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MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 1 Interrogatório e síndromes endócrinas Conceitos importantes para a endocrinologia • Hipermenorreia ou Menorragia: Hemorragia cíclica (menstruação) em quantidade excessiva; • Hipomenorreia: Menstruação em quantidade anormalmente pequena; • Polimenorreia: Menstruação em períodos frequentes (duração do ciclo menor que 21 dias); • Oligomenorreia: Períodos pouco frequentes (>35 dias); • Amenorreia: Mais de 6 meses sem menstruar; • Metrorragia: Hemorragias entre ciclos normais. Hipófise Relaciona-se com o quiasma óptico, pares cranianos III (oculomotor), IV (troclear) e VI (abducente) e seio cavernoso. Algumas manifestações clínicas de tumores ocorrem por conta da sua localização e relação com estas estruturas. Neuro-hipofise Ela “Pode ser entendida como uma continuação do cérebro”. A neuro-hipofise secreta dois hormônios: • Ocitocina: Suas funções são contrair a musculatura uterina no momento do parto e participar da secreção mamária. • ADH: Promove a retenção de líquido, diminuindo a diurese consequentemente. Por isso uma falha no seu processo de ação leva ao Diabetes Insípido (DI). Adeno-hipófise Tem origem embriológica diferente da neuro-hipofise, pois é formada por uma evaginação da ectoderme chamada “Bolsa de Rathke”. É dividida em “compartimentos” contendo células que vão produzir as gonadotrofinas, o hormônio do crescimento, o hormônio tireoidiano, a prolactina, o ACTH. Funciona pelo estímulo que recebe do hipotálamo. É importante entender o sistema de feedback (retroalimentação) das células, que existe para a liberação e cessar dos hormônios, a fim de entender melhor como é feito o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes. Controle hipotálamo-hipofisário O hipotálamo produz hormônios liberadores que estimulam a liberação pela hipófise, sendo a única exceção o “compartimento” da prolactina, que está constantemente sendo inibida pelo PIF (Fator Inibitório da Prolactina), o qual nada mais é do que o sistema dopaminérgico. MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 2 Isto é importante saber porque quando há algo bloqueando a haste hipofisária, que faz a ligação entre o hipotálamo e a hipófise, você terá uma redução dos hormônios GH, gonadotrofinas, TSH e uma liberação/aumento da prolactina. Síndromes da hipófise Diabetes insipido O termo diabetes significa “dissipação do corpo através da urina”. O diabetes insípido é uma patologia pouco frequente que acontece por hipofunção do ADH (hormônio responsável pela retenção de líquido e diminuição da diurese) • Causas de DI: Trauma, cirurgia, doenças infiltrativas (sarcoidose, amiloidose), doenças autoimunes. • Sintomas de DI: poliúria (grandes volumes, acima de 5 litros, chegando a 15/20 litros por dia), polidipsia (especialmente por água gelada!). • Diagnóstico diferencial de DI: dipsomania (distúrbio psíquico de compulsão por beber água – não precisa ser gelada - refrigente, suco...) e diabetes mellitus (analisar a glicemia em caso de dúvida). MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 3 Pan-hipopituarismo São síndromes relacionadas a deficiência dos hormônios hipofisários. • Causas: o Neoplasia não secretora: Comprime toda a arquitetura de células responsáveis por secretar os hormônios hipofisários, reduzindo esta secreção. ▪ São relativamente frequentes. ▪ Podem ser intrasselar (adenoma, craniofaringeoma), parasselar (meningioma, glioma do nervo óptico) ou metástases (CA de mama, pulmão, melanoma); o Necrose isquêmica: Causada por Síndrome de Sheehan, diabetes mellitus, anemia falciforme; o Apoplexia (acidente vascular cerebral): por exemplo, se ocorrer a necrose de um tumor que leve a hipóxia/anóxia da hipófise; - o Aneurisma de carótida interna; o Outros: infecções, radiações, cirurgias, autoimune, idiopática. • Manifestações clínicas: A deficiência hormonal se manifesta branda, lenta, e de diferentes formas clínicas. o Depende: Da velocidade da instalação, severidade da deficiência hormonal, quantidade de células