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Sandes João Vitor Natanael RESUMÃO TUTORIA UC14 Problema 1 Febre: Conceito: - Febre: Significa temperatura corporal acima da faixa da normalidade. - Síndrome febril: além de elevação da temperatura, ocorrem vários outros sintomas e sinais, cujo aparecimento e intensidade variam em relação direta com a magnitude da hipertermia, destacando-se astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, principalmente em recém-nascidos e crianças. Classificação: ✓Febre Contínua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1 grau, sem grandes oscilações. ✓Febre Irregular ou Séptica: picos muito altos intercalados baixas temperaturas ou apirexia, sem nenhum caráter cíclico nessas variações. ✓Febre Remitente: hipertermia diária com variações de mais de 1 grau, sem períodos de apirexia. ✓Febre Intermitente: a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal. Pode ser cotidiana, terçã (um dia com febre e outro sem) ou quartã (um dia com febre e dois sem). ✓Febre Recorrente ou Ondulante: semanas ou dias com temperatura corporal normal até que períodos de temperatura elevada ocorram. Durante a fase de febre não há grandes oscilações. Obs.: Febre • Temperatura axilar: ≥ 37,5 oC • Temperatura oral: ≥ 37,3oC (pela manhã) ou ≥ 37,8 oC (à tarde) • Temperatura retal: ≥ 38oC Hiperpirexia: febre > 41,5°C, + comum em pacientes com hemorragias do SNC Hipertermia: Aumento descontrolado da temperatura corporal que excede a capacidade do corpo de perder calor, sem alteração no ponto de ajuste hipotalâmico. A hipertermia não envolve moléculas pirogênicas. Geralmente acompanhada de desidratação e perda de eletrólitos. Tem como principais causas: 1) exposição direta e prolongada ao sol; 2) permanência em ambiente muito quente; 3) deficiência dos mecanismos de dissipação do calor corporal. Fisiopatologia: - Os pirogênios causam o aumento do ponto de ajuste (set point) dos termostatos hipotalâmicos, assim, todos os mecanismos de regulação de temperatura são acionados. A produção de calor é mantida, mas a dissipação do calor é aumentada pelo fluxo sangüíneo elevado. Os pirogênios chegam ao sistema nervoso central e estimulam a produção de prostaglandinas (E2). Via humoral 1: IL-1 e TNF Via humoral 2: IL-6 e IFN Mecanismos de perda de calor: Condução: Transferência de calor por contato direto Radiação: Perda de calor por raios IV. Convecção: É o processo de movimento para cima do ar aquecido Evaporação: Agua evaporada do corpo: pele e pulmões (expiração) OBS: Vasodilatação -> perder calor; Vasoconstrição -> retém calor Etiologia: - As doenças causadoras de febre podem ser divididas em três tipos: 1) Por aumento da produção de calor, como ocorre no hipertireoidismo (atividade aumentada da glândula tireoide); 2) Por bloqueio na perda de calor, como acontece na insuficiência cardíaca congestiva, na ausência congênita das glândulas sudoríparas (produtoras de suor) e em certas doenças da pele (p. ex., ictiose) 3) Por lesão dos tecidos, grupo no qual se inclui a maioria das doenças febris, ou seja: ‣ Todas as infecções por bactérias, riquétsias, vírus e outros parasitos (ex: pneumonia, abdome agudo, tuberculose, endocardite...) ‣ Lesões mecânicas, como nos processos cirúrgicos e nos esmagamentos Manifestações clínicas: É muito comum que a febre venha associada a outros sinais e sintomas que estão envolvidos com as respostas metabólicas à ação dos pirogênios e auxiliam no raciocínio clínico. Por isso, é essencial questionar/observar a presença de: • Cefaleia • Náuseas e/ou vômitos • Convulsões (principalmente em crianças) • Piloereção • Extremidades frias (devido a vasoconstrição periférica) • Sudorese • Delírios ou confusão mental, principalmente em idosos • Inapetência • Taquicardia ou taquipneia • Posição fetal 4 fases sucessivas: da febre 1) Período prodrômico: queixas inespecíficas, como cefaleia e fadiga 2) Estágio dos calafrios: sensação de frio e abalos musculares; a temperatura se eleva 3) Rubor: vasodilatação da pele, e a pele se torna quente e corada. 4) Defervescência: início da transpiração Efeitos (benefícios da febre): • Intensifica os efeitos dos interferons • Inibe o crescimento dos micróbios • Aumenta a produção de anticorpos e de células T • Aumenta a circulação e os batimentos cardíacos Características semiológicas: ■ Início: • Pode ser súbito ou gradual. No primeiro caso, o paciente percebe de um momento para outro a elevação da temperatura. Nesse caso, acompanha-se quase sempre dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril: sensação de calafrios é muito frequente. A febre pode instalar-se de maneira gradual e o paciente nem percebe seu início. Em algumas ocasiões, ele vai apresentar um ou outro sintoma da síndrome febril, mais frequentemente a cefaleia, a sudorese e a inapetência. ■ Intensidade: • Febre leve ou febrícula: até 37,5°C. • Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C. • Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C. ■ Duração: • Febre recente: menos que 1 semana (menos que 7 dias); • Febre prolongada: mais que 1 semana (mais que 7 dias); Obs.: Se a febre prolongada se perpetuar por mais de 14 dias sem um diagnóstico, ela pode ser considerada uma febre prolongada de origem obscura ou indeterminada ■ Modo de evolução: REGSITRO DA TEMP. EM UM QUADRO TÉRMICO. • O registro da temperatura em uma tabela, dividida em dias, subdivididos em 4 ou 6 horários, compõe o que se chama gráfico ou quadro térmico, tomando como base a temperatura normal. • A anotação costuma ser feita 1 ou 2 vezes/dia, mas, em certos casos, registra-se a temperatura de 4 em 4 ou de 6 em 6 h. Tipos evolutivos de febre: • Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1°C e sem grandes oscilações; por exemplo, febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia. • Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Os picos não se apresentam de modo cíclico, portanto não podem ser previstos. • Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia. Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose. • Febre intermitente: A hipertermia é interrompida por períodos de apirexia cíclicos. Parte do dia se tem febre e outra parte não, ou mesmo um dia a pessoa tem febre e no próximo não. • Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febre não há grandes oscilações; por exemplo: brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas. ■ Término: • Em crise: quando a febre desaparece subitamente. Quando isto ocorre o paciente apresenta sudorese profusa e prostração. Exemplo típico é o acesso malárico. • Em lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a dia, até alcançar níveis normais. Figura 8.43 Gráfico ou quadro térmico. Temperatura normal (preto). Febre contínua (vermelho): a temperatura permanece acima do normal, com variações de até 1°C, mas sem grandes oscilações. Febre irregular ou séptica (azul): registramse picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Febre remitente (amarelo): hipertermia diária com variações de mais de 1°C, sem períodos de apirexia. Febre intermitente (verde). Febre de Origem Indeterminada (FOI ou FOO) Conceito: Foi definida através de 3 critérios: • Temperatura axilar superior/igual a 38,3C em diversas ocasiões; • Duração mínima de 3 semanas (persiste mais de 3 semanas); •Falha no diagnóstico com o paciente internado por pelo menos 1 semana Etiologia: infecções, doenças inflamatórias não infecciosas (lúpus, artrite reumatóide, vasculite), neoplasmas e outras (uso de antibióticos, febre fictícia, doença intestinal inflamatória, drogas, exames indisponíveis e mal interpretados). Avaliação do paciente: certificar se o paciente tem febre, sintomas focais que acompanham a febre, saber padrão e duração da febre, exame clínico sistematizado, minucioso e repetido, anamnese mais ampla e abrangente possível (doenças familiares, componentes genéticos, doenças pregressas, procedimentos recentes, ambiente de moradia e trabalho, etc…). Bandeiras vermelhas: comprometimento imunológico, sopro cardíaco, presença de dispositivos (IV, marcapasso, próteses, etc) Endocardite Infecciosa: Conceito: “ Infecção que compromete a superfície endocárdica do coração.”