Prática Interdisciplinar - História da matemática século XIX e XX

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1 Felipe Saraiva Pinheiro 
Iara Santos Andrade 
José Lourenço Claudio Junior 
Valter Carlos de Sousa 
2 Francilene de Souza Pastoura 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura em Matemática (FLC3833MAD) – 
Prática do Módulo IV – 15/08/2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Felipe Saraiva Pinheiro 
Iara Santos Andrade 
José Lourenço Claudio Junior 
Valter Carlos de Sousa 
Francilene de Souza Pastoura² 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho busca por meio da pesquisa bibliográfica mostrar como acontecia a 
participação das mulheres no ensino da matemática entre os séculos XIX e XX, aborda um 
pouco da vida e da obra de Amalie Emmy Noether e Florence Nightingale duas matemáticas 
que se destacaram em meio aos desafios desses séculos, correlacionando ao tema do trabalho 
e a questão de terem-se poucas mulheres matemáticas citadas ao longo do tempo, assim como 
algumas das contribuições das mesmas para a matemática. 
 
Palavras-chave 
Estatística. História da matemática século XIX e XX. Florence Nightingale. Emmy Noether. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A história da matemática é marcada por muitos acontecimentos, por muitas 
contribuições e matemáticos que se destacaram e tiveram reconhecimento, nesse trabalho, 
será abordado como era à participação das mulheres na educação matemática entre o século 
XIX e XX. 
Nesses séculos, segundo Souza (2006), era vergonhoso para uma mulher estudar 
matemática e algumas eram proibidas não só pela sociedade, mas também pelos próprios pais, 
de frequentarem universidades, pois a matemática era renomada “ciência dos homens”. 
No entanto contradizendo essa ideia da matemática como ciência dos homens algumas 
mulheres se destacaram no ramo, aqui falaremos sobre Emmy Noether que chegou a ser 
A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NO ENSINO DA MATEMÁTICA 
NO SÉCULO XIX E XX- FLORENCE NIGHTINGALE E EMMY 
NOETHER 
 
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considerada por Einstein como “monumento do pensamento matemático”, é considerada “mãe 
da álgebra moderna” contribuiu significativamente tanto no ramo da matemática e da física, 
onde desenvolveu o teorema que ganhou seu nome e que é utilizado até hoje. 
Outra matemática que ganhou destaque foi Florence Nightingale, de origem italiana 
Florence foi pioneira na enfermagem moderna e baseou seu trabalho no uso da estatística, 
desenvolveu o gráfico Coxcomb, no período da Guerra da Crimeia deu assistência aos 
soldados feridos e ao voltar pra Grã-Bretanha utilizou gráficos para mostrar dados estatísticos 
de modo inovador. 
Desse modo, através da pesquisa busca-se compreender as contribuições dessas duas 
matemáticas anteriormente citadas e entender o processo pelo qual a matemática e seu ensino 
para as mulheres têm passado ao longo desses séculos. 
O trabalho será dividido em três tópicos, sendo o primeiro sobre a participação das 
mulheres no ensino da matemática dos séculos XIX e XX, o segundo sobre a vida e 
contribuições de Emmy Noether e o terceiro sobre a vida e contribuições de Florence 
Nightingale. 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
• Participação das mulheres no ensino da matemática dos séculos XIX e XX 
Ao longo da história as mulheres tiveram papel importantíssimo no desenvolvimento 
da matemática, porém sempre marcado pela discriminação e exclusão nos espaços politico e 
também educacional “no Brasil a abertura dos espaços escolares para as mulheres remonta ao 
século XIX, entretanto somente em sua segunda metade o público feminino teve acesso às 
universidades. Até então a elas eram destinados o zelo à família e os afazeres domésticos.” 
(ASSIS, 2020, p.55) e de acordo com Silva, 2020, p.1 “Com efeito, os nomes das mulheres 
quase nunca são mencionados e há ainda uma desvalorização e preconceito em relação à 
escolha das mulheres nessa área.” 
Dentre as personagens femininas que tiveram protagonismo e contribuição na 
matemática temos que mencionar a atuação de Sophie Germain que de acordo com Silva, 
2020, p. 7 “Sophie Germain nasceu em Paris, França, no século XVIII. Apesar de seu 
conhecimento das Ciências Exatas, Germain tentou entrar na Escola Politécnica de Paris, mas 
não conseguiu porque eles não admitiam mulheres.” Dentre acontecimentos da vida de 
Shophie, citamos: 
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Em 1816, Sophie, foi ganhadora de um concurso promovido pela Academia de 
Ciências da França, resolvendo um problema, proposto na época, sobre vibrações de 
membranas. O trabalho premiado de Sophie recebeu elogios de Cauchy e de Navier. 
Suas ideias sobre elasticidade foram essenciais para o desenvolvimento da teoria 
geral da elasticidade, posteriormente criada por esses matemáticos e também por 
Fourier.(MORAIS FILHO, 2020 apud SILVA, 2020, p. 8) 
 
