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Biossegurança Controle higiênico e sanitário: De acordo com a Comissão do Código Sanitário da Junta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, do inglês Food and Agriculture Organization of the United Nations) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a higiene dos alimentos compreende as medidas preventivas necessárias na preparação, manipulação, armazenamento, transporte e venda de alimentos, para garantir produtos inócuos, saudáveis e adequados ao consumo humano. A higiene ou as condições higiênicas fundamentam também a permissão de funcionamento dos locais de preparo, consumo ou comércio dos alimentos, uma vez que a não obediência a esse preceito, pode acarretar legalmente a interdição parcial ou total, em caráter temporário, até que sejam cumpridas as exigências sanitárias de forma definitiva. De acordo com o Codex Alimentarius, para que sejam atingidos critérios hígidos relativos aos gêneros alimentícios, é necessária a implantação de programas de qualidade como pré-requisitos do Sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) nos serviços de alimentação. Atualmente já existem critérios e instrumentos para a avaliação da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos com uma abordagem moderna que incluem o conceito de proatividade, prevenção, responsabilidade compartilhada, integração, controle do processo de produção e aplicação da análise de risco. Esses critérios estão pautados em princípios e técnicas capazes de permitir o diagnóstico de problemas, com a definição de soluções mais específicas e eficientes. As praças das cidades medievais gozavam de destaque comercial, pois nelas coabitavam e interagiam varias facetas da sociedade: comércio, política, religião, artes, reuniões sociais, cerimônias e mesmo conspirações, além de ser o local específico para vendas de produtos, dentre eles alimentos. Dessa forma, os mercados e praças tornaram-se objeto de proteção da saúde da coletividade, com base em conhecimentos rudimentares que permitiram relacionar o aparecimento de doenças com o consumo de alimentos, em especial os de origem animal, principalmente se estiverem estragados ou deteriorados. Esse fato levou as autoridades a manterem o policiamento, evitando a venda de alimentos nessas condições. Surge, assim, uma medida cautelar de proteção à saúde do consumidor local. Nessa perspectiva, e com a organização da vida em sociedade, a saúde passa a ser considerada um dos direitos fundamentais do ser humano, sem distinção de raça, religião, classe social ou econômica. O artigo 196 da Constituição Federal diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações de serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. SUS: saúde pública do Brasil Através da Constituição Federal houve a decisão de unificar a saúde no Brasil O artigo 2º da lei 8.080/90 diz que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. A falta de saneamento básico causa aumento de doenças infecciosas, queda na produtividade intelectual e no trabalho, maior incidência de doenças sobrecarregando o sistema público de saúde, maior mortalidade entre crianças, e eleva o custo social e médico. O SUS é responsável pelo saneamento básico, controle de higiene dos alimentos e, consequentemente, boa qualidade de vida das populações Por isso, faz-se necessário o controle de qualidade dos alimentos, pois é um fator que, se mal fiscalizado, pode influenciar negativamente na vida das pessoas, gerando infecções e doenças Higiene dos alimentos: A higiene alimentar diz respeito aos cuidados relacionados ao manuseio, preparação e armazenamento dos alimentos de modo a diminuir o risco de contaminação e ocorrência de doenças, como a intoxicação alimentar. Nos séculos XVIII e XIX, surgiram os alimentos enlatados e pasteurizados. Nessa época, comer alimentos frescos e naturais era considerado algo muito suspeito. No período medieval, os seres humanos usavam uma variedade de métodos para preservar os alimentos: desidratar carnes, salgar peixes, produzir vinhos, queijos e conservas, usar açúcar, sal, vinagre e cloro A maioria da população se mantinha com sobras, a expectativa de vida era muito menor que na atualidade, e uma das causas era a dieta, agravada pelas condições de vida, infecções e doenças, muitas vezes transmitidas pelos alimentos ou pela água. Hoje, temos opções para todos os gostos; podemos decidir pela comida natural e artesanal, ou pela comida processada e rápida. Os alimentos que mais ocasionam problemas à saúde pública são os proteicos, ou seja, os alimentos de origem animal, como carne vermelha, aves, suínos, pescados, queijos, leites e ovos, porque eles oferecem maior substratos para as bactérias se multiplicarem. Em segundo plano, temos os alimentos calóricos, como os cereais e grãos, e vegetais crus, em que as bactérias se multiplicam menos A expressão “segurança de alimentos” veio do inglês food safety, que trata da adoção de práticas capazes de controlar qualquer agente que, em contato com os alimentos, possa gerar risco à saúde do consumidor. ISO 9001: A segurança de alimentos está relacionada à presença de perigos veiculados pelos alimentos no momento de consumo pelo consumidor > A introdução desses perigos pode ocorrer em qualquer estágio da cadeia produtiva de alimentos, desde o campo, curral, até a mesa. E o papel de todos os agentes dessa cadeia é combinar esforços para o fornecimento do alimento seguro. A Organização Mundial de Saúde estima que, anualmente, 1 em cada 10 pessoas sofram com doenças transmitidas por alimentos, sendo que boa parte dessas doenças pode levar a óbito; por exemplo, a neurocisticercose, causada pela carne contaminada com cisticercos. ✔Muita velocidade nas transformações de produtos e processamentos de alimentos. ✔Forte internacionalização do comércio. ✔Aumento significativo dos riscos dos alimentos; por exemplo, na exportação de carnes. CODEX ALIMENTARIUS: O comitê ALIMENTARIUS de segurança alimentar atualmente possui mais de 180 membros, e é responsável pela manutenção e atualização do Codex Alimentarius, que se tornou um ponto de referência mundial para proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas leais de comércio entre os países No Brasil, a regulamentação de produtos e insumos ou processos é exercida por diversos órgãos reguladores nacionais, entre eles, principalmente a Anvisa e o Ministério da Agricultura. A Anvisa é responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. ⮚ Alimentos industrializados em geral. ⮚ Bebidas (exceto as regulamentadas pelo MAPA.) ⮚ Águas envasadas. ⮚ Insumos e embalagens. ⮚ Aditivos alimentares, entre outros. Também é responsável por regulamentar características específicas como a presença de contaminantes, resíduos e agrotóxicos, e de medicamentos veterinários nos alimentos. MAPA: É responsável pela regulamentação e fiscalização de produtos de origem animal, bebidas em geral, vegetais in natura, e alimentos para nutrição animal. As regulamentações são ferramentas que definem requisitos do sistema de gestão, de controle de produto e processo, de Boas Práticas de Fabricação, de análise de riscos, programas de monitoramento, capazes de promover a segurança dos alimentos. Os profissionais de segurança dos alimentos podem trabalhar em diversas áreas como: ▪ gestão da qualidade; ▪ administração da produção; ▪ controle da qualidade e metrologia; ▪ gestão de estoques, armazenagem e movimentação; ▪ impactos nasaúde pública vinculados à alimentação; ▪ biossegurança da cadeia de alimentos; ▪ microbiologia, toxicologia e doenças transmitidas por alimentos; ▪ química e análises químicas em alimentos; ▪ tecnologia de alimentos; ▪ segurança alimentar nas cadeias produtivas e na indústria de alimentos; ▪ higiene e legislação; ▪ e sistemas de segurança alimentar. VIGILANCIA SANITÁRIA: É a responsável pela fiscalização de alimentos quando já estão no mercado, independentemente do órgão regulamentador do produto, sejam eles carnes, laticínios ou qualquer tipo de alimento. A Saúde Pública no Brasil é o SUS, Sistema Único de Saúde, através da Constituição Federal houve a decisão de unificar a saúde no Brasil. O artigo 2º da Lei 8.080/90 diz que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. E quem