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Aula 6 – Endocrinologia: Adrenal Glândulas adrenais: • São dois órgãos endócrinos bilateralmente simétricos, localizados na porção imediatamente cranial aos rins • Cada glândula é dividida em duas partes o Córtex → provém do epitélio celômico mesodérmico e produz hormônios esteroides, como o cortisol, a corticosterona, os esteroides sexuais e a aldosterona o Medula → provém do neuroectoderma e produz aminas, como a norepinefrina e a epinefrina Córtex da adrenal ♥ Três Zonas: o Zona Glomerular: ▪ Mineralocorticoides • equilíbrio eletrolítico - regulação da pressão arterial – aldosterona (principal) o Zona Fascicular e a Zona Reticular: ▪ Glicocorticoides • regulação dos aspectos metabólicos, tanto diretamente quanto pela interação com outros hormônios – cortisol (principal) ▪ Esteroides Sexuais Metabolismo dos hormônios adrenocorticais: ♥ A meia-vida de depuração: o cortisol = cerca de 60 minutos o aldosterona = cerca de 20 minutos ♥ O fígado, um órgão essencial para a modificação destes hormônios, o Conjugação desses esteroides com sulfatos e glicuronídeos; o Reduz sua potência biológica e os torna hidrossolúveis para filtragem nos glomérulos e excreção pela urina Efeitos específicos importantes dos glicocorticoides: SOBRE CARBOIDRATOS: ♥ Glicogênese hepática: o conversão de aminoácidos em carboidratos o aumento do glicogênio (glicogênese) hepático o tendência de aumento dos níveis séricos de glicose. ♥ Ocorre em: o hiperadrenocorticismo - secreção excessiva de glicocorticoides o deficiência de insulina SOBRE LIPÍDEOS: ♥ Efeito direto sobre o tecido adiposo o aumento da taxa de lipólise ♥ Redistribuição da gordura no fígado e no abdome o clássica aparência “de tonel” do hiperadrenocorticismo SOBRE PROTEÍNAS: ♥ Inibição da síntese proteica o Catabolismo proteico é acentuado o Liberação concomitante de aminoácidos o Favorecimento da gliconeogênese hepática o Aumento de excreção nitrogenada o Hipotrofia muscular e enfraquecimento ósseo. ♥ Tecido cardíaco e o cerebral, são poupados do efeito desses glicocorticoides ♥ Pode resultar de estímulos físicos ou fisiológicos prejudiciais ao indivíduo ♥ Os efeitos do estresse são mediados pelo SNC ♥ A resposta glicocorticóide ao estresse é imediata: ♥ As concentrações de cortisol são rapidamente elevadas ♥ Proporcional à gravidade do estresse ♥ Excesso de corticóides inibe: o resposta inflamatória o dilatação capilar ▪ extravasamento de líquido nos espaços teciduais ▪ migração de leucócitos ▪ deposição de fibrina o síntese de tecido conjuntivo → A administração de glicocorticóides, em conjunto com a antibioticoterapia, pode auxiliar na redução da perda de tecido funcional pela inibição do desenvolvimento do tecido conjuntivo ♥ Glicocorticoides: ♥ Inibem a síntese de mediadores inflamatórios o prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, que surgem em decorrência do metabolismo do ácido araquidônico ♥ São utilizados para inibir as reações alérgicas o inibição da liberação de histamina, pelos mastócitos ♥ Imunossupressão profunda o efeito anti-inflamatório mais potente que o dos AINEs o diminuição da mobilidade e atividade dos neutrófilos e macrófagos. ▪ diminuição da secreção de citocinas o inibição da ação dos linfócitos e aumento de apoptose ♥ Anticorpos o redução da replicação clonal de linfócitos o diminuição da produção de anticorpos o diminuição da secreção de mediadores inflamatórios como a histamina Hiperadrenocorticismo ♥ Idade: 2-16 anos ♥ Sexo: não há diferença ♥ Raça: todas as raças ♥ Sinais clínicos de hiperadrenocorticismo em cães, em ordem de frequência aproximada: o Polidipsia o Polifagia o Distensão abdominal o Hepatomegalia o Definhamento/ fraqueza muscular o Letargia, baixa tolerância ao exercício o Alterações cutâneas o Alopecia o Anestro persistente ou atrofia testicular o Calcinose cutânea o Miotonia o Sintomas neurológicos o Retinopatia hipertensiva Hiperadrenocorticismo - Felinos ♥ Cushing o Sinais clínicos resultantes do excesso crônico de glicocorticoides por: ▪ ocorrência natural - hiperfunção primária da hipófise ou adrenal (tumores) ▪ iatrogênico - administração de glicocorticoides sintético Hipoadrenocorticismo ♥ destruição relevante do tecido adrenocortical o perda funcional de mais de 90% do córtex adrenal o destruição idiopática ou imunomediada ♥ em cães: pode ocorrer após tratamento de hiperadrenocorticismo o de forma temporária ou permanente o Prevalência: 2 meses a 14 anos de idade e em diversas raças o diversos sintomas vagos e inespecíficos ▪ sintomas gastrintestinais variáveis e depressão/fraqueza entremeados por períodos de aparente normalidade Hipoadrenocorticismo - Felinos ♥ secreção