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A linguagem como meio de expressão e interação social • Introdução Na unidade 1, você compreendeu a diferença entre língua e linguagem e conheceu diversas manifestações da linguagem. Nas próximas aulas, apresentaremos a linguagem como o mais importante instrumento de expressão e de interação social. Dois novos conceitos serão estudados: o texto e o leitor. Sabemos que um não existe sem o outro, mas é fundamental destacarmos que a leitura não é uma atividade mecânica. O leitor tem um importante papel na construção do texto lido e, por isso, deve ser capaz de identificar os diversos discursos que são produzidos em nossa sociedade. Objetivo Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Reconhecer a diversidade dos discursos que circulam na sociedade e dos quais participamos Conteúdo Programático Esta unidade está dividida em: • Aula 1 - O texto e o leitor • Aula 2 - O texto falado e o texto escrito • Aula 3 - Textos informativos e textos literários Rota de Aprendizagem A Rota de Aprendizagem apresenta as ações que devem ser realizadas nesta unidade. Utilize a Rota de Aprendizagem para planejar e gerir, com eficiência, as suas ações e o seu tempo de estudo. Isso facilitará a construção do seu conhecimento e aumentará a possibilidade de que você tenha um bom desempenho nas avaliações. Clique aqui para acessar a Rota de Aprendizagem. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/index.htm https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/RA/G_OLI_RA_U2.htm Fonte da imagem “Você gosta de ler?” “Quantos livros você já leu?” “Os jovens não leem. Preferem perder tempo com as redes sociais.” Afinal, o que é mais importante: ler muitos livros ou saber ler? Aula 1O texto e o leitor https://aluatristonha.wordpress.com/ Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. Paulo Freire A citação destacada, do educador Paulo Freire, responde nossa pergunta inicial. O texto não deve ser apenas lido. Quando lemos, devemos compreender todos os elementos que o formam. A relação entre o texto e o leitor De um modo geral, define-se leitura como um processo pelo qual um leitor apreende o código linguístico que, no nosso caso, é a língua portuguesa. Assim, é necessário, apenas, que o leitor possua “conhecimento linguístico”. Quando lemos o aviso “Perigo! Cerca elétrica.”, certamente compreendemos que não devemos tocar na cerca, pois poderemos levar um choque elétrico. Para compreender essa mensagem, precisamos utilizar, apenas, o nosso “conhecimento linguístico”. Quando somos alfabetizados, capacitamo-nos para ler mensagens escritas. O mundo se desvenda aos nossos olhos, pois os textos começam a fazer sentido, deixando de ser apenas um conjunto de formas e cores. Ler, no entanto, é um processo mais amplo e complexo. Não basta conhecer o código linguístico para que a leitura seja feita corretamente. A compreensão do texto lido exige que utilizemos diversos outros recursos, como o sentido da visão, a capacidade de representação da realidade e o conhecimento de mundo que adquirimos com as nossas vivências. Na charge ao lado, percebemos que as personagens não conseguiram identificar https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#more-info-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#more-info-2 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#more-info-3 o texto “código de barras” e a sua função. Faltou, neste caso, o “conhecimento de mundo” para que a leitura se realizasse adequadamente. Devemos considerar que o texto é precedido de um “autor”, ou seja, o texto não existe sem que um autor o tenha produzido. É ele quem decide “o que” vai escrever e “como” vai escrever. A mesma mensagem pode ser transmitida em forma de notícia de jornal, de poema, de charge etc. O leitor precisa identificar as “pistas” deixadas no texto pelo autor e, assim, a leitura também depende de um conhecimento interacional. O texto e o contexto Mais do que apenas compreender um texto, o conceito de leitura implica atribuir significados ao texto ouvido ou lido. Assim, o leitor é muito importante no processo de leitura, pois atua sobre o texto com os seus conhecimentos, estabelecendo https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#more-info-4 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/img/aula-1/foto-02.jpg relações que não se encontram expressas graficamente. Essas relações estabelecidas pelo