Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUPORTE BÁSICO DE VIDA c A B D CHECAR SEGURANÇA Pedir para se afastarem CHECAR RESPONSIVIDADE Tocar nos ombros (tato) e chamar pela pessoa três vezes (auditivo) CHAMAR AJUDA E SOLICIATAR O DEA- Ligue para o SAMU 192 (apontando) e peça um DEA CHECAR PULSO E RESPIRAÇÃO SIMULTANEAMENTE (<10s) INICIAR COMPRESSÕES- 5 cm, metade inferior do esterno, permitir retorno do tórax, de 100 a 120 por minuto, braços retos 1 SOCORRISTA 30:2 2 SOCORRISTAS 15:2 – revezar a cada 2 minutos ABERTURA DAS VIAS AÉREAS- Inclinar a cabeça para trás, com uma mão na testa e outra na mandíbula “BREATHING” 2 VENTILAÇÕES- Verificar elevação do tórax HIPERVENTILAÇÃO DESFIBRILAÇÃO- instalação imediata e pedir para se afastarem antes de aplicar o choque CONDUTA EM ADULTOS E CRIANÇAS (>1) RECONHECER E AVALIAR SEVERIDADE OBSTRUÇÃO LEVE consegue tossir, falar e respirar Paciente responsivo OBSTRUÇÃO GRAVE Não consegue falar Respiração ausente ou ruidosa Tosse silenciosa Consciência ou inconsciência ABORDAGENS ESPECÍFICAS OBSTRUÇÃO LEVE – RESPONSIVO 1. NÃO INTERFERIR: Não fazer manobra de desobstrução, pois pode gerar obstrução 2. ACALMAR: acalmar o paciente 3. TOSSE; incentivar tosse vigorosa (força) 4. ATENÇÃO: Observar atentamente 5. se evoluir para grave, usar manobra de Heimlich OBSTRUÇÃO GRAVE – RESPONSIVO 1. Usa-se a manobra de Heimlich 2. ATRÁS DO PACIENTE: Posicione-se atrás do paciente, com seus braços na altura da crista ilíaca. Em caso de crianças, o executor deve ficar de joelhos. 3. MÃO FECHADA: Posicionar uma das mãos fechadas, com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical 4. MÃO ESPALMADA: Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimento rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J). OBS: dosar a força em paciente pediátrico 5. REPETIR: Repetir a manobra até a desobstrução ou até o paciente tornar-se não responsivo 6. OBS; em pacientes obesos ou gestantes no ultimo trimestre, realize compressões sobre o esterno (linha intramamilar) e não sobre o abdome engasgo OBSTRUÇÃO GRAVE – IRRESPONSIVO 1. DECÚBITO DORSAL: Posicionar o paciente de decúbito dorsal em uma superfície rígida 2. COMPRESSÕES TORÁCICAS: Diante da irresponsividade e da ausência de pulso, executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho. 3. ABRIR VIAS AÉRES E VERIFICAR: Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover corpo estranho, se visível e alcançável (com dedos ou pinça) 4. INSUFLAÇÃO: Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar ou tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente 5. Em casos possíveis, considerar levá-lo de imediato ao hospital, mantendo as manobras básicas de desobstrução DEMAIS ABORDAGENS • Ficar atento a Parada respiratório (PR) e Parada Cardiopulmonar (PCR) • Ligar SAMU 192 • Aguardar transporte para a unidade de saúde CONDUTA EM BEBÊS (<1) RECONHECER E AVALIAR SEVERIDADE OBSTRUÇÃO LEVE Não consegue emitir alguns sons Não consegue tossir Não consegue respirar OBSTRUÇÃO GRAVE Não consegue emitir qualquer som com tosse e choro silencioso Lábios arroxeados ABORDAGENS ESPECÍFICAS OBSTRUÇÃO LEVE EM BEBÊ RESPONSIVO 1. NÃO INTERFERIR: Não realizar manobras de desobstrução 2. ACALMAR: Acalmar paciente 3. TOSSE: Permitir tosse vigorosa 4. ATENÇÃO: Observar atentamente e, caso evolua para obstrução grave, seguir os próximos passos OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ RESPONSIVO 1. SENTAR: O profissional deve sentar- se 2. DECÚBITO VENTRAL: Posicionar o bebê em decúbito ventral sobre o antebraço do profissional, que deve apoiar a região mentoniana do bebê com os dedos em fúrcula 3. INCLINAR: Apoiar o antebraço que suporta o bebê sobre sua coxa, metendo a cabeça em nível discretamente inferior o tórax 4. APLICAR 5 GOLPES E CINCO COMPRESSÕES: Aplicar ciclos repetidos de cinco golpes no dorso (entre as escápulas e com o calcanhar da mão), seguidos de cinco compressões torácicas logo abaixo da linha intermamilar, até que o objeto seja expelido ou o bebê torne-se irresponsivo OSTRUÇÃO GRAVE-BEBÊ NÃO IRRESPONSIVO 1. CHAMAR AJUDA / LIGAR SAMU 192: Se o bebê tornar-se irresponsivo, um dos profissionais da equipe deve entrar em contato com a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida 2. PARA OS GOLPES: Assim que o bebê tornar-se irresponsivo, o profissional que realiza as manobras deve parar de aplicar golpes no dorso e, imediatamente, iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar 3. DECÚBITO DORSAL: Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida 4. FAZER 30 COMPRESSÕES: iniciar manobras aplicando 30 compressões sobre o esterno, abaixo da linha intermamilar, para expelir o corpo estranho 5. ABRIR VIAS AÉREAS E REMOVER OBJETO; Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover com os dedos o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável 6. INSULFAR E VERIFICAR: Caso nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo balsa-valva- máquina, se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente 7. COMPRESSÕES E VERIFICAR: Se ainda o ar não passar/tórax não expandir, realizar 30 compressões (1 profissional) ou 15 (2 profisisonais) e inspecionar a cavidade oral 8. REPETIR COMPRESSÕES: Repetir ciclos de compressões e ventilações até que o objeto seja expelido 9. COMPRESSÕES DE REANIMAÇÃO: Considerar transporte imediato, sob orientação da Regulação médica, mantendo as compressões de reanimação – 30 compressões/2 ventilações (1 profissional)/ 15 compressões/ 2 ventilações (2 profisisonais). Ventilações após inspecionar cavidade oral 10. OFERECER OXIGÊNIO: Se o objeto for expelido e a passagem de ar reaberta, oferecer oxigênio e fazer a avaliação primária 11. PALPAR PULSO: Se isso não acontecer, palpar pulso Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO NA ANAMNESE OBRIGAÇÕES DO MÉDICO De acordo com a Sociedade Britânica: • Diagnosticar e tratar a doença • Promover a saúde e prevenir a doença • Orientar o paciente • Aliviar o sofrimento • Dar apoio ao paciente em sofrimento e a seus familiares • Aconselhar • Participar e por vezes liderar a equipe e outros profissionais de saúde • Administrar • Defender o paciente e exercer papel de guardião em relação aos serviços • Assegurar o desenvolvimento profissional continuo, de modo que seus conhecimentos e aptidões sejam atualizados • Cuidar de si próprio TIPOS DE COMUNICAÇÃO: • Verbal e não-verbal • Por telefone • Por prontuários médicos • Correspondências (APS) Na comunicação escrita, a sua melhor organização acontece quando você conversa com o paciente e só no final da consulta escreve/anota algo. Manter a postura aberta e o contato visual na consulta é importante. Para isso, deve-se saber o momento certo de escrever, evitando-se escrever a todo momento da anamnese. Na HDA os primeiros momentos devem ser abertos, não pode escrever! SUJEITOS DA COMUNICAÇÃO: • Pacientes • Familiares • Entre médicos e outros profissionais É importante saber a hora de conversar com os pacientes e a hora de conversar com os familiares. COMPONENTES ESSENCIAIS Usadas na comunicação,durante a coleta de dados • Conhecimento anatômico, fisiológico e fisiopatológico • Dominar as técnicas do exame físico • Capacidade de resolver problemas • Capacidade de comunicação: pode ser aprendida por meio de técnicas. O medico deve saber responder às emoções que o paciente traz, não é simplesmente deixa o paciente falar. EFETIVAÇÃO DA COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO Expressa mensagens, é uma troca de informações. Diante disso, alguns fatores vão favorecer a comunicação, outros vai bloquear essa comunicação. POSITIVOS • Ficar no mesmo nível do paciente • Expressar atenção positiva e genuína Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 • Demonstrar interesse e curiosidade respeitosa NEGATIVOS • Impaciência • Superioridade • Julgamento ESTRATEGIAS QUE BLOQUEIAM COMUNICAÇÃO • Linguagem técnica • Olhar o relógio • Desviar a atenção do paciente para ler suas anotações • Ignorar ou cortar o paciente para fazer uma pergunta • Usar perguntas fechadas ou direcionadas: limitam a resposta do paciente Na maioria das consultas, o médico não deixa o paciente contar a sua história, o que dificulta uma abordagem centralizada no paciente. Somente 23% dos pacientes conseguem completar uma declaração. O médico costuma interromper o paciente depois de 15-18 segundos. O tempo para o paciente contar uma história é em média de 45 segundo para a maioria das consultas. Com isso, cabe ressaltar a importância de deixar o paciente falar o que ele acha que tem, pois é importante você ter essa percepção do que o paciente sabe sobre o que esta acontecendo com ele. “Me fale mais sobre isso, poque você acha que tem isso?” É muito importante você saber qual é a percepção do paciente sobre os seus sinais e sintomas, isso deve ser valorizado. Se ele estiver certo sobre a sua percepção, é um bom sinal. Porém se ele não estiver com que acha que tem e continuar com sua opinião, pode acabar não seguindo o tratamento. Dessa forma esses aspectos devem ser trabalhados na comunicação. O plano terapêutico deve ser compartilhado com o paciente para que este possa seguir a prescrição TÉNICAS DE COMUNICAÇÃO • Capacidade de ajudar • Capacidade de acompanhar • Capacidade de questionar • Capacidade de refletir • Capacidade de resposta avançada CAPACIDADE DE AJUDAR Saber reconhecer comportamentos não- verbais tem grande relevância na consulta médica. • Postura aberta • Sentar-se