Prévia do material em texto
AN02FREV001/REV 4.0 52 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ARTE NA EDUCAÇÃO Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 53 CURSO DE ARTE NA EDUCAÇÃO MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 54 MÓDULO III 3 AS CONSTRUÇÕES EDUCACIONAIS PELA ARTE Começando pelas ideias de Pilloto (2007), muitas são as questões sobre o currículo que permeiam o contexto da arte na educação e, também, muitas são as inquietações. Uma delas está relacionada aos conteúdos de arte. Não há como não tomar emprestadas as palavras de Pilloto (2007) e delinear sua posição quanto a este quesito. Para ela, ainda hoje, as escolas e as ações docentes permeadas por estereótipos. O norte das práxis docentes está nas datas comemorativas, nas técnicas para colorir, no mimeografo, na cópia, e em tantos outros equívocos. Continuando, ela aponta que são várias as razões para esse fato e podemos destacar algumas delas: a fragilidade nos currículos de formação de professores, ainda presos a estruturas fragmentadas e disciplinares; a quase ausência de uma política de formação continuada por parte das escolas, das universidades e das redes educacionais; o espaço arquitetônico escolar, que não condiz com os pressupostos filosóficos contemporâneos; os projetos políticos que praticamente não saem do papel, entre tantos outros. Outra posição que a mesma autora relata é que com a construção e a disseminação dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998) e de outros documentos pensados, sistematizados e materializados em estados e municípios brasileiros, as dúvidas em torno da necessidade ou não desses documentos têm sido motivo de muitas discussões em grupos de estudos, seminários, congressos e encontros. Pontua também que não há como negar que os PCNs têm beneficiado alguns estados brasileiros, especialmente aqueles que ainda não possuem suas propostas curriculares. No entanto, é preciso que tenhamos discernimento que o referido documento não substitui a criação de propostas curriculares e ações específicas para cada região do País, pois é preciso respeitar e valorizar as diversidades culturais. AN02FREV001/REV 4.0 55 Pilloto (2007) também ressalta que é importante considerar que as propostas curriculares devem ter uma função democrática e que não existem fórmulas mágicas ou caminhos definitivos e homogêneos para todas as regiões. Uma proposta curricular será um instrumento funcional para a escola se, paralelamente, houver um trabalho de formação continuada, composta de estudos, relatos de experiência das ações docentes, avaliação da aprendizagem e construção contínua do documento. 3.1 PERSPECTIVAS DE AMPLIAÇÃO DA EDUCAÇÃO: DO TRADICIONAL AO ARTÍSTICO Integrando a legislação educacional que se seguiu à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) constituem documentos que visam a esboçar as principais linhas de referência para a educação escolar na perspectiva do desenvolvimento do ensino, com a finalidade de orientar a formulação das propostas curriculares das diversas regiões do Brasil, os projetos pedagógicos, as escolas e as ações dos docentes quanto à elaboração do planejamento didático propriamente dito. Mendes et. al. [s.d.] apontam que é preciso um olhar histórico sobre as diferentes iniciativas (teóricas, metodológicas, práticas) desenvolvidas no ensino de Arte. Essas iniciativas foram criadas atendendo a demandas diversas. Embora algumas delas tenham dominado o ensino de Arte em determinados momentos, outras se colocaram como possibilidades alternativas. No conjunto, essas diferentes iniciativas formam um corpus de conhecimento pedagógico acumulado na área do ensino de Arte. Para os mesmos autores, a educação tradicional baseava-se no ensino de Arte que era claramente hierarquizado nos seus conteúdos e em relação ao seu público-alvo. A arte era estudada nas academias de belas-artes e conservatórios de música. Na escola regular, encontravam-se as cadeiras de Desenho, Ginástica e Música. O ensino do Desenho orientava-se pela cópia e pela vertente geométrica. Esta representava uma simbiose entre as correntes positivista e liberal, ora voltada para a qualificação industrial, ora para o desenvolvimento do raciocínio. AN02FREV001/REV 4.0 56 Ainda apontam que, contrapondo-se ao domínio do desenho geométrico, houve ainda a proposta de inserir a Arte como atividade extracurricular, posteriormente integrada ao currículo com o objetivo de expressar e fixar os conteúdos de outras matérias. No ensino da Música, associa-se a tendência tradicional a um modelo tecnicista, centrado na aprendizagem de elementos técnico- musicais e realizado, por exemplo, por meio do solfejo. Aprender música, nessa acepção, significa aprender a decodificar uma partitura musical de modo mecânico, no qual a expressividade musical não tem lugar. As aulas de música nas escolas brasileiras, iniciadas ainda no século XIX, que alcançaram um destaque significativo a partir de 1930 com o movimento de canto orfeônico, estiveram baseadas nessa tendência tradicional. Mendes et. al. [s.d.] ainda contribuem que as atividades cênicas eram valorizadas na escola apenas em datas festivas, mediante apresentações de peças e outras formas dramáticas, geralmente visando ao desenvolvimento de valores cívicos e morais. No campo da Dança, esse período foi marcado pela ausência de uma proposta pedagógica efetivamente aplicada. O que se tinha era uma proposta de trabalho corporal equivocadamente ligada à Educação Física. A presença da Ginástica como disciplina indica a preocupação higienista e disciplinar com o corpo do educando. Nas novas escolas, associava-se a postura correta a uma escrita clara e legível. A disciplinarização do corpo do aluno atendia também às normas higiênicas necessárias para indicar a diferença entre o contexto familiar e o escolar. No entanto, os autores anteriores ainda colocam que o estudo da estética do movimento, contemplado pela dança, ainda não estava estruturado como construção pedagógica no ambiente escolar. Durante o Estado Novo, inicia-se a chamada “pedagogização da arte” na escola: Desenho Geométrico nas escolas secundária e primária; Desenho Pedagógico nas Escolas Normais; cópia de estampas como forma de embelezamento das redações e dos trabalhos de outra natureza. Enquanto isso, nos liceus de artes e ofícios – destinados à classe operária visando à formação de mão de obra para o artesanato e a indústria emergente – o ensino de Arte assumia funções ainda mais utilitárias. Deve-se notar que a pedagogia tradicional é uma tendência que atravessou um vasto período, marcado pela coexistência de várias dimensões do ensino: formação artística; formação para o trabalho; desenvolvimento de aspectos técnicos, AN02FREV001/REV 4.0 57 cognitivos, éticos e cívicos; utilização de meios convencionais de transmissão cultural em conformidade com o trabalho no ateliê do mestre artesão, na preparação de corais, no treinamento teatral conforme os métodos de preparação profissional, etc. No entanto, estes autores citados anteriormente informam que o acesso a esses conteúdos não era democratizado no espaço escolar, mas efetivado de maneira discriminatória, de acordo com as classessociais. O ensino era centrado no professor e nos conhecimentos normativos, voltado apenas para a aquisição de informações, sem qualquer contextualização ou apreciação crítica, traduzindo o que Paulo Freire denominou de “educação bancária”. Quanto à situação da nova escola, relacionada à situação do artístico, a transcrição das palavras de Mendes et. al. [s.d.] apontam que nesta tendência teórico-metodológica, o ensino centra-se no aluno, sendo a arte utilizada para a liberação emocional, o desenvolvimento da criatividade e do espírito experimental na livre solução de problemas. Em decorrência da aproximação entre a Pedagogia e a Psicologia, valoriza-se a pesquisa sobre a “arte da criança”, com influência filosófica de John Dewey e Herbert Read, da psicologia cognitiva de Piaget, entre outros autores. Entra em pauta também o estudo da expressão dos doentes mentais, campo que desaguará nas conexões entre arte e terapia. Importante trabalho nesse campo foi o da Doutora Nise da Silveira com os internos do Hospital Psiquiátrico Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Nas Artes Plásticas, os mesmos autores pontuam que foram marcantes as pesquisas e as experiências educacionais de Victor Lowenfeld e Helena Antipoff, profundamente ligados ao trabalho nos ateliês. Na Música, a influência escolanovista evidenciou-se na proposta de iniciação musical feita por Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone, no final da década de 1930, no Rio de Janeiro – proposta que ocorreu paralelamente ao movimento do canto orfeônico; ambos tiveram influência de pedagogos musicais europeus, dentre eles Dalcroze, que buscava, no início do século XX, inovações no ensino da música. