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Antifúngicos 1 Antifúngicos Fungos CLINICAMENTE IMPORTANTES → leveduras, filamentosos com micélio verdadeiro, dimórficos Fungos e seres humanos possuem homologia em vias metabólicas, o que gera dificuldade na seletividade de fármacos. Além disso, o uso disseminado de antimicrobianos de amplo espectro e o uso de fármacos imunossupressores são fatores que aumentam a incidência e gravidade das infecções fúngicas. Podem gerar infecções superficiais e sistêmicas; clássicas ou oportunistas. PAREDE E MEMBRANA DO FUNGO → quitina, manoproteínas, polímeros de glucano, beta 1,3-glucano, ergosterol = locais de atuação de fármacos Antifúngicos 2 ERGOSTEROL → manutenção da estrutura e função da membrana plasmática do fungo Síntese do ergosterol → enzima escaleno-epoxidase (alvo das alfaminas e benzilaminas) e 14-alfa-esterol-desmetilase (alvo dos imidazólicos e triazólicos) = fármacos geram redução da biossíntese do ergosterol = perda da integridade da membrana fúngica obs.: via de síntese do ergosterol é semelhante a do colesterol = EA ALVOS FARMACOLÓGICOS: Fármacos podem atuar na formação do ergosterol no RE (conversão de esqualeno → lanosterol → ergosterol), na parede fúngica, na membrana celular, no sistema de microtúbulos, no DNA Antifúngicos 3 Inibidores da síntese de ácidos nucleicos Flucitosina Pirimidina fluorada. Entra na célula, via permeases (específica de fungos) e é convertida em 5-FU e 5-FdUMP, que inibe a timidilato sintase (relacionada com a síntese de timidilato e de DNA). Com isso, há inibição da síntese de DNA e da divisão celular. obs.: se o fungo alterar a permease, há resistência Biodisponibilidade VI (90%) Comprometimento renal - possível toxicidade. Boa penetração no LCR. Espectro de ação → criptococose (principalmente, forma meníngea) e candidíase. Em monoterapia, há grande taxa de resistência. Logo, normalmente, é associada a outro fármaco (anfotericina B, itraconazol) Interação com anfotericina B → anfotericina B causa lesão na membrana = captação da flucitosina EA → mielossupressão, exantemas, náuseas, vômitos, diarreia e enterocolite. Griseofulvina Liga-se a tubulina e rompe a organização do fuso mitótico (fase M) = inibição da mitose. Utilizada para micoses superficiais (principalmente, dermatomicoses), que não responderam ao tto tópico convencional. Antifúngicos 4 Fica acumulada em células precursoras de queratina, liga fortemente à queratina = impede que células recém-sintetizadas tenham o fungo, permitindo o crescimento de unhas, pele ou cabelos livres de fungos. Indução de enzimas CYP450 = interações medicamentosas. EA → cefaleia, vômitos, diarreia, flatulência, estomatite Inibidores da via de síntese do ergosterol Inibidores da esqualeno epoxidase Alilaminas e benzilaminas ALILAMINAS → terbinafina e naftifina BENZILAMINA → butenafina Impede a conversão de esqualeno em lanosterol. Há esqualeno epoxidase no nosso organismo, porém possuem maior afinidade com a enzima fúngica. No entanto, há acúmulo de esqualeno, com aumento de metabólito tóxico do esqualeno = efeito citotóxico. 1. TERBINAFINA VO (onicomicose) ou tópica (spray ou creme). Biodisponibilidade oral = 40% Meia vida = 300h → acúmulo em unhas, pele e gordura (lipofílica). Não é recomendada em pacientes com insuficiência renal, hepática e gestantes. EA → hipatotoxicidade, síndrome de Stevens-Johnson, neutropenia, piora da psoríase ou lúpus obs.: cimetidina aumenta níveis de terbinafina; rifampicina reduz níveis de terbinafina 2. BUTENAFINA Tópico (bem tolerada) Inibidora da esqualeno epoxidase. Efeito tóxico direto na membrana celular fúngica. 3. NAFTIFINA Tópica: penetra estrato córneo e epiderme; persiste na pele por dias em concentração acima da MIC de dermatófitos EA → leves e moderados - irritação local, eritema, queimação no local Inibidores da 14-alfa-esterol-desmetilase Azóis: imidazólicos e triazólicos Geram desestabilização da membrana fúngica, com disfunção de enzimas ligadas à membrana. Com isso, possuem ação fungicida e fungistática. AGEM EM: Antifúngicos 5 14-alfa-esterol-desmetilase é enzima do citocromo P450, o que gera possíveis inibição de CYP450 hepáticas = interações medicamentosas. 