Buscar

Seguridade Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Social
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
Prof. Vinícius Dittrich
1a Edição
Seguridade
Elaboração:
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
Prof. Vinícius Dittrich
Copyright © UNIASSELVI 2020
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso, em 
que trataremos as questões inerentes à Seguridade Social.
Na Unidade 1, nós iremos iniciar nossos estudos abordando o conceito e os 
fundamentos da Seguridade Social, buscando compreender este ramo do direito e 
refletir sobre sua importância enquanto um sistema de proteção social. Nesta unidade, nós 
iremos também buscar compreender como se deu a evolução histórica da Seguridade 
Social no mundo, as principais teorias e como está o panorama atual.
Na Unidade 2, nós estudaremos a Teoria Geral do Direito da Seguridade Social, 
tópico fundamental para entender seus elementos basilares, como o tripé da Seguridade 
Social: Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Além disso, abordaremos os 
princípios constitucionais da Seguridade Social e os seus princípios interpretativos, 
ou seja, aquelas concepções que norteiam a interpretação das normas jurídicas desta 
seara, bem como o planejamento, implementação, execução e fiscalização de suas 
políticas e ações.
 Além disso, conheceremos os principais benefícios disponíveis no âmbito da 
Seguridade Social: o benefício de prestação continuada – BPC (LOAS); o Aluguel Social, 
o Bolsa Família, o seguro-desemprego e a pensão especial aos portadores da Síndrome 
da Talidomida. 
Em nossa terceira e última unidade, iremos estudar o sistema de financiamento 
da Seguridade Social, que, conforme previsto na Constituição Federal, é um dever 
imposto a toda sociedade. Afinal, quais são as formas de contribuição para o custeio da 
Seguridade Social? Quem gesta? Estas e outras perguntas conseguiremos responder 
em nosso percurso.
 Por fim, trataremos também de alguns tópicos especiais com exceções, 
inadimplementos e aspectos tributários da seguridade social
Pronto para começar mais esta jornada em seu percurso formativo? Então 
vamos lá!
 Bons estudos!
Prof. Vinícius Dittrich
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL ......... 1
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL .................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL ................................................................................3
3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL .......................................................................8
3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 10
3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................. 10
3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS ......................................................................................................... 11
3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES ..................................................................................................................... 13
3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS.................................................................................................................... 13
3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES ........................................................................................................ 13
3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS ...................................................... 14
3.8 JURISPRUDÊNCIA .............................................................................................................................. 14
4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL ...........................................................14
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................. 16
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 22
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO .............................................................. 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 25
2 TEORIASCLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................................................... 25
2.1 O MODELO BISMARCKIANO DE SEGURIDADE SOCIAL...............................................................29
2.2 O MODELO BEVERIDGIANO DE SEGURIDADE SOCIAL ..............................................................30
3 PANORAMA ATUAL DA SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO............................................ 32
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 34
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 — A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL .............................................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 A EVOLUÇÃO CONSTITUCIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ...................... 45
2.1 A LEI ELOY CHAVES COMO MARCO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL .......................... 47
2.2 A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ........................................... 48
2.3 A LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL ...................................................................................51
3 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL ........ 52
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................59
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — TEORIA GERAL DO DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL ............................. 65
TÓPICO 1 — DA SEGURIDADE SOCIAL ................................................................................67
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67
2 O TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL: ASSISTÊNCIA, PREVIDÊNCIA E SAÚDE ................67
2.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL .........................................................................................................................69
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL .......................................................................................................................70
2.3 SAÚDE ..................................................................................................................................................70
3 DIFERENÇAS ENTRE PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL ......................... 71
4 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DISPONÍVEIS NO ÂMBITO DA SEGURIDADE SOCIAL 
EM SEDE DE ASSISTÊNCIA ..............................................................................................73
4.1 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC (LOAS) ......................................................... 74
4.2 ALUGUEL SOCIAL ............................................................................................................................... 75
4.3 BOLSA FAMÍLIA ................................................................................................................................... 76
4.4 PENSÃO ESPECIAL AO PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA ................................78
4.5 SEGURO-DESEMPREGO .................................................................................................................. 80
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 83
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................ 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 93
2 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS GERAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ...................... 93
2.1 PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE .......................................................................................................94
2.2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO......................................................................................................95
2.3 PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO .................................................................96
2.4 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ...................................................................... 97
3 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS DA SEGURIDADE SOCIAL ............ 98
3.1 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E DE ATENDIMENTO ..............................99
3.2 PRINCÍPIO DA PRÉVIA FONTE DE CUSTEIO OU REGRA DE CONTRAPARTIDA .......................100
3.3 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E 
SERVIÇOS ENTRE AS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS ......................................................101
3.4 PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E 
SERVIÇOS ............................................................................................................................................102
3.5 PRINCÍPIO DA EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO CUSTEIO .............................103
3.6 PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO ...............................................104
3.7 PRINCÍPIO DO CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO POR 
MEIO DA GESTÃO QUADRIPARTITE ...............................................................................................105
3.8 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL .............................................................106
3.9 PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ......................................... 107
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117
2 PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL ..........................................117
2.1 PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM E ULTRATIVIDADE .......................................................118
2.2 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE ...............................................................................................118
2.3 PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA CONSTITUCIONAL ..................................119
2.4 PRINCÍPIO DA RETROSPECTIVIDADE ...........................................................................................119
2.5 PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS .......................... 120
2.6 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO SOCIAL ...............................................................................................120
2.7 PRINCÍPIO DO DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO ........................................................................121
2.8 PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DA TUTELA PREVIDENCIÁRIA ..............................................121
2.9 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA SEM AMPARO LEGAL .......122
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................123
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 131
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................132
UNIDADE 3 — FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL .............................................135
TÓPICO 1 — RELAÇÃO JURÍDICA DE CUSTEIO................................................................. 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 137
2 DEFINIÇÃO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL .................................................................... 137
3 AUTONOMIA DA RELAÇÃO DE CUSTEIO........................................................................142
4 OS CONSELHOS DE GESTÃO DESCENTRALIZADA DA SEGURIDADE SOCIAL ...........143
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................155
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................156
TÓPICO 2 — ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES PARA O CUSTEIO DA 
SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................159
2 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL PREVIDENCIÁRIAS ................................160
3 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL NÃO PREVIDENCIÁRIAS ........................ 161
4 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL RESIDUAIS E GERAIS ............................163
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE EXCEÇÕES, INADIMPLEMENTOS E 
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA SEGURIDADE SOCIAL ...................................................... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173
2 HIPÓTESES DE MORATÓRIA, ANISTIA, REMISSÃO E IMUNIDADES DAS 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ................................................................................................ 173
3 HIPÓTESES E CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO DAS 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ................................................................................................180
4 COMENTÁRIOS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 
DAS CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL.....................................................182
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................194
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................195
1
UNIDADE 1 - 
FUNDAMENTOS E 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA 
SEGURIDADE SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é a Seguridade Social, por meio de seus conceitos e fundamentos;
• delinear a natureza jurídica da Seguridade Social;
• estabelecer a evolução histórica da Seguridade Social no mundo;
• compreender a evolução histórica da Seguridade Social no Brasil;
• estimular a reflexão acerca da importância da Seguridade Social enquanto um 
sistema de proteção social;
• desenvolver um olhar crítico acerca da Seguridade Social, compreendendo seu pa-
norama atual.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
TÓPICO 2 – A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO
TÓPICO 3 – A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CONCEITO E FUNDAMENTOS DA 
SEGURIDADE SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada que se inicia. 