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela própria experiência com a Música. Linddy Chiaffarelli Mignone, na mesma perspectiva, propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão. Envolvendo todas as áreas artísticas, destaca-se o movimento das Escolinhas de Arte do Brasil (EABs), o que Moreira et. al. [s.d.] apontam que se tornaram importantes centros de formação de professores por meio dos Cursos AN02FREV001/REV 4.0 58 Intensivos de Arte-Educação (CIAEs). Merecem destaque os educadores Augusto Rodrigues, Noêmia Varela, Hilton, Carlos Araújo, Susana Rodrigues, Lucia Valentim, Margareth Spencer e outros. O ensino das Escolinhas, baseado na livre expressão, contrapunha-se ao modelo diretivo da escola regular, normatizado pelo Ministério da Educação e pelas Secretarias de Educação Estaduais, e ao modelo de formação de professores, ainda incipiente. No entanto, apesar da inovação conceitual, as propostas e experiências didáticas organizadas em apostilas nos cursos dados pelas EABs, converteram-se, posteriormente, em receituários de técnicas. Mais especificamente Mendes et. al. [s.d.] esclarecem que nas Artes Cênicas, com a criação do Curso Prático de Teatro do Serviço Nacional de Teatro (SNT), em 1939, e da Escola de Arte Dramática de Alfredo Mesquita (1948), surgiram oportunidades relacionadas ao ensino do teatro em muitos lugares do Brasil. A maioria delas em espaços informais, sendo difundido o modelo curricular pautado no tripé “formação cultural, fundamentos técnicos e trabalho de interpretação/encenação”. Contudo, a repercussão na educação básica demorou a ser disseminada, talvez pelo formalismo dessa proposta e posteriormente em decorrência da pressão da Educação Artística. Na área de Dança, a Universidade Federal da Bahia cria, em 1956, o primeiro curso de ensino superior de Dança no Brasil. O curso nasceu com um caráter de vanguarda, tendo como primeira diretora a dançarina polonesa Yanka Rudzka, que trouxe as marcas do expressionismo alemão, contrariando a corrente do balé clássico, dominante na época. Na década de 1960, a formação de professores de Arte tem novo impulso com a implantação do projeto de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília. Apesar de cerceada logo nos seus primórdios pelo regime militar, essa proposta de ensino de Arte foi sendo concebida baseada na interdisciplinaridade, profundamente ligada ao trabalho nos ateliês de artes plásticas e a experimentações no campo da Música. Quanto a proposta da Escola Nova, Mendes et. al. [s.d.] citam que é reconhecida pela ênfase nos aspectos afetivo e psicológico do aluno. É criticada por desconsiderar o contexto sociocultural e político. A concepção “espontaneísta” do conhecimento que floresceu no seio dessa tendência, típica também do experimentalismo das vanguardas artísticas, é criticada por recusar o saber sistematizado e o acesso à tradição artística a fim de preservar a “inocência” criativa das crianças. AN02FREV001/REV 4.0 59 3.2 O AUXÍLIO DA ARTE À COGNIÇÃO A influência da Psicologia sobre a Educação se constitui em um tema sempre presente no estudo do desenvolvimento cognitivo e sua relação com o processo ensino-aprendizagem. A Psicologia é sempre uma fonte natural fornecedora de aportes teóricos para o estudo do comportamento e da aprendizagem humana e, porque não também sobre a própria arte. Japiassu [s.d.] traz que o entendimento da Arte enquanto processo de cognição que mobiliza tanto o intelecto como a intuição ou afetividade do sujeito desafia o paradigma científico positivista da modernidade a reconhecê-la como modalidade cultural de pensamento-ação. Almeida (2005) faz uma busca histórica sobre a temática e destaca que no Livro X de A República, Platão exprime uma opinião desfavorável à arte e ao papel que ela deve ter na formação dos cidadãos, argumentando que a arte é imitação e que, justamente por isso, não proporciona conhecimento. Kant, por sua vez, na secção da Crítica do Juízo intitulada Analítica do Belo, estabelece uma clara distinção entre os interesses estéticos e os interesses cognitivos. O objetivo desta dissertação é mostrar que nem Platão nem Kant têm razão e que, ao contrário do que sustentam, a arte tem valor cognitivo, permitindo-nos alargar o nosso conhecimento do mundo e da própria natureza humana. O mesmo autor cita ainda que já não é pacífico afirmar que a arte em geral, e não apenas uma pequena parte das obras de arte, aumenta o nosso conhecimento – não é de modo algum óbvio que muita da chamada “pintura abstrata”, grande parte da arquitetura e alguma música instrumental tenham uma função cognitiva. E menos pacífico ainda é sustentar que a importância geralmente atribuída à arte reside, sobretudo, no seu conteúdo cognitivo. Almeida (2005) ainda relata que, basicamente, podemos encontrar dois tipos de teorias anticognitivistas: as teorias instrumentalistas e as teorias não instrumentalistas. AN02FREV001/REV 4.0 60 As teorias não instrumentalistas defendem que a arte não é um meio para seja o que for exterior a si mesma, pelo que o valor da arte é autônomo. Ou, como alguns filósofos dizem, é intrínseco às obras de arte. O formalismo é o principal exemplo de uma teoria não instrumentalista. As teorias instrumentalistas, por sua vez, defendem que o valor da arte depende daquilo que ela nos permite alcançar, que tanto pode ser o prazer como qualquer outro tipo de experiências que consideramos compensadoras e importantes. As teorias não instrumentalistas têm tendência a ser também anticognitivistas, ao passo que o cognitivismo é geralmente visto como uma forma particular de instrumentalismo. Para o cognitivismo estético, é o conhecimento de certos aspectos da realidade, de outro modo inacessíveis, que justifica o valor geralmente atribuído à arte. Neste sentido, a arte não tem valor autônomo. Almeida (2005) questiona então se “a arte proporciona conhecimento acerca de quê?” De um modo geral, as obras de arte exigem ser compreendidas, requerendo algum tipo de atividade cognitiva, pois tal compreensão envolve ideias, sentimentos e atitudes. Isto sugereque as obras de arte são acerca de algo, que têm conteúdo ou que veiculam algo. Resta saber se trata ou não de algo exterior às próprias e o quê. Como resposta à pergunta colocada, David Novitz1 (1998) indica três possibilidades acerca do tipo de coisas que a arte nos permite conhecer: • O conteúdo das próprias obras de arte, ou seja, o universo imaginário e ficcional por elas criado; • O mundo real (não ficcional), disponibilizando informação relevante ou contribuindo com um importante insight sobre a melhor forma de o sistematizar e compreender; • A natureza da emoção e seu funcionamento. E Efland (1998) traz que a suposição de que as Artes exigem menos intelectualmente do que as ciências vêm do conceito de cognição, limitada em grande parte aos meios formais de pensamento que possuem caráter proposicional. Os conceitos de cognição expandiram-se e passaram a incluir outras formas de pensamento: a cognição é processamento de símbolos; a cognição está situada no 1 Ver: NOVITZ, David. Aesthetics and Epistemology. In: KELLY, Michael. Encyclopedia of Aesthetics, Oxford: Oxford University Press, 1998. AN02FREV001/REV 4.0 61 contexto cultural do aprendiz; a cognição construtivista alega que o aluno constrói sua própria compreensão, que a realidade que nós atribuímos ao mundo em que habitamos é construída. O pensament(o)ação artístico portanto, conformde define Japiassu[s.d.] é uma modalidade de "pensamento não verbalizado" e sua expressão constitui "linguagem não intelectual". Ocorre que a influência "distante e indireta" da fusão do pensamento e da linguagem - do pensamento verbal expresso através da linguagem intelectual - sobre o pensament(o)ação á qual se refere Vygotsky na citação acima apenas se aplica á uma distinção heurística entre o modo biológico (inferior) e o modo cultural (superior) de atividade psíquica dos seres vivos, isto é, ás suas origens orgânicas. 