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Colelitíase: Origem, Formação e Apresentações

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1 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
Colelitíase
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS 
• Ocorre a perda da solubilidade, 
hiperssaturação (muito soluto) que permite 
sua precipitação e organização em núcleos e 
cristais, formando os cálculos. 
• Os cálculos podem ser de colesterol (quando 
amarelos, mais comuns), bilirrubinato de 
cálcio (cálculos marrons) e carbonato de 
cálcio (cálculos pretos). 
• Fatores de risco: 6Fs – female, fertile, forty, 
fat, fair, family history = sexo feminino, 
multíparas, ~40 anos, obesidade, 
caucasiana e história familiar. Esses fatores 
são dicas na anamnese. Olhar para os 
pacientes e anamnese. Se identificar os 
fatores de risco, tem maior chance. 
• Prevalência: é subdiagnosticada devido a 
frequência muito elevada, uma vez que a 
frequência aumenta cada vez mais devido 
ao maior número de exames. Cerca de 10-
15% da população tem calculo biliar, 
podendo chegar a 20% em grupos 
específicos. A grande maioria dos pacientes 
são assintomáticos. 
• 80% assintomáticos, 10-20% sintomáticos, 
3% com complicações e 1% tem 
complicações direto, não vai ter sintoma 
prévio, ou seja, há uma esmagadora maioria 
assintomática que tem tendencia a se tornar 
sintomática e a partir daí ter complicações, 
e uma minoria que pula direto para forma 
complicada. 
APRESENTAÇÕES DA COLELITÍASE 
• Litíase = calculo, cole = bile. Em qual parte? 
Vamos ter subnumeclaturas nessa doença. 
 
Trígono de Callot – ducto cístico, ducto 
hepático e borda hepática. Esse trígono contem 
estruturas dissecáveis durante a cirurgia, por 
isso o trígono hepatocistico é chamado de 
trígono de colecistectomia. No trígono de Calot 
está a artéria cística, que é essencial realizar a 
ligadura durante a cirurgia. 
A artéria cística pode vir direto do tronco 
celíaco, ramo da hepática comum, hepática 
própria e hepática direita (é a origem habitual). 
ANATOMIA E TERMINOLOGIA 
 
Existe uma série de cálculos dentro da vesícula, 
isso é chamado de colecistolitíase. Se o cálculo 
vai em direção ao infundíbulo e retorna, vai 
receber o nome de colecistolitíase 
sintomática, o paciente passa a ter queixas 
devido a obstrução transitória do ducto cístico e 
infundíbulo da vesícula biliar. 
 
O cálculo que vai para o ducto cístico e fica vai 
levar a colecistite aguda, sendo que esse tempo 
é em torno de 6h. 
 
Quando o cálculo chega no ducto colédoco, é 
gerada a coledocolitiase, importante devido ao 
risco de pancreatite. Mais importante ainda, a 
obstrução vai levar a estase da bile e gerar 
colangite (infecção ascendente da arvore 
biliar). 
2 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
 
O cálculo muito grande pode levar a síndrome 
de Mirizzi, que é a obstrução do colédoco por 
um cálculo que ainda está na vesícula, podendo 
levar a compressão até a completa destruição 
do ducto colédoco. 
 
