, fazia do futebol europeu essencialmente técnico, eficiente e monótono. Se nosso pioneiro tivesse em seu próprio código genético o traço brasileiro, talvez tivéssemos sido somente súditos do jogo em que apenas a vitória interessava e, provavelmente, não faríamos história como o país que encantou o mundo com seus malabarismos e sua arte imprevisível (GUTERMAN, 2009). Charles William Miller nasceu em São Paulo, em 24 de novembro de 1874, filho do engenheiro escocês John Miller e da brasileira Carlota Alexandrina Fox Miller. Carlota, por sua vez, era filha dos ingleses Henry Fox e Harriett Mathilda Rudge Fox, ou seja, a família Miller tinha acentuado sotaque britânico, resultado de um conjunto de fatores que transformaram São Paulo em centro de atração do capital inglês no período derradeiro do século XIX. O pai de Miller viera ao Brasil para trabalhar na São Paulo Railway, ou San Paulo (Brazilian) Railway Company Limited, como consta nos documentos da empresa na Inglaterra, em meio ao boom de construção de ferrovias no Brasil (GUTERMAN, 2009). Figura 1 - Charles Miller (sentado com a bola) e seus companheiros do São Paulo Athletic em 1904: o mais importante pioneiro do futebol brasileiro Fonte: Guterman (2009). O futebol chegou ao Brasil com status de esporte de elite. Na Inglaterra, já era jogado por operários de fábricas, mas adentrou a terras brasileiras por meio de estudantes de classe alta, que voltavam do Reino Unido com bolas e chuteiras na bagagem, como foram os casos de Charles Miller e Oscar Cox, os pioneiros da modalidade. No entanto, não demorou muito para que o football conquistasse os operários e trabalhadores também no Brasil (GELEDÉS, 2019). O exemplo mais simbólico é o do Bangu Atlético Clube, time fundado por ingleses, mas formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro. O clube foi o primeiro no estado a escalar um atleta negro, Francisco Carregal, em 1905. O feito fez com que, em 1907, a Liga Metropolitana de Football (equivalente à atual FERJ) publicasse uma nota proibindo o registro de “pessoas de cor” como atletas amadores de futebol. O clube, então, optou por abandonar a Liga e não disputar o Campeonato Carioca (GELEDÉS, 2019). Com a massificação, o futebol passou a ter também importância política. Exemplo disso foi a briga em 1934 entre a Federação Brasileira de Futebol (FBF), a favor da profissionalização, e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), pró- amadorismo. A seleção brasileira, que não enviou a sua melhor equipe, fez a sua pior campanha em Copas, terminando em 14° lugar, com apenas um jogo e uma derrota para a Espanha por 3 a 1. A Copa de 34 foi marcada dentro de campo por reflexos do poder político-ideológico no auge do fascismo (GLOBO ESPORTE, 2014). Com a globalização, o futebol passou a ser objeto de hegemonia planetária. O Brasil passou a perseguir o título como uma obsessão, um projeto de “afirmação nacional”. Esse fenômeno ficou claro com a organização e participação na Copa de 50 no país onde fomos derrotados pelo Uruguai de virada na final. Porém, a evidência maior ocorreu em 1970, na Copa do México, onde a Ditadura Militar transformou cada vitória brasileira em sintonia das nossas imensas possibilidades. Figura 2 – Jairzinho passa como quer pela defesa da Tchecoslováquia na estreia da seleção na Copa de 1970: vitória com efeitos políticos Fonte: Guterman (2009). Na década de 80, paralelo a crises econômicas e desorganização administrativa, o futebol brasileiro passou a exportar seus craques na chamada “década perdida”. Amantes brasileiros do futebol passaram a acompanhar os campeonatos europeus pela TV aberta, a globalização entrou em campo, os times da Europa se transformaram em seleções e a seleção brasileira em “seleção estrangeira”. Figura 3 - Na foto oficial, os jogadores da seleção brasileira que disputou a Copa de 1990 escondendo o patrocínio da Pepsi: o futebol vira um grande negócio Fonte: Guterman (2009). A conquista das Copas de 1994 e 2002 mostrou que o Brasil ainda tinha algo de diferente entre as principais seleções: a sua imprevisibilidade personificada por jogadores como Romário, Rivaldo e Ronaldo dentre outros, além, é claro, da afirmação nacional, aliada à confirmação da democracia no país, bem como o resgate de séculos de dívida social. Figura 4 - Cafu ergue a taça após a conquista do penta no Japão, em 2002: homenagem ao Jardim Irene lembra a origem miserável dos heróis nacionais Fonte: Guterman (2009). 3 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO FUTEBOL A técnica requer uma série de destrezas e habilidades para o domínio da bola (MORENO, 2003), especialmente em condições de pressão, em que os jogadores podem fazer uso da técnica em benefício próprio ou do conjunto. Assim, partindo dessa ótica, pode ser classificada em individual, bem como, segundo as ações motoras, em “com” ou “sem bola”. Em contrapartida, Scaglia (1996) sistematiza os fundamentos em função dos conteúdos. São fundamentosbásicos: o passe, o domínio, a condução, o drible, o chute, o cabeceio e o desarme. Fundamentos derivados são os lançamentos, os cruzamentos, a cobrança de falta, o pênalti, a tabelinha, o arremesso lateral e o escanteio. Já fundamentos específicos são os que estão relacionados com as funções próprias do jogador pela posição de jogo (ARRUDA, 2010). Figura 5 - Classificação dos fundamentos técnicos do futebol Fonte: Arruda (2010). 3.1 O Goleiro O goleiro é um jogador que pode usar as mãos e os pés para resolver situações defensivas e ofensivas em diferentes momentos do jogo. Essa capacidade de resolução dependerá das condições externas, caracterizadas por um alto nível de incerteza temporal e situacional (quando e o que vai acontecer) e das condições internas associadas à competência do sujeito. Por essa razão, o goleiro é um elemento da equipe com múltiplas ações, dependendo das funções com ou sem bola (ARRUDA, 2010). Figura 6 - Goleiro Castilho defendendo as cores do Fluminense Fundamentos Com Bola - Pegada da bola; - Defesa; - Saída de gol; Enfrentamento (1:1); Reposição de jogo; Sem Bola - Posição; - Colocação; - Deslocamento Individual -Condução; - Drible; - Chute; - Cabeceio; - Dominio de Bola (Controle); Coletivo - Passe; - Arremesso Lateral Goleiros Jogadores de Linha Fonte: Simon (2010). 3.2 Fundamentos Sem Bola É quando o goleiro atua durante o jogo em função de intenções defensivas e ofensivas, utilizando suas próprias ações motoras, que lhe permitem relacionar-se com as constantes do jogo, como, por exemplo, com um companheiro, adversário, espaço, com bola, entre outras. A técnica sem bola inclui a posição básica, a colocação e os deslocamentos: a) Posição básica Refere-se à posição que o goleiro adota quando o adversário tem a posse de bola, uma situação ofensiva para o atacante e defensiva para o goleiro. Cada goleiro tem seu próprio estilo e desenvolve uma sequência inicial com deslocamentos, posição básica, deslocamentos etc., seguindo a trajetória da bola. b) Colocação do goleiro É quando o goleiro está posicionado no terreno de jogo em relação à bola e ao gol, mantendo sempre uma bissetriz, sem descuidar da posição básica e da trajetória da bola. c) Deslocamentos No transcorrer do jogo, cada goleiro tem seu próprio estilo, realizando deslocamentos laterais, adiante, atrás, pequenos saltos, entre outras ações motoras. Geralmente, essas ações são rápidas e de pequena dimensão. Figura 7 - Tipos de deslocamentos que executam os goleiros Fonte: Arruda (2010). 