(valvas cardíacas nativas ou protéticas, estruturas valvares, áreas de defeitos septais, endocárdio mural, dispositivo eletrônico intracardíaco) - Endocardite: é o processo infeccioso que acomete o endocárdio valvar, podendo, em alguns indivíduos, acometer também tecidos vasculares extracardíacos. Classificação: Quanto à evolução • Endocardite aguda: se caracteriza por infecção de valvas cardíacas por microrganismos de elevada virulência, como Staphylococcus aureus ou Streptococcus pneumoniae, com destruição rápida das valvas, septicemia e embolizações sistêmicas. • Endocardite subaguda: se caracteriza pelo acometimento de valvas previamente danificadas e infecção por organismos de baixa virulência, como os estreptococos do grupo viridans. Quanto ao tipo de valva acometida • Nativa: valvas cardíacas naturais normais ou anormais. • Protética: valvas artificiais implantadas. Fatores de risco: Fatores associadas com alterações de fluxo sanguíneo pela valva, alterações valvares morfológicas, manipulação cirúrgica, uso de dispoitivos invasivos (tais como cateteres, pressão arterial invasiva) e condições imunossupressoras. Principais fatores de risco: ✓Valvopatias (doença reumática, alterações degenerativas, prolapso mitral com insuficiência valvar e espessamento significativo do folheto). ✓Prótese valvar. ✓Shunts ou condutos sistêmico-pulmonares. ✓Endocardite prévia. ✓Cardiopatia congênita cianótica. ✓Uso de drogas intravenosas. ✓Uso de dispositivos implantados (marcapasso, cardiodesfibrilador, cateter venoso central). ✓Imunossupressão, diabetes mellitus. Etiologia: Os principais microrganismos causadores da EI são estafilococos (mais comuns em casos de infecção hospitalar) e estreptococos (mais comum em infecções comunitárias). • A endocardite acomete mais comumente a valva mitral (40%) ou aórtica (34%), seguida pelo acometimento de ambas as valvas. • A endocardite de valvas naturais, porem previamente anormais ou lesadas, e mais comumente causada (50% a 60% dos casos) pelo Streptococcus viridans, que e parte normal da flora da cavidade oral. • O acometimento das valvas tricúspide e/ ou pulmonar ocorre mais comumente em usuário de drogas endovenosas e em persistência de cateter de demora em veia profunda. (S Aureus) • A endocardite fungica e mais difícil de ser diagnosticada, sendo mais comumente encontrada em pacientes com histórico de uso de drogas injetáveis, cirurgia cardíaca recente ou uso prolongado de cateteres vasculares de longa permanência, especialmente aqueles usados para nutrição parenteral. Os fungos mais comuns encontrados na EI são espécies de Aspergillus e Candida. Fisiopatologia: Os sinais e sintomas da endocardite são bastante variáveis e dependem de vários fatores, como: 1) o próprio sítio intracardíaco da infecção, com afecção de estruturas cardíacas, como valvas, miocárdio, sistema de condução etc.; 2) embolização para sítios distantes; 3) surgimento de focos infecciosos metastáticos; 4) formação de complexos imunes e reações de hipersensibilidade; 5) o processo infeccioso e inflamatório per se. Manifestações clínicas: • Geralmente aparecem após duas semanas a partir do início do processo infeccioso. • Subagudos (causados por organismos de baixa virulência): fadiga, astenia, anorexia, perda de peso e sudorese noturna. • Agudos (causados por organismos mais agressivos, como o S. aureus) os sintomas são mais dramáticos, podendo ocorrer sepse grave e choque séptico após poucos dias de evolução. • Febre tende a ser relativamente baixa (menor que 39 graus), exceto em casos agudos. • Sopros cardíacos. (geralmente significa lesão valvar mais grave, frequentemente causada por S. aureus, e também relacionada ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca). • Esplenomegalia, petéquias e baqueteamento digital. • Manchas de Janeway são planas nas palmas das mãos e nas solas dos pés. • Nódulos de Osler. • Manchas de Roth. • Mialgia e artralgias. • Variável: febre alta com toxemia ou febre baixa com sintomas inespecíficos. – • Sintomas gerais: mal-estar, cefaleia, artralgias, sudorese noturna, dor abdominal, dispneia, tosse e dor pleurítica. Podem variar de acordo com o órgão acometido Diagnostico: Quando há uma doença febril de duração superior a uma semana associada a sopro cardíaco, em usuários de drogas intravenosas com febre, em pessoas jovens com eventos neurológicos agudos febris, ou em portadores de próteses valvares com febre ou descompensação aguda. Exames Laboratoriais: Hemograma, PCR, VHS, lactato • Anemia normocítica e normocrômica é comum e piora com a maior duração da doença. • Casos subagudos: não há leucocitose. • Casos agudos: vê-se a leucocitose com desvio para a esquerda e raramente até reações leucemoides. • Elevação da proteína C-reativa e da velocidade de hemossedimentação (na maioria dos casos). • Fator reumatoide é detectado em até 50% dos casos de mais longa duração e quase todos os pacientes têm imunocomplexos circulantes. Exames de Imagem: Ecocardiograma: • Método de grande importância no diagnóstico da endocardite. • O exame permite a visualização direta das vegetações, assim como a avaliação hemodinâmica do comprometimento valvar ou miocárdico causado pela doença. • Auxilia na avaliação de complicações durante o tratamento, pode ser de grande ajuda como guia do tratamento cirúrgico e tem valor prognóstico. Ecocardiograma Transtorácico (ETT) • A sensibilidade do ecotranstorácico varia de 30 a 70%, com especificidade de 90%. • Método de escolha para o diagnóstico e monitoramento dos pacientes; Ecocardiograma Transesofágico (ETE) - INVASIVO • Sensibilidade de 90%. • Se ETT normal com suspeita clínica. • Avaliação de complicações. Manifestações clinicas + Exames Laboratoriais + Exames de imagem + Critérios de DUKE – PARA FECHAR DIAGNÓSTICO DE ENDOCARDITE Critérios de DUKE: Maiores: hemocultura e envolvimento endicardico; Menores: quadro clínico. Para diagnosticar: 2 maiores OU 1 maior e 3 menores OU 5 menores Tratamento: O uso de anticoagulantes deve ser evitado em casos de endocardite em virtude do risco de hemorragia intracraniana. Enquanto se esperam os resultados das hemoculturas (Tratamento empírico) Prevenção: Problema 2 PAVM: Conceito: A pneumonia hospitalar associada à ventilação mecânica (PHA-VM) é um tipo de pneumonia que se desenvolver a partir de 48 horas após a intubação endotraqueal. Fatores de risco: • Intubação e a manipulação da via áerea e do ventilador mecânico (tempo prolongado de intubação, reintubação e trocas frequentes do circuito do ventilador). • Uso de drogas tal qual opioides e inibidores da bomba de prótons • Motivo da intubação. • A ventilação mecânica como tratamento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo e após cirurgias torácicas e abdominais altas. • Condiçõesintrínsecas do paciente como idade avançada, desnutrição e paralisia. Agrupados em quatro categorias: 1. Fatores que aumentam a colonização da orofaringe e/ou estômago por microrganismos 2. Condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato gastrointestinal 3. Condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica com exposição potencial a dispositivos respiratórios e/ou contato com mãos contaminadas ou colonizadas 4. Fatores do hospedeiro como extremos de idade, desnutrição, condições de base graves, incluindo imunossupressão. Medidas de prevenção das pneumonias associadas à ventilação mecânica são: a) Manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30 e 45º. b) Avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível. c) Aspirar a secreção acima do balonete (subglótica). d) Higiene oral com antissépticos (preferencialmente a clorexidina veículo oral). e) Profilaxia da úlcera de stress, prevenção de hemorragia digestiva alta. f) Profilaxia da trombose venosa profunda. g) higienização dos artigos hospitalares Transmissão: Às características dos pacientes que podem ser favorecedoras de pneumonia, somam-se procedimentos invasivos ou terapias medicamentosas que também podem aumentar colonização microbiana e/ou alterar capacidade de resposta local ou sistêmica aos agentes infecciosos como: • Uso de antimicrobianos • Medicamentos imunodepressores e quimioterápicos anti-neoplásicos: • Dispositivos invasivos: • Sondas nasogástricas de alimentação: • Equipamentos respiratórios: • Intubação das vias aéreas. Fisiopatologia: Se relaciona ao número e a virulência dos patógenos que conseguem alcançar a via aérea inferior do paciente e a resposta imunológica do paciente. A principal rota de infecção desses pacientes é pela broncoaspiração de organismos colonizadores da orofaringe Critérios Nacionais de Infecções relacionadas à Assistência à Saúde pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasil, de 2009. ■ Definida como a pneumonia diagnosticada após 48 horas de internação na unidade e que não se encontrava presente ou em incubação antes desta ocasião. ■ Pneumonia associada à ventilação mecânica é considerada como a ocorrida em período de 48 horas após início da ventilação mecânica. ■ Duas ou mais radiografias seriadas de tórax com um dos seguintes (em pacientes que não apresentem doença pulmonar prévia, insuficiência cardíaca congestiva, entre outras, apenas um exame radiológico é suficiente): • Novo ou progressivo e persistente infiltrado. • Consolidação; • Cavitação; Em relação ao criterio 1: Tem que ter um da categoria 01 e dois da categoria 02 (3 coisas) Em relação ao critério 2: Tem que ter um da categoria 01 + um da categoria 02 + um critério do critério 2 (3 coisas) RESPOSTA DE COMO FAZER DIAGNÓSTICO: PNEUMONIA 48H APÓS VM + DUAS RADIOGRAFIAS SERIADAS DE TORÁX COM (Novo ou progressivo e persistente infiltrado, Consolidação, Cavitação) + CRITÉRIO 1 OU CRITÉRIO 2 OBS: Pacientes com doenças de base pode ser apenas 01 RX Tratamento: • Empírica, principalmente a das pneumonias de início precoce (< 5 dias de internação), e baseia-se no diagnóstico clínico e radiológico dirigido para os microrganismos mais comuns. • Para as pneumonias de início tardio (> 4 dias de internação) a terapêutica deve incluir a ação contra os microrganismos mais frequentes da unidade de internação. Criptococose: