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MATERIAL APOIO FALIMENTAR - RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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MATERIAL DE APOIO 
Curso: Direito Disciplina: Falimentar 
Professora: Luciana Raybolt 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
A recuperação judicial é uma medida para evitar a falência de uma empresa. É pedida 
quando a empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas. É um meio para que a 
empresa em dificuldades reorganize seus negócios, redesenhe o passivo e se recupere de 
momentânea dificuldade financeira. 
 
De acordo com a lei, a recuperação judicial tem como objetivo viabilizar que a empresa 
supere a situação de crise econômico-financeira, buscando evitar a falência. 
Com isso, a empresa mantém sua produção, o emprego dos trabalhadores e os interesses 
dos credores (que querem ser pagos), promovendo, assim, a preservação da empresa, sua 
função social e o estímulo à atividade econômica. 
 
O pedido de recuperação judicial deve ser feito na via Judicial, antes, porém, o devedor 
observará os meios de composição extrajudiciais, conforme trazidos pela nova legislação. 
 
Assim que entra com o pedido de recuperação judicial, a empresa precisa apresentar um 
processo para o juiz. O juiz analisa esse processo e se a documentação estiver completa, 
emite o despacho que autoriza a recuperação. 
 
Caso o juiz identifique algum documento faltando no processo, ele deve pedir para a 
empresa completar a documentação. Após o despacho, a empresa tem 60 dias (art. 53) 
para apresentar o plano de recuperação à Justiça (caso contrário, o juiz decreta sua 
falência). Apresentando o plano, o juiz vai divulgar esse plano para que os credores se 
manifestem. 
 
Os credores terão prazos fixados pelo juízo para se manifestarem sobre o plano. Se 
aprovado, a empresa entra em processo de recuperação. Se não for aprovado, o juiz 
CAMPUS SÃO GONÇALO 
decreta a falência da empresa. A negociação entre as partes é intermediada por um 
administrador judicial nomeado pela Justiça. 
 
 
PLANO DE RECUPERAÇÃO 
 
A empresa tem que apresentar à no processo e aos credores um plano de como sairá da 
atual crise. É um processo baseado na negociação e permite que credores e devedores 
apresentem as condições que acreditam ser razoáveis. 
No plano, é analisada toda a parte contábil, de produção, estoque e fluxo de caixa da 
empresa. É necessário fazer uma a projeção de como a companhia fará para organizar as 
contas e sair do vermelho. 
 
É necessário apresentar aos credores como é que as dívidas serão pagas, em qual prazo e 
como fará isso. Por exemplo, deve estar discriminado se o pagamento será feito em 
parcelas fixas, se para isso a empresa venderá bens, se irá se desfazer de uma filial etc. 
Durante o processo de recuperação judicial, a empresa deve cumprir o estabelecido no 
plano. Enquanto isso, as operações da empresa seguem normalmente. A empresa precisa 
apresentar um balanço mensal para prestar contas ao juiz e aos credores sobre o 
andamento da empresa. 
O administrador judicial nomeado pela Justiça funciona como intermediador entre a 
empresa, os credores e a Justiça. Caso a empresa não cumpra o que está no acordo, o juiz 
decreta a falência da empresa. 
 
Quando a empresa, que opera em bolsa de valores, apresenta um pedido de recuperação 
judicial, os negócios em bolsa de valores envolvendo suas ações ordinárias e preferenciais 
são suspensas. 
 
A recuperação judicial é encerrada quando a empresa cumprir tudo o que estava previsto 
no plano de recuperação. Se a empresa cumprir tudo o que está previsto, depois de tudo 
pago, o juiz finaliza o processo de recuperação. 
 
É decretada a falência da empresa. Com a falência, o devedor é afastado suas atividades 
com o objetivo de preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos 
produtivos (inclusive os intangíveis) da empresa. Na forma do art 58-A. Rejeitado o 
plano de recuperação proposto pelo devedor ou pelos credores e não preenchidos os 
requisitos estabelecidos no § 1º do art. 58 desta Lei, o juiz convolará a recuperação 
judicial em falência. 
OBS: dessa decisão cabe agravo de instrumento 
 
Segundo a legislação brasileira, “a decretação da falência determina o vencimento 
antecipado das dívidas do devedor e dos sócios”, e as partes responsáveis “serão 
representadas na falência por seus administradores ou liquidantes, os quais terão os 
mesmos direitos e, sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao 
falido”. 
 
Vale aqui mencionar, que com o advento da lei 14112/2020, vários dispositivos foram 
inseridos na LFRJ, sobre o processamento não só da falência, como também da 
recuperação judicial. 
(https://br.advfn.com/bolsa-de-valores/empresas/recuperacao-judicial) 
https://br.advfn.com/bolsa-de-valores/empresas/recuperacao-judicial

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