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Laísa Dinelli Schiaveto Hipovitaminoses HIPOVITAMINOSES Vitaminas As vitaminas são consideradas micronutrientes essenciais, que são de origem orgânica e adquiridas a partir de fontes alimentares, exceto a vitamina D, que pode ser sintetizada via exposição solar adequada. Estas são classificadas em dois grupos, de acordo com a solubilidade: • Vitaminas Lipossolúveis: A, D, E, K; • Hidrossolúveis: complexo B e C. Os fatores diretamente envolvidos com as necessidades de cada micronutriente são divididos em: • Fatores Fisiológicos: biodisponibilidade; distribuição corpórea do micronutriente (capacidade de armazenamento); fase do ciclo de vida do individuo (infância, puberdade e gravidez). • Fatores Fisiopatológicos/Patológicos: erros inatos do metabolismo; doenças adquiridas (síndrome de má absorção); hábitos e estilos de vida que alteram a biodisponibilidade e/ou utilização dos micronutrientes e interação com medicamentos; entre outros. Vitamina A A vitamina A é um composto da subclasse dos retinoides, encontrado na alimentação em duas formas: os retinois (origem animal) e os carotenoides (origem vegetal). Destaca-se que, as formas ativas são o retinol, o retinaldeído e o ácido retinóico. Dose Diária Recomendada = 1.200 a 3.000 UI/dia (400 a 900 mcg/dia). - Fontes de origem animal: fígado, peixes, gema de ovos, manteigas, margarinas e leite materno (depende do estado corporal de vitamina A materno). - Fontes de origem vegetal: vegetais de coloração amarelo-alaranjada ou folhas verde-escuras. De acordo com a OMS, a deficiência de vitamina A é definida como a concentração tissular baixa o suficiente para apresentar consequências adversas à saúde, mesmo sem evidências clínicas de xeroftalmia. à Funções: • Metabolismo celular; • Produção do pigmento retiniano (rodopsina); • Diferenciação de células epiteliais; • Crescimento ósseo; • Processos imunes; • Metabolismo do ferro. à Causas: • Primária: baixa ingestão; • Secundária: má absorção, parasitoses, doença inflamatória intestinal, hepatopatias, pancreatopatias, infecções e desnutrição. à Manifestações Clínicas: • Oculares: - Xeroftalmia; - Cegueira noturna ou nictalopia; - Xerose conjuntival; - Mancha de Bitot (depósito de material espumoso, resultante do acúmulo de células epiteliais descamadas, fosfolípides e bacilos saprófitas); - Xerose corneana; - Ceratomalácia (necrose com amolecimento da córnea, perfuração e extrusão do cristalino e perda do olho; irreversível) • Gerais: - Anemia; - Predisposição a infecções; - Alteração do crescimento; - Deformidades ósseas; - Xerodermia; - Descamação da pele; - Acne; - Deficiência reprodutiva. Laísa Dinelli Schiaveto à Diagnóstico: Feito através da anamnese, exame físico e exames laboratoriais (dosagem sérica do retinol): - Deficiência leve a moderada = 10 a 20 mcg/dL; - Deficiência grave = < 10 mcg/dL. à Tratamento: Ainda, destaca-se: (1) todo paciente desnutrido grave deve receber uma megadose de acordo com a faixa etária; (2) pacientes com sarampo devem receber por dois dias; (3) a deficiência de zinco pode interferir no metabolismo da vitamina A, devendo, assim, ser corrigido concomitantemente. à Profilaxia: É feita por meio de alimentação variada, qualitativa e quantitativamente adequada, e incentivando o aleitamento materno. Além disso, a suplementação com vitamina A deve ser feita em crianças que vivem em áreas de risco como profilaxia (Vitamina A Mais – Programa de Suplementação de Vitamina A do Ministério da Saúde). Vitamina D A vitamina D é um hormônio (secosteroide) com efeitos endócrinos, parácrinos e autócrinos. Este apresenta duas formas biologicamente ativas: - Vitamina D2 (ergocalciferol): é de origem vegetal, sendo ingerida principalmente através de alimentos fortificados. - Vitamina D3 (colecalciferol): é derivada de um precursor presente na pele, o 