Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Ambiental Professor Mateus Silveira 1ª FASE OAB | Intensivo de Emergência | XXXV EXAME Direito Ambiental Prof. Mateus Silveira 01. Introdução ao Direito Ambiental 02. Direito Ambiental na Constituição Federal 03. Competências Ambientais Constitucionais 04. Competências Ambientais Administrativas 05. Política Nacional do Meio Ambiente: PNMA – SISNAMA e seus Instrumentos (Licenciamento e EIA/RIMA) 06. Responsabilidade pelo dano ambiental 07. Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC) 08. Legislação Florestal – lei 12.651/12 Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. Bons estudos, Equipe Ceisc. Atualizado em abril de 2022 01. Introdução ao Direito Ambiental Prof. Mateus Silveira @professormateussilveira * Para todos verem: esquema O meio ambiente é um direito difuso, direito humano fundamental de terceira geração e é classificado como bem de uso comum do povo. Assim, de modo genérico, o meio ambiente poderá ser classificado como um patrimônio público, contudo é necessário atenção, pois a titularidade dos bens ambientais é difusa segundo a majoritária doutrina. O bem ambiental, assim como todos os bens difusos, é insuscetível de apropriação. Deste modo, nem a União nem os demais entes federativos são proprietários deste bem, mas a eles é dada a titularidade do gerenciamento de determinados recursos ambientais. Conceitos Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) – Lei 6.938/81 traz os seguintes conceitos: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. Classificação do Meio Ambiente Meio ambiente natural ou físico: Aquele que não tem a intervenção humana. Exemplos: fauna e flora. Art. 225 da Constituição Federal. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Meio ambiente artificial: Aquele que tem a intervenção humana. Exemplo: cidades. Art. 182, da Constituição Federal. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. ▪ A função social da sociedade urbana será definida pelo plano diretor da cidade. ▪ Desapropriação por descumprimento da função social da propriedade urbana, nos moldes do art. 182, §4º da CF. Meio ambiente cultural: Elementos de importância histórica e cultural para nossa sociedade. Exemplos: sítios arqueológicos, sítios históricos, prédios tombados Meio ambiente do trabalho: Higiene, saúde e a segurança do ambiente de trabalho. Art. 7º, da Constituição Federal. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; Princípios de Direito Ambiental Princípio do desenvolvimento sustentável: trata-se do desenvolvimento que faz face às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfação de suas próprias necessidades. * Para todos verem: esquema Princípio do poluidor-pagador: o poluidor deve suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais. Deste modo, arca com os curtos da prevenção e internaliza os custos da poluição. Prevenção do dano e repressão do dano. Princípio do usuário-pagador: o usuário de recursos naturais deve pagar por sua utilização. Assim, os recursos naturais devem estar sujeitos à aplicação de instrumentos econômicos para que o seu uso e aproveitamento se processem em benefício da coletividade. Remuneração pelo uso do recurso natural. Princípio da obrigatoriedade de atuação (intervenção) estatal: cabe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Decorre da natureza indisponível do direito ao meio ambiente saudável. Princípio da informação: todos devem ter acesso às informações relacionadas ao meio ambiente, direito difuso e de interesse de toda coletividade. Princípio democrático: é dever também da coletividade defender e preservar o meio ambiente para as futurasgerações. A iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a ação popular ambiental e a ação civil pública são exemplos de instrumentos relevantes de participação popular na proteção do meio ambiente. Princípio da prevenção: o objetivo final do princípio da prevenção é evitar que o dano possa chegar a produzir-se, para tanto, necessário se faz adotar medidas preventivas. Certeza científica do impacto ambiental. Conhece e previne. Princípio da precaução: é a garantia contra riscos potenciais que de acordo com o estado atual do conhecimento, ainda não podem ser identificados. Deste modo, a ausência de certeza absoluta não deve servir de pretexto para se postergar a adoção de medidas efetivas de modo a evitar a degradação ambiental. A incerteza científica milita em favor do ambiente, carregando- se ao interessado o ônus de provas que as intervenções pretendidas não são perigosas e/ou poluentes. Não há certeza científica. Cautela. Princípio do limite: é incumbência do poder público “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para vida, qualidade de vida e o meio ambiente. Princípio da função socioambiental da propriedade: dever de manter, preservar, recuperar e recompor a vegetação em APP e reserva legal. O dano a uma APP ou reserva legal é de responsabilidade do proprietário do imóvel, sendo ele ou não o causador da atividade danosa. Obrigação propter rem. Princípio da equidade ou solidariedade intergeracional: obrigação de preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Princípio da vedação do retrocesso ecológico: as garantias de proteção ambiental não podem retroagir. É inadmissível o recuo da salvaguarda ambiental para níveis de proteção inferiores aos consagrados, a não ser que as circunstâncias de fato sejam significativamente alteradas. Princípio da cooperação entre os povos: deve haver ampla cooperação entre as nações no sentido de tutelar o bem maior que é o meio ambiente. 