3.3 Fundamentos Com Bola O goleiro interage com o jogo, criando um novo sistema dinâmico de relações, e atua em função do desenvolvimento de suas habilidades, tentando solucionar de uma ou de outra forma, fazendo uso dos fundamentos técnicos, como a pegada da bola, a defesa, a saída de gol, a situação de um a um e a reposição de jogo. a) Pegada da bola É a ação técnica que o goleiro executa para segurar a bola com as mãos, às vezes com a ajuda do peito, segundo as circunstâncias do jogo. As formas da pegada da bola podem ser: alta, meia altura e pegada na altura do peito. b) Defesa Consiste em segurar, desviar ou bloquear a bola, ou, ainda, de evitar a saída da bola do terreno de jogo (a bola não sai do terreno). Esta ação se classifica em defesa central (baixa, média e alta) e lateral (esquerda e direita, alta e baixa). c) Saída de gol É uma ação motora em que o goleiro abandona a meta para pegar, antecipar, interceptar a bola. As saídas podem ser de dois tipos: baixa e alta, cada uma delas podendo ser frontal e diagonal. d) Enfrentamento Ocorre quando o atacante se encontra com a bola perto do gol com possibilidades de chutar ou realizar um drible. Portanto, a velocidade de reação do goleiro deve ser imediata, com o propósito de impedir que o gol seja marcado. e) Reposição de jogo Este fundamento é importante, uma vez que o goleiro tem a bola em seu poder e, logo, decide realizar um lançamento, antes dos seis segundos, com o pé Deslocamentos -Curto; - Médio; - Longo; - Frontal; - Lateral; - De costas; Longitude Direção ou a mão. Também pode ser executado como o tiro de meta ou como consequência de infrações. O rendimento esportivo está determinado pela relação ótima entre os componentes, como a condição física, tática e técnica, para a melhoria dos fundamentos para o jogador de linha (ARRUDA, 2010). 3.4 Fundamentos Individuais no Futebol Estes fundamentos são utilizados pelos jogadores de uma equipe em benefício próprio, a fim de executarem uma ação motora sem ajuda de um companheiro, ou seja, em forma individual, até onde as regras lhes permitam. a) Condução de bola É a ação de levar a bola pelo chão com os pés sem perder seu controle. Esse fundamento pode se realizar com todas as superfícies de contato, permitindo avançar e proteger a bola, em um determinado espaço de jogo. Permite também preparar o drible, realizar uma mudança de ritmo, retardar o jogo, dentre outras ações, dependendo das circunstâncias do jogo. Quanto a superfície de contato: interior do pé, exterior do pé, empine do pé, ponta do pé, planta do pé. Quanto à trajetória: condução em linha reta, condução em ziguezague, condução lateral, condução com mudança de direção, condução com frenagens. b) Drible É uma ação motora em que o jogador que está com a posse da bola tem a clara intenção de superar o adversário. Drible simples: com apenas um toque; Complexos: finta, vários toques. c) Chute É a última ação motora que o jogador realiza em direção ao gol. Para conseguir o objetivo, é necessário que o jogador disponha de uma situação clara que permita o lançamento à meta com suficiente potência, precisão e rapidez. Superfície de contato: peito do pé (interior e exterior), ponta do pé, joelho e cabeça. Altura da bola: baixa, média e alta; Direção da bola: linha reta, cruzada ou diagonal, e com efeito. d) Controle de bola É a habilidade de dominar a bola com qualquer superfície corporal e realizar jogadas utilizando um mínimo de esforço e velocidade máxima. Serve para avançar com garantia, segurança, mantendo a posse da bola, buscando espaços livre, deixando-a em condições ótimas para ser jogada. Segundo a execução: controle com orientação e sem orientação; Segundo a altura da bola: baixa, média e alta. Segundo as superfícies de contato: pé, planta, interior, exterior, ponta e peito do pé ou coxa, perna, abdômen, peito e cabeça. e) Cabeceio É a capacidade de impulsionar a bola, utilizando a cabeça, e seu domínio é decisivo em situações defensivas e ofensivas, permitindo em ações defensivas uma interceptação por desvio, buscando afastar o perigo ou antecipar a jogada. Uma situação ofensiva pode se transformar em passe, como amortecimento ou chute. Para a realização do cabeceio antes de ter contato com a bola, são necessárias adequadas percepção, decisão e capacidade de execução. Superfície de contato: frontal, parietal, occipital; Direção: para frente, para lateral e para trás; Posição: parado, salto vertical, corridas com e sem salto. 3.5 Fundamentos Coletivos no Futebol São aqueles fundamentos que necessitam de dois ou mais jogadores para desenvolver uma ação motora e são utilizados pelos jogadores para obter um benefício em conjunto ou em equipe (ARRUDA, 2010): a) Passe É uma ação técnica-tática que relaciona ou comunica dois ou mais componentes da mesma equipe, mediante o envio da bola, realizado em distintas direções e trajetórias, assim como a utilização sistemática de diversas superfícies de contato. Distância: curtos, médios e longos; Altura: rasteira, média e alta; Direção: para frente, para trás, horizontal e diagonal; Quantidades: um toque, dois toques, mais de doistoques. Superfície de contato: interior e exterior do pé, peito, bico e sola do pé. b) Arremesso lateral É uma ação motora que permite o uso das mãos desde a linha lateral para colocar a bola em jogo. Alguns autores consideram que o arremesso lateral deve ser trabalhado como parte da estratégia. A técnica e as regras permitem que o arremesso possa ser executado parado ou por meio de uma corrida e não pode ser passado às mãos do goleiro. 4 SISTEMAS TÁTICOS DO FUTEBOL A tática refere-se à totalidade das ações individuais e coletivas que realizam os jogadores de uma equipe, por meio de movimentos, deslocamentos e posições, em que as capacidades técnicas, físicas e psicológicas possuem um papel importante no transcorrer do jogo e podem influenciar o desempenho tático de uma equipe. Em contrapartida, é considerada uma arte de pôr em ordem as coisas e de desenvolver as tarefas no momento exato e obter uma posição ótima. A tática dos jogos apresenta algumas características que podem ser resumidas, como a luta pela vitória, lograr o objetivo parcial, as rápidas decisões dos desportistas em função das ações dos oponentes (ARRUDA, 2010). Com base nesses argumentos, a tática pode se definir como a capacidade de direção e utilização racional dos jogadores dentro do campo, para o desenvolvimento e a organização de situações ofensivas e defensivas, as quais devem ser praticadas com antecipação e devem ser adaptáveis a diversas situações do jogo, buscando o resultado ótimo, segundo os objetivos traçados. 4.1 Formas Básicas da Tática O futebol é considerado uma das tarefas de máxima complexidade perceptiva (CASTILLO et al., 2000) que, ao longo dos anos, têm passado por nítidas mudanças na movimentação dos jogadores no campo, mudanças que são, sem dúvida, o resultado de cuidadosos esquemas elaborados ante os desafios, mais do que improvisações. Porém, é necessário reforçar e enriquecer constantemente esses esquemas nos jogadores (CANO, 2001), com o objetivo de promover adaptações permanentes durante o jogo. A tática engloba, então, duas formas: uma que é estratégica ou organizada e outra que é considerada improvisada (sem nenhum tipo de planejamento). a) Estratégica Esta forma básica refere-se ao uso das capacidades mentais em função de um conjunto de antecedentes e do conhecimento sobre os próprios princípios do jogo. É a partir desses requisitos que se faz uso do planejamento para a direção tática. Esta forma possibilita ao técnico o domínio total do comando da equipe, por meio da organização e do planejamento das tarefas, por mínimas que sejam (GARCIA, 1982). b) Improvisada São ações que se desenvolvem durante o jogo e o técnico, pela observação, faz uma leitura tentando fazer correções sem nenhum tipo de organização para alcançar rapidamente o resultado. Esta forma não decorre de esquemas e, basicamente, a improvisação depende do talento do jogador, da leitura do jogo realizada pelo técnico e da capacidade de decisão no momento exato (ARRUDA, 2010). 4.2 Princípios Táticos Os princípios táticos, tanto ofensivos como defensivos, permitem ao jogador conhecer os conceitos básicos do jogo, a partir de uma sequência de movimentos, dividida por Frisselli e Mantovani (1999) em três momentos: movimentos, evoluções, e ações conjuntas. Dentro dessa sequência apresentam-se todos os princípios da tática, que devem ser de amplo domínio por parte dos jogadores. ● Movimentos (movimentação): são realizações de movimentos dentro do campo sem bola com oposição de uma equipe, tentando automatizar os movimentos; ● Evoluções: são o desenvolvimento dos movimentos ensaiados, usando duas equipes e a bola, com evolução passiva; ● Ações individuais: é a realização das evoluções com bola e uma equipe adversária, tendo como objetivo a aproximação à realidade. 