afetadas (dos “compartimentos” afetados). Síndrome de Kallmann (síndrome olfato-genital) Doença genética congênita caracterizada pela associação de hipogonadismo hipogonadotrófico (HH) por deficiência do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), e anosmia ou hiposmia (com hipoplasia ou aplasia do bulbo olfativo). Ocorre uma mutação na região hipotalâmica da “linha média”, onde emerge o nervo olfatório, que não desenvolve este nervo nem as células responsáveis pelo hormônio liberador das gonadotrofinas. Síndrome de Sheehan Caracteriza-se pelo hipopituitarismo pós-parto secundário à necrose hipofisária decorrente de hipotensão ou choque em virtude de hemorragia maciça durante ou logo após o parto, ou seja, há uma grande hemorragia pós-parto, com queda abrupta de pressão arterial, que leva a hipofluxo sanguíneo, isquemia e necrose na hipófise. Tem se tornado rara pelo fato de ter diminuído o número de partos fora dos hospitais. • Sintomas imediatos: Agalactia (não secreção de leite materno, geralmente o primeiro a ser notado) e amenorreia, diminuição da libido, diminuição da lubrificação vaginal, • Sintomas tardios: Hipotireoidismo 3 a 4 anos após o parto, na forma de cansaço, sono, aumento do peso, perda de pelos e cabelos, ictiose (“escama de peixe”: pele brancacenta, ressecada e pruriginosa), intolerância extrema ao frio, hipotensão MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 4 postural. Por fim, causa insuficiência adrenal (síndrome de Addison) letal se não for tratada. OBS! O TSH diminui no começo, mas depois sobe, dificultando o diagnóstico de hipotireoidismo. É um hipotireoidismo central. Tumores Hipofisários • Tumores não secretores: Causam compressão da hipófise, mas ela ainda consegue liberar os seus hormônios. o Incidentaloma de Hipófise: Encontrados “acidentalmente” em exames de imagem. ▪ Não produzem hormônio nem diminuem a secreção. ▪ Assintomáticos se não causarem danos às estruturas adjacentes. o Tumores com expansão suprasselar: Comprime o quiasma óptico, levando a sintomas de perda visual (quadrantopsia, hemianopsia, amaurose, depende da quantidade de fibras do quiasma óptico afetadas). • Tumores secretores: Secretam um ou mais os hormônios hipofisiários. o Sinais e sintomas dependem do hormônio produzido pelo tumor. o Adenoma secretor de prolactina (prolactinoma) ▪ Causa hiperprolactinemia. • Hiperprolactinemia x Macroprolactinemia: A hiperprolactinemia, é uma situação em que há aumento da prolactina “Small”, biologicamente ativa e fisiologicamente funcional, é uma apresentação endocrinológica muito frequente, sendo importante saber diferenciá-la da macroprolactinemia, quando ocorre elevação da prolactina “Big” e/ou “Big-Big”, as quais não são ativas fisiologicamente. Na macroprolactinemia não há sintomas, apenas a elevação da prolactina. ▪ Manifestações clínicas são: • Na mulher: amenorreia, galactorreia, alteração da libido, infertilidade (na anamnese, perguntar se há secreção na mama); • No homem: disfunção erétil, alteração da libido, ginecomastia. - Cefaleia e alterações visuais podem ocorrer dependendo da localização e do tamanho do tumor. Podem apresentar apenas um dos sintomas, não necessariamente todos ao mesmo tempo. o Tumor secretor de ACTH: Causa síndrome de Cushing. o Tumor secretor de GH: Causa acromegalia. ▪ Para que ocorra crescimento, além do GH, é necessário ter a função hepática íntegra. Se houver uma insuficiência hepática a pessoa não irá crescer mesmo com GH em nível normal. MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 5Acromegalia Doença resultante da produção excessiva de GH, normalmente a partir de um tumor hipofisário levando a um crescimento de esqueleto e alargamento de partes moles. Ocorrem 3 a 4 casos por milhões de habitantes, logo deveríamos atender uns 4 casos, mas isso não ocorre, pois, essa doença causa uma alteração estética que ocorre de forma muito lenta. Logo, o paciente não procura atendimento por acromegalia. O diagnóstico normalmente se faz entre a terceira e quarta década de vida e se faz analisando, entre outras