3.3 DESENVOLVENDO A MEMÓRIA “A memória é como um músculo. Precisa de exercícios, senão fica flácida.” A frase é do neurocientista Inván Izquierdo, diretor do Centro da Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Os benefícios de se ter uma memória em sua melhor forma são inegáveis. “Cuidando bem do cérebro, temos uma vida equilibrada, porque conseguimos dar conta do mundo. Isso eleva nossa autoestima e nos permite ter um bom desempenho social e profissional” (INVÁN IZQUIERDO). Brito (2011) ainda acrescenta: Manter a memória ativa também ajuda a envelhecer melhor e diminui as chances de desenvolver doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer. E tem mais: estudos comprovam a relação entre a boa memória e a criatividade. Para criar coisas novas, é fundamental acessar referências de livros, filmes, cursos, além de lembrar as boas histórias que nos contam. Se temos passagem livre para nossos arquivos, o cérebro ganha maior capacidade de abstração e temos mais facilidade para pensar em algo inédito. Segundo Goetry e Pinheiro (2012), a memória envolve as capacidades de extrair a informação, registrá-la na memória de curto prazo, e eventualmente de longo prazo, e de lembrá-la. É bem conhecido que muitas crianças com dislexia têm AN02FREV001/REV 4.0 62 dificuldades com a memória de curto prazo. Por exemplo, elas podem ter esquecido o começo da sentença ao chegarem ao seu final. As técnicas para visualização e o uso dos mapas mentais que descrevemos para melhorar a compreensão e a composição ajudam a memória em todos os contextos. TABELA 1 - TÉCNICAS PARA VISUALIZAÇÃO E USO DE MAPAS MENTAIS PARA MELHORAR COMPREENSÃO E AJUDAR NA MEMORIZAÇÃO Imagine que você está no seu lugar favorito, que você conhece bem, e siga os seguintes procedimentos: 1 - Ver Veja este lugar em sua cabeça, esteja neste lugar. Está bem claro este lugar em sua cabeça? Que cores você pode ver? A cena está como numa boa foto? 2 - Ouvir Você pode usar sua imaginação e ouvir os sons associados a este lugar? Pode ouvir os sons do vento nas árvores? Das ondas na praia? Os sons são claros? São eles uma parte importante da cena? 3 - Toque Toque algumas coisas nesse lugar imaginário. Sinta um objeto. Você pode sentir sua textura, temperatura, e a brisa em sua pele? 4 - Cheiro Transforme este lugar em sua mente e traga para dentro dela os perfumes associados à cena (fumaça saindo das chaminés, o perfume da brisa, ou o cheiro de iodo do mar) 5 - Teste Você pode sentir o gosto de sal em sua boca? Se você tivesse que comer nesse lugar, pode imaginar a comida, e os sucos digestivos que estão fluindo? AN02FREV001/REV 4.0 63 Há outras dez situações que favorecem a memória conforme a Union Brasil (1999): 1 - Saiba que no aprendizado, retemos: 10% do que é lido, 20% do que é escutado, 30% do que é visto, 50% do que é visto e escutado (audiovisual), 70% do que é ouvido e logo discutido, 90% do que é ouvido e logo realizado. Utilize esses conhecimentos para melhorar sua aprendizagem e para perceber amplamente o universo ao seu redor. 2 - Mantenha-se alerta e presente em suas atividades diárias. Não se preocupe. 3 - Escreva recados e lista de compras de maneira organizada. Visualize na tela mental as imagens correspondentes, segundo as técnicas aprendidas. Faça as compras guiando-se pela sua memória e no final confira sua lista. 4 - Identifique a voz da pessoa com quem fala ao telefone. Antes que ela se identifique. 5 - Escolha um ambiente e observe-o em todos os detalhes. Localize os objetos, avalie suas formas, cores e a distância entre eles. Após cinco dias, reconstrua as imagens na sua tela mental. 6 - Imagine uma música que você gosta e tente ouvi-la com todos os detalhes. O mesmo pode ser feito com sabores e com outros sons. 7 - Faça cálculos menores de cabeça ou no papel. Use a calculadora só para conferir. 8 - Mantenha-se atualizado. Leia livros e revistas. Vá ao teatro, cinema, shows, exposições, etc. Observe tudo e depois comente a respeito. 9 - Quando estudar um assunto, não sobrecarregue o cérebro estudando horas seguidas. Prefira sessões curtas (de 50 minutos a 1 hora e 30 minutos) e nos intervalos de descanso faça alguma atividade bem diferente. 10- Encare as dificuldades, o novo, como uma oportunidade de exercitar sua flexibilidade e capacidade de encontrar novas soluções. AN02FREV001/REV 4.0 64 Acredita-se que artistas, por exemplo, desenvolvem mais estes potencias, pois trabalham mais com este tipo de linguagem e imagem, a qual encontra-se ligada ao mundo das emoções. Motivo este que pode gerar um ponto de vista diferente. FIGURA 6 -DIFERENTES PONTOS DE VISTAS FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres? >. Acesso em: 14 jan. 2103. A imagem acima serve para exemplificar o que é ter um ponto de vista diferente, cuja escola gestáltica2 aponta para o princípio de percepções. 2 Gestalt, palavra alemã sem tradução exata em português, refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar": a palavra gestalt tem o significado "(...) de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos”. A Gestalt ou psicologia da forma, surgiu no início do século XX e, diferente da gestalt-terapia, criada pelo psicanalista berlinense Fritz Perls(1893- 1970), trabalha com dois conceitos: supersoma e transponibilidade. O psicólogo austríaco Cristian von Ehrenfels apresentou esses critérios pela primeira vez em 1890, na Universidade de Graz. De acordo com a teoria gestáltica, não se pode ter conhecimento do "todo" por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes: "(...)‘A+B’ não é simplesmente ‘(A+B)’, mas sim um terceiro elemento ‘C’, que possui características próprias." FONTE: Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Gestalt>. Acesso em: 14 jan. 2013. http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX http://pt.wikipedia.org/wiki/Fritz_Perls http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Graz AN02FREV001/REV 4.0 65 3.4 DESENVOLVENDO A IMAGINAÇÃO. Rischbieter (2011) aponta que desenvolver a imaginação é um objetivo que pode e deve ser perseguido ao longo de toda a escolaridade, da educação infantil ao ensino universitário. Entre os chamados “temas transversais”, o desenvolvimento da imaginação é um dos menos discutidos, mas um dos mais importantes. Para Vygotsky (1983), é na atividade do jogo, fundamental para o desenvolvimento da criança em idade pré-escolar, que surgem os primeiros sinais da mais importante das capacidades humanas: a capacidade de imaginar. Brincando, a criança cria situações fictícias, transformando o significado dos objetos com suas ações. Um cabo de vassoura vira um cavalo, um pedaço de pano vira um bebê, que a menina acalanta... Só a criança que brincou poderá tornar-se um adulto capaz de imaginar. Em um artigo clássico sobre o jogo infantil, Vygotsky (1983) afirma que “o velho adágio de que o brincar da criança é imaginação em ação deve ser invertido; podemos dizer que a imaginação, nos adolescentes e nas crianças, é o brinquedo sem ação”. FIGURA 7 - CAIXA DE PAPELÃO SE TRANSFORMA EM TV DURANTE BRINCADEIRA DE CRIANÇA FONTE: Disponível em: <http://lh4.ggpht.com/RIgu- ioKGCFD86Vm4OweAhp1w7tke4frE3AdTIRMhR2ul9AWH5HZWG7d6ZrtfZU9VLLIbdM=s170>. Acesso em: 14 