7-de- hidrocolesterol, que é responsável por 90% da vitamina D do organismo; além disso, pode ser proveniente da dieta por meio de alimentos enriquecidos ou outras fontes, como óleo de fígado de bacalhau, atum, , gema de ovo, manteiga e pescados gordos. Dose Diária Recomendada = 400 a 600 UI/dia (10 a 15 mcg/dia). Metabolismo: Raio UVB à pró-D3 à pré-D3 à vitamina D3 à fígado à 25-OH-D (calcidiol) à rim à ação estimuladora do PTH à 1,25-(OH)2-D (calcitriol) à mobiliza o cálcio armazenado nos ossos e aumenta a absorção de cálcio e fosforo no intestino à mantem os níveis de cálcio sérico e fósforo à funções metabólicas, saúde óssea e funções neuromusculares. à Funções: • Metabolismo de cálcio e fósforo (saúde óssea); • Metabolismo da glicose; • Imunidade; • Controle da pressão arterial; • Musculatura vascular, esquelética e cardíaca; • Função neuromuscular. à Fatores de Risco: • Pele escura; • Ingestão usual abaixo dos níveis recomendados; • Ausência ou baixa exposição solar; • Não suplementação durante a gestação; • Aleitamento materno exclusivo prolongado sem suplementação; • Alto consumo de alimentos ricos em fitatos; • Obesidade; • Hepatopatias; • Má absorção intestinal; • Nefropatia crônica; • Induzida por medicamentos (ex.: fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, isoniazida e corticosteroides). à Manifestações Clínicas: • Convulsões hipocalcêmicas; • Insuficiência cardíaca hipocalcêmica; • Hipotonia; • Atraso do DNPM; • Hipoplasia do esmalte dentário; • Atraso na dentição; Laísa Dinelli Schiaveto • Falência do crescimento; • Irritabilidade; • Dor óssea. à Principais Complicações: • Raquitismo (principal complicação em lactentes); • Comprometimento do desenvolvimento do sistema nervoso central; • Comprometimento do desenvolvimento renal; • Desenvolvimento e implantação placentária; • Maior risco cardiovascular, câncer, diabetes, doença metabólica, doença inflamatória intestinal e artrite reumatoide. à Alterações Bioquímicas nos Diferentes Estágios da Deficiência de Vitamina D: à Diagnóstico: Feito através da anamnese, exame físico e exame laboratorial (dosagem sérica do calcidiol (25-OH-D): - Deficiência = < 10 ng/mL; - Insuficiência = 10 a 29 ng/mL; - Adequado = 30 a 100 ng/mL; - Intoxicação = > 100 ng/mL. à Tratamento: Destaca-se que o tratamento medicamentoso para a insuficiência de vitamina D não é atualmente recomendado. à Profilaxia: • Suplementação profilática; • Exposição solar (30 minutos de exposição semanal para lactentes apenas com fralda no primeiro ano de vida OU 2 horas semanais em lactentes em uso de vestimentas com exposição apenas de face e mãos); • Consumo regular de alimentos fontes de vitamina D. Raquitismo O raquitismo é a principal complicação que ocorre no lactente, sendo uma doença causada pela desmineralização óssea inadequada, ossos frágeis e deformidade esquelética. à Manifestações Clínicas: • Craniotabes; • Alargamento das epífises (punhos e tornozelos); • Rosário raquítico; • Deformidade torácica; • Falência do crescimento; • Atraso do DNPM; • Palidez; • Sudorese; • Irritabilidade; • Atraso no fechamento das fontanelas; • Atraso na erupção dentária; • Genu varum; • Fronte olímpica. à Diagnóstico: É feito através da anamnese, exame físico, exame laboratorial e exame de imagem. - Redução do fósforo sérico; - Aumento do PTH; - Aumento da fosfatase alcalina; - Alargamento das epífises em taça; - Linhas de Milkman-Looser (zonas densas e claras, transversais, ao longo da diáfise); Laísa Dinelli Schiaveto - Rosário raquítico. à Tratamento: Ainda, apor o primeiro mês do início do tratamento, devem ser dosado cálcio, fósforo magnésio, fosfatase alcalina, 25-OH-D, PTH, cálcio urinário/creatinina e raio-x dos membros. Vitamina E Avitamina E é encontrada no azeite de oliva, óleos vegetais, amêndoas, avelas, cereais, gordura animal, gema de ovo, manteiga, folhas verdes e legumes. É