Neste primeiro tópico iremos estudar o conceito e os fundamentos da 
Seguridade Social. Veremos a sua natureza jurídica e em que ramo do direito, enquanto 
ciência jurídica, a Seguridade Social estaria vinculada.
 A Seguridade Social é um importante sistema de proteção social, composta por 
serviços e benefícios sociais que visam o bem-estar da sociedade. Uma dúvida muito 
comum que temos é sobre as semelhanças e diferenças da Previdência Social, pois 
frequentemente vemos a Seguridade Social e a Previdência Social sendo tratadas como 
sinônimos, mas não são.
Nesta caminhada iremos descobrir juntos estas e outras questões fundamentais 
para compreendermos o universo da Seguridade Social, este importante instrumento 
de concretização de direitos fundamentais, essenciais para efetivação da cidadania 
e dignidade da pessoa humana, visando a formação de uma sociedade livre, justa e 
solidária.
Você vai ver que Seguridade Social é um tema muito mais empolgante e 
interessante do que poderia imaginar. 
Está preparado para iniciar esta jornada de conhecimento? O início da caminhada 
está a uma página de distância. Vamos lá?
2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL
O conceito de Seguridade Social, em uma primeira análise e, por assim dizer, 
em uma definição mais ortodoxa, é naturalmente aquele previsto constitucionalmente, 
no artigo 194 da Carta Magna, que a define como um “conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, previdência social e assistência social”.
4
O artigo 6ᵒ da Constituição Federal, diz que são direitos sociais: a educação, 
a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, 
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988).
Assim, podemos concluir já nestas primeiras linhas de nossos estudos que a 
Seguridade Social é um conceito muito mais amplo do que o de Previdência Social, 
muito embora estes termos sejam utilizados com frequência, inclusive pela melhor 
doutrina jurídica, como se fossem sinônimos, mas não são. 
A Seguridade Social, como bem delineado pelo próprio texto constitucional, é um 
gênero que contempla três espécies: a saúde, a assistência social e a previdência social. 
Este é o chamado tripé da seguridade social ou tríplice aspecto da seguridade social.
A Previdência Social é, portanto, uma espécie dentro do gênero Seguridade 
Social, sendo esta última muito mais abrangente do que a primeira. Desde já, entenda 
e lembre-se de que a única dentre estas três espécies que exige, obrigatoriamente, 
a chamada contraprestação pecuniária – ou seja, você precisa contribuir/pagar para 
utilizar – é a previdência social. 
Por outro lado, a saúde e a assistência social, independem de contribuição, 
pagamento ou contraprestação, são de acesso livre, universale gratuito. A maior parte 
da doutrina resume estes termos “contribuição, pagamento ou contraprestação” como 
“contributivo” ou “não contributivo”. Ou seja, enquanto a previdência social obedece a todo 
um sistema contributivo, a saúde e a assistência social são “não contributivos”, porque 
independem de qualquer “contribuição” direta por parte do cidadão, ou seja, pagamento.
Naturalmente, nada é “de graça”. Muito embora o cidadão não necessite 
contribuir diretamente para acessar os serviços de saúde e assistência social, existe um 
sistema de financiamento destes serviços, que inclui contribuições indiretas de toda a 
sociedade e do Estado.
 
Seja como for, para fins doutrinários e inclusive frente a questões de provas de 
concursos ou exame de ordem, por exemplo, a regra é de que saúde e assistência social 
são sistemas não contributivos, enquanto somente a previdência social é um sistema 
contributivo. É muito importante que você tenha isto muito bem fixado.
Bradbury (2020, p. 6) nos ajuda a compreender melhor o conceito de Assistência 
Social e seus aspectos: 
Assim, podemos definir a Seguridade Social como o conjunto de 
políticas públicas governamentais e ações da sociedade civil voltadas 
para o desenvolvimento de direitos relacionados à saúde, previdência 
e assistência social. [...] Verifica-se, assim, que a Seguridade Social, 
tem os seus três ramos (saúde, assistência e previdência social) 
previstos expressamente no art. 6ᵒ da CF/1988, como direitos sociais 
5
de segura geração ou dimensão, os quais foram assegurados pelo 
Estado do Bem-Estar Social, que busca implementar a seguinte 
premissa lógica: “é preciso ter para ser”, ou seja é necessário ter, 
materialmente, um mínimo de direitos assegurados e realizados, 
para que o indivíduo possa ser, realmente, um cidadão. Os direitos 
de segura geração ou dimensão se situam, desta maneira, no 
plano do ter, de conteúdo econômico e social e almejam melhorar 
as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado 
uma atuação positiva (obrigação de fazer) em prol dos explorados, 
compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao 
lazer, à educação, à moradia e à previdência social.
A definição trazida por Bradbury (2020, p. 6) deixa bastante claro que a 
Seguridade Social tem por função garantir a dignidade da pessoa humana, cercando-a 
por três aspectos absolutamente fundamentais, quais sejam, a saúde, a assistência 
social, e a previdência social, que beneficiam os cidadãos durante todas as etapas de sua 
vida, garantindo-lhe o mínimo existencial, em busca do estabelecimento e manutenção 
de uma ordem de bem-estar social, ainda tão almejada pela sociedade brasileira. 
O esquema a seguir ilustra bem a Seguridade Social com gênero, que tem 
intersecções com as suas espécies: saúde, assistência e previdência. Note que as 
espécies não se intersecionam entre si, mas somente com a Seguridade Social:
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DO TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Os autores
São, portanto, espécies, bastante distintas umas das outras. Vale transcrever 
um trecho da obra de Santos (2019, p. 269), que ensina:
A solidariedade é o fundamento da seguridade social. Pela definição 
constitucional, a seguridade social compreende o direito à saúde, à 
assistência social e à previdência social, cada qual com disciplina 
constitucional e infraconstitucional específica. Trata-se de normas 
de proteção social, destinadas a prover o necessário para a 
6
sobrevivência com dignidade, que se concretizam quando o indivíduo, 
acometido de doença, invalidez, desemprego, ou outra causa, não 
tem condições de prover seu sustento ou de sua família. É com a 
proteção dada por uns dos institutos componentes da seguridade 
social que se garantem os mínimos necessários à sobrevivência com 
dignidade, à efetivação do bem-estar, à redução das desigualdades, 
que conduzem à justiça social. As mutações sociais e econômicas 
decorrentes do avanço tecnológico conduzem a novas situações 
causadoras de necessidades, fazendo com que a proteção social 
tenha que se adequar aos novos tempos. O art. 194, parágrafo único, 
da CF, permite que se expanda a proteção e, consequentemente, 
também o seu financiamento. Deseja a Constituição que todos 
estejam protegidos, de alguma forma, dentro da seguridade social. E a 
proteção adequada se fixa em razão do custeio e da necessidade. Assim, 
se o necessitado for segurado da previdência social, a proteção social 
será dada pela concessão do benefício previdenciário correspondente 
à contingência-necessidade que o atingiu. Caso o necessitado não 
seja segurado de nenhum dos regimes previdenciários disponíveis, 
e preencha os requisitos legais, terá direito à assistência social. 
Todos, ricos ou pobres, segurados da previdência ou não, têm o 
mesmo direito à saúde (art. 196). Portanto, todos os que vivem no 
território nacional, de alguma forma, estão ao abrigo do “grande 
guarda-chuva da seguridade social”, pois a seguridade social é direito 
social, cujo atributo principal é a universalidade, impondo que todos 
tenham direito a alguma forma de proteção, independentemente 
de sua condição socioeconômica. A seguridade social garante os 
mínimos necessários à sobrevivência. É instrumento de bem-estar 
e de justiça social, e redutor das desigualdades sociais, que se 
manifestam quando, por alguma razão, faltam ingressos financeiros 
no orçamento do indivíduo e de sua família.
