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AULA 09 - DIR FAMÍLIAS

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AULA 09 – OS REGIMES DE BENS (CONTINUAÇÃO) 
1. O regime de comunhão parcial de bens: 
	A
	A e B
	B
	Só de A – Bens particulares
	Bens comuns – Bens que se comunicam
	Só de B – bens particulares
	
	Meação de A
	Meação de B
	
· Os bens que não se comunicam:
Art. 1.659 – CC: Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
No regime da comunhão parcial de bens, a herança não se comunica. 
A primeira sub-rogação (inciso I) é de coisa para coisa. A segunda envolve, por exemplo, um dinheiro de A que é usado para a compra de uma casa. Ex: A, antes de casar, tem na poupança R$ 1 milhão e, depois de casar, pegou esses valores e comprou um apartamento (sub-rogação do inciso II). A prova é dada na Declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física. 
Se o bem sub-rogado é mais valioso que o alienado, a diferença de valor, se não foi coberta por recursos próprios e particulares do cônjuge, passa a integrar o acervo comum, ou seja, pertencerá ao outro cônjuge 50% da diferença. Ex: A tinha um carro estimado em 30 milhões de reais e o vendeu por 50 milhões. O cônjuge de A ficará com a metade do lucro: 20 milhões/2 = 10 milhões. 
A comunhão só compreende os bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento. 
Exemplos do inciso III: Enriquecimentos diversos (financiamento, aquisição de imóvel, carro, etc).
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
Exemplos do inciso IV: Casos de pessoas condenadas por improbidade administrativa; dano patrimonial (ex: A quebra o celular de B), etc. 
Caso o indivíduo prove o proveito do casal, não há a exclusão da comunhão. 
Se um cônjuge cometeu um ato ilícito, o outro cônjuge não deve responder por isso, exceto se este obteve algum benefício (princípio da intranscendência). 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
Exemplos: Bolsas, sapatos, roupas, livros (valiam mais outrora em comparação aos dias atuais), cadeiras. 
Deve-se trabalhar com a análise casuística, em virtude de se levar em consideração, também, outros valores – como a dignidade do trabalho. 
Um carro táxi (instrumento de profissão – bem de uso pessoal e que, portanto, não se comunica) x Uma frota de 20 táxis (nem todos são instrumentos de trabalho)
Outros exemplos: Carro uber, Carro taxi, Carro frete (carreta), etc. 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
Os proventos do trabalho pessoal são: salário, honorários...
Bens comprados com valores pessoais, a luz do Código Civil, não se comunicam. Destarte, tudo o que for comprado com provento não se comunica. 
Entretanto, a jurisprudência admite a comunicação dos frutos, ou seja, bens acessórios de um bem principal. 
Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos ou na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão se comunicam (art. 1660, V, CC).
Ex: Camilo ganhou R$ 5.000,00 da Faculdade Baiana de Direito e comprou uma televisão. A televisão, a princípio, é só dele. Todavia, os frutos percebidos (colhidos) do trabalho são comunicáveis consoante visão do STJ. Logo, a televisão é, também, da cônjuge de Camilo. 
Vale ressaltar que o que não se comunica é o direito aos proveitos. Recebida a remuneração, contudo, o dinheiro ingressa no patrimônio comum, assim como os bens adquiridos com o seu produto. Há doutrinadores que consideram isso uma injustiça, já que quem nada ou pouco contribui para as despesas e só poupa acaba sendo recompensado. 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Pensão = aposentadoria, não se comunica. Agora, caso com essa pensão seja comprado um carro, esse carro se comunica. Assim, na prática, pensão e salário se comunicam. 
Enquanto a previdência não vira pensão, será partilhável.
O direito aos pagamentos referidos não se comunica. As quantias recebidas na constância do casamento entram, porém, para o matrimônio do casal e comunicam-se logo que percebidas. 
· Os bens que entram na comunhão (art. 1660 – CC):
Art. 1.660 – CC: Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
