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Química Orgânica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Marina Garcia Resende Braga
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Famílias dos Compostos de Carbono I
• Introdução aos Hidrocarbonetos;
• Nomenclatura de Compostos Orgânicos;
• Propriedades Físico-Químicas dos Hidrocarbonetos;
• Compostos Aromáticos – Breve Introdução.
• Apresentação sobre como identifi car nomenclatura, propriedades estruturais e físi-
co-químicas de hidrocarbonetos. Breve introdução aos compostos aromáticos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Famílias dos Compostos de Carbono I
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Introdução aos Hidrocarbonetos
Olá, seja bem-vindo(a) a mais uma unidade de Química Orgânica!
Nesta unidade, iniciaremos nossos estudos sobre as principais famílias de com-
postos orgânicos. A partir de agora, você conhecerá melhor os chamados Hidro-
carbonetos, que são uma família de compostos orgânicos formados somente por 
átomos de carbono e hidrogênio. Alguns exemplos de hidrocarbonetos: metano 
(CH4), eteno (C2H4) e propino (C3H4).
Bem, antes de começarmos a conversar sobre os hidrocarbonetos, vamos re-
lembrar alguns conceitos importantes.
Você já sabe que as ligações intramoleculares (interações que ocorrem no inte-
rior de uma molécula, ou seja, entre seus átomos formadores) predominantes em 
compostos orgânicos são as ligações covalentes, certo? Você se lembra da princi-
pal característica de uma ligação covalente?
Vamos recapitular: se há uma ligação covalente entre os átomos de uma molécu-
la, significa que há um compartilhamento de elétrons entre estes átomos. Geral-
mente, esse tipo de ligação ocorre entre elementos químicos que possuem de 4 a 
7 elétrons em suas camadas de valência. O hidrogênio, apesar de possuir apenas 1 
elétron em sua camada de valência, também é capaz de formar ligações covalentes 
com átomos de outros elementos.
As ligações covalentes podem ser classificadas de acordo com a quantidade de 
pares de elétrons compartilhados entre os átomos da camada de valência dos ele-
mentos de uma molécula. Nesta unidade, é importante que saibamos as seguintes 
classificações:
• Ligação covalente simples: há o compartilhamento de um par de elétrons 
(Figura 1);
Figura 1 – Representação da molécula de metano através de uma estrutura de Lewis. 
Neste caso, o carbono faz 4 ligações simples com 4 átomos de hidrogênio
8
9
• Ligação covalente dupla: há o compartilhamento de dois pares de elétrons 
(Figura 2);
Figura 2 – Representação da molécula de eteno (etileno) através de uma estrutura de Lewis. 
Observe que, neste caso, os dois átomos de carbono compartilham dois pares de elétrons, 
por meio de uma ligação dupla (sendo uma ligação δ e uma ligação π)
• Ligação covalente tripla: há o compartilhamento de três pares de elétrons 
(Figura 3).
Figura 3 – Representação de uma molécula de etino (acetileno) através de uma 
estrutura de Lewis. Agora, os dois átomos de carbono compartilham 3 pares de elétrons, 
ocorrendo, portanto, uma ligação tripla. Neste caso, temos uma ligação δ e duas ligações π
Mas por que é necessário relembrar todos estes conceitos sobre ligações cova-
lentes? A resposta é simples: os hidrocarbonetos podem ser divididos em alguns 
grupos. De acordo com a sua estrutura molecular, os hidrocarbonetos podem ser 
(ROQUE, 2011):
• Alifáticos: possuem cadeia aberta, sem anéis benzênicos. Exemplos: metano, 
etano, eteno etc.;
• Aromáticos: são compostos cíclicos formados por um ou mais anéis de ben-
zeno. Exemplos: benzeno, naftaleno, antraceno etc.
Alguns hidrocarbonetos também podem ter cadeias mistas, com partes aromáticas e alifáticas.
Ex
pl
or
Além disso, os hidrocarbonetos alifáticos ainda podem ser divididos em acíclicos 
(não possuem cadeia cíclica) e cíclicos (possuem cadeia cíclica). A partir disso, a 
subdivisão dos grupos é feita pelo tipo de ligação covalente presente entre os áto-
mos de carbono presentes na molécula do composto orgânico.