 
É muito interessante a visão de Santos (2019, p. 269) ao inserir no contexto do 
estudo da Seguridade Social o termo solidariedade. Ao fazer uma simples pesquisa em 
um buscador de internet, veremos que o termo solidariedade, do francês solidarité, quer 
dizer responsabilidade mútua, inteiro, completo, interdependente. E, do latim, solide ou 
solidus, é um termo que manifesta firmeza, algo inteiro e sólido. É, assim, um termo muito 
apropriado este utilizado por Santos (2019) ao buscar definir Seguridade Social. 
Leitão (2018, p. 48) contribui para o conceito de Seguridade Social, ao afirmar:
A seguridade social, parte integrante da ordem social, compreende 
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e 
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social (art. 194 da CF/88). Portanto, conclui-
se que a seguridade social é um sistema de proteção social composto 
de três subsistemas: previdência, assistência social e saúde.
 
Impende observar que o Leitão (2018) classifica a Seguridade Social dentro 
do contexto da Ordem social, ou seja, como uma das ferramentas para a promoção 
da ordem e Bem-Estar social. O autor apresenta uma didática ilustração acerca da 
Seguridade Social:
7
FIGURA 2 – SEGURIDADE SOCIAL NA VISÃO DE LEITÃO (2018)
FONTE: Leitão (2018, p. 47)
Denota-se pelo esquema da figura acima que Leitão (2018) compreende a 
Seguridade Social como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência 
e à assistência social. 
Kertzman (2014, p. 11) estrutura de forma bastante interessante o seu conceito 
de Seguridade Social:
A palavra “seguridade” quer dizer “segurança”, “proteção”, “salvaguarda”. 
Associada ao adjetivo “social”, passa a ser expressão indicativa de um 
conjunto de políticas públicas assumidas pelo Estado com o objetivo 
de garantir aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
país os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
A “seguridade social” é, portanto, e em última análise, a manifestação 
institucional de um seguro que a própria sociedade brasileira, tendo 
como base o primado do trabalho e com vistas ao bem-estar e à justiça 
sociais, construiu para si mesma.
O autor contribui, também, com uma tabela muito didática:
8
TABELA 1 – QUADRO-RESUMO DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Kertzman (2014, p. 11)
Você compreendeu o conceito de Seguridade Social e como este conceito é 
totalmentediferente de Previdência Social? Conseguiu compreender, além disso, que a 
Seguridade Social compreende saúde, assistência e previdência? Não se preocupe em 
entender agora os detalhes. O importante é que você tenha compreendido os aspectos 
gerais e saiba, ao menos, responder às perguntas acima. Em nossa próxima unidade, 
estudaremos de forma mais aprofundada o tríplice aspecto da Seguridade Social, bem 
como, mais algumas de suas distinções em relação à Previdência Social. Já está curioso(a)? 
3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
Antes de adentrar aos fundamentos em espécie da Seguridade Social, é salutar 
conceituar o que são fundamentos, na acepção jurídica deste termo. Fundamentos, em 
ciência jurídica, são os elementos que formam o arcabouço, a espinha dorsal, a base 
sobre a qual esta ciência se desenvolve. 
Em sede de Seguridade Social, os fundamentos em linhas gerais são comuns a 
outros ramos do direito, porém, com elementos que lhe são particulares, por exemplo, 
princípios específicos, normas constitucionais especificamente dirigidas à Seguridade 
Social, leis que tratam da seguridade social, e assim por diante. 
Assim, podemos dizer que os fundamentos da Seguridade Social são formados por:
• Princípios específicos
• Constituição Federal
• Emendas constitucionais
• Leis e suas espécies
• Medidas provisórias
9
• Decretos e suas espécies
• Resoluções, portarias, instruções normativas 
• Jurisprudência 
Tsutiya (2013, p. 47) explica de maneira muito didática sobre os fundamentos da 
Seguridade Social:
Todo o processo se inicia na Constituição. O povo, reunido em 
Assembleia Nacional, por intermédio de seus representantes, 
estabelece as diretrizes para a explicitação de sua vontade. 
Compõe-se a chamada superestrutura do ordenamento jurídico, 
na visão kelseniana. Em seguida, o legislador regula- menta a 
vontade do povo por meio das leis e diversas espécies normativas. 
São as chamadas normas infraconstitucionais, ou seja, localizadas 
abaixo da Constituição. As leis criam direitos e obrigações. Para sua 
efetivação, entra em cena o Poder Executivo, que tem a função 
precípua de executar as leis. Para tanto, utiliza instrumentos que 
tornam exequível, administrativamente, o comando emanado do 
Poder Legislativo. Essas espécies normativas compõem as normas 
infralegais. São os decretos, regulamentos, circulares, ordens de 
serviço etc., em que são efetivamente concedidos os direitos e 
cobradas as obrigações na seara do direito público.
O autor ilustra, por meio da figura a seguir, de forma bastante visual, os 
fundamentos da Seguridade Social:
FIGURA 3 – FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Tsutiya (2013, p. 48)
Normas
infraconstitucionais
Normas
infralegais
Constituição Federal
Emendas constitucionais
Leis ordinárias, complementares,
leis delegadas, decretos legislativos,
medidas provisórias
Decretos, regulamentos
Instruções normativas
Ordens de serviço
10
Perceba que Tsutiya (2013) divide os fundamentos da Seguridade Social em 
dois grandes grupos: normas infraconstitucionais, ou seja, aquelas que estão abaixo da 
constituição como as leis ordinárias, complementares, leis delegadas, decretos legisla-
tivos e medidas provisórias; e as normas infralegais, como os decretos, regulamentos, e 
instruções normativas, por exemplo.
3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
Os princípios específicos de Seguridade Social serão abordados em unidade 
adiante, mas, considerando que integram os fundamentos da Seguridade Social, vamos 
aqui, tão somente, elencar os principais:
• Universalidade da cobertura e do atendimento
• Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e urbanas
• Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
• Irredutibilidade do valor dos benefícios
• Equidade na forma de participação no custeio
• Diversidade da base de financiamento
• Caráter democrático e descentralizado da administração
Estes princípios estão previstos constitucionalmente no artigo 194 da 
Constituição Federal, incisos I ao VII.
É importante destacar que os princípios específicos da Seguridade Social 
não se confundem com os princípios específicos de Direito Previdenciário ou de 
Previdência Social, posto que, como estudamos, o primeiro é gênero, enquanto os 
segundos são espécie.
3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição Federal não poderia deixar de ser um dos fundamentos da 
Seguridade Social. Tsutiya (2013, p. 49) tece alguns comentários relevantes acerca da 
posição da Constituição Federal como integrante do rol de fundamentos da Seguridade 
Social, sob a ótica de Hans Kelsen:
A Constituição, segundo o sistema kelseniano, ocupa o topo da 
pirâmide normativa. É a lei suprema do Estado, a fonte irradiadora 
de todo o direito. Em vista disso, todas as normas jurídicas devem 
submeter-se a ela. Como vimos, traz as diretrizes para a explicitação 
da vontade do povo. Como carta política, contém princípios e valores 
fundamentais que servem de paradigma para a interpretação das 
demais normas de integração do ordenamento jurídico.
11
O artigo 194 da Constituição Federal trata da Seguridade Social, insculpindo 
que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social (BRASIL, 1988). A seu turno, o artigo 195 
da Constituição Federal também fala da Seguridade Social, mais especificamente nos 
seguintes termos: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.
