Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Colaboradores: Prof. Luis Carlos Félix Profa. Iza Melão Tecnologia Aplicada ao Sistema de Qualidade Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP (2013). Especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010), engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1 Foundation. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão de TI do Centro Universitário do Senac. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação e Redes de Computadores na UNIP. Professor de disciplinas técnicas de Telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri. Experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A663t Araújo Neto, Antônio Palmeira de. Tecnologia Aplicada ao Sistema de Qualidade / Antônio Palmeira de Araújo Neto. - São Paulo: Editora Sol, 2018. 152 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-121/18, ISSN 1517-9230. 1.Sistemas de informação 2.Planilhas 3. Sistemas de qualidade I.Título 681.3 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Marcela Vaz Vitor Andrade Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Sumário Tecnologia Aplicada ao Sistema de Qualidade APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS ............................................ 11 1.1 Infraestrutura de Tecnologia da Informação ............................................................................ 11 1.1.1 Tecnologia da Informação e da Comunicação ............................................................................11 1.1.2 Hardware .................................................................................................................................................... 13 1.1.3 Software ..................................................................................................................................................... 16 1.1.4 Banco de dados ....................................................................................................................................... 19 1.1.5 Redes de computadores e telecomunicações ............................................................................. 21 1.1.6 Gestão da infraestrutura de TI........................................................................................................... 24 1.1.7 Aplicações da infraestrutura de TI ................................................................................................... 26 1.2 Uso estratégico da TI........................................................................................................................... 27 1.2.1 Evolução da TI nas organizações ...................................................................................................... 27 1.2.2 Papel estratégico da TI .......................................................................................................................... 28 1.2.3 Alinhamento estratégico da TI .......................................................................................................... 30 1.2.4 Gestão estratégica da TI ....................................................................................................................... 32 1.2.5 Tendências e realidades em TI ........................................................................................................... 35 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................................... 37 2.1 Conceitos de sistemas de informação ......................................................................................... 37 2.1.1 Conceito de sistema .............................................................................................................................. 37 2.1.2 Sistemas de informação ....................................................................................................................... 39 2.2 Tipos de sistemas de informação ................................................................................................... 40 2.2.1 Sistemas de informação nas organizações .................................................................................. 40 2.2.2 Classificação dos sistemas de informação quanto à abrangência ..................................... 41 2.2.3 Classificação dos sistemas de informação quanto ao nível decisório .............................. 42 Unidade II 3 PLANEJAMENTO DE RECURSOS EMPRESARIAIS (ERP) .................................................................... 46 3.1 Integração de sistemas ...................................................................................................................... 46 3.1.1 Sistemas de Processamento de Transações (SPT) ...................................................................... 46 3.1.2 A falta de integração e a existência de silos ............................................................................... 47 3.1.3 Conceito e histórico do ERP ............................................................................................................... 48 3.2 Operação de um ERP .......................................................................................................................... 50 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 3.2.1 Arquitetura de um ERP ......................................................................................................................... 50 3.2.2 Módulos de um ERP............................................................................................................................... 50 3.2.3 Vantagens e desvantagens de um ERP .......................................................................................... 51 4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL (SIG) ...................................................................................52 4.1 Tomada de decisão .............................................................................................................................. 52 4.1.1 Decisões: conceitos e tipos ................................................................................................................. 52 4.1.2 Processo de tomada de decisão ........................................................................................................ 54 4.2 Funcionamento do Sistema de Informação Gerencial (SIG)............................................... 55 4.2.1 Sistema de Informação Gerencial (SIG) ......................................................................................... 55 4.2.2 Características e aspectos funcionais de um SIG ...................................................................... 59 4.2.3 Sistema de Apoio à Decisão (SAD) ................................................................................................... 63 Unidade III 5 PLANILHAS ELETRÔNICAS (PARTE 1) ....................................................................................................... 67 5.1 Conceitos de planilhas eletrônicas ................................................................................................ 67 5.1.1 Introdução ao Excel 2016 .................................................................................................................... 67 5.1.2 Abertura do programa e criação de pastas .................................................................................. 68 5.2 Iniciando o uso de planilhas ............................................................................................................ 70 5.2.1 Guias ............................................................................................................................................................ 70 5.2.2 Barra de ferramentas de acesso rápido e barra de títulos ..................................................... 75 5.2.3 Outros componentes ............................................................................................................................. 76 6 PLANILHAS ELETRÔNICAS (PARTE 2) ....................................................................................................... 77 6.1 Uso básico e intermediário do MS-Excel .................................................................................... 77 6.1.1 Pastas e células ........................................................................................................................................ 77 6.1.2 Planilha ....................................................................................................................................................... 79 6.1.3 Dados e células ........................................................................................................................................ 81 6.2 Uso avançado do MS-Excel .............................................................................................................. 86 6.2.1 Fórmulas ..................................................................................................................................................... 86 6.2.2 Funções ....................................................................................................................................................... 