9
UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Os hidrocarbonetos acíclicos podem ser classificados em (SOLOMONS; FRYHLE, 
2012):
• Alcanos (também conhecidos como parafinas): compostos que apresentam 
apenas ligações simples do tipo carbono-carbono, ou seja, são hidrocarbone-
tos saturados;
• Alcenos, alquenos ou olefinas: compostos que apresentam ao menos uma 
ligação dupla carbono-carbono, ou seja, são hidrocarbonetos que apresen-
tam insaturação;
• Alcinos ou alquinos: compostos que apresentam ao menos uma ligação 
tripla carbono-carbono, ou seja, também são hidrocarbonetos que apresen-
tam insaturação.
Os hidrocarbonetos cíclicos possuem as mesmas características apresentadas 
nas classificações dos acíclicos, mudando apenas a nomenclatura para: cicloalca-
nos, cicloalcenos e cicloalcinos, e também o fato de a cadeia carbônica, neste caso, 
ser cíclica.
Logo, você verá nesta unidade a importância de saber a nomenclatura de hidro-
carbonetos, como identificá-los e quais são suas principais características estrutu-
rais e físico-químicas. Além disso, uma breve introdução aos compostos aromáticos 
também será apresentada.
Então, vamos começar?
Bom estudo!
Nomenclatura de Compostos Orgânicos
Devido à grande quantidade de compostos orgânicos existentes, com cadeias 
abertas ou cíclicas, além da presença de várias ramificações, foi necessário de-
senvolver uma forma universal para dar nome a estes compostos orgânicos. Essa 
nomenclatura foi regulamentada pela IUPAC (International Union of Pure and 
Applied Chemistry). O nome de uma substância orgânica é formado, principal-
mente, por (PAVANELLI, 2014):
prefixo + infixo + sufixo
Onde:
• O prefixo indica quantos carbonos estão presentes na cadeia principal do 
composto;
• O infixo indica o tipo de ligação covalente presente entre os átomos de carbo-
no das moléculas presentes no composto orgânico: simples, duplas ou triplas;
• O sufixo indica a família (função orgânica) a qual pertence o composto orgânico.
10
11
Importante!
Os prefi xos e infi xos vistos anteriormente são comuns a todas as famílias de compostos 
orgânicos, não apenas aos hidrocarbonetos. Neste caso, apenas o sufi xo mudará,pois 
existe um específi co para cada família. A Tabela 1 mostra alguns dos prefi xos mais co-
muns, enquanto a Tabela 2 mostra os infi xos, de acordo com o tipo de ligação covalente 
e a Tabela 3, os sufi xos, de acordo com cada família.
Importante!
Tabela 1 – Prefi xos de compostos orgânicos de acordo com o número 
de carbonos presentes na cadeia principal da molécula
Número de carbonos na 
cadeia principal
Prefi xo
1 Met-
2 Et-
3 Prop-
4 But-
5 Pent-
6 Hex-
7 Hept-
8 Oct-
9 Non-
10 Dec-
12 Dodec-
20 Eicos-
30 Triacont-
90 Nonacont-
Fonte: Solomons e Fryhle (2012), Bettelheim et al. (2012) e Pavanelli (2014)
Tabela 2 – Infi xos indicando o tipo de ligação covalente 
existente na molécula do composto orgânico
Tipo de ligação covalente 
entre carbonos
Infi xo
Apenas ligações simples -an-
Uma ligação dupla -en-
Duas ligações duplas -dien-
Uma ligação tripla -in-
Duas ligações triplas -diin-
Uma ligação dupla e uma tripla -enin-
Fonte: Solomons e Fryhle (2012), Bettelheim et al. (2012) e Pavanelli (2014)
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UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Tabela 3 – Sufixos indicando a qual família pertence o composto orgânico. 