3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
O artigo 59 da Constituição Federal e seu inciso I, preveem que “o processo 
legislativo compreende a elaboração de: I- emendas à Constituição” (BRASIL, 1988, art. 
59). As emendas constitucionais são alterações específicas no texto constitucional, que 
podem atingir toda a constituição, com exceção das chamadas cláusulas pétreas, que 
são aquelas que são consideradas imutáveis, assim sendo aquelas previstas no artigo 
60, parágrafo 4ᵒ, da Constituição Federal, a saber:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
[...]
§ 4ᵒ Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir:
[...]
I- a forma federativa de Estado;
II- o voto direto, secreto, universal e periódico;
III- a separação dos Poderes;
IV- os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988, s. p.).
Desta forma, tudo aquilo que não se enquadre nas hipóteses acima, quais sejam, 
cláusulas pétreas da Constituição Federal, poderá ser objeto de emenda constitucional. A 
seguir, disponibilizamos a lista de todas as emendas constitucionais já implementadas em 
matérias de Seguridade Social:
Emenda Constitucional nᵒ 103, de 12 de novembro de 2019 
Altera o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e 
disposições transitórias.
Emenda Constitucional nᵒ 98, de 6 de dezembro de 2017 
Altera o art. 31 da Emenda Constitucional nᵒ 19, de 04 de junho de 1998, e dá 
outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 88, de 7 de maio de 2015
Altera o inciso II do § 1ᵒ do art. 40 da Constituição Federal, relativamente ao limite 
de idade para a aposentadoria compulsória do servidor público, bem como acrescenta o 
art. 100 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.
12
Emenda Constitucional Nᵒ 79, de 27 de maio de 2014
Altera o art. 31 da Emenda Constitucional nᵒ 19, de 4 de junho de 1998, para 
prever a inclusão, em quadro em extinção da Administração Federal, de servidores e 
policiais militares admitidos pelos Estados do Amapá e de Roraima, na fase de instalação 
dessas unidades federadas, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 70, de 29 de março de 2012
Acrescenta o art. 6ᵒ-A à Emenda Constitucional nᵒ 41, de 2003, para estabelecer 
critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por invalidezdos 
servidores públicos.
Emenda Constitucional nᵒ 47, de 6 de julho de 2005 
Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, para dispor sobre a 
previdência social, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 41, de 19 de dezembro de 2003 
Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga 
o inciso IX do § 3ᵒ do art. 142 da Constituição Federal e dispositivos da Emenda 
Constitucional nᵒ 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 25, de 14 de fevereiro de 2000
Altera o inciso VI do art. 29 e acrescenta o art. 29-A à Constituição Federal, que 
dispõem sobre limites de despesas com o Poder Legislativo Municipal.
Emenda Constitucional nᵒ 20, de 15 de dezembro de 1998 
Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá 
outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 19, de 4 de junho 1998 
Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, 
servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de 
atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 18, de 5 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre o regime constitucional dos militares.
A Emenda Constitucional n° 103/2019, também conhecida como Reforma 
da Previdência, altera o sistema de previdência social, estabelece regras 
de transição e disposições transitórias, trouxe profundas e controversas 
modificações no sistema previdenciário brasileiro. Recomendamos 
que você faça a leitura, acessando: http://sa.previdencia.gov.br/
site/2019/11/5dd3d625cb972-5dd3d625cb975EC-n.o-103-de-12-
novembro-2019-DOU-de-13.11.2019.pdf.pdf.
IMPORTANTE
13
3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES
As leis têm previsão constitucional (artigo 59, incisos II e III). Na lição de Tsutiya 
(2013, p. 50):
Somente as leis têm o condão de criar direitos e obrigações. A 
intenção do povo, manifestada pelo poder constituinte originário 
ou derivado, não é suficiente para criar direitos; é somente a partir 
da lei que se passa à efetividade. A não ser, é claro, que se trate de 
norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata, 
que por si só produz efeitos imediatos. Porém, esse tipo de norma 
é exceção; a Constituição é geralmente composta de normas de 
eficácia limitada de cunho programático. Tal espécie de norma é 
condizente com o espírito da Constituição, que é uma carta política. 
São diretrizes apontadas pelo povo, por meio do poder constituinte, 
para a elaboração de sua vontade.
3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS
As medidas provisórias, segundo preconiza o artigo 59, inciso V, da Constituição 
Federal, são parte do processo legislativo. Trata-se de um ato privativo do chefe do 
poder executivo nacional, em caso de urgência e relevância. Com força de lei, tem prazo 
de duração de sessenta dias, prorrogáveis por igual período, e, caso não seja objeto de 
apreciação pelo poder legislativo no prazo de quarenta e cinco dias, tranca a pauta e 
obriga a realização de sua votação, transformando-a ou não em lei. 
3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES
Decretos Legislativos
Previstos no art. 59, inciso VI, da Constituição Federal, os decretos legislativos, 
segundo Tsutiya (2013, p. 51):
[...] introduzem na ordem jurídica os tratados e convenções. Por esse 
instrumento normativo, o Legislativo aprova os tratados e convenções 
internacionais assinados pelo presidente da República. Exemplo de 
decreto legislativo é o de n. 27, de 26-5-1992, que aprova a Conven-
ção Americana sobre Direitos Humanos celebrada em 1969 — Pacto 
de San José (Costa Rica). Entre os direitos humanos encontra-se o 
direito à Seguridade Social.
Decretos Administrativos
Os decretos administrativos, por sua vez, são um comando emanado diretamente 
do Poder Executivo, e visam dar efetividade à aplicação de uma norma jurídica. O 
decreto administrativo é um ato que compete privativamente ao chefe do poder 
executivo, e jamais poderá contrariar uma norma jurídica, mas apenas complementá-la 
ou aperfeiçoá-la, sem retirar-lhe o espírito.
14
3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS 
As Resoluções são normas ou atos administrativos que partem de autoridades 
do poder executivo, com a finalidade de disciplinar determinados temas. No âmbito 
do INSS, por exemplo, estes instrumentos são amplamente utilizados para regular de 
forma pormenorizada as determinações da autarquia. Existem centenas destas normas 
regulando os mais variados tipos de temas, tanto sobre a forma dos requerimentos, 
prazos, sistema recursal, dentre outros temas. Quem atua nesta área deve estar 
extremamente atento a estas normas, pois inclusive muitas delas tem tido a sua própria 
constitucionalidade questionada. 
 
Já as Portarias são documentos oficiais assinados por chefes de estado. 
Assemelham-se bastante às Resoluções, sendo estas últimas mais comuns no âmbito 
da Seguridade Social do que as Portarias. 
As Instruções Normativas no âmbito da Previdência Social, a título de 
exemplo, na lição de Tsutiya (2013, p. 52) são uma instrução “emitida exclusivamente 
pela diretoria colegiada para normatizar e disciplinar a aplicação de leis, decretos, 
regulamentos e pareceres normativos de autoridades do Poder Executivo”. No âmbito 
da Previdência Social, a instrução normativa é emitida exclusivamente pela diretoria 
colegiada para normatizar e disciplinar a aplicação de leis, decretos, regulamentos e 
pareceres normativos de autoridades do Poder Executivo.
3.8 JURISPRUDÊNCIA
Por fim, a jurisprudência, que consiste em um conjunto de decisões do poder 
judiciário, de forma reiterada no mesmo sentido e direção sobre determinado tema, 
também é considerada um dos fundamentos da Seguridade Social, que está sujeita ao 
seu controle. 