administra o SUS é o Estado, por isso, Saúde Pública. O Artigo 196 da Constituição Federal diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações de serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. A falta de saneamento básico causa aumento de doenças infecciosas, queda na produtividade intelectual e no trabalho, maior incidência de doenças, sobrecarregando o sistema público de saúde, maior mortalidade entre crianças e eleva o custo social e médico. No tópico de saneamento básico, do qual o SUS é responsável, temos a higiene dos alimentos como um fator muito importante para a boa qualidade de vida das populações. A higiene alimentar diz respeito aos cuidados relacionados ao manuseio, preparação e armazenamento dos alimentos de modo a diminuir o risco de contaminação e ocorrência de doenças, como a intoxicação alimentar. No período medieval, os seres humanos usavam uma variedade de métodos para preservar os alimentos, como desidratar carnes, salgar peixes, produzir vinho, queijos e conservas, usando açúcar, sal, vinagre e até cloro. Já nos séculos XVIII e XIX surgiram os alimentos enlatados e pasteurizados; nessa época, comer alimentos frescos e naturais era considerado algo muito suspeito, e só os pobres e famintos recorriam a eles. A maioria da população se mantinha com sobras, a expectativa de vida era muito menor que na atualidade, e uma das causas era a dieta, agravada pelas condições de vida, infecções e doenças, muitas vezes transmitidas pelos alimentos ou pela água. Hoje temos opções para todos os gostos, podemos decidir pela comida natural e artesanal, ou pela comida processada e rápida. E mesmo na opção da comida natural muitas vezes são utilizados alimentos processados, como sal, farinha, açúcar e óleos. Por isso, faz-se necessário o controle de qualidade dos alimentos, pois é um fator que se mal fiscalizado pode influenciar negativamente na vida das pessoas, gerando infecções e doenças. Os alimentos que mais acarretam problemas na saúde pública são os proteicos, ou seja, os alimentos de origem animal, como carne vermelha, aves, suínos, pescados, queijos, leites e ovos, porque oferecem maior substratos para as bactérias se multiplicarem. Em segundo plano temos os alimentos calóricos, como os cerais e grãos, e vegetais crus em que as bactérias se multiplicam menos. A expressão “segurança de alimentos” veio do inglês food safety, que trata da adoção de práticas capazes de controlar qualquer agente, que em contato com os alimentos possa gerar risco à saúde do consumidor. Segundo a ISO 9001, a segurança de alimentos está relacionada à presença de perigos veiculados pelos alimentos no momento de consumo pelo consumidor. A introdução desses perigos pode ocorrer em qualquer estágio da cadeia produtiva de alimentos, desde o campo, curral, até a mesa. E o papel de todos os agentes dessa cadeia é combinar esforços para o fornecimento do alimento seguro. A Organização Mundial de Saúde estima que anualmente, 1 em cada 10 pessoas sofrem com doenças transmitidas por alimentos, sendo que boa parte dessas doenças pode levar a óbito, como, por exemplo, a neurocisticercose, causada pela carne contaminada com cisticercos. Para piorar o quadro, vivemos um momento de muita velocidade nas transformações de produtos e processamentos de alimentos, bem como a forte internacionalização do comércio, aumentando significativamente os riscos dos alimentos, por exemplo, na exportação de carnes. Na década de 1960, foi criado pela FAO e pela OMS, um programa com o objetivo de estabelecer normas internacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes e guias sobre boas práticas de manipulação de alimentos, e avaliação de segurança e eficácia. O comitê de segurança alimentar atualmente possui mais de 180 membros, e é responsável pela manutenção e atualização do Códex Alimentarius, que se tornou um ponto de referência mundial para proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas leais de comércio entre os países. No Brasil a regulamentação de produtos e insumos ou processos é exercida por diversos órgãos reguladores nacionais, entre eles, principalmente a Anvisa e o Ministério da Agricultura. A Anvisa é responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. Na área de alimentos, por exemplo, são contemplados os alimentos industrializados em geral, bebidas (exceto as regulamentadas pelo MAPA), as águas envasadas, insumos, embalagens, aditivos alimentares, entre outros. Além disso, a Anvisa também é responsável por regulamentar características específicas como a presença de contaminantes, resíduos e agrotóxicos, e de medicamentos veterinários nos alimentos. Já o MAPA é responsável pela regulamentação e fiscalização de produtos de origem animal, bebidas em geral, vegetais in natura, e alimentos para nutrição animal. A Vigilância Sanitária é a responsável pela fiscalização de alimentos quando já estão no mercado, independentemente do órgão regulamentador do produto, sejam eles carnes, laticínios ou qualquer tipo de alimento. As regulamentações são ferramentas que definem requisitos do sistema de gestão, de controle de produto e processo, de boas práticas de fabricação, de análise de riscos, programas de monitoramento, capazes de promover a segurança dos alimentos. A implementação de normas, além da segurança dos alimentos em si, promove também a otimização de recursos e redução de perdas; introduz transparência nos processos; aumenta a confiança tanto de fornecedores, quanto de clientes; e ainda promove reconhecimento internacional, abrindo portas para novos negócios. Portanto, hoje, é impossível sobreviver ao ramo de alimentos sem tratar a segurança como item primordial. Qualidade dos alimentos e aspectos sanitários A higiene e a fiscalização de alimentos constituem um setor fundamental da saúde pública, complementar da nutrição, que estuda os processos de conservação dos produtos alimentícios e as alterações, adulterações e falsificações que eles podem sofrer, tanto in natura quanto depois de preparados, e estabelecem normas práticas de apreciação e vigilância. O termo higiene sempre aparece nas normas de alimentos, seja como requisito dos produtos, seja dos locais onde são produzidos, manipulados ou envasados; e a noção atual de higiene nesse campo contempla, além dos padrões microbiológicos, parâmetros em relação aos resíduos de pesticidas e outros contaminantes. A ideia de higiene está pautada na necessidade de garantir a inocuidade sanitária por meio da diminuição ou exclusão das influências que possam prejudicar a qualidade dos alimentos. A expressão controle de qualidade refere-se à manutenção dos produtos e serviçosdentro dos níveis de tolerância aceitáveis para o indivíduo (consumidor direto) ou comprador. Desse modo, para avaliar a qualidade de um produto alimentício, deve ser mensurado o grau em que o produto satisfaz os requisitos específicos, sendo que esses níveis de tolerância e requisitos se expressam por meio de normas, padrões e especificações. O controle de qualidade dos alimentos pode ser efetuado por métodos subjetivos e objetivos. Os métodos subjetivos são todos aqueles realizados por meio dos órgãos sensoriais: visão, tato, olfato e degustação, avaliando-se aparência, cor, odor, textura, sabor e aspecto geral. Os métodos objetivos fundamentam-se em técnicas padronizadas, com o uso de instrumentos específicos, determinando com exatidão os atributos de qualidade. Para um controle de qualidade eficaz, é necessário o cumprimento da legislação sanitária vigente, devendo a qualidade de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária ser verificada e avaliada pelo Estado, mediante métodos sensoriais, análises laboratoriais e uso de instrumentos com parâmetros avaliativos, como condição para a concessão do registro de produtos, serviços e estabelecimentos. É de responsabilidade do prestador de serviço selecionar fornecedores e funcionários com base em critérios éticos e legais; o aprimoramento das atividades executadas amplia a confiança e a responsabilidade dos funcionários na equipe, além de possibilitar a redução dos custos. Quando se implanta um adequado sistema de controle de qualidade nas etapas de processamento do alimento também se promove a motivação profissional e se estimula a atualização constante