Obs.: ésteres e éteres não entraram nesta tabela porque suas nomenclaturas 
têm alguns prefixos e infixos específicos, que veremos em unidades futuras
Função orgânica Sufixo
Hidrocarboneto -o
Ácido carboxílico -oico
Álcool -ol
Aldeído -al
Amida -amida
Amina -amina
Cetona -ona
Fonte: Solomons e Fryhle (2012), Bettelheim et al. (2012) e Pavanelli (2014)
Cadeias Ramificadas
As cadeias carbônicas podem ter várias ramificações. Portanto, é necessário 
determinar e numerar a cadeia carbônica principal, o que nos dará a certeza de 
que estaremos nomeando o composto de forma correta. Para determinar a cadeia 
carbônica principal, algumas regras devem ser seguidas:
A cadeia carbônica principal é formada pela maior sequência possível de átomos de carbo-
no. Pode estar em linha reta ou não.Ex
pl
or
1. Determine a cadeia principal e verifique o prefixo correspondente ao nú-
mero de carbonos dela;
2. Verifique se há a presença de algum grupo funcional. Se sim, a cadeia 
carbônica deve ser numerada a partir do carbono que contém o grupo fun-
cional. Se não, procure primeiro insaturações e, em seguida, ramificações. 
A ordem de prioridade da numeração é a seguinte: grupo funcional < insa-
turação (ligações duplas ou triplas) < ramificações;
3. Identifique as ramificações e suas respectivas nomenclaturas. É importante 
ressaltar que, ao nomear o composto, deve-se considerar a ordem alfabética 
quando for a hora de escrever as ramificações presentes na cadeia carbônica;
4. Caso haja mais de um radical do mesmo tipo, este é precedido por uma 
palavra que identifica quantidade. Por exemplo, se existem dois radicais 
metil na cadeia, o prefixo correto será dimetil. Os prefixos di, tri, sec e terc 
não são considerados em termos de ordem alfabética.
12
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Principais Ramifi cações em Cadeias Carbônicas
Considerando a presença de ramificações na cadeia carbônica principal, o nome 
do composto orgânico deverá ser dado da seguinte forma:
Posição da ramificação + nome da ramificação + prefixo + infixo + sufixo
As principais ramificações que você poderá encontrar em uma cadeia carbônica 
são as seguintes (Tabela 4):
Tabela 4 – Nomenclatura das principais ramifi cações de cadeias carbônicas
Nome Estrutura
Metil CH3 –
Etil H3C – CH2 –
Vinil H2C = CH –
n-propil H3C – CH2 – CH2 –
Isopropil
|
H3C – CH – CH3
n-butil H3C – CH2 – CH2 – CH2 –
Sec-butil ou s-butil
|
H3C – CH – CH2 – CH3
Isobutil
H3C – CH – CH3
|
CH2
|
Terc-butil ou t-butil
|
H3C – CH – CH3
|
CH3
Fenil
Benzil
CH2 –
Fonte: Solomons e Fryhle (2012)
Importante!
De acordo com Solomons e Fryhle (2012, p. 145), “o princípio fundamental do siste-
ma IUPAC é: cada composto diferente deve ter um nome diferente e inequívoco.” 
Você pode consultar mais informações no site ofi cial da IUPAC: http://www.iupac.org
Trocando ideias...
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UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Agora já podemos iniciar nossos estudos envolvendo as classes de hidrocarbone-
tos. Veremos as principais características de alcanos, alcenos e alcinos. Vamos lá?
Alcanos ou Parafinas
Os alcanos estão mais presentes no seu 
cotidiano do que você imagina. O gás (GLP 
– gás liquefeito de petróleo) que usamos 
no fogão (Figura 4) como combustível para 
cozinhar alimentos, por exemplo, é com-
posto, na maior parte, por dois alcanos: o 
propano (C3H8) e o butano (C4H10). O gás 
natural (GN) também é utilizado para este 
fim, no entanto, apresenta algumas diferen-
ças em relação ao GLP.