Assim, finalizamos o estudo dos fundamentos da Seguridade Social. 
4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL
A Seguridade Social é uma criação constitucional, disciplinada, como 
estudamos anteriormente, normas jurídicas diversas. É uma espécie de proteção estatal 
compulsória. Não se escolhe ser acolhido ou não pela Seguridade Social. O fato é que ela 
está à disposição de toda a sociedade.
Outro fator a ser considerado, é que as normas no âmbito da Seguridade Social 
são impositivas, não cabendo ao beneficiário qualquer espécie de interferência direta. 
Tal fato, revela a natureza jurídica do Direito Previdenciário: Direito Público. 
15
Afinal, o que é Direito Público? O Direito Público é o ramo da ciência jurídica 
que trata do conjunto de normas jurídicas que organizam os interesses estatais, tanto 
internos como externos. No caso do Direito Previdenciário, temos que este se enquadra 
como um ramo do Direito Público Interno, posto que trata da soberania do Estado sobre 
o povo em assuntos domésticos. 
Dower (2001, p. 5) ensina que:
Normas de Direito Público são aquelas em que o Estado toma parte, 
ou seja, regulam as relações em que o Poder Público (a União, o 
Estado membro, o Município, suas respectivas autarquias) é parte. 
Considerando que o Estado intervém na relação jurídica como 
autoridade estatal, norma de direito público é aquela que se refere 
aos interesses do Estado.
Para além destas considerações, é importante contextualizar a Seguridade 
Social, enquanto parte do Direito Público, também como uma espécie de imposição 
Estatal. Neste sentido, somos brindados com a lição de Canotilho (1993, p. 541), quando 
aponta que a função defensiva dos direitos dos cidadãos possui dupla perspectiva:
[...] (1) constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de compe-
tência negativa para os poderes públicos, proibindo fundamental-
mente as ingerências destes na esfera jurídica individual; (2) impli-
cam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de exercer positivamente 
direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir omissões dos 
poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por parte dos 
mesmos (liberdade negativa).
Alexy (2011, p. 443) vem no mesmo sentido e direção, quandoafirma:
[...] de acordo com a interpretação liberal clássica, direitos 
fundamentais são “destinados, em primeira instância, a proteger a 
esfera de liberdade do indivíduo contra intervenções dos Poderes 
Públicos; eles são direitos de defesa do cidadão contra o Estado”. 
Diretos de defesa do cidadão contra o Estado são direitos a ações 
negativas (abstenções) do Estado. Eles pertencem ao status 
negativo, mais precisamente ao status negativo em sentido amplo. 
Seu contraponto são os direitos a uma ação positiva do Estado, que 
pertencem ao status positivo, mais precisamente ao status positivo 
em sentido estrito.
Assim, bem delineados os aspectos da natureza jurídica da Seguridade Social, 
enquanto parte do Direito Público. 
16
SEGURIDADE SOCIAL: A ASSISTÊNCIA COMO FERRAMENTA DE 
GARANTIAS SOCIAIS
Romilda Barbosa da Silva Lourençon
Resumo: Este artigo estuda a assistência social, parte integrante da Seguridade Social. 
A Assistência se diferencia da Previdência Social por apresentar um caráter de auxílio 
aos que dela necessitem, independentemente de contribuição. Tem-se o intuito de 
demonstrar a Assistência como natureza de justiça social, como ferramenta utilizada 
pelo Estado de cuidar dos necessitados e ser omisso diante da grande segregação e 
disparidade na distribuição de renda de nosso país.
Palavras-chave: Seguridade Social. Assistência Social. Princípio da Universalidade.
1. A Seguridade Social
A seguridade social de acordo com o artigo 194 da Constituição Federal e o art. 
1ᵒ da Lei 8.212, Lei Orgânica da Seguridade Social, compreende um conjunto integrado 
de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o 
direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social, e tem como princípios e 
diretrizes a universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade e equivalência 
dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e distributividade 
na prestação dos benefícios e serviços; irredutibilidade do valor dos benefícios; 
equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de financiamento; e 
caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a participação da 
comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
Existem duas concepções para a seguridade social, uma distributiva e outra 
comutativa:
A comutativa pode ser observada nas primeiras legislações dos 
seguros sociais e nos sistemas que se inspiram no seguro privado. 
Aqui o direito à seguridade social está intimamente associado 
a uma atividade assalariada. Dessa forma, o exercício de uma 
atividade profissional é a causa e a medida de tal proteção. Segundo 
a concepção comutativa, a seguridade social funciona como um 
sistema de garantias de rendas obtidas pelo exercício de determinada 
atividade profissional e destinadas à cobertura de riscos previamente 
catalogados. […] Segunda a concepção distributiva, o exercício de uma 
atividade profissional deixa de ser o elemento fundamental do direito 
à seguridade social. Aqui, o objeto é a necessidade dos indivíduos, 
levando-se em consideração a existência de outras necessidades 
sociais, novas, chamadas de coletivas (CORREIA, 2013).
LEITURA
COMPLEMENTAR
17
Essa segunda concepção trabalha com a ideia do princípio da solidariedade, 
onde toda a coletividade deve tomar para si as prestações destinadas a garantir a 
todos a existência digna. Reflete-se assim na seguridade, como sendo um sistema de 
garantias em busca do mínimo social.
Quando estudamos a Seguridade Social, devemos ter em mente todo o 
percurso que foi necessário para se ter esses direitos garantidos na Constituição. 
Historicamente, o Brasil é um país jovem em comparação aos demais com o mesmo 
nível de desenvolvimento, e embora não tenhamos de maneira satisfatória e efetiva 
a garantia e respeito a preceitos constitucionais referentes aos direitos de segunda 
geração, temos isso instituído em Lei. Com o desenvolvimento e participação social 
nas políticas públicas, que vem gradativamente ocorrendo com país, é questão de 
tempo para que haja o correto funcionamento da seguridade social. O que atravanca 
o desempenho desse ramo do direito é a falta fiscalização, comprometimento e gestão 
dos recursos destinados à seguridade.
A seguridade social é um conjunto de ações e instrumentos por meio do 
qual se pretende alcançar uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza 
e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos. Ela 
visa a garantir que o cidadão se sinta seguro e protegido ao longo de sua existência, 
provendo-lhe a assistência e recursos necessários para os momentos de infortúnios. É 
a segurança social, segurança do indivíduo como parte integrante de uma sociedade.
Para tanto, a seguridade social, de acordo com o art. 196 da Constituição Federal, 
divide-se em: saúde, previdência social e assistência.
2. A Assistência Social
A Constituição trata sobre Assistência Social nos artigos 203 e 204.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem 
por objetivos:
I- a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e 
à velhice;
II- o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III- a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência 
e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social 
serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, 
previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base 
nas seguintes diretrizes:
18
I- descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação 
e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução 
dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem 
como a entidades beneficentes e de assistência social;
II- participação da população, por meio de organizações representa-
tivas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos 
os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular 
a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos 
por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses 
recursos no pagamento de:
I- despesas com pessoal e encargos sociais;
II- serviço da dívida;
III- qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados.
Sergio Pinto Martins define Assistência Social como conjunto de princípios, de 
regras e de instituições detonado a estabelecer uma política social aos hipossuficientes, 
por meio de atividades particulares e estatais, visando à concessão de pequenos 
benefícios e serviços, independentemente de contribuição por parte do próprio 
interessado. A partir disso, observamos que Assistência Social é para todos, nela está 
contida o solidarismo, essencial a seguridade, pois os ativos devem contribuir para 
sustentar os inativos, e quando uma pessoa é atingida pela contingência, todas as 
outras continuam contribuindo para a cobertura do benefício do necessitado, princípio 
esse implícito no art. 3ᵒ da Constituição Federal.