4.3 Princípios Defensivos Permitem trabalhar em equipe, tendo como objetivo o retardo do jogo, o equilíbrio, a concentração e a recuperação da bola (ARRUDA, 2010): Figura 8 - Princípios de evolução defensiva da tática do futebol Fonte: Arruda (2010). 4.4 Princípios Ofensivos Estes princípios permitem o trabalho em equipe para manter o controle da bola, assim como a mobilidade, a penetração e a improvisação durante a posse da bola. Seu objetivo final é levar a bola ao gol da equipe adversária. Figura 9 - Princípios de evolução ofensiva da tática do futebol Fonte: Arruda (2010). Princípios Defensivos Retardo Equilibrio Recuperação Concentração Controle Princípios Ofensivos Controle Amplitude Mobilidade Penetração Improvisação 5 REGRAS OFICIAIS DO FUTEBOL 5.1 Regra 01 – O CAMPO DE JOGO 5.1 .1 Dimensões Tabela 1 - Medidas do campo de jogo Dimensões O comprimento das linhas laterais deve ser superior ao das linhas de meta Comprimento (linhas laterais) Comprimento (linhas de meta) Mínimo 90 m Mínimo 45 m Máximo 120 m Máximo 90 m Dimensões para jogos internacionais Comprimento (linhas laterais) Comprimento (linhas de meta) Mínimo 100 m Mínimo 64 m Máximo 110 m Máximo 75 m Fonte: Confederação Brasileira de Futebol (2018). 5.1.2 Metas A distância entre os dois postes é de 7,32m e a distância da borda inferior da barra transversal ao chão é de 2,44m (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.2 Regra 02 – A BOLA ● Deverá ser esférica; ● Ser feita de material adequado; ● Ter circunferência de 70 cm no máximo e de 68 cm no mínimo; ● Pesar no máximo 450 g e no mínimo 410 g no começo do jogo; ● Ter a pressão equivalente a 0,6 – 1,1 atmosferas (600 – 1100 g/cm2) ao nível do mar (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.3 Regra 03 – OS JOGADORES 5.3.1 Número de jogadores As partidas são disputadas por duas equipes compostas por, no máximo, 11 jogadores cada, um dos quais jogará como goleiro. Nenhum jogo começará nem continuará se uma ou ambas as equipes tiverem menos de sete jogadores (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.3.2 Número de substituições Em uma partida só podem ser feitas no máximo três substituições (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.3.3 Troca de goleiro Qualquer jogador pode trocar de posição com o goleiro, desde que o árbitro seja previamente informado, e a troca aconteça durante a paralisação de jogo (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.4 Regra 04 – O EQUIPAMENTO DOS JOGADORES Os jogadores não podem usar equipamento ou qualquer artigo que seja perigoso, sendo obrigatório, os seguintes: ● camiseta com mangas; ● calções; ● meias; ● caneleiras; ● calçado. O goleiro pode usar calças compridas (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.5 Regra 05 – O ÁRBITRO O jogo é disputado sob o controle de um árbitro, que tem total autoridade para cumprir as regras do jogo. Se o árbitro ficar incapacitado momentaneamente, o jogo deve continuar sob a direção dos demais oficiais de arbitragem, até que a bola fique fora de jogo. Os equipamentos obrigatórios são: Apito, relógio, cartões vermelhos e amarelos, bloco de notas (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.6 Regra 06 – OS OUTROS PROFISSIONAIS DE ARBITRAGEM Podem ser nomeados para o jogo outros oficiais de arbitragem (dois árbitros assistentes, quarto árbitro, dois árbitros assistentes adicionais e árbitro assistente reserva). Estes oficiais ajudarão o árbitro a controlar o jogo de acordo com as regras, sendo a decisão final tomada sempre pelo árbitro. Os oficiais da equipe de arbitragem atuam sob a direção do árbitro (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.7 Regra 07 – A DURAÇÃO DO JOGO 5.7.1 Partes do jogo O jogo terá duração de dois períodos iguais de 45 minutos cada, que só poderão ser reduzidos se houver acordo entre o árbitro e as duas equipes, antes do seuinício e desde que haja previsão no regulamento da competição (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.7.2 Intervalo Os jogadores têm direito a um intervalo entre os dois períodos, que não deve exceder 15 minutos. O regulamento da competição deve definir claramente a duração desse intervalo, que só pode ser modificado com permissão do árbitro (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.8 Regra 08 – O INÍCIO E REINÍCIO DO JOGO O jogo deve começar com um tiro inicial (saída) no início de cada um dos períodos, inclusive das prorrogações e depois que um gol for marcado. Os tiros livres (diretos e indiretos), penalidades, arremessos laterais, tiros de meta e tiros de canto são também formas de reiniciar o jogo. O “bola ao chão” é uma forma de reinício do jogo, quando o árbitro o paralisa sem que haja previsão de seu reinício de uma das formas acima (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). A equipe que vencer o sorteio efetuado por meio de uma moeda escolhe a direção para onde quer jogar no primeiro período e a outra dá o tiro inicial (saída). A equipe que ganhou o sorteio efetua o tiro de saída para iniciar o segundo período, sendo que as equipes trocam de campo. Após a marcação de um gol, a equipe que o sofrer dará o tiro de saída (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.9 Regra 09 – A BOLA EM JOGO E FORA DO JOGO 5.9.1 Bola fora de jogo A bola estará fora de jogo quando transpuser completamente uma linha de meta ou a linha lateral, quer pelo chão ou pelo alto, e quando o jogo for interrompido pelo árbitro (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.9.2 Bola em jogo A bola estará em jogo em todas as outras situações, inclusive quando tocar em um oficial da equipe de arbitragem, nos postes e nos travessões da meta ou nos mastros de tiro de canto e desde que permaneça no campo de jogo. 5.10 Regra 10 – DETERMINAÇÃO DE UM RESULTADO DO JOGO 5.10.1 Gol marcado Um gol será marcado quando a bola transpuser completamente a linha de meta, entre os postes e por baixo do travessão, desde que nenhuma infração às leis do jogo tenha sido previamente cometida pela equipe a favor da qual o gol seja marcado. Quando o árbitro assinalar um gol antes de a bola transpor completamente a linha de meta, o jogo deve reiniciar por meio de uma bola ao chão (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.10.2 Equipe vencedora A equipe que marcar maior número de gols durante a partida será a vencedora. Quando as duas equipes marcarem o mesmo número de gols ou não marcarem nenhum, o jogo terminará empatado. Se o regulamento da competição exigir que uma equipe seja declarada vencedora após um jogo ou após partidas de ida e volta que terminem empatadas, só são permitidos os seguintes critérios de desempate: ● Regra de gols marcados fora de casa; ● Prorrogação; Tiros livres desde a marca penal (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.11 Regra 11 – IMPEDIMENTO 5.11.1 Posição de impedimento Estar em posição de impedimento não constitui infração. Um jogador estará em posição de impedimento quando: ● qualquer parte de sua cabeça, corpo ou pés estiver na metade do campo adversário (excluindo a linha de meio de campo); ● qualquer parte de sua cabeça, corpo ou pés estiver mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o penúltimo adversário. As mãos e os braços dos jogadores, inclusive dos goleiros, não são considerados. Um jogador não se encontrará em posição de impedimento quando estiver em linha com: ● o penúltimo adversário; ● os dois últimos adversários. 5.11.2 Não é infração Um jogador em posição de impedimento no momento em que a bola for jogada ou tocada por um companheiro de equipe só deve ser punido se participar ativamente do jogo (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018): ● interferindo no jogo ao jogar ou tocar na bola, passada ou tocada por um companheiro; ● interferindo em um adversário. 