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Gestão de Manutenção Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Gustavo Henrique Marques Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Gestão de Manutenção na Prática Gestão de Manutenção na Prática • Compreender os conceitos de perdas e aplicação de cálculos de eficiência global do equi- pamento (OEE – Overall Equipment Effectiveness), eficiência global dos processos (OPE – Overall Process Effectiveness) e índice de utilização de ativos (IUA), na busca da compreensão do gerenciamento de manutenção por indicadores. Também, nesta unidade, é solicitado que você elabore um plano de manutenção. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Gestão de Manutenção na Prática. UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Gestão de Manutenção na Prática A missão da Gestão da Manutenção pode ser entendida como a garantia do padrão de desempenho determinado para os Processos Produtivos, por meio da melhoria con- tínua da Confiabilidade e Manutenibilidade dos equipamentos, com retorno atrativo para a organização. Para isso, é fundamental o controle por meio de ações sistêmicas, como: perfil de perdas, risco de acidentes e impactos ambientais. As perdas na área do gerenciamento da manutenção existem e muitas vezes estão ocultas dentro do que chamamos de rotina de manutenção, podendo ainda ser fontes geradoras de propagação de desperdícios. Esses desperdícios na manutenção oneram todo o sistema de gerenciamento da ma- nutenção e contribuem para que a empresa se torne menos competitiva no mercado frente aos seus concorrentes. Assim, esta unidade busca estratificar o conceito de perdas na gestão da manutenção junto à atuação proativa dos profissionais da área no combate a esses desperdícios, cor- roborando o propósito das organizações que fomentam o espírito da melhoria contínua e o aumento dos lucros, por meio da gestão por indicadores e foco nos resultados. Conceito de Perdas Em outra unidade, já foi apresentada a importância do estudo das Seis Grandes Perdas do TPM, que, além de impactar diretamente na produtividade da organização, contribui com a diminuição do rendimento dos equipamentos, sendo assim essencial o trabalho de identificação e ação preventiva. A perda em um processo produtivo é caracterizada pela diferença entre o resultado ideal e o que foi realizado, abrangendo fatores quantitativos e qualitativos do processo. Quando a relação entre o que foi planejado e o que foi realizado for menor que 1 (ou 100%), significa que houve perdas que impediram o processo de atingir a meta estipu- lada de 100%. Para cada meta não atingida, o gestor da área deve elaborar um plano de correção, para evitar a recorrência do mesmo problema. Por exemplo, o planejamento para um processo de fabricação de dispositivos ele- trônicos para celular estabelece que, ao longo de um dia, devem ser produzidas 70.000 unidades do componente X, mas, no final da última hora do dia, foi verificada a produ- ção total do componente X de apenas 69.950 unidades. Assim, conclui-se que o gap de 50 unidades representa a perda do processo. 8 9 7 grande perdas da Produção: O Sistema Toyota de Produção identificou sete grandes perdas, as quais acredita serem apli- cáveis tanto para manufaturas quanto para serviços: • Superprodução; • Transporte; • Processamento; • Produção de Itens defeituosos; • Espera; • Estoque; • Movimentação. SHINGO, S. Sistemas de Produção com Estoque Zero: Do ponto de vista da engenharia de produção. Tradução por Lia Weber Mendes.2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. Importante! Tudo que não agrega valor é perda! Gestão por Indicadores Os indicadores (representações visuais ou numéricas) são fundamentais para uma empresa que objetiva atingir, com excelência, suas operações, bem como a promoção da melhoria contínua. KPI (Key Performance Indicator): São indicadores chave de performance que expressam tendências, fatores de risco e traduzem a real situação da atividade em estudo. No ambiente produtivo, após a determinação e estratificação das etapas dos Pro- cessos das áreas e Valor a ser agregado em cada processo, é necessário determinar os Indicadores que deverão ser gerenciados para garantir o funcionamento ótimo dos equipamentos e resultados planejados. A falta de indicadores pode ocasionar alguns problemas no monitoramento e contro- le dos processos produtivos, como: • Ociosidade; • Delegação de atividades; • Criação de atividades e até processos que não agregam valor; • Execução de atividades que não agregam valor; • Atrasos para a realização de atividades de rotina. 