Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria clara Sodré – med ufmt t7 1 ITU- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RESUMÃO ➔ Crescimento significativo de bactérias no trato urinário •Uma das infecções mais recorrentes na infância, sendo mais comum em meninas (exceto nos primeiros 3 meses de vida) e tem um pico entre 3 e 5 anos. •Infecção ascendente (bactérias ficam ali colonizando na região uretral (bactérias que vem da flora intestinal) e depois começam a ascender pelo trato urinário. •Também pode ocorrer infecção por via hematogênica (mais comum por sepse e no período neonatal). Enterobacterias: + comuns: Escherichia coli uropatogenica, klebsiella pneumoniae, streptococcus faecalis, proteus mirabilis (mais comum em meninos não circuncidados), pseudônimas (mais comum em imunodeprimidos), staphylococcus saprophyticus (meninas adolescentes) ITU depende de: -> Virulência bacteriana: •ITU depende de: Virulência bacteriana: E. coli tem fímbrias p que se aderem as células uroepiteliais, então quando a pessoa faz xixi isso impede que a bactéria seja “levada” junto). Também tem flagelos que da mobilidade a bactéria. Antígenos do polissacarídeo capsular que evadem as defesas do hospedeiro. •Secreta fator 1 neutralizante citotóxica que destrói neutrófilo. Produz também siderófilos (proteínas que captam ferro e dão para a bactéria pra ela sobreviver). Também tem hemolisinas que fazem poros na membrana celular justamente para a bactéria entrar. Proteus mirabilis produz urease (aumenta a produção de amônia a partir da ureia, e com a maior frequência de amônia a urina tem maior alcalinização, e isso leva a precipitação de fosfato, carbonato e magnésio e com isso ocorre a formação de cristais e pedras de estruvita… é uma pedra que tem bactérias no interior e promove a estase urinária (favorece a colonização da bacteria) Fatores predisponente do hospedeiro • Idade < 1 ano • Sexo feminino (comprimento da uretra é menor) •Raça branca •Ausência de circuncisão em meninos • Constipação intestinal (dificulta o completo esvaziamento da bexiga) •Atividade sexual (por conta do contato) •Anormalidades funcionais do trato urinário •Malformações do trato urinário ~ obstrutivas (válvula de uretra posterior/ obstrução junção Maria clara Sodré – med ufmt t7 2 pielouretral) ~ Reflexo vesico-ureteral (retorno da urina de baixo para cima (pode subir até a pelve renal)) QUADRO CLÍNICO •Varia conforme a faixa etária. •Em RN é mais inespecífico: baixo peso ponderal, irritabilidade, febre, anorexia. •Lactentes: febre sem sinais localizados é o sinal mais clássico. Não é possível apenas pelos sintomas diferenciar cistite de pielonefrite, então o tratamento e conduta vai ser sempre como se fosse uma pielonefrite. •Pré escolares, escolares e adolescentes: Cistite: disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária, dor suprapubica, febre baixa. Pielonefrite: queda do estado geral, impotência, febre alta, dor lombar (Sinal de giordano positivo) DIAGNÓSTICO • Diagnóstico clínico é insuficiente, precisa de análise urinária: onde vai ser encontrado piúria (leucócitos na urina) + bacteriúria (bactérias na urina) •Piúria: 10000 leucócitos/ml • Bacterioscopia positiva gram •Nitrito positivo •Bacteriuria: > 50000 UFC (unidades formadoras de colônia) de uma única bactéria uropatogenica por ml •Punção supra-pubica: qualquer crescimento bacteriano • Outros exames: pielonefrite •Hemograma: vai encontrar leucocitose com desvio •Hemocultura em positiva •Elevação PCR e VHS • Elevação discreta de ureia e creatinina EXAMES DE INVESTIGAÇÃO •USG de rins e vias urinárias: serve para pesquisar obstrução ou alteração anatômica. •Deve ser feita em toda criança com infecção urinária febril com menos de 2 anos. •Cintilografia renal DMSA: padrão ouro pro diagnóstico de pielonefrite aguda. •Uretrocistografia: exame de escolha pra pesquisa de refluxo vesico ureteral. TRATAMENTO •Só hospitalizar se: Comprometimento do estado geral/sepse Vômitos/desidratação • Baixa adesão ao tratamento •Maior risco de evolução grave: < 3 meses, imunodeprimidos, doenças urinárias prévias. Antibiótico: duração de 7 a 14 dias • Hospitalar: ~ceftriaxone ~amicacina • Domiciliar: ~amoxicilina-clavulanato ~cefuroxima ~nitrofurantoína (quando Maria clara Sodré – med ufmt t7 3 tem dúvidas se e pielonefrite, não pode dar nitrofurantoina porque tem baixa penetração em parênquima renal) ➔ Outras orientações: • Hidratação adequada • Micções frequentes (não ficar retendo urina infectada) • Controle da constipação intestinal • Controle da febre e dor • Urocultura de controle: apenas de má evolução (persistência da febre por mais de 3 dias)
Compartilhar