O cálculo muito grande pode ir direto para 
qualquer parte do trato digestivo, gerando 
fistulas bilidigestivas como consequência de 
um cálculo que ulcerou um trajeto novo. 
Colecistolitíase é a forma básica do cálculo na 
vesícula biliar. A complicação vai ser qualquer 
forma subsequente: colecistite aguda 
(inflamação da vesícula biliar), coledocolítiase 
(cálculo no colédoco), colangite (inflamação da 
arvore biliar comum), pancreatite biliar, Sd de 
Mirizzi e fístulas biliodigestivas (cálculos 
grandes que seguem para as vias biliares 
comuns ou trato digestivo). A colecistite aguda 
é mais importante porque é a mais comum. 
LABORATÓRIO 
• Não consegue ver a vesícula biliar, então não 
é útil para colecistolitíase assintomática. 
• Serve para sugerir a obstrução da via 
biliar através do aumento de pressão da 
via biliar comum, elevando fosfatase 
alcalina (FA), gama-GT (GGT) e 
transaminases hepáticas (TGO e TGP). 
• Pode demonstrar colestase devido ao 
aumento da bilirrubina direta. 
• Pode ser usado quando pensa em 
coledocolítiase, colangite e Sd. de Mirizzi. 
• Parâmetros inflamatórios: elevação do 
leucograma, PCR – doenças infecciosas e 
inflamatórias, especialmente na colecistite 
aguda, colangite e dependendo a Sd de 
Mirizzi (que tende a ser crônica). 
EXAME DE IMAGEM 
• USG é o principal exame. É possível ver os 
cálculos, imagens que são arredondadas, 
hiperecogênicas (brancas), com sombra 
acústica posterior que descreve o tamanho 
da lesão. Usado para verificar a presença de 
colelitíase, muito útil para colecistolitíase. É 
um exame muito bom, barato e disponível. O 
lado ruim é que é operador dependente e 
tem limitação do método (não vê a via biliar 
comum de forma adequada, pois o duodeno 
vai passar na frente e tampa o colédoco 
distal, por isso só usa na vesícula biliar, 
pouco na via biliar comum). 
 
O espessamento da vesícula quer dizer que ela está 
edemaciada, ingurgitada e delaminada, é possível 
ver liquido ao redor da vesícula devido ao processo 
inflamatório, presentes na colecistite aguda. 
 
É possível visualizar a via biliar comum intra e 
extra-hepatica (não vê a parte distal e raramente vê 
coledocolitíase diretamente) e se ela passar de 6mm 
quer dizer que está dilatada. É indicado para sugerir 
a coledocolitíase. 
• TC – é ruim! Os cálculos não são radiopacos. 
Até consegue ver espessamento da VB e 
pode ver dilatação na via biliar. Para ver o 
cálculo ele precisa ter cálcio, mas a maioria 
é de colesterol. Indicado para cálculos 
radiopacos (visualização incidental), pode 
usar na colescistite aguda e dx diferencial de 
outras doenças inflamatórias. Pode fazer 
diferencial com doença maligna pois os 
tumores aparecem na tomografia. 
• RNM “colangiorressonância” – exame 
muito bom, vê cálculos, via biliar comum e 
colédoco distal. O lado ruim é que é um 
exame caro, pouco disponível, complexo e 
demorado e tem falha técnica de não ver 
3 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
cálculos <3mm. Usado em: pacientes com 
doença de via biliar comum, sobretudo na 
coledocolitiase. 
 
O halo branco é a bile dentro da vesícula biliar e 
existem vários pontos pretos, que são os cálculos. 
• Colangiografia intraoperatória – ótimo 
exame, melhor colangiografia porque insere 
o contraste dentro dela, vê cálculos, vê via 
biliar comum, vê colédoco distal e vê 
complicações intraoperatórias. Usado 
quando tem diagnóstico de doença da VB e 
suspeita doença da via biliar comum. 
Contras: exame invasivo (intraoperatório), 
operador dependente, exige treinamento, 
tem que ter conduta subsequente. Usado na 
via biliar comum suspeita. Usado no 
contexto de coledocolitíase, complicações 
intraoperatórias. 
 
Nesse caso tem a interrupção, indicando a presença 
de coledocolitíase nesse paciente. 
• CPRE – colangiopancreatografia 
retrógrada endoscópica. É uma 
colangiografia, vê a via biliar comum e tem 
potencial terapêutico, porem tem risco de 
complicações como a pancreatite aguda pós 
CPRE, sangramento e perfuração duodenal. 
O endoscópio cateteriza a papila duodenal 
maior, joga um dispositivo com balão 
oclusor e joga o contraste. Pode fazer a 
papilotomia (abre a papila) e puxar os 
cálculos com o balão, que pode irritar o 
pâncreas, causar sangramento ou perfurar. 
Usado no contexto de coledocolitíase já 
diagnosticada e colangite. Esse exame é 
visto como um procedimento de caráter 
terapêutico, tem potencial para investigar, 
mas tem 10% de chance de complicar, então 
não compensa usar com a finalidade de 
diagnóstico, apenas de tratamento. 
 