jan. 2013. Rischbieter (2011) salienta que as crianças, até mesmo quando inventam personagens fantásticos, imitam os adultos em suas brincadeiras. Como dizia um dos grandes parceiros de Vygotsky, Leontiev: “Tanto nas histórias de fadas como AN02FREV001/REV 4.0 66 nas brincadeiras, os animais figuram como possuidores das funções e propriedades humanas em geral.” Para o mesmo autor acima, quando jogam, as crianças não se limitam a recordar “mecanicamente” ou “automaticamente” suas experiências sociais: Ao contrário, ao jogar, elas reorganizam suas experiências criativamente: A brincadeira da criança não é uma simples recordação do que vivenciou, mas uma reelaboração criativa de impressões vivenciadas. É uma combinação dessas impressões e, baseada nelas, a construção de uma realidade nova que responde às aspirações e aos anseios da criança. Assim como na brincadeira, o ímpeto da criança para criar é a imaginação em atividade. Quando falamos sobre Célestin Freinet3 e sua técnica do Texto Livre. Nesse contexto, é possível que muitas crianças queiram contar seus sonhos. É claro que você pode provocar as crianças, com uma pergunta como: “Alguém quer contar algum sonho que teve, ou até mesmo um pesadelo?” Por exemplo, uma criança pode contar que sonhou “que era um gigante”. A partir de um sonho desses, você pode fazer várias coisas como: • Sugerir que a criança desenhe o sonho, se quiser, ou o represente com fantoches, ou escreva-o. 3 Para Freinet, a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. Sua carreira docente teve início construindo os princípios educativos de sua prática. Ele propunha uma mudança da escola, pois a considerava teórica e portanto desligada da vida. Suas propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da maneira de pensar da criança e de como ela construía seu conhecimento. Através da observação constante, ele percebia onde e quando tinha que intervir e como despertar a vontade de aprender do aluno. De acordo com Freinet, a aprendizagem por meio da experiência seria mais eficaz, porque se o aluno fizer um experimento e der certo, ele o repetirá e avançará no procedimento; porém não avançará sozinho, precisará da cooperação do professor. Na proposta pedagógica de Freinet, a interação professor-aluno é essencial para a aprendizagem. Estar em contato com a realidade em que vive o aluno é fundamental. As práticas atuais de jornal escolar, troca de correspondência, trabalhos em grupo, aula-passeio são ideias defendidas e aplicadas por Freinet desde os anos 20 do século passado. Além das técnicas pedagógicas, o aspecto político e social ao redor da escola não deve ser ignorado pelo educador. Isto porque sua pedagogia traz em seu bojo a preocupação com a formação de um ser social que atua no presente. O professor deve mesclar seu trabalho com a vida em comunidade, criando as associações, os conselhos, eleições, enfim as várias formas de participação e colaboração de tudo na formação do aluno, direcionando o movimento pedagógico em defesa da fraternidade, respeito e crescimento de uma sociedade cooperativa e feliz. Há princípios no saber Pedagógico que Freinet considerava invariáveis, ou seja, independentes do local ou período histórico, certos pressupostos deveriam sempre ser levados em conta na prática educacional. Desta forma, postulou as chamadas "Invariantes Pedagógicas", consideradas como pilares de sua proposta pedagógica. http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Estudante AN02FREV001/REV 4.0 67 • Perguntar sobre o sonho: se ela teve medo; onde estava?; havia outras pessoas?, etc.. • Conforme o interesse da criança, e de outras crianças, pelo sonho, você pode até propor a invenção de uma história que comece com: “Eu sonhei que era um gigante e que todos tinham medo de mim...” E ainda Rischbieter (2011) contribui sobre a questão da imaginação e educação e seu desenvolvimento em que fantoches e marionetes podem gerar situações de comunicação e de expressão riquíssimas, ajudando a contar e a inventar histórias. Qualquer sala que tenha seu teatrinho (que pode até ser também a “televisão”) estará abrindo mais um canal para a expressão das crianças e para o desenvolvimento de sua imaginação. Seguindo sua linha de raciocínio, quando houver um espetáculo com fantoches por perto, será ótimo ir vê-lo e, se possível, conversar com as pessoas que o fazem, convidá-las para vir nos visitar, etc. Na era da internet, vídeos de qualidade – mostrando espetáculos de marionetes, dicas de como fabricá-las, etc. – também podem ser pesquisados, e os que tiverem mais qualidade podem ser aproveitados em nossas atividades. Mas o mais bacana mesmo é conhecer “ao vivo” o trabalho de bonequeiros e fazer parte da plateia de peças de teatro com fantoches. 3.5 DESENVOLVENDO O ENTENDIMENTO Segundo Veloso [s.d.], para alguns autores, competência significa o conjunto de qualificações que permite que uma pessoa tenha performance superior em um trabalho ou situação. Felippe [s.d.] traz neste aspecto que a resposta está na arte como uma manifestação criadora do homem que constrói a sua história e contribui para a construção da cultura de seu tempo. Não é difícil perceber como a arte ocupou função indispensável desde os primórdios da civilização e continua presente no cotidiano das pessoas. Conhecer arte hoje é participar melhor da vida. É buscar a qualidade de vida do ponto de vista emocional, mental, aumentando sua cultura e sensibilidade. Pinturas, desenhos, esculturas e todas as modalidades de arte são AN02FREV001/REV 4.0 68 formas expressivas que dizem sem falar, contam histórias sem palavras, pois utilizam outros códigos, outra sintaxe. É linguagem que expressa o que as palavras não alcançam explicitar, por isso tão importante para o homem e para a comunicação entre os homens. Fazer arte é experimentar o universo da criação, que de certa forma, nos aproxima da essência de sermos humanos. Fazer arte é correr os riscos da criação, é estar disponível e aberto para um olhar singular sobre os fenômenos, capturá-los, reordená-lospara chegar a formas originais. E, conforme a SAPT (2004), de um ponto de vista lato poder-se-á falar de Artes-Terapias, sendo estas intervenções psicoterapêuticas que recorrem aos mediadores: Pintura, Desenho, Modelagem, Escultura, Colagens, Drama e Jogos Dramáticos, Marionetes, Jogo de Areia, Expressão Corporal, Música, Canto, Poesia, Escrita Livre Criativa e Contos. O entendimento do fenômeno psicológico em Arte- Terapia deverá ter em conta as perspectivas afetiva-relacional, existencial e cognitiva. A expressão artística é central nesta psicoterapia. Através do objeto de criação temos acesso à informação e registro sobre o que é, acerca de quê e para quê, como e por que, sentimentos no momento e após, benefícios para o próprio e para os outros, etc. Assim, o objeto de arte tem uma função cognitiva, fornecendo ao sujeito informações sobre si próprio e ao arte-terapeuta um registro do processo. No entanto, o objeto de arte não interessa pelo seu valor informativo, ou mesmo estético, mas sim pelo seu valor como mediador da expressão, como veículo de elaboração e como ensaio do processo criativo. O contexto do processo arte- terapêutico não é usado para análise. O foco desta se situará na relação terapêutica. AN02FREV001/REV 4.0 69 3.6 DESENVOLVENDO HABILIDADES ANALÍTICAS Segundo Abaurre (2011), embora todos os documentos oficiais estabeleçam as grandes metas a serem alcançadas com a educação básica, cabe à escola, e particularmente ao professor, decidir quais estratégias favorecerão o desenvolvimento de habilidades e competências em sala de aula. Esse é, na verdade, o maior desafio a ser enfrentado por aqueles que acreditam na importância da adoção de novos parâmetros no processo de construção do conhecimento. Ela acrescenta que a matriz de referência para a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias procura identificar as operações essenciais (habilidades) que um aluno deve desenvolver ao longo da escolaridade básica, de modo a concluir sua formação