5.12 Regra 12 – FALTAS E INCORREÇÕES Os tiros livres indiretos e diretos e o pênalti só podem ser marcados por faltas e infrações cometidas quando a bola estiver em jogo. 5.12.1Tiro livre direto Será concedido um tiro livre direto a favor da equipe adversária do jogador que praticar ações consideradas pelo árbitro como imprudente, temerária ou com uso de força excessiva. Tocar a bola com as mãos implica o ato deliberado de um jogador tocar a bola com as mãos ou com os braços, devendo ser considerado: ● O movimento da mão em direção à bola, ● A distância entre o jogador e a bola, ● A posição da mão não pressupõe necessariamente uma infração, ● Tocar a bola com um objeto que estiver sendo segurado ou jogado com a mão (ex. caneleira) é infração. Fora da sua própria área penal, o goleiro está sujeito às mesmas restrições que os demais jogadores para tocar a bola com as mãos. No interior da sua própria área penal, o goleiro não pode ser punido com tiro livre direto por tocar a bola com a mão (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.12.2 Tiro livre indireto Um tiro livre indireto será concedido à equipe adversária de um jogador que: ● jogar de maneira perigosa; ● impedir o movimento de um adversário sem qualquer contato; ● impedir o goleiro de jogar ou tentar jogar a bola com as mãos ou com os pés quando estiver em processo de colocação da bola em disputa; ● cometer qualquer outra infração não mencionada anteriormente nas regras, pela qual o jogo seja interrompido para advertir ou expulsar um jogador. 5.13 Regra 13 – TIROS LIVRES Os “tiros livres” consistem em direto e indireto e são concedidos a favor da equipe adversária do jogador que cometer a falta ou infração. O tiro livre indireto será indicado pelo árbitro ao levantar o braço acima da cabeça, que deverá manter o braço nessa posição até que o tiro seja executado e até que a bola toque em outro jogador ou saia do jogo. Um tiro livre indireto deve ser repetido, se o árbitro não fizer o sinal correspondente e se a bola for entrar diretamente na meta adversária (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.14 Regra 14 – TIRO PENAL (PENALIDADE) Um tiro penal (pênalti) será marcado se um jogador cometer uma infração punível com tiro livre direto dentro de sua própria área ou mesmo fora do campo de jogo, em razão de uma saída de campo como parte do jogo, como é indicado nas regras 12 e 13. Um gol pode ser marcado diretamente de um pênalti (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). A bola deve estar imóvel na marca penal, o executante deve ser devidamente identificado e o goleiro deve permanecer sobre a linha de meta, de frente para o executante e entre os postes da meta, até a bola ser tocada. Todos os jogadores, fora o executante e o goleiro, devem encontrar-se em pelo menos 9,15 m da marca penal, atrás da marca penal, dentro do campo de jogo e fora da área penal (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). Tabela 2 - Tiro penal Resultado do tiro penal Gol Não gol Invasão por jogador atacante Repete o pênalti Tiro livre indireto Invasão por jogador defensor Gol Repete o pênalti Infração do goleiro Gol Repete o pênalti e cartão amarelo para o goleiro Bola tocada para trás Tiro livre indireto Tiro livre indireto Finta ilegal Tiro livre indireto e cartão amarelo para o executante Tiro livre indireto e cartão amarelo para o executante Executante não identificado Tiro livre indireto e cartão amarelo para o executante não identificado Tiro livre indireto e cartão amarelo para o executante não identificado Fonte: Confederação Brasileira de Futebol (2018). 5.15 Regra 15 – O ARREMESSO LATERAL Um arremesso lateral será concedido a favor da equipe adversária do jogador que tocar por último na bola antes de sair totalmente do campo pela linha lateral, pelo chão ou pelo alto. Não pode ser marcado um gol diretamente de um arremesso lateral:● se a bola entrar na meta adversária – será marcado o tiro de meta; se a bola entrar na meta do executante – será marcado tiro de canto (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.16 Regra 16 – O TIRO DE META Um tiro de meta será marcado quando a bola ultrapassar completamente a linha de meta, pelo chão ou pelo alto, depois de ser tocada por último em um jogador da equipe atacante, sem que um gol haja sido marcado. Um gol pode ser marcado diretamente de um tiro de meta, mas somente contra a equipe adversária. Se a bola tiver saído da área penal e entrar diretamente na meta do executante, será marcado um tiro de canto a favor da equipe adversária. A bola deve estar imóvel e deve ser tocada de qualquer ponto da área de meta por um jogador da equipe defensora. Ela estará em jogo assim que sair diretamente da área penal e os jogadores da equipe adversária devem encontrar-se fora da área penal até que a bola entre em jogo (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, 2018). 5.17 Regra 17 – O TIRO DE CANTO Um tiro de canto será marcado quando a bola ultrapassar completamente a linha de meta, pelo chão ou pelo alto, e tocada por último em um jogador da equipe defensora, sem que um gol haja sido marcado. Um gol pode ser marcado diretamente de um tiro de canto. A bola deve ser colocada na área de canto mais próxima do local onde saiu pela linha de meta, deve estar imóvel e precisa ser tocada por um jogador da equipe atacante. Ela entrará em jogo assim que for tocada e se mover claramente. Não necessita de sair da área de canto, o poste da bandeira de canto não pode ser removido e os jogadores da equipe adversária devem colocar-se, pelo menos, em 9,15m da área de canto, até que a bola entre em jogo. 6 ASPECTOS HISTÓRICOS DO FUTSAL É polêmica a origem do futebol de salão, pois brasileiros e uruguaios são os prováveis fundadores desse esporte. A história brasileira diz que foi criado em 1930, na Associação Cristã de Moços em São Paulo, difundindo-se por todo o país posteriormente, tendo sido o Brasil o organizador, razão pela qual é considerado o “pai” do Futebol de Salão (ANDRADE JUNIOR, 1999). Em 1930, Roger Graian publica normas e regulamentações sobre o Futebol Salão na revista de Educação Física n° 06. Em 1948, é criada a Comissão de Futebol de Salão da ACM de São Paulo. Em 1955, foi criada a Federação Paulista de Futebol de Salão (FPFS). Em 1956, são criadas as regras dentro do estado de São Paulo. Em 1958, o extinto CND oficializa o Futebol de Salão, uniformizando as regras, filiando as primeiras federações estaduais e promovendo competições (ANDRADE JUNIOR, 1999). Em São Paulo, no ano de 1959, a seleção carioca sagra-se campeã do primeiro campeonato nacional de seleções estaduais, do qual participaram dez estados. Em 1964, em Assunção, o Paraguai torna-se o primeiro campeão sul- americano de Futebol de Salão (o Brasil não participou). Em 1969, é criada a Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão. Em 1971, é criada a FIFUSA (Federação Internacional de Futebol de Salão). Em 1979, é criada a CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão). Atualmente, a CBFS está filiada à FIFA (Federação Internacional de Futebol Association), que fez mudanças nas regras, criando o Futsal que perdura até hoje (ANDRADE JUNIOR, 1999). 7 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO FUTSAL O jogo de futsal, dentro de sua prática globalizada, ocorre mediante realização dos seguintes componentes técnicos (FONSECA, 2011): Tabela 3 - Componentes da técnica individual Condução de bola É a maneira pela qual o jogador conduz a bola pela quadra de jogo. Na condução, o jogador deve manter sempre a bola o mais próximo possível do pé de ação, com toques curtos e contínuos, facilitando possíveis paradas ou mudança de direção. Passe É a movimentação coordenada da bola entre os jogadores da mesma equipe. Ele é a forma de transformação da ação individual em ação coletiva dos jogadores em quadra, devendo ser preciso e realizado no momento oportuno com o companheiro desmarcado. Recepção É a ação utilizada para reduzir a velocidade da bola quando ela vem ao encontro do jogador, facilitando dessa forma seu total controle. A recepção objetiva facilita a ação seguinte do jogador, permitindo que ele dê prosseguimento à sua jogada ofensiva. Chute É a ação de impulsionar a bola, estando ela parada ou em movimento, procurando direcioná-la ao gol adversário. O chute é o componente técnico muito importante e complexo, pois de sua eficácia irá resultar o objetivo fundamental do jogo que é a obtenção do gol. Drible É o movimento do corpo e/ou da bola, utilizado para superar a marcação do adversário. O drible é uma ação individual e consiste numa reunião de vários fatores físicos e motores, como o domínio do centro de gravidade para manter o equilíbrio do corpo, além do balanço do corpo, da velocidade corporal do todo ou das partes e do controle de bola, quando em posse da mesma. Cabeceio Ação realizada para dar sequência ao deslocamento da bola enquanto estiver no ar. Para realizar um bom cabeceio, o jogador necessita de noção de tempo de antecipação e impulsão, que deverá ser com os dois pés, para manter o equilíbrio do corpo no ar. Marcação/desarm e Ação de evitar que o adversário direto receba a bola, ou, quando de posse dela, toma-la, evitando sua ação ofensiva. A atenção é fundamental para a realização de uma marcação eficaz. Fonte: Fonseca (2011). 