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Patologia Básica e Fisiopatologia - Unimes UNIDADE I Métodos de estudos na Patologia → Exame Citológico Analisa células individualizadas/livres nos líquidos e secreções do corpo, através da microscopia. Exs.: Papanicolau: (Detecta células anormais que podem detectar câncer) Esfregaço de sangue: Avalia o tamanho, a forma, o número, e a aparência dos glóbulos vermelhos do sangue para determinar, ou podendo auxiliar no diagnóstico da anemia falciforme, talassemia, anemia megaloblástica e outras alterações hematológicas; * glóbulos vermelhos = hemácias = carregam oxigênio * As doenças hematológicas são aquelas que comprometem a produção dos componentes do sangue, como as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas, geradas na medula óssea. → Cultura Celular A cultura de células é uma metodologia utilizada para cultivar células isoladas em um ambiente artificial (in vitro, mas que simula as condições ideais para seu crescimento com o objetivo de estudar a sua fisiologia e bioquímica, tais como suas atividades, diferenciações e proliferações. → Biópsias Podem ser para diagnóstico ou tratamento Ablativa ou excisional: Remoção de toda a lesão para tratamento Incisional: Retira parte da lesão para diagnóstico → Imuno-histoquímica É o conjunto de procedimentos que utiliza anticorpos como reagentes específicos para detecção de antígenos presentes em células ou tecidos. Os anticorpos são ligados a marcadores fluorescentes que, quando encontram o antígeno procurado, acoplam-se, fazendo com que a fluorescência sinalize. Aplicação: Diagnóstico de Neoplasias (Surgimento de Massa de Tecido Anormal ) → Técnica de Biologia Molecular Estão sendo cada vez mais comuns e com menor custo. Muitas vezes associadas a diagnósticos mais precisos e precoces. Utilizam os ácidos nucleicos – ácido desoxirribonucleico (DNA) ou ácido ribonucleico (RNA) – para realização dos mais variados procedimentos. Os ácidos nucleicos (DNA e/ou RNA) são estudados por técnicas que amplificam este material em escala geométrica, sendo a PCR (Polymerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase), a mais usada. Atua também na detecção de agentes infecciosos, investigando a presença do DNA ou do RNA de patógenos, como por exemplo, HPV, HIV, HCV, HBV, Citomegalovírus, Clamídia, Covid-19. Outra aplicação da Biologia Molecular é na investigação de doenças genéticas. UNIDADE II Adaptação celular São alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares. Essas adaptações podem ser: Fisiológicas: respostas à estimulação normal pelos hormônios ou mediadores químicos Patológicas: respostas ao estresse → Atrofia Diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos por diminuição do anabolismo celular. → Hipertrofia Aumento volumétrico das células e dos órgãos atingidos, por aumento do anabolismo celular. → Hipoplasia Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo, por diminuição da replicação celular. → Hiperplasia Aumento do número de células de um órgão ou de parte dele por aumento da taxa de replicação celular → Metaplasia Mudança de um tipo de célula adulta e madura para outra da mesma linhagem → Displasia Condição adquirida caracterizada por alterações do crescimento e da diferenciação celular. É considerada uma condição patológica associada a maior risco de câncer. Caso os estímulos recebidos ultrapassarem o limite de adaptação celular, então teremos uma lesão celular. Atrofia e Hipertrofia Alterações no tamanho das células e órgãos / alterações nos processos de anabolismo Hipoplasia e Hiperplasia: Alterações na quantidade de células de um órgão / alteração nos processos de replicação celular Lesão Celular Quando o equilíbrio homeostático das células é rompido pelo efeito de uma agressão, as células tendem a se adaptar (processo adaptativo) e podem evoluir morfologicamente para um processo regressivo (lesão celular) ou morrer. Lesão é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares, ou funcionais que surgem nos tecidos após as agressões. Lesão reversível: quando o estímulo nocivo é cessado e ainda não houve dano severo à membrana plasmática e ao núcleo, as lesões podem ser revertidas, apesar de haver anomalias na estrutura e no funcionamento da