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JOÃO VICTOR ROCHA PIRES LUÍZ GUSTAVO DO VALLE VIEIRA EXPERIMENTO – CINÉTICA Relatório referente ao experimento de cinética no curso de Química Geral II CET835 na Universidade Estadual de Santa Cruz, realizado sobre orientação do Prof. Reinaldo Gramacho. ILHÉUS-BA 2016 Introdução A Lei da Velocidade ou Lei de Guldberg-Waage foi proposta em 1867, pelos cientistas norugueses Cato Maximilian Guldberg (1836-1902) e Peter Waage (1833-1900). Foi enunciada da seguinte forma: “ A velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, para cada temperatura, elevada a expoentes experimentalmente determinados.” Os expoentes que constam na lei irão determinar a ordem da reação. Para uma reação genérica, temos: Onde: V = velocidade da reação K = constante de velocidade [A] = concentração molar de A [B] = concentração molar de B X e Y = expoentes experimentalmente determinados Em uma reação elementar, onde ocorre em uma única etapa, o expoente é o coeficiente dos reagentes. Exemplo: A energia de ativação é a energia mínima necessária para que a reação possa ocorrer. Ela recebe este nome porque reagentes e produtos passam por uma configuração intermediária que recebe o nome de complexo ativado. Trata-se, portanto, da energia mínima necessária para a formação deste complexo ativado. A energia de ativação é explicada pela teoria da colisão: a reação química é constituída por colisões entre as moléculas dos reagentes. Nem toda colisão, porém, é eficaz, pois é necessário que haja energia suficiente e geometria molecular adequada. A energia de ativação é aquela requerida para que as colisões sejam eficazes, ou seja, resultem no complexo ativado. (Schlesinge, G) · Concentração: Quanto maior a concentração dos reagentes, maior a velocidade da reação. · Temperatura: Quanto mais elevada a temperatura, mais rápida será a reação. · Superfície de contato: Para o caso de reagentes em diferentes fases, quanto maior a superfície de contato do reagente sólido, mais rápida será a reação. · Catalise É uma reação na qual existe a presença de uma substância capaz de acelerar a reação ̶ um catalisador ̶ , mas que não toma parte na reação propriamente dita, permanecendo inalterada sua massa e suas propriedades após a reação. Seu efeito baseia-se na redução da energia de ativação. (Da mesma forma, pode ocorrer a presença de um inibidor ̶ substância que inibe a ação do catalisador ̶ . Neste caso, obviamente, o efeito do catalisador é anulado, e a velocidade da reação permanece inalterada.) Material Utilizado · Solução ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L e 1,0 mol/L; · Pedaços de Magnésio; · Solução de permanganato de potássio () 1,0 mol/L; · Solução de sacarose 0,5 mol/L; · Água destilada; · Tubos de ensaio; · Béquer; · Comprimido de Sonrisal PROCEDIMENTO · Experimento I: Reação do HCl com magnésio Em um tubo de ensaio, adicionou-se 5mL de solução de ácido clorídrico a 0,1 mol/L e em outro tubo adicionou-se 5 mL de solução do mesmo ácido a 1,0 mol/L. Colocou-se dois pedaços aproximadamente iguais de magnésio sólido em cada tudo e observou-se. · Experimento II: Reação de sacarose com permanganato de potássio Preparou-se 4 tubos de ensaio da seguinte maneira: 1. Tubo 1: 10 mL de solução de sacarose a 0,5 mol/L. 2. Tubo 2: 7 mL de solução de sacarose a 0,5 mol/L + 3 mL de água destilada. 3. Tubo 3: 5 mL de solução de sacarose a 0,5 mol/L + 5 mL de água destilada. 4. Tubo 4: 3 mL de solução de sacarose a 0,5 mol/L + 7 mL de água destilada. Adicionou-se 1 mL de solução de permanganato de potássio a cada tubo de ensaio e com o cronômetro mediu-se o tempo gasto em cada reação. · Experimento III: Fator Temperatura 1. Preparou-se 3 tubos de ensaio contendo 10 mL de solução de sacarose a 0,5 mol/L. 2. No tubo de ensaio 1 adicionou-se 1,0 mL de permanganato de potássio à temperatura ambiente e anotou-se o tempo gasto na reação. 3. Colocou-se em banho-maria a 50º, o tubo de ensaio 2 e adicionou-se 1,0 mL de permanganato de potássio, observou-se e anotou-se o tempo gasto na reação. 4. Colocou-se em um béquer contendo água gelada, o tubo de ensaio 3 e adicionou-se ao tubo 3 1,0 mL de permanganato de potássio, observou-se e anotou-se o tempo gasto na reação. · Experimento IV: Superfície de contato Colocou-se 10 mL de água destilada em um béquer e adicionou-se metade de um comprimido antiácido inteiro. Em outro béquer contendo 10 mL de água destilada, adicionou-se a outra metade do comprimido antiácido, triturado. Observou-se e anotou-se os tempos que foram gastos nas reações · Experimento V: Ação de um catalisador Adicionou-se à um tubos de ensaio, 1,0 mL de peróxido de hidrogênio a 30%. Adicionou-se uma gota de solução de permanganato de potássio. Observou-se e anotou-se a velocidade da reação. RESULTADOS E DISCUSSÃO · Reação do HCl com magnésio Ao adicionar magnésio metálico aos tubos de ensaio contendo ácido clorídrico, percebeu-se que no ácido a 0,1 mol/L, a fita foi consumida de forma lenta e no tubo contendo ácido a 1,0 mol/L a fita foi consumida de forma rápida. A equação abaixo descreve