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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO E EXTENSÃO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS QUESTIONÁRIO SOBRE A FASE POSTULATÓRIA DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Aluno: Túlio Cirne/ MP4 CD Prof.: Nadja Leite Trabalho de graduação do curso de Direito apresentado como requisito parcial para avaliação do 1o GQ da disciplina de Direito Processual Trabalhista, ministrada pela Prof. Nadja Leite. RECIFE 2020 1 – Alguém que trabalhou para uma banca de jogo de bicho, faz jus aos direitos trabalhistas oriundos da relação de emprego? E, em caso positivo, poderia ingressar com uma reclamação trabalhista para ver reconhecidos tais direitos? Responder com fundamento em súmula específica do TST. A prática da atividade ligada ao jogo do bicho gera, consequentemente, a nulidade absoluta do contrato de trabalho firmado para a função deste, visto que a ilicitude do objeto do contrato afasta o requisito de validade para a formação do ato jurídico. E in casu, a pessoa que trabalhou para a banca que tem por função, o ‘’jogo do bicho’’, não possui nenhuma razão ou direito para ingressar em juízo, tendo se observado que essa prática é vista como contravenção penal (dita como crime de menor potencial ofensivo), que pode acarretar tanto ao explorador quanto ao apostador uma pena que chega até 1 ano de prisão. A devida previsão legal está na Orientação Jurisprudencial 199/TST-SDI-I, que diz: É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico. É válido também fazer menção à Súmula Vinculante de número 2, a qual se torna inconstitucional a lei ou determinado ato normativo, estadual, ou distrital que venha a dispor de sistemas de consórcios e sorteio. 2 – O menor de 18 anos poderá ingressar com uma reclamação trabalhista? Responder com fundamento em artigo específico da CLT. A devida reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita através de seus representantes legais, e na ausência destes mesmos, através da Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo MP estadual, sindicato, ou curador nomeado em Juízo. Podemos prever esse fundamento no Artigo 793 da CLT, que afirma: Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. (Redação dada pela Lei nº 10.288, de 2001) 3- O que você entende por substituição processual? Porque a substituição processual é mais comum no processo trabalhista? A que entidades sindicais se refere o Art. 3º da Lei n. 8.073/90? A Substituição processual acontece nas situações em que alguém, devidamente autorizado em Lei, atua em nome próprio na defesa de direitos e do interesse alheio. Por outro lado, a substituição processual na seara do Direito do Trabalho conquista grande importância devido a sua possibilidade de ampliar o acesso à justiça aos determinados empregados e, consequentemente, irá nos contribuir com eficiência, para realizar um alívio no que se refere a toda sobrecarga que é direcionada ao Poder Judiciário. E o direcionamento do Art. 3o da Lei No 8.073/90 é referido as entidades sindicais, o qual é lhe conferido a legitimidade para agir como substituto processual dos determinados integrantes da sua categoria, que se independe de autorização dos filiados. A devida lei se direciona ao SEDUFSM. 4 – Na hipótese de terceirização quem deve integrar o polo passivo da reclamação trabalhista? Responder com fundamento no disposto na Lei n. 13.429/17 e em Súmula do TST. O polo passivo, em situações de, será integrado pela empresa, no caso, o tomador e o prestador, na qual os mesmos irão responder solidariamente pelos danos causados à saúde dos devidos trabalhadores. Visto também que a Lei No 13.429/17 prevê a proteção no que se relaciona a várias decisões, e também normatiza certos aspectos relevantes da Terceirização de Serviços. Como podemos observar na Súmula 331 do TST, ela é atualmente um dos principais elementos normativos no que se refere ao instituto da terceirização trabalhista, logo, é de suma importância a verificação dos seus elementos. Logo, o referido dispositivo nos fixa: 331. Contrato de prestação de serviços. Legalidade. (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação.) I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. 5 – É possível o juiz do trabalho indeferir de imediato a petição inicial e mandar arquivar o processo? Responder com fundamento em súmula do TST. Se por acaso diante do rito ordinário, não houve o devido cumprimento dos principais requisitos, ou se o valor correspondente não for fixado, haverá consequentemente o arquivamento deste processo. Tendo em vista que no Art. 840, parágrafo 1 da CLT nos prevê que: "sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante". Então, posteriormente, a Súmula 263 prossegue sendo aplicada, visualizando também que o reclamante tem um prazo fixo de 15 para realizar a emenda da petição inicial, e, se não o fizer, suprindo consequentemente o vício também, o juiz pode fazer o indeferimento da petição inicial. O devido dispositivo legal da Súmula 263 nos mostra: Súmula 263 do TST. PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015). 