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Luana Gonçalves Ferreira - UPE - Gus - 09 Farmacologi� Ant�-fúngic�� ❖ Os fungos - Eucariotos com vias metabólicas homólogas aos seres humanos → dificuldades de agentes farmacológicos seletivos - Tem estrutura mais complexa que a bacteriana: é um organismo muito diferenciado - Em torno de 50 fungos patogênicos para os humanos: a patogenia também depende do status imunitário do hospedeiro - Principais grupos: leveduras/semelhantes (Cryptococcus e Candida), filamentosos (Aspergillus) e dimórficos (Histoplasma) - Muitos fungos coexistem no corpo humano como comensais, mas podem ser patogênicos em imunodeprimidos¹ ou pessoas com microbiota instável: infecção secundária (ex: radiação ou uso indiscriminado de antibióticos: fungos>bactérias) ou pessoas que usam cateteres/implantes ¹ HIV e uso de drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia) - Infecções fúngicas superficiais: dermatomicoses (inclui as onicomicoses) e candidíase - Infecções fúngicas sistêmicas: mais graves, ex: candidíase, meningite criptocócica, endocardite e aspergilose pulmonar (broncopulmonar alérgica em pacientes com fibrose cística ou asma) ❖ Agentes farmacológicos - Problemas na terapia antifúngica: diagnóstico incorreto, resistência microbiana, problemas do hospedeiro, baixa biodisponibilidade do fármaco e toxicidade dos antifúngicos disponíveis Micoses subcutâneas e sistêmicas ● Anfotericina B - Macrolídeo poliênico derivado de culturas de Streptomyces: ação antifúngica e antiprotozoária - Padrão outro em candidíase e aspergilose disseminadas - Desenvolvido em 1950 e, por muitos anos, era o único tratamento para micoses sistêmicas - Mecanismo de ação: tem 500x mais afinidade pelo ergosterol da membrana do fungo, logo, se incrusta na membrana formando poro carregado e descontrole hidroeletrolítico - Tem baixa absorção: adm VO apenas para fungos no TGI, outras alternativas: IV, intratecal, tópica e via respiratória - Formulações: convencional + 3 lipídicas diferentes → diminuir nefrotoxicidade e toxicidade de infusão, aumenta depuração - Interação medicamentosa: sinérgico com flucitosina; não associar aos azóis - Eventos adversos: após adm: tempestade de citocinas = febre, calafrios, tremores, cefaleia; nefrotoxicidade relacionada à dose (80% dos casos: - função renal); outros: distúrbios acidobásicos, anemia, na adm: tromboflebite local, neurotoxicidade e erupções cutâneas. ● Flucitosina - Pirimida fluorada capturada seletivamente pelas células fúngicas pelas permeases específicas de citosina: 5-fluorocitosina (5-FC)→ 5-fluoruracila (5-FU) (enzima citosina desaminase) - Mecanismo de ação: inibe a síntese de ácidos nucleicos e proteínas: é um falso substrato para a síntese de pirimidinas - Uso VO: age contra espectro menor de fungos, resistência pela mutação de enzimas é rápida na monoterapia: uso em associação com outros: - Flucitosina + itraconazol = cromoblastomicose - Flucitosina + anfotericina B = candidíase e criptococose - Eventos adversos: náusea, vômito e diarreia (comum)l enterocolite grande, distúrbio enzimático hepático, supressão da medula óssea, teratogênica Mamíferos: colesterol x Fungo: ergosterol Acetil-CoA → HMG-CoA → mevalonato → equaleno →¹ lanosterol →² ergosterol ¹ enzima esqualeno epoxidase: inibida pelas alilaminas e benzilaminas ² enzima CYP 450: 14-α-esterol desmetilase: inibida pelos triazólicos e imidazólicos ● Derivados azólicos - Ação: ao inibir a 14-α-esterol desmetilase provoca acúmulo de 14-α-metilesterois que desagregam os fosfolipídeos e comprometem as funções enzimáticas da membrana = inibição do crescimento fúngico - Resistência: mutação na CYP450 fúngica e bombas de efluxo de múltiplos fármacos - Uso: candida, cryptococcus, blastomyces, histoplasma, coccidioides, paracoccidioides e fungos dermatofitos - É teratogênico, evitar em gestante: só faz uso se os benefícios superarem os riscos ao feto Imidazólicos - Menos específicos para a CYP450 dos fungos: + efeitos adversos - Alto risco de hepatotoxicidade:uso tópico