• Ecoendoscopia – ultrassom por via 
endoscópica. É um bom exame pois é mais 
sensível. Contras: invasivo, caro, pouco 
disponível, complexo e exige treinamento 
do profissional. Indicado quando precisa do 
método mais sensível ou precisa da terapia 
junto. 
Sequência ECOEDA – CPRE 
• Torna mais tolerável os riscos da CPRE 
• Padrão ouro do futuro 
• Método de escolha futuramente 
MÉTODOS TERAPÊUTICOS 
• Videolaparoscópica, minimamente 
invasiva= colecistectomia laparoscópica 
o Variações: pode explorar a via biliar 
comum, pode realizar 
colecistectomia parcial ou fazer por 
via aberta. 
o Visão crítica de Segurança de 
Strasberg – realizar a clipagem do 
ducto cístico e artéria cística. 
• CPRE – pode fazer papilotomia, 
esfincterotomia, extração de cálculos e 
colocação de stent (prótese biliar) para 
tratar as doenças da via biliar comum. 
• Colecistostomia – drenagem percutânea da 
vesícula biliar. Usada na pior colecistite. 
 
 
 
4 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
Exploração de vias biliares 
• A exploração cirúrgica ocorre apenas em um 
cenário de exceção. 
• A via biliar comum pode ser explorada por 
via aberta e laparoscópica. 
• A coledocoplastia é o fechamento da via 
biliar, se não conseguir fechar pode ser 
realizada uma derivação biliodigestiva. 
• Indicada para coledocolitiase e lesões 
coledocianas. 
Derivação biliodigestiva 
• Cirurgia grande, que promove o 
esvaziamento do colédoco para a alça 
jejunal em Y de Roux. Pode fazer com o 
duodeno para minimizar a cirurgia. 
• Usado em coledocolitiase e o colédoco está 
muito grande. 
COLECISTOLITÍASE SINTOMÁTICA 
• Calculo está na vesícula biliar e tem 
sintomas. 
• Sintomas típicos: dor no hipocôndrio 
direito, pós-prandial, depois de refeições 
gordurosas (a vesícula armazena a bile, que 
digere a gordura). O cálculo que faz a 
oclusão transitória do ducto cístico (<6h) 
vai levar a dor biliar, que pode ser descrito 
como cólica biliar também. Isso por via de 
regra não é uma urgência, é apenas um 
quadro sintomático apesar que a 
intensidade da dor pode fazer com que o 
paciente procure o PS. 
• Sintomas atípicos: mais comum em 
quadros dispépticos (a vesícula tem 
inervação comum ao intestino anterior 
embrionário no epigástrio, por isso pode 
resultar em epigastralgia em queimação, 
saciedade precoce, plenitude pós-prandial, 
não consegue apontar diretamente para a 
VB). 
MANEJO PROPEDÊUTICO 
• USG abdominal – método de eleição para 
investigar a presença de cálculos. Se vi os 
cálculos (estruturas hiperecoicas e 
hiperecogênicas que promovem a sombra 
acústica posterior), vou medir o tamanho 
deles e verificar o calibre da VVBB (via biliar 
comum) para saber se tem cálculo no 
colédoco também. Verifica-se a presença de 
liquido livre também. 
• Laboratório: verifica o risco de 
coledocolitiase e usa como exame pré-
operatório. 
TRATAMENTO 
• Padrão: colecistectomia laparoscópica, 
eletiva (não urgente), potencialmente 
contaminada (viola um trato colonizado de 
forma controlada). É ELETIVA! Há uso 
controverso de ATB profilático. Geralmente 
pede pra fazer cefazolina, indução 
anestésica e ponto final. Mas como agora é 
uma cirurgia por vídeo, não tem mais a 
incisão grande, por isso permite fazer até 
sem atb profilático para evitar seleção de 