Ex: Um carro comprado por um cônjuge (metade é do outro cônjuge), mesmo que só em nome de um dos cônjuges. 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
Ex: Sorteio, loteria (não pode esconder do outro cônjuge). O fato jurídico deve ocorrer durante a constância do casamento.
Caso real: A ganhou um prêmio na loteria na constância do casamento e, pretendo esconder do cônjuge B, se divorciou. A, na semana seguinte, foi buscar o prêmio. B descobriu. A teve que pagar metade do prêmio a B, além de perdas e danos. B ficou com 60% do prêmio e A, 40%. A foi mal instruído pelo advogado. 
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Tanto faz o tipo de benfeitoria – útil, necessária ou voluptuária – assim como o tipo de fruto – natural, industrial ou civil. 
Aluguéis, animais que nascem são frutos. 
Ex: A pessoa herda uma herança que não se comunica (200 vacas – coisa fungível). Dez anos depois, essas 200 vacas foram reproduzindo, em média, um bezerro por ano. No momento da negociação, vamos supor que tenham 400 animais. 200 (obrigação de dar coisa incerta) e os outros 200 divide-se por 2 (cônjuges) – frutos naturais da reprodução.
O dinheiro resultante da venda de vacas também é considerado fruto e deve ser partilhado. 
2. A comunhão universal:
· Ideias introdutórias:
Art. 1667 – CC: O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
A comunhão é parcial quando parte dos bens se comunicam. 
A comunhão é total quando tudo se comunica. Essa deveria ser a lógica inerente ao termo “universal”, mas não é assim que funciona. 
A redação do artigo transcrito foi muito mal elaborada. Ora, se há exceções, não se pode afirmar que todos os bens se comunicam. 
Geralmente os nossos avós são casados neste regime de bens.
· Bens que não se comunicam: 
Art. 1.668 – CC: São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
O instituto do fideicomisso (herdeiro fideicomissário) se encontra em desuso, mas funciona da seguinte maneira: A deixa herança para a sua filha uns livros de direito, só que não sabe se ela vai concluir o curso. A, portanto, deixa a herança para a sua sobrinha, que já se formou, com uma condição: a herança deve ser passada para a filha caso esta conclua o curso de Direito. Caso contrário, a herança se mantém com a sobrinha. 
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Como regra, as dívidas anteriores ao casamento não se comunicam. Há, contudo, exceções: se o cônjuge obteve proveito ou teve despesas para com tais dívidas. 
A hipótese expressa no inciso IV é rara porque quase ninguém doa um bem antes de casar e, além disso, quase ninguém se casa no regime de comunhão universal de bens. 
De acordo com Camilo Colani, o regime da comunhão universal de bens tende a entrar em extinção. 
3. Participaçãofinal nos aquestos:
Aquestos são quaisquer bens adquiridos onerosamente. Ex: Televisão, casa, carro...
Basicamente este regime de bens funciona da seguinte maneira: Tudo o que for comprado será dividido. Tudo o que não for comprado, não será dividido. 
Participação final: Esse regime de bens acaba com o divórcio. É um regime pensado para se divorciar. 
Os aquestos serão divididos no momento do divórcio. 
	A
	A e B
	B
	Só de A – Patrimônio próprio
	Aquestos
	Só de B – Patrimônio próprio
	Carro doado
Apartamento doado
Casa de praia doada
R$ 2.000.000,00 (não vai)
	Aquestos de A
	Aquestos de B
	Casa comprada
Casa de praia comprada
Carro comprado 
Patrimônio
R$ 2.000.000,00
Neste regime de bens, quem compra mais se “complica” mais. 
Art. 1.672 – CC: No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673 – CC: Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674 – CC: Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
 
4. Regime de separação de bens:
Não há meação, não há bens comuns. Pode haver condomínio em bens específicos.
Condomínio = copropriedade.
Tipos:
a) Convencional: O casal, antes de casar, faz pacto antenupcial; ou após o casamento, altera o regime. 
b) Obrigatório: Imposição das causas suspensivas.
Art. 1.687 – CC: Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688 – CC: Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
Para a próxima aula: Separação e divórcio.

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