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Medicina Legal - Revisao Bibliografica

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MMééddiiccoo PPeerriittoo ddoo MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo//RRJJ 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JURAMENTO DE HIPÓCRATES 
 
 
Prometo que ao exercer a arte de curar, 
mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, 
da caridade e da ciência. 
Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão 
cegos, minha língua calará os segredos que me forem 
revelados, os quais terei como preceito de honra. 
Nunca me servirei da profissão para corromper os 
costumes e favorecer o crime. 
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze 
eu, para sempre, a minha vida e a minha arte de boa 
reputação entre os homens. 
Se o infringir ou dele me afastar, suceda-me o contrário. 
 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 3 
 
 
 
 
 
 
CÓDIGO DE HAMURÁBI 
Hamurábi, rei de Babilônia, viveu no século XVIII a.C. Elaborou o primeiro Código de Ética e de 
Honorários Médicos. Diz o Código, dentre outras citações: 
 
1. Se o médico trata de um Senhor, abre-lhe um abscesso e lhe salva um olho, receberá dez moedas de 
prata. Se o paciente é um escravo, seu dono pagará por ele duas moedas de prata. 
 
2. Se o médico abre um abscesso com uma faca de bronze e provoca a morte do paciente, ou lhe faz 
perder um olho, suas mãos devem ser cortadas. No caso de se tratar, porém, de um escravo, o 
médico comprará outro e o dará em seu lugar. 
 
3. Se um médico cura um osso doente ou um órgão doente, receberá cinco moedas de prata. Em se 
tratando de um escravo liberto, este pagará três moedas de prata. Se for um escravo, então o dono 
pagará ao médico duas moedas de prata. 
 
4. Será nulo o contrato de venda de escravos que estiverem atacados de epilepsia ou lepra. 
 
5. Os leprosos serão banidos do convívio social. Nunca mais conhecerão os caminhos de sua residência. 
 
6. Se o aborto é provocado e a mulher morre, o culpado também será morto. 
 
7. Se um homem casado viola uma jovem, o pai da jovem fará com sua mulher a pena do talião e ela 
ficará à sua disposição. 
 
8. Será punida com a ablação dos seios a nutriz que deixar morrer seu filho, alimentando um outro. 
 
 
(TRANSCRITO DO LIVRO “MEDICINA NO TEMPO”, DE OCTACÍLIO DE CARVALHO LOPES) 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDO 
 
Aquele sobre cujo peito não se derramaram lágrimas de saudade, 
sobre cujo ataúde não se jogaram flores, 
de cujo nome não se soube, 
sobre cujos feitos não se escreveu a história, 
mas cuja lembrança, em nós, haverá de ser eterna como a saudade, 
grande como o altruísmo, 
eloqüente como o seu gesto, 
dando tudo à mesma humanidade 
que tudo lhe negou em vida. 
Autor desconhecido 
 
(Transcrito do mural do Laboratório de Anatomia da UFRN) 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 5 
ÍNDICE 
 
 
Capitulo 1. Introdução ao Estudo da Medicina Legal ............................................................. 06 
Capitulo 2. Legislação e Código de Ética Médica ............................................................. 07 
Capitulo 3. Responsabilidade Penal Médica ............................................................. 11 
Capitulo 4. Documentos Médico – Legais ............................................................. 19 
Capitulo 5. Perícia Médico – Legal ............................................................. 23 
Capitulo 6. Antropologia Forense e Identificação ............................................................. 28 
Capitulo 7. Tanatologia Médico – Legal ............................................................. 34 
Capitulo 8. Traumatologia Médico – Legal ............................................................. 46 
Capitulo 9. Balística Forense ............................................................. 65 
Capitulo 10. Asfixiologia Forense ............................................................. 79 
Capitulo 11. Sexologia Forense ............................................................. 88 
Capitulo 12. Toxicologia ............................................................. 108 
Capitulo 13. Psiquiatria Forense ............................................................. 119 
Capitulo 14. Criminologia ............................................................. 140 
Referencias Bibliográficas ............................................................. 143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 6 
CAPITULO 1 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA LEGAL 
 
É o estudo e a aplicação dos conhecimentos científicos da Medicina para o esclarecimento de inúmeros fatos 
de interesse jurídico; é a ciência de aplicação dos conhecimentos médico-biológicos aos interesses do Direito 
constituído e à fiscalização do exercício médico-profissional. 
 
ALCANCE: 
 
Medicina Legal Judiciária: Trata dos assuntos gerais relacionados ao Direito Penal, Direito Civil, 
Direito Processual; inclui vários capítulos: Introdução e Criminalísticas Médico-Legal, Medicina Legal 
Sexológica, Medicina Legal Traumatológica e Tanatológica, Medicina Legal Psiquiátrica (incluindo a 
Psicologia Forense). 
 
Medicina Legal Profissional: É a parte que trata dos direitos e deveres dos médicos. 
 
Medicina Legal Social: Aqui se inclui a Medicina Legal Trabalhista, a Medicina Legal 
Securitária e a Medicina Legal Preventiva. 
 
DIVISÕES DA MEDICINA LEGAL: 
 
Antropologia forense: Cuida dos estudos sobre identidade das pessoas e sua identificação, com seus 
métodos, processos e técnicas. 
 
Sexologia forense: Cuida dos problemas e questões relativos à sexualidade humana normal, patológica e 
criminosa. 
 
Tanatologia: Cuida do estudo da morte, como das condições do morto, envolvendo fenômenos 
cadavéricos e a causa da morte. 
 
Traumatologia: Cuida dos estudos das lesões corporais e ofensas à saúde e os agentes causadores do 
dano. 
 
Asfixiologia: Cuida das asfixias em geral, de interesse médico-jurídico, como enforcamento, 
esganadura, afogamento, soterramento, imersão em gases não respiráveis etc. 
 
Toxicologia: Cuida do estudo da ação de elementos tóxicos, cáusticos que levam ao envenenamento, 
intoxicação alcoólica ou outras drogas laboratoriais. 
 
Psiquiatria forense: Cuida do estudo de doenças mentais relacionadas com interesse jurídico e causas de 
periculosidade, incluindo a Psicologia Forense, que envolve fenômenos afetivos, volitivos e mentais 
inconscientes que possam influenciar a busca da verdade em relação a testemunhos e confissões. 
 
Criminologia: Cuida do estudo das atividades humanas que levam ao cometimento de crimes. 
 
Vitimologia: Cuida dos estudossobre a participação da vítima diante dos crimes e infrações penais. 
 
Infortunística: Cuida do estudo nos acidentes de trabalho, sobre as doenças profissionais e a higiene e 
insalubridade nos locais de trabalho. 
 
Relações da Medicina Legal com o Direito 
DIREITO PENAL 
Lesões Corporais, Homicídio, Tribunal do Júri. 
 
DIREITO CIVIL 
Nascimento, Morte e Investigação de Vínculo Genético. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Perícias Médicas. 
 
MEDICINA LEGAL 
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Fábio Carvalho de Oliveira 7 
CAPITULO 2 
 
LEGISLAÇÃO E CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
 
A ética é a parte da filosofia que estuda os bons costumes, e divide-se em deontologia (deveres) e diceologia 
(direitos). 
 