89 Unidade IV 7 GESTÃO DE PROCESSOS .............................................................................................................................106 7.1 Conceitos básicos de processos ....................................................................................................106 7.1.1 Conceito de processo ..........................................................................................................................106 7.1.2 Gestão por processos ..........................................................................................................................107 7.1.3 Iniciativas e dimensões na gestão por processos ....................................................................108 7.2 Conceitos e aplicações da gestão de processos .....................................................................109 7.2.1 Tecnologias para mapeamento de processos ............................................................................109 7.2.2 Notação para modelagem de processos de negócio .............................................................. 112 7.2.3 Objetos de fluxo no BPD ....................................................................................................................113 7.2.4 Outros elementos gráficos do BPD ................................................................................................ 114 8 PROJETOS DE SISTEMAS DE QUALIDADE .............................................................................................115 8.1 Conceitos básicos em projetos ......................................................................................................115 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 8.1.1 Projetos, programas e portfólios .................................................................................................... 115 8.1.2 Ciclo de vida do projeto ..................................................................................................................... 117 8.1.3 Premissas e restrições ......................................................................................................................... 117 8.1.4 Conceito de gerenciamento de projetos ..................................................................................... 118 8.2 Estruturas organizacionais .............................................................................................................119 8.2.1 Conceitos ..................................................................................................................................................119 8.2.2 Estrutura organizacional funcional .............................................................................................. 120 8.2.3 Estrutura organizacional projetizada ...........................................................................................121 8.2.4 Estrutura organizacional matricial ............................................................................................... 122 8.2.5 Escritório de projetos ......................................................................................................................... 125 8.3 PMBOK ....................................................................................................................................................126 8.3.1 Introdução .............................................................................................................................................. 126 8.3.2 Ciclo de vida do gerenciamento do projeto .............................................................................. 127 8.3.3 Áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos ...................................................... 129 8.3.4 Gerenciamento da integração em projetos .............................................................................. 130 8.3.5 Gerenciamento do escopo em projetos .......................................................................................131 8.3.6 Gerenciamento do tempo em projetos ........................................................................................131 8.3.7 Gerenciamento da qualidade em projetos ................................................................................ 132 8.3.8 Gerenciamento de custos em projetos ....................................................................................... 133 8.3.9 Gerenciamento de recursos humanos em projetos ............................................................... 134 8.3.10 Gerenciamento da comunicação em projetos.......................................................................134 8.3.11 Gerenciamento de riscos em projetos ....................................................................................... 135 8.3.12 Gerenciamento de aquisições em projetos ............................................................................. 136 8.3.13 Gerenciamento das partes interessadas em projetos ......................................................... 137 9 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é trazer os principais conceitos de Tecnologia da Informação (TI) no que tange a ferramentas e gestão, relacionando-a aos sistemas de qualidade. Detalhando esse propósito, tem-se: interpretar as tecnologias de informação e seus impactos organizacionais e sociais, compreender conceitos de sistemas de informação, conhecer o uso de ferramentas tecnológicas que apoiam os sistemas de gestão da qualidade, desenvolver habilidades na gestão de projetos de sistemas de qualidade. A proposta não é torná-lo especialista em TI, mas fazer com que você perceba a importância estratégica de TI para o negócio e, claro, para a área de qualidade. O recorte do escopo bem definido deste livro não permite avançar profundamente em TI, até porque exigiria muito do estudante e fugiria um pouco da ideia do profissional moderno de gestão. Por isso, tópicos como programação e uso de ferramentas avançadas de tecnologia não serão abordados. Ao ler este livro-texto, espera-se que você compreenda a evolução das tecnologias da informação e da comunicação e como as empresas e a sociedade de forma geral evoluíram depois da aplicação dessas ferramentas no seu dia a dia. O material foi dividido em quatro unidades. Num primeiro momento, o foco é apresentar as tecnologias da informação e os sistemas de informação, abordando inclusive sua classificação, sua evolução e o seu uso estratégico nos negócios. Em seguida, destaca-se a ideia de uso dos sistemas de planejamento de recursos empresariais, conhecidos como sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), além dos sistemas que suportam o processo de decisão nas empresas. Logo depois, o foco é o uso da planilha Excel, como uma robusta ferramenta utilizada pelo mercado, apresentando seu uso básico, intermediário e também avançado. Para finalizar, será acentuado o uso de ferramentas na gestão da qualidade e de projetos. Esperamos que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a conhecer mais sobre Tecnologia da Informação Aplicada aos Sistemas de Qualidade. INTRODUÇÃO Não há como voltar atrás, o uso da TI nos negócios, na sociedade e na vida das pessoas é um caminho sem retorno. Isso é perceptível ao conceber a utilização da TI nos processos de negócio de uma corporação, independentemente de seu porte. Não são poucos os recursos tecnológicos oferecidos a partir de toda uma infraestrutura composta de hardware, software, bancos de dados e redes de computadores. A chave do sucesso é descobrir como utilizar todas essas peças de modo estratégico, tendo em vista agregar valor ao negócio. 10 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Embora o uso no dia a dia das ferramentas de TI pareça simples, não é algo fácil, porque nessa área tudo se atualiza muito rápido. Logo as tecnologias ficam obsoletas. Por isso a importância da busca constante do conhecimento em TI. Os futuros gestores, administradores, analistas, profissionais são sempre chamados a compreender como empregar TI da melhor maneira em seu dia a dia e assim manterem-se constantemente atualizados. Principalmente na área de qualidade, que depende de suas tecnologias e encontra nelas um aumento substancial na eficiência e eficácia de seus processos. 11 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Unidade I 1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS 1.1 Infraestrutura de Tecnologia da Informação 1.1.1 Tecnologia da Informação e da Comunicação De acordo com Eleutério (2015, p. 122), nas últimas décadas, os efeitos da revolução da informação extrapolaram as fronteiras das organizações e passaram a causar fortes impactos na economia mundial. A competição entre as empresas tornou-se ainda mais acirrada à medida que as distâncias geográficas foram deixando de representar barreiras para a atividade econômica. A velocidade com que as informações, as transações e o capital circulam virtualmente nas “supervias” da comunicação digital, como se não houvesse distância física nem temporal, levou o processo de globalização da economia ao seu ponto mais alto. Este fenômeno, impulsionado pelo uso da internet, a rede mundial de computadores, criou novos modelos de negócios e redirecionou as estratégias de mercado. A tradicional economia da era industrial, originada no século XVIII com base na mecanização e na produção em massa, transformou-se em uma nova economia pós-industrial baseada na informação e no conhecimento. Foi na segunda metade do século XX, com o surgimento dos primeiros computadores, que se iniciou uma verdadeira revolução propulsora de uma vultosa mudança no cotidiano das pessoas. Eleutério (2015) chama esse fenômeno de revolução da informação, que encontra todo o seu suporte em tecnologias digitais. Muitos autores chamam essas tecnologias digitais de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) ou simplesmente Tecnologia da Informação (TI), que trouxeram um novo paradigma social, mencionadas por Brorschiver e Silva (2016) como sociedade da informação. Essa nova sociedade é alicerçada em um conjunto de recursos formado por hardwares, softwares, bancos de dados e redes de computadores, associados a procedimentos, inovações e métodos, que reinventou o fluxo da informação, criando novas oportunidades, e até exterminando e tornando obsoletos outros processos, hoje não mais vistos. Segundo Stair e Reynolds (2011), esses recursos formam a infraestrutura de TI, que é a base dos sistemas computadorizados, além de suportar as soluções e aplicações desejadas pelas áreas de negócios das empresas e os seus processos, dentro da perspectiva do alinhamento estratégico. 