Conceito: A criptococose é uma infecção oportunista grave causada pelo fungo Cryptococcus neoformans que acomete sobretudo pacientes imunodeprimidos, principalmente pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). - A meningite é a manifestação de criptococose mais encontrada entre os pacientes com imunodepressão avançada. - Ela é responsável por infecção sistêmica em pacientes que apresentam imunodepressão, quer por uso de medicações imunossupressoras, como os corticosteroides e quimioterápicos empregados por longos períodos, quer por hemopatias malignas e pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) Epidemiologia: A criptococose ocorre frequentemente 70% dos em homens, aproximadamente casos, e em adultos, a maioria entre 30 e 60 anos, sendo rara no grupo pediátrico. O criptococo é encontrado no mundo todo, em diversos tipos de solos e em tecidos, secreções e excreções dos animais, e do próprio homem; Fatores de risco: • Associados ao desenvolvimento de sintomas são AIDS com menos de 50 células de CD4/μL • imunossupressão por uso de corticoide • transplante de órgãos • doença pulmonar crônica • insuficiência renal • diabetes mellitus • insuficiência hepática • idade avançada. Patogenia e patologia: • Classificados em 4 sorotipos (A, B, C e D). • Duas variedades deste fungo são as principais causadoras da doença: Cryptococcus neoformans (sorotipo D) e Cryptococcus neoformans var. gatti (sorotipos B e C). • Infecção humana: ocorre pela inalação das formas leveduriformes não encapsuladas ou com cápsula pouco espessa, atingindo as vias respiratórias baixas, embora o diâmetro da levedura encapsulada impeça-a de atingir as pequenas vias aéreas dos pulmões. • Dois fatores são fundamentais na patogênese dessa micose profunda: a virulência do fungo e a resposta imunológica do hospedeiro, principalmente a imunidade celular. Fisiopatologia: • O micro-organismo é inalado do meio ambiente, causando inicialmente uma infecção pulmonar. • A defesa do hospedeiro é a fagocitose e a citotoxicidade dependente de complemento por macrófagos e neutrófilos. Células NK também podem eliminar o micro-organismo e a imunidade celular específica (células T) é o fator do hospedeiro mais importante na limitação da replicação do C. neoformans. • Muitos pacientes apresentam-se frequentemente com lesões pulmonares primárias, assintomáticas e autolimitadas. • C. neoformans é neurotrópico, e a principal manifestação da doença é a meningoencefalite, mas a disseminação para vários órgãos é possível, especialmente naqueles indivíduos com imunidade celular deficiente. Obs: Estudos recentes, inclusive experimentais, demonstraram a participação de interleucinas como a IL2, IL12, IL18 e interferon-γ na evolução favorável da doença e a IL4 e IL10 com ações deletérias e macrófagos nos mecanismos de suscetibilidade ou resistência à infecção. Quadro clínico: As manifestações clínicas frequentes, quando existem, são: febre, tosse, expectoração, dor do tipo pleurítica, dispneia, emagrecimento e, raramente, hemoptise. O exame radiológico dos pulmões pode mostrar desde nódulo solitário até consolidações ou pneumonia intersticial extensa, e derrame pleural. - A criptococose do sistema nervoso central, principalmente a meníngea, é a manifestação clínica descrita da doença mais frequente, representando 70% do total de casos. Criptococose do SNC (meníngea) : Principal manifestação é uma meningoencefalite subaguda ou crônica, com cefaleia prolongada, rigidez de nuca, confusão, letargia, alterações do comportamento, náuseas, vômitos, alterações visuais, febre - A forma cutânea da doença tem lesões de diferentes apresentações, podendo ser acneiformes, nódulos, úlceras, placas, celulite, pápulas e rash cutâneo. Diagnostico: O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são importantes na diminuição da mortalidade. • Pesquisa do Cryptococcus neoformans em material orgânico suspeito (escarro, líquido cafalorraquidiano, sangue, fragmentos de tecidos obtidos por biópsia, lavado broncoalveolar e aspirados de medula óssea, gânglios ou tumoração. • Líquido cefalorraquidiano (LCR). • Cultura para fungos de qualquer material orgânico (gold standard) – melhor método. • Aglutinação em látex. • Técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). Obs: Nos pacientes com criptococose e sem conhecimento da situação sorológicapara a infecção pelo HIV, deve-se realizar teste anti-HIV. Tratamento: Levar em conta a apresentação clínica da doença, a presença e o tipo de imunossupressão do paciente, e as drogas disponíveis. - Nas diretrizes clínicas para o manejo da doença, são levados em conta três fatores, sendo eles: • pacientes infectados com o vírus HIV • receptores de órgãos transplantados e não HIV • não receptores de órgãos transplantados. RESUMO TRATAMENTO: • Infectado por HIV e imunocompetentes: ANF-B Deoxicolato -> 2 semanas • Transplantados ANF-B Lipossomal -> 2 semanas • Consolidação + manutenção: fluconazol por 01 ano. • a TARV deve ser adiada ate pacientes estarem estáveis, ter quantidade de linfócitos TCD4 necessárias (maior ou igual 200); • quando ja faz tratamento pra HIV com TARV, inicia o tratamento pra Criptococose em conjunto • quando esta com Criptococose e descobre HIV mas ainda não esta tratando, primeiro trata a criptococose e depois inicia-se a TARV • Gatii para HIV (imunosuprimido) B e C • Neoformans para Imunocompetente A e D Problema 3 IRAS (INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE) Conceito: São infecções cuja aquisição está relacionada a um procedimento assistencial ou a internamento. Exemplos são as infecções do sítio cirúrgico (ISC), as pneumonias hospitalares, como as pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAV), infecções do trato urinário associadas a cateter (ITU), infecções da corrente sanguínea associadas a catéter venoso (IPCS). Sítios de Infecção e seus principais agentes: SÍTIO CIRÚRGICO (ISC): Estima-se que as ISC podem ser evitadas em até 60% dos casos, através da aplicação das medidas de orientação e prevenção. São infecções relacionadas a procedimentos cirúrgicos, com ou sem colocação de implantes, em pacientes internados e ambulatoriais, sendo classificadas conforme os planos acometidos abaixo. Principais Agentes: S. aureus CORRENTE SANGUÍNEA (IPCS): As infecções da corrente sanguínea (ICS) associadas a cateteres centrais estão relacionadas a importantes desfechos desfavoráveis em saúde. Principais Agentes: Klebsiella e acinetobacter INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO: Pneumonia associada a ventilação mecânica (PAVM): pneumonia em paciente em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois dias de calendário. Principais Agentes: Pseudomonas, Mycoplasma e Acinetobacter. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU): A infecção do trato urinário - ITU é uma das causas prevalentes das IRAS de grande potencial preventivo, visto que a maioria está relacionada à cateterização vesical. Principais Agentes: E. Coli e Enterobacter. - O diagnóstico clínico precoce, associado aos exames complementares (qualitativo e quantitativo de urina e urocultura), fornece evidências para uma adequada terapêutica, apesar dos casos de bacteriúria assintomática e candidúria, que podem induzir tratamentos desnecessários. FATORES DE RISCO: Falta de higienização das mãos. Uso indiscriminado de antibióticos. Quebra de protocolos assistenciais. Contaminações ambientais. Prevenção: Higienização correta das mãos Uso adequado de EPIs Higienização correta dos artigos hospitalares Conscientização e medidas de educação em saúde de toda equipe Identificar o sítio de infecção e isolar corretamente PNPC - IRAS: CONCEITO: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável pelas ações nacionais de prevenção e controle de IRAS, exercendo a atribuição de coordenar e apoiar tecnicamente as Coordenações Distrital/Estaduais e Municipais de Controle de IRAS. FINALIDADE: Reduzir, em âmbito nacional, a incidência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e de Resistência Microbiana (RM) em serviços de saúde, por meio da implementação de práticas de prevenção e controle de infecções baseadas em evidências. Objetivos Específicos: 1. Promover a implementação e o fortalecimento dos programas de prevenção e controle de IRAS, em todos os níveis de gestão e assistência. 2. Aprimorar o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das IRAS e RM. 3. Ampliar o monitoramento da adesão às diretrizes nacionais e aos protocolos de prevenção e controle de infecções (PCI). 4. Reduzir nacionalmente a incidência das IRAS prioritárias. 