ao mesmo nível do paciente, não ficar em pé quando ele estiver sentado • ficar de frente ou levemente inclinado para o paciente • movimento corporal adequado • distância adequada ao paciente • Adequado contato visual (cuidado) • Expressão facial aberta, adequadamente responsiva à história do paciente • Considerações de questões do ambiente-barulho, privacidade, conforto Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 CAPACIDADE DE ACOMPANHAR • O medico deve acompanhar ao invés de dirigir a história do paciente e sempre esclarece e reiterar quando necessário. • deve também interpretar e acompanhar as dicas não verbais • deve-se usar estímulos verbais e não-verbais mínimos: balançar a cabeça, expressões faciais, prompts verbais (aham, sei, ahh, sim) que devem ser usados nos primeiros 90 segundos e sempre com o contato visual, nunca sem o contato visual • Fazer sempre uma sondagem: “me conte mais sobre essa dor de cabeça”, “você mencionou seu marido, como estão as coisas em casa?” • interpretar as dicas não verbais do paciente • esclarecer respostas: “veja se eu entendi corretamente o que você me disse” • confirmação: “É claro que esses sintomas estão te preocupando” ”estou feliz por você estar aqui hoje” • Silencio atento: quando o paciente esta pensando e tentando decidir como responder ou continuar. Quando esta agitado ou chorando. CAPACIDADE DE QUESTIONAR • Perguntas abertas: o que posso fazer por você hoje? Me conte mais sobre você? • Perguntas com focos específicos: você pode dizer mais sobre essa dor? O que é uma dieta normal na sua opinião? Por que você acha que esta com pedras nos rins? • Perguntas fechadas: sim ou não - A dor caminha no seu braço? Você sente náusea? Alguma falta de ar? só pode ser feitas as perguntas fechadas após as perguntas abertas serem feitas. Nunca iniciar pelas perguntas fechadas. • Perguntas que devem ser evitadas: perguntas direcionas (a dor não muda de lugar no seu braço, muda?) e as perguntas compostas (você se sentiu nauseado, com ânsia de vomito, diarreia ou constipação?). Essas perguntas induzem respostas ao paciente. CAPACIDADE DE REFLETIR: capacidade de induzir o paciente a refletir sobre o que aconteceu com ele, parafraseando-o. Permite ao médico expressar o que ele não somente esta ouvindo, mas entende a perspectiva do paciente . • Parafrasear. Médico: “Dona Ana você disse que esta sentindo que seu corpo esta se desfazendo, não é isso?” Paciente ”eu sinto que meu corpo esta se desfazendo desde que completei 50 anos. Eu engordei, minha pressão subiu e agora você me diz que meu colesterol esta alto demais” • Empatia: se coloca no lugar do paciente e estar atento aos sinais do paciente “vejo que a senhora esta com a mão na cabeça, o que Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 esta acontecendo?” Nunca usar a frase “eu entendo o que a senhora esta passando” • Reiteração: repetir o que o paciente esta falando CAPACIDADE DE REPSOSTA AVANÇADA Aprofundar algumas informações que o paciente trouxe superficialmente através de perguntas. “O foi que aconteceu para que você pensasse isso?” ANAMNESE 1. Identificação 2. Queixa principal 3. História da doença atual 4. Interrogatório sintomatológico 5. Antecedentes pessoais e familiares 6. Hábitos de vida 7. Condições socioeconômicas e culturais IDENTIFICAÇÃO • Data e hora • Nome • Idade • Sexo/gênero • Cor/etnia: branca, parda, preta • Estado civil • Profissão • Local de trabalho • Naturalidade • Procedência: residência anterior • Residência • Nome da mãe • Nome do responsável, cuidador ou acompanhante • Religião • Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde: cuidado do médico para não onerar o paciente e dificultar a adesão ao tratamento. QUEIXA PRINCIPAL MOTIVO PRINCIPAL: É o motivo principal que levou o paciente a procurar o médico. Inicia-se perguntando: “O que o senhor esta sentindo que mais o incomoda no momento?”. REPETIÇÃO: Repetir, se possível, as expressões utilizadas por ele ANOTAR ENTRE ASPAS: É um sinal ou sintoma breve que deve ser anotada entre aspas para indicar que se trata das palavras do paciente NÃO ACEITAR DIAGNÓSTICOS PRÉ-DEFINIDOS: Não deve-se aceitar rótulos diagnósticos, deve-se, em geral, solicitar que o paciente traduza em linguagem corriqueira o que sente. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL DETALHAR: A HDA é o registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistência médica, definindo um sintoma guia, que vai geralmente existe desde quando começou a sentir sintomas até o momento. “Quando o senhor começou a sentir isso?” SINTOMA GUIA: O sintoma guia geralmente é o demais longa duração, o sintoma Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 mais salientado desde a queixa principal. A partir de sua delimitação, inicia-se a pergunta de quando tudo começou RECORDANDO HISTÓRICO: Em casos de sintomas que começaram a muito tempo e o paciente tem dificuldade de recordar os detalhes necessários, utiliza-se de artifícios; procura-se relacionar o sintoma com acontecimentos marcantes, como casamentos, aniversários, acidentes.. ANÁLISE DO SINTOMA: • Inicio: Início súbito ou gradativo, se teve fator desencadeante ou não Quando começou? Como começou? • Características do sintoma: localização, duração, intensidade, frequência, tipo. Onde dói? A dor irradia? Ela anda? Quanto tempodura? Como é essa dor? • Fatores de melhora ou piora: fatores ambientais, posição, atividade física, repouso, alimentos, medicamentos O que melhora a dor? O que piora a dor? • Relação com outras queixas: Verifica-se se há manifestação de outros sintomas relacionados com o segmento anatômico ou funcional acometido. Você esta tossindo? Você tem falta de ar? • Evolução: Registrar o comportamento do sintoma ao longo do tempo, relatando modificações e influência dos tratamentos efetuados Essa dor se modificou nesses três dias? • Situação atual: sintoma no momento da anamnese Como esta a dor agora? SEMIOTÉCNICA Após as apresentações iniciais, a anamnese inicia-se com perguntas do tipo: “O que o senhor esta sentindo?”. A partir daí, cabe ao médico esta imbuído de ajudar o paciente a relatar seus padecimentos, pois não é obrigação dele saber fazer isso. Para que isso seja alcançado é necessária as seguintes técnicas: APOIO: “Eu compreendo” despertam segurança e pode encorajá-lo nos relatos FACILITAÇÃO: ações ou palavras que encorajem- o gesto de balançar a cabeça pode indicar compreensão Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021 REFLEXÃO: repetição das palavras que o médico considerar mais importantes EXCLARESCIMENTO: procura-se definir o que o paciente esta relatando, de modo mais claro possível, uma vez que uma expressão pode ter vários significados: “Essa tontura significa vertigem ou sensação desagradável na cabeça?” CONFRONTAÇÃO: mostrar ao paciente algo a cerca de suas próprias palavras. “Você diz que esta tudo bem, mas porque esta com lágrimas no olhos? Isso modificar o relato do paciente INTERPRETAÇÃO: observação feita a partir do que se nota do relato ou comportamento do paciente “Você parece preocupado com os laudos das radiografias que trouxe” RESPOSTAS EMPÁTICAS: gestos, palavras e atitudes que demonstrem compreensão e aceitação sobre algo relatado. Oferecer um lenço em caso de choro. SILÊNCIO: há momentos que deve-se permanecer calado, especialmente em casos que o paciente chora e se emociona. CONFIRMAÇÃO EMPATIA E COMPAIXÃO SUMÁRIO PARAFRASEAMENTO TIPOS DE PERGUNTA • ABERTAS • FOCADAS • FECHADAS • DIRIGIDAS • COMPOSTAS REFERÊNCIAS Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 11ª Edição. 2015 PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009 Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. EXAME CLÍNICO NERVOS CRANIANOS Os 12 pares de nervos cranianos têm origem no tronco encefálico ou se dirigem para ele. OLFATÓRIO As impressões olfatórias são recolhidas pelos receptores da mucosa nasal e conduzidas aos centros corticais da olfação, situados nos hipocampos. →De olhos fechados, o paciente deve tampar uma das narinas e tentar reconhecer o aroma que o examinador colocar diante delas. Cada uma das narinas é examinada separadamente. ODORES CONHECIDOS: café, canela, cravo, tabaco, entre outros. ÓPTICO As imagens são recolhidas na retina por meio dos cones e bastonetes e conduzidas ao centro da visão no lobo occipital. É examinado do seguinte modo: ACUIDADE VISUAL: refere-se a clareza de visão. Usa-se a tabela de Snellen. Pede- se ao paciente que diga o que vê na sala de exame (parede ou mesa). Examina- se cada olho separadamente. →Ambliopia: diminuição da acuidade →Amaurose: abolição da acuidade Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. CAMPO VISUAL: Quantificação da área espacial percebida pelos olhos. Sentado, o paciente fixa um dos olhos num ponto na face do examinador, postado a sua frente e tapa o outro olho com a mão. O examinador desloca o objeto ou o próprio dedo nos sentidos horizontal e vertical e o paciente dirá até que ponto está “percebendo” o objeto nas várias posições. Cada olho é examinado separadamente. FUNDOSCOPIA: É realizada com um oftalmoscópio e consiste em examinar, no fundo do olho o tecido nervoso (retina e pupila óptica) e os vasos (artérias, veias e capilares). OCULOMOTOR, TROCLEAR, ABDUCENTE Esses três nervos são examinados em conjunto, pois inervam vários músculos que têm por função a motilidade dos globos oculares. Tais músculos compreendem: o reto medial, o reto superior, o reto inferior, o oblíquo inferior/superior