célula. Lesão irreversível: ocorre morte celular. Causas das lesões celulares → Hipóxia (Privação de Oxigênio) A privação de oxigênio (O2), chamada de hipóxia, dificulta a respiração celular e leva a lesões sérias na célula. Ela pode ser causada por uma interrupção do fluxo sanguíneo, denominada isquemia; por dificuldades na oxigenação do sangue nos pulmões, como nos casos de pneumonia ou enfisema pulmonar; ou por diminuição da capacidade de transporte de O2 no sangue, como no caso de intoxicação por monóxido de carbono (CO) e na anemia. → Reações imunológicas O mecanismo de atuação do sistema imunológico lesiona células infectadas por microrganismos, mas podem também lesionar células saudáveis em doenças autoimunes ou hipersensibilidades a agentes externos. → Anomalias genéticas As mutações gênicas que produzem proteínas defeituosas, podem levar a lesões celulares, por meio da ineficiência das reações químicas das quais elas participam, como no caso da anemia falciforme ou doença celíaca. → Agentes Químicos; → Agentes infecciosos; → Desequilibrios nutricionais; → Envelhecimento; → Etc; → Onde as substâncias nocivas agem? Nas mitocôndrias: podem rompê-las, dificultar a produção de ATP, ou aumentar as espécies reativas de oxigênio (ERO); No DNA e sua expressão gênica; Podem causar danos tanto à membrana plasmática, quanto à lisossômica, o que provoca a morte celular; Desequilíbrio na homeostasia do cálcio; Alterações morfológicas nas células lesadas. Etc; → Lesões Reversíveis As lesões reversíveis são decorrentes de alterações que resultam em acúmulo de substâncias no interior da célula. → Alterações Hídricas Intracelulares Edema Celular ou Inchação Turva Rápida entrada de água para o interior da célula. Fica afetado o transporte de água e de íons entre os meios interno e externo à célula; Patogenia: desequilíbrio iônico entre o Na e o K. O Na fica retido intracelularmente, o que provoca a entrada de água na célula e a retenção de K extracelularmente. A ausência do K no meio intracelular contribui para a diminuição da atividade mitocondrial. Degeneração Vacuolar (ou Alteração Hidrópica) Estado mais avançado de edema celular em que se observam maior quantidade de água nas organelas, presença de formas granulares e grande número de vacúolos citoplasmáticos. → Alterações Lipídicas Esteatose A esteatose é o acúmulo de lipídeos no citoplasma de células que, usualmente, não os armazenam. Ocorre comumente no fígado, podendo também ser observada no epitélio dos túbulos renais, nas fibras musculares estriadas cardíacas e esqueléticas e no pâncreas. Deve-se a interferências no metabolismo dos ácidos graxos, envolvendo maior captação, síntese ou dificuldades em utilizá-los, transportá-los ou excretá-los. Pode ser causada por medicamentos, intoxicações, infecções, hipoxemia, diabetes mellitus, distúrbios metabólicos, obesidade, hiperlipidemia, desnutrição, alcoolismo, etc. Aterosclerose Aterosclerose é um problema de saúde de origem multifatorial que se caracteriza pelo acúmulo de lipídios, células inflamatórias e outros elementos na parede das artérias, o que leva ao estreitamento e enrijecimento desses vasos. Ela ocorre, principalmente, na camada íntima (camada mais interna) das artérias de pequeno e médio calibre. Leia mais em : https://brasilescola.uol.com.br/saude/aterosclerose.htm → Alterações Proteicas (hialina) Alterações regressivas celulares que provocam o aparecimento de material hialino nos tecidos. Material hialino: tecidos ou estruturas que se destacam por serem translúcidos e assumirem uma aparência vítrea. A presença desse material intra ou extracelularmente é indicativo da ocorrência de agressões celulares ondeocorrem alterações celulares no mecanismo de metabolização proteica. As alterações hialinas intracelulares podem representar, além de lesão celular, também acúmulo de substâncias estranhas no interior do citoplasma Os hialinos extracelulares estão localizados nos processos de arteriosclerose Arteriosclerose Principal causa de morte no mundo ocidental. Acúmulo de gordura e cálcio ao longo de toda extensão de uma artéria, deixando- a endurecida. Tanto a atero como a arteriosclerose são doenças provocadas pelo acúmulo de colesterol LDL em placas ou ao longo das artérias. Alteração da túnica