Portanto, a Assistência Social é prestada a quem dela necessitar, independen-
temente de contribuição do próprio beneficiário à seguridade social.
A Assistência Social organiza-se por dois tipos de proteção. A proteção social 
básica, onde temos conjuntos de serviços, programas, projetos e benefícios da 
assistência social que visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio 
de desenvolvimento de potencialidades e aquisições do fortalecimento de vínculos 
familiares e comunitários. A proteção social especial, queé o conjunto de serviços, 
programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos 
familiares e comunitários, a defesa do direito, o fortalecimento das potencialidades e 
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de 
violação de direitos.
Os objetivos da Assistência Social estão contidos nos incisos do art. 203 da 
Constituição Federal. Sendo eles: a proteção social, que visa à garantia da vida, à 
redução de danos e à prevenção da incidência de riscos.
A Assistência Social se diferencia do Assistencialismo que é:
uma prática de dar atenção às populações desfavorecidas por 
intermédio de políticas públicas. Pode haver cooptação de 
eleitores, que, na maioria, é de pessoas de baixa renda, submissas 
e dependentes. A pessoa recebe e não quer trabalhar. O pagamento 
19
por longo prazo propicia renda à pessoa, que não vai mais procurar 
emprego. Várias pessoas vivem ao mesmo tempo do benefício 
recebido. Recentemente até um gato recebeu irregularmente o 
benefício. Os assistidos podem dar retorno eleitoral por ocasião das 
eleições a quem o concede.
A Assistência Social deve ser feita de forma integrada às políticas que busquem 
dar ao necessitado meios de sair da situação geradora da necessidade. O Assistência 
torna-se assistencialismo ao passo de que não se oferece os meios de crescimento e 
tampouco haja fiscalização de modo a obrigar o necessitado que saia dessa condição, 
muitas vezes cômoda.
3. Princípios e Diretrizes
A Assistência é política pública de proteção social e não contributiva, de direito 
de cidadania e responsabilidade estatal. Ela se apresenta como processo e instrumento 
que se objetiva na redução das mazelas sociais, por meio de benefícios contínuos 
e serviços assistenciais protetivos, “a quem dela necessitar”, art. 203, CF, a partir de 
dispositivos leais, sendo a diretiva geral estabelecida pala LOAS – Lei Orgânica da 
Assistência Social.
"No artigo 204 da Constituição de 1988 encontram-se duas diretrizes da 
política de assistência social, relacionadas à descentralização político-administrativa 
e à participação da população e controle social. O artigo 203 preconiza os objetivos 
e são antecedidos pelo enunciado de que “a assistência social será prestada a quem 
dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. Portanto, 
o texto da Carta Magna remete a gratuidade dos benefícios e serviços oferecidos e 
disponibilizados indistintamente a quem necessitar, sobretudo, o acesso e a garantia 
dos direitos, respeitando a autonomia dos cidadãos bem como as diferenças culturais, 
regionais, sociais, religiosas e territoriais.”
Com relação às diretrizes da política da Assistência social, temos a primazia 
da responsabilidade do Estado e o comando único das relações em cada esfera 
do governo, sendo centralizado na família para concepção de serviços, projetos, 
programas e benefícios. O LOAS descentralizou política e administrativamente o 
controle das atividades sociais, demandando aos municípios a construção de uma 
nova ordem democrática, art. 16, da LOAS. Há diretriz de participação popular por 
meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das 
ações em todos os níveis. Há descentralizarão político-administrativa e participarão 
da população, conforme art. 5ᵒ da Lei 8.742:
Art. 5ᵒ A organização da assistência social tem como base as 
seguintes diretrizes:
I- descentralização político-administrativa para os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios, e comando único das ações em 
cada esfera de governo;
II- participação da população, por meio de organizações represen-
tativas, na formulação das políticas e no controle das ações em 
todos os níveis;
20
III- primazia da responsabilidade do Estado na condução da política 
de assistência social em cada esfera de governo.
Os princípios éticos da Assistência Social, podemos apresentar:
Defesa incondicional da liberdade, da dignidade da pessoa humana, 
da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral e psicológica 
e dos direitos socioassistenciais; Defesa do protagonismo e da 
autonomia dos usuários e a recusa de práticas de caráter clientelista, 
vexatório ou com intuito de benesse ou ajuda; Oferta de serviços, 
programas, projetos e benefícios públicos gratuitos com qualidade 
e continuidade, que garantam a oportunidade de convívio para 
o fortalecimento de laços familiares e sociais; Garantia do direito 
a receber dos órgãos públicos e prestadores de serviços o acesso 
às informações e documentos da assistência social, de interesse 
particular, ou coletivo, ou geral – que serão prestadas dentro do 
prazo da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011 – Lei de Acesso à 
Informação – LAI, e a identificação daqueles que o atender; Proteção à 
privacidade dos usuários, observando o sigilo profissional, preservando 
sua intimidade e opção e resgatando sua história de vida; Garantia 
de atenção profissional direcionada para a construção de projetos 
pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade do usuário; 
Reconhecimento do direito dos usuários de ter acesso a benefícios e 
à renda; Garantia incondicional do exercício do direito à participação 
democrática dos usuários, com incentivo e apoio à organização de 
fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares, 
potencializando práticas participativas; Acesso à assistência social a 
quem dela necessitar, sem discriminação social de qualquer natureza, 
resguardando os critérios de elegibilidade dos diferentes benefícios e 
as especificidades dos serviços, programas e projetos; Garantia aos 
profissionais das condições necessárias para a oferta de serviços em 
local adequado e acessível aos usuários, com a preservação do sigilo 
sobre as informações prestadas no atendimento socioassistencial, de 
forma a assegurar o compromisso ético e profissional estabelecidos 
na Norma Operacional Básica de Recurso Humanos do SUAS – NOB-
RH/SUAS; Disseminação do conhecimento produzido no âmbito 
do SUAS, por meio da publicização e divulgação das informações 
colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários e trabalhadores, no 
sentido de que estes possam usá-las na defesa da assistência social, 
de seus direitos e na melhoria das qualidade dos serviços, programas, 
projetos e benefícios; Simplificação dos processos e procedimentos 
na relação com os usuários no acesso aos serviços, programas, 
projetos e benefícios, agilizando e melhorando sua oferta; garantia 
aos usuários do direito às informações do respectivo histórico de 
atendimentos, devidamente registrados nos prontuários do SUAS.
Sergio Pinto Martins coloca como princípios a supremacia do atendimento às 
necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; universalização 
dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas 
demais políticas públicas; respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao 
seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à conveniência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; igualdade 
de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, 
garantindo-se equivalência entre às populações urbanas e rurais; divulgação ampla 
de benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos 
oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
21
Observa-se que na Assistência, não há o que se falar em universalidade, visto 
que ela não atinge a todos, apenas aos que dela realmente necessitem.
5. Conclusão
Como podemos observar, a Assistência Social busca promover bem mais do que 
assistência, busca promover dignidade, resgatar qualquer do povo que esteja passando 
por necessidades, por meio de políticas públicas.
A assistência se configura como uma ação estatal que promove medidas de 
política social. A LOAS estende a aplicação da assistência a qualquer que dela 
necessite, semque a contribuição seja requisito para a concessão. Há descentralização 
da assistência, que significa a possibilidade de ampliação dos direitos através da 
participação cotidiana dos cidadãos na gestão pública, a autonomia municipal e uma 
potencialização quanto ao uso e redistribuição dos recursos.