e o reto lateral. A investigação acontece da seguinte maneira: Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. INSPEÇÃO: inspeciona-se a posição do globo ocular no olhar fixo MOVIMENTOS GLOBO OCULAR: Primeiro separadamente e depois simultaneamente. É importante reconhecer os músculos responsáveis por cada movimento: • Reto superior: p/ cima (fora) • Reto inferior: p/ baixo (fora) • Reto lateral: p/ meio (fora) • Reto medial: p/ meio (dentro) • Oblíquo superior: p/ baixo (dentro) • Oblíquo inferior: p/ cima (dentro) PROVA DA CONVERGÊNCIA OCULAR: No exame simultâneo dos globos oculares, é realizada a prova da convergência ocular, que é feita aproximando-se gradativamente um objeto ou o próprio dedo dos olhos do paciente, observando o movimento dos globos oculares EXAME DA PUPILA: Logo em seguida faz- se o exame da pupila, observando-se seu diâmetro e contorno e comparando com o lado contralateral. A pupila é uma estrutura localizada no globo ocular que tem a função de controlar a quantidade de luz que atinge a retina. Quanto à irregularidades, temos os seguintes termos: →Discoria: irregularidade no contorno →Midríase: diâmetro aumentado →Miose: diâmetro diminuído →Isocoria: igualdade de diâmetros →Anisocoria: desigualdade de diâmetros REFLEXOS: Dinamicamente, a pupila é examinada por meio de um feixe luminoso e pela convergência ocular. Em ambiente com pouca luminosidade, o paciente deve olhar para um ponto mais distante. O examinador incide um feixe de luz em uma pupila e: • FOTOMOTOR DIRETO: observa a contração da pupila na qual fez o estímulo • FOTOMOTOR INDIRETO OU CONSENSUAL: observa o reflexo fotomotor consensual com a contração da pupila oposta Em seguida aproxima-se dos dois olhos um objeto e as pupilas se contrairão normalmente (reflexo de acomodação) Frase para exame normal: →Ortoforia (alinhamento dos dois olhos) no olhar fixo Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. →Movimentos dos olhos intactos →Pupilas isocóricas e reativas à luz TRIGÊMEO O nervo trigêmeo é um nervo misto, constituído de raízes motoras e sensitivas, as quais devem ser testadas: TESTE DA FUNÇÃO SENSITIVA: testa-se a sensibilidade com pincel e com o objeto de ponta romba, tocando as regiões frontais da face: região oftálmica, maxilar, mandibular. Lembrar de sempre compara os dois lados. REFLEXO CORNEO-PALPEBRAR: é feito com uma mecha de algodão que toca suavemente entre a esclerótica e a córnea. O paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto, a fim de perceber o menos possível a prova. A resposta normal é a contração do orbicular das pálpebras, daí a denominação de reflexo córneo- palpebral. Quem capta essa sensibilidade tátil foi o nervo trigêmeo. Porém, o movimento de piscar é realizado pelo músculo orbicular (ao redor do olho) que é inervado pelo facial. Portanto, esse reflexo testa tanto o 5° par, como o 7° par de nervos cranianos TESTE DA FUNÇÃO MOTORA: inspeciona- se as regiões temporais e masseterinas, avaliando-se os seguintes aspectos • Atrofias nas regiões temporais e masseterinas. • A abertura da boca e o movimento da mandíbula para os lados • Pede-se para o paciente trincar os dentes e verifica se há debilidade de algum lado. Pode inclusive palpar a região Frase para exame normal: →Sensibilidade tátil e álgica na face intacta e simétrica →Reflexo córneo-palpebral preservado →Contrações dos músculos temporal e masseter iguais e simétricas FACIAL Do ponto de vista semiológico, interessa a parte motora donervo facial, a qual se divide anatomoclinicamente em: temporofacial e cervicofacial, os quais se Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. distribuem para a musculatura da mímica facial AVALIAÇÃO FUNÇÃO MOTORA: Examina- se a mímica fácil. Para isso, pede-se ao paciente para enrugar a testa, franzir os supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma ou músculo cutilar do pescoço REFLEXO CORNEOPALPEBRAR: o movimento de piscar ocorre graças ao nervo facial. AVALIAÇÃO FUNÇÃO SENSITIVA: paladar dos 2/3 anteriores da língua. Essa parte do exame não é realizado rotineiramente nos exames. Frase para exame normal: →Mímica facial preservada VESTIBULO COCLEAR Avaliação raiz vestibular: equilíbrio. O acometimento na raiz vestibular é reconhecível pela anamnese, quando as queixas do paciente incluem estado vertiginoso, náuseas, vômitos e desequilíbrio. A investigação da raiz vestibular compreende a pesquisa de nistagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de Romberg, sinal de Babinsk-Weil e manobra de Dix-Hallpike. • AVALIAÇÃO DA POSTURA E MARCHA: para avaliar o equilíbrio. • PROVA DE ROMBERG: paciente deve ficar na posição vertical, com os pés juntos, olhando para frente. Nessa postura, deve permanecer 30 segundos. Em seguida, ordena-se que ele feche os olhos e conta-se mais 30s. é negativo para ligeiras oscilações do corpo. Positivo se houver oscilações, com desequilíbrio e forte tendência à queda. O teste de Romberg avalia principalmente de propriocepção ou labirinto • MANOBRA DE BABINS-WEIL: paciente deve caminhar, de olhos fechados, para frente e para trás num percurso de aproximadamente 1,5 m. (mais ou menos 5 passos para frente) Positivo para acentuados desvios da marcha. • MANOBRA DE DIX-HALLPIKE: Com paciente sentado na cama, este gira a cabeça 45° para o lado a ser avaliado. Após isso, com a ajuda do examinador, o paciente assume rapidamente a posição de decúbito dorsal e cabeça pendente, mantendo a posição da cabeça 45° para o lado. O examinador observa os olhos do paciente à procura de nistagmo de posicionamento. Se a paciente não tiver sentido nada de um lado, repete-se a manobra do outro lado para verificar a habituação e a fatigabilidade. É usado para identificar a raiz vestibular Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. Avaliação raiz coclear; audição. Avalia- se a hipoacusia (perda auditiva) e tenta- se diferenciar a surdez de condução da surdez neurossensorial – busca determinar se a perda auditiva tem origem neural ou condutiva. • AUDIOMETRIA: pode ser realizada por meio do atrito suave das polpas digitais próximo ao ouvido. • PROVA DE RINNI: consiste em aplicar o diapasão na região mastoide, quando o paciente deixar de sentir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. Em condições normais, o paciente acusa a percepção do som (Rinne positivo). A transmissão óssea mais prolongada que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência auditiva de condução • PROVA DE WEBER: semelhante ao teste de Rinne, porém o diapasão é colocado na região medial do crânio, no meio da fronte/testa ou acima do lábio superior, ficando equidistante das orelhas. Normalmente o som é escutado igualmente de ambos os lados. Positiva para som lateralizado para um dos lados Na surdez condutiva→o problema esta na condução do som e o ouvido afetado será o mais perceptível. Na surdez neurossensorial unilateral→o som não é captado no ouvido afetado, estando lateralizado para a orelha não afetada Na surdez neurossensorial bilateral→ o som não será ouvido Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. GLOSSOFARÍNGEO E VAGO Pelas estreitas ligações quanto á origem, ao trajeto e à distribuição, esses nervos são examinados em conjunto. Algumas funções estão imbricadas entre si, outras, porém, correspondem a um ou outro nervo especificamente. O exame do nervo X inclui o ramo interno do XI, que é motor, tem origem bulbar e se une em curto trajeto ao nervo vago. TESTE DO PALADAR: testa-se o paladar do terço posterior da língua para verificar lesão unilateral do glossofaríngeo (hipogeusia e ageusia). No entanto esse exame não é habitualmente realizado TESTE DO REFLEXO DO ENGASGO OU DO VÔMITO: usa-se um abaixador de língua e coloca-o no terço distal da língua, para provocar o reflexo do engasgo, enquanto o examinador observa os movimentos do palato mole, da úvula e até da orofaringe. TESTE DA CONTRAÇÃO DO PLALATO MOLE (VEU PALATINO): Examina-se a orofaringe do paciente – buscando a úvula e o palato, pedindo para o paciente falar “Ahhh" e “Ehhh” e observar a elevação do palato e da úvula. Essa elevação do palato deve ser simétrica. Positiva para não elevação do palato. ACESSÓRIO O nervo acessório, por ser essencialmente motor, interessa aqui o exame do ramo externo, de origem medular cervical, de trajeto ascendente, que penetra na cavidade craniana pelo forame occipital e dela sai pelo forame jugular, juntamente com os nervos IX e X. Inerva os músculos esternocleido- mastóideo e a porção superior do trapézio. TESTE DE FORÇA; contra a resistência do examinador • Abdução dos ombros (trapézio) • Rotação da cabeça para os dois lados (testando o esternocleidomastóideo) HIPOGLOSSO Trata-se de um nervo exclusivamente motor, o qual se origina no bulbo e se dirige para os músculos da língua, inervando-os. INSPEÇÃO DA LÍNGUA: dentro da boca e exteriorizada. MOVIMENTOS DA LÍNGUA: para todos os lados, forçando-a de modo que vá de encontro à bochecha. PALPAÇÃO DA LÍNGUA: avaliação de sua consistência. FISIOLOGIA DOS NERVOS OLFATÓRIO (I) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Bulbo olfatório, saindo da lâmina cribiforme do osso etmoide (cavidade nasal). Seu núcleo fica localizado no corpo amigdaloide e no bulbo olfatório acessório (ou seja, núcleo no telencéfalo) Localiza-se na cavidade nasal, mais especificamente na lâmina cribiforme do osso etmoide, que é crivada e cheia de buracos, para permitir a passagem das terminações nervosas do 1° par craniano. Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. Essas terminações se interligam com as células olfatórias que estão na mucosa olfatória do teto da cavidade nasal. O conjunto das fibras aferentes do 1° par craniano formam o trato olfatório. Além disso, a lâmina cribiforme é subdividida em bulbo olfatório (1° parte) e trato olfatório (2° parte), este que possui comunicações superiores com a comissura anterior e comunicações inferiores com o corpo amidaloide. EMERGÊNCIA: telencéfalo PERCURSO: O odor passa pelo vestíbulo, pelos meatos, pelas conchas, chega nas terminações nervosas do 1° par craniano, vai para o bulbo, para o trato olfatório, onde se comunica tanto com a comissura anterior, como com o corpo amigdaloide, e chega ao encéfalo, onde haverá interpretação desse odor. Portanto, se eu tenho um problema na percepção do cheiro (anosmia), pode ser um problema em qualquer um desses locais, como também pode ser um problema no par craniano como em qualquer lugar desse percurso, inclusive no encéfalo. 1. VESTIBULO 2. MEATOS 3. CONCHAS 4. BULBO OLFATÓRIO 5. TRATO OLFATÓRIO 6. COMISSURA ANTERIOR 7. CORPO AMIGDALOIDE ÓPTICO (II) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Quiasma óptico, saindo pelo canal óptico do crânio. Seu núcleo fica no sulco calcarino (ou seja, núcleo no diencéfalo) EMERGÊNCIA: diencéfalo PERCURSO: No olho você tem as estruturas: a córnea, a comissura anterior do olho, a pupila, o cristalino, humor vítreo e a retina. A luz penetra por tudo isso e chega na retina, onde há o disco óptico, pelo qual é a avaliado na fundoscopia, ele consiste no começo do nervo óptico. Esse nervo óptico vai para uma região chamada de quiasma óptico. No quiasma óptico, as fibrasesquerdas do nervo óptico se dividem em uma metade que cruza para o outro lado e em outra metade que fica do mesmo lado. Isso acontece da mesma forma com as fibras do nervo óptico do lado direito, em que metade cruza o quiasma óptico e a outra permanece do mesmo lado. Depois do quiasma óptico, as fibras formam os tratos ópticos. Do trato óptico, as fibras vão até o corpo geniculado lateral, que vai emitir as radiações ópticas e vai seguir até o encéfalo, para uma região do lobo occipital chamada sulco calcarino, onde vai ocorrer a interpretação e a formação da imagem. 1. DISCO ÓPTICO DA RETINA 2. QUIASMA ÓPTICO 3. TRATO ÓPTICO 4. CORPO GENICULADO LATERAL 5. RADIAÇÕES ÓPTICAS 6. SULCO CALCARINO 7. ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO CÓRTEX (17) Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. ACUIDADE VISUAL; O teste de acuidade visual pode ser feito por um oftalmologista, optometrista, um técnico em óptica ou um enfermeiro. No teste padrão, é usada a Tabela de Snellen. A tabela é formada por diversas linhas com letras que vão reduzindo de tamanho. A pessoa deve conseguir ler a certa distância, o que determinará a sua acuidade visual. CAMPO VISUAL: teste de Campimetria. A campimetria visual é feita com o paciente sentado e com o rosto colado ao aparelho medidor, chamado campímetro, que emite pontos de luz em diferentes lugares e com diferentes intensidades no campo de visão do paciente. Durante o teste, uma luz no fundo do aparelho é emitida para que o paciente mantenha a visão focada nela. Assim, ele terá que acionar uma campainha em sua mão à medida que conseguir identificar os novos pontos de luz que surgem, mas sem movimentar os olhos para os lados, encontrando as luzes apenas com a visão periférica. TESTE DE VISÃO: Teste de Ishiahra: Durante o exame, o oftalmologista exibe para o paciente uma série de 32 cartões coloridos, cada um deles com preenchidos por círculos de tonalidades levemente variadas. Seguindo esse padrão, no centro dos cartões ficam agrupados círculos de outra cor que formam determinados números. Esses números podem ser facilmente percebidos por pessoas com a visão normal. O diagnóstico do tipo, grau e existência de daltonismo é, portanto, definido pela quantidade de acertos do paciente. OCULOMOTOR (III), TROCLEAR (IV), ABDUCENTE (VI) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. III: Sulco medial do pedúnculo cerebral, saindo pela fissura orbital superior do crânio (núcleo do mesencéfalo) IV: Véu medular superior, saindo também pela fissura orbital superior do crânio (núcleo no mesencéfalo) VI: Sulco do bulbo pontino, saindo também da fissura orbital do sulco superior do crânio (núcleo na ponte) EMERGÊNCIA: III: mesencéfalo IV: mesencéfalo VI: ponte MOTRICIDADE OCULAR: O 3°, 4° e 6° par craniano são avaliados em conjunto. Esses nervos são responsáveis pela inervação dos músculos extrínsecos do olho (externos ao olho), responsáveis pela movimentação dele. • VI ABDUCENTE ➔ Músculo reto lateral (abdução) • IV TROCLEAR ➔ Músculo oblíquo superior • III OCULOMOTOR ➔ Músculo reto superior ➔ Músculo reto inferior ➔ Músculo reto medial ➔ Músculo oblíquo inferior ➔ Músculo elevador da pálpebra ➔ Músculo esfíncters da pupila ➔ Músculo ciliar MÚSCULO ELEVADOR DA PÁLPEBRA: O 3° par craniano também inerva o músculo da pálpebra que é responsável pela sua elevação, denominado musculo elevador da pálpebra. Portanto, se a pálpebra esta caída, ou seja, se há uma ptose palpebral, o problema pode estar relacionado com o 3° par craniano ou com o músculo elevador da pálpebra. Essa musculatura é extrínseca e do tipo esquelética (voluntária) MÚSCULOS ESFÍNCTERS DA PUPILA: Ao redor da pupila também há músculos circulares, responsáveis pela regulação do seu diâmetro, chamados de músculos esfíncteres da pupila. Essa musculatura é lisa (involuntária, SNA, ação parassimpática) e do tipo intrínseca (dentro do olho). NÚCLEOS DO OCULOMOTOR: Todos os pares cranianos podem ter diferentes núcleos, o que os permite possuírem diferentes funções, como no caso do 3° par craniano. O 3° par craniano é responsável por dois tipos de sistemas/musculaturas diferentes: →Musculatura lisa: sistema autônomo parassimpático, involuntário, esfíncteres da pupila. →Musculatura esquelética: sistema somático, voluntário (sistema Piramidal), demais músculos dos olhos e da pupila. Isso só é possível porque ele possui dois núcleos (corpos celulares) diferentes. Estes dois núcleos estão localizados no mesencéfalo, porém em regiões distintas • NÚCLEO MOTOR: responsável pela motricidade extrínseca do olho. • NÚCLEO ACESSÓRIO PARASSIMPÁTICO: denominado de Edinger Westphal. Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. Os núcleos do 1° e do 2° par craniano, por estarem localizados no telencéfalo e no diencéfalo, fazem sinapse diretamente com o encéfalo. os demais núcleos, dos outros nervos cranianos, primeiro comunicam-se com o tronco encefálico. REFLEXOS PALPEBRAIS Quando é incidido um foco luminoso sobre o olho no exame, a luz penetra por todo o globo ocular até chegar na retina. Quando atinge a retina, o feixe de luz é captado pelo nervo óptico e chega no quiasma óptico. A partir daí, metade das fibras cruzam e a outra metade permanece no mesmo lado da fibra. Como é um reflexo, a fibra aferente precisa se comunicar com a fibra eferente, com isso, no encéfalo a fibra aferente se comunica com o núcleo parassimpático (Edinger) do 3° par craniano (oculomotor), tanto do lado direito como do lado esquerdo. Em seguida, o nervo oculomotor leva informações/eferências até o músculo esfíncter da pupila, que promove a contração da pupila, tanto do lado esquerdo (REFLEXO DIRETO) como do lado direito (REFLEXO INDIRETO). 1 CASO CLÍNICO Problema: nervo abducente (VI par) DESCRIÇÃO CLÍNICA: Na inspeção dos olhos, com o paciente em repouso, percebe-se um desvio medial do globo ocular esquerdo. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: (diagnóstico topográfico ou anatômico) pode haver problema no músculo reto lateral esquerdo ou no nervo abducente esquerdo (6° par craniano) ANÁLISE DE CASO: O olho esquerdo do paciente esta sofrendo ação do músculo reto medial, que provoca um desvio para a região medial. No entanto, o olhar deveria estar voltado para frente. Para isso, de acordo com as regras de soma vetorial, deveria estar agindo no olho o musculo reto lateral em conjunto com o musculo reto medial. Se o olho esta desviado medialmente, significa que o musculo reto medial esta com seu funcionamento normal. Portanto, o problema estaria no musculo reto lateral (abdução do olho), que deveria esta anulando (vetorialmente) o movimento provocado pelo músculo medial. O reto lateral é inervado pelo nervo abducente (6° par), portanto, a situação pode indicar um problema nesse nervo ou no próprio músculo reto lateral. Esse exemplo é de um estrabismo. 2 CASO CLÍNICO Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. Problema: nervo troclear (IV par) DESCRIÇÃO CLÍNICA: Na mirada lateral direita, com o paciente em repouso, nota-se um desvio supero-medial do olho esquerdo. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: o problema pode estar no músculo oblíquo superior esquerdo ou no nervo troclear esquerdo ANÁLISE DE CASO: O músculo que está agindo é o reto medial. Porém, o olho esta desviando para no sentido supero- lateral. Para que isso não acontecesse, deveria estar agindo o músculo obliquo superior, que o puxaria o olho no sentido ínfero-medial (para baixo). Portanto, ele pode estar com alguma paresia ou deficiência na sua força. O obliquo superior é inervado pelo nervo troclear (4° par), 3 CASO CLÍNICO Problema: nervo oculomotor (III par) DESCRIÇÃO CLÍNICA: Nota-se na inspeção dos olhos, com o paciente em repouso, desvioinfero-lateral do globo ocular esquerdo, ptose da pálpebra esquerda e anisocoria, com midríase da pupila esquerda. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: O problema do desvio ocular pode estar no músculo oblíquo inferior ou no nervo oculomotor (III par). O problema da ptose palpebral pode estar relacionado a falhas do músculo elevador da pálpebra ou no III par, que o inerva. O problema da midríase pode estar associado a falhas no músculo esfíncter da pupila ou no III par, que o inerva ANÁLISE DE CASO: O olhar no sentido ínfero-lateral ocorre por ação do músculo reto inferior. Porém, o desvio ínfero-lateral pode ocorrer por uma falha no músculo obliquo inferior, que devia puxá-lo no sentido supero-medial, para centralizar o olhar. O músculo oblíquo inferior é inervado pelo nervo oculomotor (3° par), o que pode indicar problemas em um dos dois. Além disso, o músculo elevador da pálpebra também é inervado pelo 3° par, com isso, o problema de ptose palpebral pode envolver um dos dois. O músculo obliquo inferior e o músculo elevador da pálpebra estão relacionados ao núcleo motor do 3° par – que inerva músculos extrínsecos/esqueléticos do olho (musculatura voluntária – sistema piramidal). Porém, o 3° par, como já visto anteriormente, também possui um núcleo parassimpático (Edinger Westphal), que inerva os músculos intrínsecos do olho, entre eles o musculo esfíncter da pupila, e quando este tem sua ação reduzida, o paciente terá uma midríase (aumento da pupila). Assim, o problema da midríase Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. pode ser causado tanto por um problema no músculo como no nervo. 4 CASO CLÍNICO Problema: convergência ocular DESCRIÇÃO CLÍNICA: →Imagem A: Ortoforia (alinhamento dos dois olhos) no olhar fixo →Imagem B: Movimento conjugado dos olhos intacto →Imagem C: Na mirada lateral direita, observa-se nistagmo no olho direito e ausência do movimento conjugado dos olhos HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: O problema pode estar no fascículo longitudinal medial, responsável pela intercomunicação do mesencéfalo, ponte e bulbo e, por isso, importante para a realização do movimento conjugado dos olhos, o que não ocorre na imagem C. AVALIAÇÃO DO OLHAR CONJUGADO: Quando você examina um olho de cada vez você esta analisa o 3°, 4° e 6° par. No entanto, quando você pede para o paciente ficar com os dois olhos abertos para avalia-lo, você esta avaliando o olhar conjugado, ou seja, área 8 e todas as estruturas ligadas a ela, dentre elas o fascículo longitudinal medial. No exame do olhar conjugado, pede-se para o paciente ficar com os dois olhos abertos e faz-se alguns movimentos dos olhos em conjunto, de forma conjugada, ou seja, o olhar conjugado é quando paciente olha com um dos olhos para um lado e o outro olho segue obrigatoriamente para esse mesmo lado. Outro detalhe importante é que somente observando-se a imagem A, pode-se excluir problemas no 3°, 4° e 6° par. Se houvesse uma lesão no 3° par, haveria um desvio lateral, ptose palpebral e midríase. Se fosse uma lesão no 4° par, um dos olhos apresentaria desvio supero-medial. Se fosse uma lesão no 6° par, um dos olhos apresentaria um desvio medial. FISIOLOGIA DO OLHAR CONJUGADO: Assim como no cérebro tem a área 4 responsável pela atividade motora, existe também a área 8, que esta no lobo frontal, responsável pelo olhar conjugado. Quando você esta avaliando o olhar conjugado, obrigatoriamente esta avaliando também a área 8. Essa área esta ligada obrigatoriamente ao 6° par craniano (abducente) e este inerva o musculo reto lateral, por isso que o olho esquerdo vai para a direção lateral, como esta sendo mostrado na IMAGEM B. Lembrando que o 6° par tem seu núcleo localizado na ponte. Já no olho direito da imagem B, quem esta agindo é o musculo reto medial, que Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. é inervado pelo musculo oculomotor (3° par), cujo núcleo esta localizado no mesencéfalo. MOVIMENTO CONJUGADO EFETIVO IMAGEM B: Quando um paciente olha para o lado esquerdo (imagem B), no olho esquerdo age o nervo abducente (6° par-músculo reto lateral) e no olho direito age o nervo oculomotor (3° par- músculo reto medial). Ou seja, olhos diferentes, músculos diferentes, nervos diferentes . O corpo só consegue fazer isso graças a esse caminho do olhar conjugado. Então o que acontece: a área 8, responsável pelo olhar conjugado, se comunica diretamente com o 6° par. promovendo a abdução do olho. Só que ao redor do 6° par há uma estrutura/substancia chamada FORMAÇÃO RETICULAR PARAMEDIANA, por meio da qual se permite que o 6° par do olho esquerdo (cujo núcleo esta na ponte) se comunique com as estruturas da ponte no outro lado (contralateral-lado direito). Só que a ponte não irá se comunicar com o 6° par diretamente e sim através de uma estrutura que desce e sobre em todo o tronco encefálico, chamada de FASCICULO LONGITUDINAL MEDIAL. Esse fascículo intercomunica o mesencéfalo, ponte e bulbo (é como se fosse um trato), permitindo que troquem informações. Assim, o 6° par agiu e manda informações através dessa formação reticular paramediana, que se comunica com o fascículo longitudinal medial do outro lado e por meio deste, a informação chega até o núcleo do 3° par (oculomotor-mesencéfalo), este age sobre o musculo medial, movimento o olho para o mesmo lado do outro e promovendo o movimento conjugado dos olhos. MOVIMENTO CONJUGAFO FALHO IMAGEM C: Solicitou-se ao paciente uma mirada lateral direita, no entanto, houve um nistagmo no olho direito e o olho esquerdo não houve o desvio medial que deveria ter acontecido. Nesse momento, não pode-se ter o raciocínio visto no 3°, 4° e 6° par, pois aqui não se esta avaliando um olho de cada vez, e sim os dois olhos abertos em conjunto, estamos avaliando o olhar conjugado do paciente. O que aconteceu na imagem C foi: A área 8 se comunica com o 6° par craniano (abducente) do lado contralateral, que inerva o reto lateral. Assim, quando o 6° par promove o movimento lateral do olho direito, estará também mandando informações para a FORMAÇÃO RETICULAR PARAMEDIANA, que esta ao seu redor. essa formação deveria se comunicar com o FASCICULO LONGITUDINAL MEDIAL do outro lado. No entanto, o olho esquerdo não esta apresentando o movimento medial no olho esquerdo. Isso significa que pode haver um problema no FASCICULO LONGITUDINAL MEDIAL, e, portanto, uma Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. falha na comunicação do 6° par de um lado com o 3° par do outro lado. O problema não esta na FORMAÇÃO RETICULAR PARAMEDIANA, pois ela é curta e só a faz uma ponte com o fascículo, este que esta comprometido. O nome dessa doença é OFTALMOPLEGIA INTERNUCLEAR. Essa doença é causada por AVE na ponte (tronco encéfalico) Se estou pedindo para o paciente olhar para o lado direito, a área 8 esta do lado esquerdo (contralateral). 5 CASO CLÍNICO Problema: nervo abducente (VI par) DESCRIÇÃO CLÍNICA: Na mirada lateral, com paciente em repouso, percebe-se uma paresia no desvio lateral do olho esquerdo HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: (diagnóstico topográfico ou anatômico) Esse é um exemplo de um paciente com problema no 6° par craniano, no músculo reto lateral. As vezes, esse problema pode se mostrar discreto, pois você não há uma paralisia/plegia, mas apenas uma paresia (musculatura agindo, porém enfraquecida), por isso o desvio não é tão acentuado. TRIGÊMIO (V) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio, passando pela fissura orbital superior. Seu núcleo fica na ponte EMERGÊNCIA: Ponte PERCURSO: O trigêmeo é divide-se em três ramos que inervam regiões da face: ramo oftálmico, maxilar e mandibular. O 5° é misto, porém é predominantemente sensitivo, ou seja, quando se falar em sensibilidade da face, deve-selembrar imediatamente do trigêmeo. Assim, nos exames físicos testa-se os seus núcleos sensitivos, responsável pela sensibilidade tátil (pincel) e dolorosa (agulha ponta romba), e seu núcleo motor, responsável pela mastigação. NÚCLELO PRINCIPAL PONTINO: Responsável pela sensibilidade tátil e barestésica NÚCLEO ESPINAL: responsável pela sensibilidade dolorosa NÚCLEO MESENCEFÁLICO: responsável pela propriocepção da musculatura da mastigação e do globo ocular. É o que permite por exemplo que uma pessoa consiga dizer, com os olhos fechados, se esta com a boca aberta e fechada. NÚCLEO MOTOR: inerva os músculos da mastigação: musculo temporal, masseter e pterigóideos. Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. FACIAL (VII) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Sulco bulbo pontinho, saindo pela fissura estilomastóide do crânio. Tem seu núcleo na ponte. EMERGÊNCIA: Ponte CARACTERÍTICA: Diferentemente do trigêmeo, o facial, apesar de também ser misto, é predominantemente motor. NÚCLEO MOTOR: Responsável pela musculatura da face. Avalia-se este pedindo-se para o paciente enrugar a testa, franzir a sobrancelha, fechar os olhos com força, mostrar os dentes, assobiar. A partir disso iremos identificar as alterações na mimica facial. NÚCLEO SENSITIVO: gustação dos 2/3 anteriores da língua. Além disso sua parte sensitiva pode ser denominada de RAIZ SENSITIVA OU NERVO DE WRISBERG, que fica na região periauricular. 1° CASO CLÍNICO Problema: nervo facial (VII) DESCRIÇÃO CLÍNICA: Paciente 1: No exame da mímica facial, paciente apresentou enrugamento unilateral da testa, desnível das sobrancelhas, apagamento do sulco nasolabial direito e desvio da rima labial para o lado esquerdo. Paciente 2: Na inspeção dos olhos fechados, observou-se o fechamento incompleto do olho direito, apagamento do sulco nasolabial direito HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: o problema pode estar no nervo facial ou na área de associação cortical. 