importante ressaltar que a deficiência é rara e quase nunca resulta da deficiência alimentar, tendo em vista a distribuição dos tocoferóis nos alimentos, principalmente nos óleos e gorduras. Dose Diária Recomendada = 4 a 15 mg/dia. à Funções: • Redução da taxa de radicais livres; • Proteção da integridade das estruturas enzimáticas celulares. à Causas: • Doenças genéticas; • Doenças do pâncreas exógeno; • Má absorção de gordura; • Redução da absorção intestinal. à Manifestações Clínicas: • Fraqueza muscular; • Problemas visuais; • Alterações do sistema imunológico; • Parestesia; • Transtornos na marcha; • Tremores; • Pobre senso de equilíbrio; • Ataxia; • Miopatias; • Ausência de reflexos profundos; • Sinal de Babinski positivo. à Diagnóstico: É feito através da anamnese, exame físico e exame laboratorial (dosagem sérica de alfatocoferol): - Hipovitaminose = inferior a 6 mcg/mL. à Tratamento: • 25 a 50 mg/dia por VO, aumentando para 150 a 200 mg/dia. Obs.: A recomendação da OMS é de 0,15 a 2 mg/kg/peso/dia. Vitamina K A vitamina K compreende: • K1 (filoquinona): vegetais verdes folhosos, tomate, espinafre, couve-flor, repolho e batata. • K2 (menaquinona): sintetizada pelas bactérias intestinais; • K3 (menadiona): sintética. Dose Diária Recomendada = 2 a 75 mcg/dia. à Funções: • Ativação dos fatores de coagulação II, VII, IX e X; • Metabolismo ósseo. à Manifestações Clínicas: • Fenômenos hemorrágicos espontâneos ou provocados de intensidade variável; • Doença hemorrágica do recém-nascido (DHRN) que pode ser precoce, quando se instala no primeiro dia de vida, ou clássica, quando surge entre o segundo e o sétimo dia de vida. à Diagnóstico: É feito através da triagem laboratorial. - INR ≥ 4; - Tempo de protrombina ≥ 4 do valor controle; - Fibrinogênio normal; - Plaquetas normais. à Tratamento: • Administração de vitamina K = 5 mg em dose única. à Profilaxia da DHRN: Deve ser feita em todos os recém-nascidos, visando evitar a DHRN. Laísa Dinelli Schiaveto Vitaminas do Complexo B As vitaminas do complexo B compreendem: tiamina (B1); riboflavina (B2); niacina (B3); ácido pantotênico (B5); piridoxina (B6); biotina (B7); ácido fólico (B9); cianocobalamina (B12). A hipovitaminose desse grupo dificilmente ocorrem de forma isolada, estando associada à desnutrição energético-proteica e ao uso prolongado de dietas com muita restrição de produtos de origem animal. Obs.: O sistema nervoso é o mais dependente de vitaminas do complexo B e da vitamina C. Vitamina B1: Tiamina A vitamina B1 é uma vitamina termossensível de absorção jejunal, não sendo armazenada nos tecidos. É encontrada nas carnes, vísceras, farinhas integrais, levedura de cerveja e germe de trigo. A deficiência é muito rara atualmente e resulta no quadro clínico denominado beribéri, devido ao comprometimento do metabolismo oxidativo associado à diminuição da síntese de ATP no cérebro até chegar a quadros neurodegenerativos. Além disso, o bloqueio do fornecimento energético, com acúmulo de piruvato e alfacetoglutarato, e a não formação de compostos essenciais acarreta em problemas no sistema cardíaco e sistema nervoso. Dose Diária Recomendada = 0,2 a 1,4 mg/dia. Funções: síntese de ATP. Manifestações Clínicas (Beribéri): anorexia; perda de peso; fadiga fácil; insuficiência cardíaca. • Beribéri Seco (Neurológico): hiper-reflexia; neuropatia periférica e/ou polineurite com ou sem parestesia; fraqueza muscular; dor nas extremidades; marcha atáxica; convulsões. • Beribéri Úmido (Cardíaco e Gastrointestinal): insuficiência cardíaca; edema de MMII; taquicardia ou bradicardia; dispneia; hipertensão; náusea; vômitos; constipação. Diagnóstico: dosagem da atividade da transcetolase eritrocitária, que aumenta nos quadros de deficiência; dosagem dos níveis séricos baixos de transcetolase. Tratamento: correção da dieta; administração de 5 a 20 mg/dia até o desaparecimento