a reação química destes dois elementos: Mg(s) + 2HCl(l) ↔ MgCl2(aq) + H2(g) + Calor A reação produz cloreto de magnésio, libera gás hidrogênio e calor (exotérmica). De acordo com a reação do magnésio com o ácido à concentrações diferentes, percebeu-se que à medida que a concentração aumenta, a velocidade da reação também aumenta · Reação de sacarose com permanganato de potássio Inicialmente ao misturar o permanganato de potássio à sacarose, percebeu-se que a solução demorou a ser homogeneizada, apresentando duas fases: uma incolor e a outra roxa. Com o passar do tempo, a reação foi ocorrendo e a solução apresentou coloração marrom. A reação dessas substâncias é caracterizada pela seguinte equação química: KMnO4 + C12H22O11 ) ↔ K2CO3 + MnO2 + CO2 + H2O Reação na qual há formação de carbonato de potássio, dióxido de manganês (responsável pela coloração marrom), gás carbônico e água A tabela abaixo apresenta o tempo gasto para a ocorrência das reações em diferentes tubos: Solução Tempo gasto Tubo 01 10 ml de solução de sacarose 1,0mol/L 6 min. Tubo 02 7ml de solução de sacarose 1,0mol/L + 3ml de água destilada 9 min. Tubo 03 5ml de solução de sacarose 1,0mol/L + 5ml de água destilada 11 min. 50 seg. Tubo 04 3ml de solução de sacarose 1,5mol/L + 7ml de água destilada +13 min. Tabela 1: Tempo gasto na reação do permanganato de potássio com a sacarose De acordo com os valores observados, percebeu-se que ao diminuir a quantidade de sacarose, o tempo para a ocorrência da reação aumenta e a velocidade diminui. · Fator temperatura A reação do permanganato de potássio com a sacarose foi feita à diferentes temperaturas, os valores do tempo gasto e a temperatura estão expressas na seguinte tabela: Tubos Fator temperatura Tempo gasto 01 Ambiente 6 min. 02 Banho-maria a 50º 01 min. 57 seg. 03 Água gelada 15 min. Tabela 2: Tempo gasto para reação do permanganato de potássio com sacarose em diferentes temperaturas. Em temperatura ambiente em torno de 25ºC, percebeu-se que a reação ocorreu de forma lenta. Observou-se que à temperatura alta, ou seja, a 50ºC, a velocidade da reação foi maior, ocorreu em menor tempo. E à baixa temperatura (água gelada) a reação ocorreu de forma bastante lenta. Com isso, foi possível perceber que ao aumentar a temperatura, aumenta-se também a velocidade da reação. · Superfície de contato Na dissolução do comprimido inteiro, percebeu-se um tempo de 1 minuto, 12 segundos e no comprimido triturado observou-se 25 segundos. Com isso, é possível notar que quando a superfície de contato aumenta, a velocidade da reaçãoaumenta. · Ação de um catalisador Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade de uma reação sem serem consumidos na mesma. Adicionou-se 1 catalizador para que se observasse a velocidade da decomposição do peróxido de hidrogênio. O resultado observado esta expresso na seguinte tabela: Reação química Velocidade +→+↑+↓ Rápido Tabela 3: Velocidade de decomposição do peróxido de hidrogênio na presença de um catalisador Devido ao catalisador, a reação processa por um caminho alternativo com menores energias de ativação, acelerando assim, o tempo de decomposição do peróxido de hidrogênio. Neste procedimento, percebeu-se que o Permanganato de Potássio é responsável pelo aumento da velocidade da reação. CONCLUSÃO A velocidade das reações químicas é uma área estudada pela Cinética Química. Esse estudo é importante porque é possível encontrar meios de controlar o tempo de desenvolvimento das reações, tornando-as mais lentas ou mais rápidas, conforme a necessidade. Alguns dos fatores que interferem na velocidade das reações são: Temperatura: Um aumento na temperatura provoca um aumento na velocidade das reações químicas, sejam elas endotérmicas ou exotérmicas, pois isso faz com que se atinja mais rápido o complexo ativado; Concentração: Um aumento na concentração dos reagentes acelera a reação, pois haverá um maior número de partículas dos reagentes por unidade de volume, aumentando a probabilidade de ocorrerem colisões efetivas entre elas; Superfície de Contato: Quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade com que a reação se processa, pois, conforme explicado nos dois últimos itens, a reação depende do contato entre as substâncias reagentes; Catalizadores: O uso de catalisadores específicos para determinadas reações pode acelerá-las. Essas substâncias não participam da reação em si, pois são totalmente regeneradas ao final dela. (FOGAÇA, J. V. R) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FOGAÇA, J. V. R, Cinética Química; Portal: mundoeducacao.bol.uol.com.br. CANTO, Eduardo Leite do, 1996 –II; Químico Ensino Básico; 2. Ed. – São Paulo: Moderna, 1998. BROWN, T... Química, a ciência central. Trad. Robson Matos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SOUZA, Alexandre A. & FARIAS, Robson F. CINÉTICA QUÍMICA: Teoria e prática. Ed. Átomo. Campinas, SP: 2008. NETZ, Paulo A. & ORTEGA, George G. FUNDAMENTOS DE FÍSICO-QUÍMICA: Uma abordagem conceitual para as ciências farmacêuticas. Ed. Artmed. São Paulo, SP: 2002.
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