dominando importantes competências relacionadas ao uso das linguagens. Elucidando, a autora ainda menciona que no momento de trabalhar as habilidades relacionadas a essa competência, devemos lembrar que as operações básicas a serem desenvolvidas pelos alunos envolvem: a capacidade de identificar recursos expressivos; propor soluções para problemas sociais a partir do conhecimento sobre linguagens e sistemas de comunicação; relacionar informações considerando a função social dos sistemas de comunicação; e posicionar-se criticamente em relação ao uso social das diferentes linguagens. Abaurre (2011) complementa que de modo geral, o trabalho com a linguagem corporal na escola tem sido prioritariamente associado a práticas físicas. A matriz de referência da área de Linguagens deixa clara a expectativa de que os alunos sejam capazes de reconhecer o importante papel das práticas corporais na expressividade e comunicação humanas. Nesse sentido, a instituição de ensino precisa abrir espaço para o trabalho com diferentes manifestações culturais que tenham no corpo o foco de sua realização. Para outro pensador, Magill (1977, p. 440), a educação geral-liberal é a expressão contemporânea da sabedoria prática. Na sua perspectiva, três são os objetivos fundamentais da educação geral: AN02FREV001/REV 4.0 70 1 - Ajudar no desenvolvimento de uma compreensão e perspectiva sobre o mundo adequadas à era pós-moderna; 2 - Desenvolver um senso de vocação ou de sentido na vida, para além do simples treinamento ou orientação para a "carreira"; 3 - Desenvolver nas pessoas a "arte de utilizar o conhecimento", ou seja, as competências básicas ou habilidades que equipem o indivíduo a viver feliz e efetivamente. Entre as competências relacionadas ao terceiro objetivo, Magill inclui as seguintes: a) Habilidades de comunicação – a capacidade de escrever, falar, e ouvir efetivamente e de usar a linguagem simbólica como a matemática e a linguagem do computador; b) Habilidades analíticas – a capacidade de raciocinar, formular e resolver problemas; c) Habilidades interpessoais – a capacidade de desenvolver e cultivar relações íntimas, viver e trabalhar efetivamente dentro de situações de grupo; d) Habilidades recreacionais – a capacidade de se engajar prazerosamente em atividades que são pessoalmente autorrenovadoras, tais como, jogo e educação permanente; e) Habilidades de cidadania – a capacidade de viver efetiva e responsavelmente na polis, sua própria sociedade ou estado, e em nosso tempo na sociedade mundial. AN02FREV001/REV 4.0 71 3.7 DESENVOLVENDO A HABILIDADES DE SÍNTESE Para Federicce (2011), a síntese de texto consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que um autor expressou de forma mais ampla. Desse modo, só devem ser aproveitadas as ideias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário. Para a realização de uma boa síntese é necessário, antes de mais, ter compreendido o texto original, para depois redigir um novo, com base no primeiro. A autora acima comenta que é importante que sublinhe as partes mais importantes e anote os pontos que deverão ser relatados em sua síntese. Introduza o texto, apresentando o tema, o nome do autor e exponha os fatores inerentes ao tema, ou seja, os pontos centrais do texto original. A ordem dos acontecimentos não tem necessidade de ser a mesma do texto original, mas devem-se respeitar as relações entre fatos, sem alterar significados que o autor quis transmitir. Evite copiar na íntegra, partes do texto original. Deve-se ter em mente que para ampliar as habilidades de uma boa síntese, é necessário, antes de mais, ter compreendido o texto original, para depois redigir um novo, com base no texto-fonte. 1ª fase: compreensão do texto original - Após a leitura global do texto em questão, deve-se proceder a detecção das ideias e dos acontecimentos principais, sublinhando as articulações lógicas e os exemplos. 2ª fase: construção do novo texto – Deve-se introduzir o texto, apresentando o tema, o nome do autor e a tese (se existir) e, depois, ilustrá-lo com a exposição dos fatores inerentes ao tema, ou seja, o problema do texto (o ponto central). Sendo uma síntese, a ordem dos acontecimentos não tem de ser igual à do texto original, mas tem-se que respeitar as relações entre fatos, sem alterar o seu significado. A síntese é sempre redigida na terceira pessoa, de forma concisa e clara, nunca transcrevendo em discurso direto. http://explicatudo.com/como-fazer-uma-sintese http://explicatudo.com/como-fazer-uma-sintese AN02FREV001/REV 4.0 72 3.8 DESENVOLVENDO A HABILIDADES DE CRIAR: “A ARTE QUE VEM DO LIXO” (RECICLAGEM – HISTÓRICO E EXEMPLOS.) Segundo o G1, um dos grandes problemas da reciclagem é o lixo tecnológico. O que fazer com o celular e o computador velho que já não usamos mais? Os resíduos de aparelhos eletroeletrônicos podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente e à sua saúde, pois contêm chumbo, fósforo e outras substâncias e, por isso não podem ser descartados com o lixo comum. Estima-se que em um ano são produzidas cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Foi pensando nisso que a artista brasileira Naná Hayne4 começou a criar telas e bijuterias, as "tecnojoias", a partir de eletrônicos usados. Nesse processo de criação, vale apostar em fios coloridos para dar forma à mulher da tela e preencher seus lábios com um pedaço de placa-mãe vermelha (sim, agora a opção de tons é maior). Se essa mesma peça ainda agradar no tom verde, ela pode servir de matéria-prima para um par de brincos ou pingente de colar. Dá também para usar teclas, sejam elas de PCs ou de celulares, na montagem de anéis. NANÁ HAYNE Donadeli (2010) contribui que tudo tem iníciocom a ideia do artista de que qualquer coisa se transforma em arte e, portanto, que também as pessoas possam se transformar com a arte. Outro ponto importante de compreensão são as imagens que brotam da criatividade de agentes de limpeza que transformam o lixo em luxo ou, no mínimo, em objetos para várias utilidades e acessórios. Com papéis de jornal e revistas, papelão, garrafas pet, copos descartáveis e isopor, o resultado misturado à tinta, verniz, cola e outros materiais podem ser surpreendentes aos olhos. 4 Naná Hayne é de Mairiporã, São Paulo. É artista plástica e artesã de joias muito especiais que denomina “tecnojoias”, trabalhando com lixo-digital. AN02FREV001/REV 4.0 73 FIGURA 8 - VASSOURAS PARA JARDIM COM GARRAFAS PET Estas vassouras para jardim com garrafas pet parecem versões ecológicas da vassoura da bruxa. Ótima para varrer folhas no jardim substituindo as vassouras de piaçava. FONTE: Disponível em: <http://reciclaedecora.com/reciclagem/passo-a-passo-de-vassouras-de- garrafas-pet/>. Acesso em: 14 jan. 2013. Veja o passo a passo para fazer a vassoura de garrafa pet: 1) Retire o rótulo da garrafa; 2) Retire o fundo cortando com estilete; 3) Faça cortes até a parte arredondada da garrafa; 4) A garrafa deverá ficar com várias tirinhas de cerca de 0,5 cm de comprimento; 5) Retire o gargalo com uma tesoura; 6) Faça 17 peças sem o gargalo e deixe somente uma com o gargalo; 7) Encaixe todas as peças sem o gargalo sobre a peça com o gargalo; 8) Está formada a base da vassoura; 9) Corte a parte superior de outra garrafa e encaixe por cima da base que você acabou de montar; AN02FREV001/REV 4.0 74 10) Encaixe com cuidado para não soltar as outras peças; 11) Faça dois furos; 12) Encaixe o arame para amarrar a vassoura; 13) Puxe o arame até o outro lado e amarre as pontas bem firmemente com a ajuda de um alicate; 14) Encaixe a vassoura em um cabo; 15) Bata um prego para fixar; 16) Está pronta a vassoura! 