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O concurso de pessoas é a ciência voluntária com colaboração de duas ou mais pessoas em uma mesma infração penal, sendo desnecessário o acordo prévio entre elas, bastando que um adira à conduta do outro. Assim, veri�ca-se do conceito supramencionado que o concurso de pessoas é composto pelos seguintes requisitos: Pluralidade de pessoas É necessária a participação de duas ou mais pessoas para que seja con�gurado o concurso eventual de pessoas. Pluralidade de condutas Cada um dos agentes, ao concorrerem para a prática de um crime, assume um papel relevante para a produção do resultado, seja praticando o verbo-núcleo do tipo ou induzindo alguém a fazê-lo. Identidade de fato Para que seja caracterizado o concurso de pessoas, é necessário que ambos os agentes concorram para a prática de uma mesma infração penal. Nexo causal A conduta de cada agente deve ser tida como a causa do resultado, em outras palavras, a conduta típica ou atípica de cada participante deve integrar-se à corrente causal determinante do resultado (BITENCOURT, 2020). Liame subjetivo É o vínculo psicológico que une os agentes. Bitencourt (2020) adverte que o liame subjetivo consiste na consciência de participar de uma obra comum. Caso seja inexistente esse vínculo, todos os agentes responderão de forma autônoma pelo delito, pois estará ausente o concurso de pessoas. Falaremos de autoria e participação. Questão controversa refere-se à de�nição de quem é autor e de quem é partícipe dentro do concurso de pessoas. Isso ocorre em razão de o legislador ter sido omisso quanto à conceituação dessas �guras, �cando a cargo da doutrina sua compreensão. Algumas teorias visam explicar e diferenciar o autor e o partícipe: Conceito restritivo: autor é aquele que pratica o verbo-núcleo do tipo (matar, subtrair, expor, etc.). Todos os outros intervenientes do crime – que não praticaram o verbo-núcleo – são considerados partícipes. Teoria Jurídica do Direito Penal Concurso de pessoas: teorias e requisitos Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Conceito extensivo: é considerado autor todo aquele que contribui de alguma forma para a ocorrência do resultado. A crítica refere-se à extinção da �gura do partícipe. Teoria do domínio do fato: tal teoria buscou complementar o conceito restritivo de autor. Assim, autor não é só aquele que pratica o verbo-núcleo do tipo mas também quem tem o domínio �nal do fato, isto é, o controle sobre a realização do fato. Em síntese, Bitencourt (2020) destaca que, pela teoria do domínio do fato, são considerados autores: Quem pratica o verbo-núcleo do tipo Quem utiliza outrem como instrumento (autor mediato) O coautor que possui domínio funcional do crime Participação Assim como ocorre com a autoria, o CP não trouxe uma de�nição da participação, �cando a conceituação a cargo da doutrina. Dessa forma, o partícipe é aquele que possui uma conduta secundária e acessória no crime, auxiliando materialmente ou psicologicamente o autor. Material Também conhecida como cumplicidade, consiste na contribuição por meio de um comportamento material, como os exemplos trazidos anteriormente (empréstimo do veículo, da arma, da propriedade, etc.). Psicológica É a contribuição subjetiva e moral para a prática do crime. Pode ocorrer de duas formas: Instigação: ocorre quando o partícipe reforça uma ideia já existente no autor do fato. Induzimento: ocorre quando o partícipe faz nascer uma ideia no autor do fato. Concurso de pessoas em crime culposo e crime omissivo Em relação aos crimes culposos, a doutrina tem se posicionado no sentido de admitir a coautoria, mas negar a possibilidade de participação. Esses crimes são punidos em razão de a conduta ter sido imprudente, negligente ou imperita, e não pelo resultado, já que este não é querido. Já nos crimes omissivos é admitida a participação, contudo há divergência doutrinária no tocante à admissibilidade de coautoria. Cooperação dolosamente distinta É o chamado desvio subjetivo de conduta. Segundo Bitencourt (2011), a cooperação dolosamente distinta ocorre quando a conduta executada difere daquela idealizada, à qual aderiu o partícipe, de modo que o conteúdo do elemento subjetivo do partícipe é distinto do crime praticado pelo autor. Nesta webaula, você aprendeu as principais características e requisitos do concurso de pessoas, bem como sobre as modalidades de autoria e participação.
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