média das paredes das arteríolas, que passam a apresentar material hialino como substituto do tecido muscular liso presente nessa camada. A presença de material hialino nas arteríolas traz como consequência uma diminuição da luz vascular, o que prejudica a irrigação sanguínea do local afetado. Comum em indivíduos senis, diabéticos e/ou hipertensos. Arteriosclerose significa o endurecimento e perda de elasticidade da parede da artéria. A aterosclerose é uma das causas de arteriosclerose e significa o depósito de gordura na parede das artérias de médio ou grande calibre. Ler mais em: https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/ Aterosclerose Depósito de gordura nas artérias. Uma das causas da Arteriosclerose. Arteriosclerose Acúmulo de gordura e cálcio nas artérias. Endurecimento e perda da elasticidade da parede da artéria → Hialinização por fibras colágenas. Se desenvolve nos mecanismos de cicatrização. Pode constituir os queloides e as cicatrizes de ferimentos extensos. As fibras colágenas, são formadas, por cadeias proteicas interligadas por pontes de enxofre. O aumento das pontes de enxofre entre essas cadeias proteicas, confere às fibras colágenas uma perda de sua elasticidade normal e um certo encurtamento. → Amiloidose A amiloidose é um grupo de doenças raras, causadas pelo depósito de proteínas insolúveis no corpo. Ao contrário das proteínas normais do nosso corpo, que são capazes de se degradarem, essas proteínas insolúveis se depositam nos órgãos e tecidos, causando danos. Elas formam os chamados “depósitos amiloides”, que geram uma fibra nos tecidos, incapaz de ser eliminada pelo organismo. Amiloide é uma proteína anormal geralmente produzida na medula óssea e que pode ser depositada em qualquer tecido ou órgão. Lesões Irreversíveis Causam morte celular Necrose: Morte celular ou tecidual acidental (que sofreu lesões). Ocorre desintegração celular (autólise). Induz reação inflamatória. Membrana plasmática rompida. Apoptose: Morte celular de forma natural para manutenção da homeostase. Processo programado de morte celular. Não ocorre reação inflamatória. Membrana plasmática intacta. Fragmentos são fagocitados. Morte celular NÃO pode ser entendida como sinônimo de necrose. Necrose é a morte celular no indivíduo vivo seguido de autólise. → Se a morte celular ocorre em um organismo vivo e é seguida de autólise, o processo recebe nome de necrose. → Autólise: degradação enzimática dos componentes da célula por enzimas da própria célula liberadas dos lisossomos (pode ser no indivíduo vivo ou morto). → Apoptose: morte por processo alvo no qual a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas ou por macrófagos, não ocorrendo o processo de autólise. → Calcificações Patológicas Processo patológico onde sais de cálcio somados a outros minerais tais como ferro e magnésio entre outros, são acumulados sobre uma matriz orgânica em locais onde não é comum à sua deposição em situações de alteração da homeostase e da morfostase. Distrófica: calcificação heterotópica* em tecidos em estado avançado de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas Metastática: calcificação em tecidos onde não exista necessariamente lesão prévia Calculose ou litíase : calcificação em estruturas tubulares diferentes de vasos sanguíneos * Heterotopia: Localização anormal ou deslocamento de um tecido ou estrutura anatômica. → Pigmentações Patológicas Uma pigmentação anormal é mais um sinal de perda da homeostase e da morfostase celular, portanto, é patológica. Agentes pigmentadores exógenos = fatores de agressão Agentes pigmentadores endógenos = tecido está sofrendo algum tipo de agressão não necessariamente provocada pelo pigmento. Pigmentações endógenas Bilirrubina: A bilirrubina é formada quando a hemoglobina (a parte dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio) é decomposta como parte do processo normal de reciclagem de glóbulos vermelhos velhos ou danificados. A bilirrubina é transportada pela corrente sanguínea até o fígado, onde se liga à bile (o suco digestivo produzido pelo fígado). A bilirrubina é, em seguida, transportada pelos canais biliares até o trato digestivo, de modo que ela possa ser eliminada do corpo. A maior parte da bilirrubina é eliminada nas fezes, mas uma