Prévia do material em texto
APG - 3 “Sistema Cardiovascular” OBJETIVOS 1º: Explicar como funciona o ciclo cardíaco e seus mecanismos regulatórios. 2º: Compreender a importância do débito cardíaco e os fatores que o influenciam. 3°: Entender as adaptações fisiológicas cardíacas ao exercício. Referências bibliográficas para produção desse resumo e estudo: AIRES, M. de M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. HALL, John E. GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 1176p. ISBN: 978-1-4160-4574-8. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1216p. ISBN: 978-85-277-2885- 0. Ciclo Cardíaco Circulação Pulmonar Circulação Sistêmica Fases do Ciclo Pressão e Volume em cada fase Valvas e Bulhas Períodos Regulação intrínseca – FRANK-STARLING Efeito da temperatura e da pressão arterial Débito Cardíaco Conceito Pré-Carga Pós-Carga Débito Sistólico VDF e VSF Fisiologia do exercício e adaptação cardiovascular Fluxo sanguíneo muscular Trabalho e consumo de O2 e relação com débito cardíaco Hipertrofia Cardíaca Papel do volume sistólico e da frequência cardíaca CICLO CARDÍACO O ciclo cardíaco é o evento que otimiza um único batimento cardíaco, ou seja, abrange sístoles e diástoles. O ciclo é iniciado quando ocorre a geração do potencial de ação no nó SNA. Os átrios se contraem antes dos ventrículos devido um retardo na propagação desse potencial. DIÁSTOLE: Relaxamento. SÍSTOLE: Contração. ARTÉRIA: Retiram sangue do coração. VEIAS: Levam sangue ao coração. CIRCULAÇÃO PULOMAR E CIRCULAÇÃO SISTÊMICA O Guyton atribui aos átrios funções de pré-bomba para as verdadeiras bombas, os ventrículos. O sangue flui de modo contínuo e cerca de 80% vão diretamente dos átrios para os ventrículos – antes da contração – e os outros 20% na contração. Logo, dentro do ciclo os átrios de função de melhorar esse bombeamento. FASES DO CICLO: Obs: o sangue flui das zonas de alta pressão para baixa pressão. Quando uma câmara se contrai a pressão aumenta. 1. Despolarização das fibras contrateis atriais. 2. Sístole atrial. (Dura 0,1s). Conforme o átrio se contrai o sangue passa via valvas AV para os ventrículos. O fim da sístole atrial é também o fim da diástole ventricular. No final do período de relaxamento existe um volume de cerca de 130ml é o chamado VOLUME DIASTÓLICO FINAL (VDF). 3. Despolarização das fibras contráteis ventriculares. 4. Sístole ventricular. (Dura 0,3s). A pressão intraventricular fecha as valvas impedindo o refluxo e ocorre o período de contração ISOVOLUMÉTRICA, quando as valvas do tronco pulmonar e aorta também estão fechadas. Essa contração muscular também é chamada de isométrica pois as fibras não se encurtam. Quando a pressão ventricular esquerda ultrapassa a PA, as valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem, ocorrendo a EJEÇÃO VENTRICULAR. O volume que fica em cada ventrículo no final da sístole é o Volume Sistólico Final (VSF). O chamado volume sistólico (volume de cada batimento por ventrículo) é dado por: VS = VDF – VSF. 5. Repolarização das fibras contrateis ventriculares. 6. Diástole ventricular. (Dura 0,4s). A pressão no interior das câmaras cai, depois do fechamento das valvas do tronco pulmonar e da aorta, existe um breve intervalo em que o volume de sangue do ventrículo não se modifica porque as quatro valvas estão fechadas. Este é o período de relaxamento isovolumétrico. Quando a pressão ventricular cai abaixo da pressão atrial, as valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem e começa o enchimento ventricular. OBS: Durante a diástole os ventrículos se enchem de sangue, pois estão relaxados, e isso ocorre no que se chama de PERIODO DE ENCHIMENTO RAPIDO VENTRICULAR, no qual as valvas AV se abrem e deixam o sangue que está nos átrios ir para os ventrículos. OBS: o chamado PERÍODO DE EJEÇÃO apresenta pressão ventricular esquerda pouco acima de 80mmHg e no ventrículo direito pouco acima de 8mmHg, força a abertura das valvas semilunares. O período de ejeção só expulsa dos ventrículos cerca de 60%. Desses 60%, constitui- se dois períodos: PERÍODO DE EJEÇÃO RÁPIDA que expulsa 70% e os 30% restantes pelo PERÍODO DE EJEÇÃO LENTA. OBS: O próximo período é o de RELAXAMETO ISOVOLUMÉTRICO no qual as pressões intraventriculares fazem com que as valvas semilunares se fechem, relaxando ainda que o volume permaneça inalterado. DÉBITO SISTÓLICO é o volume que sai durante a sístole ventricular, cerca de 70mL. VOLUME SISTÓLICO FINAL: é o que sobra de sangue ao final da sístole, cerca de 50mL. OBS: Quando o coração se contrai fortemente, o volume sistólico final pode chegar a volumes tão baixos quanto 10 a 20mL. As VALVAS ATRIOVENTRICULARES se fecham quando o gradiente de pressão retrógrada força o sangue de volta, e se abrem quando o gradiente de pressão para diante leva o sangue à frente. As VALVAS SEMILUNARES funcionam de modo diferente, sob altas pressões nas artérias, ao final da sístole, fazem com que as valvas sejam impelidas, de modo repentino, de volta à posição fechada, de modo muito diferente do fechamento mais suave das valvas A-V. por terem aberturas menores, a velocidade da ejeção do sangue através das valvas aórtica e pulmonar é muito maior que pelas valvas A-V. Vale lembrar que o sistema de ancoragem – cordas tendíneas - só existem nas valvas AV, sujeitando a abrasões mecânicas maiores na valvas semilunares. OBS: A entrada de sangue nas artérias durante a sístole faz com que suas paredes sejam distendidas, e a pressão sobe para aproximadamente 120 mmHg. OBS: A incisura ocorre na curva de pressão aórtica no momento em que a valva aórtica se fecha. Ela é causada pelo breve período de fluxo sanguíneo retrógrado, imediatamente antes do fechamento valvar, seguido pela cessação abrupta desse refluxo. 