9 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Exemplo: Se houver problemas em um processo que tenha relação de interdependência com outro, além da perda direta, pode-se ocasionar ociosidade no outro processo. Temos que considerar também que a falta de informação pode ser uma fonte geradora de desperdí- cios, como: aguardar o posicionamento da área de Planejamento e Controle da Produ- ção para verificar se serão realizados ou não os ajustes de setup em um equipamento. Esse tempo desperdiçado deve ser relatado e demonstrado em algum indicador de processos da área para que a gestão tenha ciência das atividades que estão ocorrendo na área que não agregam valor ao processo e, então, tome as medidas assertivas frente a situações como essas, entendendo ser pontual ou sistêmica. Figura 1 – Analista de Manutenção relatando uma avaria no equipamento parado Fonte: Getty Images Vale ressaltar que o que não é relatado no lugar correto não pode ser gerencia- do. E atividades que não agregam valor geram perdas, uma vez que demandam recursos para serem realizadas. Nesse contexto, os indicadores têm como premissa inicial a mensuração das capaci- dades do processo em análise em níveis de eficiência e eficácia de áreas da organização, ou seja, no processo produtivo, avaliam o desempenho frente às necessidades dos clien- tes (DE ROLT, 1998). A utilização de indicadores nas organizações permite estabelecer padrões, assim como acompanhar sua evolução com o passar do tempo. O uso de um único indicador isoladamente não permite o conhecimento da complexidade da realidade sistêmica da organização. A associação de vários deles e a comparação entre diferentes indicadores facilitam a sua interpretação e compreensão (BISBE; MALAGUENO, 2012). Entendendo que os indicadores são relevantes para o conhecimento dos processos da empresa e atuação em possíveis pontos de melhoria, a gestão da manutenção deve estar atenta às análises do processo produtivo, que servirão de base ao direcionamento assertivo das tomadas de decisão. 10 11 Importante! Os indicadores devem ser determinados e conduzidos de maneira a garantir a geração de valor de processo. IUA Um dos indicadores de desempenho que podem ser aplicados pela área de Geren- ciamento da Manutenção no processo produtivo é o IUA, que representa o Índice de Utilização do Ativo. Esse indicador busca monitorar a disponibilidade do equipamento (ativo), sendo cal- culado a partir do percentual do tempo que o equipamento trabalha comparado ao total do tempo disponível, ou seja, o tempo operacional possível. A não utilização do equipamento devido a uma restrição local, como um feriado, processos de acordos coletivos, finais de semana e até mesmo uma falta de demanda proveniente do mercado consumidor ou de um cliente interno à organização não deve ser considerada no tempo operacional possível (TAKAHASHI; OSADA, 1993). Assim, para o cálculo do indicador IUA, o tempo operacional possível é calculado pelo tempo disponível no dia subtraído do tempo destinado a restrições locais ou falta de demanda, por exemplo. Ou seja, representa a disponibilidade de fato do processo para a produção. Figura 2 – Cálculo do IUA Fonte: LIMA, 2015 Observação: para empresas que trabalham em 3 turnos, é comum utilizar o tempo de duração de um dia (24 horas) iniciando às 6 horas da manhã. Exemplo: Um valor de 85% de IUA demonstra que a Planta Produtiva teve 85% do tempo dis- ponívelno dia para operar, pois os outros 15% foram perdas por falta de demanda (não há demanda do cliente, seja interno ou externo) e restrições locais (por exemplo: tempo para refeição ou uma parada por obrigação sindical). 11 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática OEE Outro indicador utilizado na gestão da manutenção é o OEE, ou Overall Equipment Effectiveness, que significa a Eficácia Global dos Equipamentos. Esse indicador foi in- troduzido por Seiichi Nakajima com a ideia de quantificar não apenas o desempenho dos equipamentos, mas também de ser uma métrica da melhoria contínua dos equi- pamentos e processos produtivos. Como já vimos na Evolução da Manutenção, a partir de 1980, com a introdução da manutenção produtiva total, a função manutenção ganhou reconhecimento como a principal contribuição para a eficácia global dos equipamentos (OEE) das empresas, sendo uma das principais medidas de utilização global de instalações até hoje. O OEE é uma medida de desempenho utilizada no controle gerencial para medir a eficácia do uso dos equipamentos e auxilia os operadores a monitorarem e reagirem a eventuais perturbações na produção (BECKER; BORST; VEEN, 