total dos sintomas. Vitamina B2: Riboflavina A vitamina B2 é uma vitamina fotossensível e termoestável que é absorvida no jejuno e excretada na urina, com estocagem muito limitada nos tecidos. É encontrada em vísceras, leite, vegetais de folhas verdes, cerais integrais, fígado, clara de ovo, queijos e carnes. Dose Diária Recomendada = 0,3 a 1,6 mg/dia. Funções: participa como coenzima do processo de liberação de energia dentro da célula; síntese de hemoglobina; metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas; metabolismo do ferro e de outras vitaminas do complexo B. Manifestações Clínicas: queilose; queilite angular; glossite; palidez de mucosas; e manifestações oculares (sensibilidade à luz, vascularização de córnea, lacrimejamento e blefarite angular). Diagnóstico: dosagem da glutationa-redutase no eritrócito, que se encontra reduzida. Tratamento: correção da dieta; administração de vitamina B2, por VO, na dose de 2 a 6 mg/dia até a melhora dos sintomas. Vitamina B3: Niacina A vitamina B3 é absorvida no intestino delgado, apresentando limitado grau de armazenamento no fígado. É encontrado no leite, ovos, carnes, vísceras, pescados, farelo de trigo e grãos de cereais integrais, vegetais como batata, amendoim, pimentão, avelã, caju e jabuticaba. A deficiência resulta em um quadro grave denominado pelagra. Dose Diária Recomendada = 2 a 20 mg/dia. Funções: controla os níveis de colesterol, triglicerídeos e glicose. Laísa Dinelli Schiaveto Manifestações Clínicas (Pelagra): dermatite; diarreia; demência; glossite; anemia; ansiedade; apatia; fadiga; depressão; cefaleias; tonturas; irritabilidade; tremores. Tratamento: reposição com doses fisiológicas. Vitamina B5: Ácido Pantotênico A vitamina B5 é uma vitamina termolábil por atuar no ciclo de Krebs como precursor da coenzima A (CoA). É encontrada nas vísceras, peixes, carnes, ovos, fava, brócolis, legumes, cogumelos e amendoim. A deficiência é extremamente rara. Dose Diária Recomendada = 1,7 a 10 mg/dia. Funções: processos de liberação de energia; síntese de aminoácidos, ácidos graxos, hormônios esteroides e hemoglobina. Manifestações Clínicas: são inespecíficas, mas compreende emagrecimento; distúrbios do crescimento; cefaleia; irritabilidade; insônia; lesões descamativas na mucosa; e distúrbios do comportamento. Diagnóstico: determinação dos níveis de ácido pantotênico urinário, sanguíneo, plasmático ou eritrocitário. Vitamina B6: Piridoxina A vitamina B6 é encontrada em carnes, vísceras, ovos, leite, batata, banana e aveia. É importante destacar que, a carência pode resultar do uso de antagonistas, como isoniazida, cloranfenicol, hidralazina e cafeína. Já, a deficiência está relacionada a doenças crônicas. Dose Diária Recomendada = 0,2 a 2 mg/dia. Funções: processo de transaminação de aminoácidos; síntese de neurotransmissores; síntese de hemoglobina; metabolismo de outras vitaminas do complexo B (como niacina e folacina). Manifestações Clínicas: não apresenta quadro típico, mas pode apresentar irritabilidade excessiva; alterações cutâneas (seborreia); glossite; estomatite; dermatite periocular; anemia microcítica hipocrômica com ferro sérico aumentado; linfopenia; fraqueza muscular; quadros convulsivos (lactentes). Diagnóstico: teste de sobrecarga de triptofano, que, estando em excesso no organismo, será convertido em quantidades mensuráveis de ácido xanturênico, quando deveria ser convertido em niacina. Vitamina B7: Biotina A vitamina B7, também conhecida como vitamina H, é encontrada no leite, gema de ovo, carnes, vísceras, soja, amendoim e cogumelos. Sua deficiência não determina sintomas específicos e acontece com maiorfrequência quando há eliminação da microbiota intestinal, pois é significativamente sintetizada no cólon. Destaca-se que a deficiência primária está relacionada à um erro inato do metabolismo. Dose Diária Recomendada = 5 a 25 