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Aula 6 - Imunodeficiências adquiridas: Introdução: Na imunodeficiência adquirida, o indivíduo não nasce com a imunodeficiência. As imunodeficiências adquiridas são infecção por HIV e AIDS. Infecção por HIV e AIDS: O HIV é o vírus da imunodeficiência humana. A AIDS é a síndrome da imunodeficiência adquirida. O vírus HIV está em grande quantidade no sangue e no cérebro e, em menores quantidades, na placenta e no leite. Nota-se que o vírus HIV tem citotoxicidade para o sistema imune e o SNC. Quadro clínico da infecção por HIV: Fase aguda (primária): 50-90% dos casos após 1 mês. - Febre, mal-estar, mialgia, fadiga, diarreia, adenomegalia, exantema, faringite. Fase assintomática: estado de latência clínica, ainda há proliferação viral. - Adenomegalia generalizada. Fase sintomática inicial: - Emagrecimento, diarreia, sudorese noturna, infecções sistêmicas, sinusopatias. AIDS: - Doenças oportunistas, doenças neurológicas, neoplasias (ex. sarcoma de Kaposi e linfoma). Alterações imunológicas determinadas pelo vírus HIV: O vírus HIV realiza o tropismo para as seguintes células em sequência: linfócitos CD4+ Th1 (1), monócitos/ macrófafos (2), células dendríticas ou APC (3), linfócitos T citotóxicos e células NK (4), linfócitos B (5). Tropismo por células CD4+ ou linfócitos Th1: No vírus HIV, as glicoproteínas de superfície GP120 e GP41 se acoplam, respectivamente, ao receptor CCR5 e CXCR4 para que sejam internalizadas, fazendo com que haja a exposição do RNA viral. A transcriptase reversa atua na conversão do RNA viral em DNA pró-viral e a integrase realiza a integração dele no DNA do linfócito Th1. Quadro clínico: infecção por bactérias encapsuladas (S. pneumoniae e H. influenzae) - diminuição da mudança clonal de IgM em IgG pelos plasmócitos. Tropismo por monocitos/macrófagos: Os monócitos/ macrófagos são responsáveis pela fagocitose de células infectadas por microrganismos intracelulares (ex. bactérias (M. tuberculosis e M. leprae), vírus e fungos). Quadro clínico: infecções por microrganismos intracelulares. Tropismo por células dendríticas ou APC: A APC realiza a apresentação antigênica e ativação dos linfócitos T. A menor atividade das células dendríticas causa redução da ativação dos linfócitos T. Tropismo por células CD8+ ou linfócitos T citotóxicos e células NK: Os linfócitos T citotóxicos realizam a proteção contra microrganismos intracelulares e células neoplásicas. Já as células NK realizam proteção contra vírus e células neoplásicas. Quadro clínico: infecções por microrganismos intracelulares e neoplasias (ex. sarcoma de Kaposi). Tropismo por linfócito B: Os linfócitos B são responsáveis pela resposta humoral com produção inicial de IgM. Quadro clínico: aumento das infecções bacterianas e doenças autoimunes. Laboratório: IgM baixo. Amplificação da população de linfócitos Th2: Nota-se uma relação de equilíbrio entre as populações de linfócitos Th1 e Th2. Quando a quantidade de linfócitos Th1 está baixa, a quantidade de linfócitos Th2 está alta. O desvio do perfil populacional de Th1 para Th2 faz com que o paciente passe a apresentar reações de hipersensibilidade tipo II (ex. reação aos medicamentos do coquetel). Th1 → Th2: IL-9, TGF-B, IL-10, IL-13. Th2 → Th1: IL-12 e interferon-gama. Exames laboratoriais: Leucograma: linfopenia por redução de linfócitos T auxiliares (CD4+) e linfocitos T citotóxicos (CD8+). Relação CD4+/CD8+: Indivíduo normal: relação CD4+/CD8+ > 1. Indivíduo com infecção por HIV: relação CD4+/CD8+ < 1. ELISA: Paciente com infecção por HIV apresenta soro com anticorpo anti-HIV aderido as células infectadas. O teste imunoenzimático por ELISA ocorre através da adição do anticorpo anti-anti-HIV conjugado a uma enzima, que se une ao anti-HIV, ocorrendo a mudança de cor da solução. Falso positivo: reatividade cruzada com outras moléculas. Falso negativo: janela imunológica - sem formação de anticorpo anti-HIV. Western Blot: O teste imunoenzimático de Western Blot ocorre através da pesquisa de proteínas do HIV no soro do paciente, não sendo necessárias elas estarem aderidas à célula infectada. Há a adição do anticorpo anti-anti-HIV conjugado a uma enzima. O falso positivo deixa de existir. O falso negativo continua existindo devido a janela imunológica. Teste imunoenzimático direto: O teste imunoenzimático direto ocorre através da pesquisa direta do epítopo do antígeno com a adição do anticorpo anti-HIV. É o melhor teste pois exclui o falso negativo. Esplenectomia: O baço é o principal produtos de IgG. Quadro clínico: infecções por repetição de bactérias encapsuladas (ex. S. pneumoniae e H. influenzae. Tratamento: antes e após a esplenectomia, o paciente deve ser submetido a vacina anti pneumocócicas e contra Haemophilus.
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