2015). Figura 3 – Cálculo do OEE Fonte: LIMA, 2015 Para o cálculo do indicador OEE, deve ser medido o tempo que o equipamento agre- gou valor ao processo e o tempo disponível para a produção, conforme Figura 3. Para encontrar o tempo disponível para a produção, além da subtração das restrições locais e da falta de demanda do tempo total, também é considerada, para efeito de cálculo, a subtração das perdas inerentes ao processo, uma vez que é considerado que a eficiência do equipamento não pode ser penalizada por uma parada programada por decisão estratégica, como um setup, por exemplo. Já o cálculo do tempo que o equipamento agregou valor é feito pelo tempo disponível para produção subtraindo as perdas por falhas funcionais, ou seja, de máquinas. Nor- malmente, ele está associado a manutenções corretivas. 12 13 Importante! Quando ocorrer uma falha de processo, cuja causa imediata for a perda de função em um equipamento, temos a ocorrência de uma falha funcional. Para reduzir as perdas de produção devido a quebras de equipamento, por exemplo, é importante saber quanto tempo a linha produtiva ficou parada em função de cada mo- tivo estratificado de parada. Isso ajudará a identificar a causa raiz, os principais motivos e, então, a eliminar as causas. Sugestão: Aplicar uma planilha de controle de paradas de máquinas no processo produtivo para verificar a estratificação dos motivos de paradas de máquinas. Algumas organizações utilizam uma outra maneira de organizar os dados da métrica para quantificar o OEE, como, por exemplo, o produto da disponibilidade x eficiência x qualida- de. Ou seja, levam-se em consideração a disponibilidade do equipamento para produzir, a eficiência demonstrada durante a produção (performance) e a qualidade do produto obtido frente à quantidade de defeitos. Mais informações sob essa óptica podem ser obtidas no artigo: OEE – A Forma de Medir a Eficácia dos Equipamentos de José Pedro Amorim Rodrigues da Silva. Disponível em: https://bityl.co/8uJP OPE Já o OPE (Overall Process Effectiveness ou Eficácia Geral do Processo) é um indi- cador que avalia parâmetros gerais do processo, gerando, ao final, um índice global de avaliação do processo produtivo. Aborda desde paradas e perdas esperadas pelo processo (inerentes), como também as paradas e perdas não esperadas pelo processo (não inerentes) durante determinada atividade. Exemplo de perdas inerentes: manutenção preventiva, setup, troca de ferramentas, testes e medições planejadas, assim como reuniões e treinamentos também planejados. Exemplo de perdas não inerentes: perdas no fornecimento de energia, matéria- -prima e mão de obra, falha em máquinas e até uma parada no processo devido a uma falha de método ou operacional. O OPE pode ser calculado da seguinte maneira: 13 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Figura 4 – Cálculo do OEE Fonte: LIMA, 2015 O tempo que agregou valor é calculado a partir do tempo operacional possível menos os tempos ocasionados pelas perdas inerentes e não inerentes. Nota-se que o indicador OPE é derivado dos indicadores IUA e OEE. Analisando-os de forma conjunta, eles irão oferecer uma visão global do processo estipulado, servindo como base para tomada de decisão de priorização de atividades que requerem intervenção imediata, seja uma necessidade de troca de peças em um equipamento ou até mesmo uma demanda por capacitação e treinamento de colaboradores em determinadas ocasiões. Valores padrão: IUA, OEE e OPE Nakajima (1989) destaca que o valor mínimo de IUA, OEE e OPE, que deve ser buscado como meta ideal para os equipamentos, é de 85%. Este é o resultado mínimo apresentado pelas empresas ganhadoras do TPM Award (prêmio oferecido pelo JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance). Já Hansen (2006) expressa que valores abaixo de 65% são considerados inaceitáveis, ou seja, o dinheiro da empresa está sendo desperdiçado. Valores de 65% a 75% são aceitáveis somente se as tendências trimestrais estiverem melhorando. Valores de 75% a 85% são considerados muito bons, porém há melhorias a serem feitas. E, para atingir o nível de Classe Mundial, são aceitáveis valores maiores do que 85% para processos em lotes e 90% para processos contínuos. Outros indicadores utilizados na Gestão da Manutenção MTBF (Mean Time Between Failure) O MTBF significa tempo médio entre falhas que indica o tempo médio entre as ocor- rências de falha. 