3.8.1 Dez maneiras de reutilizar garrafas pet FIGURA 9 - Vaso de planta feito com garrafa pet FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. As garrafas pet estão presentes no nosso dia a dia e são responsáveis por grande volume nos lixões e aterros sanitários, bem como pela contaminação do solo. Encaminhar estes resíduos para reciclagem é de extrema importância. Apesar disso, infelizmente a reciclagem não consegue dar conta de todo o material produzido pelas indústrias. Por isso, os trabalhos artesanais também são ótimas alternativas para diminuir a quantidade de plástico descartada e dar vida nova aos materiais. O CicloVivo separou dez ideias de como você pode reutilizar as garrafas pet usando muita criatividade. AN02FREV001/REV 4.0 75 3.8.1.1 Vaso de “cristal” A dica é fazer um vaso de garrafa plástica, com um acabamento que lembra um vaso de cristal, mas com a vantagem de ser inquebrável, sem custo algum e que ainda pode ser reciclado posteriormente. FIGURA 10 - VASO DE “CRISTAL” FEITO DE GARRAFA PET FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>.Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.2 Luminária oriental Usando a criatividade é possível criar peças úteis e personalizadas. A luminária oriental pode ser facilmente produzida, mas com o toque criativo dos ideogramas ela fica muito mais bonita. AN02FREV001/REV 4.0 76 FIGURA 11 - LUMINÁRIA FEITA COM PET FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.3 Quadro de tampinhas Apesar de grande parte das garrafas pet serem recicladas ou reutilizadas, muitas pessoas não sabem o que fazer com as suas tampinhas. Pensando nisso, ensinamos como fazer um quadro com estes objetos, o resultado é uma ótima peça de decoração, que pode ser feito por adultos e crianças. FIGURA 12 - QUADRO COM TAMPINHAS DE GARRAFA FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.>. Acesso em: 14 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 77 3.8.1.4 Horta vertical do “lar doce lar” O arquiteto Marcelo Rosenbaum, que comanda o quadro “Lar Doce Lar”, no programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo, embarcou de vez na onda da sustentabilidade. Um de seus projetos incluiu a Horta Vertical feita com garrafas pet. A ideia foi tão apreciada pelos internautas que ele explicou passo a passo como fazer um modelo parecido. FIGURA 13 - HORTA VERTICAL COM GARRAFAS PET FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.5 Jardineira A jardineira de garrafa pet é muito simples e pode ser feita em poucos minutos. Além disso, sua praticidade estimula o plantio de hortas em casa. AN02FREV001/REV 4.0 78 FIGURA 14 - JARDINEIRA DE GARRAFA PET FONTE: Disponível em: <http://cesaratorres.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.6 Cofrinho A norte-americana Martha Stewart ensinou uma técnica simples para transformar a garrafa pet em um cofrinho em formato de porco. O artesanato aplica a técnica de Upcycle e também serve para ensinar as crianças como cuidar adequadamente das finanças. FIGURA 15 - COFRE ESTILO PORQUINHO FEITO DE GARRAFA PET FONTE: Disponível em: <http://www.ciclovivo.com.br/noticia/saiba_como_fazer_um_cofrinho_reaproveitando_garrafas_pet>. Acesso em: 14 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 79 3.8.1.7 Horta caseira Damos a dica de como se construir uma horta caseira suspensa, reutilizando garrafas pet. A ideia é reaproveitar materiais que iriam para o lixo para cultivar suas próprias hortaliças. Além disso, a horta caseira é decorativa e deixa um aroma agradável no ambiente. FIGURA 16 - HORTA QUE UTILIZA GARRAFAS PET COMO VASOS FONTE: Disponível em: <http://www.planeta10.com.br/Kids/paginas_internas_kids/Noticias_internas/Lixo/421.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.8. Porta-lápis Nesta matéria ensinamos a reutilizar garrafas de refrigerante para fazer um porta-lápis sustentável. Ele é muito prático e ainda tem um design muito criativo. FIGURA 17 - PORTA-LÁPIS FEITO COM GARRAFAS PET AN02FREV001/REV 4.0 80 FONTE: Disponível em: <http://www.planeta10.com.br/Kids/paginas_internas_kids/Noticias_internas/Lixo/421.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.8.1.9 Vasos decorativos As flores são sempre ótimas opções para decoração doméstica. Por isso, separamos uma dica diferente: um vaso plantado de cabeça para baixo, criado a partir de materiais reciclados, como as garrafas plásticas. FIGURA 18 - VASO FEITO COM GARRAFA PET FONTE: Disponível em: <http://www.planeta10.com.br/Kids/paginas_internas_kids/Noticias_internas/Lixo/421.html >. Acesso em: 14 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 81 3.8.1.10 Caixinha “porta-treco” Uma sugestão muito criativa de artesanato com este material é transformá-lo em pequenas caixas “porta-treco” ou apenas decorativas. O efeito fica muito legal. FIGURA 19 - CAIXINHA PORTA-TRECO FONTE: Disponível em: <http://www.planeta10.com.br/Kids/paginas_internas_kids/Noticias_internas/Lixo/421.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. 3.9 PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS Reciclar, conforme o site Suapesquisa.com (2012), significa transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo. Esta necessidade foi despertada pelos seres humanos, a partir do momentoem que se verificaram os benefícios que este procedimento traz para o planeta Terra. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterramento, ou incineração. O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características. AN02FREV001/REV 4.0 82 O conceito de reciclagem é diferente do de reutilização. O reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro. Um exemplo claro da diferença entre os dois conceitos, é o reaproveitamento do papel. O papel chamado de reciclado não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo papel tem cor diferente, textura diferente e gramatura diferente. Isto acontece devido a não possibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de características diferentes. Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja "derretido", nunca irá ser feito outro com as mesmas características tais como cor e dureza, pois na primeira vez em que foi feito, utilizou-se de uma mistura formulada a partir da areia. Já uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida de volta ao estado em que estava antes de ser beneficiada e ser transformada em lata, podendo novamente voltar a ser uma lata com as mesmas características. A palavra reciclagem ganhou destaque na mídia a partir do final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias- primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente, e que havia falta de espaço para a disposição de resíduos e de outros dejetos na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo). Como disposto sobre a diferença entre os conceitos de reciclagem e reaproveitamento, em alguns casos, não é possível reciclar indefinidamente o material. Isso acontece, por exemplo, com o papel, que tem algumas de suas propriedades físicas minimizadas a cada processo de reciclagem, devido ao inevitável encurtamento das fibras de celulose. Em outros casos, felizmente, isso não acontece. A reciclagem do alumínio, por exemplo, não acarreta em nenhuma perda de suas propriedades físicas, e esse pode, assim, ser reciclado continuamente. De acordo com Kazazian (2005), o consumo humano de recursos naturais começou a ultrapassar as capacidades biológicas da Terra nos anos 1970. Contudo, vale lembrar que, somente a partir de então começaram a surgir os primeiros movimentos em prol do pensamento ecológico, pois o meio ambiente já demonstrava fragilidade e a sobrevivência “saudável” das gerações futuras começou a ser ameaçada. AN02FREV001/REV 4.0 83 Ferreira (2008) aponta que os resíduos ou lixos eletrônicos são considerados como aqueles aparelhos/materiais que são dados por inúteis, supérfluos e/ou sem valor gerados pela atividade humana. O maior perigo do avanço da tecnologia é o seu considerável impacto ambiental. Principalmente a indústria de computadores e seus periféricos eletrônicos que constituem um dos setores industriais que proporcionalmente ao peso dos seus produtos consomem recursos naturais tanto na forma de matéria-prima, como em termos de água e energia. Somando-se a esses dados, o consumismo em alta incentiva as indústrias a produzirem cada vez mais, diferenciando seus produtos, tanto pela forma quanto pela função, e os consumidores acabam