2° CASO CLÍNICO Problema: nervo facial (VII) DESCRIÇÃO CLÍNICA: é solicitado aos dois paciente que enruguem a testa e mostrem os dentes. PACIENTE 1: No exame da mimica facial, nota-se a manutenção das marcas de expressão nas duas faces da testa, sobrancelhas no mesmo nível, apagamento do sulco nasolabial direito e desvio da rima labial para a esquerda PACIENTE 2: No exame da mimica facial, nota-se o apagamento das linhas de Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. expressão/ausência das linhas de expressão na fronte à direita, desnível na altura das sobrancelhas, apagamento do sulco nasolabial direito e um desvio da rima labial para a esquerda. PARALISIA CENTRAL: (caso grave) quando não paralisa totalmente um lado da face (paralisia apenas da hemiface inferior), é um problema em uma das áreas 4 motoras (central). Nesse caso, o paciente deve ser levado imediatamente para o serviço de emergência. PARALISIA PERIFÉRICA: (caso leve) paralisa totalmente um lado da face, é um problema no 7° par craniano (periférico)/plegia do 7° par. Nesse caso, o paciente recebe acompanhamento ambulatorial e é encaminhado para a fisioterapia. HEMIFACE INFERIOR: só recebe comandos centrais da área 4 do lado contralateral HEMIFACE SUPERIOR: recebe comandos tanto da área 4 do mesmo lado, como da do lado contralateral DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DE CASO: PACIENTE 1: Paralisia facial central – caracterizadas (no caso) pela paralisia apenas da hemiface inferior direita. Provavelmente é resultado de problema na área 4 esquerda, como também pode ser um problema do trato corticonuclear. No homem, a hemiface inferior esta paralisada e a hemiface superior está se movendo. Isso indica um problema ou na áera 4 do lado esquerdo, pois esta comanda a hemiface inferior do lado direito. Como também pode ser um problema na via que promove essa comunicação entre a área e o nervo, denominada TRATO CORTICONUCLEAR. A hemiface superior esta se movimentando pois ela recebe comando da área 4 do mesmo lado (direito). TRATO CORTICONUCLEAR: responsável por integrar a área de um lado com o nervo de outro. PACIENTE 2: Paralisia facial periférica – caracterizada (no caso) por paralisia de toda a hemiface direita. Provavelmente causada por problemas no 7° nervo craniano do lado direito, responsável pela mimica facial de todo o lado direito. O comando o 7° par é oriundos da área 4 de Brodiman, do giro pré-central. A área 4 do lado direito manda fibras que cruzam e vão influenciar o 7° par esquerdo, influenciando nos movimentos da musculatura da hemiface inferior esquerdo, enquanto que as fibras que ficaram do mesmo lado inervam somente a hemiface superior. Já a área 4 do lado esquerdo também manda fibras que cruzam e vão agir no 7° par do lado direito e este age em toda a hemiface inferior, enquanto que as fibras que não cruzaram inervam somente a hemiface superior No caso em questão: como a mulher tem toda a hemiface direita totalmente Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. paralisada, isso indica um problema no 7° nervo, pois se ela tiver uma lesão central, à esquerda por exemplo, ainda assim ela tinha que movimentar a hemiface superior direita, pois esta é comandada também pela área 4 do lado direito. 3° CASO CLÍNICO Problema: nervo facial (VII) DESCRIÇÃO CLÍNICA: No exame da mimica facial, observou-se a manutenção das marcas de expressão nos dois lados da hemiface superior, sobrancelhas no mesmo nível, apagamento do sulco nasolabial esquerdo e um desvio da rima labial para a direita HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: paralisia facial central, não é o problema no 7° par. ANÁLISE DE CASO: A tomografia correta referente a esta mulher é a primeira, pois se a paralisia foi do lado esquerdo, o problema esta na área 4 do lado direito 4° CASO CLÍNICO Problema: nervo facial (VII) DESCRIÇÃO CLÍNICA: No exame da mimica facial, observou-se as preservação de marcas de expressão da hemiface superior dos dois lados, sobrancelhas no mesmo nível, apagamento do sulco nasolabial direito e desvio da rima para o lado esquerdo HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: paralisia facial lateral a direta, com lesão é contralateral esquerda VESTIBOLOCOCLEAR (VIII) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Sulco bulbo pontino, penetra no osso temporal pelo meato acústico interno, porém não sai do crânio, Seu núcleo esta na ponte. EMERGÊNCIA: Ponte PROVAS: o vestibulococlear possui duas partes, uma vestibular, responsável pelo equilíbrio (testes de equilíbrio-Romberg, desvio do pronador, Dix-Hallpike) e uma parte coclear, responsável pela audição (teste de Rinne e Weber) DIX HALLPIKE: paciente sentada de uma forma que quando ela deitar a sua cabeça passe da borda da maca. O médico explica o procedimento, segura na cabeça de um lado e do outro, faz Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. uma rotação de 45° e auxilia o paciente a deitar sua cabeça de olhos abertos. Paciente fica nessa posição por 30 minutos e o médico fala: se você sentir alguma coisa me avise → tontura ou nistagmo → é utilizada para avaliar a raiz vestibular do nervo Vestibulococlear. Essa manobra permite identificar se a vertigem relatada pelo paciente é periférica ou central, devido à algumas características: VERTIGEM PERIFÉRICA: →Gravidade da vertigem: Severa →Latência dos sintomas e nistagmo: o tempo que leva a paciente começar a referir os sintomas é de 2 a 40 segundos →Duração do nistagmo: <1 mim →Fatigabilidade: nistagmo começa forte e vai diminuindo (fatigando) →Habituação: a cada vez que se repete a manobra, os sintomas vão ficando menos intensos VERTIGEM CENTRAL →Gravidade da vertigem: variável →Latência dos sintomas e nistagmo: iniciam-se imediatamente →Duração do nistagmo: >1 min →Fatigabilidade: na vertigem centralo nistagmo mantém-se no mesmo nível de intensidade →Habituação: toda vez que se repete a manobra, a intensidade dos sintomas é a mesma TONTURA; é o principal sintoma associado a essa raiz vestibular. Tontura é considerado um termo geral, na HDA você terá que especificar se é uma vertigem, se é uma síncope ou sensação iminente de desmaio, se é apenas uma sensação de desequilíbrio ou se é uma sensação de cabeça vazia ou flutuação. Tudo isso é chamado de tontura, por isso é importante especifica-la e tentar classificar a queixa do paciente em uma dessas quatro características. Além disso, deve-se certificar se a vertigem (sensação giratória) é objetiva ou subjetiva: • Objetiva: quando os objetivos ao redor giram • Subjetiva: quando o próprio sujeito sente que ele esta girando TESTE DE RINNE: o examinador irá acionar o diapasão e coloca no processo mastoide atrás da orelha e explica “Vou encostar esse aparelho em você, quando parar de sentir a vibração, me avise”. Quando a paciente disser que parou de sentir, você tira o da posição e coloca-o próximo da orelha e pergunta se a Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. paciente esta escutando alguma coisa, espera-se que ela diga que esta escutando algo. Na prova de Rinne, testa- se primeiro a condução óssea e depois a condução aérea. O normal é que a condução aérea seja maior do que a condução óssea, ou seja, a condução óssea ocorre por um menor período de tempo do que a condução aérea, isso é o normal. • ALTERAÇÃO PROVA RINNE: quando a condução óssea do paciente for maior do que a condução aérea, paciente não escuta ao colocar diapasão próximo do ouvido. O problema pode estar em qualquer caminho que essa condução aérea faz, por exemplo, pode ser cera do ouvido impedindo a condução aérea, pode ser um problema na membrana timpânica, no martelo, na bigorna. TESTE DE WEBER: Coloca-se o diapasão na fronte do paciente e pergunta onde ela esta sentindo a vibração. O normal é que ela não refira lateralização da vibração, esta deve ser sentida bem no centro da testa, isso significa que a condução óssea tanto para um lado da testa quanto para o outro é igual. A paciente não sente diferença entre os sons escutados nos dois lados da cabeça. • ALTERAÇÃO PROVA WEBER: na prova de weber o desvio na condução óssea vai ser percebido maior no ouvido afetado/surdo. Quando a condução óssea esta diminuída, ou seja, tem-se uma perda auditiva condutiva unilateral, o paciente tem um ouvido abafado (abafamento aéreo), com isso ela tem a falsa percepção que há o deslocamento da vibração para esse lado → vai dizer que esta sentindo melhor no meu ouvido ruim/surdo. CUIDADO: um paciente com a condução óssea diminuída, prejudicada, o teste de Rinne continuará sendo positiva, indicando normalidade, pois se a condução aérea normalmente é maior do que a óssea, imagine se ela já estiver reduzida. Quando faço o teste de Weber, ele dirá, portanto, que esta ouvindo melhor do lado do ouvido bom (surdez neurossensorial) ou do ruim (surdez condutiva) Portanto, o teste de Rinne não me garante normalidade total, deve ser feito o teste de weber. Se o teste de Weber mostrar lateralização para um dos lados do ouvido, indica um problema de surdez. CURIOSIDADE: Teste de Rinne e Weber é para diferenciar se há um problema na: →PERIFÉRICA: na condução aérea, confirmado no teste de Rinne, pois este Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. compara