8 SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL Os esportes coletivos, salvo algumas pequenas particularidades, apresentam as mesmas estruturas gerais no que diz respeito ao seu funcionamento. Dentro dessa estrutura, duas situações chave ocorrem para que o objetivo do jogo seja alcançado e que cada participante tenha a possibilidade de colaborar para o intento: atacar e defender. Quando a “minha” equipe está com a posse da bola, eu ataco; quando estiver sem, eu defendo. Essas duas ações, de acordo com Bayer (1994), podem ser mais esclarecidas conforme o esquema a seguir: Tabela 4 - Componentes táticos Ataque Defesa Manutenção da posse da bola Recuperação da bola Progressão individual e coletiva ao gol adversário Impedimento da ação progressiva do adversário com e sem a bola Arremate à goleira adversária com o intuito de fazer o gol Proteção da sua goleira para evitar o gol adversário Fonte: Fonseca (2011). Quanto aos aspectos defensivos, é muito importante que o jogador observe e procure desenvolver as seguintes ações durante o jogo: linha da bola, perseguição, cobertura e troca de marcação (FONSECA, 2011). Tabela 5 - Aspectos defensivos ASPECTOS DEFENSIVOS Linha da bola É uma linha imaginária traçada perpendicularmente à quadra, passando sobre a bola, e todos os jogadores de defesa devem ficar atrás dela. A linha da bola favorece o posicionamento defensivo da equipe, principalmente possibilitando ao atleta, durante a função de marcação, observar a boa e o jogador a ser marcado por ele, usando a visão periférica. Troca de marcação Tem como objetivo evitar o desgaste desnecessário de energia e possibilitar uma melhor ocupação do espaço, facilitando a marcação ao adversário. Esse tipo de ação acontece quando a marcação é individual e ocorre troca de posição clara e previsível, entre atacantes. Nesse momento os jogadores de defesa não acompanham seu marcador. Fonte: Fonseca (2011). Quanto aos componentes táticos de ataque do futsal, alguns aspectos importantes presentes no jogo são: a exploração do ponto futuro, a linha do passe e a desmarcação (FONSECA, 2011). Tabela 6 - Aspectos defensivos ASPECTOS OFENSIVOS Ponto futuro Local de encontros, num espaço vazio, entre o jogador e a bola oriunda de um passe, objetivando criar melhores condições de arremate a gol. Apoio ao passe É buscar espaço na quadrade jogo para receber a bola do companheiro, não deixando sem opção de passar a bola. Quando a equipe está com posse de bola, apenas um jogador a detém e três jogadores estão sem ela. Cabe a esses três jogadores proporcionar condições adequadas para que o passe do companheiro seja realizado adequadamente. Desmarcação Quando o jogador está na função ofensiva, deve distanciar-se do marcador, objetivando sair do seu campo visual para melhorar a possibilidade de receber um passe do companheiro. O atacante deve procurar movimentar-se sempre ultrapassando o defensor sem, entretanto, ficar encoberto por seu corpo. Dessa forma, ele estará obrigando o marcador a procura-lo em quadra, dificultando a ação defensiva do adversário. Fonte: Fonseca (2011). 9 REGRAS OFICIAIS DO FUTSAL 9.1 Regra 01 – A QUADRA DE JOGO Os jogos deverão ser disputados em superfícies lisas, livres de asperezas e não ser abrasiva. O seu piso será construído de madeira ou material sintético rigorosamente nivelado, sem declives ou depressões. Devem ser evitados pisos de cimento (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). ● Para os certames nacionais nas categorias adultos e Sub-20, masculinas, a quadra de jogo terá medidas de no mínimo 38 m de comprimento por 18 m de largura. ● Para os certames nacionais nas categorias adultos, Sub-20, Sub-17, Sub-15 e Sub-13 femininas, bem como nas categorias Sub-17, Sub-15 e Sub-13 masculinas, a quadra de jogo terá medidas de no mínimo 36 m de comprimento por 18 m de largura. ● Para os certames nacionais na categoria Sub-11, masculina e feminina, a quadra de jogo terá medidas de no mínimo 34 m de comprimento por 16m de largura. ● Para as competições estaduais, as dimensões das quadras poderão ser regulamentadas pelas federações locais. ● Para as partidas internacionais a quadra de jogo deverá ter um comprimento mínimo de 38 m e máximo de 42 m e ter a largura mínima de 20 m e a máxima de 25 m. Todas as quadras, independentemente da dimensão devem possuir área de escape de no mínimo 1,5 metros. Figura 10 - Quadra de futsal Fonte: Confederação Brasileira de Futsal (2018). Figura 11 - Baliza de futsal Fonte: Confederação Brasileira de Futsal (2018). 9.2 Regra 02 – A BOLA A bola será esférica. O invólucro deverá ser de couro macio ou de outro material aprovado. Tabela 7 - Bolas de futsal por categoria Categoria Circunferência Peso Mínima Máxima Mínimo Máximo Adultas, Sub-20, Sub-17 e Sub-15 masculinas e femininas 62 cm 64 cm 400 g 440 g Sub-13 masculina e feminina 55 cm 59 cm 350 g 380 g Sub-11 e Sub-9 50 cm 55 cm 300 g 330 g Inferior ao Sub-9 masculinas e femininas 40 cm 43 cm 250 g 280 g Fonte: Confederação Brasileira de Futsal (2018). 9.3 Regra 03 – NÚMERO DE JOGADORES A partida será disputada entre duas equipes compostas, cada uma por no máximo 05 (cinco) jogadores, um dos quais será o goleiro. É vedado o início de uma partida se uma das equipes tiver menos de três jogadores e nem terá continuação ou prosseguimento se uma das equipes, ou ambas, ficar reduzida a menos de três jogadores na quadra de jogo. O número máximo de jogadores reservas para substituições depende do regulamento de cada competição, sendo nove o máximo permitido. As substituições são ilimitadas desde que respeitadas as disposições legais (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.4 Regra 04 – EQUIPAMENTO DOS JOGADORES Os jogadores não podem utilizar nenhum equipamento ou objeto que ofereça perigo a eles ou aos demais jogadores, inclusive qualquer tipo de joias. Os equipamentos básicos são: camisa de manga curta ou longa (numerada de 01 a 99), calção curto, meião, tênis e caneleira (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.5 Regra 05 – OS ÁRBITROS As partidas serão controladas por dois árbitros, árbitro principal e árbitro auxiliar, que terão plenos poderes para fazer cumprir as Regras de Jogo de Futsal. Eles têm como como função, aplicar as regras de jogo do futsal e decidir sobre qualquer divergência oriunda de sua prática, sendo suas decisões, em matéria de fato, finais e irrecorríveis desse que se relacione com o resultado da partida. Serão, ainda, auxiliados por um árbitro/anotador e um cronometrista (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.6 Regra 06 – 3° ÁRBITRO ANOTADOR E CRONOMETRISTA O terceiro árbitro/anotador e o cronometrista exercerão suas funções em uma mesa do lado de fora da quadra de jogo, próxima à linha divisória do meio da quadra, junto a zona de substituição. O terceiro árbitro/anotador tem como atribuições principais auxiliar o árbitro principal, o segundo árbitro e o cronometrista. Preencherá a súmula com todos os jogadores e membros da comissão técnica das equipes que vão participar do jogo, bem como todas as outras anotações necessárias. O cronometrista controla o tempo de jogo, bem como anota no placar