e a elevação profissional das categorias envolvidas. Existe uma diversidade muito grande de alimentos e podemos classificá-los de diferentes formas, os naturais e industrializados; vegetais e animais; ou pelos nutrientes que fornecem. O nutriente é toda substância presente nos alimentos que o organismo pode aproveitar para conseguir energia ou para crescer, desenvolver e se manter saudável. Os alimentos fornecem ao organismo os nutrientes essenciais como carboidratos, proteínas, lipídios, sais minerais, vitaminas e água. Cada alimento contém diversos nutrientes que o nosso organismo necessita, em diferentes quantidades. De acordo com sua função nutricional, os alimentos são classificados em três grandes grupos: os energéticos, os reguladores e os construtores. Os alimentos energéticos fornecem energia para que o organismo realize todas as funções necessárias, os nutrientes principais são os carboidratos e os lipídeos. Temos os pães, batatas, massas, manteigas, óleos e doces. Os alimentos construtores fornecem matéria para a construção de massa muscular, pele, cabelo, ossos e sangue, o principal nutriente é a proteína. Temos o leite, lentilhas, ovos, queijos, carnes e feijões. Os alimentos reguladores regulam diferentes processos metabólicos, como o funcionamento da digestão e da circulação sanguínea, as vitaminas e os sais minerais são os principais nutrientes desse grupo. Para que os alimentos mantenham suas características físicas e químicas, de modo a não oferecer risco para a população e que mantenham seus nutrientes, deve ser produzido de acordo com especificações pré-determinadas por órgãos regulamentadores. Cada alimento possui especificações determinadas pelas instâncias regulatórias, nesses documentos constam quais as especificações devem ser atendidas pelos produtores de determinado produto, como produtores de leite, carnes, mel e queijos. Dessa forma, qualquer alimento que apresente resultado diferente das especificações é considerado fraudado. A fraude é qualquer tática que faz com que os alimentos tenham características diferentes das aceitáveis por normas, e as normas são delimitadas por agências como a Anvisa e o MAPA, nas quais os alimentos devem seguir para serem comercializados e consumidos. Então, geralmente as fraudes são cometidas com o intuito de aumentar o lucro da empresa, ou mascarar más condições sanitárias dos alimentos, já que o alimento estragado significa perda de dinheiro para a empresa, mercado, açougues, entre outros. As fraudes em alimentos causam alterações organolépticas e modificações centesimais no produto final, podendo ainda causar mudanças na forma em que o produto deve ser armazenado, causando prejuízos de ordem biológica e econômica ao consumidor. Os prejuízos de ordem biológica vão trazer problemas de saúde para o consumidor, e os prejuízos econômicos são por conta de o consumidor precisar descartar aquele alimento e comprar um novo. Existem hoje empresas internacionais que pesquisam e identificam fraudes em produtos alimentícios, por exemplo a FOOD FRAUD. As fraudes podem ser classificadas como alteração, adulteração e falsificação. A alteração são modificações que alteram as características dos alimentos como qualidades físicas e químicas, estado de higidez e capacidade nutritiva; podendo ser enzimáticas, químicas ou microbiológicas; podem resultar de negligência, ignorância, desleixo ou desobediência às normas estabelecidas durante a fase de processamento, conservação ou armazenamento dos produtos. A adulteração são fraudes intencionais e que alteram pouco as características sensoriais dos alimentos, mas geralmente causam grandes prejuízos nutricionais ou econômicos. Requer análises específicas para sua detecção, e podem ser subdivididas em diferentes modalidades. Ou seja, a pessoa que está manipulando aquele alimento sabe que aquela modificação no produto está sendo feita, como adição de produtos no mel, ou água no leite, entre outros. A falsificação consiste em enganar o consumidor, induzindo-o a adquirir produto de nível inferior julgando-o superior. 9 Os principais alimentos fraudados são o leite, mel, ovo, carnes de frango, boi e pescado. Tipos de contaminação alimentar: A contaminação é o processo da entrada no alimento de qualquer substância que não faz parte dele e que pode causar algum dano à saúde do consumidor. Existem três tipos de contaminação: a física, a química e a biológica. A contaminação química, ou perigo químico, é ocasionada por substâncias tóxicas ao organismo humano, que podem contaminar os alimentos, entre elas podemos citar os riscos químicos como soda cáustica, ácidos e sanitizantes, óleos e lubrificantes, reagentes de laboratório, e resíduos de antibióticos no leite. Já a contaminação biológica, ou microbiológica, é causada pela presença de microrganismos nos alimentos, que vão causar muitos danos à saúde do consumidor ao fazer a ingesta desses alimentos contaminados por qualquer grupo de microrganismo, como as bactérias, fungos, vírus e parasitas. A contaminação física é caracterizada pela presença de corpos estranhos nos alimentos, por exemplo pedaços de unhas, cabelo, presença de adornos, e podem ocasionar perigos ao consumidor como quebra de dentes, corte na língua e gengivas, engasgamento e perfurações (no estômago e intestino). Portanto, para um alimento estar seguro deve estar isento das contaminações físicas, químicas e biológicas. Para evitar esse tipo de contaminação nos alimentos existem as Boas Práticas de Fabricação, que são regras que ajudarão a reduzir e a prevenir esses riscos nos alimentos. Porém, os microrganismos podem desempenhar papéis fundamentais nos alimentos, sendo possível classificá-los em três grupos distintos, que dependerá do tipo de interação existente entre o microrganismo e o alimento. Os alimentos podem sofrer alterações químicas prejudiciais, que são alterações de cor, odor, sabor, textura e aspecto do alimento; essas alterações são consequências da atividade metabólica natural dos microrganismos que estão apenas tentando perpetuar a sua 10 espécie, que vai utilizaro alimento como fonte de energia. Esses grupos de microrganismos são classificados como deteriorantes. Os microrganismos nos alimentos podem representar um risco à saúde, as características das doenças que esses microrganismos causam dependem de uma série de fatores inerentes ao alimento, ao microrganismo patogênico em questão, e ao indivíduo a ser afetado. Esse tipo de microrganismo é considerado patogênico, pois pode chegar ao alimento por inúmeras vias, sempre refletindo condições precárias de higiene durante a produção, armazenamento, distribuição, ou manuseio em nível doméstico. Os microrganismos também causam alterações benéficas no alimento, essa forma de interação microrganismo- alimento é conhecida do ser humano há muito tempo, a este grupo pertencem os que são intencionalmente adicionados ao alimento, para que determinadas reações químicas sejam realizadas. Muitos desses microrganismos já estão naturalmente presentes, não sendo necessário adicioná-los ao alimento, mas sim fazer o estímulo, a seletividade de sua atividade biológica. Neste grupo estão todos os utilizados na fabricação de alimentos fermentados, como queijos, vinhos, cervejas, pães e outros. São considerados microrganismos benéficos. Higiene dos ambientes de preparo e do manipulador, e armazenamento dos alimentos Existem 3 tipos de higiene: a pessoal, a alimentar e a ambiental. E o POP é um documento obrigatório, exigido pela Vigilância Sanitária, citado na RDC 216 e na RDC 275, e que deve trazer instruções sequenciais para a execução de tarefas que devem ser realizadas no dia a dia, incluindo o passo a passo para as execuções de higiene pessoal, alimentar e ambiental. POP 2: Descreve procedimentos relacionados à saúde dos manipuladores de alimentos através de práticas de higiene pessoal; prevenção de doenças por esforços repetitivos; e como evitar acidentes de trabalho. A principal causa da contaminação dos alimentos é a falta de higiene na manipulação, por isso as pessoas responsáveis pela manipulação exercem um papel fundamental para a diminuir o risco de causar doenças transmitidas por alimentos. Isso significa dizer que o manipulador deve seguir uma regra prática diária de higiene pessoal. Os