1ª BULHA: é o som do fechamento das valvas AV. 2ª BULHA: é o som do fechamento das valvas semilunares. OBS: O trabalho sistólico do coração (stroke work output) é a quantidade de energia que o coração converte em trabalho a cada batimento, ao bombear o sangue para as artérias VOLUME-PRESSÃO: Fase I: Período de enchimento. A fase I do diagrama inicia-se com volume ventricular de aproximadamente 50 mL e pressão diastólica de 2 a 3 mmHg. À medida que o sangue venoso flui do átrio esquerdo para o ventrículo, o volume ventricular sobe para cerca de 120 mL. Essa primeira fase é representada pela linha “I”, do ponto A ao ponto B, com o aumento de volume atingindo 120 mL, e a pressão diastólica subindo para cerca de 5 a 7 mmHg. Fase II: Período de contração isovolumétrica. A pressão no interior do ventrículo aumenta até igualar a pressão na aorta, no valor em torno de 80 mmHg, como indicado pelo ponto C. Fase III: Período de ejeção. Durante a ejeção, a pressão sistólica aumenta ainda mais, uma vez que o ventrículo continua a se contrair. O volume do ventrículo diminui, pois a valva aórtica agora já está aberta e o sangue flui do interior do ventrículo para a aorta. A a linha “III” ou “período de ejeção” representa as mudanças do volume e da pressão sistólica durante esse período de ejeção. Fase IV: Período de relaxamento isovolumétrico. Ao final do período de ejeção, ponto D, a válvula aórtica se fecha, e a pressão ventricular retorna ao valor da pressão diastólica. A linha “IV” demonstra essa diminuição da pressão intraventricular sem que ocorra variação do volume. Assim, o ventrículo retorna ao ponto de partida, com cerca de 50 mL de sangue residuais em seu interior e sob pressão atrial de 2 a 3 mmHg. OBS: Quando o coração bombeia grandes quantidades de sangue, a área do diagrama de trabalho se alarga muito. A área é demarcada com EW. CONCEITOS: Débito Cardíaco: é medida em litros do fluxo sanguíneo produzido a cada ciclo cardíaco,ou seja, a cada batimento. É por essa medida que se analisa o desempenho cardíaco. Pode ser calculado assim: FCxDS (débito ou volume sistólico). Pré-Carga: Ligado a avaliação do grau de tensão muscular quando começa a contração. Considera-se a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. Pós-Carga: A carga contra a qual o musculo exerce sua força contrátil. É a pressão na aorta à saída do ventrículo. MECANISMO DE FRANK-STARLING O retorno venoso é quem determina qual volume de sangue chega ao coração pelas veias, e isso varia conforme fluxo local-tecidual. A capacidade de adaptação cardíaca a esses volumes crescentes é o chamado mecanismo, este afirma: Quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração ou maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta. CAUSA: os filamentos de actina e miosina ficam mais dispostos para geração de força. Além disso, inevitavelmente ocorre o aumento da FC que aumenta a quantidade de sangue a ser bombeada. EFEITO DA TEMPERATURA: O aumento da T aumenta a FC, às vezes até o dobro. A redução da T diminui a FC. O calor aumenta a permeabilidade das membranas no músculo cardíaco aos íons que controlam a FC. EFEITO DA PA: Até certo limite (160mmHg), o aumento da PA não reduz o débito cardíaco. ADAPTAÇÕES AO EXERCÍCIO A quantidade de sangue ejetada por minuto, ou seja, débito cardíaco, deve aumentar quanto maior for a demanda metabólica, logo em situações de exercício o DC aumenta. Existem respostas agudas e adaptações crônicas: AGUDAS: aumenta a atividade simpática e FC (a frequência nodal aumenta e aumenta a liberação de catecolaminas). Um dos sistemas é o de redirecionamento sanguíneo, que envia sangue a partir da demanda, quem faz isso é SNC. O aumento da PA também é percebido via barorreceptores. ADAPTAÇÕES CRÔNICAS: envolve o SNAS e adapta o tecido cardíaco. Aumenta o tônus parassimpático no repouso, logo indivíduos treinados tem FC baixa em repouso. O fluxo sanguíneo no músculo pode aumentar até um máximo de aproximadamente 25 vezes durante exercícios extenuantes. Pessoas destreinadas consideradas normais podem aumentar seu débito cardíaco pouco mais que quatro vezes, e atletas bem treinados podem aumentar o débito cerca de seis vezes. Durante o treinamento não apenas os músculos esqueléticos hipertrofiam-se, mas também o coração. Entretanto, o aumento do tamanho do coração e o aumento da capacidade de bombeamento ocorrem quase que totalmente no treinamento de resistência, e não no treinamento de potência. Com o aumento da FC, a dilatação dos vasos ocorre, diminuindo atuação do SNAP. FINALIZE O ESTUDO VENDO ESSE VÍDEO (1159) Como exercícios físicos agem no coração | Drauzio Comenta #49 - YouTube https://www.youtube.com/watch?v=O2SqRzMD-Lg