microbiota e colite pseudomembranosa, 
mas é bom seguir o padrão da instituição. 
COLECISTOLITÍASE ASSINTOMÁTICA 
• Definição de assintomático: 
completamente assintomático ou tem 
alguns sintomas típicos (dor biliar, HCD, pós 
prandial, gordurosos)? 
• Observar o paciente e manter vigilância 
clínica e acompanhamento. 
• Utilizar USG seriado para verificar se algo 
mudou no aspecto da imagem. 
• Se no seguimento o paciente passa a ser 
sintomático = manejo de sintomático. 
• A cirurgia no assintomático é controversa 
em cálculos pequenos. 
• Se o paciente tem muitos cálculos (pacientes 
que mobilizam muita bilirrubina como 
soluto, por exemplo, em pacientes com 
anemia hemolítica tipo esferocitose ou 
falciforme) = indicação de cirurgia pelo 
risco de complicações. 
• Se o paciente tem risco de câncer, também 
está indicado. O paciente tem 
colecistolitíase e o ultrassom diz que é uma 
vesícula em porcelana (espessa e 
esbranquiçada) que tem maior tendencia de 
ter câncer associado. Se tiver cálculos + 
pólipos na VB = risco de câncer. Se tiver 
cálculos grandes > 3cm = risco de câncer. 
Em todos esses casos = colescistectomia 
profilática. 
• Conduta: colecistectomia 
videolaparoscópica eletiva. 
• A conduta não muda se tiver colecistolitíase 
em pacientes obesos e de cirurgia bariátrica. 
5 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
Por que anemias hemolíticas formam 
cálculos? A hemólise leva ao metabolismo da 
hemoglobina, levando a formação de 
bilirrubina, que permite a formação de cálculos 
de bilirrubinato de cálcio, que tendem a ser 
cálculos mais escuros, com tendencias 
radiopacas. 
COLECISTITE AGUDA 
• Principal complicação da VB, esse paciente 
tem um abdome agudo. 
• Paciente que obstrui o ducto cístico de 
forma duradora >6h e inflama a vesícula 
biliar. 
• Essa complicação é de caráter 
inflamatório/infeccioso associada a 
microbiota do duodeno proximal (E. coli e 
anaeróbios como Enterobacter). A 
impactação é o ponto inicial da obstrução, se 
durar >6h permite que a doença se torne 
inflamatória e a estase biliar permite a 
Ascenção da microbiota intestinal. 
• Quadro clinico: dor biliar, pós-prandial, 
>6h e se associa a sintomas constitucionais 
(náuseas, febre, queda do estado geral, 
hiporexia). No exame físico tem o sinal de 
Murphy (pausa álgica da inspiração 
profunda durante a palpação da VB). No 
laboratório vai ter leucocitose. 
Sinal de Murphy – faz palpação profunda no 
hipocôndrio direito e o paciente já vai se queixar 
de dor, pede para inspirar e interrompe com 
face de dor, porque a inspiração profunda vai 
projetar o diafragma contra o fígado e empurrar 
o fígado e a VB contra a parede que você está 
pressionando durante a palpação profunda. 
Essa pausa é um sinal característico da 
colecistite aguda. 
PROPEDÊUTICA 
• USG – primeira escolha – vamos ver que a 
vesícula tem cálculos (colecistolitíase) e 
está inflamada (colecistite) – o cálculo pode 
estar impactado, espessamento >4mm e 
presença de liquido livre. 
• Colecintilografia com disida é o exame 
padrão ouro. A substancia tem o marcador 
que é excretado na bile (disida). Se encontra 
a arvore biliar normal, ele vai descer para o 
hepático comum, colédoco e duodeno. Se o 
paciente tem colecistite, a disida não vai 
entrar, não vai corar a vesícula. 
 