coisas, fotos passadas do paciente. A evolução da doença até o diagnóstico leva, em média, de 8 a 12 anos. • Manifestações clínicas: o Hiperprolactinemia; (maioria) o Amenorreia / Disfunção erétil; o Bócio; o Déficit de TSH; (menor proporção) o Déficit de ACTH; (menor proporção) o Resistência à insulina e tolerância diminuída a glicose; o DM2; o Hipertensão, cardiomegalia, cardiomiopatia; o Atralgias; (Comum) o Cefaleia e alteração campos visuais (depende da extensão do tumor) o Neuropatia periférica; (pode ocorrer por infiltração de nervos) o Espessamento de pele e de extremidades; o Hipertricose. Tireoide A tireoide tem origem embriológica a partir de uma invaginação da língua, chamada de foramen cecum, após a tireoide migra através do ducto tireoglosso para a região cervical anterior inferior, sua posição definitiva. Um erro nesse processo pode gerar um hipotireoidismo congênito causado por uma tireoide ectópica (eventualmente ela pode não migar ou migrar para em um local diferente do que deveria estar) Fisiologia A tireoide é a única glândula que armazena seu conteúdo. A célula folicular circunda o coloide que é armazenado e pode durar até 200 dias (se a tireoide de vocês parar de receber o estímulo para produção de T4 você ainda terá mais ou menos 200 dias de T3/T4 no coloide para ser utilizado). MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 6 Na prática sempre veremos dosagem T4 livre e não T3, mas o T4 na realidade ele não é um hormônio porque até hoje não se conhece receptores para T4, então ele é um pró hormônio. Teremos o T4 livre na corrente sanguínea, esse T4L vira T3 e todas as células do organismo tem receptores apenas para o T3. O T3 faz a transcrição do DNA e, a partir disso, a síntese de novas proteínas. O hormônio tireoidiano é essencial para função de todas as células do nosso organismo. Transporte hormonal O T3 e o T4 circulam na corrente sanguínea não ligados a albumina. A TBG é o principal transportador de T3 e T4. Esse transportador é importante, pois se houver a necessidade de saber se o nível de hormônios tireoidianos está normal deve-se analisar r o hormônio LIVRE (T4L). Isso ocorre porque quando se analisa o T3 total e T4 total ele está ligada a TBG. Logo, poderá haver falsa impressão de está elevado ou diminuído se tiver alguma alteração de TBG, SEM ter doença. MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 7 Doença da tireoide Bócio endêmico Ocorre hiperplasia da tireoide em decorrência da ausência do Iodo na dieta. Nódulos tireoide • Nódulo benigno: A tireoide pode se manifestar com aumento cervical, isso é muito comum. Em geral, não se sabe se esse aumento é um nódulo ou se é um bócio difuso sem nódulo. o Nódulo: Palpou e sentiu que realmente é um nódulo. ▪ Pensa-se que o nódulo é benigno quando já há um histórico familiar de bócio benigno, tem longa evolução e não está crescendo, tem vários MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 8 nódulos ou junto desses nódulos tem um bócio difuso, tem elevado Anti-tireoperoxidase, mostrando que tem doença auto imune, ou faz- se o uso da ultrassonografia e confirma que ele é cístico (só tem líquido). Na dúvida pode-se fazer uma punção e na citologia mostrará um nódulo benigno o Pode se apresentar sob a forma clínica de bócio multinodular (aumento do pescoço com presença de vários nódulos) ou bócio difuso (toda glândula aumentada) o Características: ▪ História familiar de bócio benigno; ▪ Nodulo de longa evolução sem crescimento recente; ▪ Bócio multinodular (BMN); ▪ Bócio difuso; ▪ Nível elevado de ATPO. • Nódulo maligno: Deve-se observar histórico de câncer de tireóide, em crianças, nódulo de tireoide até que prove o contrário é um carcinoma, exposição a raio x, rouquidão, crescimento rápido, nódulo doloroso, um nódulo recente em homem com mesmo de 30 anos ou um nódulo recente em qualquer sexo a partir dos 65. o Encontra-se uma consistência desse nódulo endurecida, muitas vezes pétrea, normalmente fixado a estruturas vizinhas, pode ocorrer infiltração de linfáticos cervicais e também paralisia de corda vocal. o