cuidados básicos de higiene são: Tomar banhos todos os dias; Manter unhas limpas, curtas e sem esmalte; Escovar bem os dentes, no mínimo três vezes ao dia, e sempre após as refeições; Usar desodorante sem perfume; Não utilizar maquiagem no ambiente de trabalho; Manter roupas e uniformes limpos; Usar sempre sapatos fechados e limpos; Não usar anéis, alianças, relógios, brincos, colares, pulseiras e outros adornos, pois contêm sujidades que podem contaminar os alimentos, além da possibilidade de cair no momento da preparação dos alimentos; Manter os cabelos limpos e completamente protegidos com rede ou touca; Em caso de ferimentos das mãos, o manipulador deve ser direcionado para desempenho de outra função que não haja contato com os alimentos, até completa cicatrização do ferimento. Prevenção de acidentes: Para prevenção de acidentes de trabalho devem ser utilizados equipamentos de proteção individual (EPIs), como uniformes, touca descartável, avental, calçados de segurança, luvas e evitar situações que possam expor a riscos a integridade física. Doenças por esforços repetitivos: Para prevenção de doenças por esforços repetitivos devem ser: ✔Utilizados equipamentos ergonômicos, respeitando a utilização pelo fabricante; ✔Fazer pausas durante o período de trabalho, para realização de alongamentos corporais POP 3: Descreve a higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios. Podemos evitar a contaminação dos alimentos fazendo essa higienização correta periodicamente. A higienização deverá ser realizada, de maneira geral, no início do trabalho; depois de cada uso; quando começar o trabalho com outro tipo de alimento; e em intervalos periódicos, se os utensílios estiverem em uso constante. A primeira etapa da higienização e limpeza consiste em remover as substâncias visíveis e indesejáveis, como terra, poeira, gordura, restos de comidas e outras sujidades, utilizando-se água potável, sabão ou detergente. Em seguida, é feita a sanitização com produtos químicos como cloro e o álcool. Higiene dos ambientes e controle de praga: Todos os produtos de higienização devem ser regularizados pelo Ministério da Saúde, e utilizados de acordo com as instruções do fornecedor. Deverão ser armazenados em local apropriado e de fácil acesso a todos os manipuladores, e sua reposição deverá ser feita sempre que necessário. • Vassouras, rodos, baldes, escovas e outros equipamentos utilizados na higienização do ambiente de manipulação não poderão ser utilizados para limpeza de outros ambientes do local, como por exemplo banheiros, devendo ser exclusivos e identificados. • Toda a estrutura física deve ser mantida íntegra e conservada livre de rachaduras, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, entre outros, para não transmitir contaminantes aos alimentos. • As áreas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente. Não é permitido animais. As instalações físicas como piso, parede, teto e equipamentos devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável. A limpeza deve começar por lugares mais altos e ir descendo até o piso. • Paredes devem ser lavadas na altura das bancadas diariamente; semanalmente; devem ser lavadas até o teto com água, detergente e escova; fazer a desinfecção com água clorada e esperar no mínimo 2 minutos para a retirada do produto, caso não seja possível realizar a desinfecção com água clorada, pode utilizar álcool 70% e deixar secar naturalmente. • Os pisos e rodapés devem ser limpos uma ou mais vezes ao dia, de acordo com a necessidade; recolher os resíduos; lavar com água e detergente; enxaguar bem com água corrente; fazer a desinfecção com água clorada e álcool 70%; deixar secar naturalmente. • Pias, cubas e torneiras devem ser lavadas com água, detergente e esponja, devemos esfregar atentamente ralos e junção da cuba com a bancada; enxaguar com água limpa e higienizar diariamente. • As bancadas e mesas de apoio devem ser lavadas com detergente; retirar o detergente das bancadas; fazer a desinfecção em água clorada ou fazer uso de álcool a 70%; deixar secar naturalmente. • Fogões devem ser lavados todos os dias com água e sabão; descongelar a geladeira sempre que necessário, e fazer a limpeza uma vez por semana; batedeiras e liquidificadores devem ser sempre desmontados e lavados após o uso. • As luminárias e interruptores devem ser limpos com pano umedecido em água e detergente, remover o detergente com pano umedecido em água, secar com pano seco; • Deve-se recolher os resíduos acumulados nos ralos; lavar com água e detergente; e enxaguar com solução clorada. POP 7: diz respeito ao controle integrado de pragas e vetores. As edificações, instalações, móveis e os utensílios devem ser livres de vetores e pragas urbanas, ou seja, o estabelecimento deve adotar um conjunto de ações eficazes e contínuas no controle integrado de pragas, com o objetivo de impedir a contaminação indireta dos alimentos. As medidas preventivas e corretivas são destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso, e a proliferação de vetores ou pragas urbanas que comprometem a qualidade higiênico sanitária, e a segurança do alimento São necessárias medidas de proteção, tais como tela de proteção removíveis nas portas e janelas; vedação de borracha na parte inferior das portas; ralos com dispositivos de fechamento para evitar entrada de vetores; lixeiras com pedal para ser acionada com os pés; local apropriado para o acondicionamento dolixo O controle químico é obrigatório, isto é, a dedetização e a desratização periódica nas áreas de alimentação. O gestor deve contratar empresa especializada, que fornecerá certificado de garantia, com a data dos procedimentos executados. Controle sanitários dos alimentos Para compreendermos o processo normativo sanitário brasileiro na área de alimentos, é necessário perceber que a lógica governamental implantada no contexto das políticas sociais esteve associada, ao longo do tempo, ao processo desenvolvimentista e industrial e à gradativa formação de uma consciência dos direitos à cidadania, decorrente principalmente dos movimentos reivindicatórios dos setores trabalhistas. O tratamento das questões sociais era meramente convencional, apesar da criação do Ministério da Saúde Pública, em 1930, cuja missão era a de educação para a saúde pública e de assistência hospitalar. O marco histórico do Estado Novo Brasileiro foi a criação e a organização, em dezembro de 1919, do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) ✔Viabilizou a promulgação do Regulamento Sanitário Federal (decreto nº 16.300), em 31 de dezembro de 1923; ✔Dispunha sobre a organização dos serviços da União, as atribuições dos órgãos e seus agentes; ✔O exercício profissional no campo da saúde e as normas de controle sanitário. A segurança dos alimentos tem intuito de garantir que os alimentos não causem danos ao consumidor. Portanto, quem trabalha em qualquer área de alimentos deve entender que é obrigatório cumprir as exigências sanitárias, pois está lidando com a saúde pública. Os avanços normativos na área de alimentos foram observados gradualmente e, a partir da década de 1960, intensificou-se a publicação de normas sanitárias visando acompanhar a produção e o consumo de bens e serviços. Nessa mesma época, surgem conceitos e concepções de controle. Antes o campo da higiene dos alimentos estava mais restrito a aspectos como a presença ou a ausência de determinado contaminante. Hoje, a discussão que envolve essa questão se amplia, contemplando os riscos envolvidos nas diferentes etapas de produção até o consumo. Esse cenário é reflexo dos avanços advindos com a criação do Sistema Único de Saúde, regulamentado pela lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, fruto do Movimento Sanitário Brasileiro. Atualmente, ainda são evidenciados problemas capazes de ser obstáculos quanto à efetividade das ações de controle na área da vigilância sanitária de alimentos, como por exemplo: Ausência de um amplo sistema integrado de vigilância sanitária e epidemiológica com capacidade para identificar as principais doenças de origem alimentar, crônicas ou agudas, transmissíveis ou não que avalie a origem, as causas, os fatores intervenientes e os indivíduos suscetíveis; e mensure o alcance do agravo e seja capaz de difundir as