 
Presença do cálculo hiperecogênico com sombra 
acústica posterior, conteúdo escuro da vesícula, 
espessamento da parede da vesícula e presença de 
pequena borda liquida ao redor. 
Dúvida diagnóstica na colecistite aguda – 
paciente com anasarca (tem hipotireoidismo) 
está tudo edemaciado, inclusive a VB. Paciente 
grave pode ter alteração inespecífica do 
peritônio que deixa a VB grossa. Para evitar 
abordagem do paciente com anasarca, grave e 
que tem dúvida no USG = colecintigrafia. 
TRATAMENTO 
• Colecistectomia vídeo-laparoscópica 
precoce em até 72h do início do quadro. 
• Antibioticoterapia: cobrir gram- e 
anaeróbios – ceftriaxona + metronidazol ou 
cipro + metro ou amoxi + clavulanato. 
COLECISTITE AGUDA GRAVE 
• Paciente com complicação 
inflamatória/infecciosa, impactação do 
cálculo no infundíbulo, duração >6h e está 
grave (tanto pelas doenças de base quanto 
pela colecistite complicadíssima). 
• Quadro clinico: dor biliar, >6h, náuseas, 
febre, Murphy+ e leucocitose. Tem dados 
locais de complicação, como plastrão 
inflamatório ou sinais de peritonite local. 
Tem sinais de sepse com hipotensão, IRA e 
insuficiência respiratória. 
• Repercussões orgânicas (consequências 
de uma colecistite grave): empiema de 
vesícula biliar, enfisema da parede, parede 
gangrenada ou perfurada. 
6 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
• A colecistite complicada ocorre em casos 
arrastados, pacientes diabéticos, sexo 
masculino, idosos. 
Colecistite alitiásica – primeiro o paciente se 
torna grave, pra depois desenvolver 
complicação inflamatória da VB. 
• Quando isso acontece? Grande queimado, 
sepse, choque prolongado, má perfusãoda 
VB e imunossuprimido. 
• Quadro clinico: paciente grave, piora 
franca, dor abdominal e realiza exame físico. 
• Pede imagem, que tem colecisistite com ou 
sem cálculos. 
• O USG pode mostrar ou não o cálculo, 
colecistite, abscesso ou perfuração. 
• Rx/TC/RM pode mostrar gás na parede. 
• Em casos gravíssimos, a colecintilografia 
com DISIDA pode ser muito bom. 
• Tratamento: estabilização, hidratação, 
antibiótico, controle de insuficiência 
orgânica, monitorização. Na hora que o 
paciente melhorar um pouco e ficar médio 
grave, vamos partir para a colecistectomia 
laparoscópica. Se estiver muito grave, fazer 
colecistectomia percutânea para 
descomprimir a VB. Isso é feito em regime 
de urgência. 
COLEDOCOLITÍASE 
• Presença de cálculo que migra para o 
colédoco gerando algum grau de clínica. 
• O paciente é assintomático, mas pode ter 
algum grau de dor biliar. 
• Quando se torna tipicamente sintomático, 
há obstrução do colédoco, levando ao 
desenvolvimento da síndrome colestática – 
icterícia, colúria e acolia fecal. 
• Manejo propedêutico – investigação mínima 
básica – clinica, laboratório e USG, sendo 
que até aqui não foi visto o colédoco. Padrão 
ouro é a CPRE. 
• Estratificação do risco de coledocolitíase – é 
realizada para todo paciente com colelitíase, 
inclusive os assintomáticos. O paciente pode 
ter icterícia, coluria, acolia, pancreatite 
biliar, colangite. No laboratório acontece o 
aumento de FA, GGT, TGO, TGP e 