eletrônico os gols, as faltas acumulativas e os períodos, dentre outras funções. Em partidas internacionais, é obrigatória a presença de um terceiro árbitro e um cronometrista, além do uso de placar eletrônico (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.7 Regra 07 – DURAÇÃO DA PARTIDA O tempo de duração de uma partida será cronometrado e dividido em dois períodos iguais, tanto no masculino como no feminino. Considerando a menor resistência do organismo em formação, e não podendo exigir-se de jogadores de reduzida idade um excessivo esforço físico, os tempos de duração das partidas serão os seguintes: Tabela 8 - Tempo de jogo de futsal por categoria Categoria Tempo Períodos Adultas, Sub-20, Sub-17 40 minutos Dois tempos de 20 minutos Sub-15, Sub-13 e Sub 11 30 minutos Dois tempos de 15 minutos Sub-9 e Sub-7 26 minutos Dois tempos de 13 minutos Para outras categorias e faixas etárias Definido pela própria entidade federativas. Fonte: Confederação Brasileira de Futsal (2018). O intervalo de jogo entre o primeiro e o segundo período poderá ser de até 15 minutos. O tempo suplementar poderá ser entre três e cinco minutos (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.8 Regra 08 – BOLA DE SAÍDA No início da partida, a escolha de lado ou saída de bola será decidida por meio de sorteio procedido pelo árbitro principal. A equipe vencedora do sorteio escolherá a meia quadra onde irá iniciar jogando e a equipe perdedora terá o direito à bola de saída do jogo. Quando o jogo tiver tempo suplementar deverá ser feito o mesmo procedimento (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.9 Regra 09 – BOLA EM JOGO E FORA DE JOGO A bola estará fora de jogo quando: atravessar completamente, quer pelo solo ou quer pelo alto, as linhas laterais ou de meta; a partida for interrompida; a bola bater no teto ou em equipamentos de outros desportos. . Em todas as outras ocasiões, ela estará em jogo (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.10 Regra 10 – CONTAGEM DE GOLS Será válido o gol quando a bola ultrapassar inteiramente a linha de meta entre os postes de meta e sob o travessão, contando que não tenha sido cometida nenhuma infração por jogador atacante. Não será válido o gol originado de qualquer arremesso de meta ou arremesso do goleiro, com as mãos, salvo se a bola, em sua trajetória, tocar ou for tocada por qualquer jogador, inclusive o goleiro adversário. Se a bola penetrar diretamente o gol não será válido, sendo executado arremesso de meta. 9.11 Regra 11 – IMPEDIMENTO Não existe impedimento no futsal (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.12 Regra 12 – FALTAS E INCORREÇÕES Para que seja considerada uma falta, devemos reunir as seguintes condições: ● Ser cometida por um jogador de quadra ou reserva que não tenha cumprido corretamente o procedimento de substituições; ● Deverá ocorrer na superfície de jogo; ● Ocorrer quando a bola está em jogo. As faltase incorreções serão penalizadas com: a) Tiro Livre Direto: ações imprudentes, temerárias ou com uso de força excessiva; b) Tiro Livre Indireto: ações menos graves; c) Tiro Livre Penal: será concedido sempre que um jogador cometer uma falta para tiro livre direto, dentro da sua própria área penal, independentemente de onde se encontrava a bola, estando ela em jogo. As sanções disciplinares são: a) Cartão Amarelo: advertência; b) Cartão Vermelho: exclusão do jogo, a equipe fica com um jogador a menos durante 2 minutos ou até sofrer um gol (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.13 Regra 13 – TIROS LIVRES a) Tiro Livre Direto Através do tiro livre direto pode-se consignar diretamente um gol contra a equipe que cometeu a infração. A cobrança de um tiro penal deve ser feita da marca penal, cobrada obrigatoriamente para frente, com a bola entrando em jogo tão logo seja movimentada. Um tiro livre direto sem barreira deve ser cobrado para frente, com intenção de chutar em direção à meta, não podendo a bola em sua trajetória ser tocada por outro jogador da sua equipe – anotada após a sexta falta (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). b) Tiro Livre Indireto A bola deve ser tocada por um segundo jogador, sendo companheiro ou adversário. 9.14 Regra 14 – TIRO PENAL ● A bola deverá ser colocada no ponto penal; ● O executor deverá ser devidamente identificado; ● O goleiro deverá estar sobre a linha de meta, de frente para o executor e entre os postes de meta até que a bola esteja em jogo, poderá movimentar-se lateralmente; ● Os jogadores, exceto o executor devem estar na superfície de jogo, fora da área penal, atrás do ponto penal e a uma distância mínima de 5 metros da bola (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.15 Regra 15 – TIRO LATERAL O tiro lateral será cobrado sempre que a bola atravessar inteiramente as linhas laterais, quer pelo solo, quer pelo alto ou tocar o teto. O retorno da bola à quadra de jogo se dará com a sua movimentação, com o uso dos pés, sendo a bola colocada no local de onde saiu, podendo ser jogada em qualquer direção, movimento executado por um jogador adversário daquela equipe que tocou a bola por último (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.16 Regra 16 – ARREMESSO DE META Será arremesso de meta sempre que a bola atravessar inteiramente a linha de meta pelo alto ou pelo solo, excluída a parte compreendida entre os postes e sob o travessão de meta, após ter sido tocada ou jogada pela última vez por jogador da equipe atacante. A execução do arremesso de meta será realizada exclusivamente pelo goleiro, com o uso das mãos, de qualquer ponto da área penal. A bola somente estará em jogo quando ultrapassar inteiramente a linha demarcatória da área penal (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 9.17 Regra 17 – TIRO DE CANTO O tiro de canto se dará sempre que a bola ultrapassar inteiramente a linha de meta, excluída a parte compreendida entre os postes e sob o travessão de meta, quer pelo solo, quer pelo alto, após ter sido jogada ou tocada pela última vez por um jogador defensor. O tiro de canto deverá ser executado sempre do canto mais próximo de onde saiu à bola pela linha de meta. Para a cobrança do tiro de canto, a bola deve ser colocada dentro do quadrante. Será executado por um jogador da equipe adversária, com o uso dos pés. O executor do tiro de canto pode ter o pé de apoio em cima da linha lateral, de meta, do lado de fora ou dentro da quadra (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL, 2018). 10 METODOLOGIA DO ENSINO DO FUTEBOL/FUTSAL O ato de ensinar uma habilidade esportiva pressupõe uma organização mínima que proporcione o atingimento dos objetivos traçados inicialmente. Essa atitude é considerada como o método de ensino aplicado pelo professor para a aprendizagem da atividade por parte do aluno (FONSECA, 2011). Definir o método é a forma de organização e utilização dos meios selecionados, com o fim de realizar os objetivos de um sistema ou a concepção de ensino. A definição do método mais adequado para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem é uma tarefa muito importante para o professor (FONSECA, 2011). Fonseca (1997) lembra que todos os métodos de ensino apresentam aspectos que podem ser considerados vantajosos, como também outros desvantajosos. Por isso, nenhum deles deve ser desprezado imediatamente. O professor, ao escolher e definir seu método de trabalho, deve ter consciência da capacidade do seu aluno, bem como ter clareza dos objetivos a serem atingidos, sem esquecer o contexto. No processo de ensino/aprendizagem no futebol/futsal, são utilizados mais usualmente três métodos: o método parcial chamado – também de método analítico –, o método global e o método global-recreativo ou método misto (FONSECA, 2011). No método parcial ou analítico, o ensino dessa modalidade baseia-se no desenvolvimento das habilidades do jogo através de exercícios técnicos, para, a partir da aprendizagem por parte do aluno, introduzir sua prática. O método global preconiza o ensino do jogo desde cedo, pela aplicação de séries de jogos, partindo de formas jogadas, pequenos jogos e jogos simplificados até chegar ao