informações e estabelecer um plano de ação nacional, propondo medidas de controle capazes de minimizar os riscos decorrentes. A industrialização gera inúmeras soluções alimentares, mas, ao mesmo tempo, cria vários problemas relacionados à segurança alimentar. • Aumenta-se a possibilidade de comércio dos alimentos, com a extensão do seu tempo de perecibilidade e as facilidades de sua distribuição. • Causa preocupação a perda do valor nutritivo dos alimentos, decorrente de sua manipulação e do uso de aditivos intencionais. Como exemplo de dificuldade de controle sanitário dos alimentos, temos os estabelecimentos que fornecem alimentos crus para consumo, que embora ofereçam riscos para a população, não são proibidos pela Vigilância Sanitária, pois existem critérios estabelecidos pelas legislações no qual essa carne não vai oferecer risco para a saúde pública, porém, na prática, esses critérios devem ser seguidos Indicadores sanitários dos alimentos: Os indicadores de saúde se apresentam como instrumentos fundamentais para a tomada de decisão durante a execução, o monitoramento e a avaliação das políticas de saúde, sendo estas afetadas, a todo instante, pelas mudanças de contexto, de ambiente e da dinâmica da população. Os indicadores auxiliam a gestão pública no desenvolvimento da capacidade de responder a tais mudanças com eficácia, eficiência e efetividade, baseando-se em evidências claras e objetivas dos padrões de doenças, seus fatores de risco e os efeitos decorrentes de suas intervenções. A construção de indicadores segue-se por processos cuja complexidade pode variar entre a: ✔simples contagem direta de casos de determinada doença; ✔o cálculo de proporções; ✔Razões; ✔taxas ou índices mais sofisticados. Microrganismos indicadores vêm sendo utilizados na avaliação da qualidade microbiológica da água há longo tempo, e mais recentemente nos alimentos. Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos que, quando presentes em um alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação fecal, sobre a presença de patógenos ou sobre a deterioração do alimento. Os microrganismos indicadores ainda podem indicar as condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento dos alimentos. Os critérios a seguir definem o microrganismo ou o grupo de microrganismos como indicadores: ✔ Deve ser de rápida e fácil detecção. ✔ Deve ser facilmente distinguível de outros microrganismos da microbiota do alimento. ✔ Não deve estar presente como contaminante natural do alimento. ✔ Deve estar sempre presente quando o patógeno associado estiver. A bactéria Escherichia coli é utilizada como um indicador de contaminação de origem fecal presente em água desde 1892. E hoje também é utilizada como indicador de contaminação fecal da qualidade higiênico-sanitária do alimento. Esta bactéria, além de preencher todos os requisitos anteriormente citados, também apresenta outras características que as classifica como um bom microrganismo indicador, como: • Habitat exclusivo do trato intestinal do ser humano e de animais de sangue quente; • Número elevado nas fezes; • Alta resistência ao ambiente extra enteral; • Técnicas laboratoriais rápidas, simples e precisas para detecção e contagem. Os desafios para a vigilância sanitária são inúmeros e, talvez, até incontáveis, pois a todo momento a sociedade se depara com um novo risco sanitário, uma nova ameaça à saúde humana. Assegurar a total qualidade dos alimentos consumidos representa ao mesmo tempo um desafio e uma impossibilidade Um desafio, pela tentativa de buscar critérios éticos e de definir normas que atendam a padrões higiênico-sanitários adequados, que assegurem a produção de alimentos dentro da lógica de produção em larga escala e capaz de abastecer mercados globais. E uma impossibilidade de produzir alimentos em larga escala sem risco à saúde humana ou ao meio ambiente. Contudo, a impossibilidade é reduzida quando os desafios são devidamente superados. A priorização pela implantação de processos avaliativos é condição essencial para a qualificação da ação desenvolvida no cotidiano do sistema de saúde nacional. Princípios higiênicos na obtenção, preparo e consumo dos diferentes tipos de alimentos Independentemente da preparação de qualquer tipo alimentício, temos princípios básicos de higiene no preparo dos alimentos. Em primeiro lugar, quem prepara os alimentos deve, com frequência, lavar as mãos, principalmente depois de: Tossir, espirrar, coçar ou assoar o nariz; coçar os olhos, ou tocar na boca; preparar alimentos crus, como carnes, vegetais e frutas; manusear celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas, entre outros; ir ao sanitário; retornar dos intervalos. Devem lavar as mãos utilizando bastante água corrente e sabão, esfregando bem todas as áreas das mãos, incluindo a ponta dos dedos, regiões entre os dedos, e punhos.Os manipuladores não devem conversar, espirrar, tossir, cantar ou assoviar em cima dos alimentos, superfícies ou utensílios. A recomendação também vale para o momento do preparo e na hora de servir. O uso de máscara é recomendado, principalmente no período de pandemia. O uso de luvas não é obrigatório, mas pode trazer uma sensação de segurança, então, é sempre bom trocar as luvas entre a manipulação de um alimento e outro, como se estivesse lavando a mão • Em tempos de pandemia não é recomendado que pessoas com sintomas respiratórios manipulem os alimentos para preparo de refeições, mesmo utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs). É preciso afastar essas pessoas do trabalho. • As superfícies e utensílios devem estar sempre muito limpos, utilizando-se produtos de limpeza devidamente regulamentados pela Anvisa. Geralmente, os produtos vêm prontos para este fim, não havendo necessidade de misturas. • É necessário dar mais atenção à higiene de superfícies e utensílios após a manipulação de carnes cruas e vegetais não lavados, não é o ideal fazer a manipulação de vegetais não lavados, mas, caso aconteça, sempre estar higienizando, pois esses alimentos são grandes fontes de contaminação Carnes e derivados: A carne é um alimento extremamente perecível, possui uma composição química favorável ao ataque de microrganismos, que vão deteriorar as carnes, alterando suas características sensoriais, depreciando sua qualidade. O pH da carne é pouco ácido, e a atividade de água é alta, então todo esse conjunto de fatores torna a carne perecível. Antes de iniciar o preparo das carnes, não devemos lavá-la, pois a lavagem não vai tirar nenhum tipo de bactéria, e sim aumentar a quantidade de água na carne, favorecendo a proliferação de bactérias. Os métodos de conservação criam condições adversas para o desenvolvimento de microrganismos, aumentando a vida útil da carne, oferecendo ao consumidor um produto com maior segurança alimentar. Os utensílios utilizados na manipulação, como facas, arco de serra, amolador, bandejas e serra de fita para ossos devem estar em conformidade com o RDC 216/2004, devendo passar por rigorosos procedimentos de limpeza e desinfecção. As tábuas de madeira são proibidas, pois retêm microrganismos e restos de alimentos, que vão se acumulando nas ranhuras da tábua, causadas pelo uso. Dessa forma, as bactérias ali presentes contaminam outros alimentos, causando doenças, pois a limpeza e desinfecção são quase impossíveis. A tábua de plástico é a melhor opção, pois são de fácil manuseio, não deixam os alimentos escorregarem, e são coloridas, o que evita a contaminação cruzada, pois cada cor indica um alimento a ser cortado, por exemplo: ⮚ a tábua vermelha é indicada para carnes vermelhas; ⮚ a tábua azul indicada para peixes; ⮚ a verde para frutas, verduras e legumes; ⮚ a tábua branca para carnes de frango. A tábua utilizada para uma preparação crua nunca deve ser utilizada para uma preparação pronta, sem antes passar pelo processo de higienização. Leite e derivados: Sobre a higienização do leite, a legislação diz que o leite deve ser produzido em condições higiênicas, abrangendo o gado leiteiro e os procedimentos de ordenha, conservação e transporte. Somente com a higienização em todas essas etapas de produção do leite, vamos ter um leite de melhor qualidade microbiológica, físico e química, e que garanta a segurança de consumo ao consumidor final. O leite