a condução óssea e a aérea de um lado do rosto. →CENTRAL: na condução óssea. Confirmado no teste de Weber, pois ele compara a condução óssea do lado esquerdo e direito. CÓCLEA: Dentro da parte do osso temporal, denominada porção petrosa, se encontra a cóclea. Quando eu coloco o diapasão na região da fronte do osso temporal, a vibração vem pelo osso até chegar na região em que a cóclea esta encravada, é aqui onde ela deve captar essa condução GLOSSOFARÍNGEO (IX) E VAGO (X) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO IX: Sulco lateral posterior do bulbo, sai pelo forame jugular do crânio. Seu núcleo fica no bulbo X: Sulco lateral posterior ao bulbo, sai pelo forame jugular do crânio. Seu núcleo fica no bulbo EMERGÊNCIA: IX e X: Bulbo O glossofaríngeo e o vago são responsáveis pela fonação, pela inervação da língua, pelo aparelho de fonação essa parte posterior da faringe. São avaliados pedindo-se para o paciente fazer o “Ahh” “Ehh” e observar a movimentação do palato e da região da úvula, o que vai indicar que esses nervos estão com um bom funcionamento. ACESSÓRIO (XI) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Sulco lateral posterior ao bulbo (raiz craniana) e à medula (raiz espinal). Passa pelo forame jugular. Seu núcleo está localizado no bulbo e na medula EMERGÊNCIA: do bulbo e da medula Inerva o musculo esternocleidomastóideo e o trapézio, então você solicitara movimentos de elevação e abaixamento do ombro e rotação do pescoço para um lado e para o outro HIPOGLOSSO (XII) ORIGEM APARENTE ENCÉFALO Sulco lateral anterior ao bulbo, adiante da oliva. Passa pelo canal do hipoglosso no crânio. Seu núcleo fica no bulbo EMERGÊNCIA: Bulbo É avaliado primeiro com o paciente com a língua dentro da boca, pede-se para movimentá-la para ambos os lados- cima, baixo, lado e outro, e depois pede para o paciente colocar a língua para fora e depois para movimenta-la-cima, baixo, lado e outro. 1° CASO CLÍNICO Problema: nervo hipoglosso (XII) Letícia Cavalcante – FAHESP/IESVAP, 2021. DESCRIÇÃO CLÍNICA: Nota-se desvio da língua para a direita HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ANATÔMICA: o problema esta no lado no 12° par direito, pois quando a musculo esta normal e você coloca-a para fora da boca, os músculos da língua conseguem colocar a ponta da língua para a frente, mas se um deles esta com problema do lado direito, esse lado da língua tende a ficar dentro da boca, por isso a língua desvia para o lado afetado (direito), como mostrado na imagem. INVERÇÃO DA LÍNGUA: 2/3 anteriores → a sensibilidade geral (tátil térmica e dolorosa) nessa região é dada pelo 5° par craniano, a sensibilidade gustativa dessa região é dada pelo 7° par craniano. 1/3 posterior → os dois tipos de sensibilidade são dada pelo 9° par craniano A motricidade de toda a língua → é dada pelo 12° nervo EXAME DE CONSCIÊNCIA GLASGOW REFERÊNCIAS PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009. BATES, B. Propedêutica Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. ANATOMIA COLUNA VERTEBRAL É uma estrutura curva composta por vértebras ósseas conectadas por discos intervertebrais cartilaginosos. Faz parte do esqueleto axial e se estende da base do crânio até a ponta do cóccix. A medula espinhal atravessa o seu centro. FUNÇÕES Torcer, curvar e balançar o tronco em várias direções, além de proteger a medula espinhal e ajudar na sustentação do peso corporal REGIÕES E CURVATURAS • CERVICAL: curvatura cervical ou lordose cervical • TORÁCICA: curvatura torácica ou cifose torácica • LOMBAR: curvatura lombar ou lordose lombar • COCCÍGEA: curvatura sacral ou cifose sacral VERTEBRAS São constituídas por um total de 33 vértebras. Elas são diferentes entre si, variando em tamanho e características, especialmente de uma região para outra. Possui como estruturas básicas: o corpo vertebral, o arco vertebral e os processos vertebrais. São elas: • CERVICAIS: 7 (C1 a C7) • TORÁCICAS: 12 (T1 a T12) • LOMBARES: 5 (L1 a L5) • SACRO: 5 fundidas (S1 a S5) • CÓCCIX: 3 a 4 fundidas coluna PROJEÇÕES ÓSSEAS • C3: Nível do osso hioide • C4: Nível da cartilagem tireoide • C6: Nível da cartilagem cricoide • C7: Vertebra mais proeminente • T2: Nívelda espinha escapular • T4: Nível do ângulo esterno • L4: Nível da cicatriz umbilical • S1: Nível da crista ilíaca ANATOMIA DA SUPERFÍCIE VERTEBRAL VERTEBRAS CERVICAIS E TORÁCICAS VERTEBRAS LOMBARES, SACRO E CÓCCIX TRÍGONO DO PESCOÇO • ANTERIOR: submentual, submandibular, muscular e carótido • POSTERIOR: supraclavicular e occipital SINAIS E SINTOMAS Os principais sintomas das afecções da coluna vertebral são: dor e rigidez pós-repouso. DOR Pode estar localizada em um de seus segmentos (cervical, dorsal ou lombossacral) ou em toda a sua extensão, sendo importante ser registrada suas características: • Intensidade • Duração • Localização • Irradiação • Fatores agravantes, precipitantes ou atenuantes • Dor referida: quando é originada em outra região, que não a coluna DOR REFERIDA: uma dor que pode ser percebida na coluna vertebral, sem ser, contudo, originada nela. Exemplos importantes são: -Coluna toracolombar->pancreatite -Coluna torácica->ulcera duodenal -Coluna lombar->dor renal -Coluna lombossacral->ginecológica ENFERMIDADES DEGENERATIVAS OU INFLAMATÓRIAS: geram dores de longa duração, com intensidade de leve a média, ENFERMIDADES COMPRESSIVAS OU INFECCIOSAS: geram dores de curta duração, com intensidade elevada A dor na coluna vertebral, principalmente nos segmentos cervical e lombossacral, quando se irradia para os membros superiores ou inferiores, sugere possibilidade de comprometimento radicular, cuja etiologia pode ser degenerativa (discoartrose) ou compressiva (hérnia discal e neolpasia) Já a clássica dor que melhora com os movimentos e piora a noite são das afecções inflamatórias (espondinilite anquilosante) A dor continua mesmo em repouso e com grande piora aos movimentos ocorre na hérnia discal A dor que melhora no repouso, piora no início dos movimentos, mas melhora com o decorrer deles é típica da esponfiloartrose RIGIDEZ PÓS-REPOUSO Geralmente matinal, costuma ocorrer tanto em doenças inflamatórias (mais persistente) como nas degenerativas (mais passageira). EXAME FÍSICO Higieniza-se as mãos, conforme o protocolo da ANVISA, apresenta-se ao paciente e explica os procedimentos, solicitando permissão para realiza-los • Inspeção • Palpação • Movimentos • Manobras INSPEÇÃO OBJETIVOS • Reconhecer curvaturas • Reconhecer projeções ósseas • Deformidades • Desalinhamentos • Assimetrias • Atrofias • Lesões da pele • Abaulamentos • Retrações • Cicatrizes • Nichos pilosos lombossacral POSTERIOR Começa com o paciente em pé, de costas para o examinador e, obrigatoriamente, com o tórax despido e os pés sem sapatos. Observa-se o alinhamento da: • Cabeça, em relação ao corpo • Orelhas • Ombros • Escápulas • Crista ilíaca • Linha espondiléia • Simetria do Triângulo de Talhe, formado pelo caimento dos ombros com as alturas das cinturas, com a linha espondiléia ou vertebral LATERAL Paciente com os braços em extensão, paralelos ao solo, para visualização das curvaturas da coluna. Observa- se: • Alterações nas curvaturas • Pede para que degluta, para verificar possíveis alterações cervicais ANTERIOR Com o paciente virado de frente, faz- se observações de alinhamento: • cabeça • orelhas • ombros • crista ilíaca • Trângulo de talhe • joelhos • mamilos • centralização da cicatriz umbilical • Presença dos músculos peitorais • Deformidades da caixa torácica: pectus escavatum e carinatum • Teste da inclinação ou teste de Adams- busca deformidades, gibosidades dorsais ou lombares ALTERAÇÕES VERTEBRAIS PALPAÇÃO Técnica da digitopressão/palpação da linha espondileia (vertebral) – palpa-se vertebras e espaços entre elas – e da linha paravertebral (músculos para espinhais). OBJETIVOS • Procura-se dor • Crepitações, cistos e tumoração • Contraturas musculares • Desalinhamentos COLUNA CERVICAL: palpa-se as partes moles (trígono do pescoço) e ossificadas: ANTERIORES: paciente em posição supina para relaxamento da musculatura cervical PARTES MOLES • Musculo esternocleidomastóideo • Cadeia linfática cervical da borda do músculo é palpável em afecções do trato respiratório • Glândula tireoide • Parótidas • Fossa supraclavicular • Pulso carotídeo PARTES ÓSSEAS • Osso hioide, que esta ao nível de C3 e fica acima da cartilagem tireoidiana • Cartilagem tireoidiana, cujo ápice é o “pomo de adão” e esta ao nível de C4 • Primeiro anel cricoide, parte integrante da traqueia, esta abaixo da cartilagem cricoide e acima do sítio de eleição para a traqueostomia de emergência. Esta no nível de C6 • Tubérculo carotídeo, palpado ainda ao nível de C6, adjacente ao pulso carotídeo POSTERIOR: paciente sentado PARTES MOLES • Músculo linfático, próximo ao músculo, palpável apenas em caso de afecções • Nervos occipitais maiores podem ser palpados em caso de inflamações • Ligamento nucal anterior PARTES ÓSSEAS • Occipício, na face posterior do crânio, onde se encontra a protuberância occipital externa e lateralmente a essa, a linha nucal superior. Lateralmente a esta linha, encontra-se o processo mastoide. • Vértebras C2 e C7, que são facilmente palpáveis. As C1, C3,C4,C5 e C6 são mais profundas, porém, deve-se tentar palpá-las a procura de dor, crepitação ou desalinhamento • Superfícies articulares, ao lado das vértebras, podem tentar ser palpadas COLUNA TORÁCICA: paciente deve estar sentado. Geralmente a palpação inicia-se delimitando a