14 15 Representa a eficácia da manutenção, pois se o equipamento não foi devidamente reparado, haverá necessidade de outro reparo em um tempo mais curto. Pode ser descrito como a relação entre a somatória do tempo de funcionamento de um equipamento pela quantidade de reparos ocorridos. Exemplo de aplicação Na etapa de produção de peças automotivas tamanho X, foi verificado que, ao longo do período integral disponível para operar de 24 horas, aconteceram 3 paralisações no mesmo equipamento, de 1 hora, 2 horas e 30 minutos (0,5 horas), respectivamente. MTBF = [24 – (1 + 2 + 0,5)] / 3 = 6,83 horas ou 410 minutos É entendido que nessa etapa de produção, a cada 410 minutos, há a ocorrência de uma falha. Com base nesse valor, é possível criar estratégias para enfrentar um proble- ma paulatinamente associado ao equipamento. MTTR (Mean Time to Repair) Já o MTTR, tempo médio para reparos, é o indicador que monitora o tempo médio utilizado pela manutenção para reparar determinada falha funcional. Demonstra a eficiência do trabalho corretivo da manutenção e aponta interfaces que podem gerar atrasos nos serviços. Seu cálculo formata a média, na unidade de medida de horas ou minutos gastos no reparo das falhas funcionais. Assim, o MTTR mensura de forma prática quanto tempo as equipes se dedicam às soluções de problemas corriqueiros e repetitivos, com a finalidade de encontrar a causa raiz do problema e, assim, traçar estratégias de solução. Exemplo de aplicação Considerando a mesma etapa de produção e exemplo da aplicação do MTBF no exemplo anterior, com 3 paralisações, seguem os cálculos para o MTTR: MTTR = (1 + 2 + 0,5) / 3 = 1,16 horas ou 70 minutos Assim, entendemos que o tempo médio de reparo no equipamento dessa etapa de produção é de 70 minutos. 15 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Em Síntese Enquanto o MTBF mede a confiabilidade de um sistema, o MTTR aponta a eficácia da ação reparadora. Existindo o controle dos dois indicadores e sendo eles monitorados de perto, pode-se estabelecer o que necessita de mais atenção. Se o MTBF aumentou após um processo de manutenção preventiva, isso indica melhoria na qualidade de seus processos. Logo, o aumento do MTBF mostrará que seus métodos de manutenção ou verificação estão sendo bem executados, servindo como um norte para as equipes de suporte! Para a análise do MTTR, é importantereduzi-lo ao máximo para evitar a perda de pro- dutividade por indisponibilidade de sistemas. Um menor tempo médio de reparo indica que sua empresa terá respostas rápidas para problemas em seus processos, o que de- monstra alto grau de eficiência. Gestão à Vista A Gestão à Vista é uma forma de comunicação que pode ser observada por qualquer um que trabalha em uma determinada área, qualquer um que esteja de passagem por essa área e mesmo por qualquer pessoa que possa visualizá-la (MELLO, 1998). É entendido que os modelos de gestão devem sofrer atualizações de acordo com as mudanças que ocorrem no ambiente mercadológico, e a gestão à vista na manutenção pode contribuir como uma vantagem competitiva da organização, permitindo uma co- municação eficiente. É a comunicação que está disponível em uma linguagem acessível para todos aqueles que possam vê-la, trazendo uma nova luz e uma nova vida à cultura no local de tra- balho, por meio do compartilhamento das informações. Figura 5 – Check list Fonte: Getty Images 16 17 Deixar claro quais são as atividades que devem ser checadas também serve como um Indicador à Vista. As principais VANTAGENS do uso da Gestão à Vista nas organizações são: • Os problemas são tratados por todos que estão ligados diretamente a ele; • Participação de todos do grupo de trabalho; • Satisfação pessoal dos funcionários; • Reconhecimento pela alta administração; • Redução de todos os indicadores relacionados a defeitos, gastos e desperdícios; • Aumento da produtividade e comprometimento da equipe. Um ponto relevante para esse tipo de comunicação é que, em algumas organizações, líderes pouco preparados para uma gestão transparente, que envolva o uso da expo- sição em quadros de gestão dos resultados da área, propagam o medo nas pessoas a ponto de os colaboradores serem identificados como um problema, implicando ainda o não cumprimento dos resultados. “Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia” (DEMING,1989). Plano de Manutenção O Plano de Manutenção é um conjunto de especificações elaboradas no âmbito do processo de manutenção no sentido de definir previsões e planear ações de manu- tenção. Ações de inspeção, limpeza, tratamentos, reparos e substituições formam a estrutura central do plano de manutenção da organização. Um bom plano de manutenção preventiva inclui tanto a parte estratégica, quanto operacional, como: elaborar um cronograma de atividades, distribuir as tarefas adequa- damente, manter as ferramentas em condições de uso, planejar a compra de materiais e preparar as instruções das atividades. 