Característica de nódulo maligno: ▪ CA de tireoide prévio; ▪ História familiar de câncer de tireoide; ▪ NT em crianças menores de 14 anos; ▪ Exposição a Rx no pescoço e face; ▪ Rouquidão; ▪ NT de crescimento rápido e doloroso; ▪ História de metástases à distância ▪ NT recente em homem com menos de 30 anos ou em qualquer sexo com mais de 65 anos; ▪ Ao exame físico pode-se constatar um nódulo com consistência pétrea, fixado a estruturas vizinhas e adenopatias. OBS! Bócio x nódulo: O termo bócio se refere à manifestação clínica de aumento do pescoço por aumento do tamanho da tireoide. Pode ter diversas causas, entre elas a presença de nódulos (tumores que podem ser benignos ou malignos/câncer). Um exemplo de outra causa que leva à formação de bócio é alimentação pobre em iodo (bócio endêmico) - que não mais comum, porque o sal de cozinha contém iodo agora. Hipotireoidismo É a diminuição dos níveis de hormônios produzidos pela tireoide. Isso acomete todas as idades, mas o pico de incidência é entre 40 e 60 anos; MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 9 Deve-se atentar que 40% dos pacientes acometidos tem hipotireoidismo subclínico/ insuficiência tireoidiana mínima/ insuficiência tireoidiana leve. Nesses casos deve-se observar esses pacientes e investigar para confirmar que não foi uma flutuação no TSH (alteração do TSH por algum fator externo) antes de tratar o paciente, pois se for subclinico as alterações se mantem. Manifestações clínicas Atualmente é difícil encontrar pacientes com estágios avançados da hipotireoidismo, pois a dosagem de TSH já se tornou exame de rotina, logo, as alterações são descobertas no início e o paciente apresenta menos manifestações clínicas. Vale ressaltar que dois pacientes com o mesmo nível de TSH e T4 Livre podem apresentar sinais e sintomas diferentes entre eles, pois há interação com outros hormônios. Manifestações Comuns (90% dos pacientes) Outros sintomas Inespecíficos Fraqueza Pele seca e grossa Fala lenta Letargia Edema periorbital Intolerância ao frio Diminuição da sudorese Pele fria Macroglossia Edema facial Cabelo seco Palidez da pele Fraqueza Alteração de memória Constipação Ganho de peso Diminuição de pelos Palidez do lábio Dispneia OBS! História familiar: Muito importante na investigação de problemas da tireoide OBS! Pacientes com trissomia do cromossomo 21 frequentemente tem hipotireoidismo Classificação • Primário: Tireoide → Corresponde a 95% dos casos • Secundário: Hipófise • Terciário: Hipotálamo • Resistência aos hormônios tireoidianos: Raro Primário • Diminuição do tecido funcionante: o Tireoidite autoimune crônica – Doença de Hashimoto* (90%) ▪ Pode se desenvolver com ou sem bócio e atrofia glandular. o Tireoidite autoimune transitória; o Pós-tratamento com Iodo 131 ou Raio-x; o Tireoidectomia; o Doenças infiltravas: Sarcoidose, amiloidose; o Disgenesias tireoidianas. • Defeitos de biossíntese o Erros congênitos: Alterações enzimáticas; o Deficiênciade iodo; Central MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 10 o Substância antitireoidianas. Diagnóstico • TSH normal sem clínica: Exclui doença de tireoide • TSH normal e sintomas: Deve-se investigar mais e pedir T4 livre. • TSH acima do normal com T4 livre baixo: Só pode ser hipotireoidismo primário. o A tireoide está produzindo menos hormônios, por feedback o hipotálamo libera TRH, TRH estimula a hipófise e a hipófise libera TSH. • TSH baixo e T4 livro baixo: Hipotireoidismo central OBS! Quando você baixa muito e não tem mais TSH nem T4 o hipotálamo libera uma molécula semelhante ao TSH, mas que é inativa e que as vezes você dosa e parece ser TSH (por ter um epítopo muito semelhante ao TSH). Isso confunde, pois tem todos os sinais MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 11 e sintomas de hipotireoidismo (você dosou o T4 livre e era indetectável – não te T4 – ai você olha o TSH normal). O Paciente tem hipotireoidismo pela clínica e pelo T4 baixíssimo, mas deve-se investigar-se melhor esse TSH. Com isso descobre um hipotireoidismo central. Tireotoxicose É conjunto de sinais