pequena parte é eliminada na urina. Se a bilirrubina não puder passar pelo fígado e canais biliares suficientemente rápido, ela se acumula no sangue e é depositada na pele. O resultado é a icterícia. Leia mais em: msd manuals icterícia Diminuição localizada da pigmentação: Vitiligo: diminuição da quantidade de melanócitos produtores de pigmento na epiderme, manifestando-se clinicamente como manchas apigmentadas. Albinismo: os melanócitos encontram-se em número normal, mas não produzem pigmento. UNIDADE III → Inflamação Resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual local ou a uma infecção, caracterizada pela saída de elementos do sangue (leucócitos) e líquidos para o interstício. A vasodilatação e o aumento do fluxo sanguíneo são os responsáveis pelos sinais: CALOR E RUBOR. Com a permeabilidade vascular que permite a saída de líquidos dos vasos para o interstício, observamos o EDEMA (ou Tumor), que pressiona terminações nervosas tendo a manifestação da DOR, e com a dor e o edema temos a PERDA DA FUNÇÃO. Qual o objetivo da inflamação? Livrar o organismo do agente agressor e reparar o tecido. Ação leucocitária na inflamação Inflamação Aguda Alterações no calibre vascular, que conduzem a um aumento do fluxo sanguíneo. Aumento da permeabilidade vascular; que permite que as proteínas plasmáticas e os leucócitos deixem a circulação (exsudato) Emigração dos leucócitos e seu acúmulo nos focos de agressão Quais desfechos a inflamação aguda pode ter? Resolução completa. Cura por substituição por tecido conjuntivo (fibrose). Formação de tecido de granulação. Progressão para a inflamação crônica. Veja mais em: https://www.youtube.com/watch?v=oMkEUGJakP8 Inflamação crônica Se o agente causador da inflamação aguda persistir dá-se início ao processo de inflamação crônica. Este processo pode durar vários dias, meses ou anos. A inflamação crônica é caracterizada pela ativação imune persistente com presença dominante de macrófagos* no tecido lesionado. Os macrófagos liberam mediadores que, a longo prazo, tornam-se prejudiciais não só para o agente causador da inflamação, mas também para os tecidos da pessoa. Como consequência, a inflamação crônica é quase sempre acompanhada pela destruição de tecidos. Entre os processos inflamatórios crônicos conhecidos estão: artrite, asma e processos alérgicos, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, síndromes intestinais, doença celíaca e diabetes. *Macrófagos Derivam-se da diferenciação dos monócitos, que são leucócitos agranulares Fagocitose de vírus, fungos e bactérias Destroem células mortas e danificadas no corpo Veja mais em : https://www.youtube.com/watch?v=m47i7hHwoRI → Reparo Tecidual Processo de cura de lesões teciduais Regeneração O tecido morto é substituído por células de tipo e função semelhantes. Esse processo é limitado a tecidos com células capazes de se dividir e substituir as células lesionadas: Células lábeis: e dividem de forma rápida e com extrema facilidade. Ex.: células do tecido epitelial. Células estáveis: Apesar de serem capazes, normalmentesó se dividem se forem estimuladas. Células permanentes: não conseguem mais se replicar. Ex.: neurônios. Cicatrização Processo pelo qual o tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado. Possui três fases: Fase inflamatória: formação de um coágulo sanguíneo e a migração de leucócitos fagocíticos para o local da ferida. Fase proliferativa: Construção de tecido novo para preencher o espaço da ferida. As células mais importantes durante essa fase são os fibroblastos que sintetizam e secretam colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas, estimulam angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos) e proliferação e migração de células endoteliais. Contração da ferida e fase de remodelação: A cicatriz aumenta sua resistência à tração e a cicatriz encolhe, tornando-se menos visível. → Autoimunidade Tolerância imunológica Mecanismo que garante a capacidade de reagir contra uma enorme variedade de microrganismos, mas não contra os antígenos próprios. Tolerógenos Linfócitos que toleram “antígenos próprios”, chamados de antígenos imunogênicos Doença autoimune Doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Mimetismo molecular É a reação cruzada entre antígenos