O gás natural é formado por uma mistura 
de metano (CH4) e etano (C2H6), principal-
mente. Além disso, diferentemente do GLP, 
o gás natural é distribuído de forma enca-
nada à população e às indústrias, enquanto o GLP é o gás que é armazenado no 
botijão e comercializado em lojas especializadas. As duas misturas de gases são alta-
mente inflamáveis, portanto, é necessário muito cuidado com seu uso no dia a dia.
Vários alcanos podem ser obtidos, principalmente por meio do processamento 
de petróleo (Figura 5). Alcanos que contém de 1 a 4 átomos de carbono em suas 
moléculas são gases à temperatura ambiente. O metano, um dos componentes 
principais da atmosfera primitiva da Terra, ainda pode ser encontrado na atmosfera, 
mas em quantidades mínimas (SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
Figura 5 – Fábrica petroquímica
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 4 – O gás de cozinha (GLP), o gás que 
encontramos no botijão, contém alcanos em sua 
composição: propano e butano, por exemplo
Fonte: iStock/Getty Images
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Nomenclatura de Alcanos
Cadeia Não Ramificada
Os alcanos, como já vimos, são hidrocarbonetos saturados de cadeia aberta. Os 
nomes de alguns alcanos, suas respectivas fórmulas moleculares e fórmulas estru-
turais condensadas estão dispostos na Tabela 5.
Tabela 5 – Alcanos de cadeia aberta sem ramifi cações
Nome Fórmula molecular Fórmula estrutural condensada
Metano CH4 CH4
Etano C2H6 CH3CH3
Propano C3H8 CH3CH2CH3
Butano C4H10 CH3(CH2)2CH3
Pentano C5H12 CH3(CH2)3CH3
Hexano C6H14 CH3(CH2)4CH3
Heptano C7H16 CH3(CH2)5CH3
Octano C8H18 CH3(CH2)6CH3
Nonano C9H20 CH3(CH2)7CH3
Decano C10H22 CH3(CH2)8CH3
Dodecano C12H26 CH3(CH2)10CH3
Eicosano C20H42 CH3(CH2)18CH3
Fonte: Solomons e Fryhle (2012)
Analisando a Tabela 5, podemos concluir que a fórmula geral para alcanos não 
ramificados é CnH2n+2. Agora, veremos como proceder se o alcano possui ramifi-
cações em sua cadeia principal.
Cadeia Ramificada
Caso haja ramificações na cadeia carbônica principal do alcano, temos que to-
mar alguns cuidados e seguir as regras de nomenclatura vistas anteriormente nesta 
unidade. Considere, por exemplo, o seguinte composto:
Não deixe que a representação por estruturas em bastão o assuste. Caso fique 
em dúvida, desenhe a fórmula estrutural plana do composto. No entanto, em pri-
meiro lugar, você deve identificar a cadeia carbônica principal. Observe que, neste 
caso, a cadeia que possui o maior número de carbonos em sequência é a seguinte:
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UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Desenhando a fórmula estrutural plana do composto, temos:
Neste caso, tanto faz começar a numerar os carbonos pela direita ou pela es-
querda, pois as ramificações estarão nas mesmas posições. Agora, podemos come-
çar a montar o nome do composto:
• Quantos carbonos na cadeia principal? 9 carbonos – prefixo non;
• Há insaturação na cadeia carbônica principal? Não – infixo an;
• A qual família esse composto orgânico pertence? Hidrocarbonetos – sufixo o;
• Quais são as ramificações presentes e as posições que ocupam? 3 ramifica-
ções do tipo metil (trimetil), ocupando as posições 3, 5 e 7.
Logo, o nome do composto é: 3, 5, 7-trimetilnonano.
Agora é com você!
• Exercício 1: Determine, de acordo com as regras da IUPAC, o nome do se-
guinte composto:
Alcenos, Alquenos ou Olefinas
Os alcenos são considerados hidrocarbonetos insaturados,devido à presença de 
uma ligação dupla em suas estruturas. Os alcenos, assim como os alcanos, também 
estão presentes em nosso dia a dia. O eteno (também conhecido como etileno – Fi-
gura 6), que é o alceno mais simples existente, por exemplo, pode ser usado como:
• Substância anestésica em intervenções cirúrgicas;
• Fabricação de polímeros, como o polietileno (Figura 7), por exemplo;
• Amadurecimento de frutas;
• Matéria-prima para fabricação de explosivos, solventes e resinas.
