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ENDODONTIA O tratamento endodôntico tem como objetivos principais a resolução de quadros de inflamação pulpar ou periapical. Para que estes objetivos sejam alcançados, o espaço ocupado pelo tecido pulpar sofrerá intervenção profissional. Para que o tratamento endodôntico seja adequadamente executado, é imprescindível o conhecimento tridimensional da anatomia dental incluindo o número de raízes, número de canais, localização dos mesmos, formato da cavidade pulpar além das possíveis curvaturas e singularidades anatômicas que podem ser encontradas nos diferentes casos a serem tratados (Machado et al., 2007; Roldi et al., 2010). Pineda e Kuttler, já em 1972, afirmavam que para desobstruir, preparar e preencher o canal radicular corretamente, é necessário conhecer detalhes da sua morfologia interna. Por outro lado, a realização de intervenções endodônticas sem este conhecimento poderá levar o caso ao insucesso e por vezes, à perda do elemento dental. A morfologia dentária apresenta características variáveis, revelando que a configuração dos canais não é apenas um espaço tubular único e sim um complexo sistema apresentando canais acessórios, canais secundários, canais laterais e comunicações (De Deus, 1992; Fabra-Campos, 1989). Torna-se importante para o profissional uma visualização espacial do sistema de canais radiculares incluindo as variações observadas entre os grupos dentários, entre as raízes de um mesmo dente e entre os canais existentes em uma mesma raiz. Acrescenta-se a isso, a localização do dente em relação ao arco dental (Grossman et al., 1988). Deve-se ter em mente ainda que, além dos aspectos anatômicos, condições patológicas podem alterar a anatomia da cavidade pulpar e seus arredores de maneira significativa. A modelagem e a limpeza do sistema de canais radiculares devem idealmente alcançar toda a cavidade pulpar e conhecer essas possíveis alterações será imprescindível para o sucesso da terapia endodôntica (Roldi et al., 2010). A polpa dental tem como função principal a formação de dentina, porém mesmo fisiologicamente, a deposição deste tecido mineralizado ocorre predominantemente em determinadas áreas do dente. Nos molares, por exemplo, a maior formação de dentina se localiza no teto e assoalho da câmara pulpar, ocasionando mudanças na morfologia interna e dificultando a localização da cavidade pulpar durante o acesso cirúrgico (Roldi et al. 2010). Polpa e dentina mantêm entre si uma relação fisiológica e patológica nos processos inflamatórios. A reação a estímulos externos provoca alterações na anatomia interna como resposta. Frente a determinantes como idade e irritantes, podem ocorrer alterações importantes na morfologia da cavidade pulpar (Roldi et al., 2010). Do ponto de vista clínico, o profissional deve observar fatores determinantes de modificações anatômicas como a idade, presença de agentes irritantes como cáries extensas, presença de calcificações, reabsorções dentárias, histórico de trauma, etc. Os dentes possuem em seu interior uma cavidade chamada de cavidade pulpar, onde se encontra a polpa dental. A cavidade reproduz a morfologia externa do dente e nela se distinguem duas porções: uma coronária (câmara pulpar) e outras radiculares (canal radicular). A polpa dental é um tecido conjuntivo fibroso, ricamente vascularizado que se estende por todo o interior do dente. Obviamente, para que nela se possa intervir cirurgicamente com segurança, torna-se imprescindível o conhecimento da anatomia interna dos diferentes grupos dentais. Porém, o interesse pelo assunto começa por volta de meados do século XIX. Fischer elaborou o primeiro trabalho sistemático a respeito, e Hess, aperfeiçoando a técnica de Fischer, chegou a conclusões que até hoje são conhecidas como completas e definitivas. Pelos trabalhos de vulcanização e diafanização de dentes humanos, comprovou-se a imensa variabilidade entre os aspectos topográficos da cavidade pulpar Referência Bibliográfica MANUAL DE FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS EM ENDODONTIA 2018 Equipe da Disciplina de Endodontia - FOUSP
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