e sintomas decorrentes da disponibilidade periférica de hormônios tireoidianos livres, refletindo uma exacerbação dos efeitos metabólicos. Em síntese, é quando há muitos hormônios tireoidianos livres na circulação, independente da causa. Dentro de tireotoxicose, temos o hipertireoidismo que ocorre quando o aumento dos hormônios é devido a uma hiperfunção da tireoide. Manifestação clinica Sintomas Sinais Nervosismo Aumento da sudorese Hipersensibilidade ao calor Palpitações Fadiga Perda de peso Dispneia Fraqueza Aumento do apetite Emagrecimento: pode haver ou não Alterações oculares Edema de membros inferiores Hiperdefecação Diarreia Anorexia (mesmo que paradoxalmente ao aumento do apetite). Constipação Taquicardia: sempre presente Bócio: sempre presente no hiper, mas não na iatrogênica Tremores: sempre presente Alterações de pele: sempre OBS! Hipertireoidismo apático: Modo peculiar de manifestação em idosos. Caracterizado por apatia ao invés de agitação, além de serem pronunciados o cansaço, fraqueza muscular, perda de peso e manifestações cardiovasculares, com alta incidência de taquiarritmias. OBS! Dependendo da intensidade da produção hormonal a nível de tireoide, pode haver hiperfluxo sanguíneo, ocasionando sopro e frêmito. OBS! Há aumento apenas da pressão sistólica, a diastólica diminui: Porque a resistência vascular periférica está diminuída. -É o aumento da pressão diferencial. MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 12 Causas Principais causas do hipertireoidismo Bócio difuso tóxico: Doença de Graves ou Basedow-Graves Bócio multinodular tóxico Bócio uninodular: Doença de Plummer Doença auto-imune no qual há produção de anticorpos que se ligam aos receptores de TSH na tireoide, ocasionando estimulação contínua da produção de hormônios tireoidianos. Liberação contínua de hormônios tireoidianos por nódulos na tireoide, independente de estímulos do TSH. Como diferenciar Graves de multinodular? • Graves você tem exoftalmia; • Multinodular, você sente os nódulos à palpação. Um nódulo na tireoide que funciona de forma autônoma, ou seja, produz hormônio tireoidiano independente do estímulo de TSH Principais causas de tireotoxicose Causas Características Tireoidite Inflamação da tireoide, por vírus (tireoidite subaguda ou tireoidite de Quervain) ou por doença de Hashimoto/hash tireoidite (autoimune) Ocorre rompimento das células foliculares, liberando T3 e T4 na circulação sanguínea. Neoplasias Carcinoma folicular de tireoide; TSHagoma (TU hipofisário que libera TSH); struma ovarii (teratoma de ovário com tecido tireoidiano); TU de placenta. Tireotoxicose factícia Uso de medicamentos de modo proposital. Tireotoxicose iatrogênica Por prescrição medicamentosa com dose maior que a necessária. Tireotoxicose acidental Medicamentosa acidental, comum na terceira idade. Efeito Jod Basedow: Acontece em indivíduos com predisposição de desenvolver doença autoimune na tireoide. É hipertireoidismo pós-ingestão de altas concentrações de iodo (muitos medicamentos em cardiologia são compostos por iodo). Resistência hipofisária a hormônios Caso do consumo de tireoide de boi MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 13 Diagnóstico • Dosando hormônio: pede exame de T4l (T4 livre) e TSH. o Se T4l estiver alto e TSH baixo: tireotoxicose. o Se T4l estiver alto e TSH alto: adenoma hipofisário de TSH (TSHagoma) - raro. o Exoftalmia: hipertireoidismo por Doença de Graves. Hipocalcemia O metabolismo do cálcio é regulado por: • Calcitonina: Secretada pelas células C da tireoide o Diminui calcemia. • Paratormônio: Secretado pelas paratireoides o Aumenta calcemia. Causas • Iatrogênica pós-paratireoidectomia: não há retirada das paratireoides, mas há secção da artéria que irriga, ocasionando isquemia da glândula. • Iatrogênica por iodo radioativo para tratamento de Graves • Doenças auto-imune • Congênita: por exemplo, mutação no sensor de cálcio • Doenças infiltrativas • Pseudoparatireoidismo: resistência ao hormônio PTH Sinais e sint omas • Maior excitabilidade neuromuscular. Intensidade depende do grau, duração