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Figura 6 – Fórmula estrutural plana do eteno
Figura 7 – Um tipo específi co de polietileno pode ser usado para fabricação de sacolas plásticas
Fonte: iStock/Getty Images
Nomenclatura de Alcenos
Cadeia Não Ramificada
Ao contrário dos alcanos, os alcenos são hidrocarbonetos que possuem insatura-
ção em suas cadeias carbônicas. Isso significa que pelo menos uma ligação do tipo 
carbono-carbono deve ser uma ligação dupla. Caso haja duas ligações duplas na 
estrutura da molécula, os alcenos recebem a denominação de alcadienos. Assim 
sendo, quando possuem três ligações duplas são denominados de alcatrienos etc. 
Você pode verificar o nome de dois alcenos que não possuem ramificações em suas 
cadeias carbônicas principais na Tabela 6.
Tabela 6 – Nomenclatura, fórmula molecular e fórmula estrutural condensada de dois alcenos simples
Nome Fórmula molecular Fórmula estrutural condensada
Eteno C2H4 CH2CH2
Propeno C3H6 CH2CHCH3
Fonte: Solomons e Fryhle (2012)
Analisando a Tabela 6, pode-se afirmar que a fórmula geral de um alceno de ca-
deia não ramificada e que possui apenas uma ligação dupla é o CnH2n. Além disso, 
você deve ter notado que a nomenclatura de alcenos com mais de 4 carbonos na 
cadeia carbônica principal não é dada na Tabela 6. Isso porque, nestes casos, de 
acordo com as regras da IUPAC, deve-se indicar em qual carbono se encontra a 
insaturação. Por exemplo, considere o seguinte composto:
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UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
De acordo com as regras já vistas nesta unidade, devemos iniciar a numeração 
dos carbonos de forma que o carbono que tiver a insaturação receba o menor 
número possível. Logo, devemos iniciar a numeração da esquerda para a direita. 
Feito isto, o nome do alceno é dado da seguinte forma:
prefixo + infixo + posição da insaturação + sufixo
Portanto, o nome do composto anterior será: but-1-eno (você também poderá 
encontrar 1-buteno em alguns livros de química). Sua fórmula molecular é C4H8.
Agora observe a estrutura deste outro composto:
Considerando as regras já vistas, a numeração carbônica ficará da seguinte forma:
Logo, o nome do composto será but-2-eno. Note, contudo, que a fórmula 
molecular do but-1-eno é a mesma do but-2-eno. Então, a posição da insaturação 
é justamente o que irá diferenciá-los. Por isso, é importante nomear o composto 
corretamente para que não haja esse tipo de confusão entre compostos diferentes 
que apresentam a mesma fórmula molecular.
Este fenômeno que ocorre com alguns compostos é chamado de isomeria. No 
caso em questão, but-1-eno e but-2-eno apresentam a chamada isomeria de posi-
ção, pois a diferença entre os dois é justamente a posição da insaturação.
Isomeria: é o fenômeno que ocorre quando dois os mais compostos apresentam a mesma 
fórmula molecular, no entanto, apresentam diferenças em suas fórmulas estruturais.Ex
pl
or
Outro tipo de isomeria que ocorre com o but-2-eno é a isomeria geométrica, 
também conhecida como isomeria cis-trans. Observe o composto a seguir:
18
19
Note que, se formos nomeá-lo, também será but-2-eno. Então, como diferenciar 
os dois compostos? No caso da isomeria cis-trans, traça-se um plano imaginário 
paralelo à insaturação, da seguinte forma:
Observe que, no composto (a), ligantes iguais estão representados do mesmo 
lado do plano. Isso caracteriza uma isomeria do tipo cis. Já no composto (b), os 
ligantes iguais estão em diferentes lados do plano, caracterizando uma isomeria 
trans. Logo, para diferenciar os dois compostos, devemos nomeá-los da seguinte 
forma: (a) cis-but-2-eno e (b) trans-but-2-eno. Caso seja apresentada apenas a fór-
mula molecular condensada do composto, não sendo possível saber sua estrutura, 
ele pode ser chamado de b ut-2-eno, para fins didáticos.