12 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Weill e Ross (2006) afirmam também que essa infraestrutura é o alicerce planejado de TI em toda a sua capacidade (tanto no que diz respeito a questões técnicas como recursos humanos) disponibilizada por meio de serviços compartilhados e confiáveis para todo o negócio e utilizado por aplicações múltiplas. A figura a seguir, que apresenta esse conceito de infraestrutura de TI, compõe-se de: componentes de TI, recursos humanos de TI, serviços compartilhados de TI e aplicações de TI compartilhadas. Aplicações de negócio Infraestrutura de TI Aplicações de TI compartilhadas e padronizadas Serviços compartilhados de Tecnologia da Informação Componentes de TI Recursos humanos Figura 1 É fundamental pontuar outra contribuição da TI: a eficiência na tomada de decisão, que se dá por meio de suas ferramentas, que propiciam maior rapidez e flexibilidade, além de favorecer o bom andamento dos processos de gestão de uma empresa, seja em seu planejamento, direção, organização ou controle. 13 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Observação Alguns autores da área de TI apresentam opiniões divergentes quanto ao número de recursos de infraestrutura de TI. De forma geral, eles podem ser compostos de: hardware, software, bancos de dados e redes. 1.1.2 Hardware Stair e Reynolds (2011) afirmam que o hardware é qualquer maquinário (utilizando circuitos digitais) que auxilia tarefas de entrada, saída, processamento e armazenamento de um sistema de informação. O hardware é nada mais que o próprio computador. A figura a seguir apresenta uma visãogeral do hardware. CPU Vídeo IMPRESSORAS Jato de tinta Laser Matricial COMPUTADOR Processador Memória RAM Disco rígido No-break, placa de rede, modem/fone Automação de processos e procedimentos Figura 2 O computador é o dispositivo que realiza operações por meio de instruções primitivas, denominadas linguagem de máquina, a qual remete ao primeiro nível de uma estrutura de computador, que não é inteligível pelo usuário. Este enxerga a linguagem de alto nível do computador, que está separada e distante da linguagem de baixo nível ou linguagem de máquina. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre computadores, leia: STALLINGS, W. Organização e arquitetura de computadores. São Paulo: Prentice Hall, 2010. A ideia que se tem de computadores modernos utilizados nos dias de hoje passou por uma grande evolução, primeiro suprimindo um desejo do ser humano de calcular número de modo fácil e rápido e depois executando operações complexas, dificilmente executadas com sucesso por um homem. Foram diversas gerações nesse processo evolutivo, sempre associado ao desenvolvimento da engenharia eletrônica, que desenvolveu microchips e circuitos integrados capazes de realizar operações 14 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I numa rapidez impressionante a olhos vistos. Os primeiros computadores eram enormes, caros, pesavam toneladas, mas evoluíram para equipamentos menores, mais baratos, leves, que cabem na palma de uma mão, como os smartphones, favorecidos pela miniaturização. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre a evolução dos computadores, leia: TANENBAUM, A. S. Organização estruturada de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. A estrutura básica de um computador é formada pelos seguintes componentes: • Unidade central de processamento ou CPU: controla a operação do computador e realiza as funções de processamento de dados. • Memórias primária e secundária: armazenam dados. • Entrada e saída: move dados entre o computador e seu ambiente externo. • Barramento: mecanismo que oferece comunicação entre a CPU, E/S e memórias. A figura a seguir mostra a estrutura básica do sistema computacional. Barramento Entrada e saída Memórias primária e secundária CPU Figura 3 Considerando que o conceito de computador está associado a um dispositivo que processa os dados e supre as necessidades de informatização, encontra-se em uso pelas pessoas e pelas organizações uma grande variedade dessas máquinas, entre as principais: desktop (computadores pessoais), notebooks, mainframes, supercomputadores, tablets e smartphones. 15 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE O termo desktop quer dizer computador de mesa e também é conhecido pela sigla PC (do termo em inglês personal computer), computador pessoal. Projetado por John Blankenbaker em 1971, o primeiro desktop recebeu o nome de Kenbak-1. Segundo o Computer History Museum, ele não possuía processador, sendo formado por chips numa placa de circuito, e foram comercializados apenas 40 equipamentos. Em 1973 foi projetado o Micral, primeiro computador pessoal com um processador (utilizou o processador Intel 8080). Desenvolvido por Thi Truong, foi comercializado por U$ 1.750,00 e nunca penetrou no mercado americano. O Altair 8800 foi lançado em 1975 com uma capacidade bem superior ao anterior, projetado por Ed Roberts, que cunhou pela primeira vez o termo computador pessoal. Ele custava U$ 297,00 e teve alta penetração no mercado americano. Por volta de 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak fundaram a Apple e projetaram o Apple I e, logo após, em 1977, o Apple II, computador pessoal um pouco mais parecido com a ideia de desktop que se tem hoje. O Apple III foi o PC projetado para concorrer com a IBM, em 1981, que já comercializava os seus PCs. Em 1984, a Apple lança o Macintosh, o primeiro computador com interface gráfica. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre a história dos computadores pessoais, acesse o site Computer History Museum e veja a linha do tempo da evolução dos PCs: <http://www.computerhistory.org>. Ainda é perceptível o uso do desktop por usuários domésticos e também nos ambientes organizacionais. No entanto, ele tem perdido cada vez mais espaço para os tablets, notebooks e até para os smartphones de última geração. Dentro de um contexto corporativo e organizacional, a grande necessidade de mobilidade tem substituído o desktop pelo notebook. Este, que surgiu pela primeira vez em 1981 pelas mãos de Adam Osborne, e recebeu o nome de Osborne 1, não se parece muito com os modelos mais modernos e parrudos de hoje. Assim como os notebooks, os tablets são computadores portáteis, bem mais leves, permitindo que se trabalhe de modo semelhante a uma prancheta. Pode ser utilizado com uma caneta ou com a ponta dos dedos. Os tablets alcançaram muita popularidade por meio dos iPads da Apple, lançados no início desta década. Os mainframes são computadores potentes de alto desempenho e capacidade, desenvolvidos nos anos 1960 pela IBM para muitas corporações, mas hoje restritos a um número menor de modelos 16 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I de negócios, tais como: bancos, varejistas, seguradoras, companhias aéreas, empresas de cartões de crédito, governos, entre outros. Normalmente são mantidos em centros de dados com acesso restrito e processam grande quantidade de transações. Os supercomputadores são também potentes, com altíssimo desempenho, mas, diferentemente dos mainframes, são utilizados em aplicações específicas que exigem capacidades computacionais extensas e rápidas. Entre as aplicações do mainframe, encontram-se pesquisas militares, previsão de desastres naturais, pesquisas nas áreas de saúde, entre outras. Saiba mais O maior supercomputador do Brasil está em Salvador e ocupa a posição 95 do ranking. Conheça a lista dos mais potentes supercomputadores do mundo, acessando: <www.top500.org>. 1.1.3 Software De acordo com Stair e Reynolds (2011, p. 122), o software é indispensável a qualquer sistema de computador e às pessoas que o utilizam. Sem o software de sistema, os computadores não seriam capazes de dar entrada aos dados através do teclado, fazer cálculos ou imprimir resultados. O software de aplicação é a chave para ajudá-lo a atingir as metas de sua carreira. Os vendedores utilizam software para dar entrada nos pedidos de compras e ajudam seus clientes a obter o que desejam. Operadores de ações e títulos utilizam o software para tomar decisões em frações de segundo, que envolvem milhões de dólares. Os cientistas utilizam software para analisar a ameaça do aquecimento global. Independentemente de seu trabalho, você também provavelmente utilizará software para ajudá-lo a avançar em sua carreira e ganhar melhores salários. Hoje muitas organizações não poderiam funcionar sem software de contabilidade para imprimir cheques de pagamento, dar entrada em pedidos de compra e enviar faturas. Pode-se usar o software para ajudar na preparação de seu imposto de renda, manter um orçamento e jogar jogos divertidos. Os softwares são os programas que comandam a operação do computador e disponibilizam para o usuário aplicações para serem utilizadas em suas tarefas diárias. Esses programas são um conjunto de instruções que dizem o que, quando e como devem ser realizadas as operações pelo sistema computacional. 