leitor representam o “contexto”. Todo texto precisa de um contexto. Na tirinha apresentada, vemos que a personagem Mafalda não conseguiu atribuir um significado correto à expressão “indicador de desemprego”, pois conhece a palavra “indicador” apenas como denominação de um dos dedos da mão, aquele que aponta para as coisas. Ela desconhece que a palavra “indicador” também significa, no campo semântico (campo de significados) da economia, “indicar algo”. Portanto, Mafalda não compreendeu o contexto da palavra. Observe que, na tirinha selecionada, o leitor aciona o seu “conhecimento de mundo” para compreender a intenção do autor em criar um texto de humor. Cabe ao leitor, portanto, “contextualizar” a palavra “indicador”. Há uma infinidade de contextos que podem ser aplicados ao texto. É preciso que o leitor identifique, no texto lido ou ouvido, os elementos linguísticos e os elementos extralinguísticos que compõem o contexto. Elementos linguísticos São os elementos que constituem um texto: palavras, sinais de pontuação, espaços, cores, formas e outras representações gráficas (texto escrito); ou palavras, pausas e entonações (texto falado). Elementos extralinguísticos São os elementos que não fazem parte do texto, mas que são fundamentais para a sua compreensão, pois formam o contexto: intenção da comunicação, pessoas envolvidas na situação de comunicação, local de onde a mensagem é transmitida, expressões faciais e corporais etc. Nesta charge, o elemento linguístico “rede social” foi descontextualizado pelos elementos extralinguísticos (imagem), garantindo o humor do texto. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#link-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-1.htm#link-2 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/img/aula-1/foto-04.jpg A incompletude do texto A leitura de um texto não se limita a ler o que está escrito. Mesmo que um texto nos pareça completo, ao ler, antecipamos conclusões, estabelecemos comparações com outros textos lidos ou situações vividas e acrescentamos informações às imagens descritas. Portanto, o leitor não é um sujeito passivo, que recebe as informações sem fazer questionamentos ou construir relações de significados não apresentados no texto. Ao contrário, ao ler, ele aciona os seus conhecimentos e cria novas propostas para o texto. Por isso, podemos afirmar que nenhum texto é completo. Muitas vezes, faz parte da proposta autoral que o texto seja incompleto. O autor permite que o leitor complete seu texto a partir de elementos extralinguísticos. Observe a tirinha abaixo. A pergunta feita por Hagar à filha, no último quadro, deixa claro para o leitor sua intenção. O humor do texto ocorre quando o leitor é capaz de completar o diálogo (Hagar insinua que a sua esposa é a “discursante” do casamento, pois fala muito). A “incompletude do texto” é uma característica da boa produção textual. O autor não deve elaborar um texto que exija do leitor conhecimentos prévios específicos sobre o tema, os quais não sejam esclarecidosno próprio texto, a não ser que seu público-alvo seja, também, específico. Um leitor não deve propagar um texto que foi retirado de seu contexto, pois outros leitores podem não conseguir interpretá-lo ou fazer uma interpretação equivocada. Em redes sociais, é comum que sejam feitas postagens de textos filosóficos com a intenção de transmitir uma mensagem positiva ao leitor. No entanto, extrair a mensagem de seu contexto pode torná-la incompreensível ou exigir do leitor um esforço de interpretação que nem sempre trará uma resposta satisfatória. Aula 2O texto falado e o texto escrito Fonte da imagem A tirinha faz uma crítica ao excessivo uso da gíria “tipo”. No entanto, muitas pessoas falam assim. E se esse mesmo texto, em vez de falado, fosse escrito? Você estranharia? A comunicação através da fala e da escrita Quando conversamos com alguém, vamos construindo o texto que emitimos no momento da situação comunicativa. É possível, por exemplo, dizer novamente algo que não foi bem compreendido por nosso interlocutor. Assim, o texto falado é espontâneo, não planejado. O texto escrito, ao contrário, deve ser organizado e claro, pois, normalmente, não estamos na presença do nosso interlocutor para esclarecer suas dúvidas. Além disso, é necessário que observemos a adequação da linguagem. Afinal, estranharíamos se um falante se expressasse de maneira formal em um ambiente marcado pela descontração. Na