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Universidade Anhembi Morumbi Especialização em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais Etnografia Digital Ana Caroline Netto Zorzal Vila Velha Julho de 2022 Etnografia Digital como metodologia para o reposicionamento da marca A Internet é um ambiente onde a informação corre rapidamente, ultrapassando barreiras geográficas e atingindo todo tipo de público. Dessa forma qualquer acontecimento pode tomar grandes proporções em um piscar de olhos, tanto de forma positiva quanto negativa, o que torna a preocupação que a marca deve ter com sua imagem perante o público de extrema importância. Um posicionamento que não agrade uma parcela do público pode gerar danos à reputação da marca. Foi o que aconteceu com a empresa de cosméticos a ser trabalhada. Em uma de suas campanhas foi acusada de ser uma marca racista, e foi atacada nas redes sociais, o que a levou a pensar em ações para reverter esta imagem negativa. Para melhor trabalhar a imagem e restabelecer um bom relacionamento com o cliente, é necessário conhecê-lo, criar uma relação de diálogo e troca. Ouvir o que o cliente tem a dizer e se mostrar acessível e disposto à mudanças faz com que seja possível entregar melhores resultados, que vão de encontro às suas necessidades e expectativas. E para que seja possível realizar essa mudança de posicionamento, é necessário que seja utilizado como ferramenta a etnografia digital. Com a pesquisa etnográfica será possível analisar como a marca é percebida pelos consumidores, coletando dados sobre eles, interpretando essas informações e buscando um modelo, afim de descrever o grupo pesquisado da forma mais completa possível (ANGROSINO, 2009). Mas principalmente, é uma maneira de mostrar ao seu público que a marca está preocupada, que está interessada em entender o seu posicionamento, para além de ouvir, dar voz. O primeiro passo é identificar o público em questão, entender seu comportamento, entender seu contexto político, entender sua história. Depois estabelecer seu objetivo, que nesse caso é reverter a imagem negativa e mudar seu posicionamento perante o público. Pensar nas questões a serem trabalhadas com esse grupo. Estabelecer algumas perguntas chaves, como por exemplo: Como essa campanha a machucou e como se sentiu?; O que a marca deve fazer para reconquistá-la como cliente?; Como ela espera que a marca se posicione?; Como ela enxerga a marca?; Quais valores que a marca transmite para ela?. Para identificar esse público, um caminho é acessar as redes sociais onde ocorreram esses ataques e através dos comentários selecionar as pessoas que mais se manifestaram, entrar em contato com elas por mensagem privada e convidá-las para participar de um grupo focal. Após selecionar o grupo, é necessário obter a permissão para realização da pesquisa. Com a realização do grupo focal é possível criar debates que serão de suma importância para obter as informações necessárias, entender este público e traçar meios para solucionar o problema. Após análise dos dados obtidos, pode ser necessária uma segunda etapa. Através de uma filtragem das pessoas que mais se destacaram na fase de grupo, selecionar usuários que poderão contribuir com dicas e críticas, sua visão do que espera da empresa, que contribua com informações que ajude a estabelecer um direcionamento melhor. Todas essas etapas devem ser informadas previamente no momento da autorização, a pessoa participa do grupo focal sabendo que poderá ser convidado a participar de uma segunda etapa. Esta etapa será através da entrevista em profundidade, onde será possível se aprofundar no problema, obter mais informações e encontrar soluções mais efetivas. Diante dos dados coletados, interpretados e analisados, conhecendo mais profundamente seu público e usando todo esse conhecimento a seu favor, a empresa conseguirá elaborar ações e estratégias mais efetivas para o próximo lançamento da marca e também melhorar a sua atuação nas redes sociais. Dar voz ao consumidor faz com que se crie maior identificação com a marca. Mostrar que a empresa se preocupa com questões sociais e escuta o seu público, o trazendo para mais próximo, não irá resolver o problema de forma imediata, mas fará que a forma como é vista melhore, aumentando sua credibilidade. Referências Bibliográficas ANGROSINO, M. Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed, 2009. KOZINETS, R. Netnografia: realizando pesquisa etnográfica online. Porto Alegre: Penso, 2014. MJV Team, Etnografia Digital – técnica de pesquisa qualitativa avalia usuário no ambiente online. 2018. Disponível em: <https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/etnografia-digital- tecnica-de-pesquisaqualitativa-avalia-usuario-no-ambiente-online/> Acesso em: 17 de julho de 2022. POLIVANOV, Beatriz Brandão. Etnografia virtual, netnografia ou apenas etnografia? Implicações dos conceitos. Esferas, v. 1, n. 3, 2014.
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