17 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Os softwares podem ser classificados de modo geral em: • Softwares de sistemas: utilizados para comandar o hardware, gerenciando e coordenando as suas funcionalidades, fazendo a interface entre as aplicações (software de aplicação) e todo o aparato de hardware. Omelhor exemplo de software de sistemas são os sistemas operacionais. • Softwares de aplicação: auxiliam na execução das tarefas de negócios, ou seja, são voltados para expectativas específicas dos usuários atendendo finalidades gerais e específicas. Entre os exemplos de software de aplicação, estão processadores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de e-mail, geradores de apresentação etc. A figura a seguir ilustra bem as relações entre os softwares de sistemas, softwares de aplicação e o hardware. Software de aplicação Software de sistemas Hardware • Processadores de textos • Planilhas eletrônicas • Geradores de apresentação • Sistema operacional • Memórias • Processador • Dispositivos de entrada e saída Figura 4 – Relações entre software e hardware Lembrete Os recursos de infraestrutura de TI são: hardware, software, bancos de dados e as redes de computadores. Conforme já mencionado, o software aplicativo, também chamado de software de aplicação, é dedicado ao atendimento das necessidades gerais e específicas dos usuários. Segundo Stair e Reynolds (2011), os softwares de aplicação interagem com os softwares de sistemas para utilizar os recursos de hardware necessários a sua operação e assim exercer as suas funcionalidades. Os softwares de aplicação podem ser divididos em: 18 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I • Software vertical: específicos de uma indústria. • Software horizontal: destinados a qualquer negócio. Os softwares verticais executam tarefas comuns a um determinado ramo de negócio, como: construção cível, áreas financeira e contábil, educação, entre outros. Esse tipo de software nasce das necessidades específicas de cada indústria ou ramo da indústria, por isso eles não são dedicados a um mercado de massa e tem uma estratégia de vendas e disseminação diferente da dos softwares de uso geral. Os softwares horizontais são dedicados a todos os ramos de negócio, pois automatizam processos comuns a todas as indústrias. A competitividade entre empresas que comercializam esse tipo de software é maior em razão do custo relativamente menor que os verticais. Os softwares de aplicação também podem dividir-se em softwares proprietários e softwares de prateleira. O software proprietário é desenvolvido para atender a uma necessidade específica da organização. Pode ser desenvolvido internamente (pelos profissionais de TI) ou por empresas terceirizadas com expertise suficiente. Quando esse desenvolvimento ocorre internamente na organização, permite maior controle sobre os processos de desenvolvimento e, consequentemente, sobre os resultados. As principais vantagens do software proprietário são: • Conseguir exatamente o que se necessita no que tange às características de relatórios. • Estar envolvido no processo de desenvolvimento com eventual controle de resultados. • Modificar facilmente as características que precisem contrapor-se a uma iniciativa dos concorrentes. As principais desvantagens do software proprietário são: • Consumo de muito tempo e recursos significativos para o desenvolvimento de características necessárias. • Funcionários que trabalham no desenvolvimento normalmente recebem alta pressão para fornecer os níveis exigidos. • Risco potencial de desempenho limitado. Os softwares de prateleira são adquiridos diretamente da prateleira da loja, por meio de empresas especializadas que desenvolvem soluções-padrão e pré-formatadas com as melhores práticas e costumes das organizações para apoio aos processos de negócios. A opção pelo uso dos softwares de prateleira requer do profissional de TI e da organização uma análise detalhada das funcionalidades e das características do software a se adquirir versus a necessidade e as solicitações das diversas áreas e dos setores da organização. 19 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE As principais vantagens do software de prateleira são: • Custo inicial de desenvolvimento baixo. • Software normalmente atende aos requisitos básicos apresentados. • Pacotes de software de alta qualidade. As principais desvantagens do software de prateleira são: • As organizações, em muitas situações, pagam por características não requisitadas. • Possibilidade de não ter características importantes, exigindo futuras modificações ou personalizações. Possibilidade de não atender os processos atuais de trabalho. 1.1.4 Banco de dados Segundo Stair e Reynolds (2011, p. 170), uma organização não pode concluir com sucesso a maior parte das atividades do negócio sem dados e sem a capacidade de gerenciá-los. Ela não poderia pagar os funcionários, enviar contas, solicitar pedidos ao estoque ou produzir informações para auxiliar os gerentes na tomada de decisão. Não esqueça: os dados são constituídos de fatos brutos, como o número de funcionários e números de vendas. Para que os dados possam ser convertidos em informações úteis, devem ser organizados de forma que tenham um significado. Os dados representam a matéria-prima para a geração da informação completa e precisa. Conforme visto em seções anteriores, eles podem apresentar-se de diversas formas, obedecendo a uma hierarquia que se inicia na menor porção de dados manipulável por um sistema computacional: o bit. O bit é um sinal digital 0 ou 1, que representa a ausência ou a presença de um sinal elétrico. Um conjunto de 8 bits forma um byte, que representa um caractere, que pode ser uma letra minúscula, maiúscula, número ou caractere especial. Vários caracteres organizados formam o campo. Um conjunto de campos agrupados forma um registro. Registros inter-relacionados formam arquivos que, se relacionados entre si, compõem uma base de dados. Um banco de dados, também conhecido por base de dados, é uma coleção organizada de fatos e informações, consistindo em dois ou mais arquivos de dados relacionados. Auxilia as empresas a gerir informações para reduzir custos, aumentar lucros, acompanhar atividades anteriores e criar novas oportunidades de negócios. 20 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Nos sistemas legados e antigos, cada aplicação tinha o seu arquivo de dados, onde eles eram armazenados. Essa abordagem tradicional contrasta com a de hoje, chamada de abordagem gerenciada, em que múltiplos programas compartilham o mesmo conjunto de dados relacionados. Os bancos de dados com características modernas têm sido desenvolvidos desde 1960 e dividem-se em: banco de dados hierárquico, banco de dados do tipo rede, banco de dados relacional e banco de dados orientado a objeto. As principais vantagens dos bancos de dados são: • Utilização estratégica aperfeiçoada dos dados corporativos. • Redução na redundância de dados. • Melhoria na integridade dos dados. • Modificação e atualização mais fáceis. • Independência dos programas. • Melhor acesso aos dados e informações. • Padronização no acesso de dados. • Estrutura para desenvolvimento de programas. • Melhor proteção dos dados. • Compartilhamento do recurso de dados. A eficiente tomada de decisões em uma corporação tem de ser baseada em dados em vez de palpites ou opiniões subjetivas sem qualquer embasamento técnico. É justamente no banco de dados que se encontra esse ouro das corporações. O entendimento da importância dos dados para as corporações pode e deve gerar a necessidade de sua maior valorização. No entanto, trabalhar com os dados de forma bruta com todo o conjunto de informações que os acompanha pode limitar as ações do processo de tomada de decisão. Dessa necessidade é que emerge o conceito de Data Warehouse (DW), que nada mais é que um subconjunto de dados correntes e históricos de potencial interesse para os tomadores de decisão de toda empresa. Os DW podem ser ainda mais segmentados em grupos menores, chamados de data mart,um subconjunto do DW. 21 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Uma vez que os dados foram colhidos e estão disponíveis nos DW e data mart, eles ficam disponíveis para análise dentro do contexto da estratégia de negócios. Para isso, há uma série de ferramentas conhecidas como ferramentas de inteligência de negócios. A inteligência de negócios, também conhecida por seu nome em inglês Business Intelligence, ou pelo acrônimo BI, é um conjunto de ferramentas que consolidam, analisam e acessam vastas quantidades de dados para ajudar os usuários a tomar as melhores decisões empresariais. As principais ferramentas de BI são: • Processamento analítico on-line (Olap): ferramenta não orientada para descoberta que permite a análise multidimensional de dados, de forma que os usuários vejam os mesmos dados de diferentes maneiras, pois usa múltipla dimensão. • Data mining (mineração de dados): ferramenta orientada para descoberta que fornece percepções dos dados corporativos que não podem ser obtidas com o Olap, descobrindo padrões e relacionamentos ocultos em grandes bancos de dados e inferindo regras a partir deles para prever comportamentos futuros. 