Cetoconazol - 1º azol para fungos sistêmicos, foi substituído pelo itraconazol para todas as micoses - Em altas doses: inibe a síntese de esteróides adrenocorticais e de testosterona(uso: s. Cushing) - Inibidor de CYP450 = interação medicamentosa Miconazol, Clotrimazol Triazólicos Itraconazol uso VO ou IV, tem ampla distribuição nos tecidos exceto LCR, urina e saliva - Fígado hidroxila e forma metabólito ativo - Uso: dermatofitoses e onicomicoses (alta afinidade pela queratina), infecções fúngicas não meníngeas - Teratogênico - risco C - Efeitos adversos: hepatotoxicidade, náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, hipopotassemia, edema e queda de cabelo Fluconazol - Alta BDP oral, inclusive para o LCR, escarro, urina e saliva (VO e IV) - Melhor tolerância do TGI e menor interação com CYP450 - Uso: meningite criptocócica em pacientes com HIV (após anfotericina B por 2-3 semanas), criptococose não meníngea, coccidioidomicose neurológica, candidíase, profilaxia em infecções fúngicas em transplantados de medula, não é efetivo contra fungos filamentosos - Efeitos adversos: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, alopecia reversível Voriconazol - ~ Fluconazol: BPD VO e IV, tem cinética de ordem 0 - Uso: aspergilose invasiva e outros fungos filamentosos - Efeitos adversos: hepatotoxicidade, arritmia cardíaca, alta [ ]: alucinações visuais e auditivas, teratogênico (risco D) Posaconazol - ~ Itraconazol, ampla distribuição nos tecidos: azol com maior espectro de ação - Uso: tratamento e profilaxia de candidíase e aspergilose invasivas em imunocomprometidos, único agente eficiente para mucormicoses - Efeitos adversos: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, erupção cutânea, hipopotassemia, trombocitopenia, alterações hepáticas e teratogênico (risco C) ● Alilaminas Terbinafina é uma alilamina sintética que inibe a esqualeno epoxidase - Baixa BPD: metabolismo de 1ª passagem - Fungicida queratinofílico, muito lipofílico → uso em dermatofitose (onicomicose*) - Efeitos adversos: desconforto GI, cefaleia, exantema, hepatotoxicidade (contraindicado para pacientes com insuficiência renal/ hepática), exacerbação de psoríase ou lupus cutâneo (raro) *Risco B para gestantes ● Equinocandinas - Lipopeptídeos semissintéticos - Ação: inibição não competitiva da síntese de 1,3-β-D-glicanos, pelo complexo glicano sintase, que mantém a parede celular = lise celular - Uso: potente contra aspergilose e maioria das candidíases (até as resistentes aos azóis), pouca atividade para outros fungos. Uso em emergência e infecção persistente (via IV apenas) Caspofungina, Micafungina, Anidulafungina - Efeitos adversos: bem toleradas, mas causa cefaleia, febre, alteração hepática, risco C na gestação ● Griseofulvina - Ação: se liga a tubulina e proteína associada aos microtúbulos, rompe o fuso mitótico: inibe a mitose fúngica: fungistático - Tem boa BDP oral, distribuição na queratina e tecido adiposo: uso contra dermatofitoses - Caiu em desuso em detrimento do itraconazol e terbinafina: + eficácia e segurança - Baixa incidência de efeitos adversos: cefaleia, teratogenicidade, indutor da CYP450: + metabolismo da varfarina (risco de hemorragia), diminui eficácia de anticoncepcional Micoses cutâneas ● Nistatina - Também é um polieno: mesma ação da anfotericina B - Uso: candidíase na pele e mucosas - Adm VO e tópica (absorção no TGI desprezível), não é usada parenteral: muito tóxica ● Derivados azólicos tópicos Imidazóis: Cetoconazol xampu e creme Miconazol creme vaginal, loção e pó Clotrimazol loção, solução, creme vaginal, pastilhas, comprimidos vaginais - Uso: dermatite seborreica, pitiríase versicolor, dermatófitos, candidíase oral e vulvovaginal - Efeito adverso local: dermatite de contato, irritação vulvar e ederma ● Alilaminas e benzilamina - Ação: inibem a esqualeno epoxidase - Alilaminas: terbinafina (creme/solução), naftifina (creme/gel) e amorolfina (esmalte) - Benzilamina: butenafina (pomada) - Uso: dermatofitoses
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