bilirrubinas as custas da direta. O USG 
mostra o calibre do colédoco, ve a 
coledocolitiase em poucos casos. 
Classificação do paciente 
Baixo risco – tudo sem alterações, 
colecistolitíase e mais nada. Nesse caso tem que 
afastar a coledocolitiase e segue para a cirurgia 
se for candidato, tratando com colecistectomia 
videolaparoscópica. 
Alto risco 
• BT > 4 + colédoco dilatado (>0,6cm) OU 
colangite clinica OU USG viu a 
coledocolitiase. 
• Nesse contexto vamos presumir que tem a 
coledocolitiase e partir para a intervenção. 
• O paciente tem a coledocolitiase 
diagnostica, o tratamento mais usual é a 
CPRE + papilotomia e extração dos cálculos. 
Pode realizar a exploração cirurgia de vias 
biliares com extração transcística. Se tiver 
só os dados clínicos, vai escolher o que 
estiver mais disponível. 
• A cirurgia mais agressiva, derivação 
bilidigestiva (DBD) é realizada depois de 
uma falha da CPRE e colédoco muito 
dilatado (>2cm). 
Moderado 
• Apresenta alterações intermediarias: BT<4, 
enzimas hepatobiliares alteradas, 
pancreatite biliar e sintomas colestáticos 
clínicos, mas não laboratoriais relevantes. 
• Suspeitar de coledocolitiase e partir para a 
INVESTIGAÇÃO com colangiografia por 
RNM ou intraoperatório. Pode usar a 
ecoendoscopia e se ela afastar, é baixo risco. 
Se for positiva, vai para o alto risco. 
COLANGITE 
Começa com a coledocolitiase que promove a 
estase biliar e leva a colangite, principalmente 
por E. coli. 
• Tríade de Charcot – icterícia, dor em HCD e 
febre (faz o diagnóstico de colangite). 
• Pentade de Reynolds – icterícia, febre, dor 
em HCD, hipotensão e alteração do estado 
mental. 
• Laboratório: elevação de FA, GGT, TGO, 
TGP, bilirrubinas as custas da direta e 
leucocitose. 
• USG: procurar a colecistolitíase – procura o 
cálculo, dilatação das VVBB e 
coledocolitíase. 
7 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
• Conduta: CPRE – realizar a descompressão 
de urgência da via biliar comum. Realizar 
papilotomia endoscópica com extração dos 
cálculos e quando possível, realizar a 
colecistectomia laparoscópica porque os 
cálculos começaram na VB. 
• Colangite não drenável por CPRE? A 
alternativa é realizar a drenagem biliar 
percutânea transparietohepática (DTPH). 
FÍSTULAS BILIODIGESTIVAS 
Tinha um cálculo hipertrófico que ulcera no 
tubo digestivo. Pode fazer pro duodeno, 
estomago ou cólon. São vias digestivas ocas, 
então o gás penetra na arvore biliar levando a 
aerobilia. 
• Quadro clinico: tem componente infeccioso 
porque tem inflamação local, contaminação 
pela microbiota digestiva. Pode ter quadro 
obstrutivo devido a presença dos cálculos 
no tubo digestivo. 
• Manejo: atb, pode necessitar ou não CPRE e 
não raro precisa operar o paciente. Pode 
operar o lado infeccioso e obstrutivo. 
Quando temos uma fistula íleo biliar, significa 
que teve uma fistula duodenal que fez um 
abdome agudo obstrutivo no íleo distal, levando 
a dor no HCD + obstrução intestinal do íleo. 
• Manejo: diagnóstico por TC>RX e terá a 
presença da tríade de Rigler – dilatação do 
delgado + corpo estranho em FID + 
aerobilia. 
 