1.1.5 Redes de computadores e telecomunicações As redes de computadores consistem no componente que proporciona a comunicação de dados, voz e imagem dentro do negócio, por meio de uma transmissão eletrônica de sinais. Essa comunicação a distância entre computadores por meio da transmissão de sinais é também conhecida como telecomunicações, que abrange não somente processos comunicacionais digitais, mas também analógicos. Um sistema básico de telecomunicações é formado por três componentes básicos, que podem ser observados na figura a seguir. Emissor Receptor Canal de comunicação Figura 5 O emissor é responsável pela geração do sinal que precisa ser transmitido. O receptor é aquele que recebe o sinal. O canal de comunicação, também chamado de meio físico, é aquele que conduz a mensagem da origem até o destino. Um sistema básico de telecomunicações pode operar de três modos distintos: simplex, half-duplex e full-duplex. 22 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I No modo simplex, a transmissão acontece apenas em uma direção. Um bom exemplo é o sinal de rádio AM ou FM, em que os receptores dos usuários apenas recebem o sinal. No modo half-duplex, a transmissão acontece em ambas as direções, mas não de maneira simultânea. Por exemplo, o sinal transmitido por rádios walkie-talkie, em que só um usuário pode falar de cada vez. No modo full-duplex, a transmissão acontece em ambas as direções de maneira simultânea. Por exemplo, as transmissões de telefonia fixa e móvel em que as duas pontas da comunicação podem transmitir ao mesmo tempo. Os sistemas de telecomunicações provêm da comunicação dos computadores em redes. Há diversos sistemas de telecomunicações, entre os principais estão: • Satélite: opera por meio de um grande repetidor de sinal (satélite) que a partir de seus transponders amplificam sinais de rádio de diferentes frequências. Os satélites mais modernos pesam aproximadamente 4.000 kg e consomem vários quilowatts de energia elétrica produzida pelos painéis solares. • Fibra óptica: opera por meio de um cabo de fibra de vidro extremamente transparente que transporta um sinal de luz. • Telefonia fixa: opera, em sua maioria, por meio de cabos de pares metálicos na transmissão de sinais de voz de telefonia comutada. • Telefonia móvel celular: sistema destinado à transmissão de voz por meio de um sinal de rádio que se propaga de uma estação rádio-base até uma estação móvel, conhecida por telefone celular. • Rádio broadcasting: sistema responsável pelas transmissões de TV e rádio AM e FM. Funciona por meio de transmissão em radiofrequência em broadcasting. • Linha de comunicação de força: transporta o sinal de comunicação de dados por meio dos cabos da rede elétrica. Muito conhecido pelo seu nome em inglês e seu acrônimo, Power Line Communication (PLC). • Radiovisibilidade: transporta um sinal de radiofrequência entre duas antenas, de modo que uma antena obrigatoriamente vê a outra. As redes de computadores podem ser classificadas de acordo com a sua abrangência geográfica e consequentemente as suas finalidades. A divisão mais comum é: • Local Area Network (LAN): também conhecida como rede local, é responsável por interligar dispositivos dentro de uma área de pequena abrangência. Normalmente as LANs estão em prédios de escritórios ou fábricas. 23 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE • Metropolitan Area Network (MAN): ou rede metropolitana, interliga dispositivos dentro de uma área geográfica maior que as das LANs, ou seja, num campus, numa cidade. • Wide Area Network (WAN): também conhecida como rede de longa distância, é responsável pela interligação de LANs e abrange uma grande área geográfica. As redes de computadores são formadas por quatro elementos distintos: regras, meio físico, mensagens e dispositivos. O primeiro elemento de uma rede são as regras, isto é, protocolos. Eles são importantíssimos no processo comunicacional, pois permitem a interoperabilidade dos sistemas computacionais e os sistemas de telecomunicações. Os protocolos são um acordo entre as pontas que se comunicam, estabelecendo a maneira que se dará a comunicação. O principal conjunto de protocolos que operam nas redes de computadores é o conjunto TCP/IP, formado por uma pilha de regras que normatizam desde os meios físicos até o formato das mensagens que precisam ser transmitidas. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre a pilha de protocolos TCP/IP, leia: KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2006. O segundo elemento das redes são os meios físicos, que provêm do caminho para que a mensagem saia da origem e se encaminhe ao destino. Eles podem dividir-se em: • Meio confinado: quando se utiliza um meio palpável, como um cabo, para a transmissão de sinais. Os meios físicos confinados são: cabo de pares metálicos, cabo de fibra óptica e cabo coaxial. • Meio não confinado: quando a transmissão é feita por meio de sinais de rádio sem fio. O meio físico não confinado é o ar. O terceiro elemento das redes são as mensagens, o motivo de existir das redes. O quarto elemento são os dispositivos, utilizados nas operações das redes para fazer comutação, roteamento, chaveamento etc. Os principais dispositivos de redes são: roteadores, switches, hubs, modems. 24 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I 1.1.6 Gestão da infraestrutura de TI A fim de que a infraestrutura de TI entregue o valor que os negócios desejam, é preciso que ela seja bem gerenciada, tanto em seus componentes quanto na forma de serviços. Magalhães e Pinheiro (2007) mencionam que a gestão de infraestrutura é composta de cinco atividades: • Desenho: representa a elaboração da arquitetura de TI que deverá ser usada no ambiente organizacional. • Planejamento: representa o planejamento das aquisições, instalações e disponibilizações dos componentes da infraestrutura de TI. • Implementação: é a instalação e disponibilização para uso dos componentes da infraestrutura de TI. • Operação: consiste na operação da infraestrutura disponível ao negócio. • Suporte: envolve as resoluções dos incidentes e problemas na infraestrutura de TI. Para proporcionar o alinhamento estratégico entre TI e negócio, surgiu uma série de frameworks com foco no gerenciamento da infraestrutura. Esses frameworks e modelos são um conjunto de boas práticas que elevam a maturidade da gestão de TI. Um dos mais conhecidos modelos de gestão de serviços, que incluem a infraestrutura de TI, é o InformationTechnology Infrastructure Library (Itil). O Itil é um conjunto de boas práticas, que não é regra obrigatória, para a gestão dos serviços de TI dentro de um ciclo de vida (FREITAS, 2013). Saiba mais Para conhecer mais sobre o modelo Itil, leia: FREITAS, M. A. S. Fundamentos do gerenciamento de serviços de TI. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2013. É possível dizer que, no que tange às questões voltadas para a gestão de infraestrutura, os custos com todo o aparato tecnológico são uma intensa preocupação. Isso porque, além do custo com a aquisição de um recurso de infraestrutura de TI (hardware, software, redes ou bancos de dados), há outro custo, denominado custo total de propriedade, conhecido pela sigla TCO, que se refere ao termo em inglês Total Coast Ownership. Por exemplo, um computador pessoal pode ter um TCO que represente três vezes o custo com a sua aquisição. E por quê? Porque há custos com energia elétrica, manutenção, instalação, entre outros. 25 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Laudon e Laudon (2013) mencionam os seguintes itens que compõem o TCO de um recurso da infraestrutura de TI: • Aquisição de hardware: custo com a aquisição do equipamento ou sistema computacional, incluindo computadores, notebook, tablets etc. • Aquisição de software: custo com a compra ou licença de software para cada usuário. • Instalação: custos com a instalação dos sistemas. • Treinamento: custos com treinamento de especialistas e usuários. • Suporte: custos com suporte técnico continuado. • Manutenção: custos de atualização da plataforma tecnológica. • Espaço e energia: custos imobiliários e com energia elétrica para alimentação dos equipamentos. A avaliação do TCO é importante para uma organização priorizar seus investimentos na área de TI, compreender os seus custos atuais e tomar decisões tecnologicamente viáveis. A implementação de metodologia de apuração do TCO deixou de ser restrita a poucos iniciados para se tornar uma necessidade na área de gerenciamento de serviços de TI. No panorama atual em constantes mudanças, como poderá uma organização suportar os custos relacionados à infraestrutura de TI? Paralelamente ao crescimento quase diário do grau de dependência dos negócios em relação aos serviços de TI, também crescem os custos das atividades a eles relacionadas, tais como: aprovisionamento, instalação, utilização e modificação. Geralmente, à medida que a organização passa de sistemas desenvolvidos para sistemas emergentes, verifica-se uma mudança de processos e custos de TI bem pensados para estruturas de custos, processos e estratégias de gerenciamento pobres. Esses são os maiores riscos para uma boa administração dos serviços de TI. As ferramentas e metodologias de apuração do TCO ajudam os gestores da área de TI a planejar cuidadosamente o orçamento e os recursos que serão necessários, identificando oportunidades e satisfazendo as exigências da área de TI e das áreas-cliente dos seus serviços (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007, p. 81). Quando o administrador de TI utiliza o TCO, ele tem condições de: • Auditar os resultados para apontar pontos fortes e fracos dos custos de TI. • Criar uma estrutura ideal de TI, baseada em custos aderentes às estratégias de negócios. • Fornecer simulação de custos e benefícios dos recursos de TI. • Conhecer os conceitos de apuração de custos. 