E no que se refere às contribuições de Shophie a mesma autora menciona que “Suas 
maiores contribuições para a Matemática estão relacionadas ao último Teorema de Fermat, 
aos números primos e à prova do teorema em equações diferenciais parciais que carrega seu 
nome: teorema de Cauchy-Kovalevskaia.” (SILVA, 2020, p. 8) 
Outra personagem que merece destaque por sua contribuição para o ensino da 
matemática e a da russa Sofia Kovalevskaya que conforme menciona o autor “Kovalevskaya 
nasceu em 1850 na Rússia. Foi à primeira mulher nomeada para a Academia de Ciências da 
Rússia e umas das primeiras a exercer cargo acadêmico.” (GOMES, 2020 apud SILVA, 2020, 
p. 11). Durante sua vida acadêmica Kovalevskaya 
 
Publicou dez trabalhos em matemática e física matemática e também várias obras 
literárias. Muitos desses artigos científicos eram teorias inovadoras ou o ímpeto para 
descobertas futuras. O presidente da Academia de Ciências, que concedeu a Sofia o 
Prêmio Bordin, disse uma vez: Nossos colegas descobriram que seu trabalho 
testemunha não apenas um conhecimento profundo e amplo, mas uma mente de 
grande inventividade. (SILVA, 2020, p. 13) 
 
 
• Emmy Noeher- Vida e contribuições 
Amalie Emmy Noether, nascida na Alemanha em 1882, filha de Ida Noether e Max 
Noether (doutor em Matemática). Emmy concluiu os estudos aos 15 anos, foi aprovada no 
exame para professora de inglês e francês em uma escola para meninas, porém começou a 
buscar uma formação em matemática, no entanto nesse período as universidades não 
aceitavam matriculas femininas. Somente em 1904 ela conseguiu iniciar seus estudos em 
matemática, na universidade de Erlangen, onde seu pai lecionava, sendo a única mulher a 
estudar matemática numa turma de 47 pessoas. Em 1907 foi aprovada e conquistou o titulo de 
doutora em matemática. 
Trabalhou no instituto de matemática da universidade como pesquisadora durante oito 
anos sem remuneração, já que no período não era um cargo permitido a mulheres, em 1915 
retornou a universidade de Gottingen a convite dos antigos professores, contudo foi impedida 
de dar aulas novamente por ser mulher, somente quatro anos depois Emmy conseguiu a 
habilitação para dar aulas, sem remuneração, que só passou a receber em 1922 onde 
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ministrava a disciplina de álgebra. 
Em 1932 juntamente com Emil Arlin Emmy foi premiado com o memorial Alfred 
Ackermann-Teubner pela contribuição no avanço da ciência matemática, além disso, ela foi à 
única mulher convidada a palestrar no congresso internacional de matemática. Em 1933, após 
a entrada do governo nazista Emmy foi destituída do seu cargo de professora, para escapar da 
perseguição nazista ela aceitou o convite da faculdade Bryn Mawr, no estado da Pensilvânia 
nos Estados Unidos, passando a lecionar álgebra para graduados e pós-graduados como 
professora convidada. Seu contrato foi renovado para um período de dois anos e em 1934 
Noether também começou a dar palestras no Instituto para Estudos Avançados em Princeton. 
Em 1935 esforços foram feitos para se encontrar uma função permanente para Emmy, porém 
em 1935 Emmy falece de maneira inesperada durante uma cirurgia para a retirada de um 
tumor. 
• Vida e contribuições deFlorence Nightingale 
 