• Conduta: laparotomia exploradora, 
enterotomia ileal e retirada do calculo e 
correção da fístula. 
Síndrome de Bouveret 
• Obstrução que vai para o estômago, a fistula 
vai para o estomago. 
• Sd de Bouveret = obstrução pilórica por 
calculo biliar 
 
SÍNDROME DE MIRIZZI 
Um cálculo hipertrófico acomete a via biliar 
comum. O paciente tem o acometimento mais ou 
menos agressivo, mas o cálculo não está no 
colédoco, está na vesícula biliar. 
• Quadro clinico: dor biliar, colecistite, 
síndrome colestática, fistulas digestivas 
tudo variável, por isso é um diagnóstico 
difícil. 
• Laboratório: elevação de FA, GGT, TGO, TGP, 
bilirrubinas (d) e leucocitose. Nesses casos 
é mais discreto e crônico do que nas outras 
situações. 
• USG: vai mostrar uma vesícula difícil, 
pequena, difícil de encontrar a VB. O cálculo 
vai ser grande, pode ter dilatação das VVBB. 
• Colangio-RM: cálculo grande que acomete a 
via biliar comum, que pode ser quantificado 
na RM. 
Classificação – de acordo com o quão agressiva 
é a doença 
• I – Compressão extrínseca. Pode fazer uma 
colecistectomia. 
• II – Destruição até 1/3 da circunferência do 
colédoco. Realizar coledocoplastia e 
derivação biliodigestiva se não der certo. 
• III – Destruição até 2/3 do colédoco. 
Realizar derivação biliodigestiva. 
• IV – Destruição completa do colédoco. 
Realizar derivação biliodigestiva. 
PÓLIPOS DE VB 
• Lesão da mucosa, pode ser pediculado ou 
séssil. 
• USG: lesão fixa séssil. A maioria dos pólipos 
na verdade são cálculos que não estão 
moveis. 
• Manejo 
o Se tiver pólipos + cálculos = risco de 
câncer. Realizar a colecistectomia. 
o Se tiver pólipos + sintomas = deve 
ser cálculo. Realizar colecistectomia 
o Se tiver pólipos sem cálculos e 
sintomas – se são pequenos, 
observar, se grandes (>1cm) ou 
crescendo, realizar colecistectomia. 
 
CÂNCER DE VB 
• Adenocarcinoma 
• Forma de colangiocarcinoma 
8 
 
Pâmela Martins Bueno – colelitíase 
• Doença rara, agressiva, mau prognóstico. 
• Sintomas inespecífico: dor biliar, 
colecistite, alarmes. Mas no começo é 
assintomático. 
• Diagnóstico: mostra lesão solida na 
vesícula. Pode ser USG, TC ou RM. 
• Não realizar a biopsia, ir direto para o 
tratamento que vai ser de acordo com o 
estadiamento. 
• Incurável = QT paliativa e prótese biliar para 
desobstrução 
• Curável = cirurgia! Tenta tirar a vesícula e 
linfadenectomia do hilo biliar. 
• Diagnóstico na maioria das vezes é feito no 
anatomopatológico – 1% das CVL o paciente 
tem um adenocarcinoma. Analisar: 
o T1a – doença da lâmina própria = tá 
tratado! 
o >T1b – passou da muscular, precisa 
ampliar a cirurgia – prognostico 
reservado. 
TUMOR DE KLATSKIN 
Tumor de Klatskin é definido como um 
colangiocarcinoma peri-hilar, um tipo de tumor 
maligno com crescimento de células epiteliais 
nas vias biliares extra-hepáticas, originado na 
confluência dos ductos hepáticos, mais 
precisamente na junção entre ductos hepático 
direito e hepático esquerdo. Embora esta 
patologia não seja tão presente em nosso dia-a-
dia, vale se atentar a ela como um diagnóstico 
diferencial interessante dentro das síndromes 
ictéricas ou colestáticas. 
• Grau I – localizado no hepático comum. 
Nessecaso dá para realizar abordagem 
cirúrgica. 
• Grau II – quando toca a bifurcação. Ainda dá 
para fazer a abordagem cirúrgica. 
• Grau IIIa – invade o direito 
• IIIb – invade o esquerdo 
• Grau IV – quando pega o direito, esquerdo e 
o resto. A única chance é o transplante 
hepático. 
A classificação de Bismuth-Corlett foi 
elaborada para diferenciar anatomicamente a 
localização dos tumores extra-hepáticos, 
separando em diferenças topográficas 
elencadas a seguir. 
• Tipo I: Tumores abaixo da confluência dos 
ductos hepáticos 
• Tipo II: Tumores acometendo a confluência 
dos ductos hepáticos (Tumor de Klatskin 
propriamente dito) 
• Tipo IIIA: Tumores envolvendo o ducto 
hepático comum e o ducto hepático direito 
• Tipo IIIB: Tumores envolvendo o ducto 
hepático comum e o ducto hepático 
esquerdo 
• Tipo IV: Tumores que envolvem a 
confluência e se estendem para o ducto 
hepático direito e esquerdo.

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