Constituição Federal, Art. 5º. XIII: 
“É livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer.” 
 
Constituição Federal, Art. 21º. XXIV: 
“Compete à União organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.” 
 
Constituição Federal, Art. 22º. XVI: 
“Compete privativamente à União legislar sobre a organização do sistema nacional de emprego e condições para o 
exercício de profissões.” 
 
 
Responsabilidade Profissional 
 
• Reflexão Jurídica 
� Civil 
� Penal 
 
• Reflexão Moral 
� Consciência Individual 
 
• Reflexão Ético – Profissional 
� Lógica deontologica 
 
Chamamento ao direito, definir: 
• Licito 
• Ilícito 
• Ético 
• Moral 
• Legal 
 
Para exercer a medicina deve-se ter uma habilitação profissional, que é adquirida na escola de medicina, e a 
habilitação legal, que é conferida pelo conselho profissional competente. 
 
A única especialidade prevista em Lei é a Medicina do Trabalho, a qual requer uma habilitação especifica. 
As demais especialidades medicas podem ser exercidas com a mesma habilitação (basta estar inscrito no 
conselho), não há necessidade de fazer residência medica e pertencer a determinada sociedade medica, o 
próprio médico deve ser capaz de decidir o qual área exercer. A Lei não proíbe o exercício de diferentes 
especialidades por um mesmo medico, a Lei proíbe anunciar mais de 2 especialidades. O Conselho Federal 
de Medicina reconhece 50 especialidades medicas. 
 
Responsabilidade significa o encargo de assumir o ônus decorrente da violação de um dever ético de 
prudência e diligencia. 
 
A responsabilidade é contratual, baseada na confiança que inspira no profissional ou na instituição. 
 
MEDICINA LEGAL 
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Fábio Carvalho de Oliveira 8 
A normatização da responsabilidade está nos códigos de ética, e seguiu o sistema de positivação 
deontologica. A inobservância das normas éticas envolvem também aspectos legais: imprudência, 
negligencia ou imperícia. 
 
Com a violação dos mínimos preceitos éticos – deontologicos que nasce a noção de responsabilidade ética, o 
dever de prudência e diligencia é observado em todos os Códigos de Ética. 
 
Os deveres éticos do empenho, do aprimoramento e disponibilidade dos recursos da ciência em beneficio do 
paciente também estão evidenciados: 
Princípios fundamentais, Art. 5º - O médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e 
usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente. 
 
É vedado ao médico, Art. 57 - Deixar de utilizar todos os meios disponíveis de diagnósticos e 
tratamento a seu alcance em favor do paciente. 
 
O Código de Ética impõe um serie de condutas: 
• Proibição 
• Obrigação 
• Rol de prerrogativas 
 
Imprudência: Condutas inconvenientes que não atentam para as conseqüências ou quando o profissional 
despreza os riscos. 
 
Negligência: Condutas assentadas no descaso, omissão dos cuidados ou erro técnico de profissão. 
 
Imperícia: Procedimentos profissionais sem o devido conhecimento técnico de profissão, 
culminando com procedimentos técnicos imperfeitos. 
 
Sanções Disciplinares 
A repreensão disciplinar tem um fim social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A ética é uma compreensão e não uma condenação.” 
(Zajdsznajder, 1994, p 30) 
 
 
 
“O ser humano não pode ficar ao desamparo. Mesmo que a vitima seja a própria causadora, o amparo deve 
ser feito. Com maior razão deve ser amparado do chamado ´azar´, ou de ´acontecimentos´ 
 infelizes ou de infortúnio.” 
(Jurandir Sebastião, 2003, p. 93) 
 
 
 
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Fábio Carvalho de Oliveira 9 
Processo Ético – Administrativo, fases: 
 
1. Sindicância 
a. Denuncia 
i. Procedente Instauração do Processo 
ii. Improcedente Arquivamento 
 
2. Instrução e Julgamento 
a. Defesa Prévia 
b. Julgamento 
c. Recurso 
 
Penalidades: 
1. Advertência Verbal 
2. Multa 
3. Censura 
4. Suspensão temporária 
5. Cassação 
 
Atribuições dos Conselhos (Atribuição Legal, Orgão Disciplinador): 
 
• Legislativo 
� Normais Disciplinares 
 
• Executivo 
� Executar, Atos Normativos 
 
• Judiciário 
� Julga, Processo Ético 
 
Elaboração de Atos Normativos: Somente poderão estabelecer normas direcionadas aos respectivos 
requisitos capacitatórios que apresentem relação lógica com as atividades técnicas, cientificas ou éticas. 
 
Dever dos Conselhos: 
• Zelar pelo prestígio da profissão; 
• Perfeito desempenho técnico e cientifico; 
• Moralização profissional; 
• Valorização do diploma; 
• Resguardo aos princípios éticos e legais. 
 
 
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica 
 
Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem 
autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Charlatanismo 
Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa 
 
Sujeito Passivo: Coletividade 
 
A ação é publica incondicionada 
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Fábio Carvalho de Oliveira 10
Curandeirismo 
Art. 284. Exercer o curandeirismo: 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III - fazendo diagnósticos: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à 
multa. 
 
O curandeiro é quem não tem habilitação legal e exerce a medicina, já o medico é charlatão. Não e pode ser 
charlatão e curandeiro ao mesmo tempo. O enfermeiro pode ser enquadrado como curandeiro, já o dentista e 
o farmacêutico são enquadrados no crime de exercício ilegal da profissão e caso prometam algo impossível, 
também são charlatões. 
 
O estudante de medicina possui leis próprias, conferida pelo Conselho Federal de Medicina, resolução 
663/75 que determina aos médicos permanente supervisão dos procedimentos realizados pelos acadêmicos. 
Caso não haja supervisão, o erro é de ambos (medico e acadêmico). Porem, o conselho só tem autoridade 
sobre os médicos e não pode punir os acadêmicos visto que estes não pertencem ao conselho por não 
possuírem registro profissional. 
 
Em caso de erro por parte de um acadêmico, a responsabilidade ética é apenas do medico, entretanto as 
responsabilidades penal e civil são de todos os envolvidos. Um acadêmico que cometa algum erro 
responderá penal e civilmente, poderá se inscrever no Conselho normalmente mas como a condenação fica 
registrada, caso ele preste concurso publico não será aceito. 
 
Não existe crime por erro médico, existe crime de lesão corporal. Em regra, o crime cometido pelo medico é 
culposo, ou seja, não buscava aquele resultado, porem agiu comimperícia, imprudência ou negligência. 
 