pasteurizado não é isento de microrganismos, porém, a eficiência do tratamento térmico no leite pasteurizado é de 99%. Pescados e derivados: Pescado designa todo alimento que pode ser retirado de águas oceânicas ou interiores, e que possa servir para alimentar o ser humano e os animais, é um termo genérico envolvendo peixes, crustáceos, moluscos e algas. A contaminação do pescado pode ser proveniente da sua microbiota natural e da água, no entanto, essa contaminação é mais evidenciada na superfície do pescado; nas guelras, por conta da passagem da água; e nos intestinos, por causa do conteúdo fecal. Os contaminantes podem ser reflexo da qualidade sanitária da água, então, se o pescado é proveniente de uma região com alta contaminação microbiana, consequentemente vai carregar essa contaminação. A infecção humana resulta do hábito do ser humano de se alimentar com peixes crus, cozidos de forma insuficiente, congelados, salgados ou defumados, contendo larvas infectantes vivas de nematoides. A contaminação também irá para todo o tecido muscular do pescado por causa das etapas de processamento, seja pelo descasque, descamação ou evisceração. Então, é muito importante e higienização nessas etapas, para que não haja contaminação Ovos e derivados: A qualidade e a composição do ovo dependem de fatores como a raça da galinha, sua alimentação, sua criação e as técnicas de manejo. ✔Ao adquirir os ovos, devemos nos atentar à data de validade, selo de inspeção oficial e dados do produtor, como nome e CNPJ. ✔Jamais receber os ovos com a casca suja, quebrada ou trincada. ✔Não se deve congelar os ovos, pois há um risco de rachadura na casca e possível contaminação. ✔A lavagem dos ovos deve ser feita apenas antes do consumo. ✔A falta de higienização no preparo dos ovos aumenta os riscos de contaminação da Salmonela. Frutas, verduras e legumes: O POP 4 descreve procedimentos relacionados a higienização de verduras, legumes e frutas. No recebimento desses alimentos, deve-se observar a qualidade dos gêneros entregues, as hortaliças e frutas devem estar íntegras, firmes, sem traços de descoloração ou manchas, devem ser isentas de odores estranhos, insetos, larvas e fungo • Vegetais folhosos devem ser desfolhados antes de iniciar a lavagem, e fazer uma seleção, descartando as folhas queimadas e partes estragadas • Lavar todas as frutas e verduras em água potável corrente, garantindo a limpeza, com a retirada da sujeira e da terra que ficam aderidas. • Fazer a desinfecção dos vegetais, deixando-os de molho em água com solução clorada, em que deve ser colocada 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio para 1 litro de água, e submergir os vegetais durante 15 minutos. Antes de utilizar as frutas, deve-se fazer uma seleção e lavá-las em água corrente. As frutas que serão consumidas com a casca devemos deixar em imersão em solução de água clorada por 15 minutos, enxaguar em água corrente. Produtos de panificação: As mãos são muito usadas na panificação, e devem estar sempre limpas, com unhas curtas e sem esmaltes, além disso, deve-se lavar as mãos com regularidade. A qualidade na panificação vai variar de acordo com o processo, formulação, a farinha e os ingredientes. Todos devem seguir as normas sanitárias, não somente para estar de acordo com a higiene e segurança alimentar, mas também para servir um público cada vez mais exigente. A correta higienização dos utensílios na panificadora é superimportante para atender aos requisitos sanitários e de segurança do trabalhador. A higienização dos utensílios deve ser feita antes e depois de cada tarefa. Águas de consumo: A água participa de todas as etapas de processamento de alimentos, seja na lavagem dos utensílios, das bancadas, dos azulejos; no preparo dos alimentos; como um dos ingredientes da fabricação de algum alimento; e do consumo humano. ✔É necessário um plano de controle de qualidade da água, pois, caso ocorra alguma fonte de contaminação da água do estabelecimento, toda a cadeia produtiva estará comprometida, e isso pode afetar muito a saúde dos consumidores. ✔Verificar as caixas d’água, se estão bem vedadas, sem trincas ou rachaduras, livre de sujeiras e pragas, com higienização regular a cada 6 meses. ✔Fazer limpeza nos bicos das torneiras. ✔Purificar a água através dosfiltros de água. Regulamentações sanitárias aplicadas à higiene dos alimentos: O objetivo das normas é assegurar a produção de alimentos sem riscos para os consumidores. O estabelecimento de alimentos deve ter alvará de funcionamento, POP (Procedimento Operacional Padronizado), Manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF), e Registros (de operações, temperatura, capacitação de colaboradores, manutenção de equipamentos, controle de pragas e vetores, entre outros). Todo o funcionamento do estabelecimento deve estar baseado na legislação; quem não a segue, pode sofrer grandes sanções da Vigilância Sanitária. A legislação federal de Boas Práticas para serviço de alimentação (restaurantes, lanchonetes, padarias, etc.) é a RDC 216, de 2004, que é a base da fiscalização sanitária no nosso país. Mas existem legislações municipais e estaduais que também são voltadas para as Boas Práticas no serviço de alimentação, e que também devem ser seguidas, de acordo com cada cidade e cada estado. Por exemplo, no município de São Paulo existe a legislação específica de Boas Práticas para os serviços de alimentação, que é a 2619; e para o estado de São Paulo existe a CVS 5, de 2013. Então, se estamos falando da cidade de São Paulo, sabemos que ela tem uma legislação municipal para seguir, uma legislação estadual para seguir (pois está dentro do Estado), e tem uma legislação federal para seguir, pois está dentro do nosso país. Porém, existem cidades que não têm legislação municipal, apenas a legislação estadual e federal para seguir, isso vai variar de acordo com cada cidade. Temos algumas legislações principais a serem seguidas, como, por exemplo: ✔ Portaria nº 1428 de 26.11.93 MS/ANVISA: essa portaria estabelece as orientações necessárias que permitam executar as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos com vistas à proteção da saúde da população. ✔ Portaria nº 326 de 30.07.97 MS/ANVISA: o presente Regulamento estabelece os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de Boas Práticas de Fabricação para alimentos produzidos/fabricados para o consumo humano. ✔ Portaria nº 1210/06/SMS-G: considera a responsabilidade do fabricante, do distribuidor e do comerciante quanto à qualidade e segurança dos alimentos produzidos, garantida pelo Código de Defesa do Consumidor; e considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações de vigilância sanitária no controle de alimentos e bebidas, visando a proteção da saúde da população e as prioridades locais. ✔ Portaria nº 518 de 25.03.04 MS/ANVISA: esta norma dispõe sobre procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano, estabelece seu padrão de potabilidade. Toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita à vigilância da qualidade da água. Esta norma não se aplica às águas envasadas e a outras, cujos usos e padrões de qualidade são estabelecidos em legislação específica. ✔ RDC nº 275 de 21.10.02 MS/ANVISA: a RDC 275 da Anvisa foi estabelecida em 2002, para que os fabricantes e industrializadores de alimentos sigam determinados processos sanitários e de higiene nas diferentes etapas de produção. ✔ RDC nº 218 de 29.07.05 MS/ANVISA: aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos Higiênico-Sanitários para Manipulação de Alimentos e Bebidas Preparados com Vegetais, com o objetivo de estabelecer procedimentos higiênico-sanitários para preparo, acondicionamento, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização de alimentos e bebidas preparados com vegetais, com a finalidade de prevenir doenças de origem alimentar. Sistemas de controle de qualidade dos alimentos A ideia de controlar a produção de alimentos vem desde a Revolução Industrial, em que se começou a perceber que as perdas causavam prejuízos na linha de produção e os empresários começaram a controlar os processos de produção para tentar melhorar a qualidade. O APPCC surgiu em 1959, elaborado pela NASA, pois os alimentos que eles enviavam para o espaço, para os tripulantes e estações espaciais, precisavam passar por um rigoroso controle de qualidade, não podiam ter nenhum tipo de microrganismo patogênico. A falta de controle de qualidade no processo de produção pode acarretar sérios problemas, tanto na imagem do produto internamente, quanto da imagem externa, se não existe uma inspeção no produto, análise antes de utilizar, podemos produzir outros produtos sem qualidade. O APPCC envolve 7 etapas principais, e a ideia principal é identificar na linha de produção os pontos em que o alimento pode ter algum tipo de contaminação, ou deterioração, e a partir daí começar a adotar medidas para evitar que esse problema aconteça naquelas linhas específicas. 