adrenocortical de glicocorticóides, exclusiva ou concomitante à diminuição da secreção de mineralocorticóides ♥ extremamente raro em gatos ♥ pode ser decorrente de: o insuficiência adrenal primária (dano maior que 90% do córtex) e baixa secreção de glico e mineralocorticóides (Primária) o insuficiente secreção de ACTH, causando atrofia do córtex adrenal e prejuízo à secreção de glicocorticóide (Secundária) o administração crônica de glicocorticóides ou progestágenos (Iatrogênic Mineralocorticoides: • Equilíbrio eletrolítico e a homeostasia da pressão arterial • Estas ações são desempenhadas nos túbulos distais renais o retenção de sódio o secreção de potássio e hidrogênio Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA): Hiperaldosteronismo - GATOS • maior secreção de aldosterona pelas glândulas adrenais • pode ser: o primário: aumento da secreção de aldosterona, independentemente do SRAA - neoplasia adrenal unilateral o secundário: ocorre em resposta à estimulação do SRAA, como desidratação, hipotensão, baixa perfusão renal ou deficiência de sódio • predisposição: o idade: 5 a 20 anos, média de 11 anos o parece não haver predisposição racial ou sexual Peptídio natriurético atrial (PNA) • Peptídio com 28 aminoácidos • Reduz a retenção de Na+ pelos rins • vasodilatação periférica e, consequentemente, uma redução da pressão arterial • pode inibir a produção de mineralocorticóides e da renina. Medula da adrenal • Parênquima originado da crista neural • Células com grânulos de secreção o catecolaminas (epinefrina ou norepinefrina) o ATP o cromograninas (que podem servir como proteína de ligação para catecolaminas) o dopamina beta-hidroxilase (que converte dopamina em norepinefrina) o peptídios semelhantes a opiáceos (encefalinas) • inervação colinérgicas de neurônios simpáticos pré-ganglionares • Produção constante de catecolaminas, que pode ser aumentada acentuadamente de acordo com a necessidade Aula 6 – Pâncreas Hormônios pancreáticos: • Funções exócrinas: o Digestão de lipídios, carboidratos e proteínas • Funções endócrinas: o Ilhotas de Langerhans, que contém 4 tipos celulares: ▪ Células β → insulina ▪ Células α → glucagon ▪ Células D → somatostatina ▪ Células F ou PP → polipeptídio pancreático ❖ hormônio proteico constituído por duas cadeias: o A - 21 aminoácidos o B - 30 aminoácidos ❖ hidrossolúvel - não necessita de proteína transportadora ❖ produzida nas células beta pancreáticas ❖ metabolizada pelo fígado e pelos rins o meia-vida é de cerca de dez minutos ❖ Principal controlador da síntese e liberação o Concentração sérica de glicose ▪ hiperglicemia (feedback positivo) - desencadeia síntese e liberação de insulina pelas células β das ilhotas pancreática ❖ Função metabólica o anabolismo ▪ glicogênese e lipogênese ❖ Redução das concentrações séricas (e conversão intracelular) ▪ glicose (glicogênio) ▪ ácidos graxos (triglicerídeos) ▪ aminoácidos (proteínas) ❖ É essencial parainternalização da glicose através da membrana plasmática Feedback negativo: ❖ Antagonizam ou inibem os efeitos da insulina o Glucagon o Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) o Cortisol o GH Diabetes mellitus Conjunto de transtornos metabólicos de diferentes etiologias, caracterizado por hiperglicemia crônica, resultante da diminuição da sensibilidade dos tecidos à ação da insulina e/ou da deficiência de sua secreção. - Classificação etiológica: Diabetes tipo 1 Cães Diabetes tipo 2 Gatos • Genética • imunomediada • Obesidade • Não há secreção de insulina • Animal insulinodependente • destruição imunomediada das células beta • Secreção e ação inadequadas da insulina (resistência) • Insulino-dependente ou não • Amiloidose (depósito de proteína sérica de fase • aguda nos tecidos em resposta à presença de doenças crônicas) Incidência: • 0,6% • fêmeas tem 50% maior • animais idosos • Pinscher, Poodle, Dachshund e Schnauzer • Incidência • 85-95% das diabetes em gatos • 1:100 a 1:400 • 7 anos ou mais (pico 10 a 13 anos) • 50% maior em machos castrados • Birmanês Outros tipos: • pancreatite • hiperadrenocorticismo • diestro (cadela) - 4 P’s da DM: • Poliúria • Polidipsia • Polifagia • Perda de peso - Posição plantígrada (10% dos gatos acometidos) - Catarata (14% dos cães acometidos) • Opacidade do cristalino • Uveíte Diabetes Mellitus – Tipo I Diabetes Mellitus – Tipo II • Desenvolvimento de cetoacidose • Hiperglicemia agravada por cortisol e epinefrina • Cetonemia e hiperglicemia • Ativação dos quimiorreceptores da zona do gatilho • Náusea, anorexia e vômito • Glicosúria • poliuria e polidipsia compensatória • Profunda desidratação e hipovolemia • Acidose metabólica grave, insuficiência renal, choque e óbito • 85-95% das diabetes em gatos • combinação do prejuízo da secreção de insulina, da resistência à insulina e da deposição de amiloide nas ilhotas Resistência insulínica • Reduzida sensibilidade tecidual à ação da Insulina o endógena ou exógena • Resposta biológica menor do que a esperada para uma determinada concentração de insulina • Causa da DM tipo II o homem e gato • Compromete o tratamento diabético o doenças, medicamentos e obesidade • Causas o estresse ▪ catecolaminas o infecções o ciclo estral ▪ progesterona o endocrinopatias o neoplasias ▪ tumores mamários ▪ feocromocitoma (tumor de células cromais - que sintetizam catecolaminas) Cetoacidose metabólica • Complicação séria da DM • Deficiência absoluta ou relativa de insulina • Excesso de corpos cetônicos (acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona) formado a partir dos ácidos graxos voláteis • Decorrente de: o DM não diagnosticada o DM em tratamento, mas com resistência insulínica Hipoglicemia • Sintomas • excitação • ansiedade • vocalização • ataxia • tremores musculares • dilatação da pupila • Se prolongada • choque, convulsão, coma e morte • Hormônio proteico produzido pelas células alfa do pâncreas o única cadeia de 29 aminoácidos • Metabolizado pelo fígado e pelos rins o meia-vida plasmática 5 min • Funções opostas da insulina o principal efeito é centralizado no fígado o aumenta a produção hepática de cAMP ▪ redução da síntese de glicogênio ▪ aumento da glicogenólise da gliconeogênese ▪ aumento da glicemia Os principais efeitos do glucagon são opostos aos da insulina. Dessa forma, ele estimula a degradação das reservas de glicogênio, lipídeos e proteínas, elevando o nível de glicose sanguínea durante períodos de déficit energético. O glucagon tem efeito hiperglicemiante por estimular tanto a glicogenólise como a gliconeogênese, através da estimulação de cAMP, ativação de quinases e fosforilação de enzimas. Assim, tem efeito ativador sobre a glicogênio fosforilase, e inativador sobre a glicogênio sintetase. Também inativa a piruvato quinase e ativa a frutose- 1,6-difosfatase, promovendo a gliconeogênese. O efeito glicogenolítico do glucagon é idêntico ao da adrenalina, porém atua em baixas concentrações e sem causar a elevação da pressão sanguínea que as catecolaminas provocam. O glucagon acelera a proteólise hepática, aumentando o pool de aminoácidos e a formação de ureia. Os aminoácidos fornecem os esqueletos carbonados precursores para a gliconeogênese. Também inibe a síntese de ácidos graxos e colesterol a partir de acetil-CoA. Entretanto, como o glucagon aumenta a atividade da lipase, ocorre um incremento na concentração de ácidos graxos e corpos cetônicos no sangue. A ativação da lipase é mediada pelo aumento no nível do cAMP intracelular. No rim, o glucagon favorece a filtração glomerular e a excreção de sódio, potássio, cloro, fósforo inorgânico e ácido úrico. O glucagon é um hormônio catabólico, enquanto a insulina é um hormônio anabólico, sendo que a ação articulada dos dois constitui o principal ponto de controle sobre a homeostase da glicose. A somatostatina é um hormônio proteico produzido pelas células delta do pâncreas, em lugares denominados Ilhotas de Langerhans. Intervém indiretamente na regulagem da glicemia, e modula a secreção da insulina e glucagon. A secreção da somatostatina é regulada pelos altos níveis de glicose, aminoácidos e de glucagon. Funções → Inibe a liberação do hormônio do crescimento, inibe as secreções gástricas, inibe o glucagon e também reduz o fluxo sanguíneo esplâncnico, sem alterar significativamente a pressão arterial sistêmica. • Hormônio proteico o 36 aminoácidos • Secreção estimulada (feedback positivo) por: o colecistocinina, secretina e gastrina o estímulo do nervo vago o ingestão de proteínas (carboidratos e gorduras = pouca influência) • Secreção inibida (feedback negativo) por: o Somatostatina • Secreção de PP: o Inibe ▪ secreção de enzimas pancreáticas ▪ contração da vesícula biliar o Estimula ▪ motilidade intestinal ▪ esvaziamento gástrico O polipeptídeo pancreático é um hormônio produzido por células das ilhotas pancreáticas diferentes das que produzem insulina, glucagon e somatostatina. Sua liberação está relacionada com a ingestão de alimentos e com a hipoglicemia. Esse hormônio tem utilidade como marcador de tumores de ilhotas pancreáticas e de outras formas de adenomas endócrinos múltiplos. A célula PP, que correspondem a somente 1% das ilhotas e produzem o polipeptídeo pancreático que tem o objetivo de inibir o pâncreas exócrino e reduzir a liberação da somatostatina. A disfunção destas células leva a uma série de doenças, sendo a mais conhecida o Diabetes Melitus.
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