Importante!
Não nos concentraremos no estudo de compostos isômeros neste momento. Logo, nesta 
unidade, foi dada apenas uma breve explicação sobre o assunto, que será aprofundado 
em unidades futuras.
Importante!
Cadeia Ramificada
Observe a estrutura do composto orgânico a seguir:
Devemos iniciar a numeração dos carbonos onde for mais próximo da insatu-
ração (ligação dupla carbono-carbono, neste caso). Por esta numeração, já conse-
guimos dar nome ao nosso composto. Sabemos que possui uma ligação dupla no 
carbono nº 1 (sempre considere o menor número, por exemplo, entre 1 e 2, será 
1), é um alceno (possui 5 carbonos na cadeia principal) e possui duas ramificações 
do tipo etil nos carbonos nº 2 e nº 3. Logo, o nome do composto será: 2,3-dietil-
-pent-1-eno.
Você sempre deve seguir os passos dados nesta unidade quando quiser nomear 
um alceno de acordo com as regras da IUPAC. Nos alcenos de cadeia cíclica, a no-
menclatura é dada de maneira semelhante. Você pode encontrar alguns exemplos 
no Capítulo 12 de Bettelheim et al. (2012).
19
UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Alcinos ou Alquinos
Os alcinos são hidrocarbonetos que também possuem insaturação em suas ca-
deias carbônicas principais. No entanto, ao invés de ligações duplas, apresentam 
ligações triplas do tipo carbono-carbono. Os alcinos podem ocorrer tanto na natu-
reza (em poucas quantidades) quanto podem ser também produzidos em laboratório 
(SOLOMONS; FRYHLE, 2012).
O alcino mais simples que existe é o etino (também conhecido como acetileno 
– Figura 8). À temperatura ambiente, encontra-se na forma gasosa e possui um 
cheiro bastante desagradável. Além disso, é um composto bastante instável, de 
forma molecular C2H2. O acetileno pode ser usado como (FONSECA, 2018):
• Matéria-prima para produção de fibras têxteis e polímeros;
• Síntese de outros compostos orgânicos, como o álcool etílico, por exemplo;
• Combustível para maçaricos (Figura 9).
Figura 8 – Fórmula estrutural do etino
Figura 9 – O gás acetileno pode ser usado como combustível para maçaricos
Fonte: iStock/Getty Images
Nomenclatura dos Alcinos
Cadeia Não Ramificada
A presença do sufixo -ino é o que caracteriza um alcino. Os alcinos mais simples 
são o etino e o propino. Quando falamos de alcinos maiores, temos que encontrar 
a cadeia carbônica principal do composto, e a partir daí nomeá-lo de forma ade-
quada. Vejamos alguns exemplos. Observe o composto abaixo:
20
21
A cadeia carbônica já está numerada, considerando a extremidade que propor-
cionou o menor conjunto de números para a ligação tripla carbono-carbono (2 e 3). 
Como sabemos que a cadeia contém 6 carbonos, e também já temos em mente a 
posição da ligação tripla, podemos nomear o composto como hex-2-ino. A fórmu-
la molecular do hex-2-ino é C6H10.
Cadeia Ramificada
Quando temos ramificações na cadeia carbônica de alcinos, a nomenclatura é fei-
ta tal como a dos alcenos. Considere o seguinte composto orgânico, por exemplo:
Neste caso, a cadeia carbônica principal foi numerada seguindo-se as regras já 
vistas nessa unidade. Agora, sabendo-se que: o composto possui 4 carbonos em 
sua cadeia principal, uma ligação tripla e uma ramificação do tipo metil, já pode-
mos nomeá-lo como 3-metil-but-1-ino.
Após uma discussão sobre algumas características e a nomenclatura de alcanos, 
alcenos e alcinos, vamos estudar as principais propriedades físico-químicas destes 
hidrocarbonetos.