mcg/dia. Funções: síntese de ácidos graxos e RNA; metabolismo de proteínas e glicídeos. Manifestações Clínicas: adinamia; anorexia; hiperestesia; dermatites (inclusive perioral); glossite; alopecia; conjuntivite; ataxia; mialgias; diminuição do aprendizado; e retardo mental. Tratamento: reposição com 100 mcg/dia. Vitamina B9: Ácido Fólico A vitamina B9 é absorvida no intestino delgado e metabolizada no fígado, sendo encontrada no feijão, vísceras, folhas verde-escuras, batata, trigo e levedura. Dose Diária Recomendada = 65 a 400 mcg/dia. Funções: síntese de RNA, DNA e hemácias; síntese proteica (junto com a vitamina B12 e vitamina C). Manifestações Clínicas: astenia; glossite; anorexia; taquicardia; esplenomegalia; déficit de memória; irritabilidade; distúrbios do sono; ataxia e defeitos do tubo neural em fetos. Tratamento: correção de eventuais carências dietéticas; substituição ou interrupção de drogas anti-folato; e uso de ácido fólico (1 a 5 mg/dia). Vitamina B12: Cianocobalamina A vitamina B12 é absorvida no íleo terminal, sendo necessária a presença do fator intrínseco do estômago. É encontrada nos Laísa Dinelli Schiaveto tecidos animais, carnes bovinas, suínas, aves, peixes, principalmente em fígado, rins e coração, gema de ovo, frutos do mar, levedo de cerveja, leite e derivados. Dose Diária Recomendada = 0,4 a 2,4 mcg/dia. Funções: síntese de hemácias; manutenção e desenvolvimento do sistema nervoso. Manifestações Clínicas: irritabilidade; fadiga; dormência de MMII; redução da concentração; transtornos depressivos. Diagnóstico: exames laboratoriais. - Hemograma = índices hematimétricos; - Dosagem sérica de B12 = < 200 ng/L (deficiência). Tratamento: correção alimentar; e reposição de B12 de acordo com a deficiência, peso e idade. Profilaxia: Mães vegetarianas e veganas devem realizar suplementação de 50 mcg/dia e lactente de 5 mcg/dia. Vitamina C A vitamina C (ácido ascórbico) é encontrada, principalmente, em frutas e vegetais, como as frutas cítricas, kiwi, manga, brócolis, tomate e pimentas. Dose Diária Recomendada = 40 a 63 mg/dia. à Funções: • Antioxidante; • Absorção do ferro; • Síntese do colágeno; • Biossíntese da carnitina e da epinefrina; • Metabolismo da tirosina e dos hormônios peptídeos (TSH, LH e FSH); • Função vascular pela síntese do óxido nítrico. à Manifestações Clínicas (Escorbuto): • Má cicatrização; • Gengivite; • Hemorragias perifoliculares; • Hemorragias subperiosteais; • Equimoses e petéquias; • Letargia; • Fadiga; • Dores ósseas; • Icterícia; • Neuropatia; • Convulsões; • Óbito. à Fatores de Risco: • Ingestão inadequada; • Tabagismo; • Gestação; • Baixo nível socioeconômico; • Desnutrição; • Alterações comportamentais ou disfagia; • Prática extenuante de atividade física; • Hipertensão; • Diabetes; • Obesidade. à Diagnóstico: É feito através da anamnese, exame físico e exame laboratorial (dosagem sérica de vitamina C): - Hipovitaminose = inferior a 0,2 mg/dL. Obs.: O principal diagnóstico diferencial de deficiência de vitamina C é a violência doméstica (cuidado!!!). à Tratamento: • 300 a 500 mg, 2x/dia, VO ou parenteral. à Profilaxia: • Vitamina C 10mg/dia (lembrando que o limite diário para adultos é 2g). Ferro A deficiência de ferro é a carência nutricional mais prevalente nas crianças brasileiras, sendo que aquelas entre 6 e 24 meses apresentam risco duas vezes maior para desenvolver a doença do que aquelas entre 25 e 60 meses. É importantes ressaltar que, durante a amamentação, a mãe não consegue fornecer a quantidade suficiente de ferro. Por isso, a suplementação se faz necessária. Laísa Dinelli Schiaveto O ferro é um dos principais nutrientes essenciais para a mielinização e para a formação estrutural e funcional das vias neurotransmissoras. Além disso, participa do metabolismo do hipocampo e do crescimento da rede neuronal.
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