A relação médico – paciente é vista pela Lei como um contrato. O medico deve tratar o doente e este deve 
recompensar-lo. O contrato pode ser de meio (o médico se compromete a utilizar todos os métodos possíveis 
para tratar da melhor maneira o paciente, mas não compromete em chegar a um resultado) ou de fim (o 
médico se compromete a chegar a um resultado, se este não for alcançado, o contrato será totalmente 
cumprido – cirurgia plástica, por exemplo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
Prof. Dr. Carlos André Bueno Klojda 
Fábio Carvalho de Oliveira 11
CAPITULO 3 
 
RESPONSABILIDADE PENAL MÉDICA 
 
É a punição do Estado ao Ato Ilícito cometido por médico no desempenho de sua profissão. Requer prova 
da materialidade do crime e de sua autoria. 
 
Ato Ilícito 
É um fato típico (conduta humana, dano, nexo e tipicidade) e anti-juridico (contrario ao ordenamento 
jurídico). 
 
 
Classificação do Crime: 
• Doloso 
Art. 18 – CPP: O autor do delito quer criar o resultado. 
 
• Culposo 
Art. 18 – CPP: O agente não quer criar o resultado, porém o mesmo ocorre por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
 
• Material 
Art. 129 – CPP: Modifica o mundo físico, pode ser observado, deixa corpo de delito. 
 
• Formal 
Art. 158 – CPP: Não necessita de modificação do campo físico para sua existência. 
 
• De Dano 
Art. 171 – CPP: Existe a efetiva lesão a um bem jurídico. 
 
• De Perigo 
Art. 132 – CPP: Não exige o dano, basta a possibilidade do mesmo ocorrer, se pune 
preventivamente. 
 
• Simples 
Art. 121 – CPP: É o tipo básico. 
 
• Privilegiado 
Art. 121 – CPP: Possui circunstancias que atenuam a pena. 
 
• Qualificado 
Art. 121 – CPP: A conduta vai além do tipo básico. 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
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Fábio Carvalho de Oliveira 12
CÓDIGO PROCESSO PENAL 
 
Art. 18 – CP. Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. 
 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. 
 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 
Homicídio qualificado 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
I mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
 
II por motivo fútil; 
 
III com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, 
ou de que possa resultar perigo comum; 
 
IV à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido; 
 
V para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
Aumento de pena 
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo 
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 * Parágrafo alterado pela Lei nº 10.741, de 01.10.2003. 
 
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 * Parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.416, de 24.05.1977. 
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Fábio Carvalho de Oliveira 13
 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
Lesão corporal de natureza grave 
 
§ 1º Se resulta: 
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. 
 
§ 2º Se resulta: 
I - incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. 
 
Lesão corporal seguida de morte 
 
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
 
Diminuição de pena 
 
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 
Substituição da pena 
 
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
 
Lesão corporal culposa 
 
§ 6º Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
 
Aumento de pena 
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. 
* Parágrafo alterado pela Lei nº 8.069, de 13.07.1990. 
 
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
* Parágrafo alterado pela Lei nº 8.069, de 13.07.1990. 
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Fábio Carvalho de Oliveira 14
Crime de Perigo – Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da 
saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em 
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. 
 
* Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998. 
 
Omissão de socorro 
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente 
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza 
grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 
A omissão de socorro não é crime próprio do medico. Todos estão obrigados a prestar ajuda a quem 
necessita. O médico só está obrigado a atender quando há risco de morte. 
 
 
Constrangimento ilegal 
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, 
por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que 
ela não manda: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Aumento de pena 
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnemmais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
 
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
 
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I. a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II. a coação exercida para impedir suicídio. 
 
Proibir alguém a fazer algo que não esteja previsto em Lei ou impedir a fazer o que não esteja previsto 
 
Havendo risco de morte, o paciente mesmo lúcido não decide se deseja receber tratamento ou não, o médico 
está obrigado a prestar atendimento e tratar-lo adequadamente. Se não houver risco, o paciente possui direito 
de escolha. 
 
Não existe alta a revelia, se a doença é grave e o paciente evade e passa mal, o médico responde por omissão 
de socorro. 
 
 
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Violação do segredo profissional 
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. 
 
Crime Formal – Extorsão 
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou 
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: 
 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
 
Crime de Dano – Estelionato 
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo 
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: 
 
I. a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; 
 
II. a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou 
amigo íntimo; 
 
III. que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou 
de dano patrimonial imediato. 
 
Omissão de notificação de doença 
Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica 
Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem 
autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Falsidade ideológica 
Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 
3 (três) anos, e multa, se o documento é particular. 
 
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se 
a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
Falsidade de atestado médico 
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano. 
 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
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Lei nº 9.434, de 04 de Fevereiro de 1997 
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e 
tratamento e dá outras providências 
 
Dos Crimes: 
 
Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as 
disposições desta Lei: 
 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa. 
 
§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe: 
 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa. 
 
§ 2.º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido: 
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
 
Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa, de 100 a 200 dias-multa 
 
§ 3.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta para o ofendido: 
I - Incapacidade para o trabalho; 
II - Enfermidade incurável ; 
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa. 
 
§ 4.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte: 
 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa de 200 a 360 dias-multa. 
 
Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa. 
 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer 
vantagem com a transação. 
 
Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se tem 
ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei: 
 
Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa. 
 
Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido 
obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei: 
 
Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa. 
 
Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo 
único: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
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Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de 
entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
 
Lei nº. 9.263, de 12 de Janeiro de 1996, 
Regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece 
penalidades e dá outras providências 
 
Dos Crimes 
 
Art. 15. Realizar esterilização cirúrgica em desacordo com o estabelecido no art. 10 desta Lei. (Artigo 
vetado e mantido pelo Congresso Nacional) Mensagem nº 928, de 19.8.1997 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, se a prática não constitui crime mais grave. 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço se a esterilização for praticada: 
 
I durante os períodos de parto ou aborto, salvo o disposto no inciso II do art. 10 desta Lei. 
 
II com manifestação da vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de alterações na 
capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou 
incapacidade mental temporária ou permanente; 
 
III através de histerectomia e ooforectomia; 
 
IV em pessoa absolutamente incapaz, sem autorização judicial; 
 
V através de cesárea indicada para fim exclusivo de esterilização. 
 
Art. 16. Deixar o médico de notificar à autoridade sanitária as esterilizações cirúrgicas que realizar. 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
CÓDIGO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por 
sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
 
I. os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
 
II. o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
 
III. o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho 
que lhes competir, ou em razão dele; 
 
IV. os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
 
V. os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
 
 
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Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
 
I. no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
 
II. na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima. 
 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido 
prove haver sofrido. 
 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou 
se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes 
até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se 
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez. 
 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, 
no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do 
paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. 
 
 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
• Termo de Consentimento Esclarecido 
• Prontuário Eletrônico 
• Paciente Menor de Idade 
• Aprimore o Relacionamento Médico – Paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO 4 
 
DOCUMENTOS MÉDICO – LEGAIS 
 
É toda informação escrita, fornecida por um médico, em que relata matéria médica de interesse jurídico 
médico-legal; ele pode ser resultante de pedido da pessoa interessada (atestados / pareceres médico-legais) 
ou fruto do cumprimento de encargo deferido pela autoridade competente (relatórios). 
 