02. Direito Ambiental na Constituição Federal Prof. Mateus Silveira @professormateussilveira Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. * Para todos verem: esquema Coletividade: brasileiros, estrangeiros, pessoas jurídicas do Brasil e de fora. Atribuições do poder público § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Meio ambiente para os presentes e para as futuras gerações • Espaços territoriais e seus componentes especialmente protegidos * Para todos verem: esquema • Reserva legal para alteração e supressão de espaços territoriais especialmente protegidos * Para todos verem: esquema • Maus tratos aos animais O Supremo Tribunal Federal já declarou a inconstitucionalidade da “rinha de galo”, “farra do boi” e “vaquejada”, no entanto, posteriormente, foi editada uma Emenda Constitucional n. 96/17 e, ainda, a Lei 13.364/16 que reconhece a prática como integrante do patrimônio cultural brasileiro e autoriza a prática de vaquejada, do rodeio e do laço, que não representam mais maus tratos aos animais. Art. 225, § 7º. Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. Art. 225. § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. • O art. 225, §3º prevê a tríplice responsabilização em caso de dano ao meio ambiente. * Para todos verem: esquema • Pessoa jurídica responde pode crime ambiental. • A disposição constitucional constante no art. 225, §4º não proibiu os proprietários dos imóveis particulares de utilizarem os recursos naturais, somente agregou uma maior limitação na utilização da propriedade nas áreas determinadas pela Carta magna. R • 5 biomas * Para todos verem: esquema FA: Floresta Amazônica MA: Mata Atlântica PA: Pantanal ZONA: Zona Costeira SERRA: Serra do Mar A FAMA DO PAI É CONHECIDA NA ZONA E NA SERRA 03. Competências Ambientais Constitucionais * Para todos verem: esquema Competência legislativa • Privativa Delegável Art. 22, incs. IV, X, XII, XIV, XVIII e XXVII da CF (águas, energia, minas, etc) Delegação aos estados por meio de Lei Complementar Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIV - populações indígenas; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; • Exclusiva Indelegável Art. 25, §1º da CF. Competência residual ou remanescente. Art. 30, inc I da CF. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local; • Concorrente (Complementar e suplementar) União, estados, Distrito Federal. Art. 24 da CF. A União faz as regras gerais e os estados e o DF fazem as regras específicas. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Competência administrativa • Exclusiva Art. 21 da CF. Só a União. Art. 21. Compete à União: XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. • Comum Art. 23 da CF. União, estados, Distrito Federal e municípios. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 04. Competências Ambientais Administrativas No tocante as competências, é importante destacarmos o princípio da predominância dos interesses: * Para todos verem: esquema A Lei Complementar n. 140/11 fixa as normas de cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, para que estes entes federados possam realizar as ações administrativas decorrentes da competência constitucional material comum sobre o meio ambiente. A nova lei foi publicada para regulamentar o art. 23, III, VI e VII do “caput” e do parágrafo único da CF/88. Art. 3º da LC 140/11. Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar: I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. • Instrumentos de cooperação institucional os quais os entes federativos poderão se valer Art. 4º da LC 140/11. Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. § 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. § 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. § 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos. § 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos. • Delegação da execução de ações administrativas pelos entes federados Art. 5º da LC 140/11. O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. • Os arts. 6º ao 10 da Lei Complementar trazem uma longa relação de competências da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, onde se repente uma série de critérios já fixados pela Resolução 237/97 do CONAMA. A lei dá nome de ações de cooperação para esta relação de competências que é muito importante para provas. Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no art. 3o e a garantir o desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando todas as políticas governamentais. Art. 7º São ações administrativas da União: I - formular,executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e internacional; IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política Nacional do Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União; XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; Regulamento XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União; XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas; XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos; XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos deles derivados; XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas; XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI; XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional; XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais; XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos perigosos; e XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos perigosos. Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. Regulamento Art. 8º São ações administrativas dos Estados: I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente; IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente; VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima; IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados; XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o; XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7o; e c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado; XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e daflora ameaçadas de extinção no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7o; XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7o. Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio ambiente; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente; IV - promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente; VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente; IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município; XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar: a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município. Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8o e 9o. • A Lei Complementar reserva aos arts. 12 a 16 para tratar exclusivamente do licenciamento ambiental. Destaca-se: Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos processos de licenciamento. § 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar. Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. § 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. § 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 05. Política Nacional do Meio Ambiente: PNMA – SISNAMA e seus Instrumentos (Licenciamento e EIA/RIMA) Política Nacional do Meio Ambiente é como se estrutura a forma de proteger o meio ambiente através dos órgãos públicos. • Lei 6.938/81. SISNAMA Para estruturar a PNMA, é necessário entender como funciona o SISNAMA. Art 6º, Lei 6.938/81: - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar,como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; (Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013) V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) § 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) • EIA/RIMA: Estudo de Impacto Ambiental e Resumo de Impacto Ambiental o Art. 225, IV, CF: é possível realizar o EIA prévio ao licenciamento e aos demais atos. • Licenciamento Ambiental: é um processo ou procedimento administrativo, formado por três fases. No tocante ao instrumento denominado EIA/RIMA, o EIA é o estudo de impacto ambiental, um profundo diagnóstico do empreendimento que está em vias de ser licenciado pelo órgão ambiental competente, neste estudo se confrontam as prováveis modificações das diversas características socioeconômicas, biológicas, físicas e químicas que ocorrerão no meio ambiente com a realização da atividade. Este instrumento avalia os impactos e defini as medidas compensatórias e mitigadoras necessárias para e realização do empreendimento. O RIMA, Relatório de Impacto Ambiental tem por finalidade tornar compreensível para o público o conteúdo técnico do EIA. Deste modo, em decorrência do princípio da informação, o relatório deve ser objetivo, sintético e acessível a todos, porém deve ser um retrato fiel do conteúdo do EIA exposto de uma forma menos técnica. O EIA/RIMA nem sempre poderá ser exigido nas obras e atividades de menor impacto ambiental, no entanto cabe aquele que possui o projeto da obra e/ou atividade demonstrar que a mesma não oferece risco ao meio ambiente, sendo desnecessária a realização do estudo e seu respectivo relatório. O EIA/RIMA é exigido nas atividades citadas no rol exemplificativo do art. 2 da Resolução 1/1986 do CONAMA, entre estas atividades está à construção de portos, ferrovias e estradas de rodagem com duas ou mais pistas de rolamento. 06. Responsabilidade pelo dano ambiental • Responsabilidade Penal – lei 9.605/98 • Responsabilidade Administrativa – lei 9.605/98 e decreto 6.514/08 • Responsabilidade Civil – retorno ao “status quo ante” Responsabilidade Penal O sujeito ativo das infrações penais ambientais, pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica. Contudo, temos casos específicos de crimes próprios (que só podem ser cometidos por determinadas pessoas) como por exemplo: Crimes do art. 66 e 67, da Lei nº 9.605/98 que se referem expressamente ao funcionário público. É possível concurso de pessoas nos crimes ambientais, se aplicando a Teoria Monista ou unitária sobre o concurso de pessoas (todos agentes respondem pelo mesmo crime, na medida da sua culpabilidade). No direito penal não pode ser aplicada Responsabilidade Objetiva, pois penalmente é imprescindível a comprovação do elemento subjetivo da conduta, ou seja, ou o dolo ou a culpa do agente. Para que uma Pessoa Jurídica responda por crime ambiental, dois pressupostos devem ser preenchidos cumulativamente: 1) A infração penal seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado; 2) A infração penal seja cometida no interesse ou benefício da sua entidade. Crimes ambientais: artigos 29 a 69, da Lei 9.605/98. IMPORTANTE! Art. 32: maus-tratos aos animais. §1º-A: cães e gatos. Pena mínima e máxima alteradas. Responsabilidade Administrativa Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade. § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei. Do Processo Administrativo Ambiental: Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos: I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação; II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação; III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação; IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação. Das Infrações Administrativas: Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total de atividades; X - (VETADO) XI - restritiva de direitos. Cumulação de infrações e sanções: § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas. Sanção Administrativa – Advertência: § 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. Sanção Administrativa – Multa Simples: § 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitaniados Portos, do Ministério da Marinha. Da Conversação da Multa Simples: § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. Da Multa Diária: § 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. Das Apreensões e Destruições como sanções administrativas: § 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV (apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração) e V (destruição ou inutilização do produto) do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei. Das Sanções Administrativas: VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total de atividades; § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. Da Sanção Restritiva de Direitos: § 8º As sanções restritivas de direito são: I - suspensão de registro, licença ou autorização; II - cancelamento de registro, licença ou autorização; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos. Para aonde vão os recursos arrecadados com as Multas aplicadas como sanções administrativas? Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. Da Base e do Valor das Multas: Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). Da Dupla incidência de multas: Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência. - Atenção ao Art. 17 da LC nº 140/11. Responsabilidade Civil A responsabilidade civil ambiental é objetiva, ou seja, não vai se perquirir culpa quando da análise desta responsabilidade. A teoria do risco integral determina a reparação do dano mesmo que involuntário (a exceção são os fatos exteriores ao homem) responsabilizando o poluidor por todos os acontecimentos vinculados ao evento danoso, esta teoria relativiza a importância do nexo de causalidade para a configuração do dano. A teoria do risco criado se diferencia da teoria anterior, pois busca aplicar a causa adequada à existência do evento danoso, esta teoria admite excludentes. Da responsabilização objetiva, fundamentada na teoria do risco integral, temos alguns elementos que decorrem desta teoria: A) A prescindibilidade da investigação da culpa; B) A irrelevância da licitude da atividade; C) A inaplicabilidade de algumas excludentes tradicionais e de cláusula de não indenizar; D) A responsabilidade solidária do Art. 942 do CC • Quem é o responsável pela reparação do dano? O poluidor é o sujeito responsável pela reparação do dano causado, poderá ser pessoa física, jurídica, privada ou pública. • Da Obrigação “propter rem”: Súmula 623 do STJ – (Dje 17-12-2018) As obrigações ambientais possuem natureza “propter rem”, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. • Da Prescrição das Ações de Responsabilidade Civil: Quando o objeto da ação é a proteção ao meio ambiente, enquanto bem fundamental (essencial a sadia qualidade de vida), temos que o pedido de reparação constante na ação indenizatória será imprescritível, portanto, não caberá prescrição para o pedido de reparação de danos. Contudo, se a pretensão reparatória, buscar reparar lesão individual causada de forma indireta pela poluição, ou pela degradação ambiental, o prazo prescricional será o trienal do Art. 206, § 3º, V do CC. Tema de repercussão geral 999 É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. 07. Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC) As unidades de conservação são criadas por lei ou qualquer outro instrumento normativo válido. A lei que cria o SNUC regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF/88, com destaque para o dever de definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, conforme dispõe o inciso III do artigo constitucional citado anteriormente. Conceitos importantes da lei: ▪ unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; ▪ conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral; ▪ preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais; ▪ proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais; ▪ conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características; ▪ manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas; ▪ uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais; ▪ uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais; ▪ uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; ▪ extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; ▪ recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original; ▪ restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original; ▪ zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidadepossam ser alcançados de forma harmônica e eficaz; ▪ plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade; ▪ zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e ▪ corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. O SNUC tem os seguintes objetivos: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. O SNUC será regido por diretrizes que: I - assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente; II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de unidades de conservação; III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação; IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações não-governamentais, de organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação; V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e administrarem unidades de conservação dentro do sistema nacional; VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica das unidades de conservação; VII - permitam o uso das unidades de conservação para a conservação in situ de populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas domesticados e recursos genéticos silvestres; VIII - assegurem que o processo de criação e a gestão das unidades de conservação sejam feitos de forma integrada com as políticas de administração das terras e águas circundantes, considerando as condições e necessidades sociais e econômicas locais; IX - considerem as condições e necessidades das populações locais no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos naturais; X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência dependa da utilização de recursos naturais existentes no interior das unidades de conservação meios de subsistência alternativos ou a justa indenização pelos recursos perdidos; XI - garantam uma alocação adequada dos recursos financeiros necessários para que, uma vez criadas, as unidades de conservação possam ser geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos; XII - busquem conferir às unidades de conservação, nos casos possíveis e respeitadas as conveniências da administração, autonomia administrativa e financeira; e XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas. O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições: Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema; Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema; e órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei nº 9.985/00 e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. União, Estados, DF e Municípios, podem instituir unidades de conservação da natureza. O SNUC é formado pelo