Fonte: CALIL,T. o Diagrama da Rosa e o impacto visual. Disponível em: <https://medium.com/geo-
tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-6f0e1fe5844d> . Acesso em 12 de outubro de 
2022. 
https://medium.com/geo-tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-6f0e1fe5844d
https://medium.com/geo-tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-6f0e1fe5844d
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Um prodígio da matemática Florence Nightingale, foi a princípio nomeada chefe das 
enfermeiras a serviço do Exército britânico no período entre 1854 até 1860, durante a Guerra 
da Crimeia, criou o Diagrama da Rosa, foi sem dúvida uma pioneira dos métodos gráficos 
para representação estatística, ela dizia ser capaz de explica em gráfico aquilo que palavras e 
números não poderiam dizer. 
 Prestou sua contribuição na estatística com uso de métodos como o gráfico setorial, 
mais conhecido como gráfico de pizza. Seu trabalho foi uma revolução conceitual matemática 
ao organizar diversas variáveis em forma de um diagrama fácil de entender. 
 Através desta ferramenta ela conseguiu demonstrar os dados que as infecções 
hospitalares matavam mais que os ferimentos imediatos na guerra, devido aos seus relatos 
conseguiu convencer as autoridades a tomar as mediadas sanitárias necessárias para salvar 
muitas vidas. 
Em 1860 publicou o livro “Notas sobre Enfermagem”, onde definiu os princípios da 
Enfermagem, devido aos seus estudos em 1858 foi à primeira mulher a ser aceita na 
Sociedade Real de Estatística. 
 Nightingale tornou se conselheira de saúde militar nos Estados Unidos Durante a 
Guerra Civil Americana e também no conselho de saúde do governo britânico no Canadá. 
 Tratar os soldados com respeito foi uma inovação que a fez dela uma lenda viva na 
guerra. 
 O diagrama da rosa mudou a história, conseguiu passar uma mensagem vital. O 
governo inglês influenciado por estes dados e resolveu cuidar das condições sanitárias dos 
hospitais, reduziu a mortalidade entre soldados de 42% para algo próximo a 2%. Esta 
interpretação estatística fez com que todos os hospitais adotassem práticas de higienização. 
Nascida 12 de maio de 1820, Itália. Faleceu: 13 de agosto de 1910, Londres, Reino 
Unido. 
 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
O presente trabalho é um estudo descritivo, cujo tema é a participação das mulheres no 
ensino da matemática nos séculos XIX e XX. O mesmo buscou mostrar, por meio dos 
trabalhos de outros autores que abordaram a temática, como o acesso a educação matemática 
era dificultada para as mulheres. Fez uma ligação com as dificuldades impostas com duas 
mulheres que se destacaram no ramo das ciências exatas. São elas Amalie Emmy Noether e 
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Florence Nightingale. 
Inicialmente pesquisamos e abordamos como era a educação matemática para as 
mulheres nos séculos XIX e XX, após descrevemos como foi à vida de Emmy Noether uma 
mulher a frente de seu tempo que se dedicou a matemática e deixou grandes contribuições 
para a mesma, apresentamos também algumas dessas contribuições. 
Também falamos em Florence Nightingale outra mulher a frente do seu tempo, que se 
dedicou a Enfermagem e por meio de seus conhecimentos em matemática e estatística 
contribuiu significativamente para salvar vidas. 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Percebe-se que a matemática, bem como seu ensino tem se transformado ao longo dos 
anos, e que mesmo sendo uma área “quase” exclusiva para os homens, algumas mulheres se 
destacaram e contribuíram de forma significativa para a matemática que estudamos e 
ensinamos atualmente. Destacamos nesse paper apenas duas dessas mulheres Emmy Noether 
e Florence, no entanto reconhecemos que são muitas as mulheres que tiveram suas 
contribuições negligenciadas ao longo da história da matemática. Observamos também que 
poucas mulheres são citadas no ensino da matemática atualmente e que poderíamos sim citar 
mais matemáticas, expor suas contribuições e suas vidas ao longo do tempo. 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Estas duas mulheres representam uma quebra de paradigmas no papel da mulher e sua 
importância vital na evolução da sociedade moderna com a matemática salvando vidas e 
implementando conhecimentos. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
CALIL,T. o Diagrama da Rosa e o impacto visual. Disponível em: 
<https://medium.com/geo-tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-
6f0e1fe5844d> . Acesso em 12 de outubro de 2022. 
 
DE ASSIS, Elias Santiago. As relações de gênero na licenciatura em matemática. Revista 
Binacional Brasil-Argentina: Diálogo entre as ciências, v. 9, n. 1, p. 54-80, 2020. 
https://medium.com/geo-tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-6f0e1fe5844d
https://medium.com/geo-tech/florence-nightingale-o-diagrama-da-rosa-e-o-impacto-visual-6f0e1fe5844d
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KILHIAN, K. Florence Nightingale e os Gráficos Estatísticos. Disponível em: 
<https://www.obaricentrodamente.com/2014/06/florence-nightingale-e-os-graficos-
estatisticos.html.> Acesso em 12 de outubro de 2022. 
 
LIMA, L. S. et al. O livro da Matemática. Rio de Janeiro. Globo livros, 2020. 
 
SILVA, Kátia Rejane da. Historia da Matemática como metodologia de Ensino: um pouco 
sobre a Historia das Mulheres na Matemática. 2021. Dissertação de Mestrado. 
 
SOUZA, K. C. S. As mulheres na matemática. Brasília: Universidade Católica de Brasília, 
2006. 
 
VIANA, I. A Vida de Emmy Noether. 2016. Disponível em: 
<http://mulheresnamatematica.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/237/2017/10/emmy_noether.pdf>>. Acesso em: 10 de agosto de 2022. 
 
 
https://www.obaricentrodamente.com/2014/06/florence-nightingale-e-os-graficos-estatisticos.html
https://www.obaricentrodamente.com/2014/06/florence-nightingale-e-os-graficos-estatisticos.html