grande jogo. Já o método misto, ou global-recreativo defende a utilização da série de jogos, como no global, mas associada à prática paralela de exercícios técnicos para reforço ou aprimoramento do gesto técnico do esporte (FONSECA, 2011). Tradicionalmente, o ensino do futebol/futsal tem se baseado na aplicação do método parcial, que é muito utilizado nas escolinhas esportivas. Nesses locais, as aulas compõem-se essencialmente de exercícios de aquecimento, com ou sem a bola, seguidos de exercícios técnicos dos mais diversos tipos e, no final, a utilização do grande jogo, cinco contra cinco, com as regras oficiais para ajustes técnicos. Nas escolas formais, com o futebol/futsal cada vez mais fazendo parte do currículo escolar, esse método também é utilizado, quando não é trocado pelo método de confrontação, que é a realização do grande jogo pura e simplesmente (FONSECA, 2011). Acredita-se que a utilização do jogo, nas suas mais diversas formas, deve fazer parte da metodologia utilizada para o ensino e aprendizagem do futebol/futsal. Se o uso dos exercícios específicos apresenta como grande vantagem o desenvolvimento das habilidades técnicas, por sua vez, a utilização do jogo, proporciona o desenvolvimento rápido e eficaz da técnica motora e permite que o aluno desenvolva sua capacidade cognitiva associada a sua condição motora. De acordo com Garganta (1995), a utilização de exercícios ensina o que fazer (técnica) e não como fazer (tática). Essa é a grande vantagem do jogo como meio para a aprendizagem, pois ele permite o desenvolvimento do raciocínio tático do aluno associado ao desenvolvimento técnico (FONSECA, 2011). A utilização de jogos no processo de aprendizagem permite que a técnica e tática estejam sempre juntos. Como essas modalidades são consideradas esportes coletivos, dependendo de uma relação direta entre as partes componentes, como a técnica e a tática principalmente, acredita-se que é ilógico proporcionar o desenvolvimento isolado dessas partes durante o processo de aprendizagem e também de treinamento. Por isso, afirma-se que a tática é fundamental para a obtenção de sucesso no desenvolvimento do jogo. Garganta (1995) salienta que o uso de jogos de forma gradual proporciona a correta aplicação e interpretação dos princípios do jogo, viabilizando o uso da técnica e da criatividade. O desenvolvimento de diversas formas de praticar essas modalidades por meio de jogos adaptados possibilita ao aluno a experimentação de posturas táticas diferentes. O que para alguns autores é uma desvantagem, para nós é algo positivo pois a construção da compreensão tática do jogo deve ser vivenciadacom o maior número possível de estímulos, sendo apresentados logicamente de forma gradual. O conhecimento que um aluno constrói, na realização de um jogo, será aproveitado na participação em outro e na sua realização, desenvolvendo, assim, sua ação dentro de cada jogo (FONSECA, 2011). Futebol e futsal são considerados como jogos situacionais, pois o contexto onde ele são praticados modifica-se a cada momento. Esse ponto não obrigatoriamente determina a ação do jogador na partida, pois ele pode não tomar qualquer tipo de atitude em situações de demarcação, auxílio na marcação, contra- ataque e em outras. Por outro lado, pode, de forma consciente, obter uma melhor ação frente ao adversário, de acordo com as novas e variadas situações que o jogo vai criando (FONSECA, 2011). A ação individual do aluno, na realização da técnica do jogo, como a realização de passe, chute, condução da bola e outras, também é estimulada, na medida em que ele se preocupa com a melhor forma de execução do gesto técnico, para obter êxito durante o jogo. Fica impossível dissociar a técnica da tática. Portanto, acredita-se que os métodos a serem utilizados para o ensino e aprendizagem dessas modalidades não podem desconsiderar a utilização do jogo, por meio de suas formas jogadas e de jogos adaptados, como parte de suas estratégias (FONSECA, 2011). SAIBA MAIS Futebol de Areia Quanto ao equipamento dos jogadores, o uniforme consiste em camisas e calções e o goleiro utiliza as luvas para a proteção de toda a mão. Autorizado pelo árbitro, pode-se usar meias e/ou tornozeleiras. A bola tem circunferência entre 68 cm e 70 cm e o peso de 400g a 440g (CBBS, 2020). O árbitro tem dois cartões: o amarelo para quando, no seu entendimento, o jogador comete uma infração leve, e o vermelho para quando, em seu entendimento, o jogador comete uma infração grave, sendo ele expulso da partida. O time que tiver um jogador expulso ficará dois minutos com um jogador a menos ou até um gol do time adversário, podendo, assim, entrar outro jogador para manter o número igual de jogadores em campo. É importante ressaltar que dois cartões amarelos para o mesmo jogador tem o peso de um cartão vermelho, ficando ele fora da partida (CBBS, 2020). Futebol Society Essa modalidade foi criada em nosso país como Futebol Suíço, Futebol de Areia, Futebol Sete, Futebol Social, por volta de 1895. Os primeiros campos de grama natural foram construídos dentro das mansões do Morumbi, onde executivos encontravam-se para jogar futebol. Os campos para prática extra-oficial em grama natural e de areia surgiram por volta de 1988, sendo o campo “Futebol Society”, localizado no bairro do Itaim Bibi, um dos primeiros e mais conhecidos campos para locação. Naquela época não havia muita organização, jogando-se com um número variável entre 6 e 10 atletas e com bola de futebol de campo. Para saber um pouco mais sobre essa modalidade, acesse: https://www.portalsaofrancisco.com.br/esportes/futebol-society. #SAIBA MAIS# REFLITA Futebol de Areia O aprendizado é universal. Não importa o que você esteja tentando aprender e o modo como você aborda, o problema é o mesmo; o que varia, quando varia, são especificidades relacionadas aos tópicos. Aprendendo a jogar futebol de areia, primeiro defina qual é o problema e qual será a solução. No futebol de areia, a meta pode ser jogar uma partida numa praia mais perto, conseguir passar um conhecimento para alguém, participar de um campeonato de areia e se destacar ou somente conhecer esse tipo de futebol. Com um objetivo específico e que contenha algo que queira alcançar, devemos dividir habilidades em sub-habilidades, uma divisão que ajuda a definir as posições de cada jogador, de acordo com suas características: fixo, alas, pivô e goleiro (MOTTA, 2002). Futebol Society O Futebol Society é uma variação do futebol (soccer), jogado em campos menores e usualmente com grama sintética (ou outros materiais artificiais). Disputado por sete atletas de cada lado, tem regras próprias, criadas por um brasileiro, Milton Mattani. Foi difundido em todo o mundo, principalmente na América do Sul. Para saber um pouco mais sobre essa modalidade, acesse: https://www.portalsaofrancisco.com.br/esportes/futebol-society. #REFLITA# LIVRO Para conhecer sobre a origem, a história, as regras e o desenvolvimento do futebol society acesse o link: https://www.portalsaofrancisco.com.br/esportes/futebol-society. ● Título: Metodologia do futebol e do futsal ● Autor: Patrick da Silveira Gonçalves ● Sinopse: para saber mais sobre a abordagem histórico-evolutiva, aprendizagem motora aplicada, métodos de ensino, aspectos táticos e técnicos, princípios de ataque, defesa e transição, sistemas e manobras, noções de planejamento e periodização, regulamentação básica do futebol e futsal (GONÇALVES, 2019). LIVRO 2 ● Título: Futebol Society - História e origem no Brasil ● Autor: Telmo Vaz ● Sinopse: aborda a história e origem do esporte no Brasil, sistemas, esquemas táticos e fundamentos do futebol society. FILME/VÍDEO ● Título: Semifinal Futebol Society - Corinthians vs. São Paulo ● Ano: 2015 ● Sinopse: para entender um pouco mais sobre a modalidade de futebol society, assista ao jogo Corinthians x São Paulo através do link https://www.youtube.com/watch?v=XS_k28vJi8U. FILME/VÍDEO 2 ● Título: Vocês sabem quais são os benefícios do futebol de areia? ● Ano: 2016 ● Link: Entenda um pouco mais dos benefícios do futebol de areia acessando o link https://www.youtube.com/watch?v=PVCLuB7eNEQ. CONSIDERAÇÕES FINAIS