conjunto das unidades de conservação de todos os entes federados. As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao SISNAMA e ao Ministério do Meio Ambiente, que nasceu com a função de implementar a política nacional das unidades de conservação federais. As unidades de conservação da natureza se dividem em unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável, esta divisão se dá conforme o grau de intensidade da proteção a ser realizada. As unidades de proteção integral são os locais onde é permitido apenas o uso indireto dos atributos naturais. O uso indireto é aquele que não envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. As categorias de unidades de proteção integral são as seguintes: estação ecológica, reserva biológica e parque nacional, todas elas públicas; já o monumento natural e o refúgio da vida silvestre podem ser constituídos por áreas pertencentes a particulares. (art. 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13 da Lei nº 9.985/00). A Estação Ecológica (art. 9º) : posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; é proibido visitação pública; pesquisa científica depende de autorização prévia. A Reserva Biológica (art. 10): posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; proibida a visitaçãopública; pesquisa científica depende de autorização prévia. O Parque Nacional (art. 11): posse e domínio público, área particular será desapropriada; visitação pública está sujeita às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. O Monumento Natural (art. 12): pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º); visitação pública está sujeita às condições e restrições do plano de manejo. O Refúgio da Vida Silvestre (art. 13): pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º); visitação pública está sujeira às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. As unidades de uso sustentável compatibilizam a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais. Nestas unidades é admitida a utilização e exploração de uma parcela dos recursos naturais em regime de manejo sustentável desde que o zoneamento da área compreendida seja observado, bem como as limitações legais e o plano de manejo estabelecido para unidade de conservação da natureza. As categorias que compreendem as unidades de uso sustentável são as seguintes: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural (arts. 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 da Lei nº 9.985/00). A Área de Proteção Ambiental (art. 15): constituída por terras públicas ou privadas; nas áreas públicas as condições para realização de pesquisa e visitação são da responsabilidade do órgão gestor da UC, nas privadas cabe ao proprietário estabelecer as condições de pesquisa e visitação; disporá de um conselho (§5º). A Área de Relevante Interesse Ecológico (art. 16): constituída por terras públicas ou particulares. A Floresta Nacional (art. 17): posse e domínio público áreas particulares serão desapropriadas; visitação pública é permitida (atenção aos §s 2º e 3º); pesquisa é permitida e incentiva; dispõe de um conselho consultivo. A Reserva Extrativista ( art. 18): domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais (art. 23); gerida por conselho deliberativo; visitação pública é permitida; pesquisa científica é permitida e incentivada; plano de manejo aprovado pelo CD; exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis. A Reserva de Fauna (art. 19): posse e domínio público; visitação pública pode ser permitida. A Reserva de desenvolvimento Sustentável (art. 20): domínio público; uso de áreas ocupadas pelas populações tradicionais (art. 23); gerida por um conselho deliberativo; plano de manejo c/ zonas. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (art. 21): área privada; gravada com perpetuidade; atenção ao § 1º; pesquisa científica; visitação. Todas as unidades de conservação devem possuir zona de amortecimento, exceto as Áreas de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A implantação de uma usina nuclear em qualquer unidade de conservação, seja federal, estadual ou municipal, depende de prévia autorização realizada apenas pela edição de lei federal definindo a localização, além de ser necessária a autorização e a validação do licenciamento pelo órgão gestor da unidade de conservação onde se localizará a usina. Atenção aos corredores ecológicos (art. 2º, XIX). As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao SISNAMA e ao Ministério do Meio Ambiente, que nasceu com a função de implementar a política nacional das unidades de conservação federais. 08. Legislação Florestal – lei 12.651/12 • Código Florestal – lei nº 12.651/12. • A legislação florestal existe para cuidar dos recursos naturais do país. Área de Preservação Permanente • art. 4º da lei 12.651/12. • Pode estar tanto em área urbana, quanto rural. • A lista do que se considera APP está nos artigos 4, 5 e 6 da lei. • A Área de Preservação Permanente deve ser mantida pelo proprietário da área. • Caso ocorra uma supressão de vegetação, o proprietário, possuidor ou ocupante é obrigado a promover a recomposição da vegetação. • Reserva Legal • art. 12 da lei 12.651/12 • Pode estar apenas em área rural. • Todo imóvel rural deve manter a área de reserva legal. • Os percentuais estão presentes na lei: o 80% no imóvel em área de florestas. o 35% no imóvel em área de cerrado o 20% no imóvel em área de campos gerais o 20% no imóvel localizado nas demais regiões do país. • Admite-se a exploração econômica, mediante manejo sustentável. Conceitos importantes da lei: I – Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa; IV – área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; V – pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; VI – uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana; VII – manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços; • Cadastro Ambiental Rural – CAR: é obrigatório para todos os imóveis rurais, é um registro público eletrônico, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais.
Compartilhar