de microrganismos estruturalmente similares aos antígenos próprios. Quando um peptídeo próprio deixa de ser tolerado a reação inflamatória provoca a aparição de mais autoantígenos = Dispersão de epítopos*. *epítopos: porção do antígeno capaz de gerar resposta imune. → Doenças auto imunes órgão específicas Contra proteínas específicas presentes em determinados órgãos Tireoidite de Hashimoto (HT) Doença mediada por células T específicas que infiltram a tireoide causando a destruição glandular resultando no hipotireoidismo. Diabetes Mellitus Insulina-Dependente (Diabetes Tipo I) É uma doença cuja principal característica é o acúmulo anormal de glicose no sangue. Ela ocorre quando os anticorpos se voltam contra as células ß do pâncreas, responsáveis por fabricar insulina e que são destruídas de forma irreversível. Doença de Graves Na doença de Graves, um autoanticorpo chamada imunoglobulina estimulante da tireoide (TSI) provoca a produção de um excesso de hormônios da tireoide e aumento da glândula. A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo. Miastenia Graves Autoanticorpos antirreceptores de acetilcolina interferem com a transmissão neuromuscular e provocam lesão na placa motora. Doença marcada pela fraqueza progressiva e perda do controle muscular. → Doenças autoimunes sistêmicas Produz anticorpos específicos que se ligam a seu antígeno e depositam-se em vários locais do organismo. Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença autoimune do tecido conjuntivo. Lúpus eritematoso é uma doença autoimune heterogênea, multissistêmica, caracterizada pela produção de autoanticorpos contra vários constituintes celulares. As lesões mais frequentes são no coração, articulações, pele, pulmões, vasos sanguíneos, fígado, rins e sistema nervoso. Artrite Reumatoide É uma doença crônica que se baseia na inflamação persistente de articulações, podendo também afetar certos órgãos. Apresenta maior incidência nas mulheres, principalmente entre os 30 e os 50 anos. Têm-se sugerido que a doença é iniciada em um indivíduo geneticamente predisposto pela ativação de uma resposta mediada por linfócitos T a um gatilho imunológico, como um agente microbiano. Esclerose Multipla Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune. Por motivos genéticos ou ambientais, na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina (capa que envolve todos os axônios) que recobre os neurônios e isso compromete a função do sistema nervoso. A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos. Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas. UNIDADE IV → Alterações circulatórias Noções Gerais Hemodinâmicas Os fluidos do corpo transitam por três compartimentos: Intracelular Intersticial* Intravascular * Intersticial : Entre duas partes, isto é, no tecido conjuntivo. Etimologia (origem da palavra intersticial) Insterstício, novo órgão : https://www.bbc.com/portuguese/geral-43577663 A troca de líquidos entre o compartimento vascular e os espaços intersticiais ocorre no nível dos capilares. A pressão hidrostática (arterial) empurra os líquidos para fora dos capilares e a pressão osmótica coloidal ou oncótica (venosa), exercida pelas proteínas plasmáticas, puxa os líquidos de volta aos capilares. A albumina, que é a menor e mais abundante das proteínas plasmáticas, proporciona a principal força osmótica para o retorno de líquidos ao compartimento vascular. Normalmente, uma quantidade pouco maior de líquido deixa o leito capilar do que a que pode ser reabsorvida. Esse excesso de líquido é devolvido para a circulação através dos canais linfáticos. As alterações circulatórias, portanto, ocorrem quando temos distúrbios na irrigação sanguínea e no equilíbrio hídrico. Normalmente, 50% da quantidade de líquido corpóreo localiza-se na célula, 40% estão no interstício, 5%, nos vasos, 5% compõem os ossos. A hidrodinâmica mantém uma troca equilibrada desses líquidos. A pressão hidrostática (arterial) empurra, A oncótica (venosa) traz para dentro. Alterações hídricas intersticiais Edema Alterações no volume sanguíneo Hiperemia, Hemorragia Choque Alterações por obstrução intravascular Embolia Trombose Isquemia Infarto Alterações no Interstício → Edema Acúmulo de líquido no interstício, causado por um desequilíbrio