26 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I • Explorar situações e variáveis ligadas aos custos com infraestrutura de TI. • Reduzir custos. • Desenvolver orçamentos confiáveis. • Quantificar e priorizar alternativas de infraestrutura de TI. 1.1.7 Aplicações da infraestrutura de TI Existem diversas aplicações que podem utilizar a infraestrutura de TI, entre elas: inteligência artificial, sistemas de gestão do conhecimento, identificações por radiofrequência. Inteligência artificial é o termo utilizado para referir-se a sistemas computacionais capazes de simular as funções do cérebro humano e os comportamentos e padrões humanos. Os principais autores da área de TI afirmam que os sistemas de inteligência artificial representam o conjunto de pessoas, procedimentos, hardwares, softwares, dados e conhecimento necessários para desenvolver sistemas computacionais e máquinas que demonstram características inteligentes. A inteligência artificial abarca diversas especialidades, sendo por isso multidisciplinar. Os principais ramos desse sistema são: robótica, sistemas de visão, processamento da linguagem natural, reconhecimento de voz, sistemas de aprendizagem, sistemas de lógica difusa, algoritmo genético e redes neurais. Outra aplicação que utiliza a infraestrutura de TI é o sistema de gestão do conhecimento, que representa um conjunto organizado de pessoas, procedimentos, software, bancos de dados e dispositivos utilizados para a criação, o armazenamento, o compartilhamento, a estruturação e a aplicação do conhecimento e a experiência da empresa. Os sistemas de gestão do conhecimento trabalham em vista da transformação do conhecimento tácito e semiestruturado em um conhecimento explícito. Alguns autores mencionam que os sistemas devem trabalhar em primeiro lugar na criação; em um segundo momento, no armazenamento; depois, no compartilhamento; e, por fim, na aplicação. Algumas tecnologias apoiam os sistemas de gestão de conhecimento, entre elas pode-se citar: data mining, processamento analítico on-line, intranets, ERP, DW. Essas tecnologias visam a integrar todo o conhecimento da empresa, fazendo com que o sucesso das corporações dependa menos das pessoas e das tecnologias e mais do conhecimento estruturado. Os sistemas que operam com identificação por radiofrequência são também outra aplicação que utilizam a infraestrutura de TI. Chamados de RFID, denotam um conjunto de tecnologias que operam por meio de ondas de rádio, com o intuito de identificar de forma automática pessoas e objetos. 27 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE O RFID foi criado pelos ingleses no período da Segunda Guerra Mundial, e foi a tecnologia empregada para diferenciar aviões britânicos de aviões inimigos. Hoje é empregada em diversas aplicações comerciais, como sistemas antifurto, documentação digital, bibliotecas, redes varejistas, empresas de logística, vigilância eletrônica de produtos, pagamentos, automação industrial, entre outras. No segmento de logística, o RFID agrega maior valor que a tecnologia de código de barras, também usada na identificação de objetos, haja vista a maior eficiência, superação de limitações e maior rapidez nos processos. Ela utiliza transponders com um conjunto de transmissor e receptor de microchip com cerca de 1 milímetro quadrado e uma pequena antena, que se comunicam com receptores e emissores de radiofrequência. No processo de aplicação do RFID, há um código eletrônico de produto gerado e gravado em sua tag (etiqueta inteligente do RFID). Esse número é único e utilizado na identificação de um objeto específico em uma cadeia de suprimentos. Desse modo, quando essa tag se aproxima de um leitor de RFID, ocorre uma transmissão de radiofrequência com os dados do objeto. 1.2 Uso estratégico da TI 1.2.1 Evolução da TI nas organizações De acordo com Veloso (2011, p. 32), a era da tecnologia, em que vivemos, é resultante do conjunto de inovações e descobertas que a ciência já produziu ou vem produzindo. As consequências das novas tecnologias são inúmeras, e seu poder multiplicador tem se voltado a quase todos os campos da esfera humana, seja no lar, na escola, na indústria, no comércio, na fábrica, na igreja, na cultura ou no lazer. Em todas essas áreas, a tecnologia tem trazido novas linguagens, novas possibilidades, novos conhecimentos, novos pensamentos, novas formas de exploraçãoe sua intensificação aumentam com o incremento tecnológico, por outro se pode afirmar que a humanidade passa a ter condições para uma melhora da qualidade de vida, resultando, por exemplo, em uma média de vida muito maior quando comparada ao início do século XX. Ao observar o uso da TI atualmente, corre-se o risco de achar que tudo surgiu de um modo meio automático. Mas não foi assim. Voltando-se para a década de 1960, observam-se os primeiros passos no uso do computador ainda com dimensões gigantescas, extremamente caro e com poucas opções de tecnologias aderentes a sua operação. Nesse período, a TI ainda era um pouco rudimentar e conhecida como a famosa área do CPD (Centro de Processamento de Dados). Caracterizada por uma estrutura muito tímida e mão de obra escassa, o CPD tinha o objetivo de manter o aparato tecnológico funcionando. As aplicações desenvolvidas tinham como objetivo a automação de rotinas manuais, mais especificamente as administrativas e financeiras. 28 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Então, na década de 1970, surge a ideia da implementação de sistemas de informação, trazendo, assim, grande importância à área de TI. O desenvolvimento de software começa a adquirir alguma importância, iniciando a era do processamento de dados. Em 1980, a TI começa a se perceber como uma área de prestação de serviços aos negócios da empresa, impulsionando o processo de terceirização da TI. As grandes redes de computadores, a integração dos sistemas, a ênfase na arquitetura dos sistemas e o uso maciço das telecomunicações impactam significativamente processos de negócio. Na década de 1990, a TI começa a assumir um caráter mais estratégico, transformando e recriando negócios, além de criar uma grande dependência entre o ambiente corporativo e as ferramentas tecnológicas. Nesse momento, consegue-se já perceber o valor da informação e da TI para as corporações. Neste milênio, com o acentuado uso da internet e a sua ubiquidade, as plataformas de comércio eletrônico vão tomando maior corpo, inclusive por meio de smartphones, quebrando paradigmas e estabelecendo uma nova forma de obter e entregar as informações organizacionais. 1.2.2 Papel estratégico da TI Nos dias de hoje, é quase impossível imaginar uma operação de negócio sem o emprego da TI. Seja na manufatura, nos serviços ou no comércio, o uso de ferramentas tecnológicas tem sido primordial para o sucesso das empresas. A TI tem hoje um papel fundamental nos negócios, na verdade um papel estratégico. Muitas das vantagens competitivas são suportadas pela TI, quando ela mesma não é a própria vantagem competitiva. No entanto, para que a TI cumpra o seu papel, é necessário que ela seja eficiente e eficaz. Para entender um pouco melhor esses conceitos, Laurindo (2008) toma como exemplo a eficácia e eficiência de uma aplicação de TI como um sistema de informação. Pode-se entender eficiência no uso da TI como implantar o sistema ao menor custo, desenvolver o sistema de acordo com o levantamento efetuado, usando os recursos da melhor forma possível, no menor tempo e com o melhor desempenho da aplicação no computador. Assim, uma empresa estaria conseguindo aumento de eficiência ao adotar uma nova metodologia de desenvolvimento de sistemas, conseguindo que houvesse menos erros de programação, e, portanto, melhor qualidade e precisão de resultados... Eficácia no uso da TI consiste em implantar ou desenvolver os sistemas que melhor se adaptem às necessidades dos usuários, da área de negócio e da empresa, e que sejam consistentes com a estratégia global da corporação e que melhor contribuam para aperfeiçoar as atividades e as funções desempenhadas pelos usuários e, ainda, que tragam ganhos em competitividade e produtividade para a empresa (LAURINDO, 2008, p. 74). 