1. Análise Geral dos Riscos: pegamos toda a linha de produção, principalmente o produto final, olhamos para o produto e tentamos identificar quais problemas e riscos que esse produto pode trazer para o consumidor final. Por exemplo, possíveis alergias que esse alimento possa desencadear; contaminação cruzada; entre vários outros. 2. Estabelecer os Pontos Críticos de Controle (PCC): identificar na linha de produção em quais etapas podemos intervir para evitar contaminações e qualquer tipo de contaminação do alimento. Por exemplo, no momento de descarga de frutas de um caminhão, várias coisas podem influenciar negativamente, como insetos que podem entrar no meio das frutas, má higiene do entregador, contaminação por fungos, entre outros. 3. Estabelecer Limites de Controle: definir unidades de medida para controlar o ponto crítico de controle, na linha de produção, e escolher qual índice irá usar. Por exemplo, definir quanto de água deve ser retirado de um alimento para que ele seja distribuído como alimento desidratado. 4. Estabelecer Medidas de Monitoramento: monitorar se atingiu o resultado esperado, instrumentos que serão utilizados para controlar o resultado esperado. Por exemplo, medir a temperatura no caso de alimentos que irão ser servidos. 5. Estabelecer Medidas de Controle: são ações corretivas, resolver o que não deu certo anteriormente. Por exemplo, os alimentos que não chegaram na temperatura correta devem ser descartados, ou voltar para cocção, ou enviados para outra utilização, entre outras coisas. 6. Estabelecer Rotinas de Verificação: em cada unidade deve ter alguém responsável por verificar se todos os passos do APPCC estão sendo cumpridos durante toda a linha de produção, para saber se existe algo que precisa adaptar, ou erros. 7. Padronizar os Dados e Revisões: qualquer pessoa dentro da empresa tem de ser capaz de analisar a linha de produção e verificar se ela está seguindo as normas do APPCC, é como se fosse um manual ou planilha, com todos os itens que devem ser checados na linha de produção, todos os pontos críticos de controle têm de constar ali, e todas as variáveis devem estar sendo analisadas. Além do APPCC, temos o Manual de Boas Práticas de Fabricação e os POPs, que também auxiliam no controle de qualidade dos alimentos. Doenças veiculadas ou transmitidas por alimentos As doenças transmitidas por alimentos, mais conhecidas como DTAs, são causadas pela ingestão de água ou de alimentos contendo algum tipo de contaminante, e constituem um grave problema de saúde pública. Dentre os contaminantes envolvidos, temos produtos químicos, toxinas naturais de plantas e animais, vírus, parasitas, bactérias patogênicas e fungos toxigênicos. Existem mais de 250 tipos de DTAs, sendo a sua maioria causadas por agentes biológicos, ou seja, as bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. A maioria dasdoenças transmitidas por alimentos afetam o sistema digestório do hospedeiro, e frequentemente causam diarreia. Na diarreia ocorre uma perda de águas e eletrólitos, que resulta no aumento do número de evacuações. Quando há a presença de sangue nas fezes, chama-se disenteria, e quando ocorre uma diarreia com inflamação na mucosa gástrica intestinal, o termo utilizado é gastroenterite. Os alimentos com maiores riscos de contaminação são: ● Preparações mistas em que são utilizadas mais de um ingrediente, como risotos, salpicão e empadão. ● Alimentos com grande atividade de água, como maioneses e molhos. ● Pratos preparados de véspera e malconservados, como feijoadas e carnes assadas. ● Doces e salgados recheados. Os sintomas mais comuns são diarreia, vômito e dor abdominal. Dependendo do tipo de microrganismo, pode aumentar a gravidade, como os casos hemorrágicos ou que atingem o cérebro e acarretam situações irreversíveis. Tratando-se de agentes biológicos, as doenças transmitidas por alimentos poderão ser uma infecção, intoxicação ou toxinfecção. Os microrganismos presentes nos alimentos são causadores de doenças microbianas de origem alimentar, essas doenças são subdivididas em: ● Intoxicação alimentar: que é a ingestão de alimentos com as toxinas microbianas pré-formadas, que se incorporam ao alimento de modo acidental ou intencional, em qualquer momento, desde a origem, produção e até o consumo. ● Infecção alimentar: quando se ingere o alimento contaminado por microrganismos viáveis de serem patogênicos, e esses se multiplicam, ocorrendo a infecção. ● Toxinfecção: é a ingestão de alimento contendo microrganismo patogênico, e esse se prolifera, liberando toxinas com capacidade de causar danos ao organismo. As DTAs são responsáveis por numerosos surtos alimentares, em diversas regiões do mundo, por isso a importância da correta manipulação de alimentos, higiene do local onde são manuseados e dispostos, para garantir ao consumidor alimentos livres de contaminantes físicos, químicos e principalmente microbiológicos. As principais doenças transmitidas por alimentos são aquelas cujo agente etiológico são microrganismos, entre eles Salmonella spp., Escherichia coli, Clostridium botulinum, Listeria monocytogenes e Sthaphylococus aureus. A Salmonella é um microrganismo gram-negativo, não esporogênico, anaeróbico facultativo. As DTAs causadas pelas bactérias desse gênero são consideradas mais importantes no mundo, têm como habitat primário o trato gastrointestinal humano, as doenças causadas por ela têm como principais alimentos envolvidos os produtos lácteos, ovos, carnes e derivados, peixes e crustáceos. Sendo os ovos e a carne in natura apontados como principais veículos dessa bactéria nos surtos alimentares. Os sintomas surgem, geralmente, entre 12 e 36 horas após a ingestão do alimento contaminado, porém, existem relatos de até 72 horas após o consumo. Os sintomas mais comuns envolvem cefaleias, náuseas, vômitos, diarreias, dores abdominais, calafrios e febre, que persistem de 2 a 7 dias. A Escherichia é uma bactéria gram-negativa, não esporogênica, anaeróbica facultativa, encontrada naturalmente no intestino de humanos e animais. Entre os alimentos normalmente associados a contaminação com este tipo de bactéria estão a carne bovina crua ou malpassada, e o leite cru. Os sintomas incluem diarreia ou disenteria, dor abdominal, mal- estar geral e febre baixa, seu período de incubação varia de 3 a 8 dias. O Clostridium é uma bactéria gram-positiva, formadora de esporos, anaeróbica estrita e produtora de toxina, a exotoxina no botulismo alimentar, e endotoxina no botulismo intestinal. Essa toxina provoca uma doença grave chamada de botulismo, que é uma intoxicação alimentar que atinge o sistema nervoso e pode levar à morte. Os principais sintomas são fraqueza, visão turva, sensação de cansaço, e dificuldade para falar. As principais formas de prevenir o botulismo são: evitar a ingestão de alimentos em conserva, que estiverem em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas e com alteração no cheiro e no aspecto. A Listeria é uma bactéria gram-positiva, não esporulada, anaeróbia facultativa, que causa uma doença chamada listeriose. No início, os sintomas podem ser parecidos com os da gripe, incluindo quadro febril, os sintomas gastrointestinais como vômitos, náuseas e diarreias podem demonstrar uma forma mais grave ou até mesmo serem os únicos sintomas apresentados, mas ainda pode causar septicemia, meningite, encefalite e infecções cervicais e intrauterinas em mulheres grávidas, o que pode levar ao aborto espontâneo. O Staphylococus é uma bactéria, do grupo dos cocos gram-positivos, tem grande destaque em estudos, pois é responsável por quase metade das toxinfecções