entre as pressões hidrostáticas e oncóticas. Edema localizado Ex. edema inflamatório, cuja constituição é rica em proteínas. O líquido desse tipo de edema é denominado de "exsudato". Edema sistêmico é formado por líquido com constituição pobre em proteínas. Esse líquido é denominado de "transudato" Os edemas sistêmicos (transudato) podem originar infecções. Ex.: os edemas pulmonares podem originar pneumonias e insuficiência respiratória; o edema cerebral, por sua vez, pode ser mortal. Aula Edema Youtube Alterações no volume sanguíneo → Hiperemia e Congestão Ambos os processos acontecem por aumento de sangue nos capilares. Hiperemia Aumento de entrada de sangue rico em oxigênio nos vasos por conta da vasodilatação da arteríola. Os capilares ficam cheios de sangue rico em oxigênio, por isso o tecido fica avermelhado Fisiológica: Vergonha, Exercício Físico (o músculo precisa de mais oxigênio) Patológica: Inflamação Congestão ou hiperemia passiva Diminuição da saída de sangue dos capilares Sempre patológico Tecido irrigado em sangue pobre em oxigênio, por isso vai apresentar cianose, ou seja, tonalidade azulada → Hiperemia → Congestão Aula sobre hiperemia e congestão → Hemorragia Extravasamento (saída) do sangue para o espaço extravascular (fora da luz dos vasos). Se a hemorragia for sistêmica, pode originar o choque hemorrágico (diminuição do aporte sanguíneo periférico devido à perda excessiva de sangue). → Choque Distúrbio da dinâmica e distribuição dos líquidos. Provocado por uma diminuição da perfusão de nutrientes para a célula, devido à deficiência do aporte sanguíneo desencadeado por alterações hemodinâmicas variadas como: Hipovolemia: queda do volume sanguíneo circulante Propulsão cardiopulmonar inadequada Hipotonia vascular periférica Os tecidos sofrem hipóxia e carência nutricional, e a falta de oxigênio induz um acúmulo de ácido lático no local, provocando a instauração de lesões irreversíveis e a morte celular. → Alterações por obstrução intravascular Trombose Embolia Isquemia Infarto → Trombose Coagulação intravascular do sangue em um indivíduo vivo. Consiste em uma alteração circulatória oriunda de uma reação hipermétrica (heterométrica) do sistema de coagulaçãoou de hemostasia. Ver plaquetas e coagulação A trombose pode: Evoluir para a sua total lise. Sofrer deslocamento ou embolização. Calcificar-se (calcificação distrófica). Organizar-se (é invadido por capilares e fibroblastos, sofrendo recanalização) Além da embolia, o trombo pode obstruir as vias sanguíneas, levando à mortecelular da região irrigada (isquemia e infarto) → Embolia Presença de substância (sólido, líquido e gasoso) estranha ao sangue, caminhando na circulação, levando à oclusão parcial ou completa da luz do vaso em algum ponto do sistema circulatório. A substância estranha referida no conceito é denominada de êmbolo. Segundo Cotran et al. (1996), 99% dos êmbolos são originários de trombos. O êmbolo se distingue do trombo por não estar aderido à parede do vaso. A embolia pode originar: Isquemias- devido a obstrução dos vasos Infartos - consequência da isquemia. → Isquemia Diminuição do afluxo de sangue em uma região. Podem variar de simples adaptações teciduais, alterações funcionais até quadros de morte celular. Nas isquemias prolongadas, os órgãos ficam com volume menor (atrofia), e podem evoluir para a necrose. Já nas isquemias absolutas, a necrose tecidual pode ser extensa, resultando em infarto. → Infarto Morte tecidual devido à falência vascular. Quando a diminuição da quantidade de sangue ou a sua não chegada aos tecidos causar o processo de irreversibilidade da vitalidade tecidual, isto é a morte tecidual, é denominado de infarto. UNIDADE V Alterações no crescimento, desenvolvimento e diferenciação celular Distúrbios de crescimento e desenvolvimento de órgãos e tecidos → Teratologia Ramo da medicina responsável por estudar as causas, mecanismos e padrões das anomalias congênitas. Anomalias congênitas são um grupo de alterações estruturais ou funcionais que ocorrem durante a vida intrauterina e que podem ser detectadas antes, durante ou após o nascimento. Podem afetar diversos órgãos e sistemas do corpo humano e são causadas por um ou mais fatores genéticos, infecciosos, nutricionais e ambientais, podendo