comprando, não pelo produto em si, mas por impulso. De acordo com o site Planeta Sustentável, para reaproveitar latinhas de leite condensado, creme de leite e ervilhas, basta depois de usá-las tirar a “tampa”, lavar bem e enxugar a lata. Junte uma boa quantidade e faça pequenos bolos, que podem ser usados em sua casa como sobremesa ou como lembrancinhas de um aniversário. Para fazer o bolo, basta untar as latas por dentro, com manteiga, e despejar massa pronta até a metade e colocar no forno para assar. Para que a massa se acomode bem, bata de leve na bancada para tirar bolhas de ar. Se quiser, depois de pronto, coloque uma cobertura e enfeite com um papel colorido. Para aproveitar os espetinhos de churrasco, basta lavá-los bem com sabão de coco, que é menos prejudicial ao meio ambiente, e deixá-los secar sob o sol. Em seguida, basta amarrar em zigue-zague, as extremidades com um barbante que estará pronto um jogo americano. Para cada jogo serão usados 30 espetos. Cascas de frutas cítricas como laranja e limão podem virar um aromatizante de ambiente. Para isso é necessário apenas colocá-los ao fogo e o vapor será espalhado por toda a casa. Para fazer um pote com revistas antigas é preciso seguir os seguintes passos: primeiro, pegue uma folha e faça um canudinho; em seguida enrole-o bem apertado, como um caracol, esta será a base do seu pote; em cima desta base, cole outros canudinhos, um em cima do outro, sempre deixando um pedaço sobrando na parte de cima. Faça até a altura desejada. Os potes podem ter tamanhos variados para entrarem em harmonia com toda a composição. Segundo Californians Against Waste (2010), o chamado 3 Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar –, continuam a ser visto como uma lista hierárquica. Muitas AN02FREV001/REV 4.0 84 pessoas pulam para reciclagem, com as melhores intenções, pensando que é a melhor coisa a fazer. No entanto, a intenção do 3 Rs é colocar ênfase na redução da primeira fonte, em seguida, enfatizando a reutilização de nossos recursos, e em seguida, a reciclagem quando as duas primeiras opções foram exercidas. Reutilização é uma funcionalidade extremamente importante em nossa sociedade quando flexionada e pode desviar milhões de toneladas de lixo dos aterros a cada ano. Precisa de algumas dicas sobre como praticar a reutilização em sua vida diária? Aqui estão algumas sugestões para diferentes tipos de materiais (alguns são uma cortesia da cidade de Nova Iorque): FONTE: Disponível em:<http://www.google.com.br/search?hl=pt- BR&tbo=d&bih=613&biw=1152&tbm=isch&tbs=simg:CAQSYxphCxCo1NgEGgAMCxCwjKcIGjwKOgg BEhSFBPUEgAWGBPMEgQWCBYME9wTQBBog83lZR2vAc2WydLSWf_1rMUnyYc58kt5nKvCpo3zi nAX4MCxCOrv4IGgoKCAgBEgRxybH1DA&sa=X&ei=M1_kULGHAYX69QSYqoHgBg&ved=0CCgQw g4>. Acesso em: 14 jan. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 85 3.9.1 Papel Economize papel utilizado para listas de compras como notas e papéis de desenho para crianças; Escreva suas listas de compras em envelopes usados; Use aqueles pacotes postais para encapar livros; Reutilize jornal como papel de embrulho, ou use como revestimento para a gaiola de um bicinho de estimação. Você pode até mesmo melhorar a sua caixa de compostagem com algumas folhas de jornal. 3.9.2 Plástico Preencha garrafas plásticas vazias (como embalagens de enxaguantes bucais) com água e gelo para usar em seus refrigeradores para piqueniques e camping; Use potes de iogurte vazios, ou recipientes de requeijão para armazenar porções individuais de alimentos; Leve Tupperware quando sair para jantar, para trazer a sua casa sobras em vez de um solicitar saco ou caixa para a embalagem do alimento (ou usá- los para embalar biscoitos e batatas fritas que eles não ficar esmagados). 3.9.3 Vidro Transforme um frasco de palmito grande em um pote de biscoitos ou um pote de moedas; Mantenha pedaços e peças, como parafusos ou pregos, em frascos usados. AN02FREV001/REV 4.0 86 3.9.4 Metais Reutilize folhas de alumínio; Limpe bem as latas de alumínio usadas de ervilhas ou milho e cubra com papel velho para usar como porta-caneta ou porta-lápis.3.9.5 Em casa Use esponjas e toalhas, em vez de toalhas de papel descartáveis; Lave e reutilize sacolas plásticas; Use o pão velho para croutons, migalhas, recheio ou rabanada; Use pilhas recarregáveis; Use a sua própria caneca de café quando frequentar cafeterias; leve sua própria caneca para o trabalho em vez de usar copos descartáveis. Use escovas de dentes velha para engraxar sapatos. Reduza os resíduos perigosos associados com produtos de limpeza, substituindo-os por alguns menos nocivos. Por exemplo, vinagre e jornal para a limpeza de janelas, fermento em pó e água para remover mofo e bolor e vinagre para limpar os banheiros. Compre lâmpadas eficientes de supermercados, lojas de ferragens e lojas elétricas. Elas duram mais e você vai economizar dinheiro. Você dirige cinco minutos para pegar um pedaço de pão no supermercado? Vinte e cinco por cento de todas as viagens de carro são menos de um quilômetro. Ao andar de bicicleta ou a pé para viagens curtas, você vai economizar energia e dinheiro. 3.9.6 No escritório AN02FREV001/REV 4.0 87 Imprima cópias dos dois lados; Se possível, não imprima arquivos e, sim, salve-os eletronicamente; Faça circular um original de memorando em vez de fazer várias cópias; Use os dois lados de um papel de rascunho para anotações; Use canetas recarregáveis, lápis e dispensadores de fita. Segundo o Escritório de Assistência Ambiental de Minnesota, americanos (o público-alvo do estudo) jogam fora 1,6 bilhão de canetas cada ano. Desligue o monitor do computador quando sair por mais de uma hora. 3.9.7 Com as crianças Dê às crianças seus papéis já usados e que não precisa mais, restos de papelão e embalagens – a criatividade delas vai assumir a partir daí. 3.10 PINTURA COM TINTA DE TERRA Na China, tingimento com plantas, cascas e insetos foi rastreado como tendo mais de cinco mil anos. O processo de tingimento essencial mudou pouco ao longo do tempo. Tipicamente, o material corante é colocado numa panela de água e, em seguida, os tecidos a serem tingidos são adicionados ao vaso, o qual é aquecido e agitado até que a cor é transferida. Fibras têxteis podem ser tingidas antes da fiação, mas a maioria dos tecidos é tingida após a tecelagem. Muitos corantes naturais requerem o uso de produtos químicos chamados mordentes para ligar o corante para as fibras têxteis, tanino de galhas de carvalho, sal natural, alúmen, vinagre e amônia foram utilizados pelos primeiros tintureiros. Alguns corantes produzem odores fortes. http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Spinning_(textiles)&usg=ALkJrhh40PbFBnZG-7AhrIyIgpODFCAUdA http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Weaving&usg=ALkJrhhPFGRLE3H38KNn7f2BR_9-jGogcQ http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Mordant&usg=ALkJrhhqpEay2Ih9cGASNnwRiW8VWJGxsA http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Tannin&usg=ALkJrhjYaPFVOFCR8v7Z-guHYN_KOcIOPw AN02FREV001/REV 4.0 88 Ao longo da história, as pessoas têm seus tecidos tingidos usando materiais disponíveis localmente, mas corantes escassos que produzem cores brilhantes e permanentes, como os corantes naturais de invertebrados tornaram-se itens de luxo altamente valorizados no mundo antigo e medieval. Corantes à base de plantas, tais como pastel, índigo e açafrão foram criados comercialmente e foram bens comerciais importantes nas economias da Ásia e da Europa. Em toda a Ásia e África, tecidos estampados foram produzidos usando técnicas de tingimento para controlar a absorção de cor em peças tingidas, como cochonilha e campeche, que foram levados para a Europa pelos espanhóis, e os corantes da Europa, que foram levados pelos colonos para a América. 