7 Vantagens de um Plano de Manutenção • Redução de falhas e defeitos nos ativos; • Maior vida útil dos equipamentos, evitando gastos desnecessários; • Planejamento das atividades que aumentam a eficiência de um equipamento; • Controle de qualidade das manutenções que estão sendo realizadas e um retorno financeiro; • Criação de procedimentos padronizados e seguros, com a redução ou eliminação dos acidentes de trabalho; • Realização do planejamento de recursos, prazos e equipes envolvidas; • Redução do custo da manutenção ao longo do tempo, com a otimização de prazos e entregas. 17 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Em organizações que necessitam atualizar seu plano de manutenção, deve-se es- truturar a análise no seu histórico de falhas, buscando cada vez mais conhecimento de ferramentas e métodos para melhorar a confiabilidade e disponibilidade da máquina. Em síntese O Plano de Manutenção deve: • Ter definidas a equipe e as responsabilidades; • Determinar a vida útil de cada equipamento; • Definir níveis de exigência mínima de funcionamento dos equipamentos; • Definir anomalias relevantes, causas possíveis e mecanismos de degradação; • Prever e definir os sintomas de propagação da falha; • Definir a técnica de manutenção adequada para cada equipamento/componente; • Estabelecer rotinas de inspeção, limpeza e reaperto dos sistemas e equipamentos, bem como a periodicidade das atividades; • Definir estratégias de atuação da gestão de manutenção; • Analisar registros históricos e compará-los a registros de comportamentos de ou- tras experiências; • Ter registros de custos de operações e de todas as intervenções; • Possuir as recomendações técnicas de produtos e soluções adequados para uso. Assim, um plano de manutenção é constituído de ações de manutenção por meio da im- plementação de um conjunto de procedimentos previamente estabelecidos e mediante critérios sociais, econômicos e métodos técnicos adequados. A implementação dessas ações ou operações de manutenção tem por objetivo principal diminuir o processo de degradação dos sistemas, bem como as paradas forçadas e não planejadas no processo produtivo, minimizando os custos da organização e otimizando os processos, tornando o produto/serviço cada vez mais competitivo no mercado de atuação. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Curva P-F Representação gráfica da vida útil de um equipamento. É necessário entender o comporta- mento das falhas para melhor elaboração de um plano de manutenção. https://youtu.be/TiXDYw5i-C4 Dashboard de manutenção https://youtu.be/0r0Q5DWMs1A Leitura Influência da Manutenção Industrial no OEE, https://bityl.co/8uJv NBR ISO 55000 Segue como primeira sugestão de material complementar o aprofundamento no conheci- mento da NBR ISO 55000. Essa Norma Internacional fornece uma visão geral da gestão de ativos, dos seus fundamentos e terminologia, assim como dos benefícios esperados com a adoção de gestão de ativos. https://bit.ly/3mvAZx9 19 UNIDADE Gestão de Manutenção na Prática Referência BECKER, J. M. J.; BORST, J.; VEEN, A V. D. Improving the overall equipment effectiveness in high-mix-lowvolume manufacturing environments. CIRP AnnalsManufacturing Technology, v. 64, n. 1, p. 419-422, 2015. BISBE, J.; MALAGUENO, R. Using strategic performance measurement systems for strategy formulation: Does it work in dynamic environments? Management Accounting Research, v. 23, p. 296-311. 2012. DEMING, W. E. O método Deming de Administração. 5a. Ed., São Paulo: Marques Saraiva, 1989. DE ROLT, M. I. P. O uso de indicadores para a melhoria da qualidade em pequenas empresas. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UFSC, 1998. HANSEN, R. C. Eficiência global dos equipamentos: uma poderosa ferramenta de produção/manutenção para o aumento dos lucros. Porto Alegre:Bookman, 2006. NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM: Total Productive Maintenance. São Paulo: IMC Internacional Sistemas Educativos Ltda., 1989. LIMA, R. Apostila: Curso de Formação de Multiplicadores de TPM – Total Productive Management. Ed. Advanced Consulting & Training, Campo Mourão – PR, 2015. MELLO, C. H. P. Auditoria Contínua: Estudo de Implementação de uma Ferramenta de Monitoramento para Sistema de Garantia da Qualidade com Base nas Normas NBR ISO9000. Tese de Mestrado, Itajubá: EFEI, 1998. TAKAHASHI, Y.; OSADA, T. TPM/MPT: Manutenção Produtiva Total. 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