tirinha acima, a personagem precisou reorganizar sua fala para que esta se tornasse adequada ao receptor da mensagem. http://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br/ https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-2.htm#more-info-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-2.htm#more-info-1 A escrita, ao contrário, é planejada. Quando escrevemos um texto, temos a oportunidade de aperfeiçoá-lo para que a mensagem seja bem compreendida, tendo em vista que, em mensagens escritas, o emissor não está presente para interagir com o receptor. Fonte da imagem Pelo contexto, compreendemos que o estabelecimento não atende clientes que não estejam vestindo camisa. No entanto, da forma como a mensagem foi elaborada, pode haver uma interpretação de que os funcionários do estabelecimento não trabalham sem camisa. O texto escrito deve obedecer às normas gramaticais e apresentar: Coesão textual Utilização de mecanismos linguísticos (sinas de pontuação, conectivos, concordâncias nominal e verbal etc.) que unem as palavras e as frases de um texto de maneira harmoniosa, facilitando a compreensão do leitor. Coerência textual Organização do texto, a fim de que as ideias sejam apresentadas de forma lógica, sem contradições. Observe as placas e veja o que acontece quando um texto não obedece a essas normas gramaticais. https://educacao.uol.com.br/ https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-2.htm#link-1 https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-2.htm#link-2 O texto elaborado para essa placa apresenta “falta de coesão textual”, já que a desorganização da frase sugere que o cliente ganhará uma sobrancelha. Nessa placa, o aviso apresenta “falta de coerência textual”, pois, se o estabelecimento está aberto todos os dias, não pode haver descanso semanal na terça-feira. Um texto falado pode ser apresentado na forma escrita, desde que a intenção do autor seja reproduzir a fala. Assim, apesar de escrito, o texto representa a oralidade. Recursos expressivos da fala e da escrita Como vimos anteriormente, a fala é espontânea e sofre a influência de fatores externos (extralinguísticos). Todavia, a fala pode ser enriquecida com recursos expressivos que facilitem a comunicação e possibilitem ao emissor alcançar seus objetivos. Alguns recursos expressivos da fala são a entonação, as pausas e as expressões faciais. Quanto aos elementos linguísticos, a fala pode ser enriquecida com gírias, repetições, deslocamentos de vocábulos na frase, comparações, uso de adjetivos, diminutivos etc. O importante é que o falante compreenda quais recursos expressivos são mais adequados à situação comunicativa. Fonte da imagem O personagem Calvin estimula a curiosidade de Haroldo com a utilização do adjetivo “bizarra”. Em seguida, utiliza o verbo “olha” como recurso para manter a atenção de seu interlocutor. A utilização da expressão “uau”, que indica surpresa e espanto, faz com que o leitor compreenda que Calvin foi bem-sucedido ao utilizar recursos expressivos adequados à finalidade da mensagem. Os recursos expressivos da escrita fazem parte do estudo da Estilística, que investiga a língua em sua função expressiva. Os recursos expressivos mais utilizados na escrita são as figuras de linguagem, como metáfora, metonímia, hipérbole, ironia, antítese etc. IRACEMA - A lenda do Ceará "Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas." José de Alencar José de Alencar (1829–1877), escritor brasileiro, autor da obra-prima Iracema, escrita em 1865. O texto, do movimento Romantismo, é marcado pelo uso de comparações e metáforas. http://blogdadani-.se.blogspot.com.br/ Adequação e inadequação na produção de textos Você já compreendeu a importância da adequação vocabular na situação comunicativa, a fim de que nossa mensagem seja transmitida corretamente. Vamos, agora, aprofundar o tema, discutindo a adequação e a inadequação na produção de textos. O texto bem escrito deve ser claro, conciso e obedecer às normas gramaticais. No entanto, isso não é suficiente para que a mensagem seja adequada. Também é necessário que haja adequação da linguagem na produção dos textos em relação ao contexto da mensagem. Muitas vezes, o texto elaborado não atinge seu objetivo. Isso ocorre porque ele não está adequado à situação comunicativa. 1 – Quem é o nosso destinatário? Enviar uma mensagem com excessos de elogios a alguém que poderia nos favorecer de alguma maneira não é adequado, pois o receptor pode desconfiar da intenção do emissor. 