3.10.1 Vermelho e rosa Uma variedade de plantas produz tinturas vermelhas, incluindo um número de liquens, henna, alkanet ou bugloss tintureiro, e plantas relacionadas da família Rubia. São nativas de muitas zonas temperadas em todo o mundo, e têm sido usadas como fonte de bom corante vermelho (rosa garança) desde a pré-história. Madder foi identificado em linho no túmulo de Tutankhamon. Madder era um corante de importância comercial na Europa, sendo cultivada na Holanda e França para tingir os casacos vermelhos de uniformes militares até que o mercado entrou em colapso após o desenvolvimento do sintético alizarina, em 1869. Madder também foi utilizada para tingir os caças da Grã-Bretanha de rosa. Munjeet ou garança indiana (Rubia cordifolia) é nativo do Himalaia e outras montanhas da Ásia e Japão. Munjeet era um corante importante para a indústria de algodão asiático e ainda é usado por tintureiros de artesanato no Nepal. Puccoon ou bloodroot (sanguinaria canadensis) é um corante vermelho popular entre os nativos do sudeste americano. Artistas do Texas e da Louisiana usavam a água de carvalho para produzir vermelho. A delicada cor de rosa em tapetes da etnia americana navajo vem do cacto de pera espinhosa fermentado. Tecelões navajos também usavam a água da chuva e terra vermelha para criar corantes rosa-salmão. http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Cochineal&usg=ALkJrhhm4xvPTaGb_asIngLDIwrWL7eW7Q http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Spain&usg=ALkJrhgF01sqUPmWF0TwFan0PDxrbMJoyg AN02FREV001/REV 4.0 89 3.10.2 Laranja Tintureiros navajos criaram corantes laranja de uma planta chamada zimbro, da qual faziam um tipo de chá. 3.10.3 Amarelo Corantes amarelos são quase tão numerosos quanto os vermelhos, e podem ser extraídos do açafrão, da casca de romã e de algumas plantas daninhas. Foi uma tintura importante do antigo Mediterrâneo e Europa e é indígena para a Inglaterra. Dois brilhantes corantes amarelos de importância comercial na Europa que surgiram a partir do século XVIII são derivados de árvores das Américas: quercitron da casca interna de carvalhos nativa da América do Norte e tatajuba de amoreira, das Índias Ocidentais e do México. Artistas navajos criam corantes amarelos de pequenas ervas daninhas, cascas de cebola marrom, e da planta de borracha. 3.10.4 Verde Tons pastel e índigo têm sido usados desde os tempos antigos em combinação com corantes amarelos para produzir tons de verde. A Inglaterra medieval e moderna foi especialmente conhecida por suas tinturas verdes. Os tintureiros de Lincoln, uma cidade grande, em alta Idade Média, produziu o Lincoln verde pano, tingiam a lã. O pano verde fosco comum à Idade do Ferro apresenta traços de ferro, e possivelmente foi colorida por pano amarelo tingido fervido em uma panela de ferro. Os povos indígenas do planalto noroeste da América do Norte usavam para tingir líquen e palha de milho para terem um verde mar. Primeiro, o fio de lã Churro era tingido de amarelo com artemísia e, então, era é embebido em corantes pretos e http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Parthenium_incanum&usg=ALkJrhiwaja6frUu6asWti_nd8EnTlwKVA http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Lincoln,_Lincolnshire&usg=ALkJrhiwTnCeTX6wvhakg2HWgUBbmX1_9A http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/High_Middle_Ages&usg=ALkJrhhffo-70Wz2jNXyM1FJphRKpI44Zwhttp://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Lincoln_green&usg=ALkJrhhJSL0gbsaDi909dLYvH2nJL8VwAg http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Lincoln_green&usg=ALkJrhhJSL0gbsaDi909dLYvH2nJL8VwAg http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Sagebrush&usg=ALkJrhiyPJ6U7C1GmSSXi2LNce_v3NGG_A AN02FREV001/REV 4.0 90 cascas de cebola vermelha. Isto também era utilizado por tintureiros Navajo para produzir verde. 3.10.5 Azul Acredita-se ser a Índia o mais antigo centro de tingimento índigo no Velho Mundo. Foi o principal fornecedor de índigo para a Europa na era greco-romano. A associação entre a Índia e o tom anil é refletida na palavra grega para o corante, que é indikon (ινδικόν). Os romanos usaram o indicum, que passou para o dialeto italiano e, eventualmente, para o inglês e português como a palavra índigo. Nas Américas central e do sul, os corantes azuis importantes eram o añil ( indigofera suffruticosa ) e índigo natal (indigofera arrecta). Em climas temperados, incluindo a Europa, o índigo foi obtido principalmente a partir de tom pastel (isatis tinctoria), uma planta nativa da Assíria e do Levante, que tem sido cultivada no norte da Europa há mais de dois mil anos, embora a partir do século XVIII tenha sido substituída principalmente por um superior índigo indiano, importado pela Companhia Britânica das Índias Orientais. 3.10.6 Roxo Na Europa medieval, roxo, violeta, vermelho-escuro e cores semelhantes foram produzidos por tingimento da lã com pastel ou índigo e, em seguida, molhando a peça com tingimento de corantes em tecidos vermelhos. 3.10.7 Marrom http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Greek_language&usg=ALkJrhhghTHF722MxB-32JmRgd5Dxh0uMw http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Ancient_Rome&usg=ALkJrhiRR9U5JmWxdktmTzA2ZNzQTtGoWQ http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/British_East_India_Company&usg=ALkJrhjzeg07SYr4IvzbnSPJQ6g53Qey8Q http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Murrey&usg=ALkJrhh6Bcb2F2AtzbmttYo7tSMM48vI5g AN02FREV001/REV 4.0 91 Cutch é uma antiga tinta marrom conseguida a partir da madeira de árvores de acácia, particularmente catechu acácia, usada na Índia para o tingimento de algodão. 3.10.8 Cinza Para uma tintura cinza, tecelões Navajo criaram o preto do mineral amarelo ocre misturado com pedaços da árvore de pinhão (pinus edulis). Eles também produzem um corante cinza fresco com um tipo de flor azul e um cinza quente do visco de uma planta chamada planta juniper (phoradendron juniperinum). 3.10.9 Líquen O líquen rocella tinctoria foi encontrado ao longo do Mar Mediterrâneo e foi usado pelos antigos fenícios. Nos últimos tempos, corantes líquens têm sido importantes das tradições da tintura de Gales, Irlanda, Escócia, e os povos nativos do sudoeste e planalto dos Estados Unidos. Corantes liquens escoceses incluem corante vermelho (também chamado de urzela na Inglaterra e decisivo na Holanda). 3.10.10 Fungos E, segundo a Revista Escola, temos ainda as seguintes tintas: 3.10.11 Tinta de legumes e/ou verduras Ingredientes: Água e pedaços de beterraba ou couve. http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Catechu&usg=ALkJrhhjiQb191UWa1OpvwXYG5lriuDMYA http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Acacia_catechu&usg=ALkJrhg74DRT_4MrYOtdH9DwXC9iAXq6cw http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Cotton&usg=ALkJrhjiaKIXgtQYOqcG4MqWV5pmzr6A5w http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Ochre&usg=ALkJrhhE9M0_H4EEoM9B3MGPhGYf2OWtHQ http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Pi%25C3%25B1on_tree&usg=ALkJrhhXc0CZDoLDQsNBfhxZ3ZqB0FgnyQ http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com.br&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Phoenicia&usg=ALkJrhh8rLUW4uchkeTS4nmEPXEVACYyTw AN02FREV001/REV 4.0 92 Modo de preparo: Bata no liquidificador o legume ou a verdura com pouca água. Não é necessário coar. Variações: Para obter uma massa mole, tipo meleca, acrescente farinha de trigo e óleo. Para conseguir efeito aquarela, acrescente água. Ainda é possível engrossar a tinta colocando tudo em uma panela, acrescentando amido de milho ou farinha de trigo à mistura e cozinhando até ficar com aparência de mingau. Poderá ser usada quando estiver fria ou morna. 3.10.12 Tinta de terra Ingredientes: Água, terra (preta, vermelha ou marrom) e cola branca. Modo de preparo: Em um recipiente, amoleça a terra com pouca água e acrescente a cola. A massa deve ficar com aparência de mingau mole. Variações: Ponha serragem ou pó de serra para adquirir textura. 3.10.13 Tinta guache Essa tinta é comprada pronta e encontrada em variados tamanhos de embalagens. Variações: Para conseguir relevo, quando a tinta secar, acrescente farinha de trigo. Para adquirir aparência de lixa, coloque areia e cola. Com um pouco de água, é possível ter aspecto de aquarela. FIM DO MÓDULO III