e velocidade de instalação da hipocalcemia. • Parestesia e contraturas: é de rápida instalação se ocorreu pós-cirurgia que danificou as paratireoides; gradual, se ocorreu por iodo radioativo. • Sinal de Chvostek: à percussão delicada do nervo facial no seu trajeto anteriormente ao pavilhão auricular, acontece: o Contração do ângulo da boca o Contração da asa do nariz o Contração do músculo orbicular o Hemicontração da face o É mais sensível que Trousseau, mas pode ser positivo em 10% de pessoas normais • Sinal de Trousseau: É pesquisado inflando-se o manguito do esfigmomanômetro em torno de 20 mmHg acima da pressão sistólica durante 3 minutos, sendo positivo quando ocorrer adução do polegar, seguida de flexão metacarpo-falangeana, das articulações interfalangeanas, flexão do pulso e do cotovelo (mão do parteiro). o É mais específico que Chvostek, pode ser positivo em 1 a 4% dos pacientes normais. MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 14 Adrenais As adrenais são divididas em 4 camadas, cada uma produz um hormônio diferente • Zona glomerulosa (córtex): mineralocorticoides (aldosterona) • Zona fasciculada (córtex): glicocorticoides (cortisol) • Zona reticulada (córtex): esteroides sexuais (testosterona) • Medula adrenal: adrenalina e noradrenalina Focaremos no cortisol: aumentado (síndrome de Cushing) ou diminuído (síndrome de Addison). As funções do cortisol são : resposta ao stress, manutenção da pressão arterial e da força cardiovascular, resposta imune inflamatória, regulação do metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. Síndrome de Cushing Hiperprodução crônica de cortisol • Causas: Problema nodular na hipófise; problema nodular na adrenal; hiperplasia adrenal; iatrogênica. • Manifestações: obesidade central, abdome em vental, fácies cushingoide, intolerância a glicose com alteração da glicemia, fraqueza, miopatia proximal, HAS, alterações psicológicas, equimoses, hirsutismo, alterações do ciclo menstrual, disfunção sexual, acne, pele oleosa, estrias abdominais, edema, dor lombar, cálculo renal, hiperpigmentação… (nem todas são obrigátorias). Síndrome de Addison Deficiência do corticoide. • Causas: o Auto-imune: Destruição de tecido glandular, resultando na deficiência parcial ou total de esteroidogênese adrenal. É acompanhada de hipersecreçãode ACTH e MSH hormônio que estimula a melanina - por causa desse aumento, há hiperpigmentação). o AIDS: oportunistas se instalando em adrenal o Tuberculose: idem MOISÉS MOREIRA LOPES ATM24 FURG 15 o Radioterapia, causas congênitas (deficiência de 21-hidroxilase), drogas que lesam as adrenais, doenças infiltrativas (como amiloidose) e hemorragia de glândula suprarrenal (rara). Resumo das síndromes Doenças Características Diabetes insipidus Deficiência de ADH, secretada pelo hipotálamo. Síndrome de Kallmann: Tipo de pan-hipopituitarismo causada pela deficiência de GnRH (hipotálamo), o casionando deficiência de gonadotrofinas e anosmia/hiposmia. Síndrome de Sheehan Tipo de pan-hipopituitarismo, acontece pós-parto. Começa com agalactia, amenorreia… evolui para hipotireoidismo, síndrome de Addison. Tumores hipofisários não secretores Incidentalomas, por exemplo. Problema: causar compressão de estruturas neurológicas Hiperprolactinemia Quando o tumor hipofisário é secretor de prolactina Acromegalia Quando o tumor hipofisário é secretor de GH. Nódulos de tireoide Podem ser malignos (carcinoma) ou benignos (causando hipertireoidismo). Hipotireoidismo Diminuição dos hormônios tireoidianos. Congênito, auto-imune... Tireotoxicose Aumento dos hormônios tireoidianos, por hipertireoidismo (bócios, Graves, Plummer), tireoidite, iatrogênica, factícia, acidental,, neoplasia… Hipocalcemia: Diminuição do Ca no sangue, principalmente por mal funcionamento das paratireoides, que liberam paratormônio. Pós-cirurgias, iatrogênica, auto-imune... Síndrome de Cushing Aumento do cortisol, nódulos. Síndrome de Addison diminuição do cortisol, por causa auto- imune, infecção ou evolução da síndrome de Sheehan.
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