5. Prevenir e controlar a disseminação de microrganismos multirresistentes prioritários nos serviços de saúde. CCIH – PCIH CONCEITO Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. - Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. COMPOSIÇÃO DA EQUIPE - A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. - Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. - Presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital. MEMBROS CONSULTORES: Função: representam e coordenam os métodos de prevenção de controle de infecção hospitalar dos serviços médicos, de enfermagem, de farmácia, de administração e laboratório de microbiologia. Serão representantes, dos seguintes serviços: ✓serviço médico; ✓serviço de enfermagem; ✓serviço de farmácia; ✓laboratório de microbiologia; ✓administração. MEMBROS EXECUTORES: Função: realizam as ações do PCIH, ou seja, representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e, portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar; Serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro FUNÇÃO Reduzir o risco de aquisição de infecções hospitalares por parte dos usuários de unidades de saúde, especialmente de pacientes internados, a fim de melhorar a qualidade da assistência. DIRETRIZES A CCIH do hospital deverá: - Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição. Sepse CONCEITO - Presença de disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta desregulada à infecção. - As principais disfunções orgânicas são: hipotensão (PAS < 90mmHg ou PAM < 65mmHg ou queda de PA > 40 mmHg) oligúria (≤0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL); relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%; contagem de plaquetas < 100.000/mm3 ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; lactato acima do valor de referência; rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium; aumento significativo de bilirrubinas (>2X o valor de referência). DIAGNÓSTICO Triagem e rotina para atendimento - O protocolo de sepse deve ser aberto para pacientes com SUSPEITA de sepse e choque séptico. - Recentemente, foi descrito o escore qSOFA4, com 3 componentes: Visa identificar aqueles com maior risco de óbito. rebaixamento de nível de consciência; frequência respiratoria ≥ 22 ipm; pressão arterial sistólica abaixo de 100 mmHg - Pacientes com escore qSOFA positivo, ou seja, com dois ou mais componentes presentes, devem receber atenção especial, da mesma forma que pacientes com múltiplas disfunções orgânicas. - Após identificação do paciente com SUSPEITA de sepse, usualmente pela enfermagem, a equipe médica decide se deve ou não haver o seguimento do protocolo. 1. Em pacientes com qualquer das disfunções clínica utilizadasna triagem (hipotensão, rebaixamento de consciência, dispneia ou desaturação e, eventualmente, oligúria), deve-se dar seguimento imediato ao protocolo, com as medidas do pacote de 1 hora, e proceder a reavaliação do paciente ao longo das 6 primeiras horas. 2. Em pacientes com disfunção clínica aparente, mas com quadro clínico sugestivo de outros processos infecciosos atípicos (no contexto da sepse), como dengue, malária e leptospirose, a equipe médica poderá optar por seguir fluxo específico de atendimento que leve em consideração peculiaridades do atendimento a esses pacientes. 3. Em pacientes sem disfunção clínica aparente, deve-se levar em conta o quadro clinico, não sendo adequado o seguimento do protocolo em pacientes com quadros típicos de infecções de via aérea alta ou amigdalites, por exemplo, que podem gerar SRIS mas tem baixa probabilidade de se tratar de casos de sepse. 4.Em pacientes para os quais já exista definição de cuidados de fim de vida, o protocolo deve ser descontinuado, e o paciente deve receber tratamento pertinente a sua situação clínica, incluindo eventualmente alguns dos componentes do pacote de tratamento. - A equipe médica deve definir a classificação inicial do paciente. As possíveis classificações seriam: infecção sem disfunção com seguimento do protocolo sepse ou choque afastado sepse/choque paciente sob cuidados de fim de vida. - Após identificação do paciente com suspeita de sepse os seguintes passos devem ser cumpridos: 1. registre o diagnóstico no prontuário 2. atendimento priorizado 3. anamnese e exame físico dirigidos, com atenção especial aos sinais clínicos de disfunção orgânica; 4. disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados em leitos de terapia intensiva 5. a ficha do protocolo de sepse deve acompanhar o paciente durante todo o atendimento de tratamento das 6 primeiras horas. TRATAMENTO Pacote de 1 hora - Esse pacote deve ser executado para todos os pacientes em que a equipe médica optou por dar seguimento ao protocolo; - É composto dos seguintes itens: Coleta de exames laboratoriais para a pesquisa de disfunções orgânicas: gasometria e lactato arterial, hemograma completo, creatinina, bilirrubina e coagulograma. Coleta de lactato arterial dentro da primeira hora Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos em até uma hora Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro para a situação clínica, por via endovenosa, visando o foco suspeito, dentro da primeira hora da identificação da sepse. Princípios de farmacocinética e farmacodinâmica devem ser seguidos por todas as instituições: Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou confirmado, com dose de ataque nos casos pertinentes, sem ajustes para a função renal ou hepática; Atentar para a diluição adequada; Utilizar terapia combinada, com duas ou três drogas, quando existir suspeita de infecção por agentes multidrogas resistentes. Considerar o uso de diferentes classes de antibióticos. Para pacientes hipotensos ou com sinais de hipoperfusão, deve ser iniciada ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30 mL/kg de cristalóides dentro da 1º hora do diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão. Uso de vasopressores para pacientes que permaneçam com pressão arterial média (PAM) abaixo de 65, sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha. Nos pacientes com lactato alterado acima de duas vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o clareamento do mesmo. Reavaliação das 6h - A reavaliação das 6 horas deve ser feita em pacientes que se apresentem com choque séptico, hiperlactatemia ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual. CHOQUE SÉPTICO Definido pela presença de hipotensão não responsiva à utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. SIRS (Síndrome da resposta inflamatória sistêmica) A síndrome da resposta inflamatória sistêmica é definida pela presença de no mínimo dois dos sinais abaixo: temperatura central > 38,3o C ou < 36oC OU equivalente em termos de temperatura axilar; frequência cardíaca > 90 bpm; frequência respiratória > 20 rpm, ou PaCO2 < 32 mmHg leucócitos totais > 12.000/mm3; ou < 4.000/mm3 ou presença de > 10% de formas jovens (desvio à esquerda). BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES INTRODUÇÃO UTI: Principal foco de bactérias multirresistentes. - Aproximadamente 10% dos pacientes hospitalizados infectam-se freqüentemente em conseqüência de procedimentos invasivos ou de terapia imunossupressora. - Critérios gerais para infecção hospitalar: convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72h após a admissão. - Essas infecções por bactérias multirresistentes são comumente causadas por Estafilococos resistentes à metilicina, Enterobactérias e Pseudomonas. - Principais fatores associados à transmissão de bactérias multirresistentes: Risco intrínseco de transmissão de agentes infecciosos entre pacientes; Uso excessivo de antimicrobianos. PRINCIPAIS AGENTES COCOS GRAM-POSITIVOS ✓Enterococcus spp (principais agentes: E. faecalis e E. faecium). ✓Staphylococcus aureus BACILOS GRAM-NEGATIVOS ✓Bacilos Gram-negativos não-fermentadores de glicose ✓Bacilos Gram-negativos fermentadores de glicose Medidas recomendadas para prevenção: • Identificar precocemente o paciente colonizado ou com infecção; • Identificação do isolamento por meio de placa ilustrativa. • Respeitar as medidas de isolamento de contato preconizadas pela SCIH; Medidas de contenção do surto Precauções de Contato - Internação de paciente: quando possível, em quarto privativo ou em quarto com paciente que apresente infecção pelo mesmo microrganismo. - Profissionais: o número mínimo de profissionais, por turno de trabalho, deve atender as determinações da vigilância sanitária local. - Higienização das mãos: álcool-gel ou soluções degermantes (clorexidina a 2% ou PVP-I 10%). - Luvas: todas as pessoas que tiverem contato com o paciente. - Avental: usar avental limpo - não necessariamente estéril. - Ambiente: itens com os quais o paciente teve contato e superfícies ambientais devem ser submetidos à desinfecção com álcool a 70% (ou produto compatível com a natureza da superfície), a cada plantão. - Visitante e Acompanhante restrita e reduzida. - Transporte do paciente: limitado. Evitar o deslocamento do paciente para outras áreas da instituição. Problema 4 Tuberculose Conceito: É uma doença crônica contagiosa granulomatosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Geralmente, acomete os pulmões, porém pode afetar qualquer órgão ou tecido. Etiologia: Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. Em saúde pública, a espécie mais importante é a M. tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (bK). M. tuberculosis: É um bacilo álcool-ácido resistente (baaR), aeróbio, com parede celular rica em lipídios (ácidos micólicos e arabinogalactano), o que lhe confere baixa permeabilidade, reduz a efetividade da maioria dos antibióticos e facilita sua sobrevida nos