Na missão de informar às autoridades, o médico produz documentos que apresentam uma configuração que 
varia conforme a situação e a sua finalidade. São os chamados documentos médico-legais, e, assim eles são 
instrumentos escritos ou orais, tecnicamente elaborados, em atenção a solicitação da autoridade competente. 
 
 NOTIFICAÇÃO 
 ATESTADO 
 CONSULTA 
 PARECER 
 RELATÓRIO 
 DEPOIMENTO ORAL 
 DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Notificação 
É uma comunicação obrigatória, feita pelo médico às autoridades competentes de um fato profissional, por 
necessidade social ou sanitária, como acidentes de trabalho, doenças infecto-contagiosas, a morte encefálica 
à autoridade pública, quando em instituição de saúde pública ou privada, conforme a Lei 8.489, de 18 de 
novembro de 1992. 
 
Atestado: É uma simples declaração de matéria médica, de conseqüências jurídicas, prestada por pessoa 
legal e profissionalmente qualificada. É o documento mais elementar e resume-se na “declaração pura e 
simples, por escrito, de um fato médico e suas conseqüências”. 
 
É uma declaração sucinta das conseqüências de um fato médico que implicam providências administrativas, 
judiciárias ou oficiosas, relacionadas com o cliente. 
Nas palavras de Souza Lima, é a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas possíveis 
conseqüências. Somente os atestados que interessam à Justiça constituem documentos médico-legais. 
 
Finalidade 
 ADMINISTRATIVA, quando são exigidos pelas autoridades administrativas (servidor público); para 
efeitos de licenças, aposentadorias ou abono de faltas 
 
 JUDICIÁRIA, são atestados requisitados por solicitação da administração da Justiça; 
 
 OFICIOSO, são atestados solicitados por qualquer pessoa, quando fazem provas ou justificativas 
mais simples, como na ausência às aulas ou às provas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Fundamentação – Código de Ética Médica (CEM) 
É vedado ao médico: 
 
Art. 112. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou seu 
responsável legal. 
 
Parágrafo único. O atestado médico é parte integrante do ato ou tratamento médico, sendo o seu 
fornecimento direito inquestionável do paciente, não importando em qualquer majoração dos 
honorários. 
 
Art. 110. Fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não corresponda à 
verdade. 
 
Código Penal, Art. 302 e Parágrafo único. 
 
Relatório (auto e laudo): Narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma perícia médica 
determinada por autoridade policial ou judiciária a um ou mais profissionais anteriormente nomeados e 
comprometidos na forma da lei, é o documento resultante de atuação médica em Serviços Médico Legal, 
Repartição Oficial equivalente ou por determinação judiciária; o auto é feito perante a autoridade e o laudo 
redigido pelo perito após suas investigações. 
 
É a descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à solicitação da autoridade policial 
ou judiciária frente ao inquérito. 
 
Partes do laudo: 
• preâmbulo - com a qualificação dos peritos e indicação da autoridade requisitante e do processo a 
que se refere. 
 Identificação da autoridade requisitante; 
 Local, data e hora do exame; 
 Identificação dos peritos; 
 Identificação da vítima. 
 
• Quesitos – São as perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram 
origem ao processo. 
 No foro PENAL, são padronizados de modo a facilitar a caracterização dos diversos 
delitos e de circunstâncias atenuantes ou agravantes; 
 No foro CIVEL , não existem quesitos oficiais. 
 
• histórico e antecedentes - com referência ao fato ocorrido ou motivo que ensejaram a perícia, 
localizando-os no tempo e no espaço. 
 Responsabilidade exclusiva de quem informa; 
 Relato do fato pela vítima ou acompanhante; 
 Periciandos internados sem acompanhantes: relato da papeleta hospitalar. 
 
• descrição - trata-se da parte com maior relevância no laudo, pode se dizer, a mais importante; 
deverá informar minuciosamente e de forma precisa o objetivo da perícia, citando as partes 
lesivas em exame e utilizando métodos, esquemas, desenhos, gráficos, fotografias etc., 
mencionando exames externos e internos. 
 Parte mais importante para o perito; 
 Minuciosa, precisa e com método; 
 Visum et repertum 
 Todos os detalhes: 
 Identificar corretamente as regiões do corpo; 
 Localização, dimensão e características de todas as lesões. 
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• Discussão - quando o perito apresenta os diagnósticos, suas impressões pessoais, e comentários 
sobre o exame. 
 Debate entre o histórico e a descrição; 
 Opinião do perito sobre as várias possibilidades; 
 Raciocínio lógico e coerente, afastando hipóteses confusas; 
 Possíveis controvérsias de cada caso; 
 Confrontação de hipóteses. 
 
• Conclusão - deve conter a síntese do exame e da discussão. 
 Posição final após análise dos dados descritos e discutidos; 
 Síntese do ponto de vista do perito; 
 Baseada em elementos objetivos e comprovados; 
 Posição final procurada pelo solicitante da perícia. 
 
• Respostas aos Quesitos 
 Parte mais importante para as autoridades; 
 Quantificação do dano; 
 Respostas sucintas, claras; 
 Sim, Não, prejudicado “sem elementos”, dependendo de exame complementar; 
 Não devem conter explicações; 
 Quesito é para ser respondido e não questionado. 
 
Lesão Corporal 
 Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do (a) periciando (a) ? 
 Qual o instrumento, ação ou meio que a produziu? 
 Foi produzido por meio de veneno, fogo, asfixia, explosivo ou por meio insidioso ou cruel ? 
(resposta especificada); 
 Resultou perigo de vida ? 
 Resultou ou resultará incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias? 
 Resultou ou resultará debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou 
função ? (resposta específica); 
 Resultou ou resultará incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurável ou 
deformidade permanente ? 
 A vítima é menor de 14 anos ? 
 Há vestígios de tortura ? 
 
Terminado o Relatório 
 Os peritos devem assiná-lo. Primeiro que o fez é o relator. Após sua assinatura, o laudo é 
encaminhado ao perito revisor, que deve lê-lo com atenção, de modo a poder surpreender alguma 
incoerência, e, em seguida assiná-lo. 
 
 A data do exame pode constar do preâmbulo, estar no início da descrição, ou ser colocado antes 
das assinaturas finais. 
 
 
PARECER MÉDICO–LEGAL 
É a resposta dada à consulta Médico-Legal. Pode ser oferecido pelos próprios peritos que elaboraram o auto 
de exame em questão, ou até mesmo por outros peritos. 
 
É uma opinião, sobre determinados fatos médicos, quando uma consulta médico-legal envolve divergências 
importantes quanto à interpretação dos achados de uma perícia, de modo a impedir uma orientação correta 
dos julgadores, estes ou qualquer das partes interessadas no processo, podem solicitar esclarecimentos mais 
aprofundados a uma instituição cujo corpo técnico tem competência inquestionável, ou a um perito ou 
professor cuja autoridade na matéria seja reconhecida. 
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CONSULTA MÉDICO-LEGAL 
É o documento que exprime a dúvida e no qual a autoridade, ou mesmo um outro perito, solicita 
esclarecimentos por escrito sobre pontos controvertidos do relatório, em geral formulando quesitos 
complementares a um mestre em Medicina Legal, ou a uma instituição altamente conceituada. 
 