29 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE O autor afirma que, se pelo menos uma de cinco questões básicas sobre a TI e a corporação for respondida positivamente, é um claro sinal de que a TI é estratégica para a empresa. As questões são as seguintes: • Barreiras à entrada de novos concorrentes podem ser estabelecidas pela TI? • A troca de fornecedores ou o poder de barganha podem ser influenciados pela TI? • A base de competição (custo, diferenciação ou enfoque) pode ser alterada pela TI? • O poder de barganha nas relações com os clientes pode ser alterado pela TI? • Novos produtos podem ser gerados pela TI? Observe que o número de respostas positivas ditará o tamanho do impacto que a TI exerce sobre a estratégia da corporação, fazendo com que algumas empresas dependam mais de TI que outras. Observação Observe que todas as perguntas têm uma relação direta com alguma força competitiva do modelo das cinco forças estabelecido por Michael Porter (PORTER apud LAUDON; LAUDON, 2013). Laurindo (2008) aponta um grid estratégico que possibilita o entendimento de como a TI está relacionada à estratégia e à operação do negócio, fazendo uma análise do impacto no presente e no futuro, conforme pode ser visto na figura a seguir. Fábrica Suporte Estratégico Transição Alto AltoBaixo Baixo Impacto futuro Impacto presente Figura 6 Os quatro quadrantes resultantes dessa análise demonstram a situação da TI na empresa como suporte, fábrica, transição e estratégico. O quadrante suporte indica uma TI que tem pouca influência nas estratégias atuais e futuras da corporação. Empresas situadas nesse quadrante não têm a área de TI em destaque, sendo muitas vezes até terceirizada. 30 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I No quadrante fábrica, a TI e suas aplicações são fundamentais para as operações atuais do negócio. Mas, numa visão de futuro, a TI não é tão decisiva para a estratégia. No quadrante transição, a TI tem grande destaque na estratégia, mas o impacto presente (operacional) é relativamente baixo. Empresas nesse quadrante tendem a colocar a área de TI numa posição de destaque na hierarquia. O quadrante estratégico remete a empresas em que a TI é decisiva tanto na estratégia quanto nas táticas e na realidade do dia a dia das operações do negócio. Empresas nesse quadrante não têm perenidade em seus negócios sem o uso das ferramentas de TI. 1.2.3 Alinhamento estratégico da TI O alinhamento estratégico entre TI e negócio é o processo mais importante para uma empresa que quer gerenciar estrategicamente a TI. É considerado, nos dias de hoje, um processo bidirecional, porque deve haver uma reciprocidade, ou seja, um caminho de duas vias, em que não somente o negócio gere iniciativas (na forma de objetivos estratégicos) para a TI, mas também a TI gere iniciativas (na forma de soluções e de vantagens competitivas) para os negócios. Henderson e Venkatraman (1993) expressam a bidirecionalidade no alinhamento entre TI e negócio, em que se demonstra onde a estratégia de TI influencia e é influenciada pela estratégia de negócio. O alinhamento estratégico da TI também tem foco no grau em que os investimentos de ações habilitadas por TI estão aderentes aos objetivos estratégicos. Para caminhar alinhada com o negócio, a área de TI precisa atender aos requisitos solicitados, que vão depender da estratégia empresarial adotada. A corporação pode adotar um dos três tipos de estratégia, que são consequência da estrutura do negócio: • Foco no cliente. • Foco na diferenciação. • Foco no custo. Se a estratégia empresarial tem como foco o cliente, a TI deve trabalhar pela flexibilização dos processos relacionados ao cliente. Se o foco for a diferenciação, a TI deve suportar o desenvolvimento e a operação de produtos únicos. Caso o foco seja no custo, a TI deve auxiliar em processos de negócio que aumentem a eficiência organizacional. O alinhamento estratégico tem um caráter dinâmico, e não apenas estático.Ocorre continuamente desde o planejamento estratégico até o dia a dia das operações de TI, quando novas demandas são criadas para essa área, ou, de outro modo, quando oportunidades e ameaças relacionadas à TI surgirem. 31 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE A figura a seguir demonstra o esquema de alinhamento estratégico. Situação atual do negócio Objetivos de negócios desejados Objetivos de negócios atingidos Alinhamento dinâmico da TI Alinhamento estático da TI Linha do tempo imaginada Linha do tempo realizada Figura 7 O alinhamento estratégico deve ser dinâmico e estático a partir de um modelo criado por Fernandes e Abreu (2012), em que: • Alinhamento estático: deriva-se da estratégia de TI a partir do plano estratégico da corporação. • Alinhamento dinâmico: consequência das mudanças da estratégia de TI em virtude de alterações na estratégia de negócios. Laurindo (2008) demonstra por meio de um modelo a maturidade no alinhamento estratégico, baseado no CMMI (Capability Maturity Model). O modelo consiste em cinco estágios evolutivos: • Nível 1 (inicial): baixo alinhamento estratégico, com muita dificuldade de alcançar bons resultados mesmo com significativos investimentos habilitados por TI. • Nível 2 (comprometimento com o processo): processos começam a ser estruturados bem como a conscientização da importância do alinhamento entre TI e negócio. • Nível 3 (processos estabilizados): TI já tem um bom entendimento sobre o negócio, além de existir boa maturidade concentrada em governança. • Nível 4 (melhora no gerenciamento de processos): investimentos em TI são convertidos em lucro e o negócio já entende a TI e vice-versa. • Nível 5 (processos otimizados): existe um alto grau de alinhamento estratégico, em que o planejamento estratégico de TI é integrado ao planejamento estratégico do negócio. 32 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Para avaliar os níveis de maturidade, são analisados os seguintes critérios e atributos: • comunicações; • medição de competência e de valor; • governança; • parceria; • escopo e arquitetura; • habilidades. 1.2.4 Gestão estratégica da TI A gestão estratégica da TI se refere à administração de todos os seus recursos (hardware, software, redes, bancos de dados, pessoas) da organização a partir de um referencial estratégico (BEAL, 2004). Uma área de TI que se propõe a ser gerenciada de modo estratégico precisa ter processos segmentados em três etapas: • planejamento; • execução; • avaliação e ação corretiva. Na fase de planejamento, as estratégias de informação e de TI são pensadas, os princípios da TI são revisitados, mas tudo é feito a partir da ótica da estratégia empresarial. Nessa etapa, é importantíssimo que o alinhamento estratégico entre TI e negócio já tenha acontecido e os trabalhos de planejamento estratégico da TI e o seu respectivo plano já estejam em andamento. Na etapa de execução, são implementadas as estratégias de TI associadas aos objetivos estratégicos do negócio, conforme fixado no planejamento estratégico de TI. Os planos táticos, como consequência do plano estratégico, estão em andamento e todas as subáreas da TI estão empenhadas em atingir as metas estabelecidas pela alta direção. Os planos operacionais, como consequência dos planos táticos, também já se encontram em execução, com o intuito de deixar toda a área de TI aderente à estratégia. Na etapa de avaliação e ação corretiva, os planos estratégicos, táticos e operacionais são continuamente acompanhados e realinhados de acordo com a estratégia desdobrada a partir das áreas de negócios. Deve existir aqui um processo de melhoria contínua dos planos. Com base no entendimento da gestão estratégica de recursos de TI, as organizações de qualquer porte enxergam o planejamento como peça fundamental para o sucesso de seus negócios. No entanto, 33 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE o planejamento estratégico não pode ser estático, mas um processo extremamente dinâmico, capaz de atender e suportar o alcance de uma situação desejada de modo eficiente, eficaz e efetivo. Quando se afirma que o planejamento estratégico não é algo estático, deve-se mencionar também que os seus desdobramentos precisam ser uma realidade em todas as áreas de uma corporação e a área de TI não está alheia a essa realidade. De outro modo, a área de TI, assim com as outras áreas da corporação, demanda recursos e esforços que exigem planejamento, sob pena de arruinar o tão desejado alinhamento estratégico. Acreditando que o planejamento estratégico tem de ser desdobrado para a TI e que esta precisa ser planejada para suportar os requisitos de negócios, nasceu a necessidade do Planejamento Estratégico de TI. Pode-se definir Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (Peti) como o processo de definição das ações de TI que suportarão o planejamento estratégico da empresa. Observação Planejamento estratégico é um processo. Plano estratégico é um documento resultante do processo do planejamento estratégico. Segundo Fernandes; Abreu (2012), o Peti é uma das principais consequências do alinhamento estratégico e do processo de planejamento estratégico empresarial. Ele deve suportar as operações de negócio, fazendo com que a TI ofereça novas soluções, aplicativos e serviços que atendam às necessidades da corporação. A figura a seguir mostra o plano estratégico de TI dentro dessa realidade. Estratégia corporativa Plano estratégico de marketing Plano estratégico de operações Plano estratégico de vendas Plano estratégico de TI Plano estratégico corporativo Processo de planejamento estratégico empresarial Figura 8 34 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Um Peti só pode ser iniciado quando já se tem os objetivos e estratégias do negócio. No entanto, é comum que a área de TI, representada nos processos de planejamento estratégico pela alta direção de TI ou sua gerência, participe e trabalhe na construção de metas e objetivos de negócios suportados pela TI. O Peti resulta num documento que contextualiza as atividades futuras de TI em função dos objetivos de negócio da empresa e inclui: • Princípios da TI. • Arquitetura da TI. • Necessidades de aplicações. • Portfólio de projetos da TI. • Portfólio de serviços de TI. • Inovações habilitadas por TI. • Portfólio de investimento habilitado por TI. • Planos estratégicos de TI. • Planos táticos de TI. Antes de iniciar a elaboração do plano estratégico da TI, é necessário determinar seus princípios. Segundo Weill e Ross (2006), os princípios de TI são um conjunto de declarações de alto nível sobre o papel da TI no negócio. Eles são uma ferramenta que ajuda a educar os executivos sobre a estratégia de tecnologia, sendo a partir deles que outras decisões fundamentais são tomadas dentro da TI, tais como: • arquitetura; • infraestrutura; • investimentos; • necessidades de aplicações de negócios. Caso os princípios de TI já existam, é importante revisitá-los, para que a partir deles as resoluções do Peti sejam orientadas. De posse dos princípios de TI, Fernandes e Abreu (2012) propõem uma estrutura para elaboração de um Peti, conforme a figura a seguir. 