macrófagos. Transmissão: O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, através da inalação de aerossóis produzidos pela tosse, espirro ou fala de bacilíferos, ou seja, indivíduos que apresentam baciloscopia de escarro positiva. As gotículas exaladas (gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos, onde podem se multiplicar e provocar a chamada primo-infecção. O período de transmissibilidade inicia-se com o surgimento dos sintomas respiratórios, com término após 15 dias de tratamento. As medidas de controle da TB devem ser mantidasate a negativação da baciloscopia. A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores exógenos, como a infectividade do caso-fonte, a duração do contato e o tipo de ambiente partilhado. Pessoas com cultura de escarro negativa e as com TB extrapulmonar exclusivamente são desprovidas de infectividade. Pacientes com TB pulmonar + HIV, na dependência de maior comprometimento da imunidade, podem ter menos frequentemente acometimento pulmonar e apresentação cavitária da doença e, assim, também menor infectividade. Fisiopatologia: Microorganismo invade o macrófago inibe a maturação do fagossomo e a formação da fagolisossoma, levando a infecção primária (multiplicação incontrolada) estimulando a resposta inata Th1 e produção de IFN-gama promovendo a destruição do macrófago infectado, gerando granuloma, necrose caseosa e cavitação. Fatores de risco: - População indígena. - Privados de liberdade. - Imunossupressão. - Pessoas em situação de rua. - Precárias condições socioeconômicas. Quadro clínico: Sintomas clássicos: tosse persistente seca ou produtiva por mais de 3 semanas; febre vespertina; sudorese noturna; emagrecimento. TB pulmonar primária: normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. as manifestações clínicas podem ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência. nem sempre a tosse está presente. o exame físico pode ser inexpressivo. TB pulmonar pós-primária ou secundária: mais comum no adolescente e no adulto jovem; tem como característica principal a tosse seca ou produtiva a febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5ºC. a sudorese noturna e a anorexia são comuns. TB miliar: refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode ocorrer tanto na forma primária quanto na forma secundária da TB. forma grave da doença, que é mais comum em pacientes imunocomprometidos. maior frequência em crianças e em adultos jovens. Pode causar hepatomegalia e alterações no SNC (sistema nervoso central) Diagnóstico: Clínico: De acordo com os sintomas Bacteriológico: Baciloscopia Direta: Técnica mais utilizada: pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR A baciloscopia de escarro é indicada nas seguintes condições: no sintomático respiratório em caso de suspeita clínica e/ou radiológica para acompanhamento e controle de cura Obs: Baciloscopia positiva + clinica iniciar tratamento Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB): Detecção de DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de cepas resistentes à rifampicina. Está indicado nas seguintes situações: diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de populações de maior vulnerabilidade; diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já validados; triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento; triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de falência ao tratamento da TB. Amostras recomendadas para realização do TRM-TB: escarro; escarro induzido; lavado broncoalveolar; lavado gástrico; líquor; gânglios linfáticos e outros tecidos. Cultura para Micobactéria, identificação e teste de sensibilidade: Padrão-Ouro O resultado da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo necessária a identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou outra micobactéria. A cultura para micobactérias com teste de sensibilidade antimicrobiano (ts) deve ser realizados nas seguintes situações: - Locais com acesso ao TRM-TB: todo caso com diagnóstico de TB por meio de TRM-TB deverá realizar cultura e TS todo caso com suspeita de TB com TRM-TB negativo, com persistência do quadro clínico, deverá realizar cultura e TS. - Locais sem acesso ao TRM-TB: Nos locais onde não há a disponibilidade do TRM-TB, o diagnóstico da doença será realizado por meio da baciloscopia Além disso, a cultura deverá ser realizada independentemente do resultado da baciloscopia para todos os casos com suspeita de TB. Diagnóstico por Imagem: Radiografia simples: - Método de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. - Deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. Tomografia Computadorizada: - Indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal Achados de imagem: TB primária: Opacidade parenquimatosa (nódulo ou consolidação) - FOCO PRIMÁRIO OU NÓDULO DE GHON Cavidades, consolidações, nódulos, massas ou opacidades retículo-nodulares. Nódulo de Ghon + linfonodomegalias hilares = complexo de Ranke. Atelectasias: devido a obstrução brônquica total ou parcial que se dá pelo aumento de linfonodos mediastinais que pode comprimir o brônquio Derrame pleural TB pós-primária ou secundária: Geralmente são semelhantes às apresentadas da forma primária, com predileção dos lobos superiores e segmentos superiores dos lobos inferiores. Nódulos centrolobulares de distribuição segmentar Espessamento da parede brônquica e o aspecto de “árvore em brotamento” Tuberculomas Diagnóstico Histopatológico: - Método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa e nas formas extrapulmonares. - A identificação histológica de granuloma com necrose caseosa é compatível com o diagnóstico de TB. Já, a identificação de um granuloma sem necrose caseosa deve ser interpretada com cuidado e levando em consideração as manifestações clínicas, pois outras doenças podem causar essa apresentação histológica. - Além do granuloma, a análise histológica pode também buscar bacilos no fragmento de tecido. Diagnóstico da Infecção Latente pelo M. tuberculosis: - As pessoas infectadas, em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo - essa condição é conhecida como infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). - Antes de se afirmar que um indivíduo tem ILTB, é fundamental excluir a TB ativa, por meio da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax. - O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas o período de latência pode se estender por muitos anos e mesmo décadas. - A investigação de ILTB é indicada somente em populações que potencialmente se beneficiarão do tratamento preconizado para ILTB: DIAGNÓSTICO PELA PROVA TUBERCULÍNICA (PT): - É utilizada para diagnóstico de ILTB e pode também auxiliar o diagnóstico de tuberculose ativa em crianças. - Consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos. - Não há evidências para utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto - Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui. - É indicada para: identificar casos ILTB em adultos e crianças; auxiliar no diagnóstico de tb ativa em crianças. - A prova tuberculínica reativa, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o diagnóstico (não diferencia latência de doença ativa). - Aplicação: No Brasil usa-se a tuberculina PPD-RT 23, aplicada por via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1ml, que contém 2 unidades de tuberculina (2ut) A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área de limites precisos, pálida e de aspecto pontilhado como casca de laranja. Leitura e interpretação: A leitura deve ser realizada 48 a 72 horasapós a aplicação, Deve-se medir o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, O resultado da PT deve ser registrado em milímetros, inclusive quando não houver enduração. Nesse caso, o profissional deverá anotar: ZERO mm. DIAGNÓSTICO EM PESSOAS COM HIV - Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV - O diagnóstico precoce de infecção por HIV em pacientes com TB tem importante impacto no curso da doença. Portanto, o teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o rápido, deve ser oferecido o mais cedo possível para os pacientes com diagnóstico de TB. - Se o resultado for positivo, o paciente deve ser encaminhado para o Serviço de Atenção Especializado (SAE) ou Unidades Dispensadoras de Medicamentos para PVHIV a fim de dar continuidade ao tratamento da TB e iniciar tratamento para HIV. DIAGNÓSTICO EM PESSOAS VIVENDO COM O HIV (PVHIV) - A investigação diagnóstica da tuberculose é semelhante à investigação na população geral, entretanto, devido à imunodeficiência, os achados comuns em pacientes soronegativos podem não estar presentes, dificultando e atrasando o diagnóstico e a instituição do tratamento. - É necessária uma investigação visando ao diagnóstico rápido para que o tratamento antitb seja oportuno e o antirretroviral possa ser iniciado. - Adultos e adolescentes infectados pelo HIV devem ser questionados em todas as visitas aos serviços de saúde sobre a presença dos sintomas: tosse independentemente da duração; e/ou febre; e/ou perda de peso; e/ou sudorese noturna - PVHIV com TB pulmonar tende a apresentar, mais comumente, perda de peso e febre e menos tosse e hemoptise em comparação ao paciente não infectado pelo HIV. - A apresentação pulmonar atípica é frequente na coinfecção TB-HIV e é um sinal sugestivo de imunodeficiência avançada, - Nos pacientes que já iniciaram o tratamento antirretroviral (TARV), o diagnóstico de TB pode ser evidenciado após seu início quando a imunidade começa a ser recuperada, pela síndrome da reconstituição imune. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Tratamento: - Os medicamentos antiTB, em geral, interferem no sistema enzimático do bacilo ou bloqueiam a síntese de algum metabólito essencial para o seu crescimento. Por isso, os fármacos só atuam quando há atividade metabólica, ou seja, bacilos em estado de latência não são atingidos pelos medicamentos, mas são destruídos pelo sistema imunológico. - Se o esquema terapêutico é equivocado, realizado de maneira irregular, com doses inadequadas ou interrompido precocemente, cepas resistentes aos medicamentos podem ser selecionadas, caracterizando a resistência adquirida. Fases do Tratamento: Intensiva e Manutenção Intensiva (ou de ataque): Objetivo de reduzir rapidamente a população bacilar e a eliminação dos bacilos Para isso, são associados medicamentos com alto poder bactericida. Manutenção: Objetivo de eliminar os bacilos latentes ou persistentes e a redução da possibilidade de recidiva da doença. Para isso, são associados dois medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante. Esquema básico de tratamento no Brasil em adultos e adolescentes: 4 fármacos na fase intensiva e 2 na fase de manutenção. Comprimidos em doses fixas combinadas com a apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH). ESQUEMA BÁSICO (EB) ✓Esquema Básico para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 2RHZE/4RH Indicações: - casos novos de tuberculose ou retratamento (recidiva e reingresso após abandono que apresentem doença ativa) em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade); - todas as apresentações clínicas (pulmonares e extrapulmonares), exceto a forma meningoencefálica e ostearticular. Considerações sobre o Tratamento: Em todos os esquemas de tratamento, os medicamentos deverão ser ingeridos diariamente e de uma única vez. O tratamento das formas extrapulmonares tem a duração de seis meses, exceto as formas meningoencefálica e osteoarticular. O tratamento da TB em PVHIV tem a duração de seis meses, independentemente da fase de evolução da infecção viral. O tratamento será realizado em regime ambulatorial, preferencialmente em regime de tratamento diretamente observado (TDO). TRATAMENTO EM PORTADORES DE HIV - O tratamento da TB em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) segue as mesmas recomendações para os não infectados. - Em relação a condução do tratamento da TB nas PVHIV: Frente ao diagnóstico de TB ativa em PVHIV, há necessidade do imediato início do tratamento para tuberculose, e todas as PVHIV com TB ativa devem receber TARV (terapia antirretroviral), oportunamente, independentemente da contagem de lt-cd4+ a imunossupressão pelo HIV, expressa pela baixa contagem de lt-cd4+, é fator associado à maior incidência de recidiva de tuberculose em PVHIV e, portanto, o tratamento antirretroviral (TARV) deve ser priorizado para melhorar a resposta imune maior frequência também de reações adversas graves (hepatotoxicidade e neuropatia periférica) TRATAMENTO NA COINFECÇÃO TB-HIV - Os pacientes com diagnóstico concomitante de ambas as doenças possuem indicação de tratamento com medicamentos antitb e antirretrovirais. - O tratamento para tuberculose deverá ser instituído imediatamente e os antirretrovirais devem ser introduzidos de acordo com o grau de imunossupressão avaliado através da contagem de LT-cd4+ - O início concomitante do tratamento da tuberculose e da infecção pelo HIV é contraindicado, uma vez que pode haver aumento do risco de intolerância e de reações adversas, piorando a adesão. - recomenda-se o início do TARV em até no máximo a 8º semana do início do tratamento para TB. SEGUIMENTO DO TRATAMENTO - Acompanhamento do paciente para o sucesso terapêutico - O acompanhamento clinico deve ser mensal - é fundamental a realização de baciloscopia mensal nos casos de TB pulmonar para o monitoramento da efetividade do tratamento. EFEITOS ADVERSOS DO TRATAMENTO - A maioria dos pacientes completa o tratamento sem qualquer reação adversa relevante. - Reações adversas “menores” (normalmente não é necessária a suspensão dos medicamentos antitb) X Reações adversas “maiores” (normalmente causam a suspensão do tratamento). - Os fatores de risco mais referidos para o desenvolvimento de tais efeitos são: idade (a partir da quarta década); dependência química ao álcool (ingestão diária de álcool > 80g); desnutrição (perda de mais de 15% do peso corporal); história de doença hepática prévia; e coinfecção pelo vírus HiV, em fase avançada de imunossupressão; TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO) - O tratamento diretamente observado, como principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com TB. - Para organização do TDO nos serviços de saúde, devem-se considerar as modalidades de supervisão: Domiciliar Nos serviços de saúde Compartilhado: quando o doente faz consulta médica em uma unidade de saúde e realiza o TDO em outra unidade de saúde mais próxima à sua residência ou trabalho. - Mesmo que o encontro para o TDO seja rápido, pode ser enriquecido com intervenções breves, que são: Avaliação identificação e encaminhamento de problemas psicossociais ou econômicos apoio emocional informação TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR - Sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos. - ↑ ocorrência em pacientes coinfectados pelo HIV (principalmente c/ imunocomprometimento grave). Principais Formas: TB PLEURAL: Forma mais comum de TB extrapulmonar em pessoas não infectadas pelo HIV Ocorre mais em jovens e cursa com dor torácica do tipo pleurítica Tríade → astenia, emagrecimento e anorexia (70% dos pacientes); e Febre com tosse seca, em 60%. O líquido pleural tem características de exsudato, predomínio de linfócitos e baixo rendimento tanto da pesquisade BAAR quanto da cultura. EMPIEMA PLEURAL TUBERCULOSA: É consequência da ruptura de uma cavidade tuberculosa para o espaço pleural e, por isso, além de líquido no espaço pleural, muitas vezes ocorre também pneumotórax secundário à fístula broncopleural. Clinicamente, é indistinguível de um empiema pleural por bactéria comum. Diferentemente do que ocorre na TB pleural, o rendimento da baciloscopia direta (BAAR) e da cultura para TB no líquido do empiema tuberculoso é alto. TB GANGLIONAR PERIFÉRICA: Forma + frequente de TB extrapulmonar em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) e em crianças; + comum abaixo dos 40 anos; Cursa com aumento subagudo, indolor e assimétrico das cadeias ganglionares cervicais anterior e posterior, além da supraclavicular. Os gânglios podem apresentar-se endurecidos, amolecidos, aderentes, podendo evoluir para flutuação ou fistulização. O diagnóstico é obtido por meio de aspirado por agulha e/ou ressecção ganglionar, para realização de exames bacteriológicos e histopatológicos. TB MENINGOENCEFÁLICA: Mais comum em PVHIV A meningite basal exsudativa é a apresentação clínica mais comum e é mais frequente em crianças abaixo dos seis anos de idade. Forma subaguda: Cefaleia holocraniana; Irritabilidade; Alterações de comportamento; Sonolência; Anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre; Fotofobia e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas e Hipertensão Intracraniana. Forma crônica (sinais e sintomas com duração superior a quatro semanas): Evolui várias semanas com cefaleia TB PERICÁRDICA: Pode ocorrer simultaneamente com a TB pleural; Os principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia. Pode haver: ✓Febre; ✓Emagrecimento; ✓Astenia; ✓Tontura; ✓Edema de membros inferiores; ✓Dor no hipocôndrio direito (congestão hepática); ✓Ascite. TB ÓSSEA: + comum em crianças ou em pessoas entre a quarta e a quinta década de vida. Atinge mais a coluna vertebral e as articulações coxofemoral e do joelho Quadro clínico apresenta-se com: Tríade dor lombar, dor à palpação local e sudorese noturna. TB MILIAR: Instala-se por descarga importante de bacilos na circulação, sem possibilidade de contenção da doença pelo sistema imune. Acomete principalmente paciente com baixa imunidade Causa lesões pequenas, arredondadas que dão um aspecto pontilhado ao tecido. TB RENAL: Acomete indivíduos com média de 45 anos; O tempo entre a primoinfecção e as manifestações clínicas pode chegar até a 20 anos (evolução lenta e silenciosa) Principais manifestações clínicas são: Disúria e polaciúria; dor lombar e urgência urinária. Programa Nacional de Controle da Tuberculose OBJETIVOS Geral: Reduzir morbidade, mortalidade e transmissão da TB. Específicos: Aperfeiçoar a vigilância epidemiológica para: aumentar a detecção de casos novos, aumentar a cura e diminuir o abandono de tratamento; Expandir o tratamento supervisionado na Atenção Básica Desenvolver ações educativas em saúde, comunicação e mobilização social Capacitar os profissionais que atuam no controle e prevenção da TB Prevenir o adoecimento por TB nos infectados por meio da quimioprofilaxia e nos não infectados por meio da vacina; Manter a cobertura adequada de vacinação de BCG; METAS Manter a detecção anual de pelo menos 70% dos casos estimados de TB Tratar corretamente 100% dos casos de tuberculose diagnosticados e curar pelo menos 85% dos mesmos. Manter o abandono de tratamento em percentuais considerados aceitáveis (5%). Expandir o tratamento supervisionado Manter registro atualizado Disponibilizar teste anti-HIV para 100% dos adultos com TB. COMPONENTES O PNCT desenvolve ações voltadas para atender os seguintes componentes: Problema 5 Zika Conceito: É uma doença febril autolimitada (com manifestação de sintomas por 3-6 dias). Tem como hospedeiro o homem e primatas não humanos (sul da África). Agente etiológico: Vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus, gênero Flavivirus, família Flaviviridae. Vetor: Mosquito fêmea do Aedes Aegypti infectada. Transmissão: Vetorial, Perinatal, Sexual e por Transfusão de sangue. Tempo de Incubação: Período de incubação intrínseco (PII): ocorre no ser humano e varia de 3 a 6 dias. Estima-se que o período de viremia no homem se estende até o 5° dia do início dos sintomas. Período de incubação extrínseco (PIE): acontece no vetor. 