 
DEPOIMENTO ORAL 
É uma informação prestada, de viva voz, pelos peritos, perante a autoridade policial ou judiciária para 
prestar esclarecimentos acerca do que viram e descreveram e devem responder às perguntas que lhe forem 
que forem dirigidas por qualquer das partes e mesmo pelo juiz. 
 
 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
É através do atestado de óbito que se estabelece o fim da existência humana e da personalidade civil. É uma 
forma de garantir à família e à sociedade que não há possibilidade de alguém estar vivo, podendo-se 
processar legalmente a inumação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tortura, Lei 9.455/97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO 5 
 
PERÍCIA MÉDICO – LEGAL 
 
PERITOS E PERÍCIAS 
• CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Artigos 145 a 147 e 420 a 439 
 
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Artigos 158 a 184 
 
O exame de interesse judiciário, relatado em juízo, é a PERÍCIA e o examinador que a produziu é o PERITO. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PERITOS 
Do latim peritus. Aquele que sabe por experiência, hábil, instruído. (Código Penal, artigos 158 a 184) 
 
São pessoas técnicas, profissionais e especialistas que, a serviço da Justiça, mediante compromisso, 
esclarecem a respeito de assuntos próprios de suas profissões, emprestando o caráter técnico-científico. 
 
PERITOS OFICIAIS 
São aqueles cuja nomeação para o cargo decorre de aprovação em Concurso Público, tem Fé Pública. 
Os exames de corpo de delito serão feitos por 02 (dois) peritos oficiais (artigo 159 do CPP) 
 
São profissionais que realizam as perícias “em função de ofício”; trata-se de funcionário de repartição 
oficial, cuja atribuição precípua é exatamente a prática pericial; tal é a situação dos médicos do IML, do 
Manicômio Judiciário, etc. 
 
PERITOS AD HOC/ NOMEADO/ LOUVADO 
Não oficiais. 
 
Em determinadas localidades não há peritos oficiais para atenderem às perícias locais. Assim como preceitua 
o CPP em seu artigo 159 § 1°, serão designadas duas pessoas, idôneas, com diploma de curso superior, 
escolhidas preferentemente entre as que tiverem habilitação na área a que se destina a perícia. 
 
Em certas ocasiões, contudo, as autoridades judiciárias irão se servir de peritos não oficiais; pode se tratar de 
exame para o qual a organização pública não disponha de serviço próprio, ou de localidade onde não há 
ainda repartição adequada ou, ainda, de assunto novo e controvertido, a cujo respeito o Judiciário necessite 
de opinião de alto nível científico; o juiz, então se socorrerá de profissionais que lhe mereçam confiança; 
trata-se, agora, do “louvado” ou “nomeado”. 
 
ASSISTENTES TÉCNICOS 
Em questão cível, admite-se ainda a designação de “assistente técnico”, que são profissionais de confiança 
das partes em litígio, para acompanhar os exames realizados pelo perito do juízo onde tramita o processo, do 
qual poderão divergir; se houver divergência entre o perito e os assistentes técnicos, cada qual escreverá o 
laudo em separado, dando as razões em que se fundar. 
 
* ocorrendo à nomeação de peritos não oficiais e mesmo de assistentes técnicos, estes poderão ter 
honorários, os quais são arbitrados pelo juiz, após pedido do perito diretamente a ele; os peritos que 
faltarem com a verdade, respondem penal e civilmente por dolo ou culpa (art. 147 do CPC e 342 do CP). 
 
 
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FUNÇÃO DOS PERITOS 
 
PERITO – LEGISTA 
Realizar perícias em pessoas humanas, vivas ou mortas, inteiras ou em partes. Em sua quase 
totalidade necessita que tenham formação superior em medicina 
 
PERITO – CRIMINAL 
Realizar perícias em coisas (o cadáver é coisa) 
 
 
PERÍCIAS 
É o documento elaborado por perito e que passa a fazer parte integrante do processo, mas é apenas peça 
informativa. 
 
Classificação: 
 
Direta É a realizada pelo perito em contato direto com a pessoa ou material submetido a 
exame. 
 
Indireta É realizada pelo perito, levando-se em consideração dados fornecidos 
anteriormente sobre o fato. 
 
Contraditória É aquela em que há conclusões diversas a respeito da mesma matéria em exame; em matéria 
civil, o juiz pode determinar nova perícia (art. 437, CPC) ou prolatar a decisão (art. 436, CPC); em matéria 
penal, o juiz pode determinar que ambos os peritos ofereçam suas respostas, ou cada qual oferecerá laudo 
separadamente e determina que haja um terceiro perito, porém se acontecer divergências deste, determinará 
novo exame a outros dois peritos (art. 180, CPP) ou, ainda, acatar, ao julgar, o que achar conveniente para o 
processo (art. 182, CPP). 
 
CORPO DE DELITO 
É o conjunto dos elementos sensíveis de um ato ilícitoou é o conjunto de constituintes da materialidade do 
delito 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Do Exame do Corpo de Delito e das Perícias em Geral 
 
Art. 158 – Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Art. 159 – O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de 
diploma de curso superior. 
 
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação 
técnica relacionada com a natureza do exame. 
 
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
 
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e 
ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e 
elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. 
 
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§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: 
 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde 
que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados 
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo 
complementar; 
 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz 
ou ser inquiridos em audiência. 
 
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será 
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de 
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. 
 
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, 
poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente 
técnico. 
 
Art. 160. – Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e 
responderão aos quesitos formulados. 
 
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo 
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
 
Art. 161. – O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. 
 
Art. 162. – A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência 
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando 
não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da 
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância 
relevante. 
 
Art. 163. – Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e 
hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. 
 
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, 
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de 
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas 
necessárias, o que tudo constará do auto. 
 
Art. 164. – Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na 
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. 
 
Art. 165. – Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo 
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 
Art. 166. – Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo 
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-
se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e 
indicações. 
 
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados, 
que possam ser úteis para a identificação do cadáver. 
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Art. 167. – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
Art. 168. – Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a 
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe 
a deficiência ou retificá-lo. 
 
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, 
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. 
 
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
 
Art. 169. – Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade 
providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que 
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. 
 
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no 
relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
 
Art. 170. – Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova 
perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, 
desenhos ou esquemas. 
 
Art. 171. – Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por 
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios 
e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 
Art. 172. – Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que 
constituam produto do crime. 
 
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por meio dos 
elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. 
 
Art. 173. – No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo 
que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais 
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 
Art. 174. – No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: 
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for 
encontrada; 
 
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já 
tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver 
dúvida; 
 
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em 
arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser 
retirados; 
 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade 
mandaráque a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, 
esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa 
será intimada a escrever. 
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Art. 175. – Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes 
verificar a natureza e a eficiência. 
 
Art. 176. – A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência. 
 
Art. 177. – No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, 
no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 
 
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória. 
 
Art. 178. – No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-
se ao processo o laudo assinado pelos peritos. 
 
Art. 179. – No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos peritos 
e, se presente ao exame, também pela autoridade. 
 