35 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Análise estratégica da organização Análise e definição das necessidades de negócio Definição da estratégia de serviço Definição de objetivos e metas de TI Entendimento da dinâmica do negócio Análise e definição da arquitetura de TI Definição da arquitetura de processos de TI e organização Definição da estratégia de segurança da informaçãoConsolidação da portfólio preliminar de TI Definição do orçamento Priorização de investimentos Portfólio aprovado Plano de TI - negócios Plano de TI - internos Definição da estratégia de sourcing Análise do portfólio de TI atual Figura 9 1.2.5 Tendências e realidades em TI É possível encontrar diversas tendências e realidades no uso da TI. Entre elas, é possível citar: redes sociais, computação nas nuvens, internet das coisas, big data. As redes sociais são grupos de pessoas formados numa mesma estrutura que possibilita a troca de interesses e informações. Elas surgiram por volta da década de 1990 com grande sucesso e destaque para as redes classmates e ICQ e hoje alcançam praticamente todos os usuários da internet por meio de conhecidas plataformas, como Facebook, Linkedin, Twitter, Google+, Instagram. Embora seja praticamente uma realidade, o uso das redes sociais apresenta-se como uma tendência. Isso porque: • Suas influências não estão completamente esgotadas no delinear das estratégias de negócios. • É perceptível um aumento de sua penetração nas camadas mais baixas da população, principalmente em relação àqueles que têm acesso precário à infraestrutura de telecomunicações. 36 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I • Há uma quebra de paradigmas, fazendo com que o usuário pouco a pouco substitua o uso de navegadores de internet (Google Chrome, Internet Explorer, entre outros) pelos aplicativos de redes sociais. • Há uma redução da resistência de corporações e organizações conservadoras ao uso de ferramentas de redes sociais. A computação nas nuvens é uma tecnologia que permite o compartilhamento de capacidades de armazenamento, cálculos e aplicativos centralizados, que podem ser acessados por qualquer computador com acesso à internet. O termo computação nas nuvens é também muito conhecido pelo seu termo em inglês cloud computing, apresentando-se como um modelo computacional que revolucionou o modo como concebe-se infraestrutura de TI. O Google Drive é um bom exemplo do uso de ferramentas de computação nas nuvens. Vieira e Meirelles (2015) apresentam como benefícios da computação nas nuvens: • Diminuição de custos com infraestrutura própria de TI. • Aumento do foco de negócio por parte de empresas, principalmente aquelas que não têm TI como core business. • Reutilização flexível de infraestrutura de TI tanto internamente quanto externamente. • Escalabilidade considerável que permite o aumento ou a diminuição de recursos computacionais atrelados a demandas do cliente. • Grande acessibilidade e mobilidade, permitindo o acesso anywhere and anytime (a qualquer hora e lugar). • Monitoramento da infraestrutura 24 x 7, aumentando a segurança do ambiente computacional. Entre as tendências em computação nas nuvens para os próximos anos, é possível mencionar a expansão de nuvens híbridas, que mistura o uso de recursos computacionais em nuvens públicas e privadas. Como uma segunda tendência, aponta-se a popularização do Containers-as-a-Service (CaaS), também conhecido como containers como serviço, que virtualiza de modo eficiente sistemas operacionais inteiros. Entre diversas tendências, a internet das coisas, chamada pelo seu acrônimo IoT (Internet of Things) é a que certamente revolucionará a humanidade. A ideia da IoT é conectar à internet todos os objetos e itens utilizados no nosso dia a dia. A partir do uso de protocolos de comunicação que visam à interoperabilidade e padronização, a IoT interliga coisas que são participantes dos processos de negócios, informacionais e sociais. Assim, essas coisas começam a adquirir a capacidade de interação e comunicação com o ambiente. 37 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Pesquisas recentes de respeitados institutos divulgaram que já existem 6,4 bilhões de dispositivos conectados até 2016. As tecnologias de IoT utilizadas para monitorar frotas, em edifícios inteligentes e operação de manufatura, movimentaram aproximadamente 1,7 bilhão de dólares no Brasil em 2016. Outra grande tendência é o uso de big data, que se refere ao arcabouço de problemas e soluções de TI que tratam grandes massas de dados, de modo a entregar valor para as organizações a partir de sua interpretação. Embora muito se comente sobre a tendência do uso do big data, muitas organizações ainda não conseguem trabalhar de modo estratégico com esse conjunto de tecnologias. Em muitas situações, há uma completa ausência de visão estratégica da TI, que impede o uso de tendências extraordinárias como essa. Entre outras tendências, é possível ainda apontar: • Crescimento exponencial da mobilidade e do uso de aplicativos em smartphones. • Impressão 3-D. • Arquitetura de segurança adaptável. • Aplicativos em malha. • Colaboração avançada. • Grande utilização de data center e containers. • Realidade aumentada. • Mais dispositivos conectados à internet. • Uso cada vez mais estratégico da TI nos negócios. • Integração total entre TI e marketing. 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 2.1 Conceitos de sistemas de informação 2.1.1 Conceito de sistema Define-se sistema como um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. Etimologicamente, a palavra sistema vem do grego systema, que significa combinar, ajustar, formar um conjunto. Os elementos de um sistema são conhecidos também por objetos, que são geralmente arranjados de modo a interagir para executar um ou mais objetivos determinados pelas pessoas. A figura a seguir mostra os componentes de um sistema. 38 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 Unidade I Objeto Objeto Objeto Objeto Figura 10 Esses objetos podem ser classificados como inerentes ou transientes. Os objetos são inerentes quando permanecem dentro do sistema. Eles são considerados transientes quando penetram no sistema, passam por um processo de transformação e depois são retirados. As principais características dos sistemas são: • Objetivo: todo sistema possui um objetivo, ou seja, é criado para atingir uma meta. • Totalidade: todo sistema tem uma natureza orgânica pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do sistema, provavelmente, deverá produzir alterações em todas as suas demais unidades. • Entropia: todo sistema tem uma tendência ao desgaste, para a desintegração, contribuindo para o aumento da aleatoriedade. • Homeostasia: todo sistema opera com um equilíbrio dinâmico entre os seus objetos, havendo uma tendência à adaptabilidade em vista de um equilíbrio interno. É possível classificar os sistemas em abertos ou fechados. Sistemas abertos são adaptativos e orgânicos, ao passo que os sistemas fechados são estáveis e mecânicos. Quanto mais fechado o sistema, menos ele interage com o ambiente externo, portanto seus objetos de maior interesse são os inerentes. Também quanto mais fechado o sistema, mais as interações entre os objetos são estáveis e previsíveis, fazendo com que as operações tendam a ser altamente estruturadas e rotineiras. De outro modo, um sistema aberto interage continuamente com seu meio ambiente para o reabastecimento de material, energia e informação. Nesse caso, tanto as entidades internas quanto as externas são de interesse. A operação de um sistema aberto tende a ser menos estruturada e rotineira que a de um sistema fechado. 39 Re vi sã o: M ar ce la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 8/ 08 /1 8 TECNOLOGIA APLICADA AO SISTEMA DE QUALIDADE Observação É rara a existência de sistemas totalmente fechados ou abertos. Na área de TI, diz-se que os sistemas de informação são, na maior parte dos casos, relativamente abertos ou fechados. 2.1.2 Sistemas de informação A principal ideia de um sistema de informação pode ser observada na figura a seguir, apresentando-nos um conjunto inter-relacionado
Compartilhar