6 – Em que artigo da CLT está assegurado o direito das partes de atuarem na Justiça do Trabalho sem advogados? O jus postulandi das partes é possível em todo o tipo de ação de competência da Justiça do Trabalho e em qualquer instância? Responder a primeira indagação com fundamento na CLT e a segunda, com fundamento em súmula do TST. O direitodas partes ingressarem nas Justiça do Trabalho com ausência de advogado está previsto legalmente no Art. 791 da CLT, expressado de forma clara e concisa, e nos afirma: Art. 791. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. § 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. (Incluído pela Lei nº 12.437, de 2011) Já o jus postulandi, o mesmo surgiu em 1943, e o mesmo se classifica, literalmente, como um princípio oriundo da Justiça trabalhista, direcionado tanto para o empregado quando para o empregador, mas é destinado ao empregado que é carente diante da relação trabalhista, sendo consequentemente, um desdobramento do in dubio pro operario. Diante dessa afirmação, este instituto pode ser utilizado por qualquer um quando, e em qualquer situação. A Súmula 425 do TST nos tem essa previsão do jus postulandi, e nos afirma: Súmula Nº 425 - Jus Postulandi na Justiça do Trabalho. Alcance. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 7 – É cabível a condenação da parte sucumbente em honorários advocatícios? Em caso positivo, em que valor? Responder com fundamento na CLT. A partir do dia 13 de julho de 2017, a Lei 13.467, que foi vigente desde o dia 11 de novembro do mesmo ano, introduziu no ordenamento da CLT o Art. 791-A, consequentemente atendendo a pedidos de advogados de empregados, afixou a obrigação da parte vencida em demanda trabalhista, o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, direcionados ao advogado da parte vencedora. Prevê então, o Art. 791-A da CLT: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 8 - Em processos sob o procedimento sumário, a sentença trabalhista é passível de algum recurso? Responder com fundamento no disposto na Lei n. 5.584/70 e em Súmula do TST. No procedimento sumário, o recurso não é cabível, salvo se abarcar matéria constitucional. No entanto, admite-se embargos de declaração, se consistir alguma das hipóteses do Art. 535 do CPC e 897-A da CLT. Este procedimento se encontra na Lei N. 5584 destinado a ações cujo valor da causa não ultrapasse 2 salários mínimos. Lei nº 5.584 de 26 de Junho de 1970 Dispõe sobre normas de Direito Processual do Trabalho, altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, disciplina a concessão e prestação de assistência judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras providências. E também relacionada a constitucionalidade deste dispositivo, o TST passou a prever: Súmula 356 TST - O art. 2º, § 4º, da Lei n. 5.584, de 26.06.1970 foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. 9 – Quais as consequências processuais e legais de a reclamação trabalhista ser proposta através de petição inicial em que não conste o valor atribuído à causa? Responder com fundamento na CLT, doutrina e jurisprudência. Como podemos visualizar no devido Artigo 840 da CLT, a reclamação pode ser escrita ou verbal, e se por acaso for escrita, terá que conter a designação do juízo, a exposição dos fatos, a qualificação das partes, o pedido, o resultado do dissídio, e tudo isso deve ser certo e determinado, com a determinada indicação do seu valor, data e assinatura do representante ou reclamante. A primeira Seção de Dissídios Individuais do TRT cassou decisão da 5a Vara do Trabalho de POA, que estabelecia que um trabalhador indicasse certos valores líquidos de pedidos feitos na sua Ação das parcelas que foram prestadas. Para os desembargadores do SDI-1 , este procedimento atinge o princípio do acesso à Justiça, tendo em vista que a parte não possui condições, no começo do processo, de indicar valores absolutos, consequentemente, traz riscos ao trabalhador, observando que seu processo pode ser extinto, sem a resolução do mérito, se por acaso os valores mostrados não sejam exatos. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103579/Lei-no-5584-de-26-de-Junho-de-1970 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11272393/artigo-2-da-lei-n-5584-de-26-de-junho-de-1970 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11272282/par%C3%A1grafo-4-artigo-2-da-lei-n-5584-de-26-de-junho-de-1970 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103579/lei-5584-70
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