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser datilografado, será 
subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos. 
 
Art. 180. – Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e 
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um 
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. 
 
Art. 181. – No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou 
contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. 
 
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros 
peritos, se julgar conveniente. 
 
Art. 182. – O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 
Art. 183. – Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no art. 19. 
 
Art. 184. – Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia 
requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO 6 
 
ANTROPOLOGIA FORENSE E IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
É o conjunto de propriedade e características que tornam alguém essencialmente diferente de todos os 
demais, com quem se assemelhe ou possa ser confundido; pode se cogitar da identidade de objetos e das 
coisas, mas agora nos interessa a identidade de pessoas. 
 
Reconhecimento implica “conhecer de novo”, ou seja, verificar utilizando os órgãos dos sentidos, 
principalmente a visão (e a memória), se a pessoa que estamos vendo, corresponde àquela que estamos 
procurando. Consiste em um reconhecimento técnico, objetivo; de comprovação passível de ser analisada e 
comprovada por pessoas diferentes. 
 
Quando um indivíduo comete um delito, é ele que deve ser preso; é sobre ele e não outrem que deve cair a 
sanção penal. Em Criminalística, Identificação é a arte de estabelecer a identidade de uma pessoa ou de uma 
coisa procurada pela Justiça para o esclarecimento de um fato que a ela interessa. 
 
Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto-IML AP 
• Necessidade de utilizar-se o reconhecimento como elemento de prova de identificação. 
• Grande parcela da população não possui documentos de identidade. 
• Trocas de cadáveres e reconhecimento errado. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO 
É o processo, método ou técnica, usado para evidenciar as propriedades exclusivamente individuais; são 
processos destinados a determinar a identidade de uma pessoa ou coisa. 
Genérica – quando se preocupa em estabelecer a idade, a raça, o sexo, a estatura etc. 
 
Específica – quando se preocupa em determinar quem é a pessoa ou a coisa. 
 
Identidade é a qualidade de ser a mesma coisa (ou a mesma pessoa) e não diversa. Para que se possa provar 
que uma determinada pessoa é aquela e não outra, inúmeras técnicas são utilizadas. Assim, a identificação é 
o método utilizado para se conhecer a identidade. É muito importante que se entenda que a identificação será 
tão mais correta, quanto mais exatos forem os registros anteriores que serão usados para o confronto futuro. 
 
A Evolução do Processo de Identificação 
• Código de Hamurabi 
 
• Dos caldeus e babilônios: identificação dos criminosos através de sinais de amputação da orelha, 
do nariz, dos dedos, etc. 
 
• França 
 Ferrar os ladrões no rosto ou na escápula. 
 
PROCESSO IDENTIFICADOR 
Implica três tempos: 
• obtenção de um primeiro registro; 
• obtenção de um segundo registro; 
• estabelecimento de um juízo de comparação. 
 
 
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A IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL 
ESPÉCIE 
Ossos (formas, microscopia) e sangue (microscopia). 
 
RAÇA 
Caucásico, Mongólico, Negróide, Indiano e Australóide. 
 
SEXO 
Genético, cromossomial, psíquico, morfológico,jurídico. 
 
IDADE 
Em Medicina Legal na maioria dos casos onde se faz necessária a decisão pericial, os ossos e os dentes 
prestam a maioria das informações ao especialista. 
 
Desde os pontos de ossificação do feto, do adolescente e do adulto; os ossos participam de modo importante 
desta análise. 
 
A radiografia das epífises, isto é, extremidades dos ossos, notadamente, dos ossos de punho, entre tantos 
outros, tem grande utilidade em exames deste tipo. 
 
 
TRAÇO BIOLÓGICO – Requisitos Essenciais a Serem Obedecidos pelos Métodos de Identificação 
 
• Unicidade ou Individualidade O traço que se estuda deve ser exclusivo, isto é único e os 
elementos escolhidos para a composição da ficha sinalética 
precisam distinguir cada elemento de todos os demais. Todos os 
indivíduos de todas as raças possuem impressões digitais. 
 
• Perenidade ou Imutabilidade O traço biológico não deve sofrer modificações permanentes, 
ao longo da vida; podem, no entanto, ocorrer alterações 
temporárias. 
 
� Perenidade: desde o sexto mês de vida fetal, o indivíduo possui desenhos digitais 
que só desaparecerão com a putefração da pele. 
 
� Imutabilidade: o desenho não se altera durante a existência do indivíduo; devem 
resistir à ação da idade, à doença, aos estímulos exteriores, aos artifícios. 
 
• Praticabilidade/ Praticidade: O método de análise do traço deve ser prático, simples de ser 
avaliado, rápido e de baixo custo 
 
• Variabilidade e classificabilidade: O método deve ter uma classificação que pode ser encontrada a 
qualquer tempo. Os desenhos digitais podem ser facilmente 
classificados para o arquivamento (fórmula datiloscópica). Um 
desenho digital só é igual a ele mesmo, variam de dedo para 
dedo e de pessoa para pessoa. 
 
 
Deve ser realizado confronto entre os registros (1° registro, 2° registro) 
 
 
 
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MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DE COISA OU PESSOA 
 
• fotografia 
 
• tatuagens 
 
• retrato falado 
 
• estigmas/ cicatrizes 
 
• associação de métodos 
 
• antropometria - baseia-se na aplicação de caracteres do ser humano como idade, peso, estatura, 
estrutura óssea, medidas (antropometria) para identificar a pessoa. 
 
• arcada dentária A identificação pela arcada dentária é algo relevante, principalmente em se tratando 
de cadáveres carbonizados ou esqueletizados, para tanto, é preciso dispor de uma ficha dentária 
fornecido pelo dentista da vítima. 
 
• Superposição Crânio-Facialpor Vídeo – Modernamente, com as técnicas de reprodução de 
imagens de raios-X em fotografia, vídeo e computadores, avanços em computação gráfica, a 
possibilidade de novas técnicas é promissora e viável. 
 
• Impressão Digital Genética do DNA – O estudo do genoma humano desenvolveu a hemogenética 
médico-legal. Além das perícias de investigação do vinculo genético da paternidade, abriu-se um 
novo campo na criminalística. A análise de vestígios humanos pode trazer grande contribuição no 
interesse pericial, através dos marcadores genéticos e da aplicação do polimorfismo do DNA - Ácido 
Desoxirribonucléico, é a proteína da célula do: 
♦ sangue 
♦ sêmen 
♦ saliva 
♦ pêlos 
 
� Dificuldades para realização do exame: 
� Financeiro 
� banco de dados 
� metodologia 
� fundamentos 
� legislação 
� processual 
 
ARTIGOS 5º E 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL 
Quanto à finalidade dos trabalhos realizados pelos Institutos de Identificação, divide-se em civil e criminal. 
 
A Datiloscopia civil é a que tem como objetivo a identificação de pessoas para fins civis. Na área oficial é 
empregada na expedição de documentos, tais como: cédula de identidade civil, militar e funcional. Poderá, 
ainda, ter a sua aplicação na área particular para possibilitar a identificação funcional e de clientes tais como 
nas empresas bancárias, engenharia, metalúrgica, etc. 
 