Propriedades Físico-Químicas 
dos Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são compostos apolares e suas forças intermoleculares são 
do tipo dipolo induzido-dipolo induzido (também chamadas de forças de dispersão de 
London). Logo, não são solúveis em água, mas sim em outros compostos apolares.
Os alcano s possuem pontos defusão e ebulição mais baixos do que quase todos 
os compostos de mesma massa molecular (BETTELHEIM et al., 2012). No entan-
to, quanto maior a cadeia carbônica, maiores serão os pontos de fusão e ebulição 
do composto. Substâncias que contêm ramificações possuem pontos de fusão e 
ebulição menores do que outras não ramificadas de mesma massa molecular. Alca-
nos líquidos e sólidos são menos densos que a água.
Alcenos e alcinos possuem propriedades semelhantes às dos alcanos. Além dis-
so, vale ressaltar que os hidrocarbonetos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos à 
temperatura ambiente.
21
UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Compostos Aromáticos – Breve Introdução
Os compostos aromáticos são hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis 
benzênicos em suas fórmulas estruturais. O benzeno (Figura 10), cuja fórmula mo-
lecular é C6H6, é um composto considerado estável, alternando ligações simples e 
duplas entre os carbonos que o formam. As ligações entre carbonos presentes no 
benzeno apresentam ressonância, o que significa que os elétrons podem mudar de 
posição nas ligações sem alterar a posição dos átomos.
Figura 10 – Representações estruturais do benzeno
Alguns compostos aromáticos bastante conhecidos estão representados na 
Figura 11.
Figura 11 – Fórmulas estruturais dos seguintes compostos aromáticos: (a) naftaleno, (b) antraceno e (c) pireno
Existem várias substâncias em nosso cotidiano que foram produzidas a partir 
do benzeno, tais como: jeans, poliéster, medicamentos, fibras têxteis, entre outros 
(PAVANELLI, 2014). Continuaremos falando sobre compostos aromáticos em uni-
dades futuras, ok?
Agora é com você!
• Exercício 2: Determine, de acordo com as regras da IUPAC, o nome dos 
seguintes compostos:
1. 
2. 
3. 
4. 
Chegamos ao fim de mais uma unidade. Qualquer dúvida, entre em contato 
com seu professor tutor! Não se esqueça de fazer as atividades desta unidade. Bom 
estudo, e até a próxima!
22
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Introdução à química orgânica
BETTELHEIM, F. A. et al. Introdução à química orgânica. São Paulo: Cengage Learning, 
2012. (e-book).
Consulte os Capítulos 11, 12 e 13 do livro de Bettelheim et al. (2012), para saber 
mais sobre alcanos, alcenos e alcinos. Resolva os exercícios propostos!
 Vídeos
Universidade da Química
Curso de química orgânica do canal Universidade da Química.
https://goo.gl/vVzvL6
 Leitura
Conheça a Diferença entre o Gás Natural e o GLP e Evite Acidentes
Saiba mais sobre o GLP e o GN, as principais diferenças entre as misturas de gases e 
as medidas de segurança que devem ser tomadas em suas utilizações.
https://goo.gl/nAhLg7
Inovações em Química
Notícia bastante interessante sobre processos químicos que envolvem hidrocarbonetos.
https://goo.gl/SPJmRW
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UNIDADE Famílias dos Compostos de Carbono I
Referências
BETTELHEIM, F. A. et al. Introdução à química orgânica. São Paulo: Cengage 
Learning, 2012. (e-book).
FONSECA, B. T. Acetileno. Disponível em: <https://www.infoescola.com/com-
postos-quimicos/acetileno/>. Acesso em: 18 nov. 2018.
PAVANELLI, L. C. Química orgânica: funções e isomeria. 1. ed. São Paulo: Éri-
ca, 2014.
ROQUE, N. F. Substâncias orgânicas: estruturas e propriedades. São Paulo: Edi-
tora da Universidade de São Paulo, 2011.
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. Rio de Janeiro: LTC, 
2012. v. 1. (impresso e e-book).
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