A assistência prevê cobertura prioritária à criança, à família, à gestante, à nutriz, 
em situações de riscos e nos casos de calamidade pública. A assistência é “um direito 
do cidadão”, entretanto para ser atendido por ela é necessário que esse cidadão se 
aproxime da miserabilidade. A assistência sem políticas que dê ao atendido meios 
para sair da condição de necessitado não passará de assistencialismo, é mister que 
haja não só fiscalização e incentivo para o crescimento profissional do atendido, mas 
também uma política mais efetiva no sentido de obriga-lo a se profissionalizar e se 
torne autossuficiente. Dessa forma, além de desonerar a Seguridade Social, melhoraria 
a economia do país, e promoveria o desenvolvimento e inclusão social do atendido.
As políticas assistenciais em voga são necessárias, nosso país tem uma das piores 
distribuições de renda do mundo. A Seguridade Social, entre outras coisas, promove 
a redistribuição de renda o passo em que há proporcionalidade nas contribuições. No 
entanto, o que analisamos frente as notícias dos programas sociais atuais, é que há 
pouca fiscalização tanto quando se vai conceder os benefícios, quanto a fiscalização de 
sua manutenção. Os escândalos envolvidos com a distribuição desses benefícios, tanto 
no que tange ao desvio de verbas, quanto na não necessidade do recebimento por parte 
de atendidos não pode macular a Assistência.
FONTE: Disponível em <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-previdenciario/
seguridade-social-a-assistencia-como-ferramenta-de-garantias-sociais/#:~:text=3%C2%BA%20
da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal.,pr%C3%B3prio%20benefici%C3%A1rio%20
%C3%A0%20seguridade%20social.&text=203%20da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20
Federal.,preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20incid%C3%AAncia%20de%20riscos>. 
Acesso em: 21 jun. 2020.
22
Neste tópico, você aprendeu:
• A Seguridade Social engloba saúde, assistência social e previdência social.
• Muito embora sejam tratados frequentemente como sinônimos, Seguridade Social 
e Previdência Social são diferentes, sendo que o primeiro é gênero e o segundo é 
espécie.
• A natureza jurídica da Seguridade Social é como um ramo do Direito Público.
• A Seguridade Social tem diversos fundamentos, estando assentada em uma ordem 
jurídica complexa.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
AUTOATIVIDADE
1 O Estado Democrático brasileiro é destinado constitucionalmente a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos. Prevê em seu art. 6ᵒ da CF a garantia aos 
direitos sociais como meio de proteção social e satisfação das necessidades vitais da 
sociedade. Neste sentido, com base em seus estudos nesta unidade, discorra com 
suas palavras sobre o conceito de Seguridade Social.
2 A Seguridade Social enquanto conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
poderes públicos e da sociedade envolve um sistema amplo de proteção social no 
Brasil. A Previdência Social integra os denominados direitos fundamentais sociais, 
voltados à proteção social dos trabalhadores brasileiros e suas famílias. Com 
base no exposto responda: Seguridade Social é o mesmo que Previdência Social? 
Justifique sua resposta.
3 A Seguridade Social é um importante instrumento para efetivação dos direitos 
sociais fundamentais. Compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos poderes públicos e da sociedade. Sobre para onde esse conjunto de ações é 
destinado, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Saúde, à previdência e ao trabalho.
b) ( ) Saúde, ao trabalho e à segurança.
c) ( ) Saúde, à previdência e à assistência social.
d) ( ) Saúde, à segurança e à assistência social.
4 Segundo Martins (2018, p. 21), "a Seguridade Social é um “conjunto de princípios, de 
regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos 
indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades 
pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, a previdência 
e a assistência social”. Assinale a alternativa CORRETA que indica a natureza jurídica 
da Seguridade Social:
FONTE: MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 37 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2018.
 
a) ( ) Direito misto, privado e público.
b) ( ) Direito Autônomo.
c) ( ) Direito Público. 
d) ( ) Direito Universal.
24
5 A Seguridade Social, assim como a organização social brasileira, passou por um longo 
processo de transformação em nosso ordenamento jurídico. Com relação à evolução 
constitucional da seguridade social no Brasil, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A Constituição Imperial de 1824, ainda que de forma bastante superficial, tratou 
pela primeira vez sobre assistência social.
( ) Em 1965 foi criado o auxílio-desemprego no âmbito da constituição militar.
( ) O conceito de Seguridade Social aparece pela primeira vez na Constituição brasileira 
de 1967.
( ) A Constituição de 1934 cria a tríplice forma de custeio, composta por empregados, 
empregadores e governo, bem como inclui a noção de risco social com os eventos 
doença, invalidez, velhice e morte.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – V – F – V.
25
A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao segundo tópico da nossa unidade. 
Atualmente, sabemos que o Estado é responsável pela proteção social da 
população, e o faz por meio de serviços como a saúde (SUS), benefícios assistenciais 
e previdenciários, mas será que sempre foi assim? Quando e por quais circunstâncias 
iniciou-se a proteção social por parte do Estado?
Neste tópico conheceremos a evolução histórica da Seguridade Social no 
mundo, desde o princípio até a atualidade. A proteção social advém de uma série de 
contextos sociais vivenciados em distintos momentos da história mundial, e que foram 
consolidados por meio de constantes lutas sociais.
A Seguridade Social surge então da necessidade social de se estabelecer 
métodos de proteção contra os diversos riscos às necessidades básicas do ser humano. 
Em âmbito mundial, surge sistematizada por meio de duas teorias clássicas: os modelos 
Bismarckiano (1883) e Beveridgiano (1942), os quais conheceremos neste tópico, assim 
como poderemos refletir sobre suas influências no atual modelo brasileiro.
Vamos finalizar nosso tópico conversando um pouco sobre o panorama atual da 
Seguridade Social no mundo. 
2 TEORIAS CLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL
Antes de adentrarmos ao tema das teorias clássicas da Seguridade Social, é 
importante estudarmos a evolução histórica da Seguridade Social no mundo. Desde 
já, destacamos que a história da Seguridade Social no mundo se confunde com a história 
da Previdência Social e do Direito Previdenciário, pois todos beberam das mesmas 
fontes, para só na história recente haver a já estudada distinção entre Seguridade Social 
enquanto gênero das espécies saúde, assistência social e previdência social.
Leitão (2018, p. 32) nos diz que:
26
A questão social foi a mola propulsora que impulsionou o surgimento 
do Estado Social. A previsão de direitos sociais, em primeiro momento, 
deferidos aos trabalhadores, com viés expansionista, até a inclusão 
na carta de direitos das constituições adotadas após o fim da Primeira 
Guerra Mundial, tinha como objetivo precípuo permitir que a vida em 
sociedade fosse usufruída com o mínimo de dignidade.O estudo da Seguridade Social passa pela compreensão do seu surgimento e 
evolução no mundo, através dos tempos – a sua história. Cada direito, neste campo, 
que hoje é garantido a qualquer cidadão do mundo ou do Brasil, existe por uma razão 
muito específica – a dialética estabelecida entre cidadão e Estado. 
Desde o surgimento até os dias de hoje, a Seguridade Social foi, basicamente, 
fruto da dialética estabelecida entre o Estado e o cidadão, consistente em uma “luta 
pelo direito”, em que grupos de trabalhadores que até então eram completamente 
desamparados e desprovidos de qualquer garantia caso adoecessem ou mesmo 
perdessem total ou parcialmente, temporária ou permanentemente a sua capacidade 
de trabalhar, seja por acidentes, doenças ou pela idade, lutaram pela garantia de sua 
subsistência e de suas famílias.