2 – Qual a finalidade da mensagem? Se o conteúdo da mensagem é um pedido de emprego, não se pode usar como justificativas questões de ordem pessoal, como dificuldades financeiras. 3 – Que veículo será utilizado para emitir a mensagem? Um dos meios mais utilizados para enviar mensagens é o celular. No entanto, esse veículo exige que os textos sejam concisos e claros. 4 – Em que ambiente a mensagem é transmitida? No local de trabalho, não é adequado marcar o churrasco de fim de semana com seus colegas. As mensagens publicitárias têm como finalidade convencer o consumidor a adquirir um produto ou serviço. Se o texto for mal elaborado, o leitor atento perceberá a inadequação da mensagem. Na mensagem ao lado, a expressão “bom pra burro” pode significar “bom demais”. No entanto, ela se torna inadequada por estar associada ao dicionário, criando uma ambiguidade que induz o leitor a compreender que o livro deve ser utilizado por pessoas com pouca inteligência. Aula 3Textos informativos e textos literários Para que servem os textos? Informar, conscientizarou emocionar? O texto informativo Está claro que o texto informativo tem como principal função informar sobre um acontecimento ou uma circunstância. Entretanto, também faz parte da função utilitária do texto informativo esclarecer, orientar, propor, convencer. A principal característica do texto informativo é a “linguagem objetiva”, ou seja, a linguagem que apresenta ao leitor algo que se observa de forma clara e direta. São exemplos de textos informativos os textos jornalísticos, científicos, técnicos, acadêmicos etc. Em jornais, quando o texto apresenta uma opinião sobre um tema, ele é diagramado em seções à parte, como os editoriais. Classifica-se um texto informativo pela linguagem utilizada e por sua função, e não pelo tema. No jornal ao lado, a notícia é sobre as cartas deixadas pelo escritor Carlos Drummond de Andrade, mas o foco é informativo. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/img/aula-3/foto-02.jpg O texto literário Os textos literários são os que se destinam à arte, como romances, crônicas, contos e poemas. A principal característica do texto literário é a “linguagem subjetiva”, pois representa um sentimento, uma emoção ou um pensamento do sujeito. Embora se defina o texto literário como “não utilitário”, várias correntes dos estudos sobre a linguagem se mostram contrárias a essa classificação. Isso por não se poder afirmar que um romance, um conto, uma crônica ou um poema não possui uma função utilitária na sociedade, tendo em vista que podem despertar a consciência social do leitor e ofertar conhecimentos úteis para sua vida prática. A linguagem subjetiva exige mais recursos expressivos (tema estudado na aula 2 desta unidade) do que a linguagem objetiva, pois a função primeira do texto literário é emocionar o leitor Mário Quintana (1906–1994) foi poeta, tradutor e jornalista. Por sua preferência por temas comuns, é conhecido como “o poeta das coisas simples”. Vários cronistas e poetas famosos se inspiraram em notícias de jornal para compor um poema. É o caso de Manuel Bandeira, que compôs o seguinte texto poético. Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966). A publicação em um jornal não é suficiente para classificar um texto como informativo. Da mesma forma, o fato de um texto ser apresentado em um romance não garante que ele seja literário. Então, o que distingue um texto informativo de um texto literário? Resposta: a linguagem utilizada pelo autor do texto. O texto poético de Manuel Bandeira poderia ser transformado no seguinte texto jornalístico: “O carregador de feira livre conhecido como João Gostoso, morador do morro da Babilônia, morreu afogado na Lagoa Rodrigo de Freitas, na cidade do Rio de Janeiro. Testemunhas contaram que, após divertir-se no bar Vinte de Novembro e ter consumido uma quantidade considerável de bebida alcoólica, João Gostoso teria se jogado nas águas da lagoa, de onde foi retirado sem vida.” Observe que, no texto literário, o autor destaca a alegria do personagem (“bebeu”, “cantou” e “dançou”), contrastando-a com o seu suicídio. Assim, o leitor se envolve com a situação, intensificando não o fato em si (o suicídio), mas a figura humana que vivencia o fato. O texto temático e o texto figurativo A leitura de um texto exige que estejamos atentos a dois elementos principais: o tema (conteúdo) e a forma como o tema é apresentado. O tema está no “nível abstrato” do texto. Pode-se discutir o amor, o ódio, as leis, as virtudes, a política etc. somente com ideias abstratas. A forma como o tema é discutido está no “nível concreto” do texto. Para discutir o amor, o autor pode optar por comparações, descrever ações, construir imagens etc. • Texto Temático Predomínio do “nível abstrato do texto”. Nesse caso, o leitor capta as ideias apresentadas por meio, apenas, da reflexão sobre o tema. • Texto Figurativo Predomínio do “nível concreto do texto”. O leitor compreende as ideias propostas a partir de elementos representativos do tema. Para melhor compreensão dos conceitos, propomos que você observe a imagem a seguir. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-3.htm https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/aula-3.htm 1 – Que tema você proporia para esta imagem? 2 – Que figuras representam a imagem? O Beijo (1907–1908), de Gustav Klint. Em relação ao “nível temático”, o quadro de Gustav Klint apresenta um beijo dado por um homem em sua amada. Em relação ao “nível figurativo”, o quadro de Gustav Klint representa o beijo com os seguintes elementos concretos: a mulher é envolvida pelo homem, que segura o rosto feminino como se o protegesse; o homem beija o rosto da mulher; a mulher está de olhos fechados; ambos estão ajoelhados sobre flores e pérolas; tons de amarelo predominam no quadro, tanto nas roupas usadas quanto nas flores e pérolas sobre as quais estão os personagens. A partir desse exemplo, podemos analisar os textos literários abaixo apresentados. Foram selecionados trechos do capítulo I da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Clique aqui e observe os elementos de cada fragmento. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/anexo/livro.pdf Vídeo da Unidade Para saber mais se, ao lermos um texto, apreendemos de fato a mensagem que ele nos transmite sem que façamos uma análise que nos garanta uma interpretação adequada, assista ao vídeo da unidade: Aprender a (re)ler os textos: análise e interpretação. https://player.vimeo.com/video/337763726 https://player.vimeo.com/video/337763726 Encerramento Por que saber ler não é suficiente para que os diversos textos produzidos na sociedade sejam compreendidos? Saber ler é necessário para que se apreenda o que está escrito. No entanto, a leitura dos diversos textos produzidos na sociedade exige do leitor que ele participe do texto como um coautor, produzindo significados que nem sempre estão explícitos na superfície do texto. Que aspectos do texto falado e do texto escrito devem ser observados na situação comunicativa? A língua portuguesa, que é o nosso idioma oficial, serve tanto à fala quanto à escrita. Todavia, é preciso que compreendamos os aspectos da língua falada e os aspectos da língua escrita que devem ser aplicados corretamente na situação comunicativa, a fim de que a nossa mensagem seja apreendida corretamente pelo receptor. O texto informativo e o texto literário podem ser identificados pela linguagem utilizada? Por quê? O texto informativo apresenta uma linguagem clara e objetiva, embora as marcas da subjetividade do autor estejam presentes. O texto literário possui uma linguagem em que predomina a subjetividade, ou seja, as impressões pessoais do autor e, nesse caso, recursos linguísticos como as figuras de linguagem são utilizados para que o leitor possa apreender as propostas autorais. Assim, no texto literário, a linguagem não é marcada pela objetividade. Resumo da Unidade Nesta unidade, você compreendeu a importância do papel do leitor no processo de leitura, porque ler não é apenas acionar seu conhecimento linguístico, mas, também, seu conhecimento de mundo. O leitor participa da construção do texto, pois atribui novos sentidos às mensagens, estabelecendo outras relações e outras representações possíveis dentro domesmo contexto proposto pelo autor. Dessa forma, ler não é apenas decodificar o código linguístico, mas apreender todas as características de um texto, seja ele falado ou escrito, informativo ou literário, temático ou figurativo. Entende-se, portanto, que ler transcende a folha de papel, pois o leitor deve identificar a adequação da linguagem e os recursos expressivos utilizados pelo produtor do texto. Atividades Além do estudo dos roteiros, do livro da disciplina, das leituras complementares e dos vídeos das