ser resultado de uma combinação desses fatores. Ler mais sobre aqui. A multiplicação celular é responsável pela formação do conjunto de células que compõe os indivíduos. A diferenciação celular é a especialização morfológica e funcional que permite o desenvolvimento do organismo como um todo integrado. O potencial de crescimento e diferenciação varia de tipos celulares. Elas são classificadas como: Perenes: Atingiram sua diferenciação total e não se multiplicam mais depois do nascimento. Alto grau de diferenciação. Ex. Neurônios Estáveis: Possuem baixo índice mitótico, mas são capazes de se proliferar quando estimuladas. Ex. células parenquimatosas dos órgãos glandulares. Lábeis: alto grau de mitoses, ou seja, alta multiplicação e pouca diferenciação. Ex. células do epitélio de revestimento. A quantidade de células de um indivíduo depende do equilíbrio entre o número de células originadas por mitose e de perdas celulares por apoptose (processo programado de morte celular.) Distúrbios congênitos: presentes ao nascimento Distúrbios adquiridos: desenvolvem-se após o nascimento Alterações do desenvolvimento são congênitos Alterações do crescimento são distúrbios adquiridos Alterações da diferenciação poder ser tanto congênitas ou adquiridas → Alterações no desenvolvimento Agenesia É a ausência de iniciação do desenvolvimento. Há a ausência total do órgão ou de parte dele. Quando o órgão afetado é único e vital à vida ele é letal. Exemplos: anencefalia, acrânia Aplasia É a ausência de formação ou a interrupção do seu desenvolvimento. Apresenta apenas os rudimentos do órgão ou tecido. Letal quando o órgão afetado é único e essencial. Exemplo: microcefalia, aplasia de medula. Atresia É quando não há o completo desenvolvimento de um órgão ou de um ducto, não permitindo a distinção dos lúmens desses órgãos. Hipoplasia Deficiência na formação. O órgão é menor e com função reduzida. Iniciou-se o desenvolvimento, porém não o completou. Difere da hipotrofia por não ter atingido o desenvolvimento completo. Ectopia Quando um tecido ou órgão se localiza em local não comumente observado. → Alteraçõs no crescimento Atrofia Diminuição do volume de uma região ou de um órgão, quando estes já atingiram a idade adulta. A quantidade de células diminui devido à carência nutricional, à isquemia (diminuição do afluxo de sangue) da região, a fatores fisiológicos (ex. na senilidade os tecidos diminuem de volume) ou por desuso do órgão (ex. a atrofia muscular em indivíduos imobilizados por muito tempo). Hiperplasia Aumento do número de células parenquimatosas, que mantêm seu tamanho e função normais. Pode ser fisiológica ou patológica. Pode ser resultante de proliferação de células maduras pela ação de hormônio de crescimento ou produção de células novas. Hipertrofia Aumento do volume celular provocado pelo aumento individual do tamanho da célula, sem alteração do seu número. Ex. Atleta halterofilista apresenta suas células musculares aumentadas. → Alterações na diferenciação Diferenciação é o processo que transforma e especializa as células embrionárias. Após estas transformações, sua morfologia e fisiologia são definidas, o que as tornam capazes de realizar determinada função. As alterações de diferenciação são as modificações qualitativas das células, alterando seu comportamento. Metaplasia Uma célula adulta passa a adquirir características de outro tipo de célula adulta. Displasia Existe a proliferação celular excessiva, acompanhada de ausência ou escassez de diferenciação. Geralmente é precedido por uma irritação ou inflamação crônica. O processo displásico, por vezes, pode regredir, se retirada a causa irritante. Anaplasia Processo no qual as células perdem suas características de diferenciação, assumindo características semelhantes às das células embrionárias. É a desdiferenciação celular. As células adultas adquirem características embrionárias. Indica desvios da normalidade mais acentuados do que na displasia, além de ser irreversível. Representa o melhor critério para o diagnóstico de malignidade dos tumores (neoplasias). UNIDADE VI – Neoplasias NEOPLASIA: "neo"= novo + "plasia" = formação. Perda do controle da divisão celular – proliferação descontrolada Massa anormal de tecido, cujo crescimento é autônomo, persistindo