em todo o mundo. É frequentemente encontrada na pele, mucosas nasais e axilas, o que facilita sua presença no alimento. Uma característica dessa bactéria é sua resistência ao calor, resistência à pressão osmótica e a estresse ambientais. Alimentos como leite e derivados, carnes e derivados são propícios a presença e contaminação por esse patógeno, pois, se manipulados de forma incorreta e deixados a uma temperatura ambiente, acabam abrigando novas colônias. Apesar de serem escassos em termos de pesquisa, as doenças transmitidas por alimentos são um grave problema de saúde pública, crescendo de modo significativo no decorrer dos anos. Geralmente, as pesquisas correlacionam a grande quantidade de surtos com hábitos de higiene inadequados, em que a maioria dos consumidores ingeriram alimentos que passaram por condições inapropriadas de higiene. Portanto, é necessário a adoção de práticas higiênico- sanitárias durante a cadeia de processamento de alimentos ingeridos pelos consumidores, levando em consideração a grande periculosidade das doenças transmitidas por alimentos. As principais dicas para se evitar contaminação são: ● Evitar a preparação muito tempo antes do consumo. ● Utilizar água de boa qualidade. ● Cozinhar bem os alimentos. ● O descongelamento dos alimentos deve ocorrer na geladeira e não em temperatura ambiente. ● Cuidar sempre da higiene pessoal ao manipular os alimentos. Sabendo que o alimento possui um significado importante para todos os indivíduos, o investimento em saúde pública voltadas à educação sanitária, produção de alimentos seguros e eficaz no sistema de Vigilância Sanitária de alimentos são de extrema importância para se evitar a transmissão de DTAs e consequentes malefícios à saúde da população. Vigilância sanitária na área de alimentos Vigilância Sanitária trata-se de um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prever riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse à saúde. Está definida na lei nº 8.080/90, a “lei do SUS”. Antigamente, quando as pessoas começaram a viver em aglomerados, originando as cidades, a humanidade não tinha o conhecimento de como as doenças aconteciam, mas já viam e sofriam com a peste, cólera, febre tifoide e outras doenças que marcaram a história com milhões de mortes. Mesmo sem saber como funcionavam os processos de contaminação e transmissão de doenças, as pessoas começaram a perceber que a água, a sujeira e os alimentos poderiam ser responsáveis por isso. A partir dessas observações, foi surgindo um olhar mais crítico e o pensamento de prevenção. As ações de Vigilância são as mais antigas dentro da saúde pública, começaram no século XVIII, mais especificamente começaram a tomar forma com a chegada da família real portuguesa ao país, em1808. A partir desse momento, nosso país passou a ser uma rota de comércio internacional, em que seintensificaram os fluxos de mercadoria, de produtos, assim como de passageiros, então foi necessário ter um controle sanitário, principalmente para tentar barrar e impedir a disseminação de epidemias. Então, no começo da criação das ações de vigilância sanitária, o foco era tentar evitar a propagação de epidemias. Aos poucos, surgiram regras, como o abastecimento de água por aquedutos, o lixo passou a ter local próprio, controle de circulação e comércio de alimentos, material de limpeza, entre outros. Ao longo do tempo, foram criadas a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (1976) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em 1999. São autarquias vinculadas ao Ministério da Saúde, responsáveis tanto pela regulação sanitária como pela regulação econômica do mercado. As responsabilidades da Vigilância Sanitária vão desde qualidade da água, salubridade das cidades (conjunto de requisitos necessários à saúde e ao bem- estar da população) até a fiscalização de mercadorias, produtos, cosméticos, alimentos e serviços que de alguma forma interfiram na saúde da população. No campo da Saúde, a Vigilância está relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados na prevenção de doenças. A Vigilância Sanitária pertence a um grande sistema, que é o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, coordenado pela Anvisa. A Anvisa tem como responsabilidade regulamentar e coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, e executar algumas ações de controle, como inspeções sanitárias. A nível estadual, o Sistema de Vigilância Sanitária é constituído por órgãos de vigilância sanitária ligados às Secretarias Estaduais de Saúde. A nível municipal, os serviços de Vigilância Sanitária estão sob responsabilidade das Secretarias Municipais de Saúde. Algumas funções da Vigilância Sanitária: ➢ Instituição de normas e regulamentos: é baseada em leis e são obrigatórias para produção e circulação de bens, e prestação de serviços. Tem o objetivo de diminuir os riscos à saúde da população. O não cumprimento dessas normas vai implicar em uma infração sanitária. Como exemplo, temos a proibição do uso de maionese caseira em lanchonetes, bares e restaurantes, pois a maionese caseira pode transmitir uma doença chamada Salmonelose, provocada pela bactéria Salmonela spp., que pode estar presente no ovo. Outro exemplo é a regulamentação sobre a estrutura física (paredes) de açougues, em alguns estados, a exigência é que essas paredes sejam revestidas de azulejos; em outros, a recomendação é que as paredes sejam revestidas de materiais laváveis e resistentes aos produtos de limpeza. ➢ Registros de Produtos e autorização de funcionamento das empresas: instituições de interesse em saúde devem possuir autorização para seu funcionamento, ou seja, o alvará da Vigilância Sanitária, assim como os produtos que são colocados no mercado, precisam de um registro para a sua comercialização. ➢ Monitoramento de Portos, Aeroportos e fronteiras: locais onde há circulação de pessoas, matérias-primas e muitos produtos que têm risco maior de propagação de doenças, por isso a importância de fiscalização contínua e diária nesses locais. ➢ Monitoração de propaganda: com o objetivo de prevenir que propagandas enganosas venham a induzir o consumidor ao consumo de produtos que tragam riscos à sua saúde, como, por exemplo, a regulamentação e proibição sobre a propaganda de bicos, chupetas e mamadeiras. ➢ Fiscalização: com o intuito de averiguar e verificar o cumprimento das normas sanitárias. A atuação da Vigilância Sanitária é bem ampla, pode atuar sobre produtos como alimentos, cosméticos, medicamentos, com o objetivo de atuar sobre todo o ciclo de vida desses produtos, desde sua produção, consumo e seus efeitos, buscando identificar riscos e verificar o cumprimento das recomendações. Outra área de abrangência de Vigilância Sanitária são os serviços de saúde e interesse em saúde, como hospitais, unidades básicas de saúde, creches, funerárias, salões de beleza, entre outros. Nesses locais, tem objetivo de identificar os riscos à saúde, verificar e promover a adesão às normas. Algumas ações avaliadas nos Manuais Instrutivos das Vigilâncias Sanitárias: ➢ Realizar inspeção sanitária nos estabelecimentos de saúde e de interesse em saúde; nos estabelecimentos da área de medicamentos, da área de alimentos. ➢ Identificar riscos relacionados a produtos e serviços sujeitos ao controle sanitário. ➢ Realizar investigação de surtos relacionados a alimentos e água para consumo humano. ➢ Realizar ações de informação e educação em vigilância em saúde, especificamente relacionadas à Vigilância Sanitária. ➢ Atender e acolher denúncias e reclamações relacionadas ao risco que a área da Vigilância Sanitária atende. A Vigilância Sanitária deve ser vista como aliada dos estabelecimentos de alimentos, pois ambas as partes têm o mesmo objetivo em relação aos alimentos, que é a segurança alimentar do consumidor. Todo serviço de alimentação no nosso país deve conhecer a RDC 216, para saber implantar essa legislação dentro do serviço de alimentação, para que as Boas Práticas exigidas nessa legislação funcionem e sejam uma realidade dentro do serviço de alimentação. Se não cumprir a legislação, em um momento de fiscalização da Vigilância Sanitária as consequências daquilo que não está sendo cumprido cairão sobre o estabelecimento
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