unidades, você deverá realizar as atividades pontuadas que se encontram no menu lateral do Epic. Acompanhe os prazos de envio das avaliações no documento “Calendário e Critérios de Avaliação”, na introdução da disciplina. Lembre-se: procure o professor-tutor no fórum "Fale com o tutor". Midiateca Vídeo • Aula de Leitura - Este vídeo apresenta uma animação sobre a leitura e o conhecimento de mundo. Web Sites • Fatores de adequação linguística - Este site apresenta alguns fatores de adequação da linguagem • Estilística - Este site apresenta alguns recursos expressivos • Figuras de linguagem - Este site apresenta figuras de linguagem que foram citadas na unidade. Textos Artigos • Importancia do ato de ler - Este é um dos mais importantes artigos do educador Paulo Freire, no qual ele discute o conceito de leitura e a importância do leitor. • Interpretação de textos e sistemas de conhecimentos - Este artigo apresenta o “sistema de conhecimentos” necessário para a interpretação de textos. https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/midiateca.htm#link-1 https://www.youtube.com/watch?v=FC4cg6fFTUs https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/midiateca.htm#link-2 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/fatores-adequacao-linguistica.htm https://www.normaculta.com.br/estilistica/ http://brasilescola.uol.com.br/portugues/figuras-linguagem.htm https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/mno/oli/re/u2/midiateca.htm#link-3 http://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2014/10/importancia_ato_ler.pdf http://www.lpeu.com.br/q/4su27 Enunciado da avaliação 1 Entrega da Avaliação - Fórum de Discussão [AVA 1] 3 Jun 100 pts “A entrega da atividade deve ser realizada através do item Entrega da Avaliação – Fórum de Discussão [AVA 1], conforme o prazo estipulado em calendário acadêmico.” TEXTOS E CONTEXTOS Todos os dias, envolvemo-nos em diversos processos comunicativos, do simples diálogo a informações complexas. Com o avanço da tecnologia, os veículos de comunicação se multiplicaram: podemos ler as notícias em jornais ou na internet; podemos desejar felicidades aos nossos amigos por cartões, e- mails ou redes sociais. O mundo não para e, consequentemente, os acontecimentos se sucedem com velocidade e, muitas vezes, não conseguimos assimilar tudo o que lemos, vemos ou ouvimos. Assim, nem sempre a comunicação se estabelece de forma adequada. É preciso que estejamos atentos aos textos que lemos, analisando seus elementos e o contexto em que eles se apresentam. A partir dessa reflexão e tendo como base o conteúdo das aulas, propomos que seja elaborada uma análise dos textos a seguir selecionados, a fim de que sejam compreendidos os contextos de sua produção. Texto 1: “– Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu? E o espelho, que era mágico, dizia: – Não, rainha, você é a mais linda”. (Esse é o exemplo encontrado na história de Branca de Neve e os sete anões) Texto 2: “– Espelho, espelho meu, existe no mundo alguém mais bonita(o) do que eu? Algumas respostas encontradas em charges na internet: “O espelho que não sabe mentir, não respondeu nada, mas até agora não parou de rir!”. “Ele está falando até agora.” “Não, só a Daniela Cicarelli, Carolina Dieckmann, Adriane Galisteu, Gisele Bundchen...” Fontes: https://br.pinterest.com/pin/377035800028847607/ (Links para um site externo.) http://trollando.com/2012/02/24/espelho-espelho-meu-2/ (Links para um site externo.) https://uva.instructure.com/courses/28397/modules/items/330604 https://br.pinterest.com/pin/377035800028847607/ http://trollando.com/2012/02/24/espelho-espelho-meu-2/ http://trollando.com/2012/02/24/espelho-espelho-meu-2/ https://calcinhapretaechampagne.files.wordpress.com/2011/03/imagem21.png ( Links para um site externo.) Indicação de leitura: (SÃO DOIS VÍDEOS) textos literarios e não literários (Links para um site externo.) Minimizar vídeo Aula de Leitura | Angudadá | Poesia Infantil (Links para um site externo.) Minimizar vídeo https://calcinhapretaechampagne.files.wordpress.com/2011/03/imagem21.png https://calcinhapretaechampagne.files.wordpress.com/2011/03/imagem21.png https://www.youtube.com/watch?v=TfyJnjGeHJk https://uva.instructure.com/courses/28397/pages/enunciado-da-avaliacao-1?module_item_id=330600 https://www.youtube.com/watch?v=FC4cg6fFTUs https://uva.instructure.com/courses/28397/pages/enunciado-da-avaliacao-1?module_item_id=330600