dessa maneira excessiva após o término dos estímulos que o provocaram. Massa anormal de tecido, cujo crescimento ultrapassa e se mostra descoordenado, com aquele dos tecidos normais e persiste da mesma maneira excessiva após cessação dos estímulos que produziram a mudança. Células normais: Crescem, multiplicam-se e morrem de maneira ordenada. Células neoplásicas : As células com proliferação descontrolada, sofrem perda de diferenciação e alterações e conseguem evitar a apoptose. Genes reguladores do crescimento em células normais Proto-oncogenes, que promovem o crescimento Genes supressores de tumor, que inibem o crescimento celular Alterações nos proto-oncogenes e nos genes supressores de tumor podem provocar desenvolvimento de células com crescimento desgovernado → Nomeclatura das neoplasias Tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Tumor maligno= neoplasia maligna= câncer Tumor benigno = neoplasia benigna Câncer não invasivo ou in situ Neoplasias malignas de origem epitelial que ainda não invadiram o estroma adjacente, portanto de crescimento restrito à área de origem. A membrana basal está ainda preservada sendo a razão do termo in situ. É o primeiro estágio em que o câncer pode ser classificado A maioria dos cânceres in situ é curável se for tratada antes de progredir para a fase de câncer invasivo. Câncer invasivo Invadem outras camadas celulares. Ganham a corrente sanguínea ou linfática e têm a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo, o que chamamos de Metástases. Carcinogênese O mecanismode carcinogênese é resultado de diversas alterações nos genes que atuam direta ou indiretamente no controle do ciclo celular Geralmente o câncer não é resultado de um único evento, a maioria resulta de uma combinação de causas evitáveis, ambientais e não ambientais. Pode levar vários anos para que uma célula se prolifere e dê origem a um tumor visível. Como regra geral: Ativação dos proto oncogenes (promovem crescimento celular) Inibicação ou ausência dos genes supressores tumorais (inibem crescimento celular) Inibição dos genes pró apoptóticos (morte celular programada) Ativação de genes antiapoptóticos Etapas: 1. Iniciação As células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos que provocam modificação em alguns dos seus genes As células se encontram geneticamente alteradas, porém ainda não é possível detectar um tumor clinicamente 2. Promoção As células geneticamente "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes promotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio 3. Progressão Multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas Câncer já está instalado e evoluindo até o surgimento de das primeiras manifestações clínicas 4. Manifestação Manifestação clínica da neoplasia Metástases Iniciação agentes cancerígenos provocam modificação nos genes das células afetadas Promoção após longo e continuado contato com o agente promotor, este transforma as células afetadas em células malignas Progressão Multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas Manifestação Manifestão clínica da neoplasia e metástases → Agentes Cancerígenos Agente oncoiniciador é capaz de provocar diretamente o dano genético das células, iniciando o processo de carcinogênese. Agente oncopromotor atua sobre as células iniciadas, transformando-as em malignas Agente oncoacelerador caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Atua no estágio final do processo. → Agentes físicos Radiação UV Energia Térmica → Agentes Químicos Corantes Tabaco Formaldeído Pesticidas → Agentes biológicos Vírus: Os mais estudados são o HPV (papiloma vírus humano), como possível causador de carcinomas de colo uterino, e o citomegalovírus, como causador de linfomas. → Microbioma e carcinogênese Microrganismos podem ser “motoristas ou passageiros” da carcinogênese → Crescimento secundário Invasão: As células neoplásicas penetram os tecidos vizinhos mantendo continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem Metástase: As células tumorais, atingindo a circulação pelos vasos sanguíneos ou linfáticos, podem originar as metástases. Constitui um crescimento à distância, sem continuidade anatômica com a mssa de origem.
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