10 a 15 dias. Após o PIE, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas). Fisiopatologia: Os flavivírus replicam-se inicialmente nas células dendríticas e citoplasma dos fibroblastos e queratinócitos da epiderme e derme, dispersando-se posteriormente para os nodos linfáticos e a corrente sanguínea. O vírus tem tropismo pelo SNC. Os receptores facilitam a entrada e adesão do vírus às células alvo (Ex: DC-SIGN e AXL) Manifestações Clínicas: - Os sintomas desaparecem em até 7 dias. - maioria irá cursar de forma oligossintomática, ou assintomática. - Febre baixa (entre 37,8ºC e 38,5ºC); Conjuntivite não purulenta; Dor de cabeça; Astenia pós infecção é frequente; Rash maculopapular. - Artralgia normalmente em mãos e pés, em alguns casos com inflamações das articulações, fatiga ou mialgia - A dor articular pode estar presente até um mês do início da doença; a artralgia não é tão intensa como a que ocorre em chikungunya e não apresenta a cronicidade características de chikungunya. Diagnóstico: Exames específicos: Detecção de RNA viral RT-PCR Sorologia para titulação de anticorpos IgM e IgG. Exames inespecíficos: leucopenia trombocitopenia ligeira elevação da desidrogenase láctica sérica elevação da gama GT elevação de marcadores de atividade inflamatória (proteína C reativa, fibrinogênio e ferritina). Diagnóstico Diferencial: Dengue Chikungunya Febre amarela Tratamento: - Caso sintomático é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. - Estímulo à ingestão de líquidos; - No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas antiinflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas. - Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência (para investigação de SGB (Síndrome de Guillain-Barré) de outros quadros neurológicos); Complicações: - Síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune desmielinizante que causa paralisia flácida aguda ou subaguda) e complicações neurológicas (encefalite, meningoencefalite, paraestesia, paralisia facial e mielite); Critérios diagnósticos da síndrome de Guillain-Barré Gravidas: A infecção pelo vírus Zika não é condição para encaminhamento para o serviço de pré-natal de alto risco a confirmação de infecção pelo vírus Zika nesse período não é sinônimo de presença de microcefalia no concepto. A confirmação da infecção pelo vírus Zika ou a presença de microcefalia no concepto não são indicações para parto cesariana Além da microcefalia, outras alterações neurológicas podem ser encontradas em recém-nascidos expostos ao vírus Zika durante a gestação Febre Amarela Conceito: Doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável. A infecção confere imunidade duradoura, podendo se estender por toda a vida. Agente Etiológico: É um arbovírus do gênero Flavivirus, protótipo da família Flaviviridae. Vetor: Ciclo Silvestre Primatas não humanos (PNH) ➞ principais hospedeiros, amplificadores do vírus As principais espécies de mosquitos implicadas na transmissão são Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus, além de diversas espéciesdo gênero Sabethes. Ciclo Urbano Homem ➞ hospedeiro As espécies de mosquitos implicadas na transmissão são do gênero Aedes, principalmente o Ae. Aegypti Transmissão: Picada do mosquito fêmea infectada. - O homem, não imunizado, infecta-se acidentalmente quando se expõe em áreas de mata rurais e silvestres onde o vírus está disponível. - Período de transmissibilidade: A viremia humana dura em torno de 7 dias, que se inicia entre 24 e 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e se estende até 3 a 5 dias após o início da doença, período em que o homem pode infectar os mosquitos transmissores. Manifestações clínicas: Quadro clínico clássico: início súbito de febre alta, cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia, sinal de Faget (bradicardia acompanhando febre alta - pode ou não estar presente). De acordo com a gravidade: Nas formas graves e malignas: cefaleia e mialgia ocorrem com maior intensidade e podem estar acompanhadas de náuseas e vômitos frequentes, icterícia, oligúria e manifestações hemorrágicas como: epistaxe, hematêmese e metrorragia. De acordo com os estágios: Período de infecção – dura cerca de 3-6 dias; tem início súbito e sintomas inespecíficos, como febre, calafrios, cefaleia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, mal-estar, tonturas, náuseas e vômitos Período de remissão – ocorre declínio da temperatura e diminuição da intensidade dos sintomas, provocando sensação de melhora no paciente. Periodo toxêmico – caracterizado por resposta inflamatória exacerbada associada a colapso hemodinâmico. Reaparece a febre, a diarreia e os vômitos têm aspecto de borra de café, também pode ocorrer dor abdominal intensa. Instala-se quadro de insuficiência hepatorrenal caracterizado por icterícia, oligúria, anúria e albuminúria, acompanhado de manifestações hemorrágicas Tempo de Incubação: Incubação Intrínseca: varia de 3 a 6 dias ocorre no hospedeiro, tanto no homem como no PNH (macaco) corresponde ao período entre a infecção viral dada no momento da picada pelo mosquito infectado até o início dos sintomas. Incubação Extrínseca: varia de 8 a 12 dias ocorre nos vetores (mosquitos) corresponde ao período entre a infecção a partir do repasto sanguíneo no hospedeiro virêmico e a replicação do vírus nas glândulas salivares, quando passa a transmiti-lo a um novo hospedeiro pela picada. Fisiopatologia: A FA é uma doença infecciosa sistêmica que compromete vários órgãos simultaneamente e pode causar falência orgânica múltipla. Os casos graves da doença são caracterizados por insuficiência hepática e renal, coagulopatia e choque. Transmissão ➞ replicação do vírus no sítio de inoculação ➞ e sua disseminação para linfonodos e ➞ tecidos e órgãos ➞nos órgãos o vírus se multiplica e se espalha através do sangue e da linfa para outros tecidos e órgãos. No fígado, pode causar disfunção hepática e insuficiência hepática; Nos rins pode levar a lesões tubulares renais e insuficiência renal; no coração pode causar bradicardia e arritmia; Nos olhos, hiperemia conjuntival e icterícia. Tipos (classificação): Quanto a gravidade Forma leve: ausência de sinais de alarme e gravidade. TGO ou TGP<500 e Cr<1,3 Forma moderada: presença de pelo menos um sinal de alarme sem a presença de sinais de gravidade. Sinais clínicos/laboratoriais de alarme – vômitos, diarreia e dor abdominal. TGO ≥ 500 e Cr ≥ 1,3. Forma grave: Caracterizada pela presença de pelo menos um dos sinais de gravidade: oligúria, sonolência, confusão mental, torpor, coma, convulsão, sangramento, dificuldade respiratória, hipotensão, sinais de má perfusão, icterícia, TGO ou TGP≥2.000, Cr≥2, Plaqueta<50.000. Diagnóstico: Exames laboratoriais específicos: Sorologia com captura de anticorpos IgM da classe pela técnica ELISA RT-PCR Pesquisa de antígeno viral Diagnóstico diferencial: Forma leve e moderada: malária, dengue, mononucleose infecciosa, influenza, hepatites virais, rickett- sioses, zika, Chikungunya, febre tifoide e outra síndromes febris agudas. Formas graves: malária, leptospirose, hepatite fulminante, febres hemorrágicas. Tratamento: Avaliação clínica inicial Atenção especial à: - aferição de sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura); - estado de hidratação (turgor e elasticidade cutânea diminuída, ressecamento de mucosas, sede e diminuição do volume urinário); - nível de consciência e sinais de sangramento. CRITÉRIOS PARA ALTA AMBULATORIAL: Para pacientes graves Assintomático ou astenia persistente com propedêutica hepática e cardiológica negativa. Transaminases normais em dois exames com intervalo de 90 dias. RNI normal ou estável (nos hepatopatas crônicos). Ausência de icterícia. Complicações: Da FA grave: choque distributivo - choque hemorrágico com exteriorização ou não