Estes grupos de trabalhadores começaram a se unir de forma organizada e 
reivindicar por parte do Poder Público uma resposta sobre estes eventos adversos, 
a fim de que o seu próprio sustento e de suas famílias fossem assegurados caso não 
pudessem trabalhar por algum motivo. 
Assim, o Estado, de um lado, enquanto fruto de um pacto ou contrato social, 
figura no campo previdenciário como um agente protetor, ou assim pelo menos deve 
ser. É neste sentido que se diz que cabe ao Estado garantir a subsistência ou o também 
chamado “mínimo existencial” ao cidadão que necessite de recursos materiais quando não 
mais possui condições físicas ou psicológicas de exercer uma atividade remunerada que 
provenha o seu sustento. Ou, ainda, quando este cidadão alcance determinados requisitos 
necessários – e estabelecidos pelo Estado – para gozar de um merecido descanso, por 
exemplo, quando do nascimento ou adoção de um filho, ou quando se aposenta. 
Situações em que o trabalhador que preencha as condições estabelecidas pelo 
Estado para tanto, pode usufruir de descanso enquanto recebe uma quantia que seja 
suficiente para garantir sua subsistência e de sua família. Geralmente, todo o grupo 
de segurados em plena atividade – ou seja, que estão trabalhando – é que contribui 
financeiramente para que os trabalhadores sem possibilidade de trabalhar possam 
usufruir dos benefícios com tranquilidade.
Como exatamente tudo isso começou no mundo? O surgimento da Seguridade 
Social no mundo foi, como não poderia deixar de ser, um fenômeno social, como já 
visto, fruto da luta dos trabalhadores organizados por dignidade para além dos seus 
ambientes de trabalho, mas notadamente para a manutenção de condições dignas de 
vida em situações de impossibilidade de trabalhar. 
27
Importante considerar que a Seguridade Social pode se desenvolver porque suas 
sementes foram lançadas sobre um solo fértil, chamado Estado sólido. Sem um Estado 
forte, capaz de assegurar aos seus cidadãos o mínimo existencial, a Seguridade Social 
não teria se desenvolvido tal qual a conhecemos hoje. Neste sentido, alguns movimentos 
históricos ocorridos em alguns países do mundo são considerados os precursores 
da Seguridade Social, servindo de inspiração para o sistema de Seguridade Social de 
praticamente todos os países do mundo. 
Alguns escritores ou doutrinadores do direito costumam classificar estes 
movimentos e momentos históricos por regiões ou países, mas, aqui, para promover uma 
melhor compreensão desta dinâmica, vamos apresentar por data: da mais antiga, para 
a mais atual. Para tanto, utilizaram-se as lições históricas e doutrinárias de Bradbury 
(2020), Santos (2019), Kertzman (2015) e Leitão (2018), cujos títulos encontram-se nas 
referências desta unidade e recomendamos fortemente a leitura. Vamos lá?
1601 – Inglaterra 
O documento intitulado “Poor Relief Act” (ou “A Lei de Alívio para os Pobres”) 
foi uma espécie de política de assistência social. Também conhecido como “Lei dos 
Elisabetanos”, o Poor Relief Act foi instituído em 1601 durante o 43ᵒ ano de reinado de 
Elizabeth I, e previa uma contribuição obrigatória por parte de toda a sociedade em 
auxílio aos necessitados.
Os critérios e a dinâmica desta lei eram bastante subjetivos, e os registros 
históricos mostram que a rainha delegou que magistrados em geral nomeassem a seu 
livre critério inspetores, que eram responsáveis por arrecadar de forma discricionária 
(livre de condições) valores de proprietários de imóveis considerados de grande 
extensão territorial, e dízimos da população em geral, devendo destinar tais valores para 
o financiamento da assistência pública – uma espécie, como dito, de assistência social.
1883 – Alemanha 
Muito embora não tenha sido o primeiro país a estabelecer auxílios de natureza 
previdenciária, a Alemanha também pode ser considerada como uma das precursoras 
do Direito Previdenciário e da própria Seguridade Social, posto que os modelos lá criados 
e estabelecidos são até hoje os mais adotados globalmente, e foram, efetivamente, de 
natureza previdenciária, e não assistencial, mas que, de todo modo, encontram-se dentro 
do “guarda-chuva” da Seguridade Social.
No ano de 1883, o Chanceler alemão Otto von Bismark estabeleceu o primeiro 
benefício previdenciário do mundo: o auxílio-doença, logo em seguida incluindo 
também um auxílio para os trabalhadores que sofressem acidentes de trabalho. O 
auxílio-doença era custeado tanto pelos trabalhadores, como pelos empresários e 
pelo próprio Estado. Um modelo já bem semelhante ao atualmente seguido pela maior 
parte dos países do mundo.
28
Já o auxílio prestado aos trabalhadores que sofressem acidentes de trabalho, 
era custeado integralmente pelos empresários, atendendo, assim, às reinvindicações 
dos trabalhadores organizados para que houvesse mais segurança em seus ambientes de 
trabalho, notadamente nas grandes indústrias. 
De forma que, se ocorresse qualquer acidente de trabalho que impossibilitasse 
um trabalhador de exercer suas atividades temporária ou definitivamente, seria de 
responsabilidade integral do seu empregador custear o seu sustento e de sua família.
Mais adiante, vamos estudar um pouco mais a fundo sobre este modelo, 
chamado de Bismarckiano.
1889 – Alemanha 
Em 1889, também na Alemanha, e ainda sob a batuta de Bismark, foi criado o 
seguro por invalidez, que hoje poderíamos chamar de aposentadoria por invalidez, e, ainda 
no mesmo ano, o seguro-velhice, correspondente a atual aposentadoria. Estes benefícios 
eram custeados pelos empregados, empregadores e Estado. 
Como estudamos anteriormente, a Previdência Social surgiu como fruto 
da dialética entre os trabalhadores organizados e o Estado. Neste sentido, Bismark 
entendeu por bem criar tais benefícios em uma tentativa de acalmar os ânimos e 
evitar movimentos socialistas, posto que naquela época a Alemanha passava por uma 
profunda crise industrial.
1917 – México 
Pela primeira vez na história um país incluiu no texto da sua constituição direitos 
de natureza análoga a Seguridade Social, e mais especificamente previdenciária. 
A constituição mexicana de 1917 trouxe na sua redação direitos e garantias que 
englobavam tanto a previdência como a assistência social 
Ainda que de forma superficial e sem ferramentas jurídicas que permitissem 
ao cidadão exigir a efetivação destes direitos por parte do Estado, é fato que a inclusão 
da previdência social em um texto constitucional, representa um avanço em termos 
jurídicos para o direito previdenciário enquanto ciência jurídica ou ciência social aplicada.
1935 – Alemanha 
No ano de 1935 foi a vez a Alemanha incluir em seu texto constitucional pela 
primeira vez uma norma de Seguridade Social, muito próxima da espécie previdenciária. 
No entanto, tal qual ocorreu com a constituição mexicana de 1917, a carta constitucional 
alemã não foi suficientemente objetiva e não conferiu eficiência e aplicabilidade a tal 
norma, estabelecendo de forma vaga e genérica que o Estado deveria garantir sustento 
aos cidadãos que estivessem desempregados. 
29
1935 – Estados Unidos 
Nitidamente influenciado pela mais grave crise econômica americana e

Continue navegando