A Datiloscopia criminal é a que trata da identificação de pessoas indiciadas em inquéritos ou acusadas em 
processos. Tem ainda, como finalidade, o levantamento de impressões digitai em 
locais de crime e a apurar a reincidência do indiciado, bem como a identificação de cadáveres. 
 
A Datiloscopia criminal da clinica deve-se exclusivamente a uma perícia medica por auto mutilações das 
terceira falange, ou dedos (mão(s)) Dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil (de 1988): 
“Artigo 5º - parágrafo LVIII _ o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei;” (Verificar Lei de Registros Públicos : Lei nº 6015, de 13/12/1973). 
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DATILOSCOPIA 
É o estudo dos desenhos formados pelas papilas dérmicas ao nível das polpas digitais; esse realmente 
método científico e atende a todos os requisitos exigidos de método científico, como a perenidade e 
imutabilidade, a variabilidade e classificabilidade, a praticabilidade e a unicidade; as figuras fundamentais 
do “Sistema Dactiloscópico Vucetich”, processo de identificação que foi lançado em 1891 e instituído 
oficialmente no Brasil em 1903. Por Juan Vucetich. É a ciência que se propõe a identificar as pessoas, 
fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas 
cristas papilares das extremidades digitais. 
 
1-Desenho Digital 
Conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos 
 
2-Impressão Digital 
Reverso do desenho, linhas brancas e pretas sobre determinado suporte. 
 
3-Delta 
Pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro de três sistemas de linhas. 
A presença de um, dois ou nenhum delta, numa impressão digital, estabelece os quatro tipos 
fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Vucetich. 
 
4-Verticilo 
• tem dois deltas, sendo um à direita e outro à esquerda do observador 
• as linhas nucleares ficam encerradas entre os dois deltas, assumindo configurações 
variadas 
 
5-Presilha Externa 
• Presença de um delta à esquerda do observador 
• núcleo voltado em sentido contrário ao delta. 
 
6-Presilha Interna 
Presença de um delta à direita do observador e do núcleo voltado para a esquerda. 
 
7-Arco 
• Ausência de deltas e núcleo 
• as linhas atravessam o campo da impressão de um lado para o outro, assumindo 
forma mais menos abaulada 
 
 
 
Ilustração 2 - Tipos fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Juan Vucetich 
 
Tipos fundamentais de Jean Vucetich e seus símbolos e fórmulas : Os tipos fundamentais de Vucetich 
são representados, abreviadamente, por meio de símbolos, a saber: 
 
Arco A = 1 
 
Presilha interna I = 2 
 
Presilha externa E = 3 
 
Verticilo V = 4 
Cicatriz X 
 
Amputação O 
 
Estes dois símbolos são empregados em qualquer dedo. 
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É disposta sob forma de fração ordinária em que o numerador representa os dedos da mão direita e o 
denominador os dedos da mão esquerda. 
 
Exemplo: 
V-3434 => (mão direita) 
 
I-2332 => (mão esquerda) 
 
Observe que, no numerador, há cinco símbolos; correspondem aos cinco dedos da mão direita; o mesmo 
ocorre com o denominador cujos símbolos representam os dedos da mão esquerda. 
 
Na fórmula, os símbolos representam os dedos na sua ordem natural, isto é: polegar, indicador, médio, 
anelar, mínimo. 
 
Para identificação de impressões digitais é necessário: 
Que haja coincidência de doze pontos característicos, no mínimo, idênticos e com a mesma localização. No 
serviço de Identificação e na Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo, é 
usada a seguinte nomenclatura: 
 
• Ponto: é um pequeno pedaço de crista papilar; 
 
• Ilhota: relativamente, quatro vezes o tamanho do ponto; 
 
• Cortada: proporcional ao dobro de uma ilhota; 
 
• Bifurcação: é uma linha que se divide em duas; 
 
• Confluência: são duas linhas que se unem; 
 
• Encerro: é uma crista papilar que se contorna um espaço, e retorna ao rumo de origem; 
 
• Crochê ou Haste: é um pequeno pedaço de crista papilar, ligado à extremidade de uma maior; 
 
• Anastomose: são duas cristas papilares unidas por um pedaço mais ou menos no centro 
(assemelha-se à letra H); 
 
• Extremidade de Linha: Como o próprio nome já diz, é qualquer ponta de crista papilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 3 - Pontos característicos 
 
 
Observação : Quanto às demais impressões papilares (palmares e plantares) não há possibilidade de serem 
encontradas nos arquivos, pois, essas impressões não são arquivadas; nestes casos, procede-se por confronto, 
que consiste na simples comparação da impressão palmar ou plantar encontrada no local de crime com a do 
suspeito. 
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Há estudos e projetos no intento de digitalizar as impressões digitais, iniciando-se pelas digitais de 
criminosos. 
 
 
LEI Nº 8069, DE 13 DE JULHO DE 1990 
Estatuto da criança e do adolescente prevê que ficam os Hospitais Públicos ou Privados na obrigação de 
manter pelo prazo mínimo de 18 anos, os meios capazes de identificar o recém-nascido, mediante o registro 
de sua impressão digital ou plantar e da identificação da mãe. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA 
É o modelo de identificação utilizado, na rotina, pela polícia e pela justiça. 
 
FOTOGRAFIA SIMPLES 
Ainda em voga nas cédulas de identidade. 
Inconvenientes: Dificuldade em classificação, alterações dos traços, sósias, etc. 
 
RETRATO FALADO 
Pela memória, são relatados detalhes mais importantes da fisionomia. Já existem fichas e programas de 
computador. 
 
 
DOCUMENTOSCOPIA 
 
Como considerar um documento tecnicamente seguro: 
É aquele cuja composição proveniente de matéria-prima composta por fibras vegetais de alta qualidade e 
com inserção de elementos de segurança,( Marca d’água ou Filigrana, Calcografia, Fibras de Segurança, 
fibras visíveis , fibras invisíveis , Fios ou Fitas de Segurança, Imagem Fantasma. 
 
Forma de Coleta de Material Padrão Para Exame - Grafotecnia 
Para a solicitação de exames grafotécnicos junto ao IC, é necessária a coleta de material (padrão) para 
confronto com aquele que está sob suspeita de falsificação. 
 
Para se coletarem amostras, ou grafismos, recomenda-se olançamento de 20 (vinte) amostras de um mesmo 
grafismo, normalmente sob ditado. 
 
A coleta do referido material obedece os seguintes requisitos: 
 
1. autenticidade: São os padrões de origem certa e incontestável; 
 
2. adequabilidade: São os padrões produzidos nas mesmas condições que a peça questionada; 
 
3. contemporaneidade: Os padrões devem ser produzidos na mesma época que os questionados; 
 
4. quantidade: Número de coletas gráficas suficientes para se proceder ao cotejo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPITULO 7 
 
TANATOLOGIA 
 
É a parte da Medicina Legal que estuda a morte e suas conseqüências jurídicas. 
 