Se a aprendizagem do futebol/futsal e suas variações forem feitas em uma escola de ensino regular, do fundamental ao ensino médio, não faz sentido falar em classificação dos alunos por níveis de desenvolvimento. Na escola, o futebol deve ser um conteúdo dentre os demais presente no planejamento do professor. Os alunos devem aprender futebol como aprendem Matemática, Ciências, Português etc. Tanto no contexto educacional como nas escolinhas que se proliferam, há um número muito grande de meninos e meninas que necessitam de orientação segura e oportunidades para desenvolver suas habilidades. Essa orientação deve ser coerente, respeitando o desenvolvimento biológico, psicológico e social dos alunos. Ensinando na escola regular ou na escola específica, o futebol deve contribuir para que o indivíduo que o aprende possa usufruir a modalidade de forma autónoma na sua vida como cidadão. Não importa o que a criança venha a ser quando adulta, ela tem que adquirir recursos para viver com dignidade. Isso supõe oportunidades para desenvolver a inteligência prática, a inteligência conceitual, as relações com os outros, os sentimentos, a motricidade. REFERÊNCIAS ADAMO, KB, GRAHAM, T.E. Comparasion of traditional measurements with macroglycogen and proglycogen analysis of muscle glycogen. J Appl Physiol 1998: 84 (3): 908-13. ANDRADE JR, J. R. Futsal – Aquisição, iniciação e especialização. Curitiba: Japurá, 2007. ANDRADE JR, J. R. O jogo de futsal técnico e tático na teoria e na prática. Curitiba: Editora Gráfica Expoente, 1999. ANDRADE, M. X. Futsal – Início, Meio e Finalidade. Noções sobre preparação física, tática e técnica. Marechal Cândido Rondon. Gráfica Líder, 2010. ARRUDA, M. Treinamento para jovens futebolistas. São Paulo: Phorte, 2010. BAYER, C. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. CASTILLO, J. et.al. La táctica individual em el pênalti. Rev. Train. Fút., Valladolid, v. 50, p. 8-15, 2000. CBBS – Confederação Brasileira de Beach Soccer. Histórico do Beach Soccer. Disponível em: https://www.cbsb.com.br/beach-soccer/historia-do-beach-soccer/ Acesso em: 30 mai. 2020. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Regras de Futebol 2016/17. 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MOTTA, F. B. O processo de esportivização do futebol de praia: do Furingo ao Beach Soccer. Vitória, 2002. SCAGLIA, A. J. Escolinha de futebol: uma questão pedagógica. Motriz, v. 2, p. 36- 42, jul. 1996. WEINECK, J. O treinamento ideal. São Paulo: Manole, 1999. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DE ESPORTES COLETIVOS Professor Dr. Rafael Octaviano de Souza UNIDADE II – BASQUETEBOL, HANDEBOL, E HANDEBOL DE AREIA Plano de Estudo: ● Aspectos históricos do basquetebol; ● Fundamentos técnicos do basquetebol; ● Sistemas táticos do basquetebol; ● Regras oficiais do basquetebol; ● Metodologia de ensino do basquetebol; ● Aspectos históricos do handebol; ● Fundamentos técnicos do handebol; ● Sistemas táticos do handebol; ● Regras oficiais do handebol; ● Metodologia de ensino do handebol; ● Abordagens sobre o handebol de areia. Objetivos da Aprendizagem ● Verificar os aspectos históricos do basquetebol e handebol; ● Abordar os fundamentos técnicos e táticos do basquetebol e handebol; ● Analisar as regras oficiais do basquetebol e handebol; ● Conhecer as metodologias de ensino do basquetebol e handebol; ● Conhecer aspectos voltados ao handebol de areia. INTRODUÇÃO As modalidades esportivas coletivas são caracterizadas por ações de caráter aleatório, imprevisível e variável (SILVA; JUNIOR, 2005). O contexto esportivo pode ser entendido como um complexo de atividades, situações, rotinas, interações, estratégias e táticas que, uma vez entendidas, facilitam a descrição e a prestação do comportamento dos atletas e equipes nos jogos coletivos (PRUDENTE et al., 2004). Dentro dessa perspectiva, além do futebol, outras modalidades coletivas vêm se destacando nas últimas décadas, dentre elas o basquetebol e o handebol. No basquetebol, é possível encontrar as formas básicas de movimento do ser humano: corridas, saltos e lançamentos. Elas estão presentes na execução dos diferentes fundamentos do jogo ou na sua combinação. Outra característica importante do basquetebol é a variabilidade de ritmo e intensidade na execução das ações. Por fim, o basquetebol exige o desenvolvimento de três capacidades motoras condicionais básicas: força, resistência e velocidade (DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005). O handebol é um esporte coletivo com bola, também jogado com as mãos, cujo objetivo é marcar mais gols que o adversário numa baliza de 3 x 2 metros defendida por goleiros. De acordo com Teixeira (2003), o handebol é muito parecido com o futebol, porém é jogado com as mãos e, por isso, recebe este nome em inglês (handball): hand = mão e ball = bola. É um esporte bastante dinâmico, divertido para quem joga e interessante para quem assiste devido, principalmente, à velocidade das jogadas, ao contato físico e às ações dos goleiros (CLANTON; DWIGHT, 1997). Atualmente, o handebol pode ser praticado como handebol de quadra, handebol de areia, mini handebol, handebol para terceira idade, handebol em cadeira de rodas e handebol de campo. Porém, a Federação Internacional de Handebol (Internacional Handball Federation – IHF) reconhece oficialmente apenas o handebol de quadra (indoor handball ou team handball) e o handebol de areia (beach handball), realizando atividades voltadas para a prática e o desenvolvimento dessas duas modalidades (INTERNATIONAL HANDBALL FEDERATION, 2010). Ao final desta unidade, você deverá conhecer a história e o desenvolvimento dessas duas modalidades coletivas, bem como seus fundamentos técnicos, sistemas táticos, as regras oficiais e suas respectivas metodologias de ensino, assim como conhecer abordagens do basquete 3 x 3 e do handbeach. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO BASQUETEBOL O basquetebol, ou basquete, como é mais conhecido, é um jogo em que duas equipes, compostas cada uma por cinco jogadores, devem arremessar a bola em uma cesta suspensa. Cada cesta realizada é convertida em pontos, que definem, ao final de uma partida, a equipe que mais marcou como a vencedora (GONÇALVES, 2019). De acordo com Gonçalves (2019), sua origem data do final do século XIX, quando o professor de Educação Física, James Naismith, em 1891, propôs um novo jogo frente às dificuldades encontradas à época. Naismith nasceu na cidade de Almonte, no Canadá, em 1861, e sua primeira atividade profissional exercida foi como instrutor de atividades físicas na Escola Internacional de Treinamento da Associação Cristã de Moços (ACM), que veio a ser chamada, mais tarde, de Springfield College, localizada na cidade de Springfield, no estado de Massachusetts, na Região Nordeste dos Estados Unidos. Ao assumir o Departamento de Educação Física do colégio norte-americano, em 1891, Naismith se deparou com algumas situações conflitantes. Os jovens daquela instituição eram ávidos por esportes e jogos que tinham como elementos principais a competição e a recreação. No entanto, a localização geográfica de Springfield fazia com que a cidade sofresse com invernos rigorosos, com temperaturas negativas e incidências recorrentes de neve. Nessa época, eram comuns alguns esportes praticados em ambientes abertos, como, por exemplo: Futebol americano, futebol (soccer), lacrosse e rúgbi (GONÇALVES, 2019). Na impossibilidade de prática dessas modalidades, esse período ficou marcado pelas práticas corporais que se resumiam a exercícios calistênicos, que proporcionavam pouca motivação. Assim, o diretor da ACM, Luther Gullick lançou o desafio ao professor Naismith de desenvolver uma nova proposta de jogo que fosse capaz de motivar alguns adultos pouco engajados nas práticas corporais durante esse período (GONÇALVES, 2019). Inicialmente, Naismith tentou adaptar as regras do futebol americano, do futebol e do lacrosse para as condições físicas de que dispunha. No entanto, percebeu que os alunos ainda demonstravam certa insatisfação. Ao fracassar recorrentemente
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