de sangramento - choque neurogênico como consequência do edema e herniação cerebral causada pela insuficiência hepática aguda - choque séptico devido à infecção concomitante - choque cardiogênico devido a acometimento cardíaco (arritmias ou miocardite). A doença grave tipicamente leva à morte em 7-14 dias depois do início dos sintomas. Dengue Conceito: A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico, variando de casos assintomáticos a graves. Imunidade: Adquirida: Permanente (homóloga) Cruzada: Induzida por um sorotipo, gerando imunidade parcial para outros sorotipos (heterologa). Agente Etiológico: vírus dengue (DENV) quatro sorotipos distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4); TRANSMISSÃO vetorial (picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo humano –> vetor–humano), vertical (gestante-feto, raro) transfusional MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Pode ser sintomática ou assintomática; - Pode apresentar três fases clínicas: FASE FEBRIL: - Febre (1° manifestação, alta 39°C a 40°C, início abrupto e duração de 2 a 7 dias) - Cefaleia - Astenia - Mialgia - Dor retro-orbitária - Anorexia - Náuseas e vômitos - Diarreia (não é volumosa, fezes pastosas, 3 a 4 evacuações por dia). - Lesão exantemática tipo maculopapular (presente em muitos casos, atingindo face, tronco e membros, não poupando regiões palmares e plantares). OBS: Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. FASE CRÍTICA: - Inicia-se com o declínio da febre (defervescência); - Entre o 3° e o 7° dia do início da doença; - Nessa fase pode ter os “sinais de alarme”. Dengue grave: pode manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC). quadro clínico é semelhante ao observado no comprometimento desses órgãos por outras causas. Choque: ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do extravasamento, o que geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com intervalo entre três a sete dias) de doença, geralmente precedido por sinais de alarme. FASE DE RECUPERAÇÃO: Nos pacientes que passaram pela fase crítica haverá reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica. Na Gestante: Os riscos para mãe infectada estão principalmente relacionados ao aumento de sangramentos de origem obstétrica e às alterações fisiológicas da gravidez, que podem interferir nas manifestações clínicas da doença. • FISIOPATOLOGIA: Depois de inoculado, o vírus entram nas células humanas e estimulam monócitos e linfócitos a produzirem citocinas, como TNF-alfa e IL-6. Essas citocinas terão efeito pró-inflamatórioe serão responsáveis pelo aparecimento da febre. Outras citocinas estimulam a produção de anticorpos, que se ligam aos antígenos virais formando imunocomplexos. • DIAGNÓSTICO: Métodos indicados: Sorologia – ELISA Detecção de antígenos virais: NS1, isolamento viral, RT-PCR e imuno-histoquímica. OBS: Qual tipo de exame solicitar Ate 5 dia – PCR (antígenos virais) 5 a 13 - IGM Mais que 14 – IGG - HEMOGRAMA DA DENGUE • Leucopenia variável, abaixo de 4000/mm3; • Linfocitose relativa: 60 a 80%; • Plaquetopenia intensa na dengue hemorrágica; • Elevação do hematócrito na dengue hemorrágica Tratamento: GRUPO A: a) Caso suspeito de dengue. b) Ausência de sinais de alarme. c) Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais. - Conduta • Exames laboratoriais complementares a critério médico. • Prescrever paracetamol e/ou dipirona Obs: Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides e Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral. GRUPO B: a) Caso suspeito de dengue. b) Ausência de sinais de alarme. c) Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço positiva). d) Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes). - Conduta: a) Solicitar exames complementares: • Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes. • Colher amostra no momento do atendimento b) O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado dos exames. c) Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado dos exames. d) Prescrever paracetamol e/ou dipirona. e) Seguir conduta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais OBS: Paciente com surgimento de sinais de alarme: » Seguir conduta do grupo C. GRUPO C: a) Caso suspeito de dengue. b) Presença de algum sinal de alarme. Conduta: a)Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção. b) Realizar exames complementares obrigatórios: • Hemograma completo. • Dosagem de albumina sérica e transaminases. c) Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. d) Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. e) Proceder a reavaliação clínica f) Se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a fase de expansão até três vezes. g) Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, iniciar a fase de manutenção: • Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase. • Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro glicosado. h) Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo C, mas não são essenciais para conduta clínica. i) Prescrever paracetamol e/ou dipirona. j) Notificar o caso. GRUPO D: a) Caso suspeito de dengue. b) Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. Conduta: • Reposição volêmica (adultos e crianças): • Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral • Repetir fase de expansão até três vezes. • Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de expansão do grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo. • Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. Estes pacientes necessitam ser continuamente monitorados. • Estes pacientes devem permanecer em acompanhamento em leito de UTI até estabilização (mínimo 48 horas), e após estabilização permanecer em leito de internação. Indicações para internação hospitalar: Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou com- prometimento grave de órgão (grupos C e D). Recusa na ingestão de alimentos e líquidos. Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade. Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde. Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc. Outras situações a critério clínico. Critérios de alta hospitalar: Os pacientes precisam preencher todos os seis critérios a seguir: Estabilização hemodinâmica durante 48 horas. Ausência de febre por 48 horas. Melhora visível do quadro clínico. Hematócrito normal e estável por 24 horas. Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3. Chikungunya • CONCEITO: É uma infecção viral. Imunidade: A imunidade desenvolvida para o vírus chikungunya (CHIKV) é duradoura e protetora contra novas infecções, ainda que produzida por diferentes genótipos desse vírus. • AGENTE ETIOLÓGICO: Vírus chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. TRANSMISSÃO: vetorial (picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo humano –> vetor–humano), vertical (gestante-feto, pode ocorrer no intraparto no caso de gestantes virêmicas, muitas vezes provocando infeção neonatal grave, é raro) transfusional. FISIOPATOLOGIA: Os sintomas clínicos está relacionada com o elevado nível de citocinas pro-inflamatórias tais como alfa- interferon e interleucinas. Em relação a dor musculoesquelética e a artrite crônica - são decorrentes do escape precoce do vírus da chikungunya no interior dos monócitos e consequente relocação nos macrófagos sinoviais. Manifestações clínicas: A forma típica da Chikungunya apresenta 3 fases clínicas: FASE AGUDA OU FEBRIL: Febre de início súbito mais que 38,5°C➞ a febre pode ser contínua, intermitente ou bifásica, possui curta duração, porém a queda de temperatura não é associada à piora dos sintomas como na dengue. Intensa poliartralgia ➞ essa dor normalmente é poliarticular, bilateral e simétrica, Dor ligamentar; Mialgia quando presente é, em geral, de intensidade leve a moderada. Dores nas costas; - Rash cutâneo; Cefaleia; - Fadiga - Exantema ➞ macular ou maculopapular Prurido pode estar presente em 25% dos pacientes e pode ser generalizado ou apenas localizado na região palmo- plantar Dor retro-ocular; Calafrios; Conjuntivite sem secreção; Faringite, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite FASE SUBAGUDA: Febre normalmente desaparece Pode haver persistência ou agravamento da artralgia Astenia; Recorrência do prurido Caso os sintomas persistam por mais de três meses, após o início da doença, estará instalada a fase crônica FASE CRÔNICA: Principais fatores de risco para a cronificação: idade acima de 45 anos, sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda. Sintoma mais comum ➞ acometimento articular persistente ou recidivante Pode evoluir para artropatia destrutiva semelhante à artrite psoriática ou reumatoide. Forma Grave da Chikungunya: pacientes com comorbidades (história de convulsão febril, diabetes, asma, insuficiência cardíaca, alcoolismo, doenças reumatológicas, anemia falciforme, talassemia e hipertensão arterial sistêmica) crianças pacientes com idade acima de 65 anos pacientes que estão em uso de alguns fármacos (aspirina, anti-inflamatórios e paracetamol em altas doses) As manifestações atípicas e os cofatores listados
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