A Tanatologia Forense é o ramo das ciências forenses que partindo do exame do local, da informação acerca 
das circunstâncias da morte, e atendendo aos dados do exame necrópsico, procura estabelecer: 
• Identificação do cadáver 
• Mecanismo da morte 
• Causa da morte 
• Diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, suicídio, homicídio ou morte de causa natural). 
 
Estes são os objetivos mais importantes da Tanatologia Forense, nem sempre fáceis de atingir. As 
dificuldades que se colocam ao médico que é responsável pela autópsia são por vezes muitas e de natureza 
muito diversa. 
 
Nem sempre é possível estabelecer a identificação. Em casos em que os cadáveres são encontrados em 
avançado estado de decomposição, que não são procurados (nem por familiares, nem por forças policiais) e 
em que não há qualquer informação sobre o caso, pode não se chegar à sua identificação. 
 
Nem sempre é possível chegar a um diagnóstico sobre a causa da morte. Há mortes cuja causa permanece 
indeterminada mesmo depois da autópsia médico-legal. Em qualquer serviço de Tanatologia Forense, apesar 
da experiência dos médicos que fazem a autópsia, da possibilidade de recurso a todos os meios auxiliares de 
diagnóstico adequados ao caso em estudo, haverá sempre mortes em que não é possível esclarecer a sua 
causa, tendo que se concluir, por morte de causa indeterminada. Alguns estudos revelam que a percentagem 
de mortes de causa indeterminada, mesmo depois de realizada a autópsia médico-legal, varia de centro para 
centro, mas pode rondar valores entre os 4 -10%. 
 
Noutros casos, apesar de se identificar a causa de morte (ex. traumatismo craniano) não é possível fazer um 
diagnóstico diferencial médico-legal. Não há dados suficientes para que se possa afirmar que estamos 
perante um caso de acidente, de suicídio ou de homicídio. 
 
Isto acontece com alguma freqüência, e a explicação pode residir na falta de informação adequada 
(informação policial, clínica, social, etc.); ou num exame inadequado do local e das circunstâncias em que 
ocorreu a morte, ou numa autópsia mal conduzida ou realizada por médico pouco experiente nesse tipo de 
casos. 
 
À Tanatologia Forense interessa desde logo o exame do local, as circunstâncias que rodearam a morte, 
interessa também uma informação clínica o mais detalhada possível com referência ao resultado de exames 
complementares, interessa o estudo minucioso do cadáver e os exames complementares que se entendam 
realizar no decurso da autópsia, por forma a poder-se elaborar um relatório que será enviado à autoridade 
judicial que requisitou a autópsia. 
 
A morte poder-se-á definir como a cessação total e permanente das funções vitais; alguns autores afirmam 
que não é um momento, é um processo que se vai desenrolar ao longo do tempo. 
 
Numa perspectiva médico-legal este processo vai-se arrastar no tempo e dá lugar ao aparecimento de um 
conjunto de fenômenos que são objeto de estudo, de interpretação e que muitas vezes se revelam 
importantíssimos na investigação criminal, os fenômenos post-mortem. 
 
 
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MORTE 
É a cessação dos fenômenos vitais, por parada das funções cerebral, respiratória e circulatórias, com 
surgimento dos fenômenos abióticos, lentos e progressivos, que causam lesões irreversíveis nos órgãos e 
tecidos. 
 
MODALIDADES DO EVENTO MORTE 
• Morte aparente – estados patológicos do organismo simulam a morte, podendo durar horas, sendo 
possível a recuperação pelo emprego imediato e adequado de socorro médico. 
 
• Morte relativa – estado em que ocorre parada efetiva e duradora das funções circulatórias, 
respiratórias e nervosas, associada à cianose e palidez marmórea, porém acontecendo a reanimação 
com manobras terapêuticas. 
 
• Morte absoluta ou morte real – estado que se caracteriza pelo desaparecimento definitivo de toda 
atividade biológica do organismo, podendo-se dizer que parece uma decomposição. 
 
NATUREZA DO EVENTO MORTE 
 
morte natural – aquela que sobrevém por causas patológicas ou doenças, como malformação na vida 
uterina. 
 
morte suspeita – aquela que ocorre em pessoas de aparente boa saúde, de forma inesperada, sem 
causa evidente e com sinais de violência definidos ou indefinidos, deixando dúvida quanto à natureza 
jurídica, daí a necessidade da perícia e investigação. 
 
morte súbita – aquela que acontece de forma inesperada e imprevista, em segundos ou minutos. 
 
morte agônica – aquela em que a extinção desarmônica das funções vitais ocorre em tempo longo e 
neste caso, os livores hipostáticos formam-se mais lentamente. 
 
morte reflexa – aquela em que se faz presente a tensão emocional, ou seja, uma irritação nervosa 
(excitação) de origem externa, exercida em certas regiões, provoca, por via reflexa, a parada definitiva 
das funções circulatórias e respiratórias. 
 
morte violenta – aquela que resulta de ação exógena e lesiva, mesmo tardiamente no organismo; 
ocorre em razão de práticas criminosas ou acidentais e na infortunística (relações de trabalho), 
podendo ser: morte acidental, morte criminosa, morte voluntária ou suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Midríase - Dilatação da pupila. No cadáver, o reflexo pupilar é 
perdido logo que o tronco cerebral sofre a falência isquêmica. As 
pupilas geralmente ficam em posição moderadamente dilatadas, 
devido ao relaxamento do músculo pupilar, embora alterações 
posteriores possam acontecer, decorrentes do rigor mortis. No vivo, 
muitas drogas podem causá-la, tais como anfetaminas, maconha, 
cocaína, clorofórmio e outras, além de lesões do sistema nervoso. 
Região dorsal, mostrando os livores cadavéricos, manchas vinhosas 
que constituem sinal de certeza da morte. Com a parada da circulação, 
o sangue se deposita na luz dos vasos, nas regiões mais inferiores. 
Sinal de Sommer e opacificação da córnea - O Sinal de Sommer 
aparece na metade temporal do olho e é oriundo da desidratação da 
esclerótica tendo a forma circular de cor amarelada que vai se 
tornando azulada e depois enegrecida. Esse sinal nada mais é que a 
visualização por transparência da coróide. O processo tem início de 2 
a 3 horas tornando-se negra em 6 horas 
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INUMAÇÃO 
Consiste no sepultamento do cadáver, ou seja, corpo morto enquanto conservar aparência humana, quando 
não tiver aparência humana (completa decomposição) será denominado restos mortais em decomposição, o 
arcabouço ósseo é esqueleto e cinzas. Múmias não são cadáveres. 
 
Os sepultamentos não se processarão antes das 24 horas, nem após 36 horas da morte, com exceção dos 
óbitos por moléstia infecciosa grave, epidemias, conflitos armados e cataclismos. 
 
• Nas mortes violentas há obrigatoriedade de necropsia. 
• Natimorto (feto expulso) é considerado cadáver. 
• Feto com mais de 180 dias de vida intra-uterina (feto viável) é considerado cadáver. 
• Feto com mais de 21 semanas ou menos não será considerado cadáver, portanto não será

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