escápula e identificando sua espinha. • Vértebra T3, esta na mesma linha da espinha da escápula, quando os membros estão na posição anatômica. O ângulo inferior da escápula situa-se sobre T7 ou T8 • Vértebra C7, é proeminente, podendo ser visualizada. A partir desses dois pontos de referência – C7 e T3 – as demais vértebras entre eles podem ser palpada • Músculos rumboides, que se originam na coluna, entre C7 e T5 e inserem-se na margem medial da escápula, são palpados com membro superior em rotação interna máxima e adução COLUNA LOMBOSACRAL: palpação com o paciente em pé. Palpa-se: • Crista ilíaca, que esta localizada na região entre L4 e L5 • Espinhas ilíacas anterossuperiores e posterossuperiores (ao nível de S2) • Processos espinhosos das vértebras • Nervo ciático, da região da nádega até a região poplítea • Musculatura abdominal, com paciente na posição semissentada. A porção superior é inervada por T7 até T10 e a inferior de T11 até L1 MOVIMENTOS Investiga-se dor ou limitação do movimento • COLUNA CERVICAL: flexão, extensão, rotação, inclinação lateral • COLUNA TORÁCICA: são limitados, usa-se as manobras • COLUNA LOMBAR: flexão, extensão, rotação e inclinação • COLUNA COCCÍGEA: não há COLUNA CERVICAL Avalia-se a amplitude dos movimentos. A precisão desse exame pode ser melhorada pedindo-se para o paciente segurar entre os dentes uma espátula, usada como referência no registro das angulações. • FLEXÃO: paciente deve ser capaz de encostar o queixo no tórax • EXTENSÃO: deve ser observado um alinhamento da fronte e do nariz com o plano horizontal. • ROTAÇÃO: queixo deve se alinhar com os ombros. • INCLINAÇÃO: encostar a orelha no ombro. COLUNA LOMBAR A amplitude dos movimentos lombares apresenta variações com a idade e sofre influencia da flexibilidade das articulações. Deve considerar o aparecimento de dor, espasmo, rigidez ou bloqueio. MANOBRAS COLUNA CERVICAL MANOBRA DE SPURLING POSIÇÃO: Flexão lateral da cabeça do paciente, na qual o examinador realiza pressão sobre o topo da cabeça. EFEITO: Ocorre compressão das raízes nervosas do plexo braquial POSITIVA:Positiva para formigamento ou parestesia, Não é positiva para dor SINAL DO ALÍVIO EM ABDUÇÃO POSIÇÃO: Em posição sentada, solicita-se que o paciente ativamente coloque a mão no topo do crânio EFEITO: Descompressão da raiz nervosa região C5-C6 POSITIVA: Positiva para alívio da dor ou parestesia. Deve ser realizada quando a manobra de Spurling é positiva. TESTE DA DISTRAÇÃO POSIÇÃO: Paciente sentado e as mãos do examinador no queixo (mento) e na região posterior da cabeça (occipital), realiza-se distração (elevação) da região cervical, o qual ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor da compressão. EFEITO: Ocorre descompressão da raiz nervosa POSITIVA: Positiva para alívio da dor. Deve ser realizada quando a manobra de Spurling é positiva. MANOBRA DE LHERMITTE POSIÇÃO: Com o paciente na posição sentada, flete-se a cabeça de encontro ao tórax, com joelho semifletido, médico força um pouca a cabeça do paciente para frente EFEITO: Compressão de raiz nervosa ou irritação desta POSITIVA: Positivo quando há dor ou parestesias, podendo a dor se irradiar da coluna cervical para a região de baixo (região torácica ou lombar). TESTE DA DEGLUTIÇÃO POSITIVA: Dificuldade de deglutição devido a doenças na região anterior da coluna cervical, como protuberâncias ósseas, osteófilos, intumescências dos tecidos moles devido a hematomas, infecções e tumores. Pode ser feita durante a inspeção lateral, em caso de abaulamentos e retrações cervicais. VALSAVA POSIÇÃO: Paciente deve prender a respiração e fazer força como se quisesse evacuar. EFEITO Aumento da pressão intrafecal, devido a compressão das raízes nervosas POSITIVA: Positiva para intensificação dos sintomas, podendo ser indicativa de como tumores e hérnias TESTE DE PATÊNCIA DA ARTÉRIA VERTEBRAL POSIÇÃO: Com o paciente em posição supina (deitado, decúbito dorsal), deve fazer a extensão cervical, inclinação da cabeça para um lado seguida de rotação desta, mantendo a posição por cerca de 30 segundos. EFEITO: A rotação afeta a artéria vertebral, pois simula sua compressão, Se houver presença de uma placa obstruindo a artéria, o fluxo de sangue vai ser diminuído para o encéfalo POSITIVA: Positiva para tonturas, síncope (sensação de desmaio), cabeça vazia (sensação), nistagmo (movimento involuntários dos olhos - se move rapidamente de um lado para o outro), Lembrando que “tontura” é um termo muito subjetivo, pode referir-se a: • Vertigem subjetiva: paciente sente que esta girando • Vertigem objetiva: paciente sente que objetos ao redor estão girando • Cabeça vazia TESTE DE ADSON (PATÊNCIA DA ARTERIA SUBCLÁVIA) POSIÇÃO: Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado EFEITO: Compressão da artéria subclávia. Testa a permeabilidade da artéria subclávia, que pode ser comprimida pela costela cervical ou pela contratura dos músculos escalenos anterior e médio POSITIVA: Diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso COLUNA TORÁCICO EXPANSIBILIDADE TORÁCICA POSIÇÃO: É medida a expansibilidade torácica com fita métrica ao redor do tórax, na altura dos mamilos, que deve mostrar um aumento de no mínimo 3 cm entre expiração e inspiração profunda. POSITIVA: Expansão menor que 3 cm. Mobilidade pode estar reduzida em pacientes portadores de cifose, com problemas nos pulmões (DPOC), costelas, diafragma, músculos intercostais, deformidade congênita do esterno, fraturas. MOBILIDADE TORÁCICA: MANOBRA DE STIBOR POSIÇÃO: Pode ser colocada uma fita métrica entre as apófises espinhosas da C7 e T12 e obter um valor numérico com a diferença entre as posições normais e flexionada, que deve ser, no mínimo, 2,5 cm no indivíduo normal. POSITIVA: Se o aumento for menor, pode indicar processos patológicos. ALINHAMENTO DA COLUNA TORÁCICA POSIÇÃO: Verificação do alinhamento da coluna por meio de um fio de prumo, apoiado da 7° vertebra cervical, o fio deve acompanhar a linha média até o sulco interglúteo. POSITIVA: A presença de desvios da coluna desviará o fio do sulco interglúteo. COLUNA LOMBAR MOBILIDADE DA COLUNA LOMBAR: MANOBRA DE SCHOBER POSIÇÃO: Com o paciente na posição ortostática (ereto) é delimitado um espaço de 10 cm acima do processo espinhoso de S1 (nível da crista ilíaca) e faz-se uma marcação. Após isso o paciente faz uma flexão. Mede-se então aumento da marcação. POSITIVA: O teste é positivo se não ocorrer aumento de pelo menos 5 cm na flexão máxima MANOBRA DAS CONTRAÇÕES DOS GLÚTEOS POSIÇÃO: Abaixa-se a calça do paciente e, com dois a 3 dedos acima do músculo do glúteo, pede para ele contrair o bumbum. POSITIVA: Se houver déficit de contração, pode ser indicativo de processos patológicos COLUNA SACRAL MANOBRA DE TRENDELENBURG POSIÇÃO: É realizado com o paciente em pé, e o quadril oposto àquele a ser examinado mantido em extensão e o outro com o joelho fletido. Avalia a função dos abdutores do quadril. Em condições normais, a pelve é mantida nivelada pela contração dos abdutores que a apoia POSITIVA: É positivo quando uma crista ilíaca fica acima da outra, revelando fraqueza da musculatura abdutora. Indicativa de alteração no glúteo médio, relacionado com a articulação sacro ilíaca. TESTE DE THOMAS POSIÇÃO: O paciente é posicionado em decúbito dorsal em superfície firme. O médico vai colocar uma das mãos na coluna lombar e a outra vai fletir a coxa do paciente. POSITIVA: É positivo se o paciente fletir a outra perna. MANOBRA DE LEWIS Paciente em decúbito lateral, joelhos semifletidos, comprimir a crista ilíaca e buscar dor. MANOBRA DE MENEL Paciente em decúbito lateral, uma das mãos do médico puxa a perna e traciona o joelho para trás, testando a articulação sacro ilíaca MANOBRA DE VOLKMAN Paciente em decúbito dorsal, palpa-se a crista de um lado e do outro afasta elas MANOBRA DE ERICHENSEN Afastamento as cristas ilíacas TESTE DE PATRICK-FABERE POSIÇÃO: É realizado na posição supina (decúbito dorsal), com quadril e o joelho flexionados e o pé apoiado sobre o joelho contralateral. Uma das mãos fixa a crista ilíaca (pelve) e a outra abaixa o joelho, realizando sua abdução e rotação POSITIVA: Positivo quando a dor que aparecer for exacerbada com a rotação do joelho. A dor cística origina-se no nervo ciático (plexo lombosacral) EXAME NEUROLÓGICO O exame neurológico da coluna cervical envolve a avaliação dos plexos nervosos. Os plexos são um conjunto de nervos que nascem na medula espinhal, atravessam os forames de conjugação para distribuir-se pelos órgãos a que são destinados. Assim, a partir da anastomose dos nervos cervicais, dorsais, lombares, sacros e coccígeos, forma-se 4 plexos nervosos no tronco: • PLEXO CERVICAL: ligações nervosas com a cabeça, pescoço e ombros • PLEXO BRAQUIAL: ligações nervosas com o tórax, os ombros, os braços, os antebraços e as mãos • PLEXO LOMBAR: ligações com as costas, o abdômen, a virilha, as coxas, os joelhos e as panturrilhas • PLEXO SACRAL: ligações com a região pélvica, as nádegas, os genitais, as coxas, as panturrilhas e os pés Para cada nível neurológico existe uma distribuição sensitiva, um teste motor e um exame de reflexos. Assim, uma lesão do plexo compromete os seguintes aspectos: • MOTRICIDADE • REFLEXOS • SENSIBILIDADE AVALIAÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL AVALIAÇÃO DO PLEXO LOMBOSACRAL EXAME DE TRIAGEM DE L4, L5, S1 • L4: agachando e levantando • L5: andar sobre calcanhares • S1: andar na ponta dos pés MANOBRAS PARA PESQUISA DE RADICULITE
Compartilhar