1. CETOCONAZOL (imidazólico) VO e tópica. Distribuição: pouca penetração em LCR e urina. Absorção no TGI depende de conversão no ambiente ácido no estômago. Inibição de CYP450 hepática, 17,20 liase e enzima de clivagem da cadeia lateral nas gll. suprarrenais e gônadas = redução da produção de hormônios esteroides, insuficiência suprarrenal, ginecomastia e imponência (altas doses) EA → náuseas, vômitos ou anorexia; pode causar disfunção hepática 2. MICONAZOL, CLORIMAZIL, ECONAZOL, SERTACONAZOL, BUTOCONAZOL, OXICONAZOL e SULCONAZOL (imidazólicos) Tópico (cutâneo, vaginal, infecções superficiais do estrato córneo, da mucosa escamosa e da córnea) Antifúngicos 6 Não são tão efetivos em infecções de cabelos ou unhas. Não devem ser utilizados (forma tópica) para micoses subcutâneas ou sistêmicas. EA → raros; prurido, ardência e sensibilização 3. FLUCONAZOL, ITRACONAZOL, VORICONAZOL e TERCONAZOL (triazólicos) Itraconazol substituiu o cetoconazol VO: VO e IV. Absorção VO é máxima no ambiente ácido do estômago. Biodisponibilidade oral imprevisível. Metabolismo: origina metabólico tóxico com alta ligação às proteínas plasmáticas (90%). Distribuição: baixa no LCR, saliva e urina EA → hepatotoxicidade, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, hipopotassemia, edema dos pés e queda de cabelo. Fluconazol: VO e IV Biodisponibilidade oral (quase 100%). Distribuição: difusão libre no LCR, escarro, saliva e urina. Escolha para tto de meningite criptocócica e candidíase sistêmica. Interações medicamentosas: amiptriptilina, ciclosporina, fenitoína, varfarina (aumento dos níveis destes fármacos) - carbamazepina, isoniazida e fenobarbital (reduzem níveis de fluconazol) EA → náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, alopecia reversível (síndrome de Stevens Johnson) e insuficiência hepática (raro) Inibidores da estabilidade de membrana Polienos Anfotericina B e nistatina Pouca solubilidade em água. Domínio hidrofóbico → hidrocarbonetos poliênicos; formação de poros e interação com o ergosterol Domínio hidrofílico → cadeia poli-hidróxis, localizadas nos poros hidrofílicos Poros geram influxo de prótons e efluxo de K+ e Mg2+ = inibição da glicólise e acidificação intracelular. Antifúngicos 7 1. ANFOTERICINA B: Atuação em infecções sistêmicas graves. EA → imediatos: tempestade de citocinas, febre, calafrios, tremores musculares, hipotensão; renais: vasoconstrição das arteríolas aferentes (isquemia renal), cilindrúria, hipopotassemia; hematológicas: anemia (menor produção de eritropoietina) FORMULAÇÕES: anfotericina B desoxicolato (forma micelas e tem alta nefrotoxicidade), L-AmB (fica no lipossomas até encontrar o fungo = menor toxicidade renal), ABLC (forma um complexo lipídico e é liberada no local da infecção) (ABCD não é mais utilizada) obs.: lipossomas ou lipídeos = redução da exposição do túbulo proximal Amplo espectro de ação: infecções fúngicas potencialmente fatais (mucormicose, meningite criptocócica, histoplasmose, blastomicose, coccidiodomicose, paracoccidiodomicose, candidíase invasiva, aspergilose) Administração intratecal em infeçcões fúngicas do SNC que não respondem a outros fármacos. Administração local → úlceras de córnea e queratites micóticas, artrite fúngica, cistite causada por Candida e candidíase cutânea 2. NISTATINA: Uso sistêmico limitado: hidrofobicidade e toxicidade renal. USOS CLÍNICOS → candidíase oral, vaginal e cutânea Não sofre absorção sistêmica pelo TGI, pele e vagina Preparações tópicas: pomadas e cremes vaginais Equinocandinas Inibidores da síntese do beta-(1,3)-D-glicanas Alvo exclusivo = maior seletividade e menor toxicidade. Antifúngicos 8 Caspofungina Administração IV: baixa biodisponibilidade VO. Alta taxa de ligação às protéinas plasmáticas.USOS CLÍNICOS → candidíase esofágica e candidemia e aspergilose EA → reações de hiperssensiblidade, calafrio